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Curso de Direito

PROCESSO PENAL III

2009.2

(Proibida a Reprodução)

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Expediente
Curso de Direito — Coletânea de Exercícios

Coordenação Nacional do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá


Profa. Solange Ferreira de Moura

Coordenação do Projeto
Núcleo de Apoio Didático-Pedagógico
Presidência Prof. Sérgio Cavalieri Filho

Coordenação Pedagógica
Profa. Tereza Moura

Organização da Coletânea
Prof. Cláudio Silva Mascarenhas Lima

Assessoria
Profa.

Professores Colaboradores

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APRESENTAÇÃO

Caro Aluno

A Metodologia do Caso Concreto aplicada em nosso Curso de Direito, é centrada na articulação


entre teoria e prática, com vistas a desenvolver o raciocínio jurídico. Ela abarca o estudo interdisciplinar dos
vários ramos do Direito, permitindo o exercício constante da pesquisa, a análise de conceitos, bem como a
discussão de suas aplicações.
O objetivo é preparar os alunos para a busca de resoluções criativas a partir do conhecimento
acumulado, com a sustentação por meio de argumentos coerentes e consistentes. Desta forma, acreditamos ser
possível tornar as aulas mais interativas e, consequentemente, melhorar a qualidade do ensino oferecido.
Na formação dos futuros profissionais, entendemos que não é papel do Curso de Direito da
Universidade Estácio de Sá tão somente oferecer conteúdos de bom nível. A excelência do curso será atingida
no momento em que possamos formar profissionais autônomos, críticos e reflexivos.
Para alcançarmos esse propósito, apresentamos a Coletânea de Exercícios, instrumento fundamental
da Metodologia do Caso Concreto. Ela contempla a solução de uma série de casos práticos a serem
desenvolvidos pelo aluno, com auxílio do professor.
Como regra primeira, é necessário que o aluno adquira o costume de estudar previamente o conteúdo
que será ministrado pelo professor em sala de aula. Desta forma, terá subsídios para enfrentar e solucionar
cada caso proposto. O mais importante não é encontrar a solução correta, mas pesquisar de maneira
disciplinada, de forma a adquirir conhecimento sobre o tema.
A tentativa de solucionar os casos em momento anterior à aula expositiva, aumenta
consideravelmente a capacidade de compreensão do discente.
Este, a partir de um pré-entendimento acerca do tema abordado, terá melhores condições de, não só consolidar
seus conhecimentos, mas também dialogar de forma coerente e madura com o professor, criando um ambiente
acadêmico mais rico e exitoso.
Além desse, há outros motivos para a adoção desta Coletânea. Um segundo a ser ressaltado, é o de
que o método estimula o desenvolvimento da capacidade investigativa do aluno, incentivando-o à pesquisa e,
consequentemente, proporcionando-lhe maior grau de independência intelectual.
Há, ainda, um terceiro motivo a ser mencionado. As constantes mudanças no mundo do
conhecimento – e, por conseqüência, no universo jurídico – exigem do profissional do Direito, no exercício de
suas atividades, enfrentar situações nas quais os seus conhecimentos teóricos acumulados não serão, per si,
suficientes para a resolução das questões práticas a ele confiadas.
Neste sentido, e tendo como referência o seu futuro profissional, consideramos imprescindível que, desde
cedo, desenvolva hábitos que aumentem sua potencialidade intelectual e emocional para se relacionar com
essa realidade.
E isto é proporcionado pela Metodologia do Estudo de Casos.
No que se refere à concepção formal do presente material, esclarecemos que o conteúdo
programático da disciplina a ser ministrada durante o período foi subdividido em 15 partes, sendo que a cada
uma delas chamaremos “Semana”. Na primeira semana de aula, por exemplo, o professor ministrará o
conteúdo condizente a Semana nº1. Na segunda, a Semana nº2, e, assim, sucessivamente.
O período letivo semestral do nosso curso possui 22 semanas. O fato de termos dividido o programa
da disciplina em 15 partes não foi por acaso. Levou-se em consideração não somente as aulas que são
destinadas à aplicação das avaliações ou os eventuais feriados, mas, principalmente, as necessidades
pedagógicas de cada professor.
Isto porque, o nosso projeto pedagógico reconhece a importância de destinar um tempo extra a ser
utilizado pelo professor – e a seu critério – nas situações na qual este perceba a necessidade de enfatizar de
forma mais intensa uma determinada parte do programa, seja por sua complexidade, seja por ter observado na
turma um nível insuficiente de compreensão.
Hoje, após a implantação da metodologia em todo o curso no Estado do Rio de Janeiro, por
intermédio das Coletâneas de Exercícios, é possível observar o resultado positivo deste trabalho, que agora
chega a outras localidades do Brasil. Recente convênio firmado entre as Instituições que figuram nas páginas
iniciais deste caderno, permitiu a colaboração dos respectivos docentes na feitura deste material
disponibilizado aos alunos.
A certeza que nos acompanha é a de que não apenas tornamos as aulas mais interativas e dialógicas, como se
mostra mais nítida a interseção entre os campos da teoria e da prática, no Direito.

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Por todas essas razões, o desempenho e os resultados obtidos pelo aluno nesta disciplina estão
intimamente relacionados ao esforço despendido por ele na realização das tarefas solicitadas, em
conformidade com as orientações do professor. A aquisição do hábito do estudo perene e perseverante, não
apenas o levará a obter alta performance no decorrer do seu curso, como também potencializará suas
habilidades e competências para um aprendizado mais denso e profundo pelo resto de sua vida.
Lembre-se: na vida acadêmica, não há milagres, há estudo com perseverança e determinação. Bom
trabalho.

Coordenação Geral do Curso de Direito

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PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO DAS COLETÂNEAS DE EXERCÍCIOS

1- O aluno deverá, antes de cada aula, desenvolver pesquisa prévia sobre os temas
objeto de estudo de cada semana, envolvendo a legislação, a doutrina e a jurisprudência
e apresentar soluções, por meio da resolução dos casos, preparando-se para debates em
sala de aula.
2- Antes do início de cada aula, o aluno depositará sobre a mesa do professor o material
relativo aos casos pesquisados e pré-resolvidos, para que o docente rubrique e devolva
no início da própria aula.
3- Após a discussão e solução dos casos em sala de aula, com o professor, o aluno
deverá aperfeiçoar o seu trabalho, utilizando, necessariamente, citações de doutrina e/ou
jurisprudência pertinentes aos casos.
4- A entrega tempestiva dos trabalhos será obrigatória, para efeito de lançamento dos
graus respectivos (zero a um), independentemente do comparecimento do aluno às
provas.
4.1- Caso o aluno falte à AV1 ou à Av2, o professor deverá receber os casos até uma
semana depois da prova, atribuir grau e lançar na pauta no espaço específico.
5- Até o dia da AV 1 e da AV2, respectivamente, o aluno deverá entregar o conteúdo do
trabalho relativo às aulas já ministradas, anexando os originais rubricados pelo professor,
bem como o aperfeiçoamento dos mesmos, organizado de forma cronológica, em pasta
ou envelope, devidamente identificados, para atribuição de pontuação (zero a um), que
será somada à que for atribuída à AV1 e AV2 (zero a nove).
5.1- A pontuação relativa à coletânea de exercícios na AV3 (zero a um) será a média
aritmética entre os graus atribuídos aos exercícios apresentados até a AV1 e a AV2 (zero
a um).
6- As provas (AV1, AV2 e AV3) valerão até 9 pontos e serão compostas de questões
objetivas, com respostas justificadas em até cinco linhas, e de casos concretos, baseados
nos casos constantes das Coletâneas de Exercícios, salvo as exceções constantes do
regulamento próprio.

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SUMÁRIO
Semana 01
Comunicação dos Atos Processuais. CITAÇÃO e INTIMAÇÕES e
NOTIFICAÇÕES

Semana 02
Atos Jurisdicionais Penais.

Semana 03
Processo e procedimento

Semana 04
Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri.

Semana 05
Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri (continuação)

Semana 06
Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais.

Semana 07
Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais
(Continuação)

Semana 08
Procedimento nos crimes contra a honra, nos crimes de responsabilidade de
funcionário público e nos crimes contra a propriedade intelectual.

Semana 09
Nulidades no processo penal

Semana 10
Teoria dos Recursos

Semana 11
Do Recurso em sentido estrito

Semana 12
Do Recurso de Apelação

Semana 13
Embargos infringentes e de nulidade.
Embargos de declaração.
Carta testemunhável.
Recurso extraordinário e recurso especial

Semana 14
Da ação de Revisão Criminal.

