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Colesterol e Triglicérides

O que é colesterol?
Colesterol é um tipo de gordura que é produzido exclusivamente por
animais, inclusive os humanos. O colesterol circula normalmente no
sangue, sendo usado pelas células do corpo para construir as
membranas celulares, para fabricação de alguns hormônios e
vitaminas e também como uma fonte de energia.

O que são os triglicérides?


Triglicérides, ou triglicerídeos, são um tipo de gordura, composto
por uma molécula de glicerol e três moléculas de ácidos graxos. Os
triglicérides são a principal forma de estocagem de energia dos
animais, que os acumulam no tecido adiposo na forma de gordura.

Qual a importância dos níveis de colesterol no sangue?


O aumento dos níveis de colesterol acima de limites desejáveis é
conhecido como hiperlipidemia, ou hipercolesterolemia, ou
simplesmente dislipidemia. A maioria das pessoas com colesterol
alto não tem qualquer sintoma; no entanto, os níveis altos de
colesterol sangüíneo aumentam muito o risco do indivíduo
apresentar doenças graves, tais como: a angina pectoris (uma dor
no peito de origem cardíaca), o infarto do miocárdio, o derrame
(acidente vascular cerebral) e problemas de circulação em outros
locais do corpo. Todas essas doenças ocorrem porque o colesterol
aumentado no sangue acaba se depositando nos vasos sangüíneos
(artérias) com o passar do tempo, na forma de gordura, e isso leva
finalmente ao entupimento da artéria. Assim, o sangue não
consegue mais circular pelo vaso atingido. A obstrução das artérias
pela deposição de gordura (colesterol) nas suas paredes é
conhecida como aterosclerose. O órgão ou tecido afetado sofre
danos graves pela falta de circulação. Se isso ocorrer no coração, o
paciente tem angina ou um infarto; se ocorrer no cérebro, a pessoa
tem um derrame; e assim por diante.
Por esse motivo, os médicos prescrevem tratamento para pessoas
com colesterol alto, pois a redução dos níveis de colesterol pode
protegê-las de doenças cardíacas e derrame cerebral. Felizmente,
na grande maioria dos casos os níveis de gordura no sangue
podem ser controlados com uma combinação de dieta, perda de
peso, exercício e medicações adequadas.

Como as gorduras circulam no sangue?


As gorduras circulam no sangue na forma de partículas esféricas,
compostas por algumas proteínas na superfície e contendo lipídios
(gorduras) no seu interior. Essas partículas são chamadas
lipoproteínas.
Existem vários tipos de lipoproteínas. As mais importantes são:
a) LDL (low-density lipoprotein, ou lipoproteína de baixa densidade)
- Também é chamada de “mau colesterol”, pois vários estudos
grandes mostraram que os níveis aumentados de LDL estão
fortemente associados com o risco de doença cardiovascular.
Transportam o colesterol do fígado e do intestino para os tecidos
periféricos. O colesterol ligado às partículas de HDL pode ser
medido por exames de laboratório, e é chamado de LDL-colesterol.
b) HDL (high-density lipoprotein, ou lipoproteína de alta densidade)
- É conhecida como “bom colesterol”, pois, ao contrário da LDL,
quanto maiores os níveis de HDL no sangue de uma pessoa,
menores são suas chances de desenvolver doenças
cardiovasculares. Também transportam colesterol, mas no sentido
inverso do LDL: retiram a gordura dos tecidos periféricos e dos
vasos e a transportam para o fígado, onde vai ser metabolizada. O
colesterol ligado às partículas de HDL pode ser dosado em
laboratório, e é chamado HDL-colesterol.
c) VLDL (very-low-density lipoprotein, ou lipoproteína de muito
baixa densidade) - transporta colesterol e triglicérides. O aumento
das VLDL (que pode ser constatado pelo aumento dos triglicérides
no sangue) também aumenta o risco de problemas cardíacos.
d) Quilomícrons - transportam basicamente triglicérides.

Que tipos de gordura podem ser dosados no sangue?


A maioria dos laboratórios consegue dosar os seguintes tipos de
gordura:
- Colesterol total;
- HDL-colesterol;
- LDL-colesterol;
- Triglicerídeos.

Geralmente os médicos solicitam um exame chamado “perfil


lipídico”, ou “lipidograma”, que é a dosagem dos 4 tipos principais
de gorduras: colesterol total, HDL-colesterol, LDL-colesterol e
triglicerídeos.
Um cuidado importante quando se vai colher uma amostra de
sangue para dosagem do perfil lipídico é que o paciente deve fazer
pelo menos 12 horas de jejum antes da coleta, para não haver
interferência nos resultados do exame.
Quais são os valores normais de colesterol e triglicérides?
Os valores de referência usados pela maioria dos laboratórios
clínicos, para a população geral, estão na tabela abaixo:

Valores de Referência dos Lípides Sangüíneos para a


População Geral

Esses valores de colesterol são válidos para todos os


indivíduos?
Não. Diferente de outros exames, onde há um valor de corte nítido
entre o normal e o anormal, os níveis de colesterol considerados
adequados para determinada pessoa vão depender das
características desse indivíduo.
Visto que quanto maiores os níveis de colesterol, maiores são as
chances de doença cardíaca, é prudente atribuir valores “normais”
de colesterol cada vez mais baixos quanto maior é o risco de
doença cardíaca de um paciente ou grupo de pacientes. Ou seja:
pessoas de alto risco de doença cardiovascular precisam ter um
nível de colesterol mais baixo do que pessoas de baixo risco.
Isso é especialmente válido para o LDL-colesterol, que está
fortemente associado com o risco de doença cardiovascular.
Existem várias formas de definir quais são os valores desejáveis de
colesterol de um determinado paciente. O método mais utilizado é o
chamado score de Framingham, que avalia o risco de doença
cardiovascular de acordo com a presença ou não de certos fatores
de risco.

