100%(2)100% нашли этот документ полезным (2 голоса)
1K просмотров16 страниц
O problema mais delicado a respeito das inspirações foi sempre o de discernir as que vêm do Espírito de Deus das quais vem do espírito do mundo, das próprias paixões ou do espírito maligno.
O problema mais delicado a respeito das inspirações foi sempre o de discernir as que vêm do Espírito de Deus das quais vem do espírito do mundo, das próprias paixões ou do espírito maligno.
Авторское право:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Доступные форматы
Скачайте в формате ODT, PDF, TXT или читайте онлайн в Scribd
O problema mais delicado a respeito das inspirações foi sempre o de discernir as que vêm do Espírito de Deus das quais vem do espírito do mundo, das próprias paixões ou do espírito maligno.
Авторское право:
Attribution Non-Commercial (BY-NC)
Доступные форматы
Скачайте в формате ODT, PDF, TXT или читайте онлайн в Scribd
doutrina da Redenção por meio de Cristo propicia um olhar de discernimento lúcido sobre a situação do homem e de sua ação no mundo. Pelo pecado dos primeiros pais, o Diabo adquiriu certa dominação sobre o homem, embora este último permaneça livre. O pecado original acarreta a “servidão debaixo do poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do Diabo”. Ignorar que o homem tem uma natureza lesada, inclinada ao mal, dá lugar a graves erros no campo da educação, da política, da ação social e, dos costumes.
Discernimento da tentação
§2847 O Espírito Santo nos faz discernir entre a
provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma “virtude comprovada”, e a tentação, que leva ao pecado e à morte. Devemos também discernir entre “ser tentado e consentir” na tentação. Por fim, o discernimento desmascara a mentira da tentação: aparentemente, seu objeto é 4
“bom, sedutor para a vista, agradável” (Gn 3,6), ao
passo que, na realidade, seu fruto é a morte. Deus não quer impor o bem, ele quer seres livres... Para alguma coisa a tentação serve. Todos, com exceção de Deus, ignoram o que nossa alma recebeu de Deus, até nós mesmos. Mas a tentação o manifesta, para nos ensinar a conhecer-nos e, com isso, descobrir-nos nossa miséria e nos obrigar a dar graças pelos bens que a tentação nos manifestou. Orígenes 29
Discernimento dos carismas
§800 Os carismas devem ser acolhidos com
reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja, pois são uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, contanto que se trate de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme aos impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas.
Espírito Santo dá o discernimento
§2690 O Espírito Santo dá a certos fiéis dons de
sabedoria, de fé e de discernimento em vista do bem comum que é a oração (direção espiritual). Aqueles e aquelas que têm esses dons são verdadeiros servidores 5
da tradição viva da oração:
Por isso, se a alma deseja avançar na perfeição, conforme o conselho de S. João da Cruz, deve “considerar bem em que mãos se entrega, pois, conforme o mestre, assim será o discípulo; conforme o pai, assim será o filho”. E ainda: “O diretor deve não somente ser sábio e prudente, mas também experimentado... Se o guia espiritual não tem a experiência da vida espiritual, é incapaz de nela conduzir as almas que Deus chama, e nem sequer as compreenderá”a.
O Dom do discernimento na Bíblia
Gn 3,6. 19b; 2Rs 6,11-14; Mt 16,13-23; Lc 4,1-13
As boas inspiraçõesb
… O que Deus quer em particular de cada um se
descobre através dos acontecimentos da vida, da palavra da Escritura, da orientação do diretor espiritual; mas o meio principal e ordinário são precisamente as inspirações da graça. Estas são as solicitudes interiores do Espírito no profundo do coração através das quais Deus não só dá a conhecer o que pede, mas ao mesmo tempo comunica a força
a S. João da Cruz, Chama, estrofe 3.
b Sai de tua terra e vai: Fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap. Advento na Casa Pontifícia. Sobre a Beatificação de Madre Tereza de Calcutá. 30/11/2003. 6
necessária para realizá-lo si a pessoa aceita.
