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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

FASEAMENTO DE UMA SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO


69/13,8 kV

NAIRA FREIRE MORO

Fortaleza
Novembro de 2009
ii

NAIRA FREIRE MORO

FASEAMENTO DE UMA SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO


69/13,8 kV

Monografia apresentada para a obtenção dos


créditos da disciplina Trabalho de Conclusão
de Curso do Centro de Tecnologia da
Universidade Federal do Ceará, como parte das
exigências para a graduação no curso de
Engenharia Elétrica.

Área de concentração:
Sistema Elétrico de Potência.

Orientador: Prof. Raimundo Furtado Sampaio.

Fortaleza
Novembro de 2009
iii

NAIRA FREIRE MORO

FASEAMENTO DE UMA SUBESTAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO


69/13,8 kV

Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de Graduada em Engenharia
Elétrica, Área de Sistema Elétrico de Potência e aprovada em sua forma final pelo programa
de Graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Ceará.

______________________________________________________
Naira Freire Moro

Banca Examinadora:

______________________________________________________
Professor Raimundo Furtado Sampaio (Orientador)

______________________________________________________
Professora Ruth Pastora Saraiva Leão

______________________________________________________
Professor Nélber Ximenes Melo

Aprovada em: 30/11/2009 .

Nota = 10 .

Fortaleza, Novembro de 2009


iv

“Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração”


(Salmo 37:4)
v

A Deus,
Aos meus pais, Carlos e Ana Moro,
Aos meus familiares,
A todos os amigos.
vi

AGRADECIMENTOS

A Deus por tudo que tem feito na minha vida. Agradeço porque Ele tem me
sustentado e Suas misericórdias se renovam a cada dia. Toda honra e toda glória sejam dadas
a Deus.
Aos meus pais, irmãos e namorado, Joelli, pela dedicação e apoio que têm me
dado e sem os quais não alcançaria essa conquista.
Aos professores do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do
Ceará pelos ensinamentos e em especial ao meu orientador, Raimundo Furtado Sampaio, que
se dispôs e muito colaborou para o engrandecimento desta monografia.
Aos colegas de trabalho da Coelce, pela ajuda e pelo tempo concedido com
explicações que me ajudaram tanto na parte teórica quanto prática do assunto.
Aos amigos de sala pela alegria, companheirismo e por tornarem esses anos de
faculdade muito especiais e inesquecíveis para mim.
vii

Moro, N. F. e “Faseamento de uma subestação de distribuição 69/13,8 kV”, Universidade


Federal do Ceará – UFC, 2009, 58p.

As concessionárias de energia elétrica têm por objetivo garantir o fornecimento de energia


com um mínimo de interrupções, de modo a satisfazer o cliente e atender os requisitos
exigidos nas legislações estabelecidas pelo órgão regulador nacional (ANEEL – Agência
Nacional de Energia Elétrica) e estadual (ARCE - Agência Reguladora de Serviços Públicos
Delegados do Ceará). A qualidade da energia elétrica pode ser definida como a
disponibilidade de uma energia com forma de onda senoidal, uma quantidade mínima de
distorções e um valor eficaz próximo ao nominal pelo maior tempo possível. Toda interrupção
no fornecimento tem um custo associado, resultante da perda de faturamento de indústrias,
comércios e empresas, além de possíveis danos materiais. Os sistemas elétricos de
distribuição de energia, historicamente, são predominantemente radiais. Para melhorar a
qualidade dos serviços prestados, principalmente do ponto de vista operacional e da qualidade
da energia fornecida aos clientes, as empresas de energia têm investido na implantação de
encontro de alimentadores nos sistemas de distribuição de média tensão e em linhas de
transmissão com fechamento em anel, transformando o sistema radial em uma rede malhada
com mais recursos operacionais. Os sistemas radiais com recursos requerem o atendimento a
determinados critérios técnicos e a análise de certas condições operacionais para a segurança e
confiabilidade do sistema elétrico. Freqüentemente são programadas transferências de carga
entre alimentadores. Para isso, é necessário que as tensões de ambos os lados tenham módulos
e ângulos iguais. Quando não se observa a seqüência de fase durante o projeto ou construção
de alimentadores, linhas de transmissão e subestações, essa seqüência pode ficar invertida,
acarretando um problema futuro para as áreas de manutenção e operação, devido à
impossibilidade de interligação entre alimentadores com seqüências de fases distintas. Deste
modo, as transferências de cargas são realizadas com interrupção do fornecimento de energia.
O faseamento de subestações é um procedimento que visa corrigir os problemas gerados pela
existência de inversão de fase no sistema elétrico das empresas de energia, com a finalidade
de proporcionar maior agilidade na execução de manobras, segurança dos trabalhadores e
equipamentos na rede e continuidade de serviço para os clientes. Dentro deste contexto, o
objetivo desta monografia é apresentar um estudo de caso de faseamento no sistema elétrico
realizado na subestação do Tauape, pertencente à Companhia Energética do Ceará (Coelce).

Palavras-Chave: Qualidade de energia elétrica, Sistema Elétrico, Faseamento e

Subestação.
viii

SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES.................................................................................................. ix
LISTA DE TABELAS............................................................................................................ xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS........................................................................... xii
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 01
1.1 Objetivo................................................................................................................ 06
1.2 Estrutura do trabalho............................................................................................ 06
2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA........................................................................ 08
2.1 Sistema Elétrico Brasileiro................................................................................... 08
2.2 Configuração da Rede de Distribuição................................................................. 11
3 SISTEMA ELÉTRICO DA COELCE: ASPECTOS REGULATÓRIOS E
OPERACIONAIS........................................................................................................ 18
3.1 Aspectos Regulatórios e de Concessão................................................................ 18
3.2 Estrutura do Sistema Elétrico............................................................................. 18
3.3 Sistema de Automação........................................................................................ 21
3.4 Operação do Sistema Elétrico............................................................................. 22
4 FASEAMENTO............................................................................................................... 26
4.1 Histórico............................................................................................................ ...... 26
4.2 Fundamentação Teórica..................................................................................... ...... 29
5 ESTUDO DE CASO......................................................................................................... 50
6 CONCLUSÃO................................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 59
ix

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Evolução do ISQP da Coelce.................................................................................... 04


Figura 2. Pesquisa de satisfação dos clientes (ISQP) ABRADEE 2009................................. 04
Figura 3. Evolução do índice DEC no Ceará........................................................................... 05
Figura 4. Evolução do índice FEC no Ceará........................................................................... 05
Figura 5. Comparativo dos melhores índices de DEC no Brasil em 2008.............................. 05
Figura 6. Comparativo dos melhores índices de FEC no Brasil em 2008............................... 06
Figura 7. Esquemático de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.................. 08
Figura 8. Oferta interna de energia elétrica em 2008 no Brasil............................................... 09
Figura 9. Sistema de transmissão brasileiro............................................................................. 10
Figura 10. Sistema de distribuição radial................................................................................. 12
Figura 11. Sistema de distribuição radial com recurso............................................................ 13
Figura 12. Sistema de transmissão em anel........................................................................... 14
Figura 13. Diagrama de Bloco da Hierarquia Funcional de um SDA para SE....................... 22
Figura 14. Centro de Controle do Sistema em Fortaleza......................................................... 23
Figura 15. Mapa da área técnica por departamento................................................................. 24
Figura 16. Faseamento inicial das SEs Coelce em 2007......................................................... 28
Figura 17. Faseamento das SEs Coelce até novembro de 2009.............................................. 28
Figura 18. Diagrama de um gerador conectado em estrela (Y) ligado a uma carga ideal
em estrela............................................................................................................ 29
Figura 19. Diagrama fasorial das forças eletromotrizes........................................................... 30
Figura 20. Diagrama fasorial das correntes de linha................................................................ 30
Figura 21. Diagrama fasorial das tensões em uma ligação estrela........................................... 32
Figura 22. Diagrama de um gerador conectado em delta ( ∆ ) ligado a uma carga ideal em
delta....................................................................................................................... 32
Figura 23. Diagrama fasorial das correntes em uma ligação delta na seqüência direta........... 34
Figura 24. Conexão delta-estrela aterrada de um transformador de distribuição.................... 35
Figura 25. Fasores das tensões do primário em relação à terra............................................... 35
Figura 26. Fasores das tensões nos enrolamentos de 69 kV.................................................... 36
Figura 27. Fasores das tensões de fase no secundário.............................................................. 36
Figura 28. Encontro de alimentadores entre SEs faseadas....................................................... 37
Figura 29. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs.......................... 37
Figura 30. Encontro de alimentadores entre uma SE ABC e outra ACB................................ 40
Figura 31. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs......................... 41
Figura 32. Encontro de alimentadores entre uma SE ACB e outra ABC................................ 43
Figura 33. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs.......................... 44
x