Quais são os outros fatores de risco para doença


cardiovascular?
Além dos níveis de colesterol, há vários outros fatores que podem
aumentar o risco de uma pessoa desenvolver doença
cardiovascular.
Os mais importantes, e que são levados em conta no cálculo do
score de Framingham, são os seguintes:

- Diabetes mellitus;
- Tabagismo;
- Hipertensão arterial;
- História familiar de doença cardiovascular prematura (ou
seja, em parentes de primeiro grau: homens abaixo dos
55 anos e mulheres abaixo dos 65 anos);
- Idade: maior que 45 anos em homens e maior que 55
anos em mulheres;
- Presença de outras doenças relacionadas à
aterosclerose: acidente vascular cerebral ou doença
arterial periférica (má circulação nos membros inferiores).

Como calcular o score de Framingham?


O score de Framingham estima o risco de uma pessoa apresentar
doença cardiovascular nos próximos 10 anos. Considera-se esse
risco:
- Baixo: quando menor que 10%;
- Moderado: entre 10 e 20%;
- Alto: maior que 20%.

Você pode calcular seu score de Framingham de 2 maneiras: ou


usando tabelas prontas, que vão pontuar a presença ou não de
cada um dos fatores de risco mais importantes, ou através de
programas especialmente desenhados para esse fim, onde você
entra com suas informações (nível de pressão, idade, níveis de
colesterol etc.) e o próprio programa calcula o seu risco.

Experimente calcular seu score de Framingham:

Calculadora online
Tabelas

Então, quais são os valores desejáveis de colesterol e


triglicérides, de acordo com o score de Framingham?
Os valores desejáveis de colesterol e triglicérides também vão
depender de outro dado importante: se o paciente já apresentou ou
não algum tipo de doença cardiovascular.
Se o paciente nunca teve infarto do miocárdio, angina, derrame ou
doença arterial periférica, então o objetivo do tratamento é impedir
que ele venha a apresentar algum desses distúrbios. Trata-se de
um paciente em prevenção primária.
Agora, se o paciente já apresentou alguma dessas doenças, então
o objetivo do tratamento é impedir que ele apresente um novo
episódio. Nesse caso, o manejo dos níveis de colesterol deve ser
mais rigoroso, pois trata-se de um paciente em prevenção
secundária.
A tabela abaixo apresenta as principais recomendações para os
níveis desejáveis de LDL-colesterol, dependendo das
características do paciente:

Valores Desejáveis de LDL-Colesterol de Acordo com o Risco


Cardiovascular
* Doença cardiovascular é definida como a presença (ou história
prévia) de: infarto do miocárdio ou angina; ou doença sintomática
das artérias carótidas; ou doença arterial periférica; ou aneurisma
de aorta abdominal.

Quais são as causas do aumento do colesterol?


O consumo exagerado de alimentos ricos em colesterol (carnes
gordas, leite integral, queijos amarelos, bacon, manteiga, banha)
pode fazer os níveis de colesterol aumentarem. Além disso, o
excesso de peso pode fazer os níveis de colesterol e triglicérides
subirem. Mulheres tendem a ter um aumento do colesterol após a
menopausa. Finalmente, fatores genéticos podem ser responsáveis
pelo aumento do colesterol em algumas pessoas, principalmente se
houverem várias pessoas na mesma família com esse problema.

Quais são as causas do aumento dos triglicérides?


A causa mais comum do aumento de triglicérides é a obesidade.
Lembre que os triglicérides são a forma na qual a energia em
excesso é armazenada no corpo humano. A gordura do corpo é
composta na sua grande maioria por triglicérides. Portanto, quanto
mais acima do peso um indivíduo, maiores seus níveis de
triglicérides. Freqüentemente, pessoas obesas apresentam
triglicérides elevados, HDL-colesterol baixo, glicemias alteradas (ou
diabetes) e/ou pressão alta; é a chamada síndrome metabólica.
(Leia mais sobre síndrome metabólica clicando aqui).
O consumo exagerado de carboidratos ou açúcar pode aumentar os
triglicérides também. Além disso, o consumo de grandes
quantidades de álcool também pode elevar os triglicérides. Outras
causas de aumento dos triglicérides, que devem ser pesquisadas
em todos os pacientes, são: o hipotireoidismo, o diabetes mellitus
descontrolado, algumas doenças do rim (síndrome nefrótica) e
alguns distúrbios genéticos (hipertrigliceridemia familiar).
Em mulheres, uma causa comum do aumento de triglicérides é o
uso de estrógenos por via oral, seja como pílulas anticoncepcionais
ou como tratamento da menopausa (reposição hormonal); se os
triglicérides estiverem muito aumentados nessa situação, pode ser
necessário o uso de estrógenos por outra via que não a oral
(injetável, adesivos, cremes ou vaginal). Várias medicações
também podem aumentar os triglicérides, dentre elas: diuréticos,
beta-bloqueadores, corticóides, anti-psicóticos e medicações contra
o vírus HIV.

Quem deve fazer exames para avaliar seus níveis de colesterol


e triglicérides?
As recomendações atuais são de que todos os adultos, a partir dos
20 anos de idade, façam uma dosagem de colesterol e triglicérides
pelo menos uma vez a cada 5 anos.
É preferível a coleta do perfil lipídico completo (colesterol total,
HDL-colesterol, LDL-colesterol e triglicérides).
Pessoas com níveis de colesterol dentro da faixa desejável podem
colher um novo exame em apenas 5 anos; se houver qualquer
alteração, é necessário repetir o exame com mais freqüência e/ou
buscar avaliação médica para iniciar o tratamento mais adequado.

Quem deve receber tratamento para os níveis de colesterol?


