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Bullying – A provocação/vitimação entre pares

Na actualidade, um dos temas que vem despertando cada vez mais o interesse de
profissionais das áreas de educação e saúde, em todo o mundo, é sem dúvida, o do
bullying escolar. Termo encontrado na literatura psicológica anglo-saxónica, que
conceitua os comportamentos agressivos e anti-sociais, em estudos sobre o problema
da violência escolar.

Considerado por diversos autores um fenómeno muito mais preocupante do que a


indisciplina e a violência em ambiente escolar (actos isolados no tempo), o bullying “é
intimidação ou abuso de poder que se concretiza entre pares, ou seja, entre crianças
ou adolescentes” (Pereira, 2005) sendo caracterizado pelo prolongamento da
intimidação no tempo.

Com bastante frequência, somos alertados para situações de violência que ocorrem,
nas escolas, entre os jovens. Este facto não é recente mas é motivo de preocupação e
interesse para alunos, pais, educadores e mesmo para a comunicação social, pois são
já reconhecidos os efeitos negativos destes comportamentos, no desenvolvimento e
na saúde mental dos jovens.

Trata-se de um problema mundial, encontrado em todas as escolas, que se vem


disseminando largamente nos últimos anos e que só recentemente começou a ser
estudado no nosso país. Em todo o mundo, as taxas de prevalência de bullying,
revelam que pelo menos 15% dos estudantes na escola estão envolvidos no
fenómeno.

Sharp & Smith (1994, citados por Pereira & Pinto, 1999), afirmam que o bullying é o
abuso sistemático de poder. É uma forma de comportamento agressivo, entre pares,
usualmente maldosa, deliberada e com frequência persistente, podendo durar
semanas, meses ou anos, sendo difícil às vítimas defenderem-se a si próprias.

Segundo Pereira & Pinto (1999), engloba práticas, tais como: bater, empurrar,
rasteirar, dizer mal do colega, meter medo (com intencionalidade), ameaçar, chamar
nomes, insultar, espalhar histórias humilhantes (para prejudicar o colega), provocar
estragos, roubar, mentir, levantar falsos testemunhos e excluir ou ignorar colegas.

Esse repetido importunar tem sido interpretado de diferentes formas por diversos
autores, isto é, em relação aos comportamentos abrangidos, uns só se referem à
violência física e outros referem-se à verbal e à psicológica, sendo poucos, aqueles
que referem a sexual.

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O termo bullying está reservado a um tipo mais específico de violência ou de maus-
tratos entre iguais, contendo características próprias, como sejam: a continuidade no
tempo e o abuso de poder que acentuam a diferença entre o mais forte e o mais débil
(Olweus, 1993).

Quanto às características dos agressores, Olweus (1991) definiu dois perfis de


personalidade das crianças que mal tratam os seus companheiros:

- o activo, que agride pessoalmente, estabelecendo relações directas com as suas


vítimas;

- o social-indirecto, que agride, às vezes, na sombra o comportamento dos seus


seguidores a quem induz a actos de violência e perseguição de inocentes.

No bullying verifica-se sempre a existência de uma relação desigual de poder entre


agressor e a sua vítima, “normalmente o agressor é mais velho e mais pujante e pode
actuar em grupo” (Ventura, 2005).

Segundo Pereira & Pinto (1999), os agressores são mais vezes do sexo masculino
que do sexo feminino, agem com intenção de magoar, sentem satisfação quando
causam mal-estar, não apresentam sentimentos de culpa e são provocadores. Olweus
(1997) considera que, no caso masculino, a reacção agressiva é proporcional à força
física do agressor.

Os agressores têm atitudes positivas para com a violência (Olweus, 1994), são
impulsivos, gostam de dominar os colegas, sendo do sexo masculino são
normalmente mais fortes fisicamente do que os colegas e, em especial, que as vítimas
(Olweus, 1997), têm maior probabilidade de se sentirem deprimidos (Salmon, James &
Smith, 1998) e, em relação aos pares, têm dificuldades em fazer amigos (Boulton,
1999).

Relativamente à escola, os agressores sentem-se infelizes e descontentes com a


escola (Forero et al.,1999) e têm maior probabilidade de se envolverem na
delinquência e na violência (Pereira et al., 1996). Provêm de famílias caracterizadas
como tendo pouco calor, carinho ou afecto, com problemas em partilhar os seus
sentimentos (DeHaan, 1997).

Segundo a definição de Boulton & Smith (1994, citados por Carvalhosa, Lima & Matos,
2001), a vítima é alguém com quem frequentemente implicam, ou que lhe batem, ou
que a arreliam, ou que lhe fazem outra coisa desagradável sem uma boa razão.

Para Olweus (1978, citado por Ruiz, 1994), as vítimas não são assertivas e não
dominam competências sociais, facto que lhes traz dificuldades de interacção e as

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torna, por vezes, excluídas socialmente. Considera ainda Olweus (1997) que as
vítimas, quando agredidas, reagem chorando, costumam andar sozinhas e
abandonadas na escola, apresentam uma atitude negativa para com a violência, são
inseguras, quietas e sensíveis, têm baixa auto-estima e uma auto-imagem negativa e,
se são do sexo masculino, são, normalmente, mais fracos fisicamente do que os
outros rapazes.

Eslea et al., (2004), num estudo englobando sete países diferentes, refere que as
crianças deixadas sozinhas são frequentemente mais vitimadas. Considera que existe
uma relação entre o número de amigos e o bullying. Assim, as vítimas têm tendência
para terem poucos amigos. Quem tem muitos amigos são neutros ou são agressores.

Olweus (1991), refere a existência de dois tipos de vítimas:

- a activa, que provoca a agressão;

- a passiva, que se mostra pouco e sofre caladamente o ataque do intimador.

Relativamente às consequências que os maus-tratos trazem às vítimas, Pereira &


Pinto (1999) referem: a perda da autoconfiança, tendências depressivas, falta de
concentração, ansiedade, expressão de tristeza, problemas nas relações íntimas e,
nos casos mais graves, o suicídio. Os sintomas que apresentam, segundo os autores
supracitados, são: o medo, a recusa de ir à escola, as dores de cabeça, a perda de
peso e o decréscimo de rendimento escolar.

As consequências negativas do bullying repercutem-se não só nas vítimas, mas


também nos agressores. Estes têm tendência para a depressão e para ataques de
culpabilidade, mantendo-se esta tendência por vezes até à velhice. (Campos, 2005)

As consequências do bullying influenciarão todas as decisões, imagens, atitudes,


comportamentos que a pessoa constrói em relação a si, aos outros, ao mundo e até à
própria vida.

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