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INTRODUÇÃO

Estamos enchendo o mundo de lixo e até o espaço. É lixo em todo lugar, poluindo os rios, terrenos
baldios, lagoas, matas e já estão soltando lá no espaço e té pensando em criar lixões lá em cima.
Se não forem tomadas medidas urgentes para reduzir nem que seja lentamente a produção do lixo e
também a poluição atmosférica, a tendência é chegar a um ponto em que vai ficar incontrolável.
Rios que há 20 anos eram locais de lazer e pesca, hoje estão agonizando de tanta poluição e lixo.
Os peixes, que peixes, já se mandaram todos. Dizem os especialistas, precisamos de milhões para
trazer a vida novamente a este rio e lá se vão os milhões e nada de o rio voltar a ter vida.
A preocupação com o lixo começou na Idade Média pelo aumento do número de pessoas e
concentração de casas, criando assim os vilarejos e ainda não existia sistema de esgotos e coleta de
lixo, por isso tudo era jogado no mares e rios e com o acúmulo nas margens e baixadas começou a
aparecer muitos tipos de insetos e ratos, trazendo também muitas doenças e epidemias. A mais
grave da época foi a Peste Negra que deu entre os anos de 1.347 e 1351, causando a morde de 25
milhões de pessoas, 1 terço da população da Europa.
Na Europa, em Roma surgiu a primeira metrópole e os problemas com lixo e esgotos já
começavam, pois tudo era jogado nos mares e rios.
Com os primeiros centros urbanos formados próximos as águas e em locais planos para fazerem o
plantio, também veio junto o acúmulo de lixo nestas regiões.
Umas das soluções mais imediatas é a reciclagem, com este sistema da para reaproveitar
praticamente todo lixo coletado, transformando muitos materiais e utilidades novamente. Criando
um ciclo permanente de reaproveitamento de tudo aquilo que jogamos fora.

Coleta seletiva
É o termo utilizado para o recolhimento dos materiais que são passíveis de serem
reciclados, previamente separados na fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis
podemos citar os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros.
A separação na fonte evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o
valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem.
Para iniciar um processo de coleta seletiva é preciso avaliar, quantitativamente e
qualitativamente, o perfil dos resíduos sólidos gerados em determinado município ou
localidade, a fim de estruturar melhor o processo de coleta.

Separando o lixo
O lixo deteriorável (biodegradável), composto pelos restos de carne, vegetais, frutas, etc, é
separado do lixo restante, podendo ter como destino os aterros sanitários ou entrarem num
sistema de valorização de residuos.
A reciclagem se tornou uma ação importante na vida moderna pois houve um aumento do
consumismo e uma diminuição do tempo médio de vida da maior parte dos acessórios que
se tornaram indispensáveis no dia a dia trouxeram um grave problema: qual o destino a dar
quando perdem utilidade? No inicio o os resíduos resultantes da atividade humana tinham
como destino as lixeiras ou então aterros sanitários, contudo com o aumento exponencial
da quantidade de resíduos e da evolução tecnológica, aliados ao interesse económico de
busca de mais matérias primas de baixo custo, o vulgarmente designado lixo começa a
perder o caráter pejorativo do nome e começa a ser considerado como um resíduo, passível
de ser reaproveitado. Com as tecnologias actuais apenas uma ínfima parte dos resíduos
urbanos não são passiveis de reaproveitamento, sendo direcionados para unidades de
eliminação dos mesmos, normalmente os aterros sanitários. Felizmente a maior parte dos
mesmos podem ser destinados ao reaproveitamento, quer seja reciclagem ou outros tipos
de reaproveitamento. A coleta seletiva, ou recolha seletiva tem como objectivo a separação
dos resíduos urbanos pelas suas propriedades e pelo destino que lhes pode ser dado, com o
intuito de tornar mais fácil e eficiente a sua recuperação. Assim pretende-se resolver os
problemas de acumulação de lixo nos centros urbanos, e reintegrar os mesmos no ciclo
industrial, o que trás vantagens ambientais e econômicas. Os pontos onde são depositados
para a recolha são denominados de lixões, ou ecopontos. Estes podem oferecer vários tipos
de coletores, de acordo com as especificidades dos residuos da zona e das respostas de
tratamento existentes pela entidade que procede ao seu encaminhamento para os centros de
valorização.

Cores padronizadas das latas de lixo

• Azul - Papel/Papelão
• Amarelo - Metal
• Verde - Vidro
• Vermelho - Plástico
• Marrom - Orgânico
• Laranja - Resíduos perigosos
• Preto - Madeira
• Cinza - Resíduos gerais não recicláveis ou misturados, ou contaminado não
passível de separação
• Roxo - Resíduos radioativos
• Branco - Resíduos ambulatoriais e de serviço de saúde
Conforme Resolução CONAMA nº 275, de 19 de junho de 2001.

As soluções convencionais
Os aterros sanitários são grandes terrenos onde o lixo é depositado, comprimido e depois
espalhado por tratores em camadas separadas por terra. As extensas áreas que ocupam,
bem como os problemas ambientais que podem ser causados pelo seu manejo inadequado,
tornam problemática a localização dos aterros sanitários nos centros urbanos maiores,
apesar de serem a alternativa mais econômica a curto prazo.
Os incineradores, indicados sobretudo para materiais de alto risco, podem ser utilizados
para a queima de outros resíduos, reduzindo seu volume. As cinzas ocupam menos espaço
nos aterros e reduz-se o risco de poluição do solo. Entretanto, podem liberar gases nocivos
à saúde, e seu alto custo os torna inacessíveis para a maioria dos municípios.
As usinas de compostagem transformam os resíduos orgânicos presentes no lixo em adubo,
reduzindo o volume destinado aos aterros. É difícil cobrir o alto custo do processo com a
receita auferida pela venda do produto. Além disso, não se resolve o problema de
destinação dos resíduos inorgânicos, cuja possibilidade de depuração natural é menor.

Implantando a coleta seletiva


A coleta seletiva e a reciclagem de resíduos são soluções desejáveis, por permitirem a
redução do volume de lixo para disposição final.
O fundamento da coleta seletiva é a separação, pela população, dos materiais recicláveis
(papéis, vidros, plásticos e metais) do restante do lixo.
A implantação da coleta seletiva pode começar com uma experiência-piloto, que vai sendo
ampliada aos poucos. O primeiro passo é a realização de uma campanha informativa junto
à população, convencendo-a da importância da reciclagem e orientando-a para que separe
o lixo em recipientes para cada tipo de material.
É aconselhável distribuir à população, ao menos inicialmente, recipientes adequados à
separação e ao armazenamento dos resíduos recicláveis nas residências (normalmente
sacos de papel ou plástico).
A instalação de postos de entrega voluntária (PEV) em locais estratégicos melhora a
operação da coleta seletiva em locais públicos. A mobilização da sociedade, a partir das
campanhas, pode estimular iniciativas em conjuntos habitacionais, shopping centers e
edifícios comerciais e públicos.
Deve-se buscar elaborar um plano de coleta, definindo equipamentos e periodicidade de
coleta dos resíduos. A regularidade e eficácia no recolhimento dos materiais são
importantes para que a população tenha confiança e se disponha a participar. Não vale a
pena iniciar um processo de coleta seletiva se há o risco de interrompê-lo, pois a perda de
credibilidade dificulta a retomada.
Finalmente, é necessária a instalação de um centro de triagem para a limpeza e separação
dos resíduos e o acondicionamento para a venda do material a ser reciclado. Também é
possível implantar programas especiais para reciclagem de entulho (resíduos da construção
civil).

Principais formas de coleta seletiva


• Porta a Porta – Veículos coletores percorrem as residências em dias e horários
específicos que não coincidam com a coleta normal de lixo. Os moradores colocam
os recicláveis nas calçadas, acondicionados em contêineres distintos;
• PEV (Postos de Entrega Voluntária) - Utiliza contêineres ou pequenos depósitos,
colocados em pontos físicos no município, onde o cidadão, espontaneamente,
deposita os recicláveis;
• Postos de Troca – Troca do material a ser reciclado por algum bem.
• PICs - Outra modalidade de coleta é a PICs, Programa Interno de Coleta Seletiva,
que é realizado em instituições públicas e privadas, em parceria com associações de
catadores. Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o PICs é realizado em
diversas empresas, fruto do trabalho da Companhia de Serviços Urbanos de Natal
(URBANA), que realiza trabalhos de educação ambiental com crianças e
adolescentes.

Recursos
O custo de operação do projeto varia em função do município, sendo considerado baixo
um custo de US$ 150 por tonelada de resíduo coletado. A receita auferida com a venda do
material é, em média US$ 45 por tonelada de plástico, US$ 502 para alumínio, US$ 30
para vidro, US$ 100 para papel de primeira e US$ 48 para aparas de papel.
Os custos de transporte são os maiores limitantes da coleta seletiva. Distâncias superiores a
100 km entre a fonte dos resíduos e a indústria de reciclagem tendem a tornar o processo
deficitário. O processamento primário dos materiais (através de equipamentos como
prensas e trituradores) aumenta seu valor e atenua o problema. Para a coleta, a prefeitura
pode colocar caminhões com caçamba e pessoal à disposição ou contratar os serviços. Uma
campanha informativa pode custar à prefeitura apenas a impressão dos folhetos e cartilhas.
A prefeitura deve dispor de uma área para o centro de triagem.
A iniciativa privada atua na reciclagem apenas nas atividades mais lucrativas; procurar
novas formas para seu envolvimento que reduzam os gastos públicos é um desafio para as
prefeituras. Tais parcerias podem ocorrer através do fornecimento de cartilhas, folhetos e
sacos para o recolhimento do lixo, da colocação de postos de entrega, da organização da
coleta seletiva no interior de edifícios e instalações comerciais, da compra de materiais
reciclados ou mesmo da instalação de indústrias de reciclagem ou processamento primário,
mesmo que de pequeno porte. Parcerias com entidades da sociedade civil, através de
campanhas de esclarecimento, instalação de postos de entrega, organização e realização da
coleta e separação dos materiais, ampliam o alcance das ações e reduzem custos.
Consórcios intermunicipais possibilitam economias de escala, com ações conjuntas entre
prefeituras. Tão importante quanto o investimento, é o papel do governo municipal como
articulador junto à sociedade e outros governos.

Algumas experiências no Brasil


Em Niterói-RJ, a iniciativa partiu dos moradores de um bairro, em 1985, que contaram
com o apoio da Universidade Federal Fluminense e de uma entidade do governo alemão. A
prefeitura apenas cedeu um técnico, temporariamente, e fez a terraplanagem do terreno. Os
moradores administram o serviço, investindo o lucro em atividades comunitárias.
Curitiba-PR, criou, em 1989, o projeto "Lixo Que Não É Lixo", iniciado com um trabalho
de educação ambiental nas escolas. Em seguida, foi distribuída uma cartilha à população e
iniciada a coleta domiciliar e em supermercados, onde os resíduos recicláveis são trocados
por vales-compra. A prefeitura assume o custo de coleta e o material recolhido é doado a
uma entidade assistencial, que o processa e comercializa, destinando o lucro para suas
atividades assistenciais.
A coleta seletiva criou condições técnicas para a implantação de uma usina de
compostagem na cidade, pois boa parte do material inorgânico (metais, vidros, etc.) já é
separado, reduzindo os custos de operação da usina.
A instalação da usina de reciclagem de Vitória-ES, em 1990, em um antigo "lixão", evitou
enormes prejuízos ambientais e reuniu trabalhadores que viviam em condições sub-
humanas, explorados pelas "máfias do lixo", controladas por aparistas e sucateiros, dando-
lhes melhores condições de trabalho e remuneração.
Da avaliação dessas experiências, pode-se dizer que a participação da população é a
principal condição para o sucesso da coleta seletiva.

Resultados Ambientais
Os maiores beneficiados por esse sistema são o meio ambiente e a saúde da população. A
reciclagem de papéis, vidros, plásticos e metais - que representam em torno de 40% do lixo
doméstico - reduz a utilização dos aterros sanitários, prolongando sua vida útil. Se o
programa de reciclagem contar, também, com uma usina de compostagem, os benefícios
são ainda maiores. Além disso, a reciclagem implica uma redução significativa dos níveis
de poluição ambiental e do desperdício de recursos naturais, através da economia de
energia e matérias-primas.
Econômicos
A coleta seletiva e reciclagem do lixo doméstico apresenta, normalmente, um custo mais
elevado do que os métodos convencionais. Iniciativas comunitárias ou empresariais,
entretanto, podem reduzir a zero os custos da prefeitura e mesmo produzir benefícios para
as entidades ou empresas. De qualquer forma, é importante notar que o objetivo da coleta
seletiva não é gerar recursos, mas reduzir o volume de lixo, gerando ganhos ambientais. É
um investimento no meio ambiente e na qualidade de vida. Não cabe, portanto, uma
avaliação baseada unicamente na equação financeira dos gastos da prefeitura com o lixo,
que despreze os futuros ganhos ambientais, sociais e econômicos da coletividade. A curto
prazo, a reciclagem permite a aplicação dos recursos obtidos com a venda dos materiais em
benefícios sociais e melhorias de infra-estrutura na comunidade que participa do programa.
Também pode gerar empregos e integrar na economia formal trabalhadores antes
marginalizados.

Políticos
Além de contribuir positivamente para a imagem do governo e da cidade, a coleta seletiva
exige um exercício de cidadania, no qual os cidadãos assumem um papel ativo em relação
à administração da cidade. Além das possibilidades de aproximação entre o poder público
e a população, a coleta seletiva pode estimular a organização da sociedade civil.

Veja alguns exemplos


Reciclável Não Reciclável
Papel Aparas de papel, jornais, revistas, Adesivos, etiquetas, fita crepe, papel
caixas, papelão, papel de fax, carbono, fotografias, papel toalha, papel
formulários de computador, folhas higiênico, papéis e guardanapos
de caderno, cartolinas, cartões, engordurados, papéis metalizados,
rascunhos escritos, envelopes, parafinados, plastificados.
fotocópias, folhetos, impressos em
geral.
Metal Latas de alumínio (ex. latas de Clipes, grampos, esponjas de aço, latas
bebidas), de tintas e pilhas
latas de aço (ex. latas de óleo,
sardinha, molho de tomate),
tampas, ferragens, canos,
esquadrias e molduras de
quadros...
Plástico Tampas, potes de alimentos Cabos de panela, tomadas, embalagens
(margarina), frascos, utilidades metalizadas (ex. alguns salgadinhos),
domésticas, embalagens de isopor, adesivos, espuma.
refrigerante, garrafas de água
mineral, recipientes para produtos
de higiene e limpeza, PVC, tubos
e conexões, sacos plásticos em
geral, peças de brinquedos,
engradados de bebidas, baldes.
Vidro Podem ser inteiros ou quebrados. Espelhos, cristal, ampolas de
Tampas, potes, frascos, garrafas medicamentos, cerâmicas e louças,
de bebidas, copos, embalagens. lâmpadas, vidros temperados planos.
Obs. Todos os materiais devem estar separados, limpos e secos.
Razões para reciclar:
Contribuição Para a Natureza:
50 kg de papel velho = uma árvore poupada
1.000 Kg de papel reciclado= 20 árvores poupadas
1.000 Kg de vidro reciclado= 1300 kg de areia extraída poupada
1.000 Kg de plástico reciclado= milhares de litros de petróleo poupados
1.000 Kg de alumínio reciclado= 5000 kg de minérios extraídos poupados
Note que areia, petróleo e minérios são recursos naturais não renováveis.