Semana 15
Do Habeas Corpus
Do Mandado de Segurança

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SEMANA 1
Comunicação dos Atos Processuais. CITAÇÃO e INTIMAÇÕES (e
NOTIFICAÇÕES)
Atos Processuais. Conceito. Atos das partes e atos do juiz. Atos de auxiliares e de
terceiros. Atos simples e complexos. Termo. Limites de lugar, tempo e forma. Prazos.
Contagem e espécies. Garantia de publicidade dos atos processuais. Comunicação dos
atos processuais.
Citação: Conceito. Citação e vinculação à instância. Citação e princípio da ampla
defesa. Notificação prévia e citação posterior. Formas de citação: Citação por
mandado, requisitos intrínsecos e extrínsecos; Citação por precatória; Citação do
militar; Citação do réu preso; Citação do funcionário público; efeitos da citação válida
e a revelia. Citação por edital: Cabimento; Prazos. Suspensão do processo e do prazo
prescricional.
Intimação. Conceito. Finalidade. Formas. Intimação de defensor dativo e do Ministério
Público. Expedição de precatória e intimação. Contagem e devolução de prazo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O aluno deverá ser capaz de:

• identificar as formas e distinção da comunicação dos atos processuais (citação,


intimação e notificação);
• distinguir os efeitos das formas de citação;
• compreender as formas de comunicação do atos processuais como forma de
garantia do contraditório e ampla defesa;
• identificar as formas de intimação das partes e do defensor

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
1 – OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Processo Penal. Editora Lúmen Iuris. Rio de Janeiro-
2008. Capítulo 13 – “Das Citações e Intimações”.
2 – TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Editora Saraiva. Rio de
Janeiro, 2007. Volume 3. Capítulo 39 – “DA CITAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E INTIMAÇÃO”.

CASO CONCRETO 1
O promotor de justiça denuncia Geraldo imputando-lhe o fato tipificado como
estelionato. A justa causa esta presente pelo inquérito policial. O juiz natural do fato
recebe a inicial e determina a formação da relação jurídica com a citação do
denunciado no endereço fornecido no I.P. O oficial de justiça ao comparecer no
endereço, toma ciência de que o denunciado reside em comarca diversa. Noticiado ao
juiz do feito, este determina nova citação, realizando os atos processuais cabíveis. Em
nova diligência, outro oficial de justiça certifica que compareceu no local e não
localizou o denunciado e que o mesmo estaria em local incerto e não sabido. Pergunta-
se:
A) Qual a espécie da primeira citação, indicando seus requisitos intrínsecos e
extrínsecos.
B) Indique qual a espécie da segunda citação.
C) Que espécie de citação deve ser realizada em razão do resultado da segunda
citação, e qual (ais) o (s) efeito (s) do não comparecimento do réu?

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CASO CONCRETO 2
Proposta ação penal onde se imputa a prática de crime de estupro a réu preso em
outra unidade da federação, o juiz natural, analisando a inicial, recebe a mesma e
determina a citação do denunciado para que compareça à audiência de interrogatório
designada para 30 dias após. A citação foi realizada considerando que o réu esta em
local incerto e não sabido e a súmula 351 STF. Na data marcada, o réu não comparece
e o juiz decreta a revelia, nomeando Defensor Público para defesa. O procedimento
utilizado encontra-se em compasso com o ordenamento jurídico atual? Faça um
relatório, enfocando a formação do processo.

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão
Sobre o tema CITAÇÃO e INTIMAÇÃO, marque a opção incorreta:
A) O processo terá completado sua formação quando realizada a citação válida;
B) A intimação é meio procedimental que noticia a existência de ato processual
realizado as partes, ou terceiros no processo penal;
C) O Defensor Público deve ser intimado através da imprensa.
D) O assistente de acusação será intimado pessoalmente da sentença condenatória.

2ª Questão
Sobre o tema CITAÇÃO e INTIMAÇÃO, marque a opção correta:
A) No rito sumaríssimo, não é cabível a citação por edital;
B) O código de processo penal não prevê a citação por precatória itinerante;
C) A citação por hora certa acarreta a suspensão do processo e da prescrição;
D) Se o acusado citado pessoalmente não apresentar resposta no prazo legal, o juiz
decretará a revelia, com julgamento antecipado.

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SEMANA 2
Atos Jurisdicionais Penais.
Despacho ordinatório ou de mero expediente. Espécies de decisões: Decisões
definitivas. Interlocutórias mistas, interlocutórias simples. Sentença: Conceito;
Sentença absolutória (própria e imprópria) e condenatória; Requisitos e
elementos; Efeitos; Publicação e intimação da sentença. Sentenças executáveis,
não executáveis e condicionais. Sentenças simples e sentenças subjetivamente
complexas. Correlação entre acusação e sentença. Emendatio libelli e mutatio
libelli pela ótica da Constituição e dos Tribunais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

• identificar os atos processuais emanados pelo juiz monocrático e pelo colegiado,


• compreender a natureza do ato judicial, principalmente a sentença e sua forma. A
relação do pedido com a tutela pedida,
• redigir um ato processual e saber que tipo de impugnação é cabível,
• analisar nos casos concretos qual o ato judicial objeto da questão,
• solucionar os casos concretos, aplicando os princípios pertinentes e a legislação
cabível

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 10. ed. Ver. Atual. e ampl. –
Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008. – Capítulo 14 – Dos Atos Processuais e dos Atos
Judiciais;
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Editora Saraiva. Rio de Janeiro,
2007. Volume 4. Capítulos 56 e 57 – “DA SENTENÇA I e II”.

CASO CONCRETO 1
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José. Segundo a acusação, o
réu praticou conjunção carnal com Maria, no dia em que a vítima comemorava
seu aniversário de doze anos. O órgão ministerial, após expor em detalhes os
fatos ocorridos, requereu a condenação do acusado pela prática do crime de
atentado violento ao pudor com violência presumida (art. 214, caput, do CP, c/c
art. 224, a, do CP). Após a instrução do feito, embora o denunciado tenha negado
a prática criminosa, ficou comprovado que o réu efetivamente introduziu seu
pênis na vagina da vítima, aproveitando-se de sua total ingenuidade. No momento
da sentença, convencido com base nas provas produzidas em juízo, o juiz decidiu
condenar o réu. Entretanto, alterou a capitulação constante na denúncia e, assim,
condenou o acusado pelo crime de estupro com violência presumida (art. 213,
caput, do CP, c/c art. 224, a, do CP). Inconformada, a defesa interpôs recurso de
apelação por violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e
da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da CF), alegando o seguinte: (1) a mudança
na capitulação no momento da sentença só é possível se a acusação alterar a
denúncia previamente; (2) mesmo que não houvesse alteração da denúncia, cabia
ao juiz, diante da possibilidade de mudança na capitulação, permitir que as partes
se manifestassem antes da prolação da sentença. Enfrente as teses sustentadas
de forma fundamentada.

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CASO CONCRETO 2
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José, imputando-lhe a prática
do crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302, caput,
da Lei 9503/97). Segundo a narrativa constante na denúncia, o acusado causou a
morte da vítima porque dirigiu seu veículo de forma imprudente. Entretanto, após
a instrução do feito, não obstante o acusado tenha afirmado que a própria vítima
causou a sua morte, ficou comprovado que o denunciado, na verdade, agiu com
negligência. No momento da sentença, o juiz condenou o réu, ressaltando,
contudo, que a sua conduta foi negligente, e não imprudente. A defesa interpôs
recurso de apelação, sustentando violação aos princípios do devido processo legal,
do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, da CF), pois foi
surpreendida com a fundamentação constante na sentença, já que procurou
comprovar, durante todo o processo, que o réu não atuou de forma imprudente,
conforme narrado pelo Ministério Público na peça de acusação. Enfrente a tese
sustentada de forma fundamentada.

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
É sabido que, diante do princípio da inocência (art. 5º, LVII, da CF), em regra, o
acusado deve responder ao processo em liberdade. Apenas excepcionalmente, é
possível que o magistrado decrete a prisão preventiva do réu, desde que estejam
presentes o fumus comissi delicti (art. 312, 2ª parte, do CPP) e o periculum
libertatis (art. 312, 1ª parte, do CPP). Assim, considerando o ato jurisdicional que
determina que o réu aguarde encarcerado o seu julgamento, é possível afirmar o
seguinte:

(a) trata-se de decisão interlocutória mista terminativa, já que se resolve uma


questão incidente que acarreta a extinção do processo;
(b) trata-se de despacho de mero expediente, o qual apenas provê a marcha
processual; (c) trata-se de verdadeira sentença, uma vez que o juiz
necessariamente reconhece a culpa do réu e, por isso, lhe decreta a prisão;
(d) trata-se de decisão interlocutória simples.

2ª Questão
Sobre as decisões judiciais, assinale a assertiva incorreta.
(A) As decisões interlocutórias são, em quaisquer hipóteses, irrecorríveis no direito
processual penal.
(B) A sentença penal condenatória deve, sob pena de nulificação, ser devidamente
fundamentada, com a exposição das razões de fato e de direito que conduziram o
magistrado àquela decisão.
(C) A decisão penal absolutória não fundamentada, apesar de falha, não poderá ser
anulada, já que favorável ao réu.
(D) As sentenças deverão conter a parte de identificação, o relatório, a
fundamentação, o dispositivo e a parte autenticativa.
(Questão nº 43 – Exame de Ordem RS 03/2007)

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SEMANA 3
Processo e procedimento
Diferença e conceituação: processo e procedimento. Procedimento e princípio do
devido processo legal. Procedimento comum e especial. Caracterização.
Procedimento comum ordinário. Instauração. Recebimento da inicial e
resposta do Réu. Suspensão do Processo. Absolvição sumária. A Audiência de
Instrução e Julgamento (A.I.J.); Excesso de prazo e o princípio da razoabilidade
da entrega jurisdicional (art. 5º, inciso LXXXVIII CRFB). Decisões incidentes.
Peculiaridades. Sentença.
Procedimento comum sumário. Instauração. Recebimento da inicial e resposta do
Réu. Suspensão do Processo. Absolvição sumária. A Audiência de Instrução e
Julgamento (A.I.J.); Excesso de prazo e o princípio da razoabilidade da entrega
jurisdicional (art. 5º, inciso LXXXVIII CRFB). Decisões incidentes. Peculiaridades.
Sentença.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

• identificar a cada infração penal, qual o procedimento que deverá ser utilizado.
• Compreender a razão e a diferença entre os procedimentos comum e especial;
ordinário, sumário e sumaríssimo.
• Redigir as peças processuais mais relevantes em cada procedimento.
• Analisar os casos concretos, verificando existência de nulidades.
• Solucionar os problemas que são apresentados sobre o tema de forma clara e
objetiva.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 10. ed. Ver. Atual. e ampl. –
Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008. – Capítulo 15 – “Dos Procedimentos”.