As boas inspirações têm algo em comum com a inspiração bíblica, deixando um lado naturalmente à autoridade e ao alcance que são essencialmente diferentes. “Deus disse a Abraão..”, “O Senhor falou a Moisés”: este falar do Senhor não era, desde o ponto de vista da fenomenologia, distinto do que sucede nas inspirações da graça. A voz de Deus, inclusive no Sinai, não ressoava no exterior, mas dentro do coração em forma de claridade, de impulsos, originados pelo Espírito Santo. Os Dez Mandamentos não foram gravados pelo dedo de Deus em pedra, mas no coração de Moisés, quem depois os gravou na pedra. “Homens movidos pelo Espírito Santo falaram de parte de Deus” (2Pd 1,21); eram eles os que falavam, mas movidos pelo Espírito Santo, repetiam com a boca o que ouviam no coração. Toda fidelidade a uma inspiração é recompensada por inspirações cada vez mais frequentes e mais fortes. É como se a alma se treinasse para chegar a uma perfeição cada vez mais clara da vontade de Deus e para uma facilidade para cumpri-la.
O discernimento dos espíritos
O problema mais delicado a respeito das
7
inspirações foi sempre o de discernir as que vêm do
Espírito de Deus das quais vem do espírito do mundo, das próprias paixões ou do espírito maligno. … Existem critérios de discernimentos que poderíamos chamar objetivos. No terreno doutrinal, estes se resumem para Paulo no reconhecimento de Cristo como Senhor. “Ninguém, falando com o Espírito de Deus, pode dizer ‘Anátema é Jesus!’; e ninguém pode dizer: ‘Jesus é o Senhor!’ senão com o Espírito Santo” (2Cor 1,3); para João se resumem na fé em Cristo e em sua encarnação: “Queridos, não vos fieis de qualquer espírito, mas examinai se os espíritos vêm de Deus, pois muitos falsos profetas saíram ao mundo. Podereis reconhecer nisto o espírito de Deus: todo espírito que confessa Jesus Cristo, vindo na carne, é de Deus; e todo espírito que não confessa Jesus, não é de Deus” 1Jo 4,1-3). No terreno moral, um critério fundamental vem da coerência do Espírito de Deus consigo mesmo. Este não pode pedir algo que seja contrário à vontade divina, como se expressa na Escritura, no ensinamento da Igreja e nos deveres do próprio estado. Uma inspiração divina jamais pedirá realizar atos que a Igreja considera imorais, por muitos aparentes argumentos contrários à carne que seja capaz de sugerir nestes casos; por exemplo, que Deus é amor e por isso tudo o que se faz por amor é de Deus. 8
Se um religioso desobedece seus superiores, ainda
com um objetivo louvável, certamente não será uma inspiração da graça, porque a primeira inspiração que Deus manda é precisamente a de obedecer. Madre Teresa esperou pacientemente a que a autoridade eclesiástica reconhecesse sua inspiração antes de colocá-la por obra. Às vezes, contudo, estes critérios objetivos não bastam porque a eleição não é entre o bem e o mal, mas entre um bem e outro bem, e se trata de ver o que é que Deus quer em uma circunstância precisa. Foi sobretudo para responder a esta exigência que Santo Inácio de Loyola desenvolveu sua doutrina sobre o discernimento. Ele convida a observar as intenções (os “espíritos”) que estão atrás de uma eleição e as reações que esta provoca[6]. Sabe-se que o que vem do Espírito Santo leva consigo alegria, paz, tranquilidade, doçura, simplicidade, luz. O que provém do espírito do mal, ao contrário, leva consigo tristeza, tribulação, agitação, inquietude, confusão, trevas. O Apóstolo declara contrapondo entre si os frutos da carne (inimizades, discórdias, ciúmes, divisões, invejas) e os frutos do Espírito, que são contudo amor, alegria, paz… (Cf. Gl 5,19-22). [6] Cf. S. Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, quarta semana (ed. BAC, Madri 1963, pp. 262 ss). 9
Na prática as coisas são mais complexas. Uma
inspiração pode vir de Deus e, pese a isto, causar uma grande tribulação. Mas isto não se deve à inspiração, que é doce e pacífica como tudo o que provém de Deus; nasce mais da resistência à inspiração. Também um rio sereno, se encontra obstáculos, provoca redemoinhos. Se a inspiração é acolhida, o coração se encontra imediatamente em uma paz profunda. Deus recompensa cada pequena vitória neste campo, fazendo sentir a alma sua aprovação, que é a alegria mais pura que existe no mundo.