A decisão de iniciar tratamento para redução dos níveis de
colesterol (ou triglicérides) é feita pelo médico, avaliando caso a
caso. Para isso, é necessário considerar todas as outras
características do paciente, tais como a presença de outros fatores
de risco cardiovascular e a presença ou não de doença
cardiovascular instalada (se ausente: prevenção primária; se
presente: prevenção secundária).
a) Prevenção secundária (pessoas com doença cardiovascular
prévia - infarto, angina, derrame, má circulação em membros
inferiores) - neste caso, um tratamento mais agressivo, objetivando
uma redução importante dos níveis de colesterol, é recomendável.
Geralmente é desejável um nível de LDL-colesterol menor que 100
mg/dL. Entre 100 e 130 mg/dL, pode-se tentar apenas a
modificação dietética, perda de peso e prática de exercício; mas
medicações podem ser necessárias. Medicações são geralmente
utilizadas quando o LDL-colesterol está acima de 100 ou 130
mg/dL. Em diabéticos com doença cardiovascular, a maioria dos
médicos hoje recomenda manter um nível de LDL-colesterol mais
baixo ainda: menor que 70 mg/dL.
b) Prevenção primária (pessoas sem doença cardiovascular
conhecida) - Neste grupo de indivíduos, uma dieta específica é
recomendada se houver LDL-colesterol muito aumentado ou um
aumento de LDL-colesterol moderado na presença de dois ou mais
fatores de risco cardiovascular. Medicações podem ser necessárias
se, após algumas semanas de dieta, o LDL-colesterol ainda estiver
acima de 190 mg/dL em qualquer paciente ou acima de 160 mg/dL
em pacientes com 2 ou mais fatores de risco adicionais. Uma
exceção são os diabéticos, que devem ter um LDL-colesterol menor
que 100 mg/dL.

Quem deve receber tratamento para os níveis de triglicérides?


Triglicérides aumentados também podem aumentar o risco de
doença cardiovascular, portanto pode ser necessário tratamento
específico para sua redução nas seguintes situações:
- Níveis extremamente altos de triglicérides (maior que 1.000
mg/dL);
- Aumento combinado de LDL-colesterol e triglicérides;
- Presença de doença cardiovascular (prevenção secundária);
- Forte história familiar de doença cardiovascular;
- Presença de outros fatores de risco cardiovascular.

Como é feito o tratamento?


Os níveis de lipídios (colesterol e triglicérides) no sangue podem ser
reduzidos com o uso de modificações de estilo de vida, medicações
e combinações dos dois. Em certos casos, o médico pode
recomendar uma tentativa com mudanças dos hábitos de vida
(cuidados com a alimentação, exercícios físicos, perda de peso)
antes de resolver prescrever alguma medicação.

Quais são as mudanças de estilo de vida que ajudam a


controlar o colesterol?
Todos os pacientes com níveis altos de colesterol total ou LDL-
colesterol devem efetuar mudanças dos seus hábitos alimentares,
principalmente diminuindo o consumo de gordura total e
gorduras saturadas. Gorduras saturadas são aquelas que se
tornam endurecidas à temperatura ambiente, e são encontradas
principalmente em alimentos de origem animal (exemplo: carne,
manteiga, leite, queijo), mas também podem ser encontradas em
produtos vegetais como: óleo de coco, manteiga de cacau e
margarina. O consumo de gorduras saturadas deve ser reduzido ao
mínimo. O paciente deve dar preferência ao consumo de gorduras
poli-insaturadas (óleos vegetias, óleo de milho, óleo de soja) ou
mono-insaturadas (nozes, abacate, óleo de oliva). Em alimentos
industrializados, o rótulo do produto traz informações sobre a sua
quantidade de gordura saturada, mono-insaturada e poli-insaturada.
Portanto, acostume-se a ler os rótulos!
Algumas dicas para reduzir o consumo de gordura saturada estão
na tabela abaixo:
- Prefira alimentos com menos gordura total, gordura saturada e
colesterol;
- Dê preferência a carnes magras (frango, peixe ou carne bovina
magra);
- Retire a gordura visível da carne, frango e peixe antes de prepará-
los; retire também a pele do frango e do peixe antes de consumi-los,
pois a pele é rica em gordura;
- Evite fritar os alimentos; prefira grelhar, assar, cozinhar ou refogar;
- Limite a ingesta de gemas de ovos: no máximo 2 por semana;
- Prefira leite e laticínios desnatados;
- Opte por queijos brancos, com menor teor de gordura;
- Evite embutidos;
- Reduza alimentos ricos em gordura: maionese, manteiga, bacon,
molhos cremosos (preparados com creme de leite), temperos de
salada cremosos ou oleosos etc;
- Use a menor quantidade possível de gordura para preparar os
alimentos;
- Coma vegetais frescos e frutas todos os dias;
- Prefira alimentos preparados com grãos integrais: pão, biscoitos,
arroz, massas integrais, pois os mesmos são ricos em fibras
alimentares que ajudam a controlar os lipídios sangüíneos.

A perda de peso, em pacientes que estão com sobrepeso ou


obesidade, também ser útil, principalmente na redução dos
triglicérides. Exercícios aeróbicos muitas vezes são auxiliares
importantes do tratamento.
Uma opção também é o uso de alguns produtos comerciais
contendo um tipo de gorduras vegetais conhecido como
fitostanóis, que estão presentes em margarinas e óleos vegetais
especiais criados para atender às pessoas que precisam controlar
seus níveis de lipídios no sangue. Tais produtos podem ser
identificados na prateleira do supermercado pelas informações nos
rótulos.

Que mudanças de estilo de vida podem ajudar a controlar os


triglicérides?
Os passos mais importantes são: melhorar a alimentação, perder
peso (em pessoas com obesidade ou sobrepeso), aumentar o nível
de atividade física e diminuir ou interromper o consumo de álcool.
Parar de fumar também é muito importante.
Quanto à alimentação, é recomendável reduzir o consumo de
calorias totais, através da restrição de gorduras e carboidratos
(pães, massas, arroz, açúcar).

