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TEMA

BLOQUEIO ON LINE – SUA EFETIVIDADE FACE À


CONSTITUCIONALIDADE E LEGALIDADE

I – INTRODUÇÃO

O avanço da tecnologia é um fato. Presenciamos mudanças tecnológicas jamais


ocorridas na história da humanidade, com surgimento de novas idéias e as
comunicações a cada dia ganhando mais efetividade em termos de velocidade na
transmissão de dados. Tal avanço da tecnologia é inexorável, apresentando-se como
fator crucial através de novas formas de comunicação, além de um grande aumento de
troca de informações a nível mundial, numa influência mútua de culturas e visões de
mundo. O Direito como fazendo parte deste universo, não poderia ficar de fora. Além
do que, com inserção e o desenvolvimento do bloqueio on line, definitivamente “pela
primeira vez a jurisdição mergulha de cabeça no hiperespaço, universo que até então
margeava com timidez.”(1)
Então os operadores do direito se deparam com essa realidade dos fatos
transformando-se diuturnamente com normas de um sistema jurídico dependentes de
um processo legislativo que é demorado para assimilar tantas transformações.
Ademais, como realizar os ajustes de novos modelos com leis organizadas e formadas
em tempos passados sem colocar em perigo a segurança jurídica.
Os percalços a serem superados pelos operadores do direito não são poucos,
visto que conciliar a realidade dos fatos em constante transformação com um sistema
legislatório e jurídico que está associado à demora da prestação jurisdicional.
Antes de adentrar no tema propriamente dito, convém fazer um breve relato
histórico sobre a execução trabalhista, pois como é natural em todo processo evolutivo,
dentro do Direito, a autonomia do processo do trabalho, no amplo conjunto do Direito
processual, se deu gradualmente e sob influência das realidades social e econômica da
época em que se verificou.

(1) GRASSELI, Odete. Penhora Trabalhista On Line, ed. 2ª, São Paulo:LTR, 2007, p. 11
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Assim, os primeiros órgãos criados no Brasil para administrar a solução dos


conflitos do trabalho, individuais e coletivos, nasceram como conseqüência da
implantação, maciça e outorgada, dos quadros do Direito material do trabalho.
Em torno desses órgãos se foram condensando as primeiras regras formais,
configuradoras de um embrião distinto das regras já cristalizadas do Direito comum de
processo, porque destinado à aplicação sobre situações específicas e peculiares.
Entretanto, esses primitivos órgãos, por destinação do poder criador, não
integravam o Judiciário, sendo meros departamentos do Executivo. Confinavam-se
suas atribuições na tentativa de conciliação dos interesses atritados.
Mais adiante lhes foram estendidas atribuições para resolvê-los, mas ainda sem
a força capaz de impor o cumprimento das decisões que tomassem.
Em conseqüência, avolumaram-se, progressivamente, as regras próprias para a
condução do processo de conhecimento, atividade investigatória dos fatos
aumentadores de dissídios, todavia sem surgirem às regras formais para a condução do
processo executório, atividade precípua de coerção necessária a satisfazer o título
gerado pela sentença.
Tal desproporção entre o desenvolvimento dos processos de conhecimento e de
execução trabalhista é notório. Fundou-se numa circunstância histórica. E assim
aconteceu porque, enquanto se completava a evolução do processo do trabalho
brasileiro, na área da cognição, com a construção de um sistema próprio, alinhava-se
essa evolução, na área executória, com a construção de um processo meramente
seguidor de programa em torno do princípio da celeridade processual e adepto da
concentração de atos. Tratava-se, portanto, de um processo incompleto.
“A necessidade de se corrigir as seqüelas advindas de um sistema incompleto
fez a execução trabalhista escorar-se tem textos estranhos ao seu sistema, numa
supletividade muitas vezes incompatível com os princípios do direito do trabalho,
porquanto concebidos sob filosofia e finalidade prática distintas, ensejando notórias
divergências doutrinárias e jurisprudenciais”(2).