Figura 34. Encontro de alimentadores entre duas SEs na seqüência ACB.............................. 46


Figura 35. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs......................... 47
Figura 36. Indicação das fases na CHESF por cores................................................................ 51
Figura 37. Diagrama unifilar da SE TAP................................................................................. 54
Figura 38. Ligação das fases dos transformadores da SE TAP antes do faseamento.............. 55
Figura 39. Ligação das fases dos transformadores da SE TAP após o faseamento................. 56
xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Tensões nominais padronizadas no Brasil............................................................ 11

Tabela 2. Variação de tensão permitida para valores superiores a 1 kV e inferiores a 69


kV........................................................................................................................ 15

Tabela 3. Variação de tensão permitida para valores inferiores a 1 kV (380 / 220 V)........ 15

Tabela 4. Valores de referência das distorções harmônicas totais....................................... 16

Tabela 5. Classificação das variações de tensão de curta duração....................................... 17

Tabela 6. Subestações da Coelce.......................................................................................... 20

Tabela 7. Área de responsabilidade dos Centros Regionais................................................. 25

Tabela 8. Dados das SEs faseadas........................................................................................ 27

Tabela 9. Tensões no encontro de subestações na seqüência ABC..................................... 40

Tabela 10. Tensões no encontro de subestações na seqüência ABC e ACB....................... 43

Tabela 11. Tensões no encontro de subestações na seqüência ACB e ABC....................... 46

Tabela 12. Tensões no encontro de subestações na seqüência ACB................................... 49

Tabela 13. Resultado das medições dos encontros da SE TAP............................................. 52


xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SEP Sistema Elétrico de Potência


SE Subestação
ABRADEE Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica
IDAR Índices de Desempenho da Área de Qualidade
ISQP Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida
DEC Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
FEC Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora
ONS Operador Nacional do Sistema
SIN Sistema Interligado Nacional
PRODIST Procedimentos de Distribuição
AT Alta Tensão
EAT Extra Alta Tensão
UAT Ultra Alta Tensão
MT Média Tensão
BT Baixa Tensão
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
CHESF Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
COELCE Companhia Energética do Estado do Ceará
COS Centro de Operação do Sistema
UCP Unidade de Controle de Posição
UCS Unidade de Controle de Subestação
CCS Centro de Controle do Sistema
CCR Centro de Controle Regional
CCRS Centro de Controle Regional de Sobral
DNORT Departamento Norte
CCRC Centro de Controle Regional de Canindé
DECEN Departamento do Centro-Norte
CCRL Centro de Controle Regional de Limoeiro
DLEST Departamento Leste
CCRI Centro de Controle Regional de Iguatu
DECES Departamento do Centro-Sul
CCRJ Centro de Controle Regional de Juazeiro
DESUL Departamento Sul
VRJ Varjota
MCP Mucuripe
DMG Delmiro Gouveia
TAP Tauape
AGF Água Fria
PAP Papicu
MSJ Messejana
PCJ Pacajus
MDM Mondubim
BRT Baturité
MGY Maguary
ADT Aldeota
DMC Dias Macedo
1

1 INTRODUÇÃO

O objetivo de um Sistema Elétrico de Potência (SEP) é gerar, transmitir e


distribuir energia elétrica atendendo a determinados padrões de disponibilidade, qualidade,
confiabilidade, segurança e custos, com o mínimo impacto ambiental e pessoal. Para atender
estes pré-requisitos, o SEP deve ser projetado, construído, mantido e operado dentro dos
padrões e critérios técnicos estabelecidos pelas normas técnicas e pelas empresas de energia,
os quais devem atender aos requerimentos de normas nacionais e internacionais. Dentre os
critérios estabelecidos nos padrões das empresas deve estar o faseamento adequado das
instalações elétricas do SEP.
Historicamente, os sistemas elétricos de distribuição são predominantemente
radiais. No entanto, para melhorar a qualidade dos serviços prestados, principalmente do
ponto de vista operacional, bem como a qualidade da energia fornecida aos clientes, as
empresas de energia têm investido na implantação de encontro de alimentadores nos sistemas
de distribuição de média tensão e linhas de transmissão em anel, transformando o sistema
radial em uma rede malhada com mais recursos operacionais. Os sistemas radiais com
recursos, objeto deste trabalho, são compostos por equipamentos de seccionamento que
interligam alimentadores, os quais encontram-se abertos na sua configuração normal e por
motivos operacionais podem ser fechados.
A evolução do sistema radial para um sistema radial com recursos requer o
atendimento a determinados critérios técnicos e envolve um bom planejamento e o estudo de
certas condições, como por exemplo, o procedimento para faseamento do sistema elétrico, que
faz parte do objetivo desta monografia.
O faseamento é um procedimento que tem como finalidade adequar os ângulos
entre as fases do sistema, visando facilitar manobras entre diversos alimentadores de uma
mesma subestação e entre alimentadores de subestações diferentes, bem como entre linhas de
transmissão, evitando desligamentos desnecessários.
Devido às manobras programadas no sistema elétrico, freqüentemente é
necessário que sejam fechados encontros entre alimentadores de uma mesma SE ou de SEs
distintas e linhas de transmissão. Para que as cargas sejam supridas por outro caminho, é
preciso que algumas condições sejam observadas, tais como a freqüência, o nível de tensão e
o ângulo de defasagem no ponto de encontro.
2

As concessionárias de energia têm por objetivo garantir o fornecimento de


energia, com o mínimo de interrupções, de modo a satisfazer o cliente e atender os requisitos
exigidos de qualidade. Com o ajuste dos ângulos entre fases nas subestações, ganha-se
qualidade no serviço, devido à redução de interrupções de energia em manobras, contribuindo
para um serviço cada vez melhor e para uma boa imagem da empresa por parte dos
consumidores.
O faseamento das instalações elétricas das subestações, linhas de transmissão e
alimentadores deve ser observado desde as fases de normatização até as fases de projeto,
construção e manutenção. Quando este procedimento não é seguido pelas empresas de
energia, o encontro entre alimentadores poderá estar com inversões de fase. Com o aumento
da complexidade dos sistemas elétricos e a necessidade de agilidade no desenvolvimento das
atividades de execução de obra, muitas vezes o sistema elétrico é construído ou reformado
sem a preocupação com o faseamento do mesmo. Isto se caracteriza um problema para a área
de operação à medida que o sistema elétrico aumenta o número de encontros e, para executar
manobras programadas, torna-se necessário o desligamento de clientes para viabilizar a
transferência de cargas. Este problema afeta a imagem e causa retrabalho para a empresa de
energia, além de riscos para a equipe de trabalho e transtornos aos clientes.
As empresas do setor elétrico têm desenvolvido ações de melhoria da qualidade
dos seus serviços visando atender a legislação e proporcionar a satisfação dos clientes. Com o
progresso da tecnologia, novos equipamentos têm surgido e, juntamente com eles, há um
crescimento do nível de exigência de uma energia elétrica cada vez melhor, como nível de
tensão e freqüência próximos ao valor nominal, uma onda senoidal com baixa distorção
harmônica, dentre outros.

A melhoria na qualidade dos serviços representa um dos desafios mais


importantes para as empresas. O surgimento de legislação cada vez mais rigorosa, órgãos
fiscalizadores, concorrência entre as empresas do setor elétrico e clientes cada vez mais
exigentes com a energia elétrica que recebem, estão criando novos padrões e forçando uma
mudança no perfil das empresas.

A partir de 1999, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica


(ABRADEE) começou a premiar as concessionárias com melhor desempenho em diversas
categorias. O objetivo da premiação é fazer com que as concessionárias busquem
constantemente a excelência e a melhoria dos serviços prestados e da gestão da empresa. Em
2009 contou com a participação de 48 empresas concorrendo a diversas premiações. A
3

avaliação das empresas de energia é feita através de um questionário aplicado aos


consumidores. O questionário é compreendido por 80 perguntas relacionadas com a qualidade
do fornecimento de energia elétrica e serviços prestados, responsabilidade sócio-ambiental,
avaliação do preço cobrado e a satisfação geral para com a concessionária. São avaliados 5
(cinco) Índices de Desempenho da Área de Qualidade (IDAR): fornecimento de energia,
informação e comunicação com o cliente, conta de luz, atendimento ao cliente e imagem da
empresa [1].