Alguns Benefícios da Coleta Seletiva:


 Menor redução de florestas nativas.
 Reduz a extração dos recursos naturais.
 Diminui a poluição do solo, da água e do ar.
 Economiza energia e água.
 Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo.
 Conserva o solo. Diminui o lixo nos aterros e lixões.
 Prolonga a vida útil dos aterros sanitários.
 Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas
indústrias.
 Diminui o desperdício.
 Melhora a limpeza e higiene da cidade.
 Previne enchentes.
 Diminui os gastos com a limpeza urbana.
 Cria oportunidade de fortalecer cooperativas.
 Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis.
 Vamos tratar aqui dos recicláveis mais encontrados no lixo doméstico.
 Quais são recicláveis? E quais não são?

Destino dos recicláveis: postos de entrega, instituições, cooperativas e sucateiros.


Cada um isoladamente ou em comunidade pode fazer a sua parte, dando um destino
adequado aos recicláveis que foram separados.

Postos de Entrega Voluntária (PEV)


Pesquise na sua cidade :
Postos ou Centrais de Triagem da Prefeitura
Lojas de supermercados que disponibilizam coletores especiais
Associações ou entidades beneficentes que aceitam doações

Cooperativas e Sucateiros
Estão listados por cidade na seção de Serviços do site
Encaminhar para cooperativas é fazer um bem social e dar um trabalho mais digno aos
catadores.
Os sucateiros retiram somente grandes quantidades que compensem os custos da viagem e
nem sempre cumprem prazos.
Pesquise quais materiais já são retirados na sua região ou vizinhança.

Para implantar um programa de coleta seletiva na sua empresa, condomínio, escola


ou comunidade, observe :
Onde armazenar; Quais recicláveis separar; Para onde enviar; Identificar coletores; Treinar
o pessoal da limpeza; Comunicar a todos; Estocar separadamente; Doar ou vender;
Acompanhar resultados. Se onde você mora só recolhem papéis e latinhas, leve seus
plásticos, vidros e outros metais para um posto de entrega.

Coleta Seletiva pelas Prefeituras


Segundo pesquisa de 2006 do CEMPRE, dos 5.563 municípios brasileiros, 327 prefeituras
operam programas de coleta seletiva (menos de 6%). Como ela abrange muitos dos
municípios mais populosos, cerca de 25 milhões de brasileiros têm acesso a esses
programas e 43,5% deles mantém relação direta com cooperativas de catadores.
As regiões Sul e Sudeste continuam com melhor desempenho e juntas contabilizam 279
cidades com programas estruturados.
O estado de São Paulo apresenta o maior número de iniciativas: 114 no total. Na
sequencia, aparece Rio Grande do Sul (40), Paraná (39), Santa Catarina (33), Minas Gerais
(28), Rio de Janeiro (17) e Espírito Santo (8). Santos (SP), Santo André (SP), Itabira (MG),
Curitiba (PR) e Londrina (PR) são as localidades que têm 100% da população engajada.
Logo depois, vêm Florianópolis (SC), com índice de 87%, Belo Horizonte (MG), com
80%, e Campinas (SP), com 75%. O papel e o papelão, juntos, somam 38% do peso do lixo
nas cidades pesquisadas. O plástico, o vidro e os metais ficam com 20%, 14% e 9%,
respectivamente. Já as embalagens longa vida e o alumínio têm índices de 2% e 1%,
enquanto a fatia de diversos (baterias, pilhas, borracha, madeira etc.) é de 5% e a de rejeito,
11%.
É importante exigir que a prefeitura adote um manejo adequado dos resíduos tóxicos
domiciliares como restos de tinta e solventes.
Descarte de Baterias e Pilhas
As baterias de telefones celulares não devem ir para o lixo comum, pois quando
depositadas em lixões, suas substâncias tóxicas contaminam os lençóis d’água
subterrâneos.
O consumidor pode encaminhar as baterias para as assistências técnicas de operadoras de
celular ou lojas que vendem celulares.
Baterias de chumbo ácido, usadas em automóveis, também devem ser recolhidas pelo
comércio e encaminhadas aos fabricantes ou importadores para destinação adequada.
As pilhas de uso comum, como as vendidas em supermercados - alcalinas comuns e as do
tipo botão usadas em relógio e calculadora - devem ser descartadas no lixo comum para
coleta pública.
Em caso de dúvidas observe instruções de descarte na embalagem. Nunca compre pilhas
piratas.

Guia de Coleta Seletiva


A coleta seletiva consiste em separar o material reciclável dos não recicláveis na fonte
geradora dos resíduos, ou seja, nossas residências e empresas. A importância deste
procedimento é a preservação do material reciclável, pois, se o papel estiver molhado e
misturado com resíduos alimentares, por exemplo, não poderá ser reciclado.
Todo o material separado para reciclagem deve estar limpo e seco. As embalagens
recicláveis de alimentos, bebidas e material de limpeza devem ser lavadas para se evitar
odores desagradáveis ou a proliferação de insetos.
Na guia Ações Cotidianas, temos o procedimento básico de Coleta Seletiva: separar o
MATERIAL SECO (inorgânico) e o MATERIAL MOLHADO (orgânico) em
recipientes distintos.
Caso você deseje programar um projeto de coleta seletiva no seu condomínio, empresa ou
escola tem nesse pequeno manual algumas dicas e informações complementares.

COMO ORGANIZAR A COLETA SELETIVA EM UM CONDOMÍNIO, ESCOLA


OU EMPRESA.
1º passo: PLANEJAR PARA ONDE O MATERIAL COLETADO SERÁ ENVIADO
Algumas cidades brasileiras possuem programas de coleta seletiva. Entre em contato com a
prefeitura da sua cidade para saber se há o programa na sua cidade e, em caso positivo, se
informar sobre dias e horários dessa coleta.
Se o serviço ainda não estiver disponível, você poderá procurar cooperativas de catadores,
ou ferros-velhos, sucateiros e ONGs que façam coleta na sua região.
2º passo: CONVERSAR COM O RESPONSÁVEL PELO LOCAL
Explique para o zelador, síndico ou outro responsável o que pretende fazer. Escolham
junto o local da armazenagem, que coletores serão usados (lixeiras antigas, por exemplo) e
a maneira adequada para identificar cada coletor.
3º passo: MOBILIZAR AS PESSOAS
Converse com os vizinhos, colegas e funcionários. Marque uma reunião para explicar a
importância da reciclagem e da coleta seletiva e como esta deve ser feita para preservar o
material reciclável.
Faça cartazes e folhetos explicativos com todas as informações necessárias (materiais que
serão separados, como fazer para preservá-los e o local onde serão depositados).
No caso de edifícios, é importante que as empregadas domésticas dos apartamentos sejam
convocadas para as reuniões, elas farão a grande diferença neste processo.
Se possível, faça contato também com os prédios vizinhos – como sucata vale pouco será
necessário juntar uma quantidade significativa para conseguir a sua coleta.
DICAS:
# Não desanime com a resistência inicial de algumas pessoas - é difícil conseguir mobilizar
a todos de uma só vez.
# Acompanhe de perto o andamento do processo procurando incentivar os funcionários
envolvidos, os vizinhos e colegas.

CUIDADOS ESPECIAIS:
Descarte de Baterias e Pilhas
Reciclam-se só as de telefones sem fio, filmadoras e celulares. As baterias não devem ir
para o lixo comum, pois, quando depositadas em lixões, suas substâncias tóxicas
contaminam os lençóis d’água subterrâneos, rios e oceanos.
O consumidor pode encaminhar as baterias de celulares para as assistências técnicas ou
lojas revendedoras do produto.
Baterias de chumbo ácido, usadas em automóveis, também devem ser recolhidas pelo
comércio e encaminhadas aos fabricantes ou importadores para destinação adequada.
O Banco Real possui um programa de reciclagem de pilhas e baterias, o PAPA- PILHAS.
Basta levar o material a qualquer agência do banco e depositá-las nos coletores.
Lâmpadas fluorescentes
As lâmpadas fluorescentes possuem pequenas quantidades de mercúrio, que é uma
substância altamente tóxica. Não devem ser quebradas nem descartadas no lixo comum,
pois acumuladas nos aterros sanitários podem contaminar lençóis d’água, rios, animais e
pessoas. Já existem empresas especializadas na reciclagem dos componentes dessas
lâmpadas.
Óleo de cozinha
O óleo de cozinha é um dos alimentos mais nocivos ao meio ambiente. Quando despejado
no ralo da pia, ele contamina rios e mares. Eis o número: 1 litro de óleo de cozinha polui
1 milhão de litros de água.
Como reciclar: deixar o óleo esfriar, colocar em garrafas PET bem vedadas e entregá-las a
uma das várias organizações especializadas nesse tipo de reciclagem. Ele será
encaminhado às fábricas de sabão ou usado na produção de biodiesel.

Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos


O colapso do saneamento ambiental no Brasil chegou a níveis insuportáveis. A falta de
água potável e de esgotamento sanitário é responsável, hoje, por 80% das doenças e 65%
das internações hospitalares. Além disso, 90% dos esgotos domésticos e industriais são
despejados sem qualquer tratamento nos mananciais de água. Os lixões, muitos deles
situados às margens de rios e lagoas, são outros focos de problemas. O debate sobre o
tratamento e a disposição de resíduos sólidos urbanos ainda é negligenciado pelo Poder
Público.
Lixo é todo e qualquer resíduo sólido resultante das atividades diárias do homem em
sociedade. Pode encontrar-se nos estados sólido, líquido e gasoso. Como exemplo de lixo
têm as sobras de alimentos, embalagens, papéis, plásticos e outros.
A definição de LIXO como material inservível e não aproveitável é, na atualidade, com o
crescimento da indústria da reciclagem, considerada relativa, pois um resíduo poderá ser
inútil para algumas pessoas e, ao mesmo tempo, considerado como aproveitável para
outras.

CLASSIFICAÇÃO.
Segundo o critério de origem e produção, o lixo pode ser classificado da seguinte maneira:
· Doméstico: gerado basicamente em residências;
· Comercial: gerado pelo setor comercial e de serviços;
· Industrial: gerado por indústrias (classe I, II e III);
· Hospitalares: gerado por hospitais, farmácias, clínicas, etc.;
· Especial: podas de jardins, entulhos de construções e animais mortos.
De acordo com a composição química, o lixo pode ser classificado em duas categorias:
· Orgânico
· Inorgânico.

DESTINO DO LIXO
Resíduo Descartado Sem Tratamento:
Caso o lixo não tenha um tratamento adequado, ele acarretará sérios danos ao meio
ambiente:
1º - POLUIÇÃO DO SOLO: alterando suas características físico-químicas, representará
uma séria ameaça à saúde pública tornando-se ambiente propício ao desenvolvimento de
transmissores de doenças, além do visual degradante associado aos montes de lixo.
2º - POLUIÇÃO DA ÁGUA: alterando as características do ambiente aquático, através da
percolação do líquido gerado pela decomposição da matéria orgânica presente no lixo,
associado com as águas pluviais e nascentes existentes nos locais de descarga dos resíduos.
3º - POLUIÇÃO DO AR: provocando formação de gases naturais na massa de lixo, pela
decomposição dos resíduos com e sem a presença de oxigênio no meio, originando riscos
de migração de gás, explosões e até de doenças respiratórias, se em contato direto com os
mesmos.
Resíduo Descartado Com Tratamento:
A destinação final e o tratamento do lixo podem ser realizados através dos seguintes
métodos:
· Aterros sanitários (disposição no solo de resíduos domiciliares);
· Reciclagem energética (incineração ou queima de resíduos perigosos, com
reaproveitamento e transformação da energia gerada);
· Reciclagem orgânica (compostagem da matéria orgânica);
· Reciclagem industrial (reaproveitamento e transformação dos materiais
recicláveis);
· Esterilização a vapor e desinfecção por microondas (tratamento dos resíduos
patogênicos, sépticos, hospitalares).
OBS.-Programas educativos ou processos industriais que tenham como objetivo a redução
da quantidade de lixo produzido, também podem ser considerados como formas de
tratamento.

ATERROS SANITÁRIOS
Esclarecemos inicialmente que existe uma enorme diferença operacional, com reflexos
ambientais imediatos, entre Lixão e Aterro Sanitário.
O Lixão representa o que há de mais primitivo em termos de disposição final de resíduos.
Todo o lixão coletado é transportado para um local afastado e descarregado diretamente no
solo, sem tratamento algum.
Assim, todos os efeitos negativos para a população e para o meio ambiente, vistos
anteriormente, se manifestarão. Infelizmente, é dessa forma que a maioria das cidades
brasileiras ainda "trata" os seus resíduos sólidos domiciliares.
O Aterro Sanitário é um tratamento baseado em técnicas sanitárias (impermeabilização do
solo/compactação e cobertura diária das células de lixo/coleta e tratamento de gases/coleta
e tratamento do chorume), entre outros procedimentos técnico-operacionais responsáveis
em evitar os aspectos negativos da deposição final do lixo, ou seja, proliferação de ratos e
moscas, exalação do mau cheiro, contaminação dos lençóis freáticos, surgimento de
doenças e o transtorno do visual desolador por um local com toneladas de lixo amontoado.
Entretanto, apesar das vantagens, este método enfrenta limitações por causa do
crescimento das cidades, associado ao aumento da quantidade de lixo produzido.
O sistema de aterro sanitário precisa ser associado à coleta seletiva de lixo e à reciclagem,
o que permitirá que sua vida útil seja bastante prolongada, além do aspecto altamente
positivo de se implantar uma educação ambiental com resultado promissores na
comunidade, desenvolvendo coletivamente uma consciência ecológica, cujo resultado é
sempre uma maior participação da população na defesa e preservação do meio ambiente.
As áreas destinadas para implantação de aterros têm uma vida útil limitada e novas áreas
são cada vez mais difíceis de serem encontradas próximas aos centros urbanos.
Aperfeiçoam-se os critérios e requisitos analisados nas aprovações dos Estudos de Impacto
Ambiental pelos órgãos de controle do meio ambiente; além do fato de que os gastos com a
sua operação se elevam, com o seu distanciamento.
Devido a suas desvantagens, a instalação de Aterros Sanitários deve planejada sempre
associada à implantação da coletiva seletiva e de uma indústria de reciclagem, que ganha
cada vez mais força.

COMPOSTAGEM
A compostagem é uma forma de tratamento biológico da parcela orgânica do lixo,
permitindo uma redução de volume dos resíduos e a transformação destes em composto a
ser utilizado na agricultura, como recondicionante do solo. Trata-se de uma técnica
importante em razão da composição do lixo urbano do Brasil.
Pode enfrentar dificuldades de comercialização dos compostos em razão do
comprometimento dos mesmos por contaminantes, tais como metais pesados existentes no
lixo urbano, e possíveis aspectos negativos de cheiro no pátio de cura.

