Вы находитесь на странице: 1из 8

Superior Tribunal de Justiça

RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 21.323 - SP (2006/0022068-1)

RELATORA : MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA


RECORRENTE : MARCELO ANTÔNIO DEDECEK
ADVOGADO : MARCELO ANTÔNIO DEDECEK (EM CAUSA PRÓPRIA)
T. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
IMPETRADO : PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
RECORRIDO : MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
PROCURADOR : FERNANDO HENRIQUE MINCHILLO CONDE E OUTRO(S)
RELATÓRIO

MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA(Relatora):

Trata-se de recurso ordinário, interposto por Marcelo Antônio Dedecek,


contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que denegou segurança
impetrada contra ato da Prefeita do Município de São Paulo consubstanciado na ausência
de sua nomeação para o cargo de Agente Vistor I.
Aduziu o impetrante em sua petição inicial que, como fora aprovado em
919º lugar em concurso público para o cargo de Agente Vistor da Prefeitura do Município
de São Paulo e, de acordo com o edital do certame 770 (setecentos e setenta) cargos
deveriam ser preenchidos, teria direito líquido e certo à nomeação, por se enquadrar dentro
do referido número de vagas, consideradas as desistências.
A Corte Estadual denegou a segurança com base nos seguintes
fundamentos:

"Não restam dúvidas de que o impetrante foi aprovado no concurso de


provimento de vagas no cargo de agente vistor, ficando classificado em 919º
lugar. Cf. fls. 27 e 28.
Assim, assistia-lhe a expectativa de ser nomeado durante o prazo de
validade do concurso, o qual expirou em 02 de julho de 2004, já contado o
prazo de prorrogação de um ano, publicado no Diário Oficial do Município
em 13 de junho de 2003.
Decidiu-se que: 'Concurso Público - Agente Fiscal de Rendas -
Candidatos aprovados que não foram nomeados - Expiração do prazo de
validade do concurso - Aprovação em concurso não gera direito à nomeação
ou admissão - Conveniência e oportunidade da nomeação fica a inteira
discrição do Poder Público - Não obrigatoriedade da administração nomear
os apelantes pelo simples fato de haver vagas remanescentes - Exatores
nomeados preenchiam os requisitos necessários - Lei Complementar nº
3181/83, artigo 2º da DT - Inexistência de afronta ao direito dos postulantes.
Recurso não provido (Apelação Cível nº 37.394-5-SP - 1ª Câmara de Direito
Público - relator Octaviano Lobo - 25.05.99).
Expirado o prazo de validade do concurso, não há falar em direito à
nomeação."
A ementa do aresto restou redigida nos seguintes termos:

Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 1 de 8


Superior Tribunal de Justiça
"Mandado de segurança. Concurso Público - Impetração contra a
Prefeita Municipal - Alegação de ilegitimidade passiva afastada. Aprovação
em concurso público não gera direito líquido e certo à nomeação.
Expectativa de direito que se extingue com a expiração do prazo de validade
do concurso. Segurança prejudicada."

Nas razões do recurso especial, alega o recorrente, inicialmente, "que o writ


foi impetrado dentro do prazo de validade do concurso, não podendo, portanto, ser
considerado prejudicado."
No mérito, afirma que, como "foram nomeados 623 aprovados e até a
impetração do writ 150 nomeações foram tornadas sem efeito em razão das desistências
ocorridas", tem direito a ser nomeado, por estar classificado dentro dos 770 cargos vagos
previstos no edital.
Por outro lado, sustenta que, por meio de norma local inconstitucional (Lei
Municipal nº 13.757/04) foi concedida estabilidade a servidores que não se enquadram no
disposto no artigo 19 do ADCT, em afronta ao artigo 37, II, da Constituição Federal.
Aduz, ainda, que, "diante do comando emitido pela Ordem Interna 2/90 em
pleno vigor e da terrível preterição promovida pela recorrida, a cláusula 12.5 do edital que
revela ter o candidato mera expectativa de direito à nomeação se tornou insignificante no
caso em tela."
Argumenta, outrossim, que foram contratados temporariamente 300
servidores, o que corrobora a necessidade de preenchimento de mais vagas para Agentes
Vistores.
Por fim, salienta que há plena possibilidade financeira para contratação do
recorrente.
Apresentadas as contrarrazões do Município de São Paulo, manifestou-se o
Ministério Público Federal pelo desprovimento do recurso.
É o relatório.

Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 2 de 8


Superior Tribunal de Justiça
RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA Nº 21.323 - SP (2006/0022068-1)

EMENTA

RECURSO ORDINÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. INTERESSE


PROCESSUAL. EXISTÊNCIA. CONCURSO PÚBLICO. APROVAÇÃO
DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTO NO EDITAL,
CONSIDERADAS AS DESISTÊNCIAS. DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO. PRECEDENTES.
1. De acordo com entendimento consolidado deste Superior Tribunal de
Justiça, mesmo após expirado o prazo de validade do concurso público, há
interesse processual do candidato na impetração de mandado de segurança
contra ato omissivo consubstanciado na ausência de sua nomeação.
2. Tendo em vista os princípios da lealdade, da boa-fé administrativa e da
segurança jurídica, bem como o fato de que a criação de cargos depende de
prévia dotação orçamentária, o candidato aprovado dentro do número de
vagas previsto no edital do certame, consideradas as desistências dos
candidatos melhor classificados, não tem mera expectativa de direito, mas
verdadeiro direito subjetivo à nomeação. Precedentes.
3. Recurso ordinário provido.

VOTO

MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA(Relatora):

Consoante relatado, insurge-se o impetrante contra aresto que denegou


segurança impetrada em face de ato omissivo da Prefeita do Município de São Paulo
consubstanciado na ausência de sua nomeação para o cargo de Agente Vistor I, apesar de
classificado dentro do número de vagas, consideradas as desistências de candidatos melhor
classificados.
A Corte de origem denegou a segurança ao fundamento de que, expirado o
prazo de validade do concurso, a expectativa de direito do candidato à nomeação se
extingue.
Esse entendimento, contudo, não deve prevalecer. Com efeito, de acordo
com entendimento consolidado deste Superior Tribunal de Justiça, mesmo após expirado o
prazo de validade do concurso público, há interesse processual do candidato aprovado na
impetração de mandado de segurança contra ato omissivo consubstanciado na ausência de
nomeação do candidato aprovado.
Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes deste Sodalicio:

"ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO


PÚBLICO PARA PROVIMENTO DO CARGO DE FISCAL FEDERAL
AGROPECUÁRIO. EDITAL 1/2004-MAPA. DECADÊNCIA.
AFASTAMENTO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. PRAZO DE
Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 3 de 8
Superior Tribunal de Justiça
VALIDADE EXPIRADO. NÃO-OCORRÊNCIA. INSURGÊNCIA
CONTRA ATOS DE NOMEAÇÃO. CANDIDATO APROVADO, MAS
NÃO CLASSIFICADO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO.
INEXISTÊNCIA. SEGURANÇA DENEGADA.
(...)
2. O fato de ter-se encerrado o prazo de validade antes da
impetração do mandamus não enseja falta de interesse processual do
impetrante, porquanto ele não questiona as provas do concurso público,
mas atos diretamente relacionados à nomeação de aprovados, ocorridos
enquanto válido o certame e dentro do prazo decadencial.
(...)
6. Segurança denegada." (grifo não original - MS 11.090/DF, Rel.
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em
11/10/2006, DJ 23/10/2006 p. 252)

"ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. CONCURSO


PÚBLICO. APELAÇÃO INTERPOSTA CONTRA ACÓRDÃO QUE
DENEGOU A SEGURANÇA EM ÚLTIMA INSTÂNCIA. RECEBIDA
COMO RECURSO ORDINÁRIO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE
RECURSAL. APLICÁVEL. MANDADO DE SEGURANÇA.
IMPETRAÇÃO QUANDO JÁ EXPIRADO O PRAZO DE VALIDADE
DO CONCURSO PÚBLICO. INTERESSE DE AGIR. CONFIGURADO.
APROVAÇÃO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS DO EDITAL.
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.
(...)
2. Não se reveste de falta de interesse a ação intentada quando já
expirado o prazo de validade do concurso público, caso o debate não
alcance os atos da Administração concernentes à realização do certame,
mas aqueles que envolvem a nomeação de candidatos classificados.
3. Os candidatos aprovados dentro do número de vagas previstas no
edital possuem direito subjetivo à nomeação para os cargos a que
concorreram, diante da patente necessidade de nomeação dos aprovados no
certame.
4. Recurso conhecido e provido." (grifo não original - RMS 30.459/PA,
Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 03/12/2009,
DJe 08/02/2010)

"RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO


PÚBLICO. ENCERRAMENTO DO PRAZO DE VALIDADE DO
CONCURSO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL.
INOCORRÊNCIA.
I - Não caracteriza falta de interesse processual o fato de o
mandamus ter sido impetrado após expirado o prazo de validade do
concurso, porquanto não se questiona atos da Administração
relacionados à realização do concurso público, mas sim atos referentes
à nomeação dos candidatos.
II - Todavia, não possui direito líquido e certo à nomeação e posse,
quando a nomeação de candidato, com classificação inferior à sua, não
decorreu de ato espontâneo da Administração, mas, sim, de cumprimento
decisão judicial. Não há qualquer ilegalidade ou arbitrariedade praticada
pela autoridade coatora, que agiu em estrita obediência à ordem judicial.
Recurso desprovido." (grifo não original - RMS 24.690/RJ, Rel.
Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 03/04/2008,
Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 4 de 8
Superior Tribunal de Justiça
DJe 12/05/2008)

Nessa linha de raciocínio, aliás, a jurisprudência desta Corte também se


firmou no sentido de que, em tais casos, considerando que a omissão se estende por todo o
prazo de validade do concurso e que se concretiza em definitivo com sua expiração, a
contagem do prazo decadencial de cento e vinte dias deve ser iniciada com o término do
prazo de validade do certame.
A título de ilustração, cumpre trazer à baila precedentes da Sexta e da
Quinta Turma:

"PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA.


CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO. ATO OMISSIVO.
DECADÊNCIA. RECURSO ESPECIAL. DISSÍDIO PRETORIANO. NÃO
DEMONSTRAÇÃO. DEFICIÊNCIA RECURSAL. SÚMULA 284-STF.
1 - Se o móvel do mandado de segurança consiste em omissão da
Administração Pública em efetivar a nomeação de candidatos aprovados em
concurso, a decadência tem como data inicial aquela do término da validade
do certame.
(...)
3 - Recurso não conhecido." (REsp 402570/MG, Rel. Ministro
FERNANDO GONÇALVES, SEXTA TURMA, DJ 02.12.2002)

"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE CANDIDATA. ATO
OMISSIVO. EXAURIMENTO DO PRAZO DE VALIDADE DO
CONCURSO. TERMO INICIAL PARA IMPETRAÇÃO DO
MANDAMUS. DECADÊNCIA NÃO CONFIGURADA.
1. Em se tratando de mandado de segurança objetivando atacar omissão
da Administração Pública em efetivar a nomeação de candidata aprovada em
concurso público, o transcurso do prazo decadencial para impetração do writ
tem como termo inicial o exaurimento do prazo de validade do certame.
Precedentes.
2. Na ausência de fundamento relevante que infirme as razões
consideradas no julgado agravado, deve ser mantida a decisão por seus
próprios fundamentos.
3. Agravo regimental desprovido." (AgRg no RMS 21.165/MG, Rel.
Min. LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJe 08/09/2008)

No caso em exame, portanto, em que a segurança foi impetrada em


08/06/2004, antes mesmo do término de validade do concurso, que ocorreu em
02/07/2004, resta evidente o interesse processual do impetrante.
No mérito, consolidou-se na doutrina e na jurisprudência pátrias o
entendimento segundo o qual os aprovados em concurso público não têm direito subjetivo
à nomeação, mas apenas expectativa de direito, pois se submete ao juízo de conveniência e
oportunidade da Administração.
Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 5 de 8
Superior Tribunal de Justiça
Essa expectativa de direito, contudo, é transformada em direito subjetivo à
nomeação do aprovado se preterido na ordem de classificação (Súmula 15/STF), se aberto
novo concurso público na vigência do anterior, ou se, durante o prazo de validade do
concurso, for contratado outro servidor a título precário para exercer as mesmas funções
do cargo para o qual o candidato foi aprovado.
Da mesma forma, pacificou-se nesta Corte a tese segundo a qual, caso
aprovado dentro do número de vagas previsto no edital do certame, a expectativa de direito
do candidato se convola em direito subjetivo à nomeação para o cargo a que concorreu e
foi classificado, tendo em vista os princípios da lealdade, da boa-fé administrativa e da
segurança jurídica, bem como o fato de que a criação de cargos depende de prévia dotação
orçamentária.
Nesse sentido, no julgamento de recurso ordinário que cuidava da mesma
questão objeto dos presentes autos, decidiu o Ministro Paulo Gallotti que:

"In casu, o impetrante/recorrente foi aprovado em 720º lugar para o


cargo de Agente Vistor I em certame promovido pela Secretaria de Gestão
Pública do Município de São Paulo, sendo que o respectivo edital de
abertura previa expressamente a existência de 770 cargos vagos (fl. 29)
É importante assinalar que essa compreensão não pretende colocar em
xeque o poder discricionário de que goza a Administração Pública, mas,
sim, deixar patenteada a responsabilidade de ofertar vagas em concursos que
a cada dia se tornam mais concorridos e complexos, exigindo um
imensurável sacrifício daqueles que buscam o sonhado ingresso no serviço
público, e que, por óbvio, confiam naquilo que previamente foi estabelecido
para o certame." (AgRg no RMS 22568/SP, Rel. Ministro PAULO
GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 24/03/2009, DJe 27/04/2009)

A esse respeito, confiram-se ainda os seguintes precedentes deste Superior


Tribunal de Justiça:

"ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA.


APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO. DIREITO
SUBJETIVO.
1. A classificação de candidato dentro do número de vagas ofertadas
pela Administração gera, não a mera expectativa, mas o direito subjetivo à
nomeação.
2. A administração pratica ato vinculado ao tornar pública a existência
de cargos vagos e o interesse em provê-los. Portanto, até expirar o lapso de
eficácia jurídica do certame, tem o poder-dever de convocar os candidatos
aprovados no limite das vagas que veiculou no edital, respeitada a ordem
classificatória. Precedentes.
3. A manutenção da postura de deixar transcorrer o prazo sem
proceder ao provimento dos cargos efetivos existentes por aqueles
legalmente habilitados em concurso público importaria em lesão aos
princípios da boa-fé administrativa, da razoabilidade, da lealdade, da
Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 6 de 8
Superior Tribunal de Justiça
isonomia e da segurança jurídica, os quais cumpre ao Poder Público
observar.
4. Afasta-se a alegada conveniência da Administração como fator
limitador da nomeação dos candidatos aprovados, tendo em vista a
exigência constitucional de previsão orçamentária antes da divulgação do
edital (art. 169, § 1º, I e II, CF).
5. Recurso ordinário provido para conceder a segurança." (RMS
27.311/AM, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em
04/08/2009, DJe 08/09/2009)

"DIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PROFESSOR
DA REDE DE ENSINO DO DISTRITO FEDERAL. NOMEAÇÃO.
CANDIDATO CLASSIFICADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS
PREVISTO NO EDITAL. RECURSO PROVIDO.
1. O candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital
possui direito subjetivo à nomeação para o cargo que concorreu.
Precedentes do STJ.
2. Hipótese em que o impetrante foi aprovado dentro das vagas
previstas no concurso público para cargo de professor de História, Regional
Gama, turno diurno, da rede de ensino do Distrito Federal.
3. Recurso ordinário provido." (RMS 27.508/DF, Rel. Ministro
ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 16/04/2009,
DJe 18/05/2009)

"AGRAVO REGIMENTAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO


PÚBLICO. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE
VAGAS ORIGINARIAMENTE PREVISTAS. DIREITO SUBJETIVO À
NOMEAÇÃO.
1. Esta Corte firmou compreensão de que, se aprovado dentro do
número de vagas previstas no edital, o candidato deixa de ter mera
expectativa de direito para adquirir direito subjetivo à nomeação para o
cargo a que concorreu e foi habilitado.
2. Agravo regimental a que se nega provimento." (AgRg no RMS
22.568/SP, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado
em 24/03/2009, DJe 27/04/2009)

Do exame acurado dos autos, verifica-se que a Prefeitura do Município de


São Paulo promoveu concurso público para provimento de 770 cargos de Agente Vistor I
(fl. 25) e que, consoante informações da própria Municipalidade, foram nomeados 633 (fl.
140) candidatos. Além disso, segundo comprovou o impetrante, dentre os 633 nomeados,
150 desistiram de tomar posse ou de entrar em exercício no cargo (fls. 30/39).
Desse modo, reduzido do número total de nomeados (633) o número de
desistências (150), chega-se ao total de 483 vagas que restaram efetivamente preenchidas.
Em assim sendo, subtraído do número de cargos previstas no edital (770) o número de
cargos ocupados (483), ainda restavam 287 vagas a serem preenchidas pela
Municipalidade. Considerada a soma de 287 (cargos vagos) a 633 (correspondente ao
número de candidatos nomeados), conclui-se que, para que restassem ocupadas todas as
Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 7 de 8
Superior Tribunal de Justiça
770 vagas prevista no edital, deveriam ser nomeados os candidatos classificados até a 920ª
posição.
No caso, portanto, como o impetrante foi aprovado em 919º lugar, deve ser
reconhecido seu direito líquido e certo à nomeação, em atenção à jurisprudência
consolidada desta Corte acerca do tema.
Ante o exposto, dou provimento ao recurso ordinário e concedo a
segurança, para determinar a nomeação do recorrente no cargo de Agente Vistor do
Município de São Paulo.
É como voto.

Documento: 10387514 - RELATÓRIO, EMENTA E VOTO - Site certificado Página 8 de 8

Вам также может понравиться