Se o rótulo de um produto traz a informação de que o mesmo é


“sem colesterol”, ou com “baixo teor de colesterol”, isso
significa que o produto tem pouca gordura e seguro para
consumo?
Nem sempre. Vários alimentos vêm com a inscrição “sem
colesterol” no rótulo e mesmo assim são ricos em gorduras
saturadas.
Para entender isso, lembre-se que o colesterol é uma gordura
produzida apenas por animais. Portanto, alimentos de origem
vegetal (óleos vegetais, margarina etc.) não têm colesterol porque
os vegetais não possuem colesterol. Mesmo assim, alguns vegetais
são ricos em outros tipos de gordura que podem ser perigosas se
consumidas em excesso. Alguns produtos, apesar de não
possuírem colesterol, podem ser fabricados com grandes
quantidades de gordura saturada, e portanto devem ser evitados.
A maneira mais segura de saber se um determinado produto é
seguro ou não é lendo as informações nutricionais no rótulo. Ali
devem estar discriminadas as quantidades de calorias, gorduras
totais, gorduras saturadas e insaturadas.

Quando usar medicações para controlar o colesterol?


As medicações estão indicadas quando o paciente tiver níveis muito
elevados de colesterol ou LDL-colesterol, ou quando tiver um
aumento moderado mas os níveis não atingirem a meta desejada
depois de algum tempo de cuidados com a dieta e exercícios
físicos.
Infelizmente, apenas a modificação da dieta não é capaz de
controlar os níveis de colesterol na maioria dos pacientes. Quando
a pessoa costuma ingerir quantidades grandes de gordura total ou
saturada, a modificação da dieta consegue reduzir os níveis de
LDL-colesterol em até 10 ou 20%. No entanto, na maioria dos casos
a redução de LDL-colesterol obtida com a dieta isolada é da ordem
de 5 a 8%.
O médico geralmente vai recomendar o uso de medicações para
controle do colesterol se, depois de um certo tempo (3, 6 ou 12
meses, dependendo do caso) com modificação dietética, perda de
peso e exercícios, os níveis de colesterol do paciente não chegarem
no recomendado para esse paciente (de acordo com seu grau de
risco cardiovascular, avaliado pelo score de Framingham).
Que medicações podem ser utilizadas para controle do
colesterol?
Vários tipos de medicações estão disponíveis, hoje em dia, para
ajudar a reduzir os níveis de colesterol e triglicérides. Cada classe
de medicações tem uma ação maior sobre um ou outro tipo de
gordura sangüínea, além de ter diferentes mecanismos de ação,
preços, eficácia e efeitos colaterais. O médico é quem vai definir
qual o tipo de medicação mais adequada para cada caso. Algumas
vezes, pode ser necessário o uso de mais de uma medicação.
As principais classes de medicamentos são as seguintes:
a) Estatinas - Incluem a sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina,
pravastatina, lovastatina e fluvastatina. Diminuem a produção de
colesterol pelo fígado. São as drogas mais eficazes para redução
do colesterol total e LDL-colesterol, que podem ser reduzidos em
20 a 60% (dependendo da medicação e da dose), além de
reduzirem modestamente os triglicérides. Costumam ter menos
efeitos colaterais que outros tipos de medicação. São as
medicações mais utilizadas para controle do colesterol. Um dos
efeitos adversos mais comuns são os problemas musculares: dores
musculares (nas coxas, pernas, braços) devem ser relatadas
imediatamente ao médico se surgirem após o início da medicação.
b) Fibratos - Incluem o bezafibrato, ciprofibrato, etofibrato,
fenofibrato e gemfibrozil. São mais eficazes na redução de
triglicérides e aumento do HDL-colesterol, portanto são mais
utilizados para tratamento de triglicérides elevados. Podem ser
usados algumas vezes junto com alguma estatina (em pacientes
com aumento tanto do LDL-colesterol quanto dos triglicérides), mas
nesse caso aumentam o risco de lesão muscular pela estatina.
Devem ser usados com cautela em pacientes com doenças renais.
c) Resinas seqüestrantes de ácidos biliares - Incluem a
colestiramina e o colestipol. Diminuem a absorção de gordura pelo
intestino. Podem ser usados em casos de aumento leve a
moderado do colesterol, mas produzem vários efeitos colaterais
como: diarréia, náusea, cólicas, flatulência e problemas do fígado.
d) Ácido nicotínico (niacina) - é uma vitamina que reduz o nível
de LDL-colesterol e VLDL-colesterol, além de aumentar o HDL-
colesterol (“bom” colesterol) de uma forma mais importante que
outras medicações. Pode ser usado para alguns casos de LDL-
colesterol alto com HDL-colesterol muito baixo. Entretanto, também
têm efeitos adversos incômodos e freqüentes, principalmente
quando usados em doses altas: sensação de calor na parte superior
do corpo, coceira, náuseas, formigamento e adormecimento das
extremidades, problemas do fígado. Os efeitos colaterais podem ser
reduzidos se a medicação for tomada com comida, ou com aspirina
(tomada 30 minutos antes), ou com o uso de formulações de
niacina de liberação prolongada, que possuem menos efeitos
colaterais que as formulações de ação rápida.
e) Ezetimibe - é uma medicação nova que ajuda a reduzir o LDL-
colesterol e o colesterol total. É uma droga fraca quando utilizada
isoladamente, mas produz uma boa redução do colesterol quando
utilizada juntamente com as estatinas. Por isso, é usada quase
sempre em associação com a sinvastatina ou atorvastatina, em
pessoas com níveis muito altos de colesterol e LDL-colesterol.

Qual a utilidade do óleo de peixe? E da soja? E do alho?


Várias outras formas de tratamento têm sido propostas para
controle do colesterol, mas poucas delas realmente funcionam, e
geralmente seus efeitos são muito pequenos em comparação com
as medicações disponíveis. Converse com seu médico antes de
iniciar o uso de qualquer desses suplementos. Um resumo dos
outros tratamentos está abaixo:
a) Óleo de peixe - alguns suplementos à base de óleo de peixe são
ricos em ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, que ajudam a reduzir
os triglicérides mas podem aumentar um pouco o LDL-colesterol.
Precisam ser usados em altas doses e produzem alguns efeitos
colaterais incômodos (náusea, cheiro de peixe ou gosto de peixe na
boca, gases, diarréia).
b) Proteína de soja - As isoflavonas são substâncias presentes na
soja que têm um efeito semelhante ao hormônio natural feminino
(estrógeno), e por isso têm sido usadas para aliviar sintomas da
menopausa em algumas mulheres. Podem ajudar a reduzir um
pouco o colesterol total, LDL e triglicérides, mas seu efeito costuma
ser fraco.
c) Alho - O consumo regular de alho pode ajudar a reduzir
discretamente o colesterol total e o LDL.
d) Berinjela - Há alguns estudos mostrando que o consumo regular
de berinjela pode ajudar a reduzir um pouco o nível de colesterol.