CASO CONCRETO 1
O promotor de justiça com atribuições na vara criminal da comarca X, em 02/09/2008
oferece denúncia imputando a Cleber a prática de tentativa de crime de furto simples.
O Juiz recebe a inicial e determina a citação do réu, que estava preso em razão do
flagrante delito, para apresentar resposta na forma da lei. Ultrapassado o prazo legal
sem apresentação de resposta, o juiz recebe, novamente, a inicial, decreta a revelia do
acusado na forma do art. 367 CPP e designa audiência de instrução e julgamento. Na
data aprazada, o juiz nomeia advogado dativo ao réu tendo em vista a ausência de
Defensor Público em atuação naquele momento, para efetivação de defesa. Ao final da
audiência o réu é condenado a pena de furto simples. Ciente da sentença, o réu pede
para ser patrocinado pela Defensoria Pública e esta, em apelação, arguí nulidade pela
ausência de resposta, nulidade pela decretação de revelia, nulidade pelo duplo
recebimento da inicial, nulidade pela ausência de proposta de suspensão de processo e
prescrição da pretensão punitiva retroativa considerando que o lapso temporal deve
ser da data do fato até o segundo recebimento.

Analisando o procedimento acima responda:

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1) Pelo crime imputado e os atos processuais realizados, indique o procedimento
aplicado?
2) Assiste razão a Defensoria Pública quanto às nulidades arguidas?

CASO CONCRETO 2
Tiago é preso em flagrante em 01/09/08 pela prática de roubo qualificado pelo
emprego de arma de fogo. Denunciado em 20/9/08, é citado e apresenta resposta.
Verificando que não é hipótese de absolvição sumária, o juiz designa audiência de
conciliação e julgamento para a data de 15/11/08. O Ministério Público, após ouvir
duas testemunhas, solicita o adiamento para a oitiva de mais três testemunhas que,
intimadas, não compareceram. Entendendo serem imprescindíveis, o Juiz designa nova
audiência para 18/12/08. Nesta data, o juiz adoece e é remarcada a audiência para o
dia 08/01/09, logo após o recesso forense. Na qualidade de advogado do réu, haveria
alguma medida e seus fundamentos, para restabelecer a liberdade do cliente?

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
Assinale a opção correta
A) O crime de infanticídio segue o procedimento comum ordinário em razão da pena de
de 6 anos;
B) O crime de homicídio culposo através de veículo automotor segue o procedimento
sumário;
C) O crime de calúnia segue o procedimento sumaríssimo;
D) O crime de Latrocínio segue o procedimento dos crimes dolosos contra a vida em
razão da morte.

2ª Questão No procedimento comum ordinário, marque a opção cabível para


decretação de absolvição sumária.
A) Alegação de ultrapassado 6 meses entre a data do fato e da queixa-crime;
B) Quando o réu alegar doença mental e negativa de autoria;
C) Quando o réu alegar prescrição da pretensão punitiva;
D) Num crime de furto, alegar que já devolveu a res furtiva ao dono.

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SEMANA 4
Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri.
A Competência Constitucional e na lei ordinária. Conflito entre competência do tribunal
do júri e foro por prerrogativa de função. Característica. Força atrativa. O sistema bi-
fásico ou escalonado. O Juízo de formação da culpa -1ª fase (judicium accusationis): A
petição inicial, seu recebimento e a resposta do Réu; A Audiência de Instrução e
Julgamento (A.I.J.); Prazo para conclusão do procedimento; As decisões de
encerramento da fase: Pronúncia. Natureza jurídica. Princípio da congruência.
Pronúncia e crimes conexos. Pronúncia e qualificadoras. Impronúncia. Natureza
jurídica. Requisitos. Impronúncia em crimes conexos. Despronúncia. Absolvição
sumária. Natureza jurídica. Fundamento. Requisitos. Absolvição sumária e crimes
conexos; Desclassificação. Desclassificação e crimes conexos..

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

• Compreender o desenvolvimento do judicium accusationis, ressaltando a intenção do


legislador com o advento da Lei 11689/08 bem como explicitar o cabimento de cada
uma das decisões judiciais finalizadoras do juízo de acusação

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:

1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora
Lúmen Júris, 2008
2º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São
Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2008

CASO CONCRETO 1

Sávio, juiz de direito estadual, e Fernando, senador da república, em festa íntima


realizada na suíte do hotel London Love, na presença da garota de programa de nome
Suzete, resolvem, de forma dolosa e em comunhão de desígnios, asfixiá-la, o que fez
Suzete perder os sentidos para em seguida, falecer. Considerando isto, responda:

a) Devem os dois ser julgados juntos? Qual o órgão competente?


b) O que aconteceria se, durante o processo criminal, Fernando renunciasse ao
mandato?

CASO CONCRETO 2

João, dirigindo o seu automóvel, acompanhado pela mulher Margarida, grávida de 6


meses, perde o controle do veículo em razão de derrapagem provocada pelo excesso
de velocidade em pista molhada eis que, no momento do acidente, caía uma chuva
fina. Em conseqüência, o carro vem a capotar e Margarida, embora não sofrendo
qualquer lesão corporal, aborta. João é então denunciado e está sendo processado
criminalmente pelo injusto de aborto, no Tribunal do Júri. Na qualidade de juiz
competente para o feito, como você decidiria ?

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QUESTÕES OBJETIVAS

1) Quanto às alterações na primeira fase do Procedimento do Júri, decorrentes da Lei


11689/08, é INCORRETO afirmar que:

a) Realização de AIJ durante o judicium accusationis,


b) Oferecimento de alegações finais orais;
c) Citação do Réu para oferecimento de Defesa Preliminar;
d) Desnecessariedade de aditamento da denúncia em caso de alteração da definição
jurídica do fato – Vide artigo 411, § 3º, CPP

2) Rodolfo foi denunciado por suposta infração à norma tipificada no artigo 121, parágrafo
2º, IV, pois o mesmo teria atirado em sua namorada Carla, enquanto esta dormia. Durante
o juízo de acusação, o réu se submeteu a exame de insanidade mental e ficou constatado
que, no momento do crime, era parcialmente incapaz de discernir sobre os seus atos.
Com isto, a defesa, em alegações finais orais, requer, tão-somente, a declaração de sua
semi - imputabilidade. Sendo você o juiz competente para o feito, o que faria ? Marque a
alternativa correta.

a) Impronunciaria o réu em virtude da ausência de justa causa;


b) Absolveria sumariamente por analogia ao artigo 415, IV, CPP;
c) Pronunciaria o acusado , caso exista prova da materialidade e indícios de
autoria; - Segundo Guilherme Nucci, se o réu é considerado perturbado (art.
26, parágrafo único, CP), ele deve ser pronunciado pois, in casu, o réu é
culpável merecendo apenas, se for condenado, a uma diminuição de pena.
d) Desclassificaria para homicídio culposo, declinando de sua competência.

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SEMANA 5
Procedimento por crime da competência do Tribunal do júri (continuação)
O Juízo da causa (judicium causae) - 2ª fase: A fase da preparação para o Plenário
plenário: Preparação do plenário. Alistamento, Desaforamento, convocação e sorteio
dos jurados.; Do Julgamento. Instalação da sessão, desenvolvimento, produção de
prova e debates. Dissolução anormal do Conselho de Jurados. A Instrução em Plenário.
Dos Debates. Questionário e Votação: Regras; Fontes. Estrutura. Votação, inclusive
nas hipóteses de desclassificação e de infrações conexas. Sentença. Peculiaridades.
Interposição de recurso. As atribuições do Juiz Presidente do Tribunal do Júri.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Dando continuidade ao tema iniciado na semana 4, o aluno deverá ter contato com a
fase de preparação para o plenário, sabendo como se constitui o tribunal do júri, quem
pode ser jurado, seus impedimento, e o procedimento a ser adotado no julgamento em
plenário, principalmente conhecer a forma de julgar mediante a quesitação e votação.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora
Lúmen Júris, 2008
2º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São
Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2008

CASO CONCRETO 1
Na comarca X, o Ministério Público denuncia Elvira pela prática de homicídio
qualificado, tendo como vítima Valéria. O caso gerou grande repercussão perante a
sociedade, sendo noticiado na imprensa. Pronunciada no art. 121, §2º, incisos I e IV,
do CP, as partes são intimadas pelo juiz presidente para fins do art. 422 CPP.
O promotor de justiça, verificando que a acusada é pessoa de grande influência
na cidade, pois filha de pessoas com poder econômico e político, que estavam gerando
grande pressão na população, inclusive com abaixo-assinado em favor da acusada e,
também, sob o argumento do abalo que a sociedade sofreu com o fato, com receio de
comprometer a imparcialidade dos jurados, requer o desaforamento do julgamento,
para que este se realizasse na comarca da capital. O Juiz presidente recebe o pedido e
remete, imediatamente, ao Tribunal de Justiça do estado. Pelos fatos acima narrados,
considerando os argumentos usados e o procedimento legal, o desaforamento deve ser
deferido?