INCINERAÇÃO
Este tratamento é baseado na combustão (queima) do lixo.
É um processo que demanda custos bastante elevados e a necessidade de um super e
rigoroso controle da emissão de gases poluentes gerados pela combustão.
Com o avanço da industrialização, a natureza dos resíduos mudou drasticamente. A
produção em massa de produtos químicos e plásticos torna, hoje em dia, a eliminação do
lixo por meio da incineração um processo complexo, de custo elevado e altamente
poluidor.
A incineração acaba gerando mais resíduos tóxicos, tornando-se uma ameaça para o
ambiente e a saúde humana.
Os incineradores não resolvem os problemas dos materiais tóxicos presente no lixo. Na
verdade, eles apenas convertem esses materiais tóxicos em outras formas, algumas das
quais podem ser mais tóxicas que os materiais originais.
As emissões tóxicas, que são liberadas mesmo pelos incineradores mais modernos
(nenhum processo de incineração opera com 100% de eficácia), são constituídas por três
tipos de poluentes altamente perigosos: os metais pesados, os produtos de combustão
incompleta e as substâncias químicas novas, formadas durante o processo de incineração.
Inúmeras organizações internacionais de defesa ambiental, inclusive o Greenpeace,
defendem a implementação de estratégias e planos que promovam a redução, a reutilização
e a reciclagem de matérias, produtos e resíduos. A incineração não tem lugar em um futuro
sustentável.
A Convenção de Estocolmo, um tratado assinado por 151 países, inclusive o Brasil, tem o
objetivo de acabarem com a fabricação e utilização de 12 substâncias tóxicas, os chamados
"Doze Sujos". Entre elas, estão às dioxinas e os furanos, substâncias potencialmente
cancerígenas.
A Convenção classifica os incineradores de resíduos e os fornos de cimento para cogeração
de energia por meio da queima de resíduos, como sendo uma das principais fontes de
dioxinas, furanos e PCBs ("Polychlorinated Biphenuyls").
Além disso, recomenda o uso de tecnologias alternativas para evitar a geração desses
subprodutos. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) reportou que
os incineradores são a fonte de mais de 60% das emissões mundiais de dioxinas.

INCINERAÇÃO DE RESÍDUOS UMA TECNOLOGIA QUE DEVE


DESAPARECER
Os Incineradores são processos de queima obsoleto e insustentável para lidar com os
resíduos industriais e domésticos. Á medida que a oposição global à incineração continua
crescendo estão sendo desenvolvidas e adotadas em todo o mundo filosofias e práticas
inovadoras para uma gestão sustentável desses resíduos.
Secção 1: Os problemas da incineração
A secção discorre sobre os problemas da incineração de resíduos: descargas de poluentes
tanto para o ar como para outros meios; custos econômicos e custos de emprego, perda de
energia, insustentabilidade e incompatibilidade com outros sistemas para a gestão de
resíduos. Também lida com os problemas específicos dos países do hemisfério Sul.
As dioxinas são os poluentes mais importantes associados aos incineradores. Estes são os
causadores de uma grande variedade de problemas de saúde que incluem o cancro, danos
no sistema imunológico, problemas na reprodução dos seres vivos (reprodutivos) e de
desenvolvimento. As dioxinas são bio-acumulativas, isto é, passam para a cadeia alimentar
da presa para o predador, concentrando-se na carne e nos produtos lacticínios e por último
no Homem. As dioxinas são de particular preocupação, pois se disseminam no meio
ambiente (e no Homem), em níveis que já demonstraram estar causando problemas de
saúde, implicando que neste momento estão populações inteiras sofrendo as suas efeitos
adversos. Os incineradores são a principal fonte de dioxinas em nível mundial.
Os incineradores são uma das maiores fontes de poluição por mercúrio, sendo a sua
contaminação de vasto alcance, os intoxicados pelo mercúrio têm prejuízos em suas
funções: motora, sensorial e cognitiva. Os incineradores são também uma fonte
significativa de emissões para o meio ambiente de outros metais pesados, tais como: o
chumbo, cádmio, arsênio, cromo e berílio.
Outros poluentes que causam preocupação incluem (não dioxinas) hidrocarbonetos
halogênicos, gases ácidos, que são precursores da chuva ácida; partículas que prejudicam
as funções pulmonares; e gases que provocam o efeito de estufa. Contudo, a caracterização
das descargas de poluentes dos incineradores ainda está incompleta e estão presentes nas
emissões de ar e nas cinzas muitos componentes não identificados.
Os operadores de incineradores afirmam várias vezes que as emissões estão sob controle,
mas as evidências indicam que isto não é verdade. Primeiro: porque para muitos poluentes
tais como as dioxinas qualquer nível de emissão é inaceitável. Segundo: a verificação das
emissões é irregular e bastante imperfeita, deste modo não são verdadeiramente conhecidos
os atuais níveis de emissões; Terceiro: a informação existente indica que os atuais
incineradores são incapazes de satisfazer o padrão mínimo.
Quando o equipamento para o controle de poluição funciona, remove os poluentes do ar
concentrando-os nas cinzas soltas, criando um fluxo perigoso de resíduos tóxicos que
necessita de um tratamento adicional. Deste modo o problema da libertação de poluentes
não está resolvido; os poluentes são simplesmente transferidos de um meio (ar) para outro
(sólido ou água). As cinzas liberadas pelos incineradores são bastante perigosas e são
muitas vezes mal reguladas. Nem os aterros sanitários são seguros, porque deixam passar
substâncias perigosas; em alguns lugares as cinzas estão expostas ao ambiente ou até
espalham-se por áreas residenciais ou áreas de produção alimentos (agropecuárias).
Os incineradores estão muitas vezes situados ao redor de populações, normalmente
minoritárias de baixo rendimento, com a teoria de que estes setores da população
politicamente fracos, serão menos capazes de resistir-lhes. Isto é uma violação dos
princípios básicos da justiça ambiental e dos direitos humanos.
Os incineradores modernos são de longe, a abordagem mais dispendiosa para a gestão de
resíduos, só os custos da construção podem ser centenas de milhões de dólares americanos.
Os custos de construção e de funcionamento normal dos incineradores são inevitavelmente
suportados pelo público. As companhias de incineradores têm inventado vários esquemas
de financiamento complicados, para conseguirem o apoio do governo em pagamentos em
longo prazo, o que várias vezes provou ser desastroso para os governos locais. Muitas
cidades, nos Estados Unidos, endividaram-se devido investirem em incineradores.
Os incineradores criam de longe menos empregos por toneladas de resíduos do que as
tecnologias alternativas e práticas, tais como a reciclagem. Geralmente, também
substituem o trabalho em rede de reciclagem informal, já existente, causando dificuldade
adicional ao mais pobre dos pobres.
Os incineradores são também adaptados para funcionar como produtores de energia, visto
poderem produzir eletricidade. No entanto, uma análise detalhada do ciclo de atividade
revela que os incineradores gastam mais energia do que produzem. Isto porque os produtos
que são incinerados (que poderiam ser reaproveitados) devem ser substituídos por novos
produtos. Extraindo e processando materiais virgens, transformando-os em novos produtos,
gastando muito mais energia - causando também mais danos ao meio ambiente - do que
seria usar de novo, ou produzindo materiais reciclados.
A grande parte da história da incineração de resíduos tem sido nos países do Norte. Os
contextos dos países do Sul são capazes de serem ainda mais problemáticos para esta
tecnologia. A falta de capacidade de monitoramento significa que os incineradores são
capazes de ser ainda mais poluidores do que os do Norte. Problemas administrativos tais
como orçamentos incertos e a corrupção, podem interferir com a manutenção necessária.
As diferentes condições físicas tais como o tempo e as características dos resíduos, podem
tornar as operações difíceis ou até mesmo impossíveis.
Finalmente, deve ser entendido que os incineradores são incompatíveis com outras formas
de gestão de resíduos. Os incineradores competem para o mesmo orçamento e materiais
descartáveis com outras formas de gestão de resíduos, subestimando a ética da separação
na fonte, que gere o manejo apropriado dos resíduos.

Secção 2: Alternativas
A secção 2 discorre sobre as alternativas à incineração. Os aterros sanitários não são uma
alternativa viável, visto serem insustentáveis e problemáticos para o meio ambiente. As
alternativas devem atacar, de preferência, a noção completa da disposição de resíduos,
reciclando todos os materiais descartáveis de volta para o sistema econômico ou mesmo
para a natureza, atenuando deste modo à pressão sobre os recursos naturais. Para assim se
fazer, devem ser substituídas, três hipóteses sobre a gestão de resíduos por três novos
princípios. 1. Em vez de se assumir que a sociedade produzirá uma quantidade de resíduos
cada vez maiores, deve-se dar prioridade à minimização de resíduos; 2. Os resíduos devem
ser separados, para que cada fração possa ser transformada em adubo ou reciclada, em vez
do atual sistema de despejo de resíduos misturados; 3. As indústrias devem voltar a
desenhar os seus produtos para facilitar a reciclagem final. Estes princípios abraçam os
vários fluxos de resíduos.
A falta de segregação dos resíduos domésticos e municipais acaba destruindo muito do seu
valor. Os resíduos orgânicos contaminam os resíduos recicláveis e os tóxicos e destroem a
utilidade de ambos. Além de uma crescente porção dos resíduos serem sintéticos e outros
produtos que não são próprios para uma fácil reciclagem; estes precisam ser desenhados de
novo para serem compatíveis com o sistema de reciclagem, ou colocados fora de uso.
Os programas para a gestão de resíduos municipais devem ser conforme as condições
locais para terem sucesso, e não haverá dois exatamente semelhantes. Particularmente, os
programas do Sul não devem seguir exatamente o modelo dos do Norte, porque existem
diferenças nas condições físicas, econômicas, legais e culturais. Particularmente no Sul, os
setores informais (apanhador de lixo ou varredores de ruas) são componentes significativos
de um sistema para o lixo já existente e o melhoramento das suas condições de emprego
deve ser um componente central de qualquer sistema municipal para a gestão de resíduos.
Um exemplo de grande sucesso é o do Zabbaleen do Cairo, organizaram por si próprios um
sistema de recolha e reciclagem de lixo, que desvia 85% do lixo recolhido e emprega
40.000 pessoas.
Geralmente, no Norte e no Sul, os sistemas para a gestão de resíduos orgânicos, são os
componentes mais importantes de um sistema municipal para gestão do lixo. Os resíduos
orgânicos deviam ser transformados em adubo através da compostagem, vermiadubo ou
servir de alimentos para animais, retornando assim, para o solo, os seus nutrientes. Isto
também assegura um fluxo de produtos recicláveis não contaminados, que é a chave da
economia de fluxo alternativo para os resíduos. A reciclagem cria mais empregos por
tonelada de lixo do que qualquer outra atividade, produzindo um fluxo de materiais que
pode servir de matéria prima para a indústria.
No entanto, a maior barreira para a reciclagem, é que a maioria dos produtos não é feita
para serem reciclados no final do seu tempo de uso. Isto porque, atualmente, os produtores
têm pouca iniciativa econômica para assim o fazerem. A Política de Responsabilidade do
Produtor é uma abordagem que requer que os produtores levem de volta os seus produtos e
embalagens. Isto possivelmente lhes dará a iniciativa necessária para que voltem a
desenhar os seus produtos com tempo de uso, reciclável e sem materiais perigosos. A PRP
pode não ser exeqüível ou prático, e em alguns casos será apropriada a proibição de
produtos e matérias problemáticos e perigosos.
Por um lado banindo o uso de determinados produtos e a P.R.P. obrigando as indústrias a
desenhar de novo os seus produtos, e por outro, a desagregação do fluxo de resíduos, a sua
transformação em adubo e a reciclagem, os sistemas alternativos podem afastar a maior
parte dos lixos municipais, para longe dos aterros sanitários e da incineração. Muitas
comunidades têm alcançado taxas de desvio de 50% e até mais altas, e mantém os olhos
fixos no Lixo Zero.
Os centros de saúde e hospitais são a fonte de uma quantidade significativa de resíduos,
inclusive perigosos. É essencial um sistema rigoroso para a separação do lixo, para que a
pequena percentagem de resíduos potencialmente infecciosos ou de químicos perigosos
fiquem separados dos resíduos gerais.
Os resíduos potencialmente infecciosos necessitam de tratamento de esterilização para
então ter despejo adequado. Estão disponíveis várias tecnologias de não-incineração. Estas
tecnologias geralmente não são dispendiosas, são tecnicamente menos complicadas e
menos poluidoras do que os incineradores.
Nos hospitais e centros de saúde, são produzidos em pequenas quantidades uma grande
variedade de resíduos químicos perigosos incluindo produtos farmacêuticos. Estes não são
sujeitos à incineração. Alguns, tal como o mercúrio, deviam ser eliminados através de
mudanças na sua aquisição; outros podem ser reciclados e o restante deve ser
cuidadosamente recuperado e devolvido ao fabricante. Casos estudados mostram como
estes princípios dão resultados em ambientes bastante variados, tais como uma pequena
Clínica de Maternidade, na Índia, e num grande hospital urbano nos Estados Unidos.
Os resíduos industriais não têm a tendência de ser tão variados como os resíduos
hospitalares ou municipais, mas muitos destes são quimicamente perigosos (altamente
tóxicos). A Produção Limpa é uma nova abordagem à indústria, que com o
desenvolvimento de novos produtos procura eliminar produtos secundários tóxicos
(perigosos), reduzir totalmente a poluição, criar produtos e subseqüentes resíduos que
sejam seguros ecológicos dentro dos ciclos aceitáveis, não permitindo a transferência de
passivos ambientais desta para sa futuras gerações. Os princípios da Produção Limpa são:
• Princípio da Precaução, o qual invoca a precaução em face de uma incerteza
científica.
• Princípio da Prevenção, que diz que é melhor prevenir o mal do que remediá-lo.
• Principio da Democracia, que diz que todos afetados por uma decisão tem o direito
de participar na sua resolução, e o
• Princípio Holístico, que requer uma abordagem integrada no ciclo de vida para a
tomada de decisões referentes a questões ambientais.
Para a implementação da "Produção Limpa" deve ser empregada uma variedade de
instrumentos, desde medidas políticas, tais como, o direito de saber e a reforma dos
impostos, ao apoio da ONU ás empresas empreendidas na Produção Limpa.
A Produção Limpa, não pode responder ao problema dos resíduos perigosos já existentes,
amontoados ou armazenados, os quais necessitam de alguma forma de tratamento que não
seja a incineração. Alguns programas estão desenvolvendo tecnologias destinadas a este
problema. Os padrões estabelecidos para estas tecnologias são:

• Alta eficiência destrutiva;


• Controle de todos produtos os tóxicos;
• Identificação de todos os produtos tóxicos;
• Não ocorrência de emissões descontroladas.
Várias tecnologias emergentes servem estes critérios, e têm sido selecionadas no Japão,
Canadá e Austrália, tecnologias para a destruição de PCB, e nos Estados Unidos para a
destruição de armas químicas. O programa para a destruição de armas químicas, nos
Estados Unidos, é um enorme sucesso devido à forte participação do público, que forçou
um governo sem vontade, a investigar e eventualmente selecionar tecnologias seguras e
não incineração.