Deixar-se guiar pelo Espírito
O fruto concreto desta meditação deve ser uma
renovada decisão para confiar-nos em tudo e para tudo à guia interior do Espírito Santo, como em um tipo de “direção espiritual”. Se acolher as inspirações é importante para todo cristão, é vital para quem tem tarefas de governo na Igreja. Somente assim se permite ao Espírito de Cristo que guie Ele mesmo sua Igreja através de seus representantes humanos. Não é necessário que em uma nave todos os passageiros estejam com a orelha pregada no rádio de bordo para receber indicações sobre a rota, eventuais icebergs e as condições meteorológicas, mas é indispensável que o estejam os encarregados. De uma “inspiração 10
divina” valentemente acolhida pelo Papa João XXIII
nasceu o Concílio Vaticano II e nasceram em tempos mais próximos a nós muitos outros gestos proféticos. É esta necessidade da guia do Espírito Santo o que inspirou as palavras do Veni Creator: “contigo como guia evitaremos todo mal”. Em seu Tríptico Romano, o Santo Padre retoma esta palavra quando, falando do momento de eleger ao sucessor de Pedro, põe a boca dos presentes a oração: “tu que penetras tudo – indica!”. Devemos abandonar-nos todos ao Mestre interior que nos fala sem ruído de palavras. Como bons atores, devemos ter o ouvido atento, nas grandes e nas pequenas coisas, às vozes deste apontador escondido, para recitar fielmente nossa parte na cena da vida. É mais fácil do que se pensa, porque Ele nos fala dentro, nos ensina cada coisa, nos instrui sobretudo. “E enquanto a vós nos assegura João, a união que Dele haveis recebido permanece em vós e não necessitais que ninguém vos ensine; sua unção vos ensina acerca de todas as coisas, e é verdadeira e não mentirosa” (1Jo 2,27). Basta às vezes com uma simples olhada interior, um movimento do coração, um instante de recolhimento e de oração. Com as palavras de uma conhecidíssima oração litúrgica pedimos a Deus, por intercessão da Beata Teresa de Calcutá, o dom de reconhecer e seguir suas inspirações divinas 11
como as seguiu ela: “Inspirai nossas ações, Senhor, e
acompanhai com tua ajuda, para que toda nossa atividade tenha em ti seu início e em ti seu cumprimento. Por Cristo Nosso Senhor”[7].
O Espírito guia através da consciênciac
Onde se explica esta guia do Paráclito? O primeiro
âmbito ou órgão é a consciência. Há uma relação muito íntima entre consciência e Espírito Santo. O que é a famosa “voz da consciência”, senão que uma espécie de “repetidor à distância” através do qual o Espírito Santo fala a cada homem? “Minha consciência me testifica no Espírito Santo”, exclama São Paulo, falando de seu amor pelos conacionais israelitas (cf. Rm 9,1). Através deste “órgão”, a guia do Espírito Santo se estende também fora da Igreja, a todos os homens. Os pagãos “mostram ter a realidade dessa lei escrita em seu coração, testificando sua consciência” (Rm 2,14s). Precisamente porque o Espírito Santo fala em todo ser racional através da consciência – dizia São Máximo o
[7] Oração de Quinta-feira depois de Cinza.
c Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm 8,14) . 27/03/2009. Quaresma na Casa Pontifícia.<<http://www.cantalamessa.org/pt/predicheView.ph p?id=290>> 12
Confessor –, “vemos muitos homens, também entre os
bárbaros e os nômades, orientar-se a uma vida decorosa e boa, e desprezar as leis violentas que desde as origens os haviam governado”[5]. A consciência também é uma espécie de lei interior, não escrita, diferente e inferior com relação à que existe no crente pela graça, mas não em desacordo com ela, dado que provém do mesmo Espírito. Quem não possui mais que esta lei “inferior”, mas a obedece, está mais perto do Espírito que quem possui aquela superior que vem do batismo, mas não vive de acordo com ela. Nos crentes, esta guia interior da consciência está como potenciada e elevada pela unção que “ensina acerca de todas as coisas – e é verdadeira, não mentirosa” (1Jo 2,27), ou seja, guia infalivelmente quando se lhe presta atenção. … Neste âmbito íntimo e pessoal da consciência, o Espírito Santo nos instrui com as “boas inspirações” ou as “iluminações interiores”, das quais todos tivemos alguma experiência na vida. São impulsos a seguir o bem e a rejeitar o mal, atrações e propensões do coração que não se explicam naturalmente, porque com frequência vão em direção contrária ao que a natureza queria.
[5] S. Massimo Confessor, Capitoli vari, I, 72 (PG 90, 1208D).