Em 2003, a Coelce ganhou o prêmio da ABRADEE, para distribuidoras com mais


de 500.000 consumidores, na categoria Gestão Econômico-Financeira. Em 2006, 2007 e 2008
ganhou o prêmio ABRADEE como a melhor distribuidora de energia elétrica do Nordeste. A
visão da Coelce é: Gente + Cliente + Resultado. No item Gente, a Coelce quer ser a melhor
empresa para se trabalhar no Nordeste; em Cliente, visa ser a empresa mais admirada do
Ceará e em Resultados tem como meta ser uma das três melhores distribuidoras de energia
elétrica do Brasil, sendo esta uma meta a ser alcançada até 2011. Em 2009 obteve a maior
nota na avaliação pelo cliente e ganhou o prêmio de melhor distribuidora de energia elétrica
do Brasil [1].
Um índice com grande importância na premiação da melhor concessionária é o
Índice de Satisfação com a Qualidade Percebida (ISQP), índice no qual a Coelce vem
crescendo. Em 2009, 92,7% dos clientes disseram estar muito satisfeitos ou satisfeitos com os
serviços prestados. Em 2008 esse valor era 84,3% e em 2007 era 79,2%. Em 2009, a média
nacional foi de 79,9% e em 2008, 77,4% [2]. Na Figura 1 são apresentados o valor médio do
ISQP 2008 da empresa ganhadora e o da Coelce, a evolução da Coelce de 2000 a 2008, bem
como o ISQP de cada departamento do Ceará. A Figura 2 apresenta a evolução do índice
ISQP da Coelce ao longo do tempo e sua posição em relação às concessionárias do Nordeste e
do Brasil.
O aumento da satisfação dos clientes está relacionado com o crescimento dos
investimentos realizados em diversas áreas, como atendimento ao cliente e redução dos
índices de Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC) e
Freqüência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), gerando,
conseqüentemente, um aumento da continuidade da energia elétrica. Como parte dessa
melhoria dos índices e do fortalecimento da imagem da Coelce, está o procedimento tema
desta monografia, que é o faseamento do sistema elétrico.
4

94,6

92,4
88,8
87,4

87,2
85,2
84,3

84,3
83,4

82,0
79,2

79,2
77,4

76,3
75,7

75,7

72,2

70,7
69,9
63,6

CENTRO NORTE

LESTE

NORTE
FORTALEZA

METROPOLITANA
CENTRO SUL

SUL
ATLÂNTICO
BENCHMARKING NORDESTE 2008 (COELCE)
BENCHMARKING ABRADEE 2008 (PANAMBI)
MÉDIA ABRADEE 2008

COELCE - 2000

COELCE - 2001

COELCE - 2002

COELCE - 2003

COELCE - 2004

COELCE - 2005

COELCE - 2006

COELCE - 2007

COELCE - 2008
Figura 1. Evolução do ISQP da Coelce.

Figura 2. Pesquisa de satisfação dos clientes (ISQP) ABRADEE 2009.

Os valores de DEC e FEC da Coelce têm reduzido bastante, ficando entre os


menores valores do Brasil, contribuindo para um fornecimento de energia elétrica de
qualidade e que a cada ano melhora. Isso é um reflexo de diversas posturas e atitudes que
somadas acarretam em ganhos aos consumidores, segurança para os trabalhadores e melhorias
na rede. As Figuras 3 e 4 apresentam, respectivamente, a redução do DEC e do FEC, no
Ceará, considerando o período de 2001 a 2008. As Figuras 5 e 6 apresentam, respectivamente,
5

um comparativo das concessionárias que atingiram os melhores valores de DEC e FEC no


Brasil.

Figura 3. Evolução do índice DEC no Ceará.

Figura 4. Evolução do índice FEC no Ceará.

Figura 5. Comparativo dos melhores índices de DEC no Brasil em 2008.


6

Figura 6. Comparativo dos melhores índices de FEC no Brasil em 2008.

1.1 Objetivo

Esta monografia tem por objetivo apresentar os conceitos básicos e fundamentos


teóricos do faseamento do sistema elétrico e um estudo de caso real de implantação do
faseamento realizado na subestação do Tauape, parte integrante do sistema elétrico da Coelce.
O faseamento é um procedimento que envolve conhecimento das disciplinas de
Geração Transmissão e Distribuição, Transmissão de Energia Elétrica, Proteção de Sistemas
Elétricos e principalmente Distribuição de Energia Elétrica e Circuitos II. A fundamentação
teórica da Disciplina de Circuitos II foi utilizada para a análise das tensões a partir das
operações fasoriais. Ao ocorrerem inversões nas linhas de 69 kV, para transformadores com o
mesmo tipo de ligação, consegue-se adequar os ângulos entre as tensões e, com isso, ganha-se
agilidade para os trabalhadores e comodidade para os clientes à medida que não são mais
necessárias interrupções no fornecimento para fechamento de encontros de alimentadores e
linhas de transmissão.

1.2 Estrutura do trabalho

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma pesquisa bibliográfica


na própria Coelce, nas empresas de energia e na literatura especializada, no sentido de se
obter subsídios adicionais que contribuíssem para o desenvolvimento da monografia. Como
resultado desta revisão bibliográfica, adotou-se uma estrutura de trabalho em seis capítulos,
cujos conteúdos são descritos a seguir.
O capítulo 2 tem por objetivo fornecer conceitos básicos sobre o sistema elétrico
brasileiro, apresentando a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Mostra o
7

Sistema Interligado Nacional, as configurações da rede de distribuição, tipos de alimentadores


e padrões de qualidade em regime permanente e transitório.
O capítulo 3 apresenta o sistema elétrico da Coelce, aspectos regulatórios,
operacionais de concessão e sua estrutura; dados gerais sobre o sistema, tais como a
quantidade de subestações automatizadas e não-automatizadas, transformadores de
distribuição, quantidade e extensão de linhas de transmissão, dentre outras; explicita os pontos
de suprimento, sistema de automação e operação do sistema elétrico no Ceará, apresentando
as diversas áreas de responsabilidade.
O histórico do faseamento, os objetivos, as vantagens, o cronograma adotado para
o mapeamento das subestações, a ordem adotada para a execução do procedimento e a
fundamentação teórica, com os cálculos de defasamento dos transformadores de
subtransmissão, níveis de tensão possíveis para diversas combinações de fase no lado de 69
kV e no lado de 13,8 kV são detalhados no capítulo 4.
No capítulo 5 é analisado um estudo de caso visando exemplificar na prática os
procedimentos realizados em campo. A partir da subestação do Tauape, são vistas as
dificuldades encontradas, o passo-a-passo para a execução das manobras e as áreas
envolvidas.
Por fim tem-se a conclusão, em que se encontra uma revisão do faseamento,
destacando seu histórico e importância, os objetivos alcançados e os benefícios conseguidos
com esta monografia.
8

2 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA

2.1 Sistema Elétrico Brasileiro

O Sistema Elétrico é composto por um conjunto de equipamentos e instalações


que geram, transmitem e distribuem energia elétrica. Ele é subdividido em três etapas:
geração, transmissão e distribuição. A geração no Brasil é composta em grande parte por
centrais hidroelétricas localizadas longe dos centros de consumo. Para permitir o suprimento
de energia elétrica, existem linhas de transmissão interligando a geração aos consumidores
finais. Esse transporte de grandes blocos de energia é realizado a elevadas tensões, visando
reduzir as perdas técnicas (perdas joulicas). Essa tensão é rebaixada em subestações (SE) de
transmissão, em que grandes consumidores são alimentados, tais como indústrias, geradores
são conectados e, através de subestações de subtransmissão e transformadores de distribuição,
essa tensão é rebaixada, permitindo a ligação de clientes de baixa tensão. A Figura 7 mostra
um esquema simplificado de como a energia elétrica é transmitida: sua tensão é elevada em
subestações elevadoras (1), transportada a longas distâncias e em subestações abaixadoras (2),
o nível de tensão é rebaixado, permitindo a conexão dos clientes atendidos tanto em tensão de
distribuição de alta tensão quanto distribuição primária e por último a tensão chega a níveis
utilizados em equipamentos (3), alimentando o consumidor final, que representa a maior parte
dos clientes [3].

Figura 7. Esquemático de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica

Segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2009, a fonte hidráulica


corresponde, no Brasil, a 73,1% da geração de energia elétrica no Brasil. O Operador
Nacional do Sistema (ONS) realiza estudos com base em dados disponíveis de oferta,
mercado e da disponibilidade de combustíveis, analisando oferta de energia, expansão da
transmissão e o atendimento à demanda. Anualmente é feito o Planejamento da Operação
Energética, em que é considerado um horizonte de tempo de cinco anos. Dentre outras
funções, o ONS define o despacho diário de geração e dos intercâmbios, bem como a
9

programação de intervenções [4]. A Figura 8 representa o percentual da oferta do Brasil em


2008 das fontes de energia elétrica. Percebe-se que a fonte hidráulica é predominante e em
seguida tem-se o item importação, que corresponde à energia da Itaipu Binacional [4].

Figura 8. Oferta interna de energia elétrica em 2008 no Brasil.

