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■Conhecer
■ o contexto histórico que marca o advento da modernidade e o fim das relações
medievais;
■Caracterizar
■ a Renascença e suas contribuições para a prática pedagógica;
■Conhecer
■ os principais aspectos educacionais envolvidos nos movimentos da Reforma e da
Contrarreforma;
■Descrever
■ os principais aspectos norteadores da pedagogia jesuítica;
■Estabelecer
■ a importância de Comênio e sua obra Didática Magna no que diz respeito à raciona-
lização das ações educativas.
Considerações iniciais
Olá prezado(a) aluno(a), companheiro de viagem! Espero que sua bagagem intelectual esteja bastante rica
e diversificada, tendo em vista os grandes passeios que já realizamos.
Depois de nossa visita à Idade Média, com seus feudos, castelos, igrejas e um contexto educacional
configurado à sombra das ideias cristãs, baseado na concepção do homem como criatura divina, chegamos
Nesse contexto você irá conhecer os principais aspectos educacionais envolvidos nos movimentos
da Reforma e da Contrarreforma. Apresentarei um esboço dos parâmetros norteadores da pedagogia
jesuítica e de Comênio com sua obra Didática Magna, que trata das perspectivas de racionalização das
ações educativas. Como afirmei, trata-se de um período revolucionário em relação à sociedade estática do
período medieval.
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4 A educação na época moderna
Contextualização
Em linhas gerais, o mundo moderno enfrenta um desafio: conciliar a ideia de liberdade com a ação
constante do governo. Desafio porque, de um lado, há a ideia de liberdade, configurada na pretensão de
libertar o homem, a sociedade e a cultura dos vínculos e dos limites impostos até então pela ordem cristã;
e de outro, há o governo, que vai atuar na direção de moldar o indivíduo segundo modelos sociais de
comportamento, para torná-lo produtivo e integrado.
Para Cambi (1999, p. 200), trata-se de “uma oposição fundamental que marca a história da Modernidade”,
Temos, assim, que até 1789, o mundo moderno irá se organizar em torno dos processos de civilização, de
racionalização, de institucionalização da vida social no seu conjunto, com um estilo de vida totalmente
novo, quando se revelará o nascimento de uma nova sensibilidade social, em que a ação do sujeito, ou seu
comportamento, passará por censuras e controles.
E assim caracteriza-se a aventura educativa da período moderno: enfrentar o duplo desafio de emancipar
o homem, mas também conformá-lo aos ideais sociais de comportamento, para torná-lo produtivo e
integrado.
De forma geral, o longo ciclo histórico da Idade Média fecha-se no fim dos Quatrocentos, quando ocorrem
algumas passagens marcantes, tais como:
Figura 3
Fonte: elaborado pelo autor. br.freepik.com
Tem início aí a Modernidade, um ciclo histórico com características diferentes do anterior, por seu caráter
revolucionário em relação à sociedade estática do período medieval. A época moderna se apresenta como
uma revolução nos âmbitos geográfico, econômico, político, social, ideológico, cultural e pedagógico.
Geograficamente, há o deslocamento do eixo da história do Mediterrâneo para o Atlântico, do Oriente
para o Ocidente. Na economia, ocorre o fim do modelo feudal, baseado na agricultura, abrindo-se uma
economia de intercâmbio, baseada na mercadoria, no dinheiro, no investimento, na produtividade. Na
política, a Época Moderna gira em torno do Estado moderno, centralizado, controlado pelo soberano em
todas as suas funções. No plano social, há a formação e a afirmação de uma nova classe, a burguesia, que
nasce nas cidades e promove o novo processo econômico, além de delinear uma nova concepção do
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mundo – laica e racionalista – e novas relações de poder. Do ponto de vista cultural, temos a laicização,
emancipando a mentalidade da visão religiosa do mundo e da vida humana.
Contextualização
Você sabe o que é laicização? A laicização pode ser entendida como um movimento
de afastamento das decisões de ordem politica do pragmatismo e dogmatismo
religioso, em que o Estado passa a ter um papel maior de deliberação e decisão
no cenário político.
