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2 – O Transistor Bipolar
Introdução
• Semiconductor Triode
• Surface States Triode
• Crystal Triode
• Solid Triode
• Iotatron
• Transistor (este nome “vitorioso” baseia-se na junção dos termos TRANSconductance
VarISTOR, ou TRANSfer Impedance VarISTOR).
O transistor e outros componentes semicondutores eletrônicos similares constituem a base para
o projeto de AMPLIFICADORES e CHAVES ESTÁTICAS, empregados em Eletrônica Digital e
Microprocessadores, bem como em Conversores de Eletrônica de Potência. Como será mostrado, o
comportamento do transistor pode ser explicado por meio de fontes controladas (corrente/corrente
ou corrente/tensão – transcondutância), o que fortalece os conceitos estudados no Capítulo 1 deste
curso. Os fenômenos relacionados com tais componentes permitem ainda fazer com que se
comportem como diodos, capacitores, resistores e diversos tipos de fontes controladas, o que é a
base para a implementação de circuitos integrados (CIs ou chips).
História
Pode-se enumerar uma série de eventos importantes na história da ciência, que resultaram na
invenção do transistor ou que, posteriormente, tiveram este fato como seu fundamento. A Tabela 1 é
uma tentativa simplificada de organizá-los.
Construção
O transistor bipolar de junção pode ser entendido, grosso modo, como um sanduíche de três
camadas (e, conseqüentemente duas junções) semicondutoras dopadas alternadamente. Nesta
concepção, podem existir duas possibilidades, ilustradas na Fig. 2, que dão origem aos transistores
NPN e PNP. Os terminais externos são denominados (E) Emissor, (B) Base e (C) Coletor. O
terminal da base é o terminal de controle e os terminais emissor e coletor são os terminais
principais, por onde circula a corrente que se deseja controlar. J1 e J2 são as junções base-emissor e
base- coletor, respectivamente.
J1 J2 J1 J2
EMISSOR COLETOR EMISSOR COLETOR
(E) (C) (E) (C)
N P N P N P
(B) (B)
BASE BASE
O transistor NPN é o tipo mais comumente empregado na prática. Em função disto, a maior
parte da explanação e dos circuitos abordados neste capítulo será baseada neste modelo.
POLARIZAÇÃO PRINCIPAIS
GRANDEZAS ELÉTRICAS
MODO J1 J2 iC vCE Comportamento
ATIVO DIRETA REVERSA >0 >0 Amplificação
CORTE REVERSA REVERSA ≈0 >0 Circuito-Aberto
SATURAÇÃO DIRETA DIRETA >0 ≈0 Curto-Circuito
INVERSO* REVERSA DIRETA ≈0 <0 Circuito-Aberto
* não é muito usado.
iC iC
SATURAÇÃO
vCE
ATIVA
CORTE
INVERSA
vCE
Para viabilizar o comportamento desejado (ou seja, controle de corrente) é preciso garantir
as seguintes características no projeto do componente:
n p
n
(a) (b)
Ip iB
_ (B) _ +
+
VBE VCB
Em função da polarização direta de J1, surge uma corrente de elétrons (In) e de lacunas (Ip).
Pode-se dizer que o emissor injeta (ou emite) In, enquanto a base é responsável por Ip. Por
construção, a base é feita muito estreita, o que torna a junção J1 muito mais próxima de J2 que do
terminal da base. Desta forma, a maior parte dos portadores injetados atinge o limiar da região de
depleção de J2. A polaridade VCB é normalmente superior a VBE o que, adicionalmente, favorece o
rápido TRANSPORTE dos elétrons provenientes do emissor para o coletor. Produz-se, então, uma
corrente de coletor que é praticamente igual a In, permanecendo a corrente de base igual a Ip. Dessa
discussão, fica evidente que a corrente total (terminal) de emissor é, na verdade, a soma de In com
Ip .
Devido à alta concentração de elétrons no emissor (dopagem elevada) e à fraca concentração
de lacunas na base, In é muito maior que Ip. Devido a este comportamento, iC pode ser de 100 a
1000 vezes maior que iB, sendo este fator de amplificação denominado βF (beta direto - forward).
A descrição de funcionamento do transitor nesta seção é bastante simplificada. Foram
desprezadas as correntes de deriva devido aos portadores minoritários, bem como as relativas à
recombinação de elétrons do emissor com lacunas na base. Porém, tais efeitos são relativamente
muito menos proeminentes que os fenômenos aqui relatados, sendo comum desprezá-los para um
primeiro entendimento do comportamento do dispositivo.
Talvez o fato mais significativo relacionado com o funcionamento do transistor bipolar seja
que, se a corrente de base variar (por alteração no valor da polarização), a corrente de coletor
também irá variar, de sorte que a razão entre elas, para uma larga faixa de valores de corrente, é
aproximadamente igual a βF. Isto é um conceito teórico (idealizado). Na prática, o valor de βF não é
estritamente constante (Fig. 7), sendo necessário adotar técnicas para compensar isto. O
equacionamento rigoroso das correntes no transistor leva em conta diversos fatores e parâmetros
construtivos (veja Sedra).
Fig. 7 – Variação de βF para um transistor típico, em função
da corrente de coletor e da temperatura (escala horizontal logarítmica).