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BRANDÃO. Carlos Rodrigues. O que é Educação. 41°Ed. São Paulo, Brasiliense 2007.

O autor é natural do Rio de Janeiro graduado em psicologia pela PUC, tem o mestrado em Antropologia pela UNB e
o doutorado em Antropologia USP. Foi professor universitário na UNB (Universidade de Brasília) da UFG
(Universidade Federal de Goiás) e pela UNICAMP (Universidade Federal de Campinas).

Entre suas principais obras são: Os Deuses do Povo: Uma introdução às religiões, Diário de Campo: Antropologia
como alegoria, Educação como cultura, Educação Popular, Identidade e Etnia, O que é folclore entre outros.

A presente obra visa fazer uma discussão sobre o conceito de educação saber que a inventou, e desmistificar a idéia
que só existe o processo educacional somente na escola. O escrito se desdobra em nove capítulos.

O primeiro capítulo, Educação? Educações aprender com o índio, (p.7 -12) argumenta que em nenhum lugar dá
para escapar da educação, que esta se apresenta em toda parte da vida que pode ser na casa, rua, igreja, escola
que tanto pode ser para ensinar, para aprender e ao mesmo tempo ensinar e aprender, e questiona o conceito de
educação, para colocar em seu lugar a palavra educações no plural, por não é só em um lugar que se aprende e
ensina, mas em todos os lugares. E diz que a educação é a construção social de um determinado povo, que tanto
pode ajudar para a sua autonomia como também para aceitar a submissão a outros povos. E cita o exemplo de uma
carta famosa de um índio americano que escreveu para os colonizadores que ofereciam uma educação, para seus
filhos, e dizia que agradecia, mas que a educação dos colonizadores não correspondia à realidade que eles
precisavam dos homens de sua aldeia, pois se tornavam inúteis, e em contra partida ofereceu a educação a sua
educação para os filhos dos colonizadores para se tornarem verdadeiros guerreiros. E conclui que a educação é uma
construção do imaginário dos grupos sociais para transformá-los em algo melhor naquilo que se considera ideal.

No segundo capitulo, Quando a escola é na aldeia, (p.13-26) a educação existe em lugares em que não há escola,
por isso em lugares em que há redes de estrutura sociais a transmissão de conhecimento de uma geração para
outra. Os antropólogos tiveram um olhar sobre a relação que os nativos tinham entre si ensinando seus valores para
as gerações mais novas, eles não utilizavam a palavra educação para designar esse fenômeno de transmissão de
conhecimento de uma geração mais velha para a mais nova, mas sim de ritual de passagem. Aqueles que sabiam
ensinavam, quem não sabia ficava atento observava e imitava aos mais velhos, pois o que aprendia eram as
atividades no cotidiano, com objetivo de formar os mais novos para assumirem as funções sociais de sua tribo.

No terceiro capitulo, Então surge a escola, (p.27- 35)diz que quando os povos tradicionais começam a separar um
saber que tem um sentido que se faz, e que em seguida se tem consciência que se faz, começa a transmitir o que
se sabe para os outros, ou seja, ensinar o saber adquirido por várias gerações e passa para novas gerações, em que
"todos" se transformam como educador, e apresenta como algumas tribos africanas transmitiam o seu
conhecimento para os mais novos, e diz que vários grupos dividem e hierarquizam os vários tipos de saber, e diz
que a educação está presente em todo canto do mundo, presente nas relações sociais entre as pessoas que são
perenes e persistem nas sociedades humanas. E diz que a escrita surgiu nos povos enriquecido com um poder muito
centralizado como exemplo dos egípcios ou dos astecas, mas que com o passar do tempo a educação mostrou
sinônimo de diferença de classes como pode se observado na Grécia, e em Roma, e ai surgiu possivelmente à
invenção da escola.
No quarto capítulo, Pedagogos, mestres-escola e sofistas, (p. 36- 47) apresenta como era a experiência educacional
na Grécia Antiga que era o problema da aprendizagem dos ofícios simples no período da paz e na guerra. Nesse
sentido houve a transição entre os saberes da agricultura, do artesanato da subsistência e da arte, tudo misturado
com os princípios da honra e a solidariedade ligada com a fidelidade da polis. Nesse contexto existe uma diferença
entre a educação do homem livre, e do escravo. O escravo aprendia os saberes fora da escola, já os homens livres
tinham sempre um professor particular que o ensina como devia ser sempre livre. Durante um determinado período
a educação era somente o privilegio da nobreza guerreira, e se aprendia as tradições escutando as declamações
poéticas de Homero. Os pobres não podiam levar seus filhos à escola, por não ter condição financeira para pagar ao
professor. Com o tempo a educação clássica deixa de ser assunto para alguns privilegiados para ser uma questão da
polis. E Brandão conclui esse capitulo dizendo que a grande contribuição que a civilização grega apresentou para a
civilização ocidental e que esta esqueceu com o tempo é que a educação existe em toda parte, e que vai muito além
da escola convencional, e diz que são as pequenas relações sociais existente entre vários membros da sociedade é
que vai construído a educação.