O Brasil apresenta um sistema de transmissão com proporções continentais. Como


uma de suas peculiaridades, tem-se o Sistema Interligado Nacional (SIN) que é coordenado
pelo ONS e regido pelos Procedimentos de Rede, documentos estes que estabelecem as
responsabilidades dos Agentes e as sistemáticas para operação, planejamento e coordenação
da Rede Básica. Essa interconexão propicia o despacho otimizado das gerações, melhor
aproveitando as disponibilidades energéticas, proporcionando maior segurança e
confiabilidade dos recursos e do sistema, pois uma região pode suprir outra que esteja com
baixas reservas, criando usinas virtuais. Isto representa otimização de recursos e redução de
investimento para construção de novas usinas e ampliação das existentes, pois uma fonte de
geração pode ter menor quantidade de unidades geradoras de reserva para os horários de
ponta.
Grande parte do sistema brasileiro está interligado, sendo formado por empresas
nas áreas Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte, restando apenas cerca
de 3,4% da capacidade de geração fora do SIN [4].
O sistema elétrico no Brasil está subdividido em dois grandes sistemas: a Rede
Básica e a Rede de Distribuição regulamentada pelos Procedimentos de Distribuição
(PRODIST). A Rede Básica compreende os sistemas com níveis de tensão igual ou superior a
230 kV que devem atender aos padrões estabelecidos nos Procedimentos de Rede do ONS
10

(PROREDE). A Rede de Distribuição é suprida pela Rede Básica e por produtores


independentes de energia nos níveis de tensão igual ou inferior a 138 kV. Os níveis de tensão
padronizados no Brasil para a Rede Básica são: 600 kV em corrente contínua e em corrente
alternada são: 230 kV (AT - Alta tensão), 345 kV (EAT - Extra alta tensão), 440 kV (EAT -
Extra alta tensão), 500 kV (EAT - Extra alta tensão) e 750 kV (UAT – Ultra alta tensão) [4].
A Figura 9 apresenta o mapa do Sistema Interligado Nacional do Brasil com suas tensões de
operação.

Figura 9. Sistema de transmissão brasileiro.


11

O sistema de distribuição de energia no Brasil é subdividido em [5]:


 Distribuição em Alta tensão (AT) – níveis de tensão menor que ou igual a 138 kV e
igual ou superior a 69 kV;
 Distribuição primária ou Média Tensão (MT) – compreende tensões superiores a 1 kV
e inferiores a 69 kV. As tensões mais comuns são 3,8 kV, 6,6 kV, 11,9 kV, 13,8 kV e
34,5 kV. Alimenta algumas indústrias, hospitais, clínicas, hotéis e comércios;
 Distribuição secundária ou Baixa Tensão (BT) – rede cujo valor de tensão é inferior ou
igual a 1 kV em corrente alternada e 1,5 kV em corrente contínua. Esse nível é
utilizado em prédios, residências, estabelecimentos comerciais e industriais, etc. Os
valores nominais mais encontrados são: 127/220 V e 220/380 V.
As tensões padronizadas para a Rede de Distribuição são listadas na Tabela 1 [6].

Tabela 1. Tensões nominais padronizadas no Brasil.

Tipo de Conexão Sistema Tensões nominais (V)


254 / 127
BT Monofásico
440 / 220
220 / 127
BT Trifásico
380 / 220
13.800
MT Trifásico
34.500
69.000
AT Trifásico
138.000

2.2 Configuração da Rede de Distribuição

O sistema elétrico de distribuição primário ou sistema de média tensão é


composto de equipamentos como religadores, chaves fusíveis, chaves secionadoras e
secionalizadores. Os alimentadores de distribuição podem ser classificados em [7]:
 Alimentador expresso ou exclusivo: quando o mesmo tem como objetivo suprir
somente uma determinada carga e não apresenta derivações;
12

 Alimentador de distribuição primário ou de Média Tensão (MT): tem como


objetivo levar energia a vários pontos de entrega a clientes atendidos em média
tensão. Na Coelce a MT é em 13,8 kV.
 Alimentador de distribuição secundário ou de Baixa Tensão (BT): tem como
objetivo levar energia a vários pontos de entrega por intermédio de
transformadores de distribuição. Na Coelce a BT é em 380 / 220 V.

Um alimentador de distribuição em média tensão é composto de um circuito


principal, denominado tronco de alimentador, e de ramais que são circuitos secundários
derivados do tronco de alimentador. Os alimentadores principais normalmente possuem
encontros com outros alimentadores e fornecem energia aos consumidores de maior porte.
A rede secundária de distribuição é composta por equipamentos e condutores sob
uma tensão inferior a 1 kV, ou seja, alimentados por um transformador de distribuição [8].
As configurações da rede de distribuição podem ser:
 Radial - quando apresenta um sentido único de circulação da corrente, sem
apresentar encontros com outros alimentadores. A fonte é uma subestação e ao
longo do alimentador até o final existem clientes conectados. Na Figura 10 é
apresentado um diagrama unifilar de um alimentador de distribuição com
configuração radial.

Legenda:

R – Religador;

4/0 e 95 –
Bitolas do
condutor;

Numeração –
Tombamento
da chave.

Figura 10. Sistema de distribuição radial.

 Radial com recurso – apresenta encontros com alimentadores da mesma


subestação e/ou de subestações diferentes. Apresenta um maior grau de
13

confiabilidade. É utilizado em locais que alimentem grandes clientes, tais como


hospitais, hotéis, repartições públicas, clínicas, entre outras. Quando da ocorrência
de defeitos, o tempo para restabelecimento é menor, haja vista que pode-se
transferir as cargas para outro alimentador. Nesse caso, o encontro pode ser
advindo de um mesmo transformador de uma subestação, transformadores
distintos da mesma subestação ou transformadores distintos de diferentes
subestações. Na Figura 11 é apresentado um diagrama unifilar simplificado de
sistema de distribuição que pode ser adotado configuração radial com recurso.

Legenda:

R – Religador;

4/0 e 95 –
Bitolas do
condutor;

Numeração –
Tombamento
da chave.

Figura 11. Sistema de distribuição radial com recurso.

Conforme ilustrado no diagrama unifilar da Figura 11, as cargas do sistema de


distribuição podem ser alimentadas pelas subestações A, B e C adotando recursos como
encontro de alimentadores que seriam fechados, assumindo a carga de outro alimentador
somente quando da desenergização de um alimentador pelo sistema de proteção ou pela
equipe de manutenção.
A configuração radial do sistema apresentado na Figura 11 possui recursos
suficientes para transferência de carga a partir das Subestações A, B ou C. O encontro entre
dois circuitos energizados é algo comum na média tensão (13,8 kV). A transferência de carga
é realizada através de chaves seccionadoras manuais, automáticas, ou Unidade Terminal
Remota (UTR) operada via comando remoto. Estas chaves são mantidas normalmente abertas
e por necessidades operacionais são fechadas, visando a continuidade do fornecimento a
clientes; ao atendimento a capacidade dos cabos, pois o paralelismo reduz o carregamento do
14

cabo, podendo ser utilizado para aliviar alimentadores e à manutenção do nível de tensão
dentro do permitido por norma, devido ao fato de a queda de tensão ser reduzida.
O sistema de sub-transmissão em AT apresenta trechos em anel, que pode ser
linhas de transmissão ou subestações em paralelo. A operação do sistema elétrico em paralelo,
ou seja, em anel, apresenta vantagens e desvantagens em relação à operação de um sistema
radial ou radial com recursos. Como desvantagem tem-se que a ocorrência de um defeito no
condutor afeta os dois circuitos, cortando o fornecimento de um número maior de clientes,
contribuindo para um maior DEC da empresa. Como vantagem tem-se que a queda de tensão
ao longo do cabo é reduzida, proporcionando uma melhor distribuição das cargas e
postergação de investimentos. Para essa configuração, se faz necessário analisar os ajustes das
proteções, capacidades nominais e de curto-circuito dos equipamentos [9]. A Figura 12
apresenta um sistema em anel, formado pelo paralelismo tanto de linhas de transmissão
quanto de subestações.

Figura 12. Sistema de transmissão em anel.

Nas redes aéreas de média tensão predomina o uso de encontro de alimentadores,


enquanto na alta tensão o paralelismo de linhas de transmissão e subestações fechando os
sistemas em anel é mais freqüente.
A operação dos sistemas elétricos deve atender a determinados padrões de
desempenho, para garantir o fornecimento do produto energia aos consumidores dentro de um
padrão de qualidade desejado. Os critérios para avaliação dos padrões de desempenho do
Sistema de Elétrico Brasileiro estão estabelecidos nos Procedimentos de Rede do ONS, no
15

PRODIST – Procedimentos de Distribuição e nas Resoluções da Agência Nacional de Energia


Elétrica (ANEEL). Os principais aspectos considerados da qualidade do produto em regime
permanente ou transitório são [10]:

 Tensão em regime permanente


 Fator de Potência
 Harmônicos
 Desequilíbrio de tensão
 Flutuação de tensão
 Variações de tensão de curta duração;
 Variação de freqüência:

a) Tensão em regime permanente:

Nas Tabelas 2 e 3 são apresentadas as faixas de variação de tensão padronizadas


no Brasil.