Por quanto tempo usar a medicação?


Uma vez iniciada a medicação para controle dos níveis de
colesterol ou triglicérides, seu uso deve ser mantido por toda a
vida, na maioria dos casos. Assim como outros problemas de
saúde (pressão alta, diabetes etc.), o aumento de colesterol não
tem cura, e as medicações controlam as gorduras do sangue
apenas enquanto estão sendo tomadas. Uma vez que se
interrompa o uso dos medicamentos, o colesterol (ou os
triglicérides) voltam a subir e o paciente volta a ter um risco
aumentado de problemas cardiovasculares.
Por isso, o médico deve avaliar bem os riscos e os benefícios do
uso de medicações em cada caso.

Síndrome Metabólica
O que é a Síndrome Metabólica?

O termo “Síndrome Metabólica” descreve a associação de


diversos problemas que aumentam a chance de uma pessoa
desenvolver doenças cardíacas, derrame cerebral e diabetes. A
causa exata da síndrome metabólica ainda não é conhecida, mas a
carga genética (características herdadas da família), junto com o
excesso de gordura no corpo e a falta de atividade física auxiliam
no desenvolvimento dessa condição.
O diagnóstico de síndrome metabólica é feito quando a pessoa
apresenta 3 ou mais dos problemas abaixo:

a) Gordura abdominal aumentada – cintura maior que 102 cm em


homens ou maior que 88 cm em mulheres.
b) Baixo colesterol HDL (“bom colesterol”) – nível menor que 40
em homens ou menor que 50 em mulheres.
c) Triglicerídeos aumentados – nível de 150 ou mais.
d) Hipertensão – pressão arterial maior que 135x85, ou uso de
medicações para controlar a pressão.
e) Aumento da glicemia (açúcar no sangue): nível de 110 ou mais
em jejum.

Possuir 3 ou mais desses fatores de risco é um sinal de que o corpo


é resistente à ação da insulina, um importante hormônio produzido
pelo pâncreas. A insulina tem várias ações importantes, sendo uma
delas o controle dos níveis de glicose no sangue. Quando a insulina
é produzida mas não consegue exercer seus efeitos
adequadamente, surge a resistência à insulina – ou seja, mais
insulina que o normal é necessária para manter o corpo
funcionando e para controlar a glicemia.

Que pessoas estão em risco de apresentar a síndrome


metabólica?

Uma em cada 5 pessoas, nos países desenvolvidos, é portadora da


síndrome metabólica. A síndrome geralmente segue um padrão
familiar. Isso quer dizer que, se alguma pessoa tem a síndrome,
várias outras pessoas na sua família geralmente também são
portadoras. É mais comum em negros, indígenas e orientais.
Quanto mais velha a pessoa, também maior é sua chance de
desenvolver a síndrome metabólica.
Algumas pessoas têm um risco particularmente aumentado de
apresentar a síndrome metabólica. As características que
aumentam o risco da síndrome são:
a) ganho de peso, especialmente no abdômen;
b) história de diabetes;
c) pressão alta;
d) altos níveis de colesterol (gorduras) no sangue;
e) sedentarismo (pouca atividade física).

A maioria das pessoas que têm a síndrome metabólica sente-se


perfeitamente saudáveis, e pode não apresentar quaisquer
sintomas. No entanto, essas pessoas têm uma chance muito
aumentada de desenvolver doenças sérias no futuro, tais como
infarto do miocárdio, diabetes e derrame cerebral, e por isso devem
ser tratadas.

Como a síndrome metabólica deve ser tratada?

Aumentar a atividade física diária e perder peso são as melhores


maneiras de combater essa condição. Medicações também devem
ser utilizadas para controlar os fatores de risco presentes, como
hipertensão arterial (pressão alta) ou diabetes. (Leia mais sobre
diabetes clicando aqui)
Pessoas com risco de apresentar a síndrome metabólica devem
procurar um médico, de preferência um especialista. O
endocrinologista, especialista em hormônios e metabolismo, pode
avaliar se a pessoa apresenta ou não a síndrome metabólica, e
também recomendar o melhor tratamento.

Como prevenir a síndrome metabólica?


Um estilo de vida saudável, incluindo uma atividade física regular e
uma alimentação equilibrada, bem como manter o peso corporal
dentro do normal, são as melhores maneiras de prevenir e também
de tratar essa condição. (Leia mais sobre obesidade e perda de
peso clicando aqui)
Ser portador da síndrome metabólica significa possuir um risco alto
de diabetes, doenças cardíacas e derrame cerebral, e deve servir
como um estímulo para as pessoas adotarem hábitos de vida mais
saudáveis antes que as complicações apareçam.
Hipotireoidismo
O que é hipotireoidismo?

Hipotireoidismo é um distúrbio que cursa com a falta de hormônio


da tireóide (“tireóide preguiçosa”). O hipotireoidismo é a doença
mais comum da tireóide. Ocorre mais freqüentemente em
mulheres que em homens, é mais comum em pessoas de mais
idade, e pode ter uma característica familial (atingir vários
membros de uma mesma família).

Quais são os sintomas do hipotireoidismo?