CASO CONCRETO 2
Luciano foi denunciado por ter, no dia 5 de junho de 2006, por volta das 00 h 30 min,
em frente à Igreja São Judas Tadeu, no bairro Moema, São Paulo – SP, desferido, com
intenção de matar, disparos de arma de fogo contra Eduardo, os quais, por sua
natureza e sede, foram a causa eficiente da morte deste, razão pela qual Luciano
estaria incurso nas penas do art. 121, caput, do Código Penal (CP). Após regular
trâmite, sobreveio a decisão de pronúncia, determinando que Luciano fosse submetido
a júri popular, segundo a capitulação da denúncia. No dia do julgamento, terminada a
inquirição das testemunhas, o promotor de justiça deu início à produção da acusação.

15
Durante sua explanação perante o conselho de sentença, com o fito de influenciar o
ânimo dos julgadores quanto à conduta pretérita de Luciano, o promotor mostrou aos
jurados, sem a concordância da defesa, documentos relativos a outro processo, no
qual o réu Luciano era acusado de crime de homicídio qualificado praticado em
2/5/2005. Salientou, ainda, o órgão ministerial que os jurados deveriam “pensar o que
quisessem” acerca da recusa, pela defesa, da produção da nova prova. Finda a
acusação, foi dada a palavra ao defensor, que pediu ao magistrado o registro, em ata,
de que o promotor de justiça havia mostrado aos jurados documentos relativos a outro
processo a que respondia o réu, a despeito da discordância da defesa. O pleito
defensivo foi deferido. Ademais, tratou a defesa das questões de mérito, bem como
advertiu os jurados acerca da primariedade do réu. Por fim, Luciano foi condenado,
pelo Tribunal do Júri de São Paulo/SP, como incurso no art. 121, caput, do CP, à pena
de 7 anos de reclusão, que deveria ser cumprida em regime inicialmente fechado.
(questão nº 1, 135º exame Ordem São Paulo – prova prático-profissional).

Considerando a situação hipotética descrita, descreva, na condição de


advogado(a) contratado(a) por Luciano, a peça processual — diversa de habeas corpus
— que deve ser apresentada no processo, com seus devidos fundamentos. (pergunta
adaptada pelo professor).

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
Sobre procedimento dos crimes dolosos contra a vida, na fase do plenário, marque a
opção correta.
A) O processo de fixação da pena cabe ao conselho de sentença;
B) Ocorrendo absolvição quanto ao crime doloso contra a vida, caberá ao juiz
presidente julgar o crime conexo;
C) Desclassificado o infanticídio para outro doloso contra a vida, caberá ao juiz
presidente julgá-lo;
D) Ao prolatar a sentença, o julgador pode reconhecer circunstância agravante ou
atenuante apesar de não constar da decisão de pronúncia.

2ª Questão
Sobre os jurados no tribunal do júri, marque a opção incorreta.
A) Para composição do tribunal do júri será necessário 26 jurados;
B) Para a instalação do tribunal do júri se faz necessário, no mínimo, 15 jurados;
C) Para a constituição do conselho de sentença se faz necessário 7 jurados;
D) As partes podem recusar, imotivadamente, até 3 jurados.

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SEMANA 6
Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais.
Princípios informadores. Conceito de infração de menor potencial ofensivo. O termo
circunstanciado. Competência (Procedimento a ser adotado no juízo comum, como
decorrência do deslocamento de competência - art. 66, parágrafo único, e art. 77, §
2º, da Lei nº 9.099/95). Incidência da Lei em outros crimes (Estatuto do idoso;
Crimes contra o meio ambiente; Lei de combate ao tráfico ilícito de entorpecente).
Conciliação civil: cabimento. As causas despenalizadoras aplicadas na fase preliminar
e seu cumprimento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
O aluno deverá ser capaz de conhecer os critérios de aplicação da lei. Entender o
objetivo filosófico e os fundamentos legais da participação efetiva da vítima no
procedimento. Compreender a aplicação das causas despenalizadoras. Identificar a
competência.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora
Lúmen Júris, 2008
2º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São
Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2008
3º) GRINOVER, Ada Pellegrini . . . (ET. AL.) – Juizados especiais criminais:
comentáriosà Lei 9.099/95 . 5ª Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2005.

CASO CONCRETO 1
Em audiência de conciliação, Brigite, vitima de lesões corporais leves, não comparece
enquanto o autor do fato comparece e, perante o juiz leigo, apresenta proposta de
pagamento dos danos materiais da vítima, considerando os recibos acostados aos
autos pela credora. Remetido os autos do processo ao Juiz de direito, deve o mesmo
homologar a proposta?. Analise a questão sob o enfoque da contumácia da vítima.

CASO CONCRETO 2
Após apresentação de proposta de transação penal aceita pelo autor do fato e seu
advogado, o juiz de direito homologa a mesma. No primeiro mês dos seis acordados, o
autor do fato cumpre a determinação de prestação de serviço de ajuda em
estabelecimento público. A partir do segundo mês, não mais comparece. Ciente, o
Ministério Público peticiona ao juiz da execução requerendo a conversão da pena
acordada em privativa de liberdade. É possível o acolhimento do pleito?

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão Assinale a alternativa correta.
Pelo conceito de infrações de menor potencial ofensivo descrita no art. 61 da Lei
9.099/95, não são consideradas, para fins de competência do JeCrim, a seguinte
infração:
A) Art. 304 da Lei 9.503/97 (código de trânsito);

17
B) Art. 28 da lei 11.343/06 (Lei de drogas);
C) Art. 35 da lei 9.605/98 (Meio ambiente);
D) Art. 21 da lei 5.250/67 (lei imprensa).

2ª Questão
Em relação ao procedimento sumaríssimo, marque a opção incorreta sobre
competência.
A) A remessa dos autos ao juízo comum, na hipótese do art. 66, parágrafo único da Lei
9.099/95, após realizado a citação, devolve-se a competência do JeCrim;
B) A complexidade da causa poderá acarretar sua devolução para juízo comum;
C) A proposição de exceção da verdade poderá acarretar o afastamento da
competência do JeCrim;
D) O crime de calúnia praticado em presença de várias pessoas não será processado e
julgado pelo JeCrim.

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SEMANA 7
Procedimento na Lei nº 9.099/1995 - Juizados Especiais Criminais
(Continuação) .Oferecimento de denúncia. Questões controvertidas. Procedimento
sumaríssimo. Tentativa de transação penal. Resposta do autor do fato. Recebimento
da denúncia ou queixa. Audiência de Instrução de Julgamento. Recursos. Questões
controvertidas. Descumprimento de transação homologada. Questões controvertidas.
Suspensão condicional do processo: Natureza jurídica; Sujeito ativo e momento da
proposta; Aceitação ou recusa e assistência por advogado; Prorrogação do prazo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Neste segundo momento de estudo da lei 9.099/95, o aluno deverá conhecer a fase do
julgamento e os atos componentes do procedimento. A incial, a citação, a resposta, o
recebimento e a audiência de instrução e julgamento. Os recursos cabíveis e a
suspensão condicional do processo

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
1º) OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de; “Curso de Processo Penal”, 10ª Edição, RJ, Editora
Lúmen Júris, 2008
2º) NUCCI, Guilherme de Souza; Tribunal do Júri/Guilherme de Souza Nucci. – São
Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2008
3º) GRINOVER, Ada Pellegrini . . . (ET. AL.) – Juizados especiais criminais:
comentáriosà Lei 9.099/95 . 5ª Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2005.

CASO CONCRETO 1

Antonio e João cometem, em concurso, infração de menor potencial ofensivo de


iniciativa pública incondicionada. Em audiência de transação penal, Antonio celebra
acordo que é devidamente homologado. João não aceita a proposta e é denunciado,
sendo ao final condenado a pena privativa de liberdade convertida em restritiva de
direito. Inconformado, recorre da decisão requerendo apresentação das razões após
juízo de admissibilidade recursal. Em razões argüiu falta de justa causa para
oferecimento da ação penal, ausência de prova convincente para condenação e
conseqüente prescrição da pretensão punitiva. O recurso é provido por unanimidade.
PERGUNTA-SE:
A) Gera nulidade a apresentação das razões recursais após a petição de interposição
do recurso?
B) Sendo provido o recurso pelas razões apresentadas no caso, é possível a decisão se
estender a Antonio?

CASO CONCRETO 2
Em denúncia pela prática de crime de lesões corporais leves, que teve como base da
materialidade o boletim de atendimento médico da vítima e o termo circunstanciado, a
acusada é citada e apresenta resposta através de seu advogado constituído, recebendo
o juiz a inicial após esta fase. Como a acusada residia em outro estado da federação, o
juiz expediu carta precatória para que a mesma fosse interrogada. Cumprido a
precatória, designou audiência de instrução e julgamento que teve a participação de
advogado dativo, ante a ausência da defesa, apesar de devidamente intimada. Ao
final, o juiz condena a acusada considerando as provas testemunhais sobre a
materialidade e autoria. Intimada da sentença, a acusada interpõe recurso, argüindo

19
nulidade do procedimento a partir do recebimento da inicial, face a nulidade do
interrogatório, a ausência de corpo de delito como determina o art. 158 CPP. Em
analise ao caso responda:
A) Ocorreu nulidade do ato de interrogatório?
B) No caso, a ausência de corpo de delito gera nulidade da decisão?

