Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Oi amigos,
Passado o carnaval, com as energias renovadas, é hora de deixar para trás o clima de festa e
aprofundar os estudos. No nosso encontro de hoje, vamos concluir o estudo dos Atos
Administrativos.
ATOS NEGOCIAIS
Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino definem o ato negocial como sendo
“aquele editado em situações nas quais uma determinada pretensão do particular coincide com
a manifestação de vontade da administração, ainda que o interesse da administração naquela
situação seja apenas indireto”.
De início, é importante salientar que, embora exista uma concorrência de vontades, não se
trata de contrato, mas de ato administrativo. O ato se aperfeiçoa com a simples manifestação
de vontade unilateral da administração pública.
Por meio dos atos administrativos negociais, a Administração Pública possibilita ao particular o
exercício de atividade ou a utilização de determinado bem público para os quais seja
necessária a sua anuência. Tais atos são sempre editados a partir de solicitação dos
interessados e conferem legitimidade ao exercício da atividade ou à utilização do bem público.
Em razão disto, são também conhecidos como atos de consentimento.
Se, por exemplo, desejo dirigir um veículo automotor, necessito que a Administração Pública
me conceda uma licença para tanto. O ato pelo qual a administração me concede a licença,
após a comprovação de que preencho os requisitos legais para dirigir um veículo, é um ato
negocial. Note que, a partir da concessão da licença, o exercício da atividade de direção de
veículos por mim está legitimado pela Administração Pública. Observe ainda que, por mais que
a manifestação de vontade da administração, reconhecendo o meu direito de dirigir, coincida
com a minha vontade de ter este direito reconhecido, não há aí um contrato. Apenas uma
manifestação de vontade da Administração Pública que tem como requisito a comprovação de
que eu preencho os requisitos previstos em lei para o exercício da atividade pleiteada.
_________________________________________________________ 1
www.companhiadosconcursos.com.br
Aula 12 – Atos Administrativos – Parte VII
LICENÇA
Nem todas as atividades exigem licença do poder Público para o seu exercício. Entretanto, se
a lei assim o exigir, o exercício legítimo da atividade só existirá se o interessado obtiver o ato
administrativo de licença. Através da licença, a Administração Pública exerce o seu poder de
polícia, verificando se os interessados preenchem os requisitos legais para o desempenho da
atividade.
Daí decorre a vinculação do ato administrativo de licença. Isto significa que, se o interessado
preencher os requisitos legais para o exercício da atividade, a administração pública deverá
conceder-lhe a licença. A concessão da licença, portanto, é um direito subjetivo do
administrado que preenche os requisitos legais. Não há espaço para a administração avaliar a
conveniência e a oportunidade da concessão da referida licença.
Por ser um ato vinculado, a licença não pode ser revogada pela Administração Pública, o que
lhe confere um caráter de definitividade. Em regra, enquanto o interessado se mantiver
preenchendo os requisitos legais, não pode a administração pública retirar-lhe a licença por
razões de conveniência e oportunidade.
PERMISSÃO
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a permissão é ato administrativo discricionário e
precário pelo qual a Administração Pública consente que o particular execute serviço de
utilidade pública ou utilize privativamente bem público. O interesse predominante no ato de
permissão é o interesse público na prestação do serviço ou na utilização do bem.
_________________________________________________________ 2
www.companhiadosconcursos.com.br
Aula 12 – Atos Administrativos – Parte VII
Neste sentido, o art. 175 da Constituição exige que a permissão e a concessão de serviços
públicos sejam sempre precedidas de licitação. O § 1º deste mesmo artigo, ainda que de modo
não muito preciso, menciona a existência de um contrato.
A lei nº 8.987/95, por sua vez, após definir no inciso IV do art. 2º a permissão de serviços
públicos como a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade
para seu desempenho por sua conta e risco, dispõe no art. 40 que a permissão será
formalizada mediante contrato de adesão.
Em razão dos dispositivos legais acima mencionados, a doutrina tem entendido que a
permissão para a execução de serviços públicos passou a ter natureza contratual, ainda que
tenha mantido o seu caráter de precariedade.
AUTORIZAÇÃO
_________________________________________________________ 3
www.companhiadosconcursos.com.br
Aula 12 – Atos Administrativos – Parte VII
autorização para o comércio ambulante em via pública durante festas populares, a autorização
para o estacionamento de veículos em locais públicos.