Tabela 2. Variação de tensão permitida para valores superiores a 1 kV e inferiores a 69 kV.

Tensão de Atendimento: de 1 kV a 69 kV Faixa de variação da tensão de leitura


Adequada 0,93 ≤ V ≤ 1,05
Precária 0,90 ≤ V < 0,93
Crítica V < 0,90 ou V > 1,05

Tabela 3. Variação de tensão permitida para valores inferiores a 1 kV (380 / 200 V).

Tensão de Atendimento: 380/220 V Faixa de variação da tensão de leitura


Adequada 348 ≤ V ≤ 396 e 201 ≤ V ≤ 231
327 ≤ V < 348 ou 396 < V ≤ 403 e
Precária
189 ≤ V < 201 ou 231 < V ≤ 233

V < 327 ou V > 403 e


Crítica
V < 189 ou V > 233
16

b) Fator de potência:

O valor do fator de potência é calculado a partir dos valores registrados das potências ativa e
P
reativa, em que: FP = .
P2 + Q2

Unidade consumidora com tensão inferior a 230 kV deve ter o fator de potência
compreendido entre 0,92 e 1,00.

c) Harmônicos:

São distorções que ocorrem na forma de onda da tensão e da corrente em relação à onda
senoidal de freqüência fundamental. Na Tabela 4 são apresentados os valores de
referência das distorções harmônicas de tensão.

Tabela 4. Valores de referência das distorções harmônicas totais.

Tensão nominal do barramento Distorção harmônica total de tensão [%]


VN ≤ 1 kV 10
1 kV < VN ≤ 13,8 kV 8
13,8 kV < VN ≤ 69 kV 6
69 kV < VN ≤ 230 kV 3

d) Desequilíbrio de tensão:
Associadas a alterações no padrão trifásico da tensão. O valor de referência nos
barramentos do sistema de distribuição, com exceção da baixa tensão, deve ser igual ou
inferior a 2%.

e) Flutuação de tensão:

É uma variação aleatória, repetitiva ou esporádica do valor eficaz da tensão. A


determinação da qualidade da tensão de um barramento do sistema de distribuição quanto
à flutuação de tensão avalia o incômodo provocado pelo efeito da cintilação luminosa no
consumidor, que tenha em sua unidade consumidora pontos de iluminação alimentados
em baixa tensão.
17

f) Variações de tensão de curta duração:

São desvios significativos no valor eficaz da tensão em curtos intervalos de tempo. Na


Tabela 5 é apresentada a classificação das variações tensão de curta-duração.

Tabela 5. Classificação das variações de tensão de curta duração.

Amplitude da tensão (valor


Classificação Denominação Duração da Variação eficaz) em relação à tensão de
referencia
Interrupção
Inferior ou igual a três
Momentânea de Inferior a 0,1 p.u
Segundos
Tensão
Variação
Afundamento Superior ou igual a um
Superior ou igual a 0,1 e
momentânea Momentâneo de ciclo e inferior ou igual
inferior a 0,9 p.u
Tensão a três segundos
de tensão
Elevação Superior ou igual a um
Momentânea de ciclo e inferior ou igual Superior a 1,1 p.u
Tensão a três segundos
Interrupção Superior a três
Temporária de segundos e inferior a Inferior a 0,1 p.u
Tensão três minutos
Variação
Afundamento Superior a três
temporária Superior ou igual a 0,1 e
Temporário de segundos e inferior a
inferior a 0,9 p.u
de tensão Tensão três minutos
Elevação Superior a três
Temporária de segundos e inferior a Superior a 1,1 p.u
Tensão três minutos

g) Variação de freqüência:
O sistema de distribuição e as instalações de geração conectadas ao mesmo devem, em
condições normais de operação e em regime permanente, operar dentro dos limites de
freqüência situados entre 59,9 Hz e 60,1 Hz.
18

3 SISTEMA ELÉTRICO DA COELCE: ASPECTOS REGULATÓRIOS E


OPERACIONAIS

3.1 Aspectos Regulatórios e de Concessão

Segundo a ANEEL, concessionária ou permissionária é um agente titular de


concessão ou permissão federal, para explorar a prestação de serviços públicos de energia
elétrica [5].
O contrato de concessão da Coelce contempla vários critérios, estabelecendo
condições de prestação dos serviços, em que a concessionária obriga-se a adotar tecnologia
adequada e a empregar equipamentos, instalações e métodos operativos que garantam níveis
de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na
prestação dos serviços e a modicidade das tarifas [5].
O serviço de distribuição de energia elétrica somente deve ser interrompido em
situação de emergência ou após prévio aviso, quando ocorrer algum motivo de ordem técnica
ou de segurança das instalações e/ou haja irregularidade praticada pelo consumidor,
inadequação de suas instalações, ou inadimplência de faturas de fornecimento.
A inobservância dos índices de continuidade de fornecimento de energia elétrica
estabelecidos nos regulamentos específicos para cada conjunto das áreas de concessão, bem
como pela violação dos índices de qualidade de serviço relativos à tensão de fornecimento, ou
de outros aspectos que afetem a qualidade do serviço de energia elétrica, a concessionária
estará sujeita a multas pecuniárias, aplicadas pela ANEEL, nos termos das normas
regulamentares e de contrato.
Sem prejuízo do cumprimento do estabelecido na legislação, a concessionária
obriga-se a manter e melhorar os níveis de continuidade do fornecimento de energia elétrica e
observar os demais indicadores [5].

3.2 Estrutura do Sistema Elétrico

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Ceará


possui uma extensão de 148.825,602 km2 e está dividido em 184 municípios. São 8.185.286
habitantes, de acordo com o recenseamento de 2007 [11].
19

O suprimento de energia no estado do Ceará é realizado através do sistema de


transmissão da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e distribuída para a
grande maioria dos consumidores através do sistema de distribuição da Companhia Energética
do Estado do Ceará (Coelce).
A Coelce faz fronteira com a CHESF através de 10 pontos de suprimento,
correspondentes às SEs: Milagres, Tauá, Icó, Banabuiu, Russas, Fortaleza, Delmiro Gouveia,
Pici, Cauípe e Sobral. Possui atualmente 2.939.754 clientes, sendo estes divididos em: alta
tensão (69 kV) – 39 clientes, média tensão (13,8 kV) – 7.076 clientes e baixa tensão (380 /
220 V) – 2.932.639 clientes.
No estado do Ceará, segundo informações de agosto de 2009, tem-se
aproximadamente 1096 eletrodependentes, que são pessoas que dependem de aparelhos
elétricos para sobreviver. Devido à fragilidade dessas pessoas causadas por doenças, a falta de
energia elétrica não representa apenas a restrição do conforto, mas uma condição de risco à
vida. O mínimo de interrupção no fornecimento que se cause, gera uma situação de perigo e
desconforto, devendo ser evitada ao máximo.
Apesar de que, perante a lei, todos os clientes são igualmente importantes para
avaliar os índices de qualidade da energia elétrica, existem alguns que operacionalmente são
tratados de forma especial. Consumidores cujas cargas são sensíveis a oscilações de tensão,
em que uma paralisação ocasiona perda de produção ou do processo seletivo por inteiro,
ocasionando elevadas perdas financeiras, trazendo riscos à segurança humana e/ou cujo
restabelecimento de energia não ocasione um retorno imediato da produção apresentam
prioridade na operação do sistema. Esses são exemplos de indústrias siderúrgicas, têxteis,
hospitais, clínicas, emissoras de TV e rádio, etc. Além de serem consideradas prioritárias na
hora de uma ocorrência, deve ser evitado ao máximo o corte de fornecimento, mesmo que por
um breve intervalo de tempo [12].
Outros tipos de consumidores são aqueles que uma interrupção gera prejuízos
financeiros, uma paralisação das atividades principais e/ou riscos à segurança humana, porém
as atividades retornam com a volta do fornecimento. São exemplos agências bancárias, órgãos
governamentais, etc. Deve-se evitar ao máximo interrupções prolongadas.
Centros comerciais, hotéis, shopping centers são consumidores que, na falta de
energia elétrica, apresentam perdas financeiras e paralisação das suas atividades. Na falta do
fornecimento, deve-se buscar o restabelecimento em um tempo hábil.
Por último nas prioridades estão os consumidores que não se enquadram acima,
sendo formados pelos clientes residenciais.
20

O sistema elétrico da Coelce possui 102 subestações abaixadoras, sendo 74


automatizadas e 28 não automatizadas (dentre estas 3 SEs seccionadoras), uma linha de
transmissão em 230 kV, extensão de 2.850 km, que alimenta a indústria CCCP do grupo
Votorantin em Sobral, 198 linhas de transmissão em 69 kV com extensão total de 4.272,40
km. Na distribuição primária tem-se 472 alimentadores com extensão de 72.530,11 km,
114.128 transformadores de relação de transformação 13,8 kV – 380/220 V próprios e 7.891
transformadores 13,8 kV – 380/220 V particulares.
Na Tabela 6 são apresentadas todas as subestações do sistema elétrico da Coelce.