(2) PINTO, José Augusto Rodrigues. Execução Trabalhista, ed. 6ª, São Paulo:LTR, 1994, p. 27
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A CLT tem poucos artigos sobre a fase de execução. A própria Consolidação


disciplina que na fase de execução são aplicáveis subsidiariamente as regras
estabelecidas na Lei 6830/80(Normas dos Executivos Fiscais) e as regras estabelecidas
o Código de Processo Civil. Assim, cada um dos atos processuais da execução
trabalhista – liquidação, constrição e alienação – poderá estar também disciplinado
supletivamente por outras normas subsidiárias. Na prática, vê-se que essa utilização
subsidiária de normas processuais distintas termina por tornar o procedimento da
execução trabalhista moroso e, por vezes, ineficaz(3).
Na esteira de todas essas dificuldades que terminaram por aumentar a angústia
do credor por não ver cumprida seus direitos, estendendo-se por anos na fase de
execução, sem que haja um meio profícuo de receber o crédito por parte do
trabalhador, denegrindo a imagem da Justiça do Trabalho, além de ficar aquela
impressão de ganhou mais não levou. Então, em boa hora, em 05/03/2002, o Banco
Central firmou com o TST, o “Convênio de Cooperação Técnico-Institucional, para
fins de acesso ao Sistema BACEN JUD, controvertido e famoso sistema de “penhora
on line”, seguindo o mesmo caminho de outro convênio que já tinha se firmado em
agosto de 2001, entre o Banco Central do Brasil, o STJ e o Conselho da Justiça
Federal.

1.1 CONCEITO

Há que se destacar, inicialmente, antes da conceituação, a denominação


equivocada “penhora on line”, estabelecendo uma diferença de conceitos, contribuindo
para uma melhor divisão e análise do tema, posto que um dos focos do problema é de
ordem prática, pois alguns ofícios eletrônicos ultrapassam os limites de bloqueio e
desbloqueio, determinando a penhora por meio eletrônico.
Em relação ao termo bloqueio, destacando a derivação da palavra do antigo
alemão “blokus, que servia para designar a fortificação ou os fortins, construídos com
o intuito de impedir que fossem atravessadas as comunicações que davam acesso à
praça sitiada. Desse modo bloqueio, originariamente, significa o cerco feito à praça

(3) Revista LTr. São Paulo, v. 68, nº 12, dez. /2004.


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pelos atacantes dela, a fim de impedir que fosse levado socorro ou auxílio aos
sitiados”(4) , isto é, o bloqueio impõe cerco a algo, sitiando e impedindo que o objeto
seja penetrado ou acessado por outrem.
Segundo o mesmo autor(5), a penhora é “derivado de penhorar(aprender ou
tomar judicialmente), e no sentido jurídico significa o ato judicial pelo qual se
apreendem ou se tomam os bens do devedor, para que neles se cumpra o pagamento da
dívida ou da obrigação executada. Pela penhora os bens são tirados do poder ou da
posse do devedor, para servirem de garantia à execução... Efetivada a penhora, que
será promovida por oficiais de justiça, autorizados pelo competente mandado judicial,
lavrarão estes o competente auto de penhora, no qual, também, se designará o
depositário, em poder de quem, e sob a superintendência do juiz, ficarão os mesmos
bens, até que se ultime a execução.” Valendo ressaltar, que nem sempre ocorre a
retirada do bem da posse do devedor, haja vista que o CPC permite o mesmo fique
como depositário, havendo a concordância do credor.
“Da etmologia e do sentido jurídico e técnico das expressões, verifica-se com
clareza que o bloqueio significa apenas a redoma em que se coloca o bem ou o
dinheiro para que não possa ser atingido, para que não possa ser utilizado por seu
titular, no caso concreto do dinheiro, pelo titular da conta de depósito ou aplicações
financeiras. Isto é, o dinheiro permanece na mesma conta onde depositado, mas
impossibilitando de ser utilizado, embora não tenha sido excutido, não tenha sido
extraído do universo patrimonial do devedor, sendo mais exato.
Por outro lado, a penhora é ato decorrente de autorização judicial expressa, eis
que efetivamente significa, no caso de dinheiro em conta-corrente, a retirada do bem
da esfera patrimonial do devedor, haja vista que por força da ordem judicial, será
retirado da conta onde localizado, seja de simples depósitos ou de aplicações, passando
a repousar em conta específica de depósito judicial, vinculada a determinado processo
e totalmente à disposição do juízo determinante da ordem de penhora”(6).
O fato é o que bloqueio não representa apreensão, mas, tão-somente a
indisponibilidade do bem ou, mais precisamente, do valor que permanece mantido na
própria conta onde localizado, até segunda ordem, que poderá até ser a de convolação