ATOS NORMATIVOS
Na aula anterior, quando tratamos dos atos gerais, já delineamos as principais características
dos atos normativos. De modo semelhante à lei, os atos administrativos normativos contêm
normas gerais e abstratas, que se aplicam a todos aqueles que se encontrem na situação
fática ou jurídica por ele regulada.
Por ser um ato genérico e abstrato, o ato normativo só pode ser impugnado em tese pelos
legitimados às Ações Diretas de Constitucionalidade e Inconstitucionalidade, previstos no art.
103 da Constituição. Os próprios interessados só podem impugnar os atos normativos se estes
vierem a interferir na sua própria esfera jurídica.
Imagine que o Presidente da República edite um Decreto cujo conteúdo seja flagrantemente
contrário à Constituição, por limitar o direito de ir e vir. Se este Decreto não me atinge, não
tenho o direito de insurgir-me contra ele judicialmente, pois estaria contestando o ato normativo
em tese. Caberia a alguma das pessoas ou entidades expressamente previstas no art. 103 da
Constituição pleitear perante o STF a declaração da inconstitucionalidade do referido Decreto.
Entretanto, no momento em que este ato normativo interferir na minha esfera jurídica, isto é,
efetiva ou potencialmente causar lesão ao meu direito de ir e vir, poderei impugná-lo
judicialmente. Lembrando que, nesta hipótese, eventual decisão que reconheça a
inconstitucionalidade do Decreto valerá apenas entre as partes da ação proposta.
_________________________________________________________ 4
www.companhiadosconcursos.com.br
Aula 12 – Atos Administrativos – Parte VII
Dentre as diversas espécies de Atos Normativos, o Decreto é aquele que atrai a maior atenção
da doutrina. Previstos no inciso IV do art. 84 da Constituição Federal, são atos de competência
privativa do Presidente da República e, pelo princípio da simetria, também dos Governadores e
Prefeitos. A finalidade do Decreto é possibilitar a fiel execução das leis, detalhando o seu
conteúdo, tornando mais minuciosas as suas disposições. O Decreto, portanto, nas palavras de
Celso Antonio Bandeira de Mello, é ato inferior, subordinado e dependente da lei.
ATOS ENUNCIATIVOS
Como já tivemos a oportunidade de afirmar na aula anterior, enunciativos são os atos em que a
administração apresenta uma opinião ou juízo sobre determinada situação ou atesta a
existência de determinado fato. São exemplos o atestado, a certidão e os pareceres.
O atestado é uma afirmação feita pelo Agente Público acerca da existência de determinado
fato de que tem conhecimento em razão do desempenho da sua atividade, como, por exemplo,
o atestado de vacinação ou o atestado de freqüência escolar emitido por uma diretora de
Escola Pública.
Quando o fato cuja existência deseja a Administração Pública afirmar encontra-se formalizado
nos registros públicos, o ato a ser emitido é uma certidão. Deste modo, a certidão de
casamento afirma a existência de um fato (o casamento) que se encontra registrado em livro
próprio da Administração pública.
O parecer contém a opinião técnica do agente público acerca de assunto submetido a sua
análise. Os pareceres não são vinculantes, isto é, não obrigam a autoridade responsável pela
decisão a adotar o mesmo posicionamento contido no parecer. A vinculação só ocorre se o
parecer for aprovado pela autoridade competente.
Trata-se de situação muito comum no dia a dia da administração. Existindo matéria que cause
certa controvérsia na sua aplicação pelos agentes de determinado órgão, esta matéria é
_________________________________________________________ 5
www.companhiadosconcursos.com.br
Aula 12 – Atos Administrativos – Parte VII
ATOS PUNITIVOS
São os atos de que a administração se utiliza para aplicar sanções aos administrados ou aos
seus próprios agentes. No primeiro caso, a aplicação de sanções terá lugar quando o
administrado descumprir as normas administrativas. O poder de império da Administração, isto
é, a sua capacidade de impor obrigações aos seus administrados, fundamenta a aplicação de
sanções àqueles que descumpram as normas administrativas. Em relação aos seus próprios
agentes, a aplicação de penalidades tem por fundamento o Poder Disciplinar.
ATOS ORDINATÓRIOS
São atos administrativos internos que têm como destinatários os agentes públicos e por objeto
a organização e uniformização das atividades de determinado órgão da Administração Pública.
São exemplos: as instruções normativas, as circulares, as Portarias.
Bem pessoal, com esta aula concluímos o estudo dos principais aspectos relacionados aos
atos administrativos. Na próxima aula, trarei algumas questões sobre o tema.
Flaviano
_________________________________________________________ 6
www.companhiadosconcursos.com.br