Tabela 6. Subestações da Coelce.


Antonina do
Acarape Aldeota Água Fria Amontada
Norte

Apodi Apuiarés Aquiraz Aracati Araras

Barra do Barra do
Beberibe Bonsucesso Brejo Santo
Ceará Figueiredo

Baturité Boa Viagem Crateús Coluna Canindé

Caracará Cariré Curupati Coreaú Cascavel

Distrito Distrito
Dias Macedo Guaramiranga Ibiapina
Industrial I Industrial II

Icapuí Independência Inhuçu Inhuporanga Itaiçaba

Itapajé Itapipoca Jabuti Jaguaruana Jurema


Subestações
automatizadas Juazeiro do Limoeiro do
Mombaça Mucuripe Mondubim
Norte Norte

Maguary Morada Nova Maranguape Messejana Massapê

Monsenhor Nova
Mauriti Papicu Paraipaba
Tabosa Russas

Presidente
Pici Pacajus Pecém Parangaba
Kennedy

São Luiz do
Quixeramobim Quixadá Sobral Solonópoles
Curú

Senador Visçosa do
Tauape Tianguá Trairi
Pompeu Ceará

Varjota Várzea Alegre


21

Tabela 6. Subestações da Coelce (Continuação).

Acaraú Acopiara Araripe Barbalha Balanços

Baixo Acaraú Campos


Caucaia Cedro Camicim
II Sales

Crato Granja Icó Iguatu Jaguaribe


Subestações
não Juatama
Lavras da
Marco Nova Olinda Orós
automatizadas Mangabeira

Tabuleiro de
Porto Russas Tauá Tomé
Russas

Umarituba Umirim

M. Dias
Subestações Porto II Schincariol
Branco I
seccionadoras

3.3 Sistema de Automação

O sistema elétrico da Coelce inicialmente era protegido, supervisionado e controlado


através de dispositivos eletromecânicos e eletrônicos localizados nas subestações, além de
operadores trabalhado em regime de plantão em cada SE. Com o avanço tecnológico na área
de informática e telecomunicações, surgiram os sistemas de aquisição de dados, supervisão e
controle (SCADA/EMS) nos centros de operação de sistemas (COS) que proporcionaram a
interação e intervenção remota do operador no sistema elétrico a partir do COS. Na fase
inicial, foram implantados nas SEs, sistemas de automação convencional utilizando Unidades
Terminais Remotas (UTR), realizando a interface entre o sistema SCADA do COS e os relés
eletromecânicos e/ou eletrônicos, disjuntores e seccionadores. Com o surgimento dos relés
digitais multifunção, baseados em microprocessador, sugiram os modernos sistemas de
automação de subestação (SDA) com sistemas SCADA local.

Na Figura 13 é apresentada a estrutura hierárquica do sistema de automação da Coelce


[13].
22

Figura 13. Diagrama de Bloco da Hierarquia Funcional de um SDA para SE.

Conforme ilustrado na Figura 13, a estrutura hierárquica do sistema de automação da


Coelce possui quatro níveis, os quais são:

 Nível 0 (zero) – corresponde ao próprio processo, sistema elétrico com seus respectivos
transformadores de instrumento, transformadores de potência, disjuntores, religadores,
seccionadores, etc;

 Nível 1 – constituído das unidades de controle de posição (UCPs) - relés, intertravamentos


e automatismos locais. As UCP são instaladas em painéis na casa de comando ou no
próprio pátio da subestação;

 Nível 2 – composto da unidade de controle de subestação (UCS), sistema SCADA e


comunicação com o Nível 1 (UCPs);

 Nível 3 – localizado no Centro de Controle do Sistema (CCS) localizado remotamente.

3.4 Operação do Sistema Elétrico

A operação do sistema elétrico é um conjunto de processos que tem como


finalidade garantir o fornecimento de energia elétrica aos clientes, com o mínimo de
23

interrupções, atendendo aos requerimentos de qualidade e confiabilidade definidos nos


critérios internos e nas legislações do setor elétrico brasileiro. Para atender a esses objetivos, a
empresa deve dispor de uma estrutura para operar em condições de enfrentar situações
corriqueiras, manobrar o sistema em casos de manutenção, além de ser ágil na detecção e
correção de falhas [12].
Operacionalmente, a Coelce possui o Centro de Controle do Sistema (CCS) e 5
Centros de Controle Regionais (CCR). Na Figura 14 é apresentado o Centro de Controle do
Sistema (CCS) da Coelce.

Figura 14. Centro de Controle do Sistema em Fortaleza.

O CCS da Coelce está localizado em Fortaleza, onde uma equipe de operadores de


sistema e engenheiros são responsáveis pela coordenação, supervisão, controle e comando de
toda a rede de alta tensão do Ceará (linhas de transmissão e subestações automatizadas e LTs
e SEs não automatizadas da capital e região metropolitana) e do sistema de média e baixa
tensão da capital e região metropolitana.
Os operadores de sistema do CCS operam o sistema elétrico da Coelce em todos
os seus níveis de tensão de distribuição do estado do Ceará: 69 kV, 13,8 kV e 380/220 V. A
operação diária do sistema Coelce está sob a responsabilidade de vários operadores que se
revezam 24 horas por dia em turnos de 6 horas. Dentre suas atividades estão [14]:
24

 Orientar trabalhadores nas atividades de campo acerca das ações a serem realizadas;
 Tomar decisões referentes a ocorrências intempestivas que causam desligamentos na rede;
 Acompanhar a execução de manobras no sistema elétrico;
 Fechar incidências, dentre outras.
Cada operador de alta e média tensão conta com 1 rádio, 4 telefones e 5 monitores
de computador. Todas as ligações são gravadas e arquivadas por um período de 5 anos.
Os Centros de Controle Regionais estão localizados nas principais cidades do
Ceará, atendendo a regiões específicas. Cada CCR é responsável pela supervisão, controle e
comando do sistema de distribuição de baixa, média e alta tensão (apenas as SEs não
automatizadas) de uma região do interior do Estado, conforme ilustrado no mapa da Figura
15.

Figura 15. Mapa da área técnica por departamento.


25

Na Tabela 7 é apresentada a relação de Centros de Controle Regionais da Coelce


com sua localização, região do estado do Ceará responsável pelo atendimento e o órgão ao
qual estão subordinados:

Tabela 7. Área de responsabilidade dos Centros Regionais.

Centro
Descrição
Regional
Centro de Controle Regional de Sobral, subordinado aos
CCRS Departamentos Norte em Sobral (DNORT) e Atlântico em Itapipoca,
opera a região norte do estado.
Centro de Controle Regional de Canindé, subordinado ao
CCRC Departamento Centro-Norte (DECEN), opera a região centro-norte do
estado.
Centro de Controle Regional de Limoeiro, subordinado ao
CCRL
Departamento Leste (DLEST), opera a região leste do estado.
Centro de Controle Regional de Iguatu, subordinado ao Departamento
CCRI
Centro-Sul (DECES), opera o centro sul do estado.
Centro de Controle Regional de Juazeiro, subordinado ao
CCRJ
Departamento Sul (DESUL), opera a região sul do estado.
26