QUESTÕES OBJETIVAS

1ª Questão
Sobre as causas despenalizantes aplicadas no procedimento sumaríssimo, marque a
opção correta:
A) É cabível a transação penal nas ações exclusivamente privadas.
B) Após homologado acordo civil em crime de ameaça, passa-se para a fase seguinte
da transação penal;
C) A ocorrência da composição civil em crime de ação pública condicionada a
representação, impede a transação penal;
D) A legitimidade para oferecer proposta de transação penal é do Ministério Público.

2ª Questão
Quanto ao tema RECURSO na lei 9.099/95, marque a opção incorreta.
A) As turmas recursais não são órgãos de 2º grau dos Tribunais de Justiças estaduais;
B) Cabe recurso em sentido estrito da rejeição da queixa-crime.
C) Cabe Recurso extraordinário das decisões proferidas pelas turmas recursais.
D) As turmas recursais tem competência para julgar as ações constitucionais de
hábeas corpus e mandado de segurança.

SEMANA 8
Procedimento nos crimes contra a honra, nos crimes de responsabilidade de
funcionário público e nos crimes contra a propriedade intelectual.

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Adoção ou não do procedimento da Lei nº 9.099/95. Procedimento nos crimes contra a
honra. Natureza jurídica da audiência de reconciliação. Natureza jurídica da exceção da
verdade. O art. 85, CPP, e a exceção da verdade. Procedimento nos crime de
responsabilidade. A justa causa para a ação penal e o art. 513, CPP. O art.514 do CPP
e a ação penal alicerçada em inquérito policial ou processo administrativo submetido a
contraditório. Natureza jurídica da notificação prévia e da decisão referida no art. 516,
CPP. Procedimento nos crimes contra a propriedade intelectual. Condição especial de
procedibilidade. Prazo para o exercício da queixa. Discussão acerca da competência do
juízo em face da Lei nº 10.259/2001. Questões controvertidas pertinentes aos
procedimentos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ( INDICAR O QUE O ALUNO DEVERÁ SER CAPAZ DE FAZER/SABER/COMPREENDER...... AO


FINAL DAQUELA AULA; )

O aluno deverá ser capaz de:

• identificar quais os procedimentos a serem utilizados nos crimes contra a honra,


praticados por funcionário público, e contra a propriedade imaterial,
• compreender os atos processuais que compõe cada procedimento,
• analisar os atos e verificar possíveis nulidades
• solucionar as nulidades através dos meios impugnativos.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
Manual de processo penal e execução penal – Guilherme de Souza Nucci (pág
656/658); Curso de Processo Penal – Marcellus Polastri ( pág 69/71);
Curso de Processo Penal – Eugênio Pacelli (pág 598/600)
Manual de Processo Penal – Guilherme Nucci (págs 659 e 650) e Curso de Processo
Penal, VIII ( págs 73 e74).

CASO CONCRETO 1
FULANO, funcionário público, valendo-se de tal condição, subtrai do órgão em que atua
um computador e posteriormente uma impressora.
Denunciado, o juiz recebe a inicial e determina a citação do acusado para responder a
ação penal. Diante do caso hipotético, responda:
A) Qual o procedimento a ser adotado no caso em tela?
B) Agiu corretamente o magistrado?
C) E se antes da propositura da ação penal FULANO não ostentasse mais a qualidade
de funcionário público? Haveria alguma relevância processual?

CASO CONCRETO 2
FULANO está sendo processado por crime de calúnia praticado na presença de várias
pessoas (artigo 138 c/c 141 III, ambos do CP).
O querelante, regularmente intimado para audiência de conciliação (artigo 519 CPP),
não comparece de forma injustificada. Pergunta-se:
A) Qual a conseqüência da ausência injustificada do querelante?
B) E se a ausência fosse do querelado?
QUESTÕES OBJETIVAS

21
1ª Questão - (OAB/RJ 28º EXAME DE ORDEM – 1ª FASE – 23ª questão)
Sobre os crimes contra a honra, é correto afirmar:
A) A retratação é causa excludente da culpabilidade
B) O funcionário público que se sinta ofendido por outrem em sua honra tem
legitimidade concorrente para representar ao Ministério Público ou deflagrar, ele
mesmo, a ação penal privada (queixa crime)
C) A ação penal privada subsidiária da pública está sujeita à perempção
D) Nenhuma das resposta acima está correta.

2ª Questão - Sobre os crimes contra a propriedade intelectual, assinale a opção


incorreta:
A) nos crimes contra a propriedade imaterial de ação penal de iniciativa privada o
exercício do direito de queixa será precedido da medida cautelar de busca, apreensão
e perícia dos objetos que constituam o corpo de delito
B) o exame de corpo de delito constitui verdadeira condição de procedibilidade
C) nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida a queixa com
fundamento em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 15 dias, após a
homologação do laudo
D) quando encerradas todas as diligências pertinentes, os autos deverão ser conclusos
ao juiz para homologação do laudo

SEMANA 9
Nulidades no processo penal

22
Invalidade e ineficácia dos atos processuais. Formas e atipicidades dos atos
processuais. Atos inexistentes, atos nulos e atos irregulares (anuláveis). Sistema das
invalidades. Princípios e disposições gerais: da tipicidade das formas (mitigado no
CPP); do prejuízo; da causalidade; do interesse; da convalidação. Regras especiais
(arts. 568, 569 e 570, CPP). Nulidade absoluta e relativa: violação de norma de
interesse público (absoluta); de norma cogente de interesse da parte (relativa); de
norma dispositiva de interesse da parte (anulabilidade). Análise das hipóteses
elencadas no art. 564, CPP. Súmulas do STF e STJ pertinentes. Momentos e meios
para decretação da nulidade

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de:

• compreender o sistema de nulidades do código de processo penal e os princípios


informadores, identificando-os. Os vícios e os momentos adequados para sua
arguição.
• Analisar os casos concretos, sabendo como se apresenta o princípio do prejuízo e
como deve ser questionado perante o judiciário.
• Conhecer a postura do STF e do STJ sobre o tema.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
LIMA, Marcellus Polastri, Curso de Processo Penal, vol. III, Rio de Janeiro:Lumen Juris.
2006(págs. 177/227).
LIMA, Marcellus Polastri, Manual de Processo Penal, Rio de Janeiro:Lumen Juris,
2007(págs. 753/793).
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, vol. 3. São Paulo:Saraiva,
págs.108/170;

CASO CONCRETO 1
Belmiro respondia a procedimento disciplinar administrativo por ter, como funcionário
público, fraudado licitação. Concomitantemente, o Ministério Público Estadual, através
da 1º Promotoria de Investigação Penal, iniciou investigação para apurar crime em
tese. O advogado de Belmiro interpôs Mandado de Segurança, através do qual, além
de pedir a realização de diligência que tinha sido indeferida no inquérito administrativo,
pediu o trancamento da investigação criminal sob a alegação de que o Ministério
Público não poderia investigar. O Juiz da Vara de Fazenda Pública, concedendo a
segurança, deferiu a realização da diligência e determinou o trancamento da
investigação criminal. O promotor da Vara de Fazenda Pública, ao tomar ciência da
sentença, não recorreu, tendo a mesma transitado em julgado.O promotor de
investigação penal foi notificado da determinação de trancamento da investigação.
Analise a hipótese e aponte eventual solução jurídica.

CASO CONCRETO 2
Determinado Juiz, ao assumir uma nova Comarca, examinando o acervo cartorário se
depara com um processo cuja citação era absolutamente imprestável, já que não
continha ao menos o endereço do acusado. Observe-se, porém, que o processo já
estava findo, com trânsito em julgado, tendo sido o agente condenado. Pergunta-se:
1. O juiz pode tomar alguma medida de ofício? Porque? 2. E o réu condenado, poderá

23
tomar alguma medida? Porque e de que forma? 3. Aproveitando o enunciado acima,
pergunta-se: E se o acusado tivesse sido absolvido, qual a medida cabível?

