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O Dom do Discernimento dos Espíritos

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Catecismo da Igreja Católica

Discernimento da situação do homem e de sua ação

§407 A doutrina sobre o pecado original ligada à


doutrina da Redenção por meio de Cristo propicia um
olhar de discernimento lúcido sobre a situação do
homem e de sua ação no mundo. Pelo pecado dos
primeiros pais, o Diabo adquiriu certa dominação
sobre o homem, embora este último permaneça livre.
O pecado original acarreta a “servidão debaixo do
poder daquele que tinha o império da morte, isto é, do
Diabo”. Ignorar que o homem tem uma natureza
lesada, inclinada ao mal, dá lugar a graves erros no
campo da educação, da política, da ação social e, dos
costumes.

Discernimento da tentação

§2847 O Espírito Santo nos faz discernir entre a


provação, necessária ao crescimento do homem
interior em vista de uma “virtude comprovada”, e a
tentação, que leva ao pecado e à morte. Devemos
também discernir entre “ser tentado e consentir” na
tentação. Por fim, o discernimento desmascara a
mentira da tentação: aparentemente, seu objeto é
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“bom, sedutor para a vista, agradável” (Gn 3,6), ao


passo que, na realidade, seu fruto é a morte.
Deus não quer impor o bem, ele quer seres livres... Para
alguma coisa a tentação serve. Todos, com exceção de Deus,
ignoram o que nossa alma recebeu de Deus, até nós mesmos.
Mas a tentação o manifesta, para nos ensinar a conhecer-nos e,
com isso, descobrir-nos nossa miséria e nos obrigar a dar
graças pelos bens que a tentação nos manifestou. Orígenes 29

Discernimento dos carismas

§800 Os carismas devem ser acolhidos com


reconhecimento por aquele que os recebe, mas
também por todos os membros da Igreja, pois são uma
maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade
apostólica e para a santidade de todo o Corpo de
Cristo, contanto que se trate de dons que provenham
verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam
exercidos de maneira plenamente conforme aos
impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é,
segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas.

Espírito Santo dá o discernimento

§2690 O Espírito Santo dá a certos fiéis dons de


sabedoria, de fé e de discernimento em vista do bem
comum que é a oração (direção espiritual). Aqueles e
aquelas que têm esses dons são verdadeiros servidores
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da tradição viva da oração:


Por isso, se a alma deseja avançar na perfeição, conforme o
conselho de S. João da Cruz, deve “considerar bem em que
mãos se entrega, pois, conforme o mestre, assim será o
discípulo; conforme o pai, assim será o filho”. E ainda: “O
diretor deve não somente ser sábio e prudente, mas também
experimentado... Se o guia espiritual não tem a experiência da
vida espiritual, é incapaz de nela conduzir as almas que Deus
chama, e nem sequer as compreenderá”a.

O Dom do discernimento na Bíblia

Gn 3,6. 19b; 2Rs 6,11-14; Mt 16,13-23; Lc 4,1-13

As boas inspiraçõesb

… O que Deus quer em particular de cada um se


descobre através dos acontecimentos da vida, da
palavra da Escritura, da orientação do diretor
espiritual; mas o meio principal e ordinário são
precisamente as inspirações da graça. Estas são as
solicitudes interiores do Espírito no profundo do
coração através das quais Deus não só dá a conhecer o
que pede, mas ao mesmo tempo comunica a força

a S. João da Cruz, Chama, estrofe 3.


b Sai de tua terra e vai: Fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap.
Advento na Casa Pontifícia. Sobre a Beatificação de Madre
Tereza de Calcutá. 30/11/2003.
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necessária para realizá-lo si a pessoa aceita.


As boas inspirações têm algo em comum com a
inspiração bíblica, deixando um lado naturalmente à
autoridade e ao alcance que são essencialmente
diferentes. “Deus disse a Abraão..”, “O Senhor falou a
Moisés”: este falar do Senhor não era, desde o ponto
de vista da fenomenologia, distinto do que sucede nas
inspirações da graça. A voz de Deus, inclusive no
Sinai, não ressoava no exterior, mas dentro do coração
em forma de claridade, de impulsos, originados pelo
Espírito Santo. Os Dez Mandamentos não foram
gravados pelo dedo de Deus em pedra, mas no
coração de Moisés, quem depois os gravou na pedra.
“Homens movidos pelo Espírito Santo falaram de
parte de Deus” (2Pd 1,21); eram eles os que falavam,
mas movidos pelo Espírito Santo, repetiam com a
boca o que ouviam no coração.
Toda fidelidade a uma inspiração é
recompensada por inspirações cada vez mais
frequentes e mais fortes. É como se a alma se
treinasse para chegar a uma perfeição cada vez mais
clara da vontade de Deus e para uma facilidade para
cumpri-la.

