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RESENHA CRITICA INFORMATIVA

Autor: HENRIQUE MAMEDE ABRAO

CORREA R.L, Região e organização espacial 7. ed. Sao Paulo : Atica, 2002.

Nesta obra o autor aborda pelo menos dois conceitos fundamentais na Geografia
que seriam o de região e de organização espacial, o primeiro conceito como sendo a
principal via de acesso para entendermos a noção fundamental de diferenciação de área,
ou seja, de que assim visualizamos a superfície terrestre constituída por áreas diferentes
entre sí, ainda dentro do conceito região o mesmo poderá ser dividido em outros sub
conceitos compostos por região natural e região geográfica. Em relação ao segundo
conceito entendemos a sua importância como sendo um pressuposto a materialidade
social e da própria geografia chegando a ser o estudo do seu objeto que é também a
sociedade e toda a reprodução desenvolvida por essa. O autor ainda salienta a respeito
das principais correntes do pensamento geográfico, centralizando sua analise na
geografia critica, sem deixar de abordar os paradigmas da geografia como determinismo
ambiental, o possibilismo, o método regional e a nova geografia.

Através desses paradigmas o autor estabelece que não existe uma


preponderância e sim uma existência de trocas entre, devendo haver uma alternância em
relação aos métodos de apreensão da realidade desenvolvidos em cada paradigma,
segundo “destaca-se o positivismo, quer na sua versão clássica, quer na do positivismo
lógico. O materialismo histórico e a dialética marxista, que são base ao segmento mais
importante da geografia critica, são métodos de incorporação recente à geografia...”
(Pág. 08)

Ainda em relação a nova geografia e geografia critica, enfatiza; “Entre os


avanços realizados pela geografia critica estão aqueles associados à questão da
organização espacial, herdada basicamente da nova geografia...” (Pág. 21)

No capitulo descrito como “Região: um conceito complexo” O autor discute os


variados conceitos de região originados a partir dos paradigmas geográficos, e ainda
“Queremos dizer que há diferentes conceituações de região. Cada qual tem um

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significado próprio e se insere dentro de uma das correntes de pensamento
geográfico...” (Pág. 22)

O autor comenta sobre a validade dos conceitos de região “Em segundo lugar,
queremos deixar claro que todos os conceitos de região podem ser utilizados pelo
geógrafos, Afinal todos eles são meios para se conhecer a realidade, quer num aspecto
espacial especifico, quer numa dimensão totalizante: no entanto, é necessário que
explicitemos o que estamos querendo e tenhamos um quadro territorial adequado aos
nossos propósitos...” (Pág. 23)

Seguindo essa linha de analise voltamos a repensar e aflorar uma velha discusão
que é a do problema da escala e da responsabilidade do geógrafo em adotar a escala
correta para cada analise desenvolvida a cerca de um determinado assunto.

O autor saliente ainda que o conceito de região deve ser repensada dentro da geografia
critica a partir do propósito em que aja uma sociedade organizada em determinado
espaço tendo a capacidade de opor a resistência a superioridade da sociedade e do
espaço interposto pelo capital monopolístico. “ O que segue é uma tentativa de inserir o
conceito de região dentro de um quadro teórico amplo, que permita dar conta da
diversidade da superfície da Terra sob ação humana ao longo do tempo. Este quadro
consiste na lei do desenvolvimento desigual e combinado proposto por Trotsky...” (Pág.
42)

Ainda dentro do conceito região e já deixando um gancho para outro conceito


bastante importante e oriundo do regionalismo que é justamente a diferenciação de áreas
, podendo ser justificada pelo autor em; “As desigualdades que aparecem caracterizam-
se pela combinação de aspectos distintos dos diversos momentos da historia do homem.
Isto resulta no aparecimento de grupos também distintos ocupando especificas parcelas
da superfície da Terra, e aí imprimindo suas próprias marcas, a paisagem, que nada
mais é que a expressão de seus modos de vida...” (Pág. 43)

Seguindo a mesma linha de raciocínio do autor podemos citar que a partir do


modo de produção capitalista é que a regionalização assume características ainda mais
marcantes por conta da progressiva mundialização da economia isso a partir do século

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XV. “Sob a égide do capital, os mecanismos de diferenciação de áreas tornam-se mais
nítidos, quais sejam: A divisão territorial do trabalho, que define o que será produzido
aqui e ali; o desenvolvimento dos meios técnicos e científicos de produção; a ação do
estado e da ideologia que se espacializa desigualmente; articulação dos eficientes
meios de comunicação, entre as regiões criadas ou transformadas pelo e para o
capital...” (Pág. 45)

Correa discorre ainda em relação aos conceitos de região empregados pela classe
dominante desenvolvidos para fins de ação e controle, onde “as diferentes
conceituações de região estão presentes...” (Pág. 47)

Dentro desta perspectiva o autor ainda ressalta; “A antiguidade fornece-nos


exemplos da criação de regiões em um contexto de conquista territorial...” No
feudalismo, a regionalização, vista como forma de ação e controle, tinha sua expressão
nas marcas, nos ducados e nos condados, governados, respectivamente, por marqueses,
duques e condes... “No capitalismo, as regiões de planejamento são unidades
territoriais através das quais um discurso da recuperação e desenvolvimento é
aplicado. Trata-se, na verdade do emprego, em um dado território, de uma ideologia
que tenta restabelecer o equilíbrio rompido com o processo de desenvolvimento...”
(Pág. 49)

No ultimo capitulo o autor enfatiza que o conceito de organização espacial, é


para ele um instrumento a partir do qual a própria geografia viabiliza o estudo do seu
objeto , a sociedade, tendo assim caráter diferenciado das demais ciências sociais, sendo
assim para o autor esse conceito é também uma materialidade social, inclusive
chegando a ser considerado um meio de produção produzido para a sociedade sob um
enfoque evolutivo mas com ênfase em um processo de ida e volta (loop).