13
O discernimento na vida pessoal
Vamos agora à guia do Espírito no caminho
espiritual de cada crente. Situa-se sob o nome de discernimento de espíritos. O primeiro e fundamental discernimento de espíritos é o que permite distinguir “o Espírito de Deus” do “espírito do mundo” (cf. 1Cor 2,12). São Paulo dá um critério objetivo de discernimento, o mesmo que havia dado Jesus: o dos frutos. As “obras da carne” revelam que certo desejo vem do homem velho, pecaminoso; “os frutos do Espírito” revelam que vem do Espírito (cf. Gl 5,19-22). “A carne, de fato, tem desejos contrários ao Espírito e o Espírito tem desejos contrários à carne” (Gl 5,17). Contudo, às vezes este critério objetivo não basta, porque a eleição não é entre o bem e o mal, mas entre um bem e outro bem, e se trata de ver o que é que Deus quer em uma circunstância precisa. Sobretudo para responder a esta exigência, Santo Inácio de Loyola desenvolveu sua doutrina sobre o discernimento. Convida a olhar sobretudo uma coisa: as próprias disposições interiores, as intenções (o “espírito”) que estão detrás de uma escolha. Santo Inácio sugeriu os meios práticos para aplicar estes critérios[11]. Um é o seguinte. Quando se está
[11] Cf. S. Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, quarta
14
diante de duas possíveis opções, é útil deter-se
primeiro em uma, como se tivesse que segui-la sem dúvida; permanecer em tal estado durante um ou mais dias; então avaliar as reações do coração frente a tal eleição: se dá paz, se harmoniza com o resto das próprias eleições, se algo em você o alenta nessa direção, ou, ao contrário, se o tema deixa um pouco de inquietude... Repetir o processo com a segunda hipótese. Tudo em um clima de oração, de abandono à vontade de Deus, de abertura ao Espírito Santo. … O fruto concreto desta meditação poderia ser uma renovada decisão de confiar-se em tudo e para tudo à guia interior do Espírito Santo, como em uma espécie de “direção espiritual”. Está escrito que “quando a nuvem se elevava de cima da morada, os israelitas levantavam o acampamento. Mas se a nuvem não se elevava, eles não levantavam o acampamento” (Ex 40,36-37). Tampouco nós devemos empreender nada se não é o Espírito Santo – de quem a nuvem, segundo a tradição, era figura – quem nos move e sem tê-lo consultado antes de cada ação. Temos o exemplo mais luminoso disso na própria vida de Jesus. Jamais empreendeu nada sem o Espírito Santo. Com o Espírito Santo foi ao deserto; com o poder do Espírito Santo regressou e iniciou sua
semana (ed. BAC, Madrid 1963, pp. 262 ss).
15
pregação; “no Espírito Santo” escolheu seus apóstolos
(cf. At 1,2); no Espírito orou e se entregou a si mesmo ao Pai (cf. Hb 9,14). São Tomás fala desta condução interior do Espírito como de uma espécie de “instinto próprio dos justos”: “Como que na vida corporal o corpo não é movido mais que pela alma que o vivifica, assim na vida espiritual cada movimento nosso deveria provir do Espírito Santo”[13]. É assim como atua a “lei do Espírito”; é o que o Apóstolo chama de “deixar-se guiar pelo Espírito” (Gl 5,18). Devemos abandonar-nos ao Espírito Santo como as cordas da harpa aos dedos de quem as toca. Como bons atores, ter o ouvido atento à voz do apontador escondido, para recitar fielmente nossa parte no cenário da vida. É mais fácil do que se pensa, porque nosso apontador nos fala dentro, ensina-nos todas as coisas e nos instrui em tudo. Basta às vezes um simples olhar interior, um movimento do coração, uma oração. De um santo bispo do século II, Meliton de Sardes, lê-se este belo elogio que desejo que pudesse se repetir sobre cada um de nós depois de morrer: “Em sua vida fez tudo movido pelo Espírito Santo”[14]. [13] S. Tomás, Sobre a Carta aos Galatas, Gl 5,5, n.318; Gl 5,7, n. 340. [14] Eusébio de Cesareia, Historia Eclesiástica, V, 24, 5. 16
Para aprofundamento
Estudos Bíblicos Enchei-vos. Comunidade Shalom.
Carismas – Coleção Paulo Apóstolo. O despertar dos Carismas. Serafino Falvo. Catecismo da Igreja Católica. Christifideles laici. Exotação Apostólica. Papa João Paulo II. Como usar los carismas – Benigno Juanes. Lumen Gentium. Concílio Vaticano II. Sai de tua terra e vai . Fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap . 30/11/2003 – Advento na Casa Pontifícia. Site: <<http://www.cantalamessa.org/pt/predicheView.php? id=115>> Acesso: 25/03/2011. Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Rm 8,14) 27/03/2009. Quaresma na Casa Pontifícia . Site: <<http://www.cantalamessa.org/pt/predicheView.php? id=290>>