Todas essas mudanças implicam, também, uma revolução na educação e na pedagogia, tendo em
vista que a formação do homem precisa seguir novos itinerários, mais condizentes com essa realidade
de mudanças. Opera-se assim uma radical virada pedagógica que passa por caminhos muito distantes
daqueles empreendidos pela era cristã. Os fins da educação nesse momento de transformações destinam-
se a “um indivíduo ativo na sociedade, liberado de vínculos e de ordens, posto como artífice do mundo em
que vive” (CAMBI, 1999, p. 198).
Na busca pela nova imagem do homem, mudam também os meios educativos: a sociedade, a família, a
A vida econômica e cultural europeia, durante o século XV, é dominada pela burguesia das grandes cidades
italianas. O declínio desse domínio tem início no fim do século, em parte pela difusão do comércio em
toda a Europa e em parte pelo nascimento das grandes monarquias francesas e inglesas. É nesse quadro
histórico que nasce e afirma-se a cultura que interpreta as novas necessidades, rompe com os esquemas
mentais do passado e afirma as novas exigências.
É a Renascença europeia, que leva esse nome por representar a retomada dos valores greco-romanos,
desencadeando um movimento conhecido como Humanismo, que por sua vez, significa a procura de uma
imagem do homem e da cultura opostas à da tradição medieval e escolástica, cujas concepções teológicas
o colocavam dentro de uma rígida escala social. A nova civilização enfatiza os valores antropocêntricos,
propriamente humanos, mais terrenos e concebe o homem como
Essa concepção antropológica precisa de condições inovadoras para garantir sua realização. Assim, nessa
nova época, cresce o interesse pela problemática educativa, tanto no nível teórico quanto no prático.
Pode-se afirmar que “toda a produção educativa dos séculos XV e XVI, malgrado sua descontinuidade
quanto a orientações e valores, é caracterizada por uma profunda aspiração a dar forma e concretude
ao novo ideal de homem” (CAMBI, 1999, p. 225). Para alcançar esse feito, é necessária uma formação que
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garanta ao indivíduo o exercício de funções diversas na sociedade, e essa formação se realiza através de
um currículo formativo, baseado essencialmente na leitura dos clássicos gregos e latinos. Lembrando
que o modelo formativo é o orador da época helenístico-romana, que englobava a multiplicidade das
experiências humanas. De fato,
esse retorno às fontes da cultura greco-latina, sem intermediação dos comentadores medievais, é
um procedimento que visa também à secularização do saber, isto é, a desvesti-lo da parcialidade re-
ligiosa, para torná-lo mais propriamente humano. Procura-se com isso formar o espírito do homem
culto mundano, o gentil-homem (ARANHA, 1996, p. 87).
Ao levar em conta esses aspectos, entende-se o significado de virada que o Humanismo ocupa na história
da pedagogia e da educação, haja vista os ideais antropológicos e as novas exigências didáticas que são
postas em circulação, ainda que se trate de uma experiência de cunho aristocrático e conservador. Todo
o universo educacional sofre mudanças, nos fins e nos meios, para formar o homem mais laico, civil e
desenvolvido em todas as suas potencialidades.
Por fim, pode-se dizer que na Renascença, acentua-se a busca da individualidade, alicerçada pela confiança
no poder da razão de cada um para estabelecer seus próprios caminhos. Trata-se do espírito de liberdade
e crítica opondo-se ao princípio da autoridade.
Do século XVI podemos afirmar que foi marcado por rebeliões, transformações, rupturas e contradições no
campo social, político, religioso e cultural em geral. É nesse século que se estabelecem as características
marcantes da Modernidade:
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Século
XVI 05
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Politicamente, o nascimento do Estado moderno determina uma pedagogia política, típica do mundo
moderno, e uma educação articulada sob muitas formas e organizada em muitos agentes – família, escola,
associações – que convergem num processo de envolvimento e conformação do indivíduo, de maneira
cada vez mais intensa. No âmbito religioso, esse século é de fermentações teológicas e pastorais, que
ativam um modelo de sociedade cristã totalmente nova: mais evangélica e disciplinada. Na verdade, o
século XVI traz uma renovação na educação religiosa e na formação do cristão, que afasta os terrores e os
compromissos da Idade Média.
