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Na actualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais o interesse de
profissionais das áreas de educação e saúde, em todo o mundo, é sem dúvida, o do
bullying escolar. Termo encontrado na literatura psicológica anglo-saxónica, que
conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais, em estudos sobre o problema
da violência escolar.
Com bastante frequência, somos alertados para situações de violência que ocorrem,
nas escolas, entre os jovens. Este facto não é recente mas é motivo de preocupação e
interesse para alunos, pais, educadores e mesmo para a comunicação social, pois são
já reconhecidos os efeitos negativos destes comportamentos, no desenvolvimento e
na saúde mental dos jovens.
Sharp & Smith (1994, citados por Pereira & Pinto, 1999), afirmam que o bullying é o
abuso sistemático de poder. É uma forma de comportamento agressivo, entre pares,
usualmente maldosa, deliberada e com frequência persistente, podendo durar
semanas, meses ou anos, sendo difícil às vítimas defenderem-se a si próprias.
Segundo Pereira & Pinto (1999), engloba práticas, tais como: bater, empurrar,
rasteirar, dizer mal do colega, meter medo (com intencionalidade), ameaçar, chamar
nomes, insultar, espalhar histórias humilhantes (para prejudicar o colega), provocar
estragos, roubar, mentir, levantar falsos testemunhos e excluir ou ignorar colegas.
Esse repetido importunar tem sido interpretado de diferentes formas por diversos
autores, isto é, em relação aos comportamentos abrangidos, uns só se referem à
violência física e outros referem-se à verbal e à psicológica, sendo poucos, aqueles
que referem a sexual.
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O termo bullying está reservado a um tipo mais específico de violência ou de maus-
tratos entre iguais, contendo características próprias, como sejam: a continuidade no
tempo e o abuso de poder que acentuam a diferença entre o mais forte e o mais débil
(Olweus, 1993).
Segundo Pereira & Pinto (1999), os agressores são mais vezes do sexo masculino
que do sexo feminino, agem com intenção de magoar, sentem satisfação quando
causam mal-estar, não apresentam sentimentos de culpa e são provocadores. Olweus
(1997) considera que, no caso masculino, a reacção agressiva é proporcional à força
física do agressor.
Os agressores têm atitudes positivas para com a violência (Olweus, 1994), são
impulsivos, gostam de dominar os colegas, sendo do sexo masculino são
normalmente mais fortes fisicamente do que os colegas e, em especial, que as vítimas
(Olweus, 1997), têm maior probabilidade de se sentirem deprimidos (Salmon, James &
Smith, 1998) e, em relação aos pares, têm dificuldades em fazer amigos (Boulton,
1999).
Segundo a definição de Boulton & Smith (1994, citados por Carvalhosa, Lima & Matos,
2001), a vítima é alguém com quem frequentemente implicam, ou que lhe batem, ou
que a arreliam, ou que lhe fazem outra coisa desagradável sem uma boa razão.
Para Olweus (1978, citado por Ruiz, 1994), as vítimas não são assertivas e não
dominam competências sociais, facto que lhes traz dificuldades de interacção e as
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torna, por vezes, excluídas socialmente. Considera ainda Olweus (1997) que as
vítimas, quando agredidas, reagem chorando, costumam andar sozinhas e
abandonadas na escola, apresentam uma atitude negativa para com a violência, são
inseguras, quietas e sensíveis, têm baixa auto-estima e uma auto-imagem negativa e,
se são do sexo masculino, são, normalmente, mais fracos fisicamente do que os
outros rapazes.
Eslea et al., (2004), num estudo englobando sete países diferentes, refere que as
crianças deixadas sozinhas são frequentemente mais vitimadas. Considera que existe
uma relação entre o número de amigos e o bullying. Assim, as vítimas têm tendência
para terem poucos amigos. Quem tem muitos amigos são neutros ou são agressores.
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