O discernimento dos espíritos

O problema mais delicado a respeito das


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inspirações foi sempre o de discernir as que vêm do


Espírito de Deus das quais vem do espírito do mundo,
das próprias paixões ou do espírito maligno.
… Existem critérios de discernimentos que
poderíamos chamar objetivos. No terreno doutrinal,
estes se resumem para Paulo no reconhecimento de
Cristo como Senhor. “Ninguém, falando com o
Espírito de Deus, pode dizer ‘Anátema é Jesus!’; e
ninguém pode dizer: ‘Jesus é o Senhor!’ senão com o
Espírito Santo” (2Cor 1,3); para João se resumem na fé
em Cristo e em sua encarnação: “Queridos, não vos
fieis de qualquer espírito, mas examinai se os espíritos
vêm de Deus, pois muitos falsos profetas saíram ao
mundo. Podereis reconhecer nisto o espírito de Deus:
todo espírito que confessa Jesus Cristo, vindo na
carne, é de Deus; e todo espírito que não confessa
Jesus, não é de Deus” 1Jo 4,1-3).
No terreno moral, um critério fundamental vem da
coerência do Espírito de Deus consigo mesmo. Este
não pode pedir algo que seja contrário à vontade
divina, como se expressa na Escritura, no ensinamento
da Igreja e nos deveres do próprio estado. Uma
inspiração divina jamais pedirá realizar atos que a
Igreja considera imorais, por muitos aparentes
argumentos contrários à carne que seja capaz de
sugerir nestes casos; por exemplo, que Deus é amor e
por isso tudo o que se faz por amor é de Deus.
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Se um religioso desobedece seus superiores, ainda


com um objetivo louvável, certamente não será uma
inspiração da graça, porque a primeira inspiração que
Deus manda é precisamente a de obedecer. Madre
Teresa esperou pacientemente a que a autoridade
eclesiástica reconhecesse sua inspiração antes de
colocá-la por obra.
Às vezes, contudo, estes critérios objetivos não
bastam porque a eleição não é entre o bem e o mal,
mas entre um bem e outro bem, e se trata de ver o que
é que Deus quer em uma circunstância precisa. Foi
sobretudo para responder a esta exigência que Santo
Inácio de Loyola desenvolveu sua doutrina sobre o
discernimento.
Ele convida a observar as intenções (os “espíritos”)
que estão atrás de uma eleição e as reações que esta
provoca[6]. Sabe-se que o que vem do Espírito Santo
leva consigo alegria, paz, tranquilidade, doçura,
simplicidade, luz. O que provém do espírito do mal,
ao contrário, leva consigo tristeza, tribulação,
agitação, inquietude, confusão, trevas. O Apóstolo
declara contrapondo entre si os frutos da carne
(inimizades, discórdias, ciúmes, divisões, invejas) e os
frutos do Espírito, que são contudo amor, alegria,
paz… (Cf. Gl 5,19-22).
[6] Cf. S. Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, quarta semana
(ed. BAC, Madri 1963, pp. 262 ss).
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Na prática as coisas são mais complexas. Uma


inspiração pode vir de Deus e, pese a isto, causar uma
grande tribulação. Mas isto não se deve à inspiração,
que é doce e pacífica como tudo o que provém de
Deus; nasce mais da resistência à inspiração. Também
um rio sereno, se encontra obstáculos, provoca
redemoinhos. Se a inspiração é acolhida, o coração se
encontra imediatamente em uma paz profunda. Deus
recompensa cada pequena vitória neste campo,
fazendo sentir a alma sua aprovação, que é a alegria
mais pura que existe no mundo.

Deixar-se guiar pelo Espírito

O fruto concreto desta meditação deve ser uma


renovada decisão para confiar-nos em tudo e para tudo
à guia interior do Espírito Santo, como em um tipo de
“direção espiritual”. Se acolher as inspirações é
importante para todo cristão, é vital para quem tem
tarefas de governo na Igreja. Somente assim se
permite ao Espírito de Cristo que guie Ele mesmo sua
Igreja através de seus representantes humanos. Não é
necessário que em uma nave todos os passageiros
estejam com a orelha pregada no rádio de bordo para
receber indicações sobre a rota, eventuais icebergs e
as condições meteorológicas, mas é indispensável que
o estejam os encarregados. De uma “inspiração
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divina” valentemente acolhida pelo Papa João XXIII