Tem-se, assim, que nos primeiros decênios do século XVI, o mundo moderno vê a explosão de uma renovação
religiosa, que dá lugar a um movimento de reforma político-religiosa conhecido como Reforma Protestante.
Entre os motivos que deram corpo a esse movimento podem-se destacar os de ordem religiosa, como
aversão pela hierarquia eclesiástica considerada responsável pela desordem disciplinar e pela corrupção
moral que dominavam a Igreja de Roma; e os motivos de ordem social e econômicos, consubstanciados
na hostilidade da burguesia financeira pelo fiscalismo papal, no nascimento do sentimento nacional e das
agitações sociais que movimentavam os camponeses contra os grandes proprietários de terras, e, por fim,
nos protestos dos novos intelectuais laicos. A Reforma Protestante vem, pois, ao encontro dos desejos de
contrariando as restrições feitas pelos católicos aos negócios e a condenação aos empréstimos a
juros, os protestantes veem no enriquecimento um sinal do favorecimento divino. Lutero recebe a
adesão dos nobres, interessados no confisco dos bens do clero, e Calvino tem o apoio da rica bur-
guesia. Portanto as divergências não são apenas religiosas, mas representam as alterações sociais e
econômicas, que mergulham a Europa em sanguinolentas lutas (ARANHA, 1996, p. 88).
Contextualização
Esse movimento de reforma religiosa e cultural, iniciado por Lutero (1483 -1546), na Alemanha, além de
importantes consequências para a história da cultura europeia, tem também um importante significado
educativo. A Reforma Protestante critica a Igreja medieval e propõe um retorno às origens, pela consulta
direta ao texto bíblico, sem a intermediação estabelecida pela tradição cristã. A educação se torna,
então, um importante instrumento para a divulgação da Reforma, por dar iguais condições de leitura e
interpretação da Bíblia a todos os homens. Lutero trabalha em prol da implantação da escola primária para
todos, defendendo uma educação universal e pública e solicitando às autoridades oficiais que assumam a
tarefa, por considerá-la competência do Estado. Para os protestantes,
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o dever para as autoridades municipais de instituir e manter a próprias expensas as instituições
escolares deriva da convicção de que estas se configuram como verdadeiros e legítimos recursos
para toda a comunidade: a formação de cidadão cultos e respeitadores da lei favorece a paz social
e uma grande economia de dinheiro. Deriva daí que a ignorância deve ser combatida em todas as
comunidades reformadas, sendo ela um instrumento com o qual o ‘diabo se empenha em ofender
cidades e Estados’ (CAMBI, 1999, p. 249).
Assim, graças à colaboração entre a nova Igreja reformada e as autoridades civis, efetua-se uma
reorganização das escolas municipais, fundam-se algumas escolas secundárias financiadas e controladas
pelo Estado, dando origem aos ginásios. A educação desenvolvida pelos protestantes sofreu ainda a
influência de Calvino (1509-1564), seu representante em Genebra.
Pode-se dizer, portanto, que com o Protestantismo, afirma-se na pedagogia o princípio do direito-dever de
todo cidadão em relação ao estudo, pelo menos no seu grau mais elementar. Também firma-se o princípio
da obrigação e da gratuidade da instrução, bases da afirmação de um conceito autônomo e responsável
de formação, já que o indivíduo não estaria mais condicionado a uma relação mediada por qualquer
autoridade com a verdade e com Deus.
A ruptura da unidade do Cristianismo, operada por Lutero, faz com que a Igreja Católica reaja prontamente
com a Contrarreforma, a fim de recuperar o poder perdido. As novas diretrizes são tomadas no Concílio
de Trento (1545-1563), que reafirma os princípios da fé e a supremacia papal e determina a criação de
seminários, para formar padres. Nesse período, também a Inquisição se torna mais atuante. De fato, nas
as fortíssimas pressões políticas exercidas sobre a Igreja pelos próprios monarcas fiéis ao catoli-
cismo, as resistências interpostas a qualquer iniciativa autenticamente reformadora por parte de
muitos prelados conservadores, o enrijecimento das novas Igrejas protestantes e a própria forma da
luta aberta entre elas e a Igreja romana (CAMBI, 1999, p. 256).