O hipotireoidismo pode ter vários sintomas, visto que os


hormônios da tireóide são importantes para regular o
funcionamento de praticamente todos os órgãos e sistemas do
corpo. Quando os níveis de hormônios tireoidianos (T3 e T4) se
tornam anormalmente baixos por algum motivo, todos os
processos do corpo se tornam mais lentos. Por isso, os sintomas
do hipotireoidismo incluem:

1. cansaço excessivo;
2. desânimo, ou até mesmo depressão;
3. raciocínio lento;
4. fala arrastada;
5. sensação de frio excessivo;
6. ganho de peso (geralmente, em torno de 3 a 5 Kg);
7. pele seca e cabelos finos e quebradiços;
8. inchaço nas pernas ou ao redor dos olhos;
9. pouca sudorese;
10. intestino preso e digestão lenta;
11. irregularidade das menstruações (às vezes,
sangramento excessivo);
12. infertilidade;
13. batimento lento do coração (menos que 60 batimentos
por minuto);
14. aumento do colesterol.

Esses sintomas não são exclusivos do hipotireoidismo. Ou seja,


vários outros problemas de saúde podem causar sintomas
bastante semelhantes aos do hipotireoidismo. Por isso, algumas
vezes os sintomas são atribuídos a outras doenças que podem
apresentar algumas manifestações semelhantes, tais como:
anemia, depressão e deficiência de vitaminas, e o diagnóstico de
hipotireoidismo pode ser feito anos após o início das queixas do
paciente. Felizmente, hoje em dia os médicos conhecem melhor
as características do hipotireoidismo e fazem o diagnóstico mais
precocemente.

Quais são as causas do hipotireoidismo?

Nos adultos, a causa mais comum de hipotireoidismo é um


O que é diabetes?
O diabetes mellitus (ou "diabetes melito") ocorre quando o
pâncreas, uma glândula localizada atrás do estômago, não produz
a quantidade suficiente de um hormônio chamado insulina. A parte
específica do pâncreas que produz insulina é chamada de Ilhotas
de Langerhans. A insulina é um hormônio extremamente
importante porque ajuda a regular o metabolismo, ou seja, o
processo de queima ou armazenamento dos nutrientes
provenientes da alimentação. A marca registrada do diabetes é o
aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue, um fenômeno
conhecido como hiperglicemia.

"açúcar" = glicose

"açúcar no sangue" = glicemia

Como funciona o metabolismo normal?

Os processos do metabolismo variam de acordo com o horário do


dia e a presença das refeições. Segue abaixo um resumo dos
acontecimentos inerentes a um metabolismo normal.

1) Durante e logo após uma refeição, os intestinos digerem os


alimentos e quebram os nutrientes até sobrarem apenas os seus
componentes mais básicos. Assim, os carboidratos são quebrados
em glicose, as proteínas em aminoácidos e as gorduras em
ácidos graxos. A glicose é a fonte primária de energia do
organismo.

2) Após a refeição, a glicose, os aminoácidos e os ácidos graxos


são absorvidos, ou seja, passam do interior dos intestinos para a
circulação sangüínea. Com isso, os níveis de glicose no sangue
aumentam um pouco, logo após a refeição.

3) Qualquer pequeno aumento no nível de glicose no sangue serve


como um sinal, que faz com que o pâncreas produza e jogue no
sangue uma quantidade maior de insulina. Cerca de 10 minutos
após a refeição, o nível de insulina no sangue atinge seu máximo,
em resposta ao aumento da glicose.

4) A insulina age no fígado, nos músculos e no tecido adiposo (que


compõem os chamados tecidos-alvo da insulina), estimulando a
captação de glicose e outros nutrientes por esses tecidos. Assim, a
glicose circulante no sangue passa para o interior das células, onde
vai ser utilizada (“queimada”) para produção de energia ou
armazenada para o uso futuro (na forma de gordura). Nesses
tecidos, a glicose não consegue entrar nas células se não houver
insulina presente (e é por isso que a glicose aumenta no sangue
dos indivíduos diabéticos).

5) Quando os níveis de insulina estão altos, o fígado também


armazena glicose na forma de glicogênio. Com isso, os níveis de
glicose no sangue vão diminuindo gradativamente, e a liberação de
insulina pelo pâncreas volta a diminuir também.

6) Cerca de 2 a 4 horas após a refeição, os níveis de glicose e


insulina já estão baixos novamente. Se o jejum durar mais que
algumas horas, a insulina pode cair mais um pouco, o que faz com
que o fígado libere pequenas quantidades de glicose para o
sangue, a partir da quebra do glicogênio. Isso evita que a glicemia
(nível de glicose no sangue) caia até valores perigosamente baixos.
Com isso, o valor da glicemia varia relativamente pouco em
pessoas normais. Esse controle estreito da glicemia é muito
importante, já que a glicose é praticamente a única fonte de energia
utilizada pelo cérebro, e portanto é necessário um fornecimento
contínuo de glicose para garantir o funcionamento adequado do
sistema nervoso central.

Como é o metabolismo de um paciente diabético?

Acompanhe o que acontece com o organismo de um paciente


diabético:

1) O pâncreas é incapaz de liberar quantidades suficientes de


insulina para controlar o metabolismo. Inicialmente, a insulina falta
apenas quando é necessária em grandes quantidades, como logo
após uma refeição. Depois de um tempo, entretanto, a insulina pode
faltar mesmo nos períodos de jejum, quando os tecidos estiverem
quebrando os alimentos para produzir energia.

2) Sem insulina suficiente para empurrar a glicose para dentro das


células, a glicose passa a se acumular no sangue. Ocorre então o
aumento da glicemia, ou hiperglicemia.

3) A glicose em excesso no sangue passa através dos rins para a


urina, antes que o organismo do diabético consiga utilizar essa
glicose para produzir energia. Com isso, o paciente diabético pode
começar a urinar demais e ter muita sede. Esses podem ser os
primeiros sintomas da doença. O paciente também começa a
emagrecer, pois não consegue utilizar a energia dos alimentos, que
é perdida através da urina.

4) Com o passar do tempo, o organismo reage ao desequilíbrio da


glicemia e podem surgir importantes complicações. Essas
complicações podem ser prevenidas se o diagnóstico for feito cedo
e o tratamento for iniciado o quanto antes, com o objetivo de manter
a glicemia normal ou muito próxima dos valores normais.