nasceu o Concílio Vaticano II e nasceram em tempos
mais próximos a nós muitos outros gestos proféticos.
É esta necessidade da guia do Espírito Santo o que
inspirou as palavras do Veni Creator: “contigo como
guia evitaremos todo mal”. Em seu Tríptico Romano,
o Santo Padre retoma esta palavra quando, falando do
momento de eleger ao sucessor de Pedro, põe a boca
dos presentes a oração: “tu que penetras tudo –
indica!”.
Devemos abandonar-nos todos ao Mestre interior
que nos fala sem ruído de palavras. Como bons atores,
devemos ter o ouvido atento, nas grandes e nas
pequenas coisas, às vozes deste apontador escondido,
para recitar fielmente nossa parte na cena da vida.
É mais fácil do que se pensa, porque Ele nos fala
dentro, nos ensina cada coisa, nos instrui sobretudo.
“E enquanto a vós nos assegura João, a união que
Dele haveis recebido permanece em vós e não
necessitais que ninguém vos ensine; sua unção vos
ensina acerca de todas as coisas, e é verdadeira e não
mentirosa” (1Jo 2,27). Basta às vezes com uma simples
olhada interior, um movimento do coração, um
instante de recolhimento e de oração. Com as palavras
de uma conhecidíssima oração litúrgica pedimos a
Deus, por intercessão da Beata Teresa de Calcutá, o
dom de reconhecer e seguir suas inspirações divinas
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como as seguiu ela: “Inspirai nossas ações, Senhor, e


acompanhai com tua ajuda, para que toda nossa
atividade tenha em ti seu início e em ti seu
cumprimento. Por Cristo Nosso Senhor”[7].

O Espírito guia através da consciênciac

Onde se explica esta guia do Paráclito? O primeiro


âmbito ou órgão é a consciência. Há uma relação
muito íntima entre consciência e Espírito Santo. O que
é a famosa “voz da consciência”, senão que uma
espécie de “repetidor à distância” através do qual o
Espírito Santo fala a cada homem? “Minha
consciência me testifica no Espírito Santo”, exclama
São Paulo, falando de seu amor pelos conacionais
israelitas (cf. Rm 9,1).
Através deste “órgão”, a guia do Espírito Santo se
estende também fora da Igreja, a todos os homens. Os
pagãos “mostram ter a realidade dessa lei escrita em
seu coração, testificando sua consciência” (Rm 2,14s).
Precisamente porque o Espírito Santo fala em todo ser
racional através da consciência – dizia São Máximo o

[7] Oração de Quinta-feira depois de Cinza.


c Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos
de Deus (Rm 8,14) . 27/03/2009. Quaresma na Casa
Pontifícia.<<http://www.cantalamessa.org/pt/predicheView.ph
p?id=290>>
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Confessor –, “vemos muitos homens, também entre os


bárbaros e os nômades, orientar-se a uma vida
decorosa e boa, e desprezar as leis violentas que desde
as origens os haviam governado”[5].
A consciência também é uma espécie de lei
interior, não escrita, diferente e inferior com relação à
que existe no crente pela graça, mas não em desacordo
com ela, dado que provém do mesmo Espírito. Quem
não possui mais que esta lei “inferior”, mas a obedece,
está mais perto do Espírito que quem possui aquela
superior que vem do batismo, mas não vive de acordo
com ela.
Nos crentes, esta guia interior da consciência está
como potenciada e elevada pela unção que “ensina
acerca de todas as coisas – e é verdadeira, não
mentirosa” (1Jo 2,27), ou seja, guia infalivelmente
quando se lhe presta atenção.
… Neste âmbito íntimo e pessoal da consciência, o
Espírito Santo nos instrui com as “boas inspirações”
ou as “iluminações interiores”, das quais todos
tivemos alguma experiência na vida. São impulsos a
seguir o bem e a rejeitar o mal, atrações e propensões
do coração que não se explicam naturalmente, porque
com frequência vão em direção contrária ao que a
natureza queria.

[5] S. Massimo Confessor, Capitoli vari, I, 72 (PG 90, 1208D).


