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A Lei de Proteção a Testemunhas
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Marcus Valério Saavedra Guimarães de Souza
Temos produção legislativa recente, a Lei 9.807/99, que trata de programas protecion
istas a vítimas, testemunhas e acusados, em caso de ameaças.
O novo instituto procura, pelo que se pode depreender do disposto já no primeiro a
rtigo, preservar o interesse da justiça penal adjetiva, através da preservação da instrução
criminal.
Nessa empreitada, cuidou o legislador de 99 em envolver não só a União, como seria nat
ural, em face mesmo do princípio de competência constitucional, mas, também, os Estado
s e o Distrito Federal.
Ao Ministério da Justiça, coube a tarefa de supervisionar e fiscalizar os convênios, q
uando em jogo os interesses da União Federal. Certamente, nos Estados federados, e
ssa incumbência caberá às respectivas Secretarias de Justiça, a exemplo, também do Distrit
o Federal.
A proteção estatal decorrente da mencionada lei, considerará a efetiva gravidade da ação e
da ameaça, bem como a dificuldade de preveni-la e a importância relacionada para a
produção da prova.
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Observados num primeiro momento, estes requisitos, não a vítima, testemunha e acusad
os somente podem ser objeto de proteção, mas também o cônjuge, o companheiro, os ascende
ntes, os descendentes e dependentes que convivam habitualmente com a vítima ou tes
temunha.
A lei exclui da proteção do Estado pessoas dotadas de personalidade incompatível com a
restrições de conduta necessárias ao programa, os condenados que estejam cumprindo pe
na, além dos presos provisórios.
O estatuto legal prevê que a admissão no programa, como beneficiário, se sujeita a anuên
cia do protegido, a cujas normas o mesmo ficará obrigado, sendo assegurado sigilo às
medidas e providências relacionadas com os programas protecionistas.
A admissão e exclusão dos programas serão precedidas de parecer do Ministério Público, sen
do os programas dirigidos por um conselho deliberativo, integrado por membros do
Ministério Público, Poder Judiciário e por representantes de outros órgãos vinculados à Se
urança Pública e à defesa dos Direitos humanos.
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Vinte e um artigos compõem a nova lei, a qual admite, em excepcionais situações, a alt
eração completa de nome do beneficiado. É o que dimana do art. 9º da Lei de Proteção àsTest
nhas.
Induvidoso que o novo instituto legal representa um avançado projeto de combate à im
punidade, levando-se em conta as quase insuperáveis dificuldades com que lidam os
agentes de segurança pública, na apuração dos crime praticados, sobretudo por organizações
riminosas.
Com efeito, finalmente entendeu o legislador que a simples possibilidade de decr
etação da prisão preventiva, fundada na conveniência da instrução criminal, ou mesmo a pris
temporária, modalidade nova de custódia cautelar, não constituem elementos suficientes
para assegurar a aplicação da lei penal.
Como decorrência desse estado de coisas, avolumavam-se nos órgãos de segurança pública os
processos e inquéritos com endereço certo para o arquivo, por falta de provas, capaz
es de amparar o aforamento da demanda penal.
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Mas, por quê, qual o motivo inspirador da Lei 9.807/99? Seria realmente, a preocup
ação com a impunidade? Seria a preocupação com a integridade física e psicológica dos favor
cidos pelos programas?
A resposta depende da análise de uma série de fatores.
Em princípio, impõe-se a realização de minucioso estudo acerca das causas da impunidade,
como sendo a desocupação do espaço funcional do Estado, equivalente à inoperância ou inco
mpetência do aparelho repressivo, fatores que podem debitar à total ausência de formação e
capacitação profissional dos agentes do Estado incumbidos da Justiça Pública e segurança.
Estudos já comprovaram que a impunidade não é, ao contrário do que muitos erroneamente e
ntendem, um fenômeno isolado, de índole espontânea e natural. Trata-se de um processo
deliberado, seletivo e discriminatório.
Assim sendo, a autuação de testemunhas, vítimas e acusados, durante o decorrer da inst
rução criminal, pouco ou nada tem a ver com ela, isso porque resulta muita vez de at
itudes patrocinadas e dirigidas por interesses escusos no sentido de conduzir a
investigação criminal para o vazio probatório e, por conseguinte, à impunidade.
Um exame acurado da intenção do legislador, exposta na lei, demonstra, infelizmente,
que se pretende a qualquer custo incentivar a cultura da delação, a defluir da poss
ibilidade de alteração de nome no Registro Civil, e do perdão judicial de que cuida o
art. 13, do Diploma Legal sob enfoque.
São condutas anti-éticas de um Estado, que assim passa atestado de incompetência e de
falência de seu sistema de segurança pública, e procura transferir ao administrador re
sponsabilidades constitucionalmente suas.
As medidas protecionistas ofertadas na lei estudada, em absoluto, resolvem o pro
blema da insegurança que cerca as testemunhas e vítimas, tendo em vista o complexo e
bem articulado mecanismo posto a serviço dos grupos criminosos organizados, tanto
no campo, como nas grandes cidades.
Exemplo disso é o episódio Chico Mendes, que, a quando de seu assassinato, estava so
b inteira proteção do Ministério da Justiça, acompanhado dia e noite por agentes da Políci
a Federal e, no entanto, foi tranqüilamente fuzilado.
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Visto isso, cumpre examinar se a lei nasceu da preocupação com a integridade dos ben
eficiários.
Apesar dessa subreptíca aparência, foi, contudo, essa a preocupação. Alhueres se consign
ou que a produção legislativa foi presidida pelo evidente reconhecimento do fracasso
operacional dos órgãos de repressão criminal do Estado.
Tal enfraquecimento, por outro lado, não conta com qualquer perspectiva de solução, in
dispondo de qualquer panacéia a obstar-lhes os efeitos, tendo em vista que a infil
tração de elementos vinculados ao crime organizado nos órgãos policiais e judiciais é fato
reconhecidamente notório.
O art. 7º da lei estabelece as medidas de proteção, aplicáveis em conformidade com a gra
vidade e circunstâncias de cada caso. São medidas que, convenientemente regulamentad
as, representam consideráveis avanços na solução do difícil problema da insegurança que nor
almente ronda as vítimas e testemunhas de ilícitos de grande repercussão social.
Com efeito, dentre as medidas elencadas no citado art. 7º, sendo todos da mais alt
a importância para a segurança e proteção do interessado, três se destacam por sua naturez
a assegurarem à pessoa protegida certa tranqüilidade. São a que possibilita a transferên
cia de residência ou acomodação provisória em local compatível com a proteção; a que confer
uxílio financeiro mensal e o sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção
deferida.
Esta última, se convenientemente requerida ao órgão competente, pode viabilizar que au
diências de oitivas de vítimas e testemunhas sejam realizadas sob sigilo, e em locai
s diversos do forum, propiciando, dessarte, que eventuais interessados em conhec
er a protegida, vejam-se afinal frustrados em seus designios

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