Secção 3: Apagar as Chamas


A secção 3 discorre sobre a crescente rejeição à incineração por todo o globo. A oposição
pública tem rejeitado muitas propostas de implantação de novos incineradores e também os
já existentes, e tem sido incorporada nas leis locais, nacionais e até internacionais. A
resistência popular aos incineradores é global; centenas de organizações de interesse
público, em dezenas de países, estão envolvidas na luta contra a incineração e a favor das
alternativas.
Nos Estados Unidos, interesses nos negócio e a notória crise dos aterros sanitários, em
1980, levaram a um aumento súbito da construção de incineradores. Mas este aumento
súbito gerou um massivo movimento de base, que anulou mais de 300 propostas para
incineradores municipais para os resíduos. Os ativistas lutaram por padrões mais elevados
nas emissões e na remoção de resíduos, o que praticamente provocou o fechamento da
indústria incineradora, no final dos anos 90.
No Japão, o país do mundo mais intensivo na luta contra as incineradores, a resistência à
incineração é quase universal, com centenas de grupos anti-dioxinas, operando em todo o
país. Nos recentes anos, a pressão pública resultou no encerramento de mais de 500
incineradores, mas o governo e grandes empresas japonesas, continuam a investir com
força na indústria de incineradores.
Na Europa, a resistência tem sido feita com a implementação de alternativas. Mesmo com
o aumento da população, em algumas áreas cortou drasticamente a formação de resíduos.
Como resultado, na Europa, há pouco mercado para novos incineradores.
Em Moçambique, cidadãos organizaram-se, cruzando as linhas da classes e cor, e
formaram a primeira organização indígena ambientalista do país. Largamente saudada
como o retorno da sociedade civil depois da guerra civil. A organização teve êxito na
anulação da proposta para a incineração de pesticidas numa Fábrica de Cimento, vizinha de
uma área residencial.
Em qualquer outro lugar, os ativistas tiveram de recorrer aos protestos e à ação direta para
parar com a incineração. No entanto, a oposição pública tem vindo a ser cada vez mais
manifestada na lei. Em 15 países, a jurisdição firmou algum tipo de proibição aos
incineradores, e nas Filipinas a incineração foi totalmente banida.
A lei Internacional também começa a aproximar-se da incineração. Os três princípios da lei
internacional são: - precaução, prevenção e limitar os efeitos trans-fronteiriços - conflito
com a incineração.
Nas Convenções de OSPAR, LRTAP, Bamako e Estocolmo foi citada, entre outros
documentos, a precaução. Porque a incineração é efetivamente um processo sem controle,
com produtos químicos desconhecidos e porque muitos desses produtos químicos já estão
afetando a saúde humana, a precaução argumenta que a incineração devia ser evitada.
A prevenção e a redução são largamente referidas na Lei Internacional, mais
especificamente na Convenção de Bamako, que define explicitamente a incineração como
sendo incompatível com a prevenção e as práticas de Produção Limpa.
Limitar os efeitos trans-fronteiriços é um princípio comum na Lei Internacional; mas
sabemos que os produtos químicos dos incineradores são transportados globalmente
através de um fenômeno conhecido como destilação global, contradizendo assim
claramente este princípio.
As Convenções de Londres, OSPAR e Bamako, também aplicam banimentos à incineração
no mar e em águas domésticas.
A Convenção de Estocolmo aplica severas restrições ao uso da incineração. Quatro dos 12
químicos sujeitos à Convenção são produtos químicos resultantes da incineração, e a
Convenção apela para a continuação na sua redução até a eliminação total. A Convenção
de Estocolmo fala sobre todo o tipo de emissões, não somente as emissões pelo ar,
apelando claramente aos países para a prevenção da sua formação - não só a libertação -
destes químicos. Na incineração, a formação daqueles quatro químicos é virtualmente
inevitável, por tudo isso existe argumento suficiente capaz de lançar um aviso claro, de que
o fim da incineração está muito próximo.

Reciclagem, Reutilização e Redução do Lixo


A corrida desenfreada na produção de bens de consumo pelo ser humano associada à
escassez de recursos não renováveis e contaminação do meio ambiente, leva-o a ser o
maior predador do universo.
Este problema tem despertado no ser humano o pensar mais profundamente sobre a
reciclagem e reutilização de produtos que simplesmente seriam considerados inservíveis.
A reciclagem e a reutilização estão sendo vistas como duas importantes alternativas para a
redução de quantidade de lixo no futuro, criando com isso bons hábitos de preservação do
meio ambiente. O que nos leva à economizar matéria-prima e energia.
Em países desenvolvidos, como o Japão, a reciclagem e reutilização já vem sendo
incentivadas e realizadas há vários anos, com resultados positivos.
No Brasil já temos grupos que estão atentos aos problemas mencionados e buscando
alternativas para resolvê-los. Indústrias nacionais e subsidiárias estrangeiras já iniciaram
programas de substituição de embalagens descartáveis, dando lugar e materiais recicláveis.
As prefeituras das cidades de São Paulo e Curitiba já iniciaram programas de coleta
seletiva do lixo contando para isto, com o apoio da população que já está sensível a estas
questões.
Mesmo que a prefeitura de sua cidade não tenha instituído a coleta de lixo seletiva, separe
em 2 recipientes: os recicláveis (papel, jornal, plástico, vidros, ETC.) e os que não são.

OS 3 Rs PARA CONTROLE DO LIXO


Os 3Rs para controle do lixo são REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR. Reduzindo e
reutilizando se evitará que maior quantidade de produtos se transforme em lixo.
Reciclando se prolonga a utilidade de recursos naturais, além de reduzir o volume de lixo.
EXEMPLOS:
a) Cacos de vidros são usados na fabricação de novos vidros, o que permite a economia de
energia.
b) O reaproveitamento do plástico ajuda a poupar petróleo e, portanto, dinheiro.
c) Reciclar Papel, além da economia, significa menos árvores derrubadas.
REDUZIR:
Reduzir o lixo em nossas casas, implica em reduzir o consumo de tudo o que não nos é
realmente necessário. Isto significa rejeitar produtos com embalagens plásticas e isopor,
preferindo as de papelão que são recicláveis, que não poluem o ambiente e desperdiçam
menos energia.
REUTILIZAR:
Reutilizar significa usar um produto de várias maneiras. Como exemplos :
a) reutilizar depósitos de plásticos ou vidro para outros fins, como plantar, fazer
brinquedos;
b) reutilizar envelopes, colocando etiquetas adesivas sobre o endereço do remetente e
destinatário;
c) aproveitar folhas de papel rasuradas para anotar telefones, lembretes, recados;
d) instituir a Feira de Trocas para reciclar, aproveitando ao máximo os bens de consumo,
como: roupas, discos, calçados, móveis.
RECICLAR:
A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado (matéria-prima secundária)
em produto semelhante ao inicial ou outro. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais
e trazer de volta ao ciclo produtivo o que é jogado fora. A palavra reciclagem foi introduzida ao
vocabulário internacional no final da década de 80, quando foi constatado que as fontes de petróleo
e outras matérias-primas não renováveis estavam e estão se esgotando. Reciclar significa = Re
(repetir) + Cycle (ciclo).
Para compreendermos a reciclagem, é importante "reciclarmos" o conceito que temos de lixo,
deixando de enxergá-lo como uma coisa suja e inútil em sua totalidade. O primeiro passo é
perceber que o lixo é fonte de riqueza e que para ser reciclado deve ser separado. Ele pode ser
separado de diversas maneiras, sendo a mais simples separar o lixo orgânico do inorgânico (lixo
molhado/ lixo seco).
Na natureza nada se perde. Seres vivos chamados decompositores "comem" material sem vida ou
em decomposição. Eles dividem a matéria para que ela possa ser reciclada e usada de novo. Esse é
o chamado material biodegradável. Quando um animal morre, ele é reciclado pela natureza.
Quando um material é dividido em pequenas peças, as bactérias e fungos, os mais importantes
decompositores, já podem trabalhar.
A decomposição aeróbia é mais completa que a anaeróbia por gerar gás carbônico, vapor de água e
os sais minerais, substâncias indispensáveis ao crescimento de todos os vegetais, o qual gera o
húmus, ótimo adubo para o solo.
No processo anaeróbio, são gerados os gases (metano e sulfídrico), que causam um odor
desagradável; a decomposição anaeróbia produz um líquido escuro denominado chorume (líquido
com grande quantidade de poluentes) encontrado normalmente no fundo das latas de lixo. Este
chorume é o principal causador da contaminação dos rios e do lençol freático.
Reciclar é uma maneira de lidar com o lixo de forma a reduzir e reusar. Este processo
consiste em fazer coisas novas a partir de coisas usadas. A reciclagem reduz o volume do
lixo, o que contribui para diminuir a poluição e a contaminação, bem como na recuperação
natural do meio ambiente, assim como economiza os materiais e a energia usada para
fabricação de outros produtos.
Três setas compõem o símbolo da Reciclagem, cada uma representa um grupo de pessoas
que são indispensáveis para garantir que a reciclagem ocorra. A primeira seta representa os
produtores, as empresas que fazem o produto. Eles vendem o produto para o consumidor,
que representa a segunda seta. Após o produto ser usado ele pode ser reciclado. A terceira
seta representa as companhias de reciclagem que coletam os produtos recicláveis e através
do mercado, vendem de volta o material usado para o produtor transformá-lo em novo
produto.

Importância e vantagens da reciclagem


A partir da década de 1980, a produção de embalagens e produtos descartáveis aumentou
significativamente, assim como a produção de lixo, principalmente nos países
desenvolvidos. Muitos governos e ONGs estão cobrando de empresas posturas
responsáveis: o crescimento econômico deve estar aliado à preservação do meio ambiente.
Atividades como campanhas de coleta seletiva de lixo e reciclagem de alumínio e papel, já
são comuns em várias partes do mundo.
No processo de reciclagem, que além de preservar o meio ambiente também gera riquezas,
os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem
contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Muitas
indústrias estão reciclando materiais como uma forma de reduzir os custos de produção.
Outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas grandes
cidades. Muitos desempregados estão buscando trabalho neste setor e conseguindo renda
para manterem suas famílias.
Muitos materiais como, por exemplo, o alumínio pode ser reciclado com um nível de
reaproveitamento de quase 100%. Derretido, ele retorna para as linhas de produção das
indústrias de embalagens, reduzindo os custos para as empresas.
Campanhas educativas têm despertado a atenção para o problema do lixo nas grandes
cidades. Cada vez mais, os centros urbanos, com grande crescimento populacional, têm
encontrado dificuldades em conseguir locais para instalarem depósitos de lixo. Portanto, a
reciclagem apresenta-se como uma solução viável economicamente, além de ser
ambientalmente correta. Nas escolas, muitos alunos são orientados pelos professores a
separarem o lixo em suas residências. Outro dado interessante é que já é comum nos
grandes condomínios a reciclagem do lixo

A reciclagem traz os seguintes benefícios:


 Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar.
 Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.
 Prolonga a vida útil de aterros sanitários.
 Melhora a produção de compostos orgânicos.
 Gera empregos para a população não qualificada.
 Gera receita com a comercialização dos recicláveis.
 Estimula a concorrência, uma vez que produtos gerados a partir dos reciclados são
comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens.
 Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.
No Brasil, seria importante que as pequenas e médias empresas recicladoras tivessem apoio
financeiro e tecnológico para melhorar suas tecnologias de reciclagem, pois assim estariam
contribuindo na geração de empregos, na diminuição de lixo e na produção de produtos de melhor
qualidade com tecnologia "limpa".
A grande solução para os resíduos sólidos é aquela que prevê a máxima redução da quantidade de
resíduos na fonte geradora. Quando os resíduos não podem ser evitados, deverão ser reciclados por
reutilização ou recuperação, de tal modo que seja o mínimo possível o que tenha como destino final
os aterros sanitários.
A reciclagem surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da matéria (e da
energia), que se tornaria lixo. Assim desviados, os resíduos são coletados, separados e processados
para serem usados como matéria-prima na manufatura de bens, os quais eram feitos anteriormente
com matéria prima virgem. Dessa forma, os recursos naturais ficam menos comprometidos.

MATERIAS RECICLAVEIS

VIDRO
O vidro é feito de uma mistura de matérias-primas naturais. Conta-se que ele foi
descoberto por acaso, quando, ao fazerem fogueiras na praia, os navegadores perceberam
que a areia e o calcário (conchas) se combinaram através da ação da alta temperatura. Há
registros de sua utilização desde 7.000 a.C. por sírios, fenícios e babilônios.
Hoje o vidro está muito presente em nossa civilização e pode ser moldado de qualquer
maneira: nos para-brisas e janelas dos automóveis, lâmpadas, garrafas, compotas,
garrafões, frascos, recipientes, copos, janelas, lentes, tela de televisores e monitores, fibra
ótica e etc.
As matérias-primas do vidro sempre foram as mesmas há milhares de anos. Somente a
tecnologia é que mudou, acelerando o processo e possibilitando maior diversidade para seu
uso.

Processo de Reciclagem do Vidro


Tal quais os outros materiais o grande problema do vidro consiste na coleta dos materiais,
e o maior cuidado a ser tomado no processo de reciclagem do vidro consiste na retirada das
impurezas presentes no material.
Todo cuidado deve ser tomado em relação às impurezas para que o reciclador ou coletador
possa agregar mais valor ao produto.
Os principais contaminantes presentes no vidro e que devem ser separados são os gargalos
de metal, tampas e outros materiais diferentes presentes neste tipo de embalagem.
Os cacos devem chegar as vidrarias isentos de qualquer impureza de outra natureza tais
como:
Pedras, pedaços de madeira, ferro, plásticos, etc.
Todos estes materiais provocam algum tipo de problema na hora da fabricação, alguns
interferindo na qualidade final do produto outros podendo inclusive causar danos ao forno.
Nem todo tipo de vidro pode ser reciclado devido a presença de produtos diferentes dos
usados em embalagem na sua composição original.
O ideal é que o vidro destinado às vidrarias para posterior reciclagem passe por um
processo de separação cuidadoso a fim de garantir a qualidade do material. Os rótulos de
papel não apresentam problema, pois queimam totalmente no interior do forno.
No processo de reciclagem os produtos devem ser separados por tipo e cores. Por exemplo, as
embalagens de geleia e os copos comuns não devem ser misturados aos vidros de janela. As cores
mais comuns são o âmbar (garrafas de cerveja e produtos químicos), o translúcido ou "branco"
(compotas), verde (refrigerantes) e azul (vinho).
O vidro usado retorna às vidrarias, onde é lavado, triturado e os cacos são misturados com mais
areia, calcário, sódio e outros minerais e fundidos.
PLÁSTICOS
Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas
polímeros, que, por sua vez, são formadas por moléculas menores, chamadas monômeros.
Os plásticos são produzidos através de um processo químico chamado polimerização, que
proporciona a união química de monômeros para formar polímeros.
Os polímeros podem ser naturais ou sintéticos. Os naturais, tais como algodão, madeira,
cabelos, chifre de boi, látex, entre outros, são comuns em plantas e animais. Os sintéticos,
tais como os plásticos, são obtidos pelo homem através de reações químicas.
O tamanho e estrutura da molécula do polímero determinam as propriedades do material
plástico.
Matéria-prima
A matéria-prima dos plásticos é o petróleo. Este é formado por uma complexa mistura de
compostos. Pelo fato de estes compostos possuírem diferentes temperaturas de ebulição, é
possível separá-los através de um processo conhecido como destilação ou craqueamento.
A fração nafta é fornecida para as centrais petroquímicas, onde passa por uma série de
processos, dando origem aos principais monômeros, como, por exemplo, o eteno.