Quais são os tipos de diabetes?

Existem 2 tipos principais de diabetes.

a) Diabetes Mellitus Tipo 1 – é a forma mais severa. Costumava


ser chamada de Diabetes Mellitus Insulino-Dependente (DMID),
ou Diabetes Juvenil. É mais comum em indivíduos jovens
(crianças e adolescentes), mas pode atingir pessoas de qualquer
idade. Não costuma ter relação com o peso corporal, por isso boa
parte dos pacientes afetados tem peso corporal normal. Acontece
devido à destruição das ilhotas de Langerhans por algum motivo,
levando à ausência completa ou quase completa de produção de
insulina. As pessoas com diabetes tipo 1 (DM 1) precisam tomar
injeções de insulina diariamente para controlar essa condição. Os
sintomas do DM 1 podem surgir muito subitamente.

b) Diabetes Mellitus Tipo 2 – é a forma mais comum da doença,


responsável por 90 a 95% dos casos de diabetes. Neste tipo de
diabetes, antigamente chamado de Diabetes Mellitus Não-
Insulino-Dependente (DMNID), o que acontece é que a pessoa
torna-se resistente à ação da insulina. Ou seja: o pâncreas produz
insulina em quantidades normais no início da doença, mas essa
insulina não consegue exercer seu efeito como deveria, o que faz
com que o pâncreas acabe produzindo mais e mais insulina na
tentativa de compensar esse defeito. Com o passar dos anos, o
pâncreas acaba se “cansando”, e deixa de ser capaz de compensar
a resistência à insulina – é nesse momento que surge a
hiperglicemia, e é feito então o diagnóstico de Diabetes Tipo 2 (DM
2). O DM 2 está intimamente relacionado ao excesso de peso, a
hábitos alimentares inadequados e ao sedentarismo, fatores esses
que aumentam a resistência à insulina. Como mais e mais pessoas
estão se tornando obesas, o número de indivíduos com DM 2
também está aumentando de forma assustadora (inclusive em
crianças e adolescentes). Freqüentemente, o DM 2 pode ser
controlado com um estilo de vida saudável, mas muitos necessitam
de medicações para controlar sua glicemia, e cerca de
30%precisam usar insulina em algum momento, principalmente
aqueles pacientes com muitos anos de diabetes.

Existem outras formas de diabetes?

Existem outras formas, menos comuns, de diabetes. Podemos citar:


a) Diabetes Gestacional – consiste de qualquer anormalidade do
metabolismo da glicose, de qualquer magnitude, que é
diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, podendo ou
não persistir após o parto. Mulheres que apresentam diabetes
gestacional possuem um risco aumentado para o desenvolvimento
de diabetes no futuro.
b) Tipos Específicos de Diabetes – aqueles que possuem uma
causa estabelecida, como, por exemplo: MODY – um diabetes
hereditário, devido a defeitos genéticos específicos. Também
existem alguns casos de diabetes associados a outras doenças
(como na pancreatite crônica) e associados ao uso de algumas
medicações (exemplo: corticóides).
Sintomas
Quais são os sintomas do diabetes?

Se a doença estiver no início, o paciente pode não perceber


quaisquer sintomas que chamem a sua atenção. De fato, por ser
uma doença relativamente assintomática no seu início, estima-se
que cerca de 50% dos diabéticos não saibam do diagnóstico. Ou
seja: metade dos diabéticos não sabe que tem diabetes!
Por isso é importante a avaliação médica e a dosagem da glicemia
no sangue em pessoas com alto risco para desenvolver diabetes ou
que apresentem quaisquer sintomas compatíveis com diabetes.
Em pessoas com doença mais avançada ou com glicemia mais alta,
alguns sintomas muito sugestivos de diabetes são:

- vontade de urinar a toda hora, com grande quantidade de urina;


- formigas subindo no vaso sanitário, devido à presença de açúcar
na urina;
- sede em excesso;
- fome exagerada;
- perda de peso sem motivo aparente, apesar de estar comendo até
mais que o normal;
- “borramento” da visão;
- fraqueza intensa, mal-estar, desânimo;
- “formigamentos” nas mãos e nos pés;
- feridas que demoram a cicatrizar ou não cicatrizam.

Que pessoas apresentam risco alto de apresentar diabetes?

Algumas pessoas possuem características que aumentam muito a


sua chance de apresentar diabetes. As principais dessas
características são as seguintes:

- excesso de peso ou obesidade;


- história familiar de diabetes (ou seja, parentes de primeiro grau –
pais, irmãos ou filhos – que também possuem a doença);
- história de ter tido diabetes durante a gravidez (diabetes
gestacional);
- história de macrossomia fetal (ou seja, ter dado à luz filhos
pesando mais de 4 Kg), ou abortos de repetição;
- história de glicemias alteradas no passado;
- sedentarismo;
- idade acima dos 45 anos;
- pressão alta;
- triglicérides altos ou HDL-colesterol (“bom colesterol”) baixo;
- doença coronariana (infarto do miocárdio, angina);
- uso de medicações que podem aumentar a glicemia.

O que fazer na presença de sintomas sugestivos ou fatores de


risco para diabetes?

Essas pessoas devem ser avaliadas por um médico e testadas para


a presença de diabetes, através da dosagem da glicose no sangue
(glicemia).
Existem 3 formas de avaliar a glicemia de um paciente:
a) Dosagem de glicemia de jejum – é a forma mais simples,
prática e barata de diagnosticar o diabetes. Deve ser colhida
amostra de sangue pela manhã, após um jejum de 8 a 12 horas.
b) Dosagem de glicemia casual – é a determinação da glicemia
em amostra de sangue colhida em qualquer horário do dia,
independente da pessoa estar em jejum ou não. Útil em casos de
pessoas com sintomas muito evidentes e sugestivos de diabetes.
c) Teste de Sobrecarga de Glicose – indicado em pacientes com
glicemia de jejum pouco alterada, ainda não atingindo o nível para
diagnóstico de diabetes, ou em pacientes de risco muito elevado
para diabetes com glicemia de jejum normal. Colhe-se uma amostra
de sangue (geralmente em jejum), então o paciente ingere 75g de
glicose dissolvida em água e colhe uma nova glicemia após 2
horas.