Assim como a Reforma Protestante, a Contrarreforma também tem um impacto pedagógico, uma vez que
com o Concílio de Trento, a Igreja de Roma adquire uma maior consciência de sua função educativa e,
com isso, dá vida ao florescimento de congregações religiosas destinadas especificamente a atividades de
formação, não só de eclesiásticos, mas também de jovens. Nesse contexto, busca-se a reorganização das
escolas católicas, reordenando o ensino de gramática, das Escrituras sagradas e da teologia. Essas escolas
ficam submetidas ao controle dos bispos. Também são instituídos os seminários, cuja função será a de
educar religiosamente os novos sacerdotes. Ao adotar essas mudanças, constata-se que
nisso consiste a diferença mais significativa no plano educativo entre o movimento da Reforma e o
da Contrarreforma. O primeiro privilegia a instrução dos grupos burgueses e populares com o fim
de criar as condições mínimas para uma leitura pessoal dos textos sagrados, enquanto o segundo,
sobretudo com a obra dos jesuítas, repropõe um modelo cultural e formativo tradicional em estreita
conexão com o modelo político e social expresso pela classe dirigente (CAMBI, 1999, p. 256).
Assim, uma das principais medidas tomadas pela Contrarreforma consistiu na criação da Companhia de
Jesus, com vistas a fortalecer o Catolicismo ao redor do mundo, nesse novo cenário.
O fundador dessa ordem é Inácio de Loiola (1491-1556), um militar espanhol pertencente a uma família
nobre que, em consequência de um ferimento recebido em combate, é tomado por uma crise religiosa e
resolve colocar-se a serviço da defesa da fé, tornando-se verdadeiro “soldado de Cristo”. A Ordem é criada
em 1534 e oficialmente aprovada pelo Papa Paulo III em 1540 e é vinculada diretamente à autoridade
papal, distanciando-se, assim, da hierarquia comum da Igreja. Seus adeptos, por não se retirarem em
conventos, são chamados de padres seculares, ou seja, que se misturam aos fiéis no mundo. A Companhia
se caracteriza como uma milícia a serviço da Igreja, com uma rígida disciplina militar, e tem como objetivo
inicial a propagação missionária da fé, a luta contra os infiéis e os heréticos.
Os jesuítas se espalham pelo mundo, desde a Europa, até a Ásia, a África e a América e logo descobrem
que, diante da intolerância dos adultos, é mais seguro conquistar as almas jovens. Para isso, investem na
criação e multiplicação das escolas, numa ação pedagógica que forma inúmeras gerações de estudantes,
durante mais de 200 anos.
Com a difusão do ensino, aparece a necessidade de dar uma organização coerente e unitária aos
programas de ensino e, como resultado de experiências pedagógicas realizadas em todo o mundo, surge
o documento Ratio Studiorum, que significa “Organização e plano de ensino”, publicado em 1599. Trata-se
uma orgânica programação das atividades educativas em estreita relação com os fins ético-reli-
giosos da ordem: formar uma consciência cristã culta e moderna e orientar, também mediante a
instituição escolar, para uma consciência cega e absoluta à autoridade religiosa e civil (CAMBI, 1999,
p. 262).
Para os jesuítas, o fim último dos estudos era a pietas literata, ou “devoção literária”, possível por meio de
um currículo longo e formativo, estruturado no conhecimento dos clássicos e no uso correto das línguas
latina e grega.
As iniciativas escolares da Europa daquela época e também das seguintes, sofrem uma grande influência
da Ratio Studiorum, pelo fato de que os colégios jesuítas construíram um ambiente educativo rigoroso e
coerente, organizado segundo uma severa disciplina, mas ao mesmo tempo aberto para o mundo exterior,
através de cerimônias, prêmios e disputas.
O texto da Ratio Studiorum permanece em vigor até a dissolução da Companhia de Jesus, em 1773, por
razões políticas, por obra dos Bourbon da Espanha e do decreto de Clemente XIV.
Chegamos ao século XVII e, nessa época, vive-se uma revolução espiritual, que pode ser explicitada na
oposição entre a ciência contemplativa e o saber ativo. Observam-se, nesse século, descompassos em
vários setores devido, principalmente, às transformações na ciência. A ordem econômica se ressente e
começam a surgir os anseios liberais na política, na economia e na ética.