Classificação dos Polímeros


Termoplásticos
São plásticos que não sofrem alterações em sua estrutura química durante o aquecimento e
que após o resfriamento podem ser novamente moldados. Exemplos: Polipropileno (PP),
Polietileno de Alta Densidade (PEAD), Polietileno de Baixa densidade (PEBD),
Polietilenotereftalato (PET), Poliestireno (PS), Policloreto de Vinila (PVC), etc.
Termofixos
São aqueles que uma vez moldados não podem ser fundidos e remoldados novamente,
portanto não são recicláveis mecanicamente. Exemplos: baquelite, Poliuretanos (PU) e
Poliacetato de Etileno Vinil (EVA), poliésteres, resinas fenólicas, etc.

Classificação dos descartes plásticos


Pós-industriais: Os quais provêm principalmente de refugos de processos de produção e
transformação, aparas, rebarbas, etc.
Pós-consumo: São os descartados pelos consumidores, sendo a maioria provenientes de
embalagens.

Utilizações e Benefícios
Utilizados em quase todos os setores da economia, tais como: construção civil, agrícola, de
calçados, móveis, alimentos, têxtil, lazer, telecomunicações, eletroeletrônico,
automobilísticos, médico-hospitalar e distribuição de energia.
Nestes setores, os plásticos estão presentes nos mais diferentes produtos, a exemplo dos
geossintéticos, que assumem cada vez maior importância na drenagem, no controle de
erosão e reforço do solo de aterros sanitários, em tanques industriais, entre outras
utilidades.
O setor de embalagens para alimentos e bebidas vem se destacando pela utilização
crescente dos plásticos, em função de suas excelentes características, entre elas:
transparência, resistência, leveza e atoxidade.

Quem são eles


Polietileno tereftalato — PET
*Produtos: frascos e garrafas para uso alimentício/hospitalar, cosméticos, bandejas para
microondas, filmes para áudio e vídeo, fibras têxteis, etc.
*Benefícios: transparente, inquebrável, impermeável, leve.
Polietileno de alta densidade — PEAD
*Produtos: embalagens para detergentes e óleos automotivos, sacolas de supermercados,
garrafeiras, tampas, tambores para tintas, potes, utilidades domésticas, etc.
*Benefícios: inquebrável, resistente a baixas temperaturas, leve, impermeável, rígido e
com resistência química.
Policloreto de vinila — PVC
*Produtos: embalagens para água mineral, óleos comestíveis, maioneses, sucos. Perfis para
janelas, tubulações de água e esgotos, mangueiras, embalagens para remédios, brinquedos,
bolsas de sangue, material hospitalar, etc.
*Benefícios: rígido, transparente, impermeável, resistente à temperatura e inquebrável.
Polietileno de baixa densidade — PEBD
Polietileno linear de baixa densidade — PELBD
*Produtos: sacolas para supermercados e lojas, filmes para embalar leite e outros
alimentos, sacaria industrial, filmes para fraldas descartáveis, bolsa para soro medicinal,
sacos de lixo, etc.
*Benefícios: flexível, leve transparente e impermeável.
Polipropileno — PP
*Produtos: filmes para embalagens e alimentos, embalagens industriais, cordas, tubos para
água quente, fios e cabos, frascos, caixas de bebidas, autopeças, fibras para tapetes e
utilidades domésticas, potes, fraldas e seringas descartáveis, etc.
*Benefícios: conserva o aroma, é inquebrável, transparente, brilhante, rígido e resistente a
mudanças de temperatura.
Poliestireno — PS
*Produtos: potes para iogurtes, sorvetes, doces, frascos, bandejas de supermercados,
geladeiras (parte interna da porta), pratos, tampas, aparelhos de barbear descartáveis,
brinquedos, etc.
*Benefícios: impermeável, inquebrável, rígido, transparente, leve e brilhante.
Outros Neste grupo encontram-se, entre outros, os seguintes plásticos: ABS/SAN, EVA e
PA.
*Produtos: solados, autopeças, chinelos, pneus, acessórios esportivos e náuticos, plásticos
especiais e de engenharia, CDs, eletrodomésticos, corpos de computadores, etc.
*Benefícios: flexibilidade, leveza, resistência à abrasão, possibilidade de design
diferenciado.

Vantagens do uso de Plásticos


- Menor consumo de energia na sua produção.
- Redução do peso do lixo.
- Menor custo de coleta e destino final.
- Poucos riscos no manuseio.
- Além de práticos, são totalmente recicláveis.
Fatores que estimulam a Reciclagem
- Redução do volume de lixo a transportar: tratamento e disposição.
- Aumento da vida útil dos locais de deposição de lixo

Reciclagem de Plástico
O lixo brasileiro contém de 5 a 10% de plásticos, conforme o local. São materiais que,
como o vidro, ocupa um considerável espaço no meio ambiente. O ideal: serem
recuperados e reciclados. Plásticos são derivados do petróleo, produto importado (60% do
total no Brasil). A reciclagem do plástico exige cerca de 10% da energia utilizada no
processo primário.
Do total de plásticos produzidos no Brasil, só reciclamos 15%. Um dos empecilhos é a
grande variedade de tipos de plásticos. Uma das alternativas seria definir um tipo
específico de plástico para ser coletado.
Os plásticos recicláveis são: potes de todos os tipos, sacos de supermercados, embalagens
para alimentos, vasilhas, recipientes e artigos domésticos, tubulações e garrafas de PET,
que convertida em grânulos é usada para a fabricação de cordas, fios de costura, cerdas de
vasouras e escovas.
Os não recicláveis são: cabos de panela, botões de rádio, pratos, canetas, bijuterias,
espuma, embalagens a vácuo, fraldas descartáveis.
A fabricação de plástico reciclado economiza 70% de energia, considerando todo o
processo desde a exploração da matéria-prima primária até a formação do produto final.
Além disso, se o produto descartado permanecesse no meio ambiente, poderia estar
causando maior poluição. Isso pode ser entendido como uma alternativa para as oscilações
do mercado abastecedor e também como preservação dos recursos naturais, o que podendo
reduzir, inclusive, os custos das matérias primas. O plástico reciclado tem infinitas
aplicações, tanto nos mercados tradicionais das resinas virgens, quanto em novos
mercados.
O plástico reciclado pode ser utilizado para fabricação de:
- garrafas e frascos, exceto para contato direto com alimentos e fármacos;
- baldes, cabides, pentes e outros artefatos produzidos pelo processo de injeção;
- "madeira - plástica";
- cerdas, vassouras, escovas e outros produtos que sejam produzidos com fibras;
- sacolas e outros tipos de filmes;
- painéis para a construção civil.

Processos de Reciclagem de Plástico

Reciclagem Química
A reciclagem química reprocessa plásticos, transformando-os em petroquímicos básicos
que servem como matéria-prima em refinarias ou centrais petroquímicas. Seu objetivo é a
recuperação dos componentes químicos individuais para reutilizá-los como produtos
químicos ou para a produção de novos plásticos.
Os novos processos desenvolvidos de reciclagem química permitem a reciclagem de
misturas de plásticos diferentes, com aceitação de determinado grau de contaminantes
como, por exemplo, tintas, papéis, entre outros materiais.
Entre os processos de reciclagem química existentes, destacam-se:
Hidrogenação: As cadeias são quebradas mediante o tratamento com hidrogênio e calor,
gerando produtos capazes de serem processados em refinarias.
Gaseificação: Os plásticos são aquecidos com ar ou oxigênio, gerando-se gás de síntese
contendo monóxido de carbono e hidrogênio.
Quimólise: Consiste na quebra parcial ou total dos plásticos em monômeros na presença
de Glicol/Metanol e água.
Pirólise: É a quebra das moléculas pela ação do calor na ausência de oxigênio. Este
processo gera frações de hidrocarbonetos capazes de serem processados em refinaria.
Reciclagem Mecânica
A reciclagem mecânica consiste na conversão dos descartes plásticos pós-industriais ou
pós-consumo em grânulos que podem ser reutilizados na produção de outros produtos,
como sacos de lixo, solados, pisos, conduítes, mangueiras, componentes de automóveis,
fibras, embalagens não alimentícias e outros.
Este tipo de processo passa pelas seguintes etapas:
Separação: separação em uma esteira dos diferentes tipos de plásticos, de acordo com a
identificação ou com o aspecto visual. Nesta etapa são separados também rótulos de
diferentes materiais, tampas de garrafas e produtos compostos por mais de um tipo de
plástico, embalagens metalizadas, grampos, etc.
Por ser uma etapa geralmente manual, a eficiência depende diretamente da prática das
pessoas que executam essa tarefa. Outro fator determinante da qualidade é a fonte do
material a ser separado, sendo que aquele oriundo da coleta seletiva e mais limpo em
relação ao material proveniente dos lixões ou aterros.
Moagem: Depois de separados os diferentes tipos de plásticos, estes são moídos e
fragmentados em pequenas partes.
Lavagem: Depois de triturado, o plástico passa por uma etapa de lavagem com água para a
retirada dos contaminantes. É necessário que a água de lavagem receba um tratamento para
a sua reutilização ou emissão como efluente.
Aglutinação: Além de completar a secagem, o material é compactado, reduzindo-se assim
o volume que será enviado à extrusora. O atrito dos fragmentos contra a parede do
equipamento rotativo provoca elevação da temperatura, levando à formação de uma massa
plástica. O aglutinador também é utilizado para incorporação de aditivos, como cargas,
pigmentos e lubrificantes.
Extrusão: A extrusora funde e torna a massa plástica homogênea. Na saída da extrusora,
encontra-se o cabeçote, do qual sai um "espaguete" contínuo, que é resfriado com água.
Em seguida, o "espaguete" é picotado em um granulador e transformando em pellet (grãos
plásticos).

Reciclagem Energética
É a recuperação da energia contida nos plásticos através de processos térmicos.
A reciclagem energética distingue-se da incineração por utilizar os resíduos plásticos como
combustível na geração de energia elétrica. Já a simples incineração não reaproveita a
energia dos materiais. A energia contida em 1 kg de plástico é equivalente à contida em 1
kg de óleo combustível. Além da economia e da recuperação de energia, com a reciclagem
ocorre ainda uma redução de 70 a 90% da massa do material, restando apenas um resíduo
inerte esterilizado.

O Plástico e a Geração de Energia.


A presença dos plásticos é de vital importância, pois aumenta o rendimento da incineração
de resíduos municipais.
O calor pode ser recuperado em caldeira, utilizando o vapor para geração de energia
elétrica e/ou aquecimento.
Testes em escala real na Europa comprovaram os bons resultados da co-combustão dos
resíduos de plásticos com carvão, turfa e madeira, tanto técnica, econômica, como
ambientalmente.
A queima de plásticos em processos de reciclagem energética reduz o uso de combustíveis
(economia de recursos naturais).
A reciclagem energética é realizada em diversos países da Europa, EUA e Japão e utiliza
equipamentos da mais alta tecnologia, cujos controles de emissão são rigidamente seguros,
anulando riscos à saúde ou ao meio ambiente.

Produção, Consumo e Reciclagem de PET no Brasil


A introdução da embalagem de PET (polietileno tereftalato) no Brasil, em 1988, além de trazer as
indiscutíveis vantagens ao consumidor, trouxe também o desafio de sua reciclagem, que nos fez
despertar para a questão do tratamento das 200 mil toneladas de lixo descartadas diariamente em
todo Brasil.
O polímero de PET é um poliéster, um dos plásticos mais reciclados em todo o mundo devido a sua
extensa gama de aplicações: fibras têxteis, tapetes, carpetes, não-tecidos, embalagens, filmes, fitas,
cordas, compostos, etc.
A embalagem de PET quando reciclada tem inúmeras vantagens sobre outras embalagens do ponto
vista da energia consumida, consumo de água, impacto ambiental, benefícios sociais, entre outros.
A reciclagem de qualquer material pode ser dividida em: Coleta, Seleção, Revalorização e
Transformação.
A etapa de transformação utiliza o material revalorizado e o transforma em outro produto vendável,
o produto reciclado. A etapa de revalorização realiza a descontaminação e adequação do material
coletado e selecionado para que possa ser utilizado como matéria prima na indústria de
transformação.
A etapa de Coleta/Seleção é que representa o grande desafio da reciclagem do PET pós-consumo.
Milhões de dólares são gastos em logística, distribuição e marketing para que no final das contas,
nós consumidores compremos produtos embalados em PET e levemos até nossas casas.
Nós fazemos a última etapa da distribuição levando-os dos supermercados e lojas até nossas casas.
Somente nas regiões metropolitanas do Brasil são 15 milhões de domicílios, 50 milhões de pessoas
e 6 bilhões de embalagens de PET todo ano. O correto equacionamento da logística reversa das
embalagens pós-consumo é que vai viabilizar a reciclagem de diversos materiais inclusive o PET.
A logística reversa é o processo pelo qual o material reciclável será coletado, selecionado e
entregue na indústria de revalorização. Isto gera um grande impasse, de quem é que paga a conta da
logística reversa, não é a indústria de embalagens, nem a indústria dos produtos embalados e nem a
prefeitura. Somos nós, eu, você e toda a sociedade seja como contribuinte, ou seja, como
consumidor. Hoje pagamos uma conta maior por não termos uma logística reversa adequada, como
é provado nos países como EUA, Austrália, Japão e toda Europa.
Conforme estudos realizados na USP o Brasil deixa de economizar 6 Bilhões de dólares/ano por
não reciclar os materiais presentes nas 200 mil toneladas de lixo gerados todos os dias. Ainda não
estão contabilizados os custos de danos ambientais e sociais. Urgente é a elaboração de uma
política nacional de resíduos sólidos, as ações estaduais e municipais para viabilização da logística
reversa e o fortalecimento da indústria de reciclagem no Brasil.
As embalagens de garrafas plásticas para bebidas (PET) são ideais para o acondicionamento de
alimentos, devido às suas propriedades de barreiras que impossibilitam a troca de gases e absorção
de odores externos, mantendo as características originais dos produtos envasados. Além disto, são
leves, versáteis e 100% recicláveis.
PET - Desenvolvido pelos químicos ingleses Whinfield e Dickson em 1941, o PET (polietileno
tereftalato) é um material termoplástico. Isto significa que ele pode ser reprocessado diversas vezes
pelo mesmo ou por outro processo de transformação. Quando aquecidos a temperaturas adequadas,
esses plásticos amolecem, fundem e podem ser novamente moldados.
O PET possui algumas características, como:
- absoluta transparência
- grande resistência a impactos
- maior leveza em relação às embalagens tradicionais
- brilho intenso
Não é PET todos os plásticos que tenham sido fabricados através de outro processo que não o de
sopro. Os mais comuns são: baldes, bacias, copos, cabides, réguas, apontadores, pentes,
mangueiras, sacos, sacolas, potes de margarina, filmes de PVC, entre outros.
A embalagem PET é 100% reciclável. A embalagem entregue para a recilcagem deverá estar
amassada, torcida, sem o ar e sem resíduos em seu interior. No caso de garrafas, colocar de volta a
tampa de rosca bem vedada, para impedir a entrada do ar. Se a tampa não for de rosca, basta torcer
ou amassar bem a embalagem. Este procedimento é necessário, pois ainda não existe amassador
desenvolvido para compactar embalagens PET.
O processo de reciclagem do PET no Brasil é o mecânico, é o mais utilizado e o mais comum. O
processo de reciclagem mecânica de embalagens plásticas para bebidas (PET) requer, em média,
apenas 30% da energia necessária para a produção de matéria-prima.
A reciclagem do PET tem muitos benefícios, como:
 Redução do volume de lixo coletado, que é removido para aterros sanitários,
proporcionando melhorias sensíveis no processo de decomposição da matéria orgânica (o
plástico impermeabiliza as camadas em decomposição, prejudicando a circulação de gases
e líquidos);
 Economia de energia elétrica e petróleo, pois a maioria dos plásticos é derivada do
petróleo, e um quilo de plástico equivale a um litro de petróleo em energia;
 Geração de empregos (catadores, sucateiros, operários, etc.)
 Menor preço para o consumidor dos artefatos produzidos com plástico reciclado
aproximadamente 30% mais baratos do que os mesmos produtos fabricados com matéria-
prima virgem.