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O discernimento na vida pessoal

Vamos agora à guia do Espírito no caminho


espiritual de cada crente. Situa-se sob o nome de
discernimento de espíritos. O primeiro e fundamental
discernimento de espíritos é o que permite distinguir
“o Espírito de Deus” do “espírito do mundo” (cf. 1Cor
2,12). São Paulo dá um critério objetivo de
discernimento, o mesmo que havia dado Jesus: o dos
frutos. As “obras da carne” revelam que certo desejo
vem do homem velho, pecaminoso; “os frutos do
Espírito” revelam que vem do Espírito (cf. Gl 5,19-22).
“A carne, de fato, tem desejos contrários ao Espírito e
o Espírito tem desejos contrários à carne” (Gl 5,17).
Contudo, às vezes este critério objetivo não basta,
porque a eleição não é entre o bem e o mal, mas entre
um bem e outro bem, e se trata de ver o que é que
Deus quer em uma circunstância precisa. Sobretudo
para responder a esta exigência, Santo Inácio de
Loyola desenvolveu sua doutrina sobre o
discernimento. Convida a olhar sobretudo uma coisa:
as próprias disposições interiores, as intenções (o
“espírito”) que estão detrás de uma escolha.
Santo Inácio sugeriu os meios práticos para aplicar
estes critérios[11]. Um é o seguinte. Quando se está

[11] Cf. S. Inácio de Loyola, Exercícios espirituais, quarta


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diante de duas possíveis opções, é útil deter-se


primeiro em uma, como se tivesse que segui-la sem
dúvida; permanecer em tal estado durante um ou mais
dias; então avaliar as reações do coração frente a tal
eleição: se dá paz, se harmoniza com o resto das
próprias eleições, se algo em você o alenta nessa
direção, ou, ao contrário, se o tema deixa um pouco de
inquietude... Repetir o processo com a segunda
hipótese. Tudo em um clima de oração, de abandono à
vontade de Deus, de abertura ao Espírito Santo.
… O fruto concreto desta meditação poderia ser
uma renovada decisão de confiar-se em tudo e para
tudo à guia interior do Espírito Santo, como em uma
espécie de “direção espiritual”. Está escrito que
“quando a nuvem se elevava de cima da morada, os
israelitas levantavam o acampamento. Mas se a
nuvem não se elevava, eles não levantavam o
acampamento” (Ex 40,36-37). Tampouco nós devemos
empreender nada se não é o Espírito Santo – de quem
a nuvem, segundo a tradição, era figura – quem nos
move e sem tê-lo consultado antes de cada ação.
Temos o exemplo mais luminoso disso na própria
vida de Jesus. Jamais empreendeu nada sem o Espírito
Santo. Com o Espírito Santo foi ao deserto; com o
poder do Espírito Santo regressou e iniciou sua

semana (ed. BAC, Madrid 1963, pp. 262 ss).


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pregação; “no Espírito Santo” escolheu seus apóstolos


(cf. At 1,2); no Espírito orou e se entregou a si mesmo
ao Pai (cf. Hb 9,14).
São Tomás fala desta condução interior do Espírito
como de uma espécie de “instinto próprio dos justos”:
“Como que na vida corporal o corpo não é movido
mais que pela alma que o vivifica, assim na vida
espiritual cada movimento nosso deveria provir do
Espírito Santo”[13]. É assim como atua a “lei do
Espírito”; é o que o Apóstolo chama de “deixar-se
guiar pelo Espírito” (Gl 5,18).
Devemos abandonar-nos ao Espírito Santo como as
cordas da harpa aos dedos de quem as toca. Como
bons atores, ter o ouvido atento à voz do apontador
escondido, para recitar fielmente nossa parte no
cenário da vida. É mais fácil do que se pensa, porque
nosso apontador nos fala dentro, ensina-nos todas as
coisas e nos instrui em tudo. Basta às vezes um
simples olhar interior, um movimento do coração,
uma oração. De um santo bispo do século II, Meliton
de Sardes, lê-se este belo elogio que desejo que
pudesse se repetir sobre cada um de nós depois de
morrer: “Em sua vida fez tudo movido pelo Espírito
Santo”[14].
[13] S. Tomás, Sobre a Carta aos Galatas, Gl 5,5, n.318; Gl 5,7, n.
340.
[14] Eusébio de Cesareia, Historia Eclesiástica, V, 24, 5.
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Para aprofundamento

Estudos Bíblicos Enchei-vos. Comunidade Shalom.


Carismas – Coleção Paulo Apóstolo.
O despertar dos Carismas. Serafino Falvo.
Catecismo da Igreja Católica.
Christifideles laici. Exotação Apostólica. Papa João
Paulo II.
Como usar los carismas – Benigno Juanes.
Lumen Gentium. Concílio Vaticano II.
Sai de tua terra e vai . Fr. Raniero Cantalamessa, ofmcap .
30/11/2003 – Advento na Casa Pontifícia. Site:
<<http://www.cantalamessa.org/pt/predicheView.php?
id=115>> Acesso: 25/03/2011.
Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são
filhos de Deus (Rm 8,14) 27/03/2009. Quaresma na Casa
Pontifícia . Site:
<<http://www.cantalamessa.org/pt/predicheView.php?
id=290>>

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