“A organização espacial, ou seja, o conjunto de objetos criados pelo homem e


dispostos sobre a superfície da Terra, é assim um meio de vida no presente (produção)
mas também uma condição para o futuro (reprodução)...” (Pág 55)

Ainda em relação ao conceito de organização espacial, que ao meu ver é um


conceito muito importante pois fornece elementos essenciais para o planejamento

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espacial, Correa aborda as relações ocorridas por essas organizações espaciais
especificas a globalidade, citando a metáfora sugerida por Ruy Moreira, apud Milton
Santos (1982) “Imagine um ginásio esportivo polivalente. A quadra está organizada
para ali realizarem-se jogos de vôlei, basquete e futebol de salão. Para cada esporte
(atividade), a quadra (Superfície da terra) tem um zoneamento especifico (regiões),
áreas limitadas por linhas onde há certas restrições ou penalidades. Para cada jogo, há
regras (leis, códigos morais) e um juiz (aparelho repressor). Cada jogador (agente
realizador de uma atividade) tem uma posição dentro da quadra (localização da
atividade) e há caminhos a serem percorridos pelo jogador e a bola (fluxos materiais
ou não). Em outras palavras, para cada esporte existe uma organização espacial
especifica...” (Pág. 59)

No entando como o autor enfatiza na quadra polivante, cada modalidade de


esporte é praticada por vez não sendo possível a pratica de todas as modalidades
simultaneamente, ao contrario do que ocorre na organização espacial global tendo as
mesmas divisões, porem sendo todas carregadas ao mesmo tempo, havendo
compatibilidade entre ambas.
Um exemplo a ser empregado neste contexto de organização espacial global, aparece
aqui na cidade de Rondonópolis, pois como sendo uma cidade pólo abriga principais
filiais de empresas beneficiadoras da matéria produzida pela agricultura em nossa
região, abrigando também grande numero de transportadoras e adjacentes ao mesmo
ramo de negocio, contribuindo assim para o que é denominado de economia de
aglomeração, ou seja, varias atividades juntas beneficiam-se mutuamente umas das
outras pela escala que criam, ao se utilizarem das mesmas formas espaciais.

Ainda dentro desta perspectiva de organização espacial, é importante salientar


como o autor insere elementos essenciais para o entendimento do referido conceito
como é o caso do Capital e o Estado, como afirma em “O grande capital, o Estado e o
pequeno capital, cada um destes agentes da organização espacial possui uma
estratégia de ação que lhe é aparentemente especifica, e que inclui uma dimensão
espacial...” (Pág. 62)

“Por ter a sua ação vinculada sobretudo às necessidades de acumulação do


capital e a conseqüente reprodução social, o Estado age espacialmente de modo

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desigual, à semelhança da grande corporação...” (Pág. 66) Acredito que assim o é
moldado em razão do próprio modelo capitalista atual beneficiando grandes corporações
em detrimento do povo, pois não adianta só gerar empregos, o Estado sobretudo deve
ser o agente modelador social, viabilizando o bem estar social.

“A organização espacial não é somente um reflexo da sociedade. Como vimos,


ao ser um reflexo, passa a ser simultaneamente uma condição para o futuro da
sociedade, isto é, a reprodução social...” (Pág. 72)

Sobretudo quando o autor enfatiza o papel da organização espacial como


condição para reprodução social, fica evidente se considerarmos como as diferentes
classes sociais e sua frações se acomodam, criando uma segregação residencial assim
reproduzidas, abordado em; “É no capitalismo, contudo, que a segregação residencial
torna-se mais complexa, à medida que se amplia o processo de estruturação de classes
sociais e seu fracionamento. Novos modelos espaciais de segregação aparecem
impulsionados pelos diferentes agentes da organização espacial urbana: proprietários
fundiários, incorporadores imobiliários, industriais, articulados em maior ou menor grau
aos bancos, e o Estado...” (Pág. 74)

Por fim o autor apresenta métodos para compreensão da organização do espaço,


através das categorias desenvolvidas por MILTON SANTOS (1985).

Podemos considerar que a obra aqui resenhada apesar de pouco extensa,


apresenta conteúdo bastante complexo principalmente se for trabalhado com alunos de
1º ano, pois necessita de uma base epistemológica estruturada, tanto é que o autor
resgata logo no inicio da obra as principais correntes do pensamento geográfico, afim de
poder estruturar a sua linha de analise a cerca dos conceitos de Região e Organização
espacial. Corrêa apresenta algumas contribuições de outros geógrafos estudiosos da
questão dos conceitos aqui descritos afim de poder arranjar melhor a sua obra e não cair

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