4 FASEAMENTO

4.1 Histórico

Como parte das exigências de melhoria contínua, aumento da segurança para as


pessoas que trabalham em campo, comodidade para os clientes, dentre outras, observou-se a
necessidade da adequação das fases das subestações como uma boa prática a ser adotada.
O Faseamento é um trabalho de adequação planejado e realizado pelas áreas de
Operação de Redes de AT e MT, Estudo da Proteção, Manutenção das Proteções e
Automação, Manutenção de Subestações e Linhas de Transmissão, Manutenção da Rede de
Distribuição e com o apoio de equipes parceiras nas instalações da Coelce, linhas de
transmissão, subestações e alimentadores, com o objetivo de garantir a realização de
manobras de transferência de carga entre os alimentadores sem corte no fornecimento de
energia aos clientes. As justificativas para a realização deste procedimento são:
 Aumento significativo na satisfação dos clientes com reflexo direto na imagem da
Coelce;
 Ganho na realização das manobras de transferência de carga entre alimentadores, pois
estas passam a ser executadas com maior agilidade, aumentando a segurança das
pessoas envolvidas e sem ocasionar interrupção no fornecimento de energia aos
clientes;
 Redução dos gastos financeiros, pois evita que, caso o encontro seja fechado
indevidamente, não ocorra um curto-circuito, o que retiraria de operação os dois
alimentadores e poderia causar danos a equipamentos na rede e/ou de clientes;
 No planejamento e execução das ações, os funcionários passam a conhecer melhor o
sistema que eles mantêm e operam. Esse conhecimento reflete em ações de melhoria e
reforma das instalações atuais, bem como em sugestões no planejamento de novas
instalações.
O primeiro procedimento para a correção do faseamento na área da Coelce
iniciou-se com a SE Varjota (VRJ), seguida pela SE Mucuripe (MCP), as quais se
encontravam na seqüência ABC e passaram para a seqüência ACB. Dando continuidade ao
processo, observou-se que as SEs circunvizinhas se encontravam em outra seqüência de fase
(ABC) e que essas tinham seus encontros faseados entre si. As correções foram paralisadas e
27

foi feito um levantamento em campo das seqüências de todas as SEs sob comando e controle
do CCS. Na ocasião, foi visto que grande parte das SEs estava em outra seqüência (ABC), o
que demandou um retrabalho para desfazer as alterações de fase nas duas subestações citadas
acima.
Após verificação da seqüência de fase nos transformadores de todas as
subestações da capital e metropolitana através de levantamento em campo, foi realizada uma
análise que ratificou a necessidade de desfazer a ordem das fases de VRJ e MCP. Os dados
obtidos foram utilizados tanto para a escolha da seqüência padrão, que é ABC (maior número
de subestações com essa seqüência) quanto para o início dos estudos de faseamento das
subestações que se encontravam com outra seqüência de fase: ACB. Fez-se cerca de 250
medições em encontros de alimentadores e em vários alimentadores de média tensão.
Após esta fase, adotou-se a SE Delmiro Gouveia (DMG) como referência. As
redes de alta tensão foram percorridas e analisadas e iniciou-se as adequações das
subestações.
Na Tabela 8 é apresentado o cronograma de realização do faseamento nas SEs
VRJ, MCP, Tauape (TAP), Água Fria (AGF), Papicu (PAP), Messejana (MSJ), Pacajus
(PCJ), Mondubim (MDM) e Baturité (BRT).

Tabela 8. Dados das SEs faseadas.

Ítem Subestação Dia do Faseamento Fase Inicial Fase Final


1 VRJ 06/01/2007 ABC CBA
2 MCP 16/12/2007 ABC CBA
3 VRJ 17 e 18/05/2008 CBA ABC
4 TAP 5 e 6/07/2008 CBA ABC
5 AGF 27/07/2008 CBA ABC
6 PAP 1 e 2/08/2008 CBA ABC
7 MCP 21/09/2008 CBA ABC
8 MSJ 26/10/2009 CBA ABC
9 PCJ 27 e 28/12/2008 CBA ABC
10 MDM 18/01/2009 CBA ABC
11 BRT 23, 24 e 25/10/2009 CBA ABC
28

Nas Figuras 16 e 17 são apresentadas, através de diagrama de blocos, as


subestações da Coelce submetidas ao faseamento nos anos de 2007 a 2009. Os blocos e setas
em vermelho indicam que as SEs não estão faseadas e, portanto, não estão aptas tecnicamente
para transferência de cargas sem interrupção entre as mesmas.

Figura 16. Faseamento inicial das SEs Coelce em 2007.

Figura 17. Faseamento das SEs Coelce até novembro de 2009.


29

Esse trabalho contemplou inicialmente os alimentadores da Capital e Região


Metropolitana de Fortaleza, sendo prevista para o fim do ano a conclusão da última
subestação, SE Caucaia, conforme pode ser observado na Figura 16. O objetivo é ampliá-lo
para atender todas as regiões do Estado.

4.2 Fundamentação Teórica

O sistema elétrico brasileiro é basicamente formado por um sistema trifásico em


corrente alternada, ou seja, é constituído por geradores trifásicos que produzem na saída três
tensões defasadas entre si de 120°. Os sistemas trifásicos apresentam as seguintes vantagens
em relação aos monofásicos [15]:
 Redução das perdas elétricas por efeito joule, devido às magnitudes das tensões de
linha serem superiores às de fase e conseqüentemente as correntes de linha são menores;
 Podem alimentar tanto cargas trifásicas quanto cargas monofásicas;
 Motores trifásicos possuem um tamanho menor, se comparados a motores
monofásicos de mesma potência.
A justificativa teórica do faseamento é feita para um sistema ideal cujos valores de
impedância são iguais, independente da fase analisada. Para o gerador conectado em estrela
representado na Figura 18, tem-se:

Legenda:

Zd – Impedância do gerador

ZR – Impedância da carga

Ian, Ibn, Icn – correntes de linha das


fases a, b e c, respectivamente

In – Corrente de neutro

Ea’0, Eb’0 e Ec’0 - Forças


eletromotrizes do Gerador

Figura 18. Diagrama de um gerador conectado em estrela (Y) ligado a uma carga ideal em Y.
30

Va 0 = Ea 0 − I an × Z d (1)

Vb 0 = Eb 0 − I bn × Z d (2)

Vc 0 = Ec 0 − I cn × Z d (3)

Como o gerador ideal alimenta uma carga ideal conectada em estrela (Y), as
tensões de linha apresentam módulos iguais e estão defasadas de 120°. As correntes de linhas
são:
Ea 0
I an = (4)
Zd + ZR

Eb 0
I bn = (5)
Zd + ZR

Ec 0
I cn = (6)
Zd + ZR

Fasorialmente, conforme ilustrado nas Figuras 19 e 20, tem-se as forças


eletromotrizes e as correntes de linhas defasadas de 90°, sendo as correntes atrasadas devido
ao fato de a reatância das bobinas do gerador ser praticamente igual ao valor de impedância
[16].

Ec ' n

Ea ' n

Eb ' n
Figura 19. Diagrama fasorial das forças eletromotrizes.

Ib Ic

Ia
Figura 20. Diagrama fasorial das correntes de linha.
31

Para provar a teoria dos valores de tensão de fase e de linha, utiliza-se de um


artifício matemático chamado operador (α). Operador α é um fasor com módulo igual a 1 e
ângulo igual a 120°, ou seja, se aplicado a qualquer outro fasor, ele não altera o módulo e
adianta o ângulo em 120°. Para uma ligação estrela (Y) tem-se que os valores de fase das
  
tensões são: Van = |Van| 0° , Vbn = |Vbn| -120° e Vcn = |Vcn| 120° [16].
Os valores das tensões de linhas são composições das tensões de fase, logo:
  
Vab = Van - Vbn (7)

Substituindo Vbn por α 2 × Van:


 

Vab = Van - α 2 × Van


  
(8)

Colocando em evidência a variável Vab:
Vab = Van × (1 - α 2 )
 
(9)

Sabendo que α = 1 120° , tem-se que (1 - α 2 ) = 3 30° , resultando:

Vab = 3 × Van 30°


 
(10)

De forma análoga, provam-se os outros valores das tensões de linha, chegando ao


resultado de que as tensões de linha são 3 vezes maiores do que as tensões de fase e estão
adiantadas por um ângulo de 30°:
Vbc = 3 × Vbn 30°
 
(11)

Vca = 3 × Vcn 30°


 
(12)

Na Figura 21, os vetores de tensão de linha e de fase estão representados na


seqüência direta. Para os vetores girando na seqüência inversa, o módulo não se altera, porém
a defasagem angular entre linha e fase passa de 30° para -30°.
32

Figura 21. Diagrama fasorial das tensões em uma ligação estrela.

Para um gerador conectado em uma ligação delta ( ∆ ), como na Figura 22, tem-se
que a tensão de linha é igual à tensão de fase em módulo e ângulo, pois os enrolamentos estão
ligados uns aos outros e, assim, sujeitos à tensão de linha [15].

Legenda:

Iac, Iba, Icb – correntes das


fases a, b e c,
respectivamente

IaL, IbL, IcL – correntes de


linhas

Ea, Eb e Ec - Forças
eletromotrizes do Gerador

Figura 22. Diagrama de um gerador conectado em delta ( ∆ ) ligado a uma carga ideal em delta.