Diversos produtos podem ser produzidos a partir da reciclagem do PET, como:


- indústria automotiva e de transportes - tecidos internos (estofamentos), carpetes, peças de
barco;
- pisos - carpetes, capachos para áreas de serviços e banheiros;
- artigos para residências - enchimento para sofás e cadeiras, travesseiros, cobertores, tapetes,
cortinas, lonas para toldos e barracas;
- artigos industriais - rolos para pintura, cordas, filtros, ferramentas de mão, mantas de
impermeabilização;
- embalagens - garrafas, embalagens, bandejas, fitas;
- enfeites-têxteis, roupas esportivas, calçados, malas, mochilas, vestuário em geral;
- uso químico - resinas alquídicas, adesivos.

Produção, Consumo e Reciclagem de PET no Brasil

%Reciclado/ %Reciclado/
Ano Produção Consumo Reciclagem
Produção Consumo
1997 170 mil 180 mil 27 mil 15,9 15
1998 260 mil 224 mil 40 mil 15,38 17,9
1999 295 mil 245 mil 50 mil 16,9 20,4
2000 340 mil 272 mil 67 mil 19,71 24,6
Fonte: ABEPET - 2001

Curiosidades:
- 68% de todo refrigerante produzido no país é embalado em garrafas PET.
- 1 kg de garrafas PET equivale: 16 garrafas de 2.5 litros ou 20 garrafas de 2.0 litros ou 24 garrafas
de 1.5 litros ou 26 garrafas de 1.0 litros ou 36 garrafas de 600 ml. (Fonte: TOMRA/LATASA -
Reciclagem S.A.)
- A embalagem monocamada de PET, já utilizada por países como EUA e França, é aquela que
permite que o PET reciclado entre em contato direto com alimentos e bebidas. Essa tecnologia é
conhecida pela sigla URRC e é capaz de descontaminar PET pós-consumo através de um sistema
de superlavagem que assegura ao reciclado o mesmo nível de limpeza da matéria prima virgem. No
Brasil, ainda não há previsão para a fabricação desse tipo de embalagem multicamada de PET, ou
seja, aquela que se assemelha a um “sanduíche” composto de 3 camadas, sendo 2 de plástico
reciclado, que nunca entra em contato com o alimento ou outro produto que embala.

Reciclagem de Metal
A metalurgia e a reciclagem se confundem ao longo da História, pois as sucatas são geralmente as
matérias-primas mais convenientes na fundição, não havendo também perdas de qualidade no
processo.
Os metais são muito utilizados em equipamentos, estruturas, embalagens, etc. devido à sua elevada
durabilidade, resistência e facilidade de conformação.
Separam-se magneticamente as sucatas em ferrosas e não ferrosas e ainda em:
Sucatas pesadas: geralmente encontradas nos "ferros-velhos" (vigas, equipamentos, chapas,
grelhas etc.).
Sucatas de processo: cavacos, limalhas e rebarbas, além de peças defeituosas que voltam ao
processo industrial.
Sucatas de obsolescência: materiais destinados ao lixo após o uso.
O cobre é muito utilizado para ligas: latão e bronze e revestimento de artefatos metálicos. O
estanho é utilizado para revestir internamente latas de aço (folhas de flandres) no setor de
embalagens, principalmente para alimentos, para evitar a corrosão pelo alimento. Crômio é
utilizado para revestir latas e vários artefatos metálicos. O zinco e o níquel são utilizados também
para revestir artefatos metálicos. Aço é uma liga de ferro com carvão e baixíssimas quantidades de
outros metais (molibdênio, crômio, níquel, tungstênio, nióbio, etc). Dependendo deste outro metal,
temos os diferentes tipos de aços.
Os metais são 100% recicláveis, por exemplo, para fabricação de uma tonelada de alumínio são
necessárias 5 toneladas de bauxita. A reciclagem de uma tonelada de sucata de alumínio economiza
5 toneladas de bauxita, um recurso natural não renovável.
As latas, tanto as de folhas de flandres quanto as de alumínio, são as principais sucatas metálicas
desprezadas hoje em dia e que podem ser recuperadas em grandes quantidades pela coleta seletiva.
Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 kg de minério de ferro, 154 kg
de carvão e 18 kg de cal. Já na reciclagem do alumínio, a economia de energia é de 95% em relação
ao processo primário, economizando a extração de 5 toneladas de bauxita (matéria prima para se
fabricar o alumínio) por tonelada reciclada, sem contar toda a lama vermelha (resíduo da
mineração) que é evitada.
Geralmente os metais ferrosos são direcionados para as usinas de fundição, onde a sucata é
colocada em fornos elétricos ou a oxigênio, aquecidos a 1.550 graus centígrados. Após atingir o
ponto de fusão e chegar ao estado líquido, o material é moldado em tarugos e placas metálicas, que
sero cortados na forma de chapas de aço. A sucata demora somente um dia para ser reprocessada e
transformada novamente em lâminas de aço usadas por vários setores industriais - das montadoras
de automóveis às fábricas de latinhas em conserva.
O alumínio também é encaminhado para a fundição, obedecendo parâmetros específicos de
processamento. O alumínio reciclado está presente na indústria de autopeças, na fabricação de
novas embalagens, entre outros.
Pode-se concluir que os benefícios da reciclagem de metais são:
- economia de minérios;
- economia de energia;
- economia de água;
- aumento da vida útil dos lixões;
- diminuição das áreas degradadas pela extração do minério;
- diminuição da poluição;
- geração de empregos e recursos econômicos para os intermediários.
AÇO

A lata de aço é a melhor embalagem inventada pelo homem. Dispensa conservantes no


envasamento de alimentos e acondiciona bebidas, tintas, produtos químicos e aerossóis. De
personalidade marcante, valoriza roupas e acessórios de vestuário, relógios, charutos, CD,
perfumes e uma infinidade de outros artigos de consumo que não dispensam elegância.
A reciclagem do aço é tão antiga quanto a própria história da utilização do metal. A lata
que você joga no lixo pode voltar infinitas vezes à sua casa, em forma de tesoura,
maçaneta, arame, automóvel ou uma nova lata. O aço se funde à temperatura de 1.300
graus centígrados e assume um novo formato sem perder nenhuma de suas características:
dureza, resistência e versatilidade. Ele é infinitamente reciclado.
A caneca d'água ou o vaso de plantas feito de lata produzem a mesma economia de
material, energia e coleta de lixo que a reciclagem, mas não exigem nenhum processo
industrial. A ferrugem (oxidação) que vai consumindo a lata posta em contato com a
natureza é o que faz do aço o único material de embalagem degradável num prazo médio
de 3 anos.
Reutilizar a lata de aço é outra forma de economizar energia, matéria-prima e tratamento
do lixo. Na década de 60, era comum transformar latinhas de cervejas em porta-lápis. Nos
anos 90, sofisticadas latas usadas para embalar perfumes, biscoitos ou peças de vestuário
viraram porta-joias ou famosa porta tudo que sempre aparecem nas revistas de decoração.
As propriedades magnéticas do aço facilitam a separação e o manuseio do material.
Conheça algumas verdades e mentiras do aço:

Mentiras
Os alimentos enlatados Alimentos enlatados, na grande maioria, são cozidos dentro
são os que mais contêm das próprias embalagens. O processo é moderno e utiliza altas
conservantes temperaturas, que destroem totalmente os microorganismos.
Por isso, os enlatados dispensam a adição de conservantes.
O tétano é causado por O tétano é causado por um microorganismo que pode estar
latas enferrujadas presente em todo o tipo de material: vidro, plástico, papel, aço,
alumínio. Um corte profundo causado por qualquer objeto
contaminado pode causar a doença.
As latas amassadas As latas são revestidas por vernizes protetores elásticos que
comprometem a resistem a deformações. Na fixação da tampa, o produto sofre
qualidade do produto uma deformação de 180 graus, sem que isso comprometa a sua
envasado qualidade.
As latas de aço A lata de aço, quando acidentalmente jogada no meio
agridem o meio ambiente, enferruja, tornando-se óxido de ferro e voltando à
ambiente natureza na forma original do minério.
A tampa abra-fácil das A lata abre-fácil é tão perigosa quanto uma faca de cozinha ou
latas de aço é perigosa qualquer outro utensílio cortante. Basta seguir as instruções do
fabricante para garantir um manuseio seguro.

Verdades
A luz pode estragar os Reações químicas provocadas pela luz (como fotossíntese, por
alimentos exemplo) alteram e podem estragar os alimentos. Muitos
alimentos contidos nas embalagens transparentes exigem a
adição de conservantes.
As latas de aço são Usadas como embalagens de tintas, aerossóis ou alimentos -
recicláveis e entre outros produtos - as latas de aço podem ser recicladas
efetivamente reciclados infinitas vezes. Atualmente, cerca de 35% das latas de aço
fabricadas no Brasil são recicladas.
Reciclar a lata de aço é A cada 75 latas de aço recicladas, salva-se uma árvore que,
economizar energia sem isso, estaria sendo transformada em carvão vegetal. A
cada 100 latas recicladas, poupa-se o equivalente a uma
lâmpada de 60 w acesa por uma hora.
Os alimentos enlatados O cozimento dos alimentos enlatados pode ser rápido, porque
preservam o seu valor se processa sob altas temperaturas: isso conserva os nutrientes,
nutritivo ao contrário do que ocorre nos processos de cozimento lento,
sob temperaturas menos elevadas.
A lata confere maior Latas de aço protegem o seu conteúdo da luz,
proteção a produtos microorganismos, insetos e predadores (ratos). Na
embalados manipulação dos produtos - transporte, armazenagem e
manuseio - o material resiste a choques, quedas e
empilhamento (abuso mecânico).
As latas ajudam no Latas de aço são armazéns portáteis, capazes de evitar a
desenvolvimento deterioração de produtos agrícolas. São fabricadas por
econômico empresas genuinamente nacionais e utilizam matérias-primas
provenientes do nosso solo (minério de ferro). Além disso,
geram empregos e movimentam um amplo setor da economia.
Vantagens da lata de aço:
 Muito mais saudável: protege o produto da ação nociva da luz e do oxigênio
 Totalmente segura: é inviolável, não quebra, não estoura, não é inflamável.
 100% reciclável: se abandonado no meio ambiente, o aço é facilmente degradável,
reintegrando-se à natureza em apenas 5 anos
 Muito mais moderno: saúde nunca sai de moda. O aço é insubstituível.
Na hora de comprar, pense também na quantidade e no destino da embalagem que você
está levando para casa. Não desperdice. Dê preferência às embalagens que permitem um
consumo prolongado e que, depois de descartadas, são efetivamente recicladas, como o
aço, o alumínio, o vidro e o papel, além de alguns plásticos.

RECICLAGEM DE ALUMINIO
A reciclabilidade é um dos atributos mais importantes do alumínio. Qualquer produto
produzido infinitas vezes, sem perder suas qualidades no processo de reaproveitamento, ao
contrário de outros materiais. O exemplo mais comum é o da lata de alumínio para
bebidas, cuja sucata transforma-se novamente em lata após a coleta e refusão, sem que haja
limites para seu retorno ao ciclo de produção. Esta característica possibilita uma
combinação única de vantagens para o alumínio, destacando-se, além da proteção
ambiental e economia de energia, o papel multiplicador na cadeia econômica.
A reciclagem de alumínio é feita tanto a partir de sobras do próprio processo de produção,
como de sucata gerada por produtos com vida útil esgotada. De fato, a reciclagem tornou-
se uma característica intrínseca da produção de alumínio, pois as empresas sempre tiveram
a preocupação de reaproveitar retalhos de chapas, perfis e laminados, entre outros materiais
gerados durante o processo de fabricação.
Este reaproveitamento de sobras do processo pode ocorrer tanto interna como
externamente, por meio de terceiros ou refusão própria. Em qualquer caso representa uma
grande economia de energia e matéria-prima, refletindo-se em aumento da produtividade e
redução da sucata industrial.
A reciclagem de produtos com vida útil esgotada, por sua vez, depende do tempo gasto
entre seu nascimento, consumo e descarte. Isto é chamado de ciclo de vida de um produto,
que pode ser de 45 dias, como no caso da lata, até mais de 40 anos, no caso de cabos de
alumínio para transmissão de energia elétrica. Em qualquer caso, o alumínio pode ser
reciclado infinitas vezes.
Quanto mais curto for o ciclo de vida de um produto de alumínio, mais rápido será o seu
retorno à reciclagem. Por isso, os volumes de reciclagem da indústria alcançaram índices
expressivos, com a entrada da lata de alumínio no mercado.

Multiplicador na cadeia econômica


O índice de reciclagem de latas de alumínio no País atingiu a marca de 78% em 2000, o
segundo maior do mundo, superado apenas pelo Japão, determinado a expansão de um
setor quase sempre marginalizado na economia, mas que movimenta volumes e valores
respeitáveis: o da coleta e comercialização de sucata.
Essa atividade assume um papel multiplicador na cadeia econômica, que reúne desde as
empresas produtoras de alumínio e seus parceiros, até recicladores, sucateiros e
fornecedores de insumos e equipamentos para a indústria de reciclagem.
Trata-se de um setor que tem estimulado o desenvolvimento de novos segmentos, como o
de fabricantes de máquinas para amassar latas, prensas e coletores e que atrai ainda
ambientalistas e gestores das instituições públicas e privadas, envolvidos no desafio do
tratamento e reaproveitamento de resíduos e também beneficia milhares de pessoas, que
retiram da coleta e reciclagem sua renda familiar.
Não é para menos que o mercado brasileiro de sucata de lata de alumínio movimenta hoje
mais de US$100 milhões anuais.

Reflexos Ambientais e Sociais


A reciclagem de alumínio cria uma cultura de combate ao desperdício. Difunde e estimula
o hábito do reaproveitamento de materiais, com reflexos positivos na formação da
cidadania e no interesse pela melhoria da qualidade de vida da população.
O alto valor agregado do alumínio desencadeia um benefício indireto para outros setores,
como o plástico e o papel. A valorização do alumínio para o sucateiro torna atraente sua
associação com coletas de outros materiais de baixo valor agregado e grande impacto
ambiental. Além disso, a perspectiva de reaproveitamento permanente chama a atenção da
sociedade por produtos e processos limpos, criando um comportamento mais renovável em
relação ao meio ambiente no País.