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Nesse período, o homem não mais se contenta em apenas “saber por saber”, não se contenta em se
posicionar como mero espectador da harmonia do mundo. Seu desejo passa a ser “saber para transformar”.
Assim, nesse século, os pedagogos estão cada vez mais influenciados pelas ideias advindas do racionalismo
e do renascimento científico e cada vez mais interessados pelo método e pelo realismo na educação. Há
uma tendência em buscar métodos diferentes a fim de tornar a educação mais agradável, e ao mesmo
tempo, mais eficaz na vida prática. Busca-se privilegiar a experiência, as coisas do mundo e dar atenção
aos problemas da época. Um exemplo desse pensamento realista está na escola, onde a língua materna se
sobrepõe ao latim. Ocorre, no século XVIII, o entendimento de que a educação deve partir da compreensão
das coisas e não das palavras e, assim, a pedagogia moderna exige outra didática, na qual se empenham
educadores leigos e religiosos. Eles partem da premissa de que se há método para conhecer corretamente,
deve haver para ensinar de forma mais rápida e mais segura.
João Amós Comênio, considerado o maior educador e pedagogo do século XVII, é o principal representante
desse pensamento e autor de uma obra fecunda e sistemática, cujo principal livro é a Didática Magna. O
objetivo de Comênio é tornar a aprendizagem eficaz e atraente, mediante uma criteriosa organização
de tarefas. Com um trabalho meticuloso, esse educador elabora uma série de manuais, em que detalha
com minúcias o procedimento do mestre, segundo gradações das dificuldades e num ritmo adequado à
capacidade de assimilação dos alunos. Para ele,
Em consonância com o espírito do seu tempo, Comênio quer “ensinar tudo a todos”, acredita ser possível
um inventário metódico dos conhecimentos universais, de modo que o aluno tenha um saber geral e
integrado, ainda que simplificado, desde o ensino elementar.
Comênio fez outros aportes relevantes à educação. Entre os principais estão o fato de ter efetuado uma
adequada racionalização de todas as ações educativas, teóricas e do cotidiano da sala de aula, defendendo
a ideia de que a prática escolar deveria imitar os processos da natureza; visualizando o professor como
um profissional da educação que deveria ser bem remunerado; insistindo no valor da diversidade de
atividades de aprendizagem; concebendo uma nova ideia de criança; entre outros. Comênio aspirava à
democracia do ensino, com homens ou mulheres, ricos ou pobres, inteligentes ou ineptos, tendo acesso
a uma formação universal. Comênio pode ser caracterizado como uma figura de guinada na história da
pedagogia e como a síntese mais alta do trabalho educativo e pedagógico que acompanha o nascimento
do mundo moderno.
Considerações finais
Caro(a) aluno(a) viajante, chegamos ao final de outra etapa de nossa viagem e quero que você tenha
claro que se tratou de um passeio curto, visto a grandiosidade desse período. Nosso objetivo principal,
nessa viagem, foi acompanhar o desenrolar dos acontecimentos numa perspectiva educacional,
pincelando rapidamente os fatos mais marcantes dos séculos XV e XVI, XVII. Como você pode observar,
tratou-se de um período cujas ações e pensamentos giravam em torno da tentativa de organizar os
processos de civilização, de racionalização e de institucionalização da vida social no seu conjunto. Vimos
que o Renascimento cultural firmou novos valores e princípios, contestando os valores medievais, e que
a Reforma Protestante marcou o processo de decadência da Igreja, adequando a religião aos tempos
modernos. E nesse contexto, as instituições educativas e o próprio pensamento educativo sofreram uma
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profunda redefinição e reorganização para atender à formação do homem-cidadão, mais adequado aos
ideais sociais dessa época.
Até breve!
Referências
ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Historia da educação. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Moderna, 1996.
MANACORDA, Mario Alighiero. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. 10. ed. São Paulo:
Cortez, 2002.
SOUZA, Neusa Maria Marques de (org.). História da educação: Antiguidade, Idade Média, Idade
Moderna, Contemporânea. São Paulo: Avercamp, 2006.