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
Sobre nulidades, assinale a assertiva correta.
(A) A demonstração do prejuízo sofrido é fundamental para a anulação do ato judicial,
quer se trate de nulidade absoluta ou relativa.
(B) A instrumentalidade das formas deve ser observada na avaliação da anulação por
nulidade relativa.
(C) A argüição das nulidades absolutas precluirá após a prolação da sentença.
(D) As omissões da denúncia poderão ser sanadas a qualquer tempo antes da
sentença, desde que não prejudiquem o exercício da defesa, caso em que haverá
nulidade relativa.
(Questão nº 43 – Exame de Ordem – RS – 03/2007)

2ª Questão
Quanto às nulidades no processo penal, assinale a opção correta.
A) Há nulidade absoluta se houver violação a direito ou garantia processual penal
fundamental, ainda que não prevista na legislação processual ordinária.
B) As hipóteses de nulidade são apenas as previstas em lei, em decorrência do
princípio processual-penal da legalidade.
C) A regra do prejuízo é aplicável em qualquer hipótese de nulidade.
D) Toda nulidade, em tese, pode ser convalidada.
(Questão nº 55 – 134º Exame de Ordem – SP – 1ª fase – 27/01/2008)

SEMANA 10
Teoria dos Recursos

24
Fundamento Constitucional do recurso. O princípio do duplo grau de jurisdição. O
pacto de São José da Costa Rica. Conceito. Fontes normativas. Princípios e regras.
Pressupostos subjetivos e objetivos. Efeitos dos recursos. Tantum devolutum quantum
appellatum no processo penal. Recurso amplo e recurso limitado. Reformatio in pejus
e in mellius. Posicionamento do STF e STJ. Juízo de admissibilidade. Duplo grau de
jurisdição obrigatório e facultativo. Extinção anormal dos recursos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Neste momento, o aluno já conheceu os atos processuais que compõem os
procedimentos, as decisões judiciais e agora necessita conhecer os instrumentos de
impugnação. Na teoria dos recursos, o aluno compreenderá que existem
pressupostos a serem observados, prazo, e forma determinada. Deverá aprender a
utilizar os instrumentos corretos para impugnação das decisões judiciais.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli, Curso de Processo Penal, RJ: Editora Lumen Júris
10ª Edição – 2008 – Capítulo 17, item 17.1 – Teoria dos Recursos;
NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado: SP: Editora
Revista dos Tribunais, 3ª. Edição ver., atual. e ampl. - 2007. Capítulo XXII –
Recursos.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal /Fernando da Costa Tourinho
Filho – Editora: Saraiva, Vol. 4, 29ª edição, Rio de Janeiro, 2007. Capítulo 59 –
Dos Recursos.

CASO CONCRETO 1
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José, imputando-lhe a prática do
crime previsto no art. 155, caput, do CP. A denúncia foi recebida pelo juiz da 16ª Vara
Criminal da Comarca da Capital – RJ, o qual, após a regular instrução do feito, proferiu
a sentença condenando o acusado pela prática do furto simples, fixando a pena em um
ano de reclusão e dez dias-multa, no valor mínimo unitário. As partes foram intimadas
do teor da sentença. O Parquet não interpôs recurso, mas a defesa, inconformada,
interpôs o recurso de apelação, com base no art. 82 da Lei 9099/95, nove dias após a
sua intimação. O magistrado, percebendo que foi interposto o recurso inadequado,
aplicou o princípio da fungibilidade recursal, recebeu o recurso e consignou que seria
aplicado o procedimento relativo ao recurso correto, que é previsto no art. 593, I, do
CPP. Indaga-se: (1) o juiz agiu de forma correta ? (2) de que forma a jurisprudência
do Supremo Tribunal Federal vem aplicando o princípio da fungibilidade recursal ?

CASO CONCRETO 2
O Ministério Público ofereceu denúncia em face de José, pela prática do crime previsto
no art. 171, caput, do CP. Após a regular instrução do feito, o Parquet, em suas
alegações finais, requereu a absolvição do réu, afirmando que restou comprovada a
inexistência do fato imputado ao denunciado. A defesa, em suas alegações finais,
acompanhou a tese ministerial. O magistrado proferiu sentença absolutória, com base
no art. 386, VII, do CPP, com a redação dada pela Lei 11690/08, destacando que o
conjunto probatório deixa dúvida quanto à prática da conduta descrita na denúncia por
parte do acusado. Indaga-se: (1) no caso concreto apresentado, a defesa pode
interpor recurso de apelação contra a sentença absolutória ? (2) o Ministério Público
pode interpor recurso contra a sentença absolutória buscando melhorar a situação do
denunciado?

25
QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
Sobre os efeitos dos recursos na esfera processual penal, considere as assertivas
abaixo.
I - Em regra, é o recorrente quem delimita a extensão da devolução da questão ao
juízo ad quem.
II - O efeito suspensivo de um recurso suspenderá os efeitos da decisão impugnada
enquanto não for decidida a matéria pelo órgão ad quem.
III - No caso de concurso de agentes, a decisão favorável ao réu recorrente poderá
aproveitar ao co-réu.
Quais são corretas?
(A) Apenas I
(B) Apenas II
(C) Apenas II e III
(D) I, II e III
(Questão nº 41 - Exame da Ordem RS. 03/2007)

2ª Questão
Assinale a opção correta acerca do recurso de apelação.
A) O regular processamento de recurso de apelação do condenado depende do seu
recolhimento à prisão.
B) O Código de Processo Penal (CPP) não permite que o apelante recorra de apenas
uma parte da sentença, como, por exemplo, do regime de cumprimento da pena, visto
que a apelação deve ser interposta em relação a todo o julgado.
C) O acesso à instância recursal superior consubstancia direito que se encontra
incorporado ao sistema pátrio de direitos e garantias fundamentais.
D) A apelação da sentença absolutória impedirá que o réu seja posto imediatamente
em liberdade.
(Questão nº 60 – 135º Exame de Ordem – São Paulo – 1ª fase – 18/05/08)

SEMANA 11

26
Do Recurso em sentido estrito
Procedimento recursal. Recurso em sentido estrito. Significado da expressão e
natureza do rol do art. 581, CPP. Exames das hipóteses de cabimento do recurso em
sentido estrito no CPP e na legislação extravagante. Processamento do recurso.
Prazos. Juízo de retratação. Efeitos. O recurso em sentido estrito e o assistente da
acusação. O princípio da unirrecorribilidade. As decisões do juízo da execução (lei
7.210/84 e o recurso de agravo, art. 197).

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli, Curso de Processo Penal, RJ: Editora Lumen Júris
10ª Edição – 2008;
RANGEL, Paulo, Direito Processual Penal, RJ: Editora Lumen Júris 14ª. Edição –
2008;
NUCCI, Guilherme de Souza, Código de Processo Penal Comentado: SP: Editora
Revista dos Tribunais, 5ª. Edição - 2006.

CASO CONCRETO 1
Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art.121,
caput do Código Penal, sendo certo que ao final do iudicium accusationis, o juiz
proferiu a decisão de pronúncia, na forma do art.413 do Código de Processo Penal, o
que ensejou recurso em sentido estrito da defesa, com fulcro no art.581, IV do citado
diploma processual, não contra-razoado pela parte adversa. Todavia, a ilustre
autoridade judiciária, ao ingressar no juízo de retratação, na forma do caput do
art.589 do CPP, resolveu reformar sua decisão para impronunciar o réu, conforme
previsto no art.413 da lei adjetiva penal, notadamente porque as razões recursais
demonstraram a ausência de indícios suficientes de autoria. Intimado da nova decisão,
do douto representante do parquet, por simples petição, resolveu recorrer, na forma
do parágrafo único do art.589 do CPP. O novo recurso do Ministério Público merece
prosperar? Justifique a resposta.

CASO CONCRETO 2
Oferecida a denúncia pelo promotor de justiça em face de Pedro Miau, por suposta
prática do crime previsto no art.165 do Código Penal, o juiz, após a análise da defesa
apresentada, resolveu não receber a ação penal, o que ensejou a imediata interposição
do recurso em sentido estrito pela acusação, com fulcro no art.581, I do CPP. Na
qualidade de autoridade judiciária que irá apreciar o juízo de admissibilidade do
recurso interposto, qual a decisão a ser proferida? Resposta Justificada.

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
Da decisão que indefere pedido de unificação de penas proferida pelo Juízo da
Execução Criminal caberá
A) recurso de apelação.
B) agravo em execução.
C) recurso em sentido estrito.
D) agravo de instrumento.
(Questão nº 47 - Exame da Ordem RS. 03/2007)
2ª Questão
Assinale a alternativa correta, justificando e indicando os dispositivos legais aplicáveis:

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A) o recurso em sentido estrito não admite, em nenhuma hipótese, o prazo recursal
acima de 05(cinco) dias;
B) contra a decisão do juiz que absolve sumariamente o acusado, na forma do art.415
do CPP, caberá recurso em sentido estrito, na forma do art.581, VI da lei adjetiva
penal;
C) é possível o juízo de retratação no recurso em sentido estrito;
D) quando o recurso em sentido estrito for recebido com efeito suspensivo, na forma
do art.584 do CPP, a peça recursal terá o seu curso paralisado.

SEMANA 12

28
Do Recurso de Apelação
Cabimento: Da Sentença absolutória e condenatória do juízo singular; Das decisões
definitivas strictu sensu e decisões com força de definitiva (ou interlocutória mista,
não impugnável mediante recurso em sentido estrito); apelação das decisões do
Tribunal do Júri. Regularidade procedimental: Pressupostos recursais objetivos e
subjetivos. Trâmite do julgamento no tribunal. Extinção anormal da apelação:
deserção, Art. 595 (e sua incompatibilidade com o parágrafo único do art. 387); Art.
601, §1º; Art. 806, § 2º (ação privada). O prequestionamento no recurso de apelação
como pressuposto para interposição do recurso extraordinário.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
O aluno deverá ser capaz de: Identificando a natureza da decisão a ser impugnada,
interpor o recurso de apelação. Identificar os pressupostos objetivos e subjetivos para
interposição da apelação. Dominar os prazos e trabalhar os efeitos do recurso.
Aprender a enfocar a questão federal no recurso de apelação como
prequestionamento. Utilizar as terminologias adequada (conhecimento, provimento,
apelante, apelado, juízo a quo, ad quem,)

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de – Curso de Processo Penal / Eugênio Pacelli de Oliveira –
Rio de Janeiro : Lumem Iuris, 2008, capítulo 17, Dos Recursos.
TOURINHO, Fernando da Costa – Processo Penal, Vol. 4 – editora: Saraviva – Rio de
Janeiro, 2007 – Capítulo 59 “DOS RECURSOS”

CASO CONCRETO 1
Em 11/1/2008, Celso foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no art. 213
do Código Penal. Regularmente processado, foi condenado a 6 anos de reclusão, em
regime inicialmente fechado. Somente a defesa recorreu da decisão e, logo após a
interposição do recurso, Celso fugiu da prisão.
Considerando essa situação hipotética, redija um texto dissertativo acerca da situação
processual de Celso, indicando, com a devida fundamentação legal e com base nos
princípios constitucionais:
1) O recurso interposto pela defesa;
2) A possibilidade de conhecimento e de julgamento do recurso interposto em face
da fuga de Celso.
3) Aproveitando o caso concreto, desenvolva uma questão que caracterize um
prequestionamento para eventual recurso extraordinário.