Quais os valores normais de glicose no sangue?

Atualmente, consideram-se normais os valores de glicemia:

a) menores que 100 mg/dL em jejum;


b) menores que 140 mg/dL após teste de sobrecarga com glicose.

Cuidado! Muitos laboratórios clínicos no Brasil ainda colocam o


limite de 110mg/dL como "Valor normal", ou "Valor de Referência"
para a glicemia de jejum. De fato, a glicemia de jejum foi
considerada normal até 110mg/dL por muitos anos, mas isso
mudou em 2004, quando a Associação Americana de Diabetes,
baseada nos resultados de vários pesquisas novas, estabeleceu
que o valor da glicemia de jejum não deve passar de 100mg/dL
para ser considerada normal. Por isso, hoje em dia se considera
normal apenas a glicemia de jejum menor que 100mg/dL.

Quais os valores de glicemia necessários para fazer o


diagnóstico de diabetes?

O diabetes mellitus é diagnosticado quando se encontra:

a) glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL, em pelo menos 2


medidas em dias diferentes;
b) glicemia casual maior que 200 mg/dL, na presença de sintomas
sugestivos de diabetes;
c) glicemia após teste de sobrecarga com glicose 75g maior que
200 mg/dL.

Valores intermediários entre o normal e o diabetes fazem o


diagnóstico de pré-diabetes, que inclui a tolerância diminuída à
glicose (glicemia pós-sobrecarga entre 140 e 200 mg/dL) e a
glicemia de jejum alterada (glicemias de jejum repetidamente
maiores que 100 e menores que 126 mg/dL).
Outros testes, como a glicemia capilar (medida em sangue da
ponta do dedo, através de aparelhos chamados glicosímetros) e a
detecção de glicose na urina (chamada glicosúria) em geral não
servem para diagnóstico de diabetes, e devem ser
preferencialmente confirmados pela dosagem de glicemia no
sangue (glicemia).

Se algumas pessoas têm diabetes mas não sentem nada, então


porque precisam de tratamento?

Todos os tipos de diabetes podem produzir complicações sérias


com o passar do tempo, incluindo: cegueira, doenças do coração
(infarto), obstrução (entupimento) dos vasos sangüíneos
(principalmente nas pernas e pés) e perda de função dos rins.
Algumas vezes, o comprometimento da circulação sangüínea chega
a ser tão grave que exige a amputação de membros. Além disso, o
paciente com diabetes do tipo 1 pode passar por situações graves,
em que níveis muito altos ou muito baixos de glicemia podem
ameaçar a sua vida.
Por isso, todos os indivíduos portadores de diabetes devem fazer
um cuidadoso acompanhamento médico e participar ativamente do
seu tratamento, com o objetivo de manter sua glicemia a mais
próxima do normal possível, pois assim se evitam muitas das
complicações da doença. Existem endocrinologistas especializados
no tratamento de diabetes, que podem avaliar e tratar pessoas
diabéticas da melhor forma possível. Em muitos casos, o paciente
diabético também vai precisar da ajuda de outros profissionais,
como, por exemplo: médicos oftalmologistas (que vão avaliar o
acometimento dos olhos pelo diabetes), nutricionistas (que vão
orientar a maneira correta do diabético alimentar-se), psicólogos e
enfermeiras.
Tratamento
Quais são as opções de tratamento para o diabetes?

Todas as pessoas com diabetes precisam controlar sua condição


com uma dieta adequada e exercício físico regular. Também é
aconselhável que o paciente faça medidas rotineiras da sua
glicemia, para que possa manter os níveis de glicose sob controle
no dia-a-dia. Essas medidas podem ser feitas em casa, usando
aparelhos domésticos que medem a glicose em amostras de
sangue da ponta dos dedos (glicosímetros). O hábito dos
pacientes diabéticos de medirem sua própria glicemia regularmente
é chamado de automonitorização glicêmica, e é uma ferramenta
importante para ajudar no controle da doença.

Leia mais sobre automonitorização glicêmica

Há diferenças entre o tratamento do diabetes tipo 1 e o do tipo


2?

Sim, há algumas diferenças.


Os diabéticos do tipo 1, todos, precisam tomar insulina, que é o
hormônio que deixou de ser produzido pelo seu pâncreas. A grande
maioria dos diabéticos do tipo 1 precisa tomar 2 ou mais injeções de
insulina todos os dias. Uma alternativa para a aplicação de insulina,
que é usada por alguns pacientes, é a chamada bomba de
insulina, que é um aparelho, do tamanho de um bip (“pager”), que
fica acoplado ao corpo do diabético e infunde insulina
continuamente no tecido subcutâneo (ou seja, embaixo da pele) do
indivíduo, através de um pequeno tubo que é trocado a cada 2-3
dias. No entanto, a bomba é um aparelho muito caro, o que impede
o seu uso rotineiro.
Já os diabéticos do tipo 2 têm muitas outras opções de tratamento.
Alguns pacientes conseguem ficar com a glicemia bem controlada
apenas com uma dieta adequada e exercício físico regular. Outros
pacientes, além da dieta e do exercício, precisam usar medicações
(comprimidos) para controlar adequadamente os níveis de glicose.
Existem hoje vários tipos de medicamentos, com mecanismos de
ação muito diferentes, para o tratamento do diabetes, e o médico é
quem vai escolher a melhor opção para cada caso. Há uma parcela
dos diabéticos tipo 2, no entanto, que não consegue atingir um
controle satisfatório apenas com a dieta, o exercício e as
medicações tomadas por via oral. Esses pacientes necessitam de
injeções de insulina. Os pacientes diabéticos do tipo 2, ainda,
apresentam com muita freqüência outras alterações que precisam
ser tratadas para preservar ao máximo a sua saúde. De fato,

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