(4) SILVA, Plácido e. Vocabulário Jurídico, ed. 27ª, Rio de Janeiro:Forense, 2008, p. 223
(5) Idem. p. 1026.
(6) Revista LTr. São Paulo, v. 68, nº 09, set. /2004.
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em penhora conforme arts. 664 do CPC(7) ou a de desbloqueio.


Em resumo, em substituição aos ofícios expedidos pelos juizes ao Banco
Central do Brasil, objetivando localizar contas bancárias e aplicações financeiras dos
executados, criou-se uma nova sistemática: com a clara intenção de alcançar quantias
para a efetivação de direitos reconhecidos em sentença, os juízes ficaram
credenciados a encaminhar tais solicitações de informações via internet ou correio
eletrônico ao Banco Central, sendo-lhes facultado proceder, de tal forma, o bloqueio –
sempre limitado ao valor da dívida – e desbloqueio nas contas de pessoas físicas e
jurídicas executadas em ações trabalhistas.

2 PROBLEMA

Como se trata, portanto, de um moderno instrumento tecnológico para evitar a


demora do processo de execução, este novo sistema eletrônico de busca de numerário
nas contas correntes dos devedores terminou por ficar sobre contundentes críticas,
dentre as quais se destacam a sua constitucionalidade ou não, face o preceito
constitucional que garante o direito a inviolabilidade do sigilo da correspondência e
das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas( Artigo 5º,
inciso XII). O segundo ponto foca-se ao princípio do devido processo legal, na qual
será visualizado o procedimento prescrito no art. 620 do Código de Processo Civil, no
que dispõe que: “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”.

3 – OBJETIVOS

3.1- OBJETIVO GERAL


A finalidade do presente trabalho é avaliar a Constitucionalidade do Bloqueio
on line no Direito Processual do Trabalho, sua legalidade frente ao princípio do devido
processo legal, face sua efetividade na prestação jurisdicional.

(7) “Considerar-se-á feita a penhora mediante a apreensão e o depósito dos bens, lavrando-se um só auto se
as diligências forem concluídas no mesmo dia.”
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3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Que mudanças efetivas este novo instituto pode estar acarretando no ato da
penhora;
• Quando se bloqueia várias contas do devedor, além de quantias de grande vulto,
não se estaria pondo em risco a vida financeira da empresa;
• Verificar que aperfeiçoamentos podem ser inseridos ao sistema BACEN-JUD
para evitar prejuízos ao empregador;
• Examinar as possíveis irregularidades que venham a ser cometidas pelos juízes
que possam configurar violação constitucional;
• Pesquisar como o juiz poderia saber se o bloqueio não está sendo feito em
duplicidade;
• Verificar se na busca pela rapidez, celeridade processual e à efetiva entrega da
prestação jurisdicional não estaria atropelando a ampla defesa e do
contraditório;
• Averiguar se não estaria ultrapassando as devidas etapas processuais do
processo de execução;
• Investigar se devido aos bloqueios, os executados modificaram o seu modo agir
durante o processo de execução;

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
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A pesquisa orientar-se-á por um plano de pesquisa, fundada em indicações de