No quinto capítulo, A educação que Roma fez, e o que ela ensina, (p.48-53) faz um paralelo entre a educação grega
e a educação romana, dizendo que os primeiros latinos eram camponeses e viviam em comunidade, e que a
iniciação das crianças e dos adolescentes era aprender os valores dos antepassados, que chamavam de educação
doméstica, que se aprendia em casa, com intuito de chegar à formação de uma consciência moral. No inicio da
formação da cidade de Roma não existia um cuidado na educação física e intelectual de seus cidadãos ociosos que
pensavam primeiramente somente em governar e guerrear. Com enriquecimento da nobreza romana, essa se
afasta do labor da terra e se ocupa somente pela política. E dessa maneira pouco a pouco o ensino que era pastoril
camponês passa a ser a formação para ser guerreiro, e ai surge uma oposição entre o ensino dos pais e dos
mestres-pedagogos que convivem com os educandos e os acompanham durante um determinado período de sua
vida para a formação de seu saber. E conclui que a educação romana influenciada em parte pelo espírito grego vai
ajudar os filhos dos soldados e funcionário romanos a controlar os vencidos e impor sobre eles a vontade, e a visão
de mundo do dominador.

No sexto capítulo, Educação: Isto e aquilo, ao contrário de tudo, (p.54-60) Brandão refleti sobre a palavra educação
confrontando com conceito dos dicionários e chega à conclusão que eles tentam explicar o que a educação serve.
Faz uma comparação com a legislação brasileira no final da ditadura que diz que o objetivo da educação é preparar
para o trabalho, e conseqüentemente exercer sua cidadania, e após analisar a legislação educacional, apresenta
outra interpretação da educação que pode se manifestar como uma ideologia que atende interesses econômicos de
um determinado grupo social. E conclui esse capitulo dizendo que a definição, e a legislação sobre a educação é
feita como uma maneira de camuflar os interesses de uma determinada classe social que tem o poder econômico,
como político.

No sétimo capitulo, Pessoas "versus" sociedade: um dilema que oculta outros, (p. 61-72) inicia a sua explicação
sobre o conceito de educação de uma maneira filosófica se ela é inata, vem de dentro da pessoa, ou se ela externa
o meio que forma a pessoa. E resolve o dilema dizendo que a educação é uma construção social que foi pensada por
uma pessoa ou instituição com o objetivo de atender uma necessidade do coletivo, para que individuo obtenha tudo
que precise para construir sua subjetividade. Ou seja, o intuito da Educação é formação integral desse ser humano.
E volta a discussão que essência da educação é a humanização desse(a) homem e mulher para manutenção da
comunidade como era feito na Grécia Antiga, e em Roma, e diz que a educação é uma parte real da vida de como
esse ser humano deve existir. E conclui que a educação humanística visa retornar o sentido de educação que era
pensando pelos gregos e romanos, uma educação voltada para a comunidade.