(QUESTÃO Nº 3, EXAME DE ORDEM – CADERNO DE PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL E DE TEXTOS DEFINITIVOS –


2008.1) – A PERGUNTA Nº 3 FOI INCLUÍDA PELO PROFESSOR.

CASO CONCRETO 2
Lauro foi denunciado e, posteriormente, pronunciado pela prática dos crimes previstos
no art. 121, § 2.º, incisos II e IV, em concurso material com o art. 211, todos do
Código Penal Brasileiro (CPB). Em 24/6/2008, Lauro foi regularmente submetido a
julgamento perante o tribunal do júri. A tese de negativa de autoria não foi acolhida
pelo conselho de sentença e Lauro foi condenado pelos dois crimes, tendo o juiz fixado
a pena em 16 anos pelo homicídio qualificado e, em 3 anos, pela ocultação de cadáver.
O Ministério Público não recorreu da decisão. A defesa ficou inconformada com o

29
resultado do julgamento, por entender que havia prova da inocência do réu em relação
aos dois crimes e que a pena imposta foi injusta.
Considerando a situação hipotética apresentada, indique, com os devidos fundamentos
jurídicos:
1) o recurso cabível à defesa de Lauro;
2) a providência jurídica cabível na hipótese de o juiz denegar o recurso.
3) Sendo conhecido e negado provimento ao recurso por maioria, haveria outra forma
da defesa buscar a reforma da condenação?
(Questão nº 2 EXAME DE ORDEM – CADERNO DE PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL E DE TEXTOS DEFINITIVOS –
2008.1) – A PERGUNTA Nº 3 FOI INCLUÍDA PELO PROFESSOR.

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª QUESTÃO
Assinale a opção correta acerca do recurso de apelação.
A) O regular processamento de recurso de apelação do condenado depende do seu
recolhimento à prisão.
B) O Código de Processo Penal (CPP) não permite que o apelante recorra de apenas
uma parte da sentença, como, por exemplo, do regime de cumprimento da pena, visto
que a apelação deve ser interposta em relação a todo o julgado.
C) O acesso à instância recursal superior consubstancia direito que se encontra
incorporado ao sistema pátrio de direitos e garantias fundamentais.
D) A apelação da sentença absolutória impedirá que o réu seja posto imediatamente
em liberdade.

2ª QUESTÃO
Assinale a opção incorreta a respeito do recurso de Apelação no processo penal:
A) É cabível para impuganar a decisão de impronúncia, o recurso de apelação;
B) É possível haver deserção da Apelação por fuga do réu-apelante segundo doutrina e
jurisprudência dominante;
C) Aplica-se ao recurso exclusivo do réu o princípio da non reformatio in pejus;
D) A apelação das decisões do tribunal do júri é chamada de “recurso clausulado ou de
fundamentação vinculada”.

SEMANA 13
Embargos infringente e de nulidade. Conceito. Cabimento. Legitimidade. Efeitos.
Competência. Prazo.
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Embargo de declaração. Conceito. Cabimento. Efeito. Prazo. Meio de pré-
questionamento. Petição de declaração. Competência
Carta testemunhável. Conceito. Cabimento nas 1ª e 2ª Instâncias. Conhecimento do
mérito.
Correição parcial: Conceito. Cabimento. Pressuposto. Prazo. Efeito.
Recurso Extraordinário e Especial. Conceito. Cabimento. Procedimento.
Prequestionamento. Prazo. Efeitos.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

O aluno deverá ser capaz de analisar os casos concretos, identificando qual a decisão a
ser impugnada e qual o recurso cabível. Ter o controle dos prazos e dos pressupostos
objetivos e subjetivos para interposição. Conhecer os órgão julgadores e o
procedimento a ser adotado.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de – Curso de Processo Penal / Eugênio Pacelli de Oliveira –
Rio de Janeiro : Lumem Iuris, 2008, capítulo 17, Dos Recursos.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa – Processo Penal, Vol. 4 – editora: Saraviva –
Rio de Janeiro, 2007 – Capítulo 59 “DOS RECURSOS”

CASO CONCRETO 1
Alberto foi condenado a 16 anos pela prática de latrocínio. Na sentença condenatória, o
juiz demonstra clara contradição entre as razões de sua fundamentação com sua
decisão, principalmente ao acolher os depoimentos favoráveis das testemunhas de
defesa (fls. 124 e 135/136), bem como ao considerar boa a tese de desclassificação
apresentada em alegações finais orais sob o argumento de violação de princípio
constitucional (prova obtida por meio ilícito). Sabendo que a decisão foi prolatada na
A.I.J (audiência de instrução e julgamento), dia 26/9/2008, 6ªf. pergunta-se:
1) Qual o instrumento que o processo penal coloca a disposição para a defesa obter o
esclarecimento da contradição? Teria efeito infringente o acolhimento das razões
enfocadas no instrumento utilizado?
2) Qual o último dia para interposição deste instrumento?
3) Sendo uma decisão condenatória, qual a data máxima para interposição de recurso
de apelação, considerando a interposição do instrumento interposto no item 1 acima?
4) Analise a possibilidade de prequestionamento.

CASO CONCRETO 2
Alberico é condenado pela prática de furto qualificado (art. 155, parágrafo 4º, incisos I
e IV, CP). Em recurso defensivo, com pedido preliminar de nulidade, e no mérito de
absolvição e, subsidiariamente, desclassificação para a forma simples, os
Desembargadores da colenda Câmara Criminal em sessão de julgamento emitem a
seguinte votação: O relator acolhia a tese de nulidade, enquanto o revisor e o vogal a
rejeitavam. No mérito, o Relator desclassificava para forma simples, o revisor retirava
uma qualificadora e o vogal mantinha a tipificação na totalidade. Considerando que só
tinham estes três desembargadores na sessão de julgamento, pergunta-se:
1) Qual o resultado final do acórdão?
2) Qual o recurso, o prazo, e quem tem legitimidade para impugnar a decisão (sob a
ótica da defesa e da acusação)?

31
QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
Sob o tema RECURSOS no processo penal, marque a opção correta:
A) É cabível correição parcial da decisão proferida pelo juiz de direito com error in
procedendo, desde que não impugnável por outro recurso;
B) É cabível recurso especial para o STJ das decisões proferidas pelas turmas
recursais;
C) É cabível Recurso extraordinário no processo penal, quando houver violação de
norma infraconstitucional;
D) É cabível carta testemunhável quando negado seguimento ao recurso de apelação.

2ª Questão
Com relação ao recurso especial, é correto dizer:
A) exige-se a demonstração da repercussão geral das matérias versadas em recurso
especial.
B) o prequestionamento, por não ser previsto em lei, não constitui pressuposto de
admissibilidade recursal.
C) não se exige conflito analítico em caso de este ser fundamentado em dissídio
jurisprudencial.
D) quando se fundar em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da
divergência mediante certidão, cópia autenticada ou pela citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado.
(Questão nº 58 – 134º Exame de Ordem – SP – 1ª fase)

SEMANA 14
Da ação de Revisão Criminal.
Conceito. Natureza jurídica. Objeto. Condições para o exercício. Formas de revisão.
Pressupostos legais. Ônus da prova. Reiteração do pedido. Competência para
julgamento da Revisão. Revisão de decisão não condenatória. Efeitos da revisão
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criminal. Revisão e sentença penal estrangeira.. Revisão criminal e soberania dos
vereditos no tribunal do júri.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
O aluno deverá ser capaz de:
• Identificar o cabimento da ação;
• Compreender os pressupostos e requisitos;
• Redigir uma petição inicial, identificando o pedido e sua causa de pedir;
Analisar o procedimento e seus incidentes.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
Seguindo a doutrina de Tourinho Filho, Curso de Processo Penal Volume IV, podemos
citar, dentre outros, e Eugênio Pacelli de Oliveira (Curso de Processo Penal, Lumen Juris
Editora, 8ª edição, Rio de Janeiro, 2008, p. 748).