Benefícios da Reciclagem de Alumínio


Econômicos e Sociais Ambientais
• Assegura renda em áreas • Favorece o desenvolvimento da
carentes, constituindo fonte consciência ambiental,
permanente de ocupação e promovendo um comportamento
remuneração para mão de obra responsável em relação ao meio
não qualificada. ambiente, por parte das empresas e
dos cidadões;
• Injeta recursos nas economias
locais, através da criação de • Incentiva a reciclagem de outros
empregados, recolhimento de materiais, multiplicando ações em
impostos e desenvolvimento do virtude do interesse que desperta
mercado; Estimula outros por seu maior valor agregado;
negócios, por gerar novas Reduz o volume de lixo gerado,
atividades produtivas (máquinas e contribuindo para a solução da
equipamentos especiais). questão do tratamento de resíduos
resultantes do consumo.

Os Índices de Reciclagem de Alumínio no Brasil

Em 2002, o Brasil reciclou 253.500 toneladas de alumínio, equivalente a 35% do consumo


doméstico, ficando acima da média mundial de 33%. Além disso, o país lidera a
reciclagem de latas de alumínio, tendo alcançado o índice de 87%, mantendo o País como
campeão na reciclagem de latas de alumínio entre os países onde esta atividade não é
obrigatória por lei, posição conquistada em 2001, quando o índice brasileiro alcançou 85%
e superou o do Japão, que liderava o ranking até então. O índice do Japão relativo a 2002
será divulgado em julho e deverá confirmar a liderança brasileira.
O índice de 87% corresponde a um volume de 121,1 mil toneladas de latas de alumínio, ou
9 bilhões de unidades, aproximadamente. Os números indicam um crescimento de 2,6%
sobre o volume coletado em 2001, que foi de 118,0 mil toneladas (aproximadamente, 8,7
bilhões de unidades). Desde 1998, quando ultrapassou pela primeira vez o índice dos
Estados Unidos (63% contra 55%), o índice brasileiro vem apresentando crescimento
médio de 10% ao ano.

RECICLAGEM DE ALUMÍNIO NO BRASIL


No Brasil, a reciclagem de latas de alumínio envolve mais de 2.000 empresas de sucata, de
fundição secundária de metais, transportes e crescentes parcelas da população,
representando todas as camadas sociais - dos catadores até classes mais altas.
As latas coletadas são recicladas e transformadas em novas latas, com grande economia de
matéria-prima e energia elétrica.
A cada quilo de alumínio reciclado, cinco quilos de bauxita (minério de onde se produz o
alumínio) são poupados. Para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se somente 5%
da energia que seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário,
ou seja, a reciclagem do alumínio proporciona uma economia de 95% de energia elétrica.
A reciclagem da lata representa uma enorme economia de energia: para produzir o
alumínio são necessários 17,6 mil kw. Para reciclar, 700 kw. A diferença é suficiente para
abastecer de energia 160 pessoas durante um mês.
Hoje, em apenas 42 dias uma latinha de alumínio pode ser comprada no supermercado,
jogada fora, reciclada e voltar às prateleiras para o consumo.
A reciclagem de latas de alumínio é um ato moderno e civilizado que reflete um alto grau
de consciência ambiental alcançado pela população.
Trata-se da junção de esforços de todos os segmentos da sociedade, das indústrias de
alumíno até o consumidor, passando pelos fabricantes de bebidas.
Os reflexos da atividade contribuem de várias maneiras para elevar o nível de qualidade de
vida das cidades brasileiras.

Reciclagem de Papel
A reciclagem do papel é tão importante quanto sua fabricação. A matéria prima para a
fabricação do papel já está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e com uma
maior conscientização da sociedade em geral. Com o uso dos computadores, muitos
cientistas sociais acreditavam que o uso de papel diminuiria, principalmente na indústria e
nos escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de papel nas duas últimas décadas do
século XX foi recorde.
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de água é
muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 2,5 barris
de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma tonelada de
papel reciclado.

Processo de Reciclagem do Papel

Papel reciclável x Papel não reciclável


Reciclável Não reciclável
Caixa de papelão; Jornal; Revista; Papel sanitário; Papéis plastificados; Papéis
Impressos em geral; Fotocópias; metalizados; Papéis parafinados; Copos
Rascunhos; Envelopes; Papel timbrado; descartáveis; Papel carbono; Fotografias;
*
Embalagens longa-vida ; Cartões; Papel de Fitas adesivas; Etiquetas adesivas.
fax.
* papel + plástico + alumínio

Vantagens de Reciclar Papel


Redução dos custos das matérias-primas: a pasta de aparas é mais barata que a celulose de
primeira.
Economia de Recursos Naturais
- Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m3 de madeira, conforme o tipo
de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 árvores.
- Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000
litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000
litros por tonelada.
- Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de
economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos com
pasta de refinador.
- Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem
impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita anteriormente.
Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo com grandes
indústrias, às vezes subsidiadas, não fazem muitos investimentos em controle ambiental.
Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes mais
empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais empregos do
que na coleta e destinação final de lixo.
Redução da "conta do lixo": o Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de
papéis, papelões e cartões.
O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, sacolas, embalagens para ovos,
bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, material de escritório, envelopes,
papel para impressão, entre outros usos.

Reciclagem de Entulho
A quantidade de entulho gerado nas construções que são realizadas nas cidades brasileiras
demonstra um enorme desperdício de material. Os custos deste desperdício são distribuídos por
toda a sociedade, não só pelo aumento do custo final das construções como também pelos custos de
remoção e tratamento do entulho.
Na maioria das vezes, o entulho é retirado da obra e disposto
clandestinamente em locais como terrenos baldios, margens de rios e
de ruas das periferias. As prefeituras comprometem recursos, nem
sempre mensuráveis, para a remoção ou tratamento desse entulho:
tanto há o trabalho de retirar o entulho da margem de um rio como o
de limpar galerias e desassorear o leito de córregos onde o material
termina por se depositar.
O custo social total é praticamente impossível de ser determinado,
pois suas consequências geram a degradação da qualidade de vida urbana em aspectos como
transportes, enchentes, poluição visual, proliferação de vetores de doenças, entre outros. De um
jeito ou de outro, toda a sociedade sofre com a deposição irregular de entulho e paga por isso.
Como para outras formas de resíduos urbanos, também no caso do entulho o ideal é reduzir o
volume e reciclar a maior quantidade possível do que for produzido.
A quantidade de entulho gerada nas cidades brasileiras é muito significativa e pode servir como um
indicador do desperdício de materiais. Os resíduos de construção e demolição consistem em
concreto, estuque, telhas, metais, madeira, gesso, aglomerados, pedras, carpetes etc. Muitos desses
materiais e a maior parte do asfalto e do concreto utilizado em obras podem ser reciclados. Esta
reciclagem pode tornar o custo de uma obra mais baixo e diminuir também o custo de sua
disposição.
Note-se ainda que a demanda por habitação de baixo custo também torna interessante a
viabilização de materiais de construção a custos inferiores aos existentes, porém sem abrir mão da
garantia de qualidade dos materiais originalmente utilizados. Desta forma, o intuito do estudo,
cujos resultados parciais são apresentados aqui, é o desenvolvimento de técnicas que garantam a
qualidade de elementos construtivos produzidos com agregado derivado de entulho a custos
inferiores aos agregados primários.
Os estudos realizados com vistas ao emprego de agregados de entulho na fabricação de elementos
de concreto dentro das condições de fabricação (traços) já utilizados na prefeitura da Universidade
de São Paulo permitiram atingir as seguintes conclusões, para as amostras ensaiadas:
• A reciclagem de entulho para os fins visualizados é viável;
• Os parâmetros de resistência à tração e flexão dos elementos de concreto com entulho são
semelhantes e chegam a superar aqueles obtidos para elementos de concreto feitos com
agregado primário;
• Os parâmetros de resistência à compressão do concreto de entulho podem atingir valores
compatíveis ao concreto com agregado primário.

RECICLAGEM
Apesar de causar tantos problemas, o entulho deve ser visto como fonte de materiais de grande
utilidade para a construção civil. Seu uso mais tradicional - em aterros - nem sempre é o mais
racional, pois ele serve também para substituir materiais normalmente extraídos de jazidas ou pode
se transformar em matéria-prima para componentes de construção, de qualidade comparável aos
materiais tradicionais.
É possível produzir agregados - areia, brita e bica corrida para uso em pavimentação, contenção de
encostas, canalização de córregos, e uso em argamassas e concreto. Da mesma maneira, podem-se
fabricar componentes de construção - blocos, briquetes, tubos para drenagem, placas.
As prefeituras devem iniciar a implantação de um programa fazendo um levantamento da produção
de entulho no município, estimando os custos diretos e indiretos causados pela deposição irregular.
Com base nestas informações será possível determinar a tecnologia a serem empregados, os
investimentos necessários e a aplicação dos resíduos reciclados.
A reciclagem de entulho pode ser realizada com instalações e equipamentos de baixo custo, apesar
de existirem opções mais sofisticadas tecnologicamente. Havendo condições, pode ser realizado na
própria obra que gera o resíduo, eliminando os custos de transporte. É possível contar com diversas
opções tecnológicas, mas todas elas exigem áreas e equipamentos destinados à seleção, trituração e
classificação de materiais. As opções mais sofisticadas permitem produzir a um custo mais baixo,
empregando menos mão de obra e com qualidade superior. Exigem, no entanto, mais investimentos
e uma escala maior de produção. Por estas características, adéquam-se, normalmente, as cidades de
maior porte.
A construção civil é atualmente o grande reciclador de resíduos provenientes de outras indústrias.
A escória granulada de alto forno e cinzas são matéria prima comum nas construções.

Coleta do Entulho
Para resolver o problema do entulho é preciso organizar um sistema de coleta eficiente,
minimizando o problema da deposição clandestina. É necessário estimular, facilitando o acesso a
local de deposição regular estabelecidos pela prefeitura.
A partir de uma coleta eficaz é possível introduzir práticas de reciclagem para o reaproveitamento
do entulho. Para cidades maiores, é importante que a coleta de entulho seja realizada de forma
desconcentrada, com instalações de recebimento de entulho em várias regiões da cidade.
Em contrapartida, é preciso lembrar que a concentração dos resíduos torna mais barata a sua
reciclagem, reduzindo os gastos com transporte, que, em geral, é a questão mais importante num
processo de reciclagem. Estabelecer dias de coleta por bairro, onde a população pode deixar o
entulho nas calçadas para ser recolhido por caminhões da prefeitura é uma prática já adotada em
alguns municípios.
A política de coleta do entulho deve ser integrada aos demais serviços de limpeza pública do
município. Podem-se aproveitar programas já existentes ou, ao contrário, a partir do recolhimento
de entulho implantar novos serviços como a coleta de "bagulhos" (por exemplo, móveis usados)
que normalmente têm o mesmo tipo de deposição irregular e tão danosa quanto o entulho.
Mas o entulho surge não só da substituição de componentes pela reforma ou reconstrução. Muitas
vezes é gerado por deficiências no processo construtivo: erros ou indefinições na elaboração dos
projetos e na sua execução, má qualidade dos materiais empregados, perdas na estocagem e no
transporte. Estes desperdícios podem ser atenuados através do aperfeiçoamento dos controles sobre
a realização das obras públicas e também através de trabalhos conjuntos com empresas e
trabalhadores da construção civil, visando aperfeiçoar os métodos construtivos, reduzindo a
produção de entulho e os desperdícios de material.
No Brasil, entretanto, o reaproveitamento do entulho é restrito, praticamente, à sua utilização como
material para aterro e, em muito menor escala, à conservação de estradas de terra. A prefeitura de
São Paulo, em 1991, implantou uma usina de reciclagem com capacidade para 100 t/hora,
produzindo material utilizado como sub-base para pavimentação de vias secundárias, numa
experiência pioneira no Hemisfério Sul.
Estima-se que a construção civil seja responsável por até 50% do uso de recursos naturais em nossa
sociedade, dependendo da tecnologia utilizada. Sabe-se também que, na construção de um edifício,
o transporte e a fabricação dos materiais representam aproximadamente 80% da energia gasta.
Diferentes Aplicações
As propriedades de certos resíduos ou materiais secundários possibilitam sua aplicação na
construção civil de maneira abrangente, em substituição parcial ou total da matéria-prima utilizada
como insumo convencional. No entanto, devem ser submetidos a uma avaliação do risco de
contaminação ambiental que seu uso poderá ocasionar durante o ciclo de vida do material e após
sua destinação final.
Grandes pedaços de concreto podem ser aplicados como material de contenção para prevenção de
processos erosivos na orla marítima e das correntes, ou usado em projetos como desenvolvimento
de recifes artificiais. O entulho triturado pode ser utilizado em pavimentação de estradas,
enchimento de fundações de construção e aterro de vias de acesso.
Importante: em alguns países já há indicação das autoridades de saúde para cuidados a serem
tomados quando da manipulação de asfalto, por existirem materiais potencialmente cancerígenos. É
recomendado o uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Resultados
Ambientais: Os principais resultados produzidos pela reciclagem do entulho são benefícios
ambientais. A equação da qualidade de vida e da utilização não predatória dos recursos naturais é
mais importante que a equação econômica. Os benefícios são conseguidos não só por se diminuir a
deposição em locais inadequados (e suas consequências indesejáveis já apresentadas) como
também por minimizar a necessidade de extração de matéria-prima em jazidas, o que nem sempre é
adequadamente fiscalizado. Reduz-se, ainda, a necessidade de destinação de áreas públicas para a
deposição dos resíduos.
Econômicos: As experiências indicam que é vantajoso também economicamente substituir a
deposição irregular do entulho pela sua reciclagem. O custo para a administração municipal é de
US$ 10 por metro cúbico clandestinamente depositado, aproximadamente, incluindo a correção da
deposição e o controle de doenças. Estima-se que o custo da reciclagem significa cerca de 25%
desses custos. A produção de agregados com base no entulho pode gerar economias de mais de
80% em relação aos preços dos agregados convencionais.

RECICLAGEM DE PNEUS
O surgimento dos pneus de borracha fez com que fossem substituídas as rodas de madeira e ferro,
usadas encaroças e carruagens desde os primórdios da História. Esse grande avanço foi possível
quando o norte-americano Charles Goodyear inventou o pneu ao descobrir, o processo de
vulcanização da borracha quando deixou o produto, misturado com enxofre, cair no fogão. Mal
sabia ele que sua invensão revolucionaria o mundo. Entre as suas potencialidades industriais, além
de ser mais resistente e durável, a borracha absorve melhor o impacto das rodas com o solo, o que
tornou o transporte muito mais prático e confortável.
Porém, juntamente com a revolução no setor dos transportes, a utilização dos pneus de borracha
trouxe consigo a problemática do impacto ambiental, uma vez que a maior parte dos pneus
descartados está abandonada em locais inadequados, causando grandes transtornos para a saúde e a
qualidade de vidas humanas.
Segundo organizações internacionais, a produção de pneus novos está estimada em cerca de 2
milhões por dia em todo o mundo. Já o descarte de pneus velhos chega a atingir, anualmente, a
marca de quase 800 milhões de unidades. Só no Brasil são produzidos cerca de 40 milhões de
pneus por ano e quase metade dessa produção é descartada nesse período.