No oitavo capítulo, Sociedade contra Estado: Classe e educação, (p.73-97) Brandão diz que a educação é uma
prática social, em que o fim desta é determinado pelas pessoas que estão a sua frente, por isso esta pode ser usada
como um mecanismo de dominação por determinados grupos sociais. E retorna a idéia de capítulos anteriores em
diz que a educação não é uma propriedade individual, mas é da comunidade, ou seja, é o resultado de uma
consciência vivida por uma determinada comunidade humana, que pode ser da família, de uma classe, ou de um
grupo de profissionais. Por isso o surgimento de vários tipos de educação e sua evolução depende dos fatores
sociais que determinam o desenvolvimento e as transformações da educação. E questiona sobre qual seria o ideal
de perfeição da educação, e esse ideal é determinado pelas necessidades que pequenos grupos sociais têm para a
sua sobrevivência, pois cada sociedade determina a função de seus membros. E apresenta mais uma variável da
educação que esta pode ser uma possibilidade de mudança, pois a sociedade não é parada está em constante
mudança e a leis precisam ser mudada, como a sociedade muda. E conclui fazendo uma reflexão sobre as leis que
regem a educação no país, que diz algo, e que na pratica ocorre tudo ao contrario. Por isso que há uma
predominância de uma educação autoritária na sociedade desigual.

No nono capítulo, A esperança na educação, (p.78-110) faz uma reflexão dos capítulos anteriores, e reforça a idéia
que a educação se dá fora do poder de controle do sistema escolar, e que é preciso reinventar a educação no dia-a-
dia, algo que as pequenas comunidades sabem fazer se reunir para reinvidicar seus direitos que muitas vezes o
Estado ignora. Questiona a estrutura escolar dos pedagogos que dizem que a educação só se dá pela escola, e se
esquecem que a educação é vida, está muito além da escola. E conclui dizendo que somente o educador
"deseducado" é que pode transforma essa realidade educacional, e dar um novo sentido para educação com a
valorização do cotidiano de seus alunos.

A leitura da obra é um subsidio importante para todos os professores e graduandos (as) de todas as licenciaturas.

No plano estrutural do texto o autor utiliza o método etnográfico para descrever as diferentes experiências
pedagógicas para questionar o conceito de educação baseado na estrutura escolar; e usa a teoria marxista para
fundamentar a sua tese.

A linguagem do autor é simples e acessível para qualquer estudante que pretende pesquisa sobre o conceito de
educação.

Assim, a obra é uma leitura importante para todos os educadores, tem uma visão diferente da educação que tenta
fugir das estruturas, no entanto a única limitação do livro é que o autor vê a educação influenciada pela concepção
durkheimiana em que uma geração mais velha é que ensina a mais nova, e impede a possibilidade de um velho
aprender com o mais jovem, um adulto apreender com uma criança. Tirando essa limitação o livro é de uma grande
valia para o estudo sobre a educação.
EDUCAÇÃO? EDUCAÇÕES: APRENDER COM O ÍNDIO
A partir da reflexão sobre o texto “Educação? Educações: aprender com o índio” apreende-se que a
educação acontece de forma ampla e diversificada e que cotidianamente aprende com o homem a
continuar o trabalho da vida. Compreende-se que não existe apenas um único modelo, um único local
determinado para seu acontecimento e ainda, um único responsável para transmiti-la, mas existem
várias educações. O saber é adquirido através de diferentes vivências e situações de trocas entre
pessoas em todos os contextos sociais coletivos, tais como, os ambientes familiares, religiosos,
culturais e de lazer, que são favoráveis para que a educação aconteça e desenvolva cidadãos mais
críticos e participativos na construção de uma sociedade mais justa. A educação participa do processo
de produção de crenças e idéias, de qualificações e especialidades que envolvem a troca de símbolos,
bens e poderes, e que em conjunto constrói tipos de sociedade. A força desta, está em ajudar a pensar
e a criar o saber que constitui e legitima os tipos de homens, e ainda, integrar o processo de
resistência contra a dominação contribuindo significativamente para uma pratica social
transformadora. Mas, sua fraqueza está em colaborar para manutenção e reprodução das condições
econômico-sociais adversas da sociedade e da ideologia dos segmentos dominantes. Se a missão da
educação visa “transformar sujeitos e mundo em alguma coisa melhor”, não há como ignorar as
outras formas de educação e pretender a imposição de um único modelo de educação que dê conta
disto. Caso contrário, a elaboração de um discurso ideológico com vistas à reprodução de uma mesma
situação, provocará resultados não diretamente esperados e contrários ao seu objetivo real. Logo, é
preciso pensar a educação para não correr o risco de deseducar ao pretender educar.

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