CASO CONCRETO 1
Pedro e Paulo foram processados e condenados a 3 anos de reclusão cada um pela
prática, em concurso de agentes, do delito de lesão corporal grave que resultou em
incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias (art. 129, §1º, inciso I,
do Código Penal) de Maria. Após a sentença condenatória de 1º grau, a defesa interpôs
recurso de apelação perante uma das Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio
de Janeiro, a qual, no entanto, negou provimento ao apelo defensivo, mantendo in
totum a sentença de 1ª instância. Como derradeira tentativa, a defesa interpôs ainda
Recurso Especial perante o STJ, alegando violação ao art. 185, §2º, do CPP, o qual, no
entanto, foi conhecido mas teve seu provimento negado por aquele tribunal superior.
Transitada em julgado a decisão condenatória, o novo patrono constituído por Pedro
percebeu que o decreto condenatório em questão fora prolatado sem que houvesse
sido elaborado o laudo pericial complementar a que alude o art. 168,§2º, do Código de
Processo Penal, tampouco tendo sido suprida tal ausência pela prova testemunhal a
que faz menção o art. 168, §3º do mesmo diploma legal.
Diante destes fatos, o novo patrono de Pedro, entendendo ter ocorrido nulidade do
processo, pretende requerer Revisão Criminal da referida decisão condenatória. Nesta
hipótese, pergunta-se:
A) A alegada nulidade, consistente na ausência do exame complementar ou de prova
testemunhal que ateste a incapacidade da vítima para ocupações habituais por mais de
30 dias, conforme acima exposto, pode servir como fundamento autorizador da revisão
criminal pretendida? Justifique sua resposta!
B) A qual órgão do Poder Judiciário competiria o julgamento da referida revisão
criminal? Justifique sua resposta!
C) Eventual julgamento de procedência da revisão criminal em favor de Pedro
favoreceria Paulo? Justifique sua resposta!

CASO CONCRETO 2
Juvêncio Antena, economista e comerciante, foi condenado à pena de 8 anos de
reclusão pela prática de crime de estupro (art. 213, caput, Código Penal). Após o
trânsito em julgado do decisum condenatório, Juvêncio requer diretamente, sem
assistência de um advogado ou mesmo de um defensor público, revisão criminal da

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sentença que lhe fora desfavorável, sustentando vício processual insanável consistente
na ausência da intimação de seu então patrono para a apresentação de defesa prévia.
O Tribunal de Justiça competente acolhe o pleito de revisão criminal de Juvêncio,
anulando o referido processo. Nesta hipótese, pergunta-se:
A) Considerando o teor do art. 1º da Lei 8.906/94 (Estatuto da Advocacia), é possível
que Juvêncio Antena requeira revisão criminal sem a intermediação de um advogado
legalmente constituído ou de um defensor público? Justifique sua resposta!
B) Será juridicamente possível que, após a anulação, por meio de revisão criminal, do
primeiro julgamento de Juvêncio Antena, seja proferida, em um segundo julgamento
pelo juízo de 1º grau, sentença condenatória com imposição de sanção penal mais
gravosa do que aquela que lhe fora anteriormente imposta? Justifique sua resposta!

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão)
A respeito da revisão criminal, assinale a opção correta:
A) Não será admitida, em sede de revisão criminal, a reiteração do pedido.
B) A decisão que julgar procedente a revisão criminal pode alterar a classificação da
infração, alterar a pena ou absolver o réu, mas não poderá anular o processo.
C)Para que o Tribunal conheça da revisão criminal, o acusado não precisa recolher-se à
prisão.
D)A revisão criminal pode ser requerida somente pelo condenado.

2ª Questão)
No sistema brasileiro, em relação à revisão criminal, é correto afirmar:
A)Não cabe revisão criminal quando se trata de decisão proferida pelo Tribunal do Júri
porque a Constituição Federal prevê a soberania dos veredictos.
B)A revisão criminal é possível tanto pro reo como pro societate.
C)Não se permite que a revisão criminal seja proposta depois de o condenado ter
falecido, por falta de interesse em seu resultado.
D)Não se admite a revisão criminal contra sentença penal estrangeira homologada no
Brasil.

SEMANA 15
Do Habeas Corpus
Conceito. Origem. Natureza jurídica. Espécies de hábeas corpus. Objeto do hábeas
corpus. Legitimidade ativa. Autoridade coatora. Competência para concessão.
Competência recursal. Duplo grau de jurisdição obrigatório. Liminar no hábeas corpus.

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Extensão. Reiteração. Substitutivo de Recurso Extraordinário e especial. Ato do
particular e hábeas corpus. Trancamento de inquérito e de processo. Hábeas corpus e
prisão civil e disciplinar. Mandado de Segurança no Processo Penal.

Do Mandado de Segurança
Conceito. Legitimidade. Base legal. Autoridade coatora. Liminar. Competência.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• identificar o valor das ações constitucionais de garantia.


• Compreender o cabimento das ações através da coação existente.
• Redigir a ação ao juízo competente.
• Saber quando é possível impetrar a ação em vez de um recurso.

BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA:
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, Volume IV, 29ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 10. ed. Ver. Atual. e ampl.
– Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 3. ed. Ver.
Atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007,
LIMA, Marcellus Polastri, Curso de Processo Penal, Volume III, Rio de Janeiro:Lumen
Juris. 2008.

CASO CONCRETO 1
Sandro encontrava-se em determinada boate da cidade, bebendo e dançando com
seus amigos. Apesar de apresentar uma certa sonolência em virtude do excesso de
álcool ingerido naquela noite, resolve, de maneira inconseqüente, voltar para casa.
Chegando ao estacionamento, dirige-se ao seu automóvel, tentando abrir a porta e
não consegue, forçando a fechadura e ocasionando a quebra da chave. Eis que nesse
exato momento surge Álvaro, acompanhado por policiais militares, este apresenta
documentos do veículo e a chave do carro, abrindo a porta do carona, não danificada,
com facilidade.
Em razão disso, os policiais militares detiveram Sandro por furto. Antes que
Sandro afirmasse tratar-se de um engano, é algemado, apesar de não esboçar
qualquer reação de fuga face seu estado de embreaguêz, e conduzido à Delegacia de
Polícia local. Após ouvir o condutor, as testemunhas, o lesado e, por último Sandro,
que não conseguia se expressar em razão do nervosismo e do álcool ingerido, o
delegado de policia resolveu lavrar auto de prisão em flagrante por furto qualificado
mediante emprego de chave falsa, determinando o recolhimento de Sandro ao cárcere.
No dia seguinte, “curado” da noite anterior, Sandro convence os policiais a irem
até o local do fato e certificam-se de que o seu carro de Sandro é idêntico ao de
Álvaro, conduzindo, inclusive, o veículo para o pátio da delegacia. Considerando que a
prisão em flagrante já foi comunicada ao juiz competente, conforma art. 5.º LXII da
CRFB, que abriu vista o Ministério Público para a ciência da prisão e do engano,
inequivocadamente comprovado, pergunta-se:
A) Quem seria a autoridade coatora na questão, diante da possibilidade da impetração
de um habeas corpus?

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B) Qual o órgão jurisdicional competente para conhecer de um eventual habeas corpus
no caso apresentado?
C) Seria possível que a autoridade policial, nesta qualidade, percebendo o equívoco,
pudesse impetrar ordem de habeas corpus em favor de Sandro?

D) O referido habeas corpus seria preventivo ou repressivo? Por quê?


E) Analise o uso das algemas no ato da prisão.

CASO CONCRETO 2
José é impedido pelo médico diretor de sair de um determinado hospital por não ter
condições financeiras de pagar dívida assumida em razão de internação. Pergunta-se:
É possível habeas corpus contra ato de particular? Ao responder informe também se
existe algum prazo específico para a interposição do referido writ, bem como sua
natureza jurídica, indicando as controvérsias porventura existentes.

QUESTÕES OBJETIVAS
1ª Questão
No que se refere às ações autônomas criminais, assinale a opção correta.
A) Em face da soberania dos veredictos, das decisões de mérito do tribunal do júri não
se admite revisão criminal.
B) A revisão criminal pode ser requerida, desde que antes da extinção da pena, pelo
réu ou por procurador, independentemente de habilitação.
C) Cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa ou quando já
estiver extinta a pena privativa de liberdade.
D) Admite-se mandado de segurança para o advogado poder acompanhar diligência
em processo judicial, ainda que sigiloso.
(Questão nº 95 – Exame de Ordem – 2008.1 Caderno GAMA)

2ª Questão
Sobre mandado de segurança, assinale a opção correta.
A) Não se admite impetração de mandado de segurança para resguardo de interesse
violado em feitos penais, pois, em qualquer situação, há a violação da liberdade do
investigado, cuja tutela jurisdicional ocorre por impetração de hábeas corpus.
B) Não se admite a aplicação da fungibilidade se o mandado de segurança for
impetrado em face de ilegalidade que deveria ser contestada por meio da impetração
de habeas corpus, extinguindo-se o feito sem julgamento do mérito.
C) Será concedido mandado de segurança para tutela de direito líquido e certo,
comprovado de plano, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público.
D) Pode ser interposto, pela parte juridicamente interessada, recurso ordinário à
decisão proferida em mandado de segurança decidido em única instância pelos
tribunais regionais federais ou pelos tribunais dos estados, do Distrito Federal e
territórios, quando concessiva a decisão.
(Questão nº 57 – 134º Exame de Ordem – SP – 1º fase)

PROCESSO PENAL III

BIBLIOGRAFIA
Básica:
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TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal, 29ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. 7. ed. Ver. Atual. e ampl. –
Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 3. ed. Ver.
Atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007,
NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri de acordo com a REFORMA DO
CPP , Leis 11.689/2008 e 11.690/2008, - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2008.
LIMA, Marcellus Polastri, Curso de Processo Penal, vol. II e III, Rio de Janeiro:Lumen
Juris. 2008
GRINOVER, Ada Pellegrini . . . (ET. AL.) – Juizados especiais criminais:
comentáriosà Lei 9.099/95 . 5ª Ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2005.

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