Medidas mitigadoras do Impacto Ambiental


Uma forma encontrada para amenizar esse impacto foi a utilização das metodologias de reciclagem
e reaproveitamento. Entre elas, a recauchutagem tem sido um mecanismo bastante utilizado para
conter o descarte de pneus usados. O Brasil ocupa o 2o lugar no ranking mundial de recauchutagem
de pneus, o que lhe confere uma posição vantajosa junto a vários países na luta pela conservação
ambiental. Esta técnica permite que o recauchutador, seguindo as recomendações das normas para
atividade, adicione novas camadas de borracha nos pneus velhos, aumentando, desta forma, a vida
útil do pneu em 100% e proporcionando uma economia de cerca de 80% de energia e matéria-
prima em relação à produção de pneus novos.
Em termos de Brasil, o Estado do Paraná se destaca no cenário nacional de reciclagem de pneus,
principalmente por estar localizado num ponto estratégico. Segundo Celso Luiz Dallagrana, diretor
da Associação dos Recauchutadores de Pneus do Estado do Paraná, pelas suas estradas circula um
grande volume de caminhões que transportam cargas, que serão distribuídas para o restante do país.
"Por essas circunstâncias criou-se um pólo de pneus, especialmente em Curitiba, onde, por
consequência, concentrou-se a maior parte das empresas recauchutadoras de pneus do país",
explica o diretor.
Para Dallagrana, em vista do trabalho que o recauchutador executa e sua importante participação
em prol da reciclagem, essa atividade precisa ser mais valorizada no país. "O objetivo principal da
recauchutagem, sem dúvida, é proteger o meio ambiente. Portanto, necessita-se de mais incentivos,
tanto por parte do governo, através de legislações competentes e linhas de créditos específicas,
quanto por parte da sociedade em geral, que ainda não está conscientizada sobre a importância do
trabalho que desenvolvemos", declara o diretor. Além disso, Dallagrana atenta para influência
significativa que a recauchutagem exerce no âmbito social, já que uma empresa recauchutadora
chega a empregar 20 funcionários, em média. Esse ramo brasileiro é o segundo maior no mundo e
só perde para os Estados Unidos. "No entanto, falta ainda um maior esclarecimento por parte do
setor para que o mercado reaproveite esse material, a exemplo do que já acontece com a reciclagem
de papel e de alumínio", conta Dallagrana.
As indústrias de reciclagem que utilizam o material proveniente do processo de recauchutagem
para confecção de novos produtos também exercem um papel importante nesse contexto. No
Paraná, a Ecija Comercial Exportadora e Importadora de Manufaturados Ltda., fundada em 1992, é
uma das pioneiras nesta categoria. "Compra-se resíduos de borracha provenientes dos pneus e
sucata de câmara de ar de pneus usados e envia-se para uma empresa com a qual temos parceria, na
Holanda, que transforma e revende para fábricas de artefatos de borracha, para empresas que
aplicam asfalto e para fábricas de pneus que os utilizarão como parte no composto de novos
pneus.", explica Jacinto Padilla, sócio-diretor da Ecija e representante brasileiro da ITRA -
Associação Americana dos Recauchutadores e Recicladores de Borracha.
Segundo Padilla, existem dois tipos de pneus: os radiais e os diagonais. O pneu radial tem uma
estrutura interna de aço, o que dificulta um pouco mais o processo de reciclagem, assim como
exige máquinas mais sofisticadas para fazer a separação do aço, incorrendo num custo mais alto
para a trituração. Já o pneu do tipo diagonal, que tem uma estrutura interna à base de tecidos, é bem
mais fácil de reciclar. Porém, a tendência é que tenhamos um crescimento na utilização de pneus
do tipo radial, cujos investimentos para reciclagem são maiores.
Conforme Padilla, o material proveniente da reciclagem dos pneus existe em abundância, assim
com há também um grande mercado consumidor para esses produtos. No entanto, é um processo
pouco conhecido e divulgado. Essa é uma das razões que o leva a exportar sua produção. Em
termos internacionais, a reciclagem do pneu tem um potencial impressionante. É uma questão
levada muito a sério pelos empresários estrangeiros. E o nosso produto desperta interesse porque,
além de possuir uma característica técnica específica, a tecnologia utilizada para a reciclagem é
bastante moderna.
Ao exportar, conforme Padilla reduz-se o volume de resíduos que podem ser descartados de forma
inadequada, uma vez que a empresa manipula cerca de 5 mil toneladas de resíduos por ano. Se
houvesse uma conscientização efetiva no Brasil, esse número poderia até triplicar. As estimativas
atuais demonstram que o resíduo gerado na produção da indústria da borracha no Brasil e que é
jogado fora gera um prejuízo em torno de US$ 38 milhões de dólares. Para viabilizar o aumento
dessa atividade seria interessante que houvesse incentivo econômico e uma legislação que
estimulasse a aplicação desses resíduos reciclados nos compostos de outros produtos, exigindo,
inclusive, que os fabricantes utilizassem uma porcentagem de borracha reciclada em seus produtos.
As entidades que congregam as empresas de recauchutagem e reciclagem de pneus no Brasil têm
empreendido várias ações para promover a importância da atividade. Entre elas, destaca-se a
criação de um Grupo de Trabalho composto de representantes destes organismos, para atuar junto
ao Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial na elaboração
de uma norma que garanta a qualidade, tanto do pneu novo quanto do pneu recauchutado, fabricado
no Brasil. Segundo Alexandre Moreira, diretor da ABR - Associação Brasileira de Recauchutagem
e representante da entidade neste grupo de trabalho, já houve a criação de uma norma com esse
objetivo. Assim, o Inmetro visa garantir que o pneu reformado também tenha o mesmo padrão de
qualidade técnica. Este trabalho foi dividido em dois setores: veículo de passeio e o veículo de
transporte de carga e passageiro. Para ele, a participação das entidades e demais categorias
empresariais do setor tem sido bastante atuante.
Visando diminuir o passivo ambiental dos pneus inservíveis no país, o Conama - Conselho
Nacional do Meio Ambiente publicou a Resolução No 258, de 26 de Agosto de 1999, que trata da
destinação final, de forma ambientalmente adequada e segura, dispondo sobre a reciclagem, prazos
de coleta, entre outros fatores. Segundo Paulo Moreira, vice-presidente da ABR, a publicação da
Resolução, impondo que as empresas fabricantes e produtoras façam a coleta e deem uma
destinação final ambientalmente adequada aos resíduos, empreende metas progressivas para que o
setor a cumpra num prazo relativamente grande. Em 2005, o processo estará bastante avançado e
espera-se alcançar um patamar de quase 120% da reciclagem dos inservíveis. Desta forma,
chegaremos a uma relação crescente da reciclagem, de modo a liquidar com o passivo ambiental de
pneus no país.
Como é o processo de reciclagem de pneus
O processo de recuperação e regeneração dos pneus exige a separação da borracha vulcanizada de
outros componentes (como metais e tecidos, por exemplo). Os pneus são cortados em lascas e
purificados por um sistema de peneiras. As lascas são moídas e depois submetidas à digestão em
vapor d'água e produtos químicos, como álcalis e óleos minerais, para desvulcanizá-las. O produto
obtido pode ser então refinado em moinhos até a obtenção de uma manta uniforme ou extrudado
para a obtenção de grânulos de borracha. Este material tem várias utilidades: cobrir áreas de lazer e
quadras esportivas, fabricar tapetes para automóveis; passadeiras; saltos e solados de sapatos; colas
e adesivos; câmaras de ar; rodos domésticos; tiras para indústrias de estofados; buchas para eixos
de caminhões e ônibus, entre outros produtos.

Análise do Ciclo de Vida (ACV) e Reciclagem

A análise de ciclo de vida é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e dos impactos
potenciais associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza
das matérias-primas elementares que entram no sistema produtivo, à disposição do produto final.
Essa técnica também é conhecida como análise "do berço ao túmulo".
A análise de ciclo de vida de produtos é, na verdade, uma ferramenta técnica que pode ser utilizada
em uma grande variedade de propósitos. As informações coletadas na ACV e os resultados de sua
análise e interpretações podem ser úteis para tomadas de decisão, na seleção de indicadores
ambientais relevantes para avaliação de desempenho de projetos ou reprojetos de produtos ou
processos e/ou planejamento estratégico.
A ACV encoraja as indústrias a considerar as questões ambientais associadas aos sistemas de
produção: insumos, matérias-primas, manufatura, distribuição, uso, disposição, reuso, reciclagem.
Pode-se dizer também, que ela nos ajuda a identificar oportunidades de melhoramentos dos
aspectos ambientais de uma empresa.
Segundo Luís Briones, presidente do Programa Plastivida/ABIQUIM, números exatos sobre o
desempenho energético do setor da reciclagem só serão obtidos com o uso das ferramentas da
Análise do Ciclo de Vida (ACV).
Briones lembra que há estudos baseados em ACV que têm demonstrado que as quantidades de
energia gastas para obter um produto a partir de matéria-prima virgem são maiores que aquelas
gastas para produzi-lo com resíduos reciclados.
Por isso, dada a atual crise energética, o governo deveria estabelecer com máxima urgência uma
Política Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos, com responsabilidade compartilhada entre todos
os setores envolvidos, ou seja, Poder Público, sociedade e setor produtivo. Essa gestão
compartilhada e integrada dos resíduos sólidos urbanos deve ser feita localmente, contemplando
todas as possibilidades disponíveis e tomando como base as realidades e necessidades sociais,
econômicas e ambientais. E, é lógico, sem perder de vista que a reciclagem tem mostrado ser mais
econômica nos aspectos de consumos de energia, água e materiais acessórios utilizados diretamente
na produção de um bem, quando comparada à produção a partir de matéria-prima virgem, conclui
Briones.
1- Quando o aço é produzido inteiramente a partir da sucata, a economia de energia chega a 70%
do que se gasta com a produção a base do minério de origem. Além disso, há uma redução da
poluição do ar (menos 85%) e do consumo de água (menos 76%), eliminando-se, ainda, todos os
impactos decorrentes da atividade de mineração.
2- O papel jornal produzido a partir das aparas requer 25% a 60% menos energia elétrica que a
necessária para obter papel da polpa da madeira. O papel feito com material reciclado reduz em
74% os poluentes liberados no ar e em 35% os despejados na água, além de reduzir a necessidade
de derrubar árvores.
3- Na reciclagem do vidro é possível economizar, aproximadamente, 70% de energia incorporada
ao produto original e 50% menos de água.
4- Com a reciclagem de plásticos economiza-se até 88% de energia em comparação com a
produção a partir do petróleo e preserva-se esta fonte esgotável de matéria-prima.
Em resumo, a ACV pode ser utilizada para obter-se um melhor entendimento de todo o sistema
utilizado para se produzir um produto, e consequentemente aprimorá-lo.

Dicas de Reciclagem

1. Recicle o vidro. Calcula-se que a reciclagem de 1 tonelada de vidro poupa 65% da


energia necessária à produção da mesma quantidade. Aproveite as embalagens de vidro
para conservar alimento no frigorífico, na geladeira ou no freezer.
2. Uma só pilha contamina o solo durante 50 anos. As pilhas incorporam metais pesados
tóxicos.
3. Prefira eletrodomésticos recentes e de qualidade, pois gastam menos energia.
4. Regue as plantas de manhã cedo ou ao cair da noite. Quando o sol está alto e forte,
grande parte da água perde-se por evaporação.
5. Uma torneira a pingar significa 190 litros de água por dia que vão pelo cano abaixo.
6. Desligue o fogão elétrico, antes de terminado o cozimento, a placa mantém-se quente
por muito tempo.
7. Desligue o ferro um pouco antes de acabar de passar a roupa - ele vai se manter quente
durante o tempo necessário para acabar a tarefa.
8. Seja econômico: poupe papel, usando o outro lado para tomar notas ou fazer rascunhos;
os pratos e copos de papel são ótimos para piqueniques.
9. Em vez de reciclar, tente reciclar (evitar o consumo de materiais nocivos e o
desperdício).
10. Um terço do consumo de papel destina-se a embalagens. E alguns têm um período de
uso inferior a 30 segundos. Contribua para a redução do consumo dos recursos naturais.
11. Regule o seu carro e poupará combustível. Use gasolina sem chumbo.
12. Sempre que possível, reduza o uso do carro. Para pequenas distâncias, vá a pé. Partilhe
o carro com outras pessoas. Sempre que puder opte pelos transportes coletivos.
13. Prefira lâmpadas fluorescentes compactas para as salas cujo índice de ocupação é
maior - são mais eficazes se estiverem acesas durante algumas horas. Embora mais caras,
duram mais e gastam um quarto da energia consumida pelas lâmpadas incandescentes.
Você vai evitar que meia tonelada de dióxido de carbono seja expelida para a atmosfera.
14. Os transportes públicos consomem 1/13 da energia necessária para transportar o
mesmo número de passageiros por carro. Programe uma política de transportes para os
empregados.
15. As fotocopiadoras e as impressoras a laser utilizam cassetes de toner de plástico, que
frequentemente têm de ser substituídas. Contate uma empresa que recicle esse plástico ou
que o use novamente.
16. Um estudo desenvolvido pela NASA mostra que as plantas conseguem remover 87%
dos elementos tóxicos do ambiente de uma casa no espaço de 24 horas. Distribua plantas
profusamente por todas as instalações. Recomenda-se, pelo menos, uma planta de 1,2 a 1,5
metros por cerca de 10 metros quadrados. Escolha espécies de plantas que se deem bem
com pouca luz natural.
17. Instale lâmpadas fluorescentes. Substituir-se uma lâmpada tradicional por uma
fluorescente evita o consumo de energia equivalente a cerca de um barril de petróleo ou
317 quilogramas de carvão, que produziria 1 tonelada de dióxido de carbono (o maior gás
de estufa) e 6 quilogramas de dióxido de enxofre, que contribui para a chuva ácida. As
lâmpadas fluorescentes, além disso, duram em média, 13 vezes mais do que uma lâmpada
incandescente. São bons motivos para escolher.
18. Desligue as luzes e os equipamentos (computadores fotocopiadoras, etc.) quando sair
do escritório. Estão provado que, se durante um ano desligarem-se dez computadores
pessoais, à noite e durante os fins de semana, vai se poupar em energia o equivalente ao
preço do computador. Instale sensores de presença que desliguem as luzes sempre que a
sala fique vazia.
19. Antes de decidir comprar equipamentos para o escritório, saiba que as impressoras a
jato de tinta usam 99% menos energia que as impressoras a laser, durante a impressão, e
87% menos quando inativas; os computadores portáteis consomem 1% da energia de um
computador de escritório. Se for possível, opte por esses equipamentos.
20. Calcula-se que um em cada quatro documentos enviados por FAX são posteriormente
fotocopiados porque o original tende a perder visibilidade. Desta forma gasta-se não só o
papel de FAX (normalmente não reciclável porque é revestido com produtos químicos que
são aquecidos para a impressão) mas também o de fotocópia. Compre um aparelho de fax
que use papel normal. Funcionam como fotocopiadoras ou impressoras em papel vulgar.
21. Roupas usadas podem ser dadas a outras pessoas ou a bazares de caridade.
22. Brinquedos velhos, livros e jogos que você não quer mais podem ser aproveitados por
outros; portanto, não os jogue fora.
23. Descubra se há locais apropriados para o recolhimento de papel velho. Normalmente,
esses locais são organizados pelas autoridades locais ou instituições de caridade.

http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/reciclagem/pneus.html
http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=residuos/index.php3&conteudo=./residuos/reciclar.html
http://www.natureba.com.br/coleta-seletiva.htm
http://www.planetaplastico.com.br/literatura/literatura/coletaselet.htm

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