fontes bibliográficas. Inicialmente, a partir de uma criteriosa seleção de materiais a
serem utilizados, proceder-se-á de forma ordenada(livros, revistas, artigos disponíveis
na internet,etc), de forma a eliminar os que não irão acrescentar nenhuma contribuição
à pesquisa. Uma outra etapa, seria feita em documentos, isto é, em processos judiciais
nas varas do trabalho de Maceió e algumas do interior. A escolha dos dados menos
importante, contudo, não será definitiva, pois poderão ser consultados a medida que
surgirem dúvidas ou questionamentos sobre o tema proposto que possam ser
respondido.
A pesquisa será de cunho qualitativo e quantitativo, porquanto se verificará in
loco os reais procedimentos adotados pelos magistrados.
Além da pesquisa bibliográfica, será feito um levantamento de casos e consultas
a advogados militantes na área trabalhista, a opinião de juízes togados da Justiça
Comum e Trabalhistas, no intuito de obter alguns esclarecimentos, críticas e sugestões
a respeito do material coletado e selecionado.
Será feita também uma coleta do número de bloqueios on line efetuados pela
Justiça na Corregedoria da Justiça Trabalhista e os possíveis efeitos sobre as partes,
caso também haja reclamações correicionais sobre o assunto.
Colhido e escolhido o material que servirá de apoio à investigação, será
realizado, primeiramente uma análise e, posteriormente, uma interpretação dos dados
contido no material, de forma a estabelecer de forma sucinta as informações abarcadas,
por conseguinte melhor aproveitando as mesmas, no sentido de permitir a obtenção de
respostas aos problemas levantados na pesquisa.
Depois de ordenados os dados particulares de maior importância para a
equacionamento do problema, serão classificados de acordo com a ordem estabelecida
no plano de pesquisa.
Finalmente, será elaborada uma dissertação do tema proposto, e por derradeiro,
será apresentado o presente trabalho a especialistas do meio acadêmico, para que
possa, o mesmo, ser considerado e avaliado.
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5 HIPÓTESES

• Se definisse por leis específicas em atendimento ao princípio constitucional da


legalidade;
• Criação de novas leis específicas de atuação do processo trabalhista em vez de
usar normas supletivas;
• Se fossem criadas normas regulamentares, que diminuiriam as dificuldades da
aplicação do sistema BACEN JUD;
• Impedimento de bloqueio de contas que fossem originárias de valores recebidos
de salário, pensões ou qualquer quantia impenhorável;
• Quando ocorresse abuso de autoridade estabelecesse penalidades, que
porventura, venha a ser cometido, bem como a responsabilização por eventuais
prejuízos causados à parte alvo da ordem judicial;

6 JUSTIFICATIVA

A manutenção da bloqueio on line tem sido matéria de amplo debate. Ao


mesmo tempo que o novo instituo apresenta-se com um caráter de suma
importância para o alcance da tão almejada celeridade processual. Ademais, o
sistema do BACEN JUD, é um procedimento, que no mundo jurídico tem ligação
direta com a efetividade das execuções trabalhistas. É um instrumento em que a
modernidade e os avanços tecnológicos podem os proporcionar, eficaz para o
cumprimento das decisões proferidas pelos órgãos trabalhistas.
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7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO

PERÍODO
JANEIRO MARÇO MAIO JULHO SETEMBRO NOVEMBRO
ATIVIDADES FEVEREIRO ABRIL JUNHO AGOSTO OUTUBRO DEZEMBRO
LEITURA E
DEFINIÇÃO X
CONSTRUÇÃO
DO PROJETO X X
PESQUISA
DE CAMPO X
ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO X
REVISÃO MET.
E GRAMATICAL X X

ENTREGA X

DEFESA X
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8 - REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO INICIAL

PINTO, José Augusto Rodrigues. Execução Trabalhista, ed. 6ª, São Paulo:LTr,
1994.

GRASSELI, Odete. Penhora Trabalhista On Line, ed. 2ª, São Paulo:LTr, 2007.

Revista LTr. São Paulo, v. 68, nº 12, dez. /2004.

Revista LTr. São Paulo, v. 68, nº 09, set. /2004.

SILVA, Plácido e. Vocabulário Jurídico, ed. 27ª, Rio de Janeiro:Forense, 2008.

ARAÚJO, João Carlos de. Perfil da Execução Trabalhista, v. 2, São Paulo: LTr,
2008.

FEIJÓ, Micael Galhano. Sobre a pnehora on line de contas bancárias do


devdeor na Justiça do Trabalho. Disponível no sítio http://jus2.uol.com.
br/doutrina/texto.asp?id=4871. Acesso em: 16/05/2008.

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