Um gerador conectado em delta pode ter uma carga trifásica ligada em delta ou
em estrela isolada ou aterrada. Como as tensões de fase coincidem com as de linha, tem-se
que para um sistema equilibrado:
VaF = VaL = | V | 0°
 
(13)
33

VbF = VbL = | V | −120°


 
(14)

VcF = VcL = | V | 120°


 
(15)

As correntes de linha e de fase apresentam valores distintos, pois a corrente de


linha é a diferença fasorial entre duas correntes de fase, sendo aquelas maiores do que essas.
Para I ba = | I | 0° , I cb = | I | −120° , I ac = | I | 120° e utilizando o operador α , pode-se
  

observar que:
  
IaL = Iba - Iac (16)
→ →
Substituindo I ac por α × I ba:

IaL = Iba - α × Iba


  
(17)

Colocando em evidência a variável I ba:

IaL = Iba × (1 - α )
 
(18)

Sabendo que α = 1 120° , tem-se que (1 - α ) = 3 − 30° , resultando:

IaL = 3 × Iba − 30°


 
(19)

De forma análoga, provam-se os outros valores das correntes de linha, chegando


ao resultado de que elas são 3 vezes maiores do que as de fase e estão atrasadas por um
ângulo de 30°:
IbL = 3 × Icb − 30°
 
(20)

IcL = 3 × Iac − 30°


 
(21)

Para um sistema na seqüência inversa (ACB) o módulo das correntes de linha


continua sendo 3 vezes maiores do que as de fase, porém as correntes de linha se tornam
adiantadas por um ângulo de 30°.
34

A Figura 23 apresenta as correntes de fase e linha na seqüência direta para uma


ligação delta, estando as correntes de linha atrasadas em relação às correntes de fase por um
ângulo de 30°.

Figura 23. Diagrama fasorial das correntes em uma ligação delta na seqüência direta.

Os transformadores de potência trifásicos podem ter quatro tipos de ligações nos


seus enrolamentos: delta-delta, estrela-estrela, estrela-delta e delta-estrela aterrada. A Coelce,
como distribuidora de energia elétrica, apresenta em suas subestações transformadores
trifásicos abaixadores da tensão 69 kV para 13,8 kV conectados em delta no primário (três
fios) e estrela aterrada no secundário (quatro fios). A conexão nos enrolamentos do primário e
secundário é do tipo Dy1, em que as tensões do primário estão adiantadas em relação às
tensões de fase do secundário. Essa conexão está representada na Figura 24.
O ângulo de desfasamento corresponde ao ângulo que formam o ponteiro das
horas e o ponteiro dos minutos de um relógio, a determinada hora, tomando como referência
as 12 horas como 0°. As duas letras e o número designam o grupo ao qual pertence o
transformador. Um transformador ligado em triângulo no primário e estrela no secundário
com desfasamento de + 30°, pertence ao índice Dy1.
A partir das ligações do transformador, analisa-se a seguir as tensões no primário
e secundário apresentando o defasamento entre as tensões de fase e de linha. Essa análise visa
fornecer um embasamento teórico para posteriores estudos da fundamentação teórica do
faseamento.
35

Figura 24. Conexão delta-estrela aterrada de um transformador de distribuição.

Supondo as tensões de fase equivalentes do primário em relação a um referencial


 |V |  |V |  |V |
comum (terra) como VA = 30° , VB = −90° e VC = 150° , observa-se o diagrama
3 3 3
fasorial das tensões de fase do primário no lado delta na Figura 25.

Figura 25. Fasores das tensões do primário em relação à terra.

Considerando as tensões de linha do primário como uma soma fasorial das tensões
de fase, tem-se VAC = | V | 0° , VBA = | V | −120° e VCB = | V | 120° , conforme a Figura 26.
  
36

Figura 26. Fasores das tensões nos enrolamentos de 69 kV.

Para a ligação delta-estrela aterrada, as tensões de fase do secundário estão em


|V | |V |
fase com as tensões de linha do primário, logo: Va = 0° , Vb = −120° e
 
3 xRTC 3 xRTC
|V |
Vc = 120° . A Figura 27 mostra o diagrama fasorial das tensões no secundário do

3 xRTC
transformador, conectado em estrela aterrado.

Figura 27. Fasores das tensões de fase no secundário.

Existem diversas seqüências nos alimentadores: uma subestação pode estar na


seqüência direta (ABC) e outra na seqüência inversa (ACB), ambas podem estar na seqüência
direta, mas com fases trocadas (ABC com BCA ou com CAB) e ambas podem estar na
seqüência inversa, mas com fases trocadas (ACB com CBA ou com BAC). Este trabalho
analisa todas as combinações possíveis descritas acima.
Conforme mostra a Figura 28, analisa-se os valores de tensão no encontro entre
dois alimentadores cujas subestações estão na seqüência direta.
37

Figura 28. Encontro de alimentadores entre SEs faseadas.

A Figura 29 indica os fasores das tensões do primário e secundário de cada


transformador apresentado na SE A e SE B da Figura 28.

Figura 29. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs.
38

As tensões de fase da SE A são: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 −90° e


 

VC = 39,837 150° para o primário e Va = 7,967 0° , Vb = 7,967 −120° e Vc = 7,967 120° para
   

o secundário. Para a SE B: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 −90° e VC = 39,837 150° para o


  

primário e Va = 7,967 0° , Vb = 7,967 −120° e Vc = 7,967 120° para o secundário.


  

A partir das Figuras 28 e 29, tem-se que os níveis de tensão de fase para diversas
combinações no encontro entre 1, 2 e 3 da SE A e R, S e T da SE B são:

 Medição V1R:
V1R = V1 − VR
  
(22)

V1R = 0 V

(23)

 Medição V1S:
V1S = V1 − VS
  
(24)

V1S = 13,8 30° kV



(25)

 Medição V1T:
V1T = V1 − VT
  
(26)

V1T = 13,8 −30° kV



(27)

 Medição V2R:
V2 R = V2 − VR
  
(28)

V2 R = 13,8 −150° kV

(29)
39

 Medição V2S:
V2 S = V2 − VS
  
(30)

V2 S = 0 V

(31)

 Medição V2T:
V2T = V2 − VT
  
(32)

V2T = 13,8 −90° kV



(33)

 Medição V3R:
V3 R = V3 − VR
  
(34)

V3 R = 13,8 150° kV

(35)

 Medição V3S:
V3S = V3 − VS
  
(36)

V3S = 13,8 90° kV



(37)

 Medição V3T:
V3T = V3 − VT
  
(38)

V3T = 0 V

(39)

As tensões que aparecem nos encontros quando as subestações estão na mesma


seqüência de fase são: zero (0) e 13,8 kV. A Tabela 9 apresenta todas as combinações
possíveis de tensão no encontro de alimentadores para duas subestações na seqüência de fase
direta.
40

Tabela 9. Tensões no encontro de subestações na seqüência ABC.

VR VS VT
V1 0 13,8 kV 13,8 kV
V2 13,8 kV 0 13,8 kV
V3 13,8 kV 13,8 kV 0

A Figura 30 apresenta o diagrama esquemático de duas subestações distintas,


estando a subestação A na seqüência direta e a subestação B na seqüência inversa. A Figura
31 mostra os fasores de tensão no encontro entre dois alimentadores das subestações indicadas
na Figura 30.

Figura 30. Encontro de alimentadores entre uma SE ABC e outra ACB.


41

Figura 31. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs.

As tensões de fase da SE A são: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 −90° e


 

VC = 39,837 150° para o primário e Va = 7,967 0° , Vb = 7,967 −120° e Vc = 7,967 120° para
   

o secundário. Para a SE B: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 150° e VC = 39,837 −90° para o


  

primário e Va = 7,967 60° , Vb = 7,967 180° e Vc = 7,967 −60° para o secundário.


  

A partir das Figuras 30 e 31, tem-se que os níveis de tensão de fase para diversas
combinações no encontro entre 1, 2 e 3 da SE A e R, S e T da SE B são:

 Medição V1R:
V1R = V1 − VR
  
(40)

V1R = 7,967 −60° kV



(41)

 Medição V1S:
V1S = V1 − VS
  
(42)

(43)
V1S = 15,934 0° kV

42

 Medição V1T:
V1T = V1 − VT
  
(44)

V1T = 7,967 60° kV



(45)

 Medição V2R:
V2 R = V2 − VR
  
(46)

V2 R = 15,935 −120° kV

(47)

 Medição V2S:
V2 S = V2 − VS
  
(48)

V2 S = 7,967 −60° kV

(49)

 Medição V2T:
V2T = V2 − VT
  
(50)

V2T = 7,968 180° kV



(51)

 Medição V3R:
V3 R = V3 − VR
  
(52)

V3 R = 7,968 180° kV

(53)

 Medição V3S:
V3S = V3 − VS
  
(54)

V3S = 7,967 60° kV



(55)
43

 Medição V3T:
V3T = V3 − VT
  
(56)

V3T = 15,935 120° kV



(57)

As tensões que aparecem nos encontros quando as subestações não estão na


mesma seqüência de fase são 7,968 kV e 15,935 kV e estão apresentadas na Tabela 10 de
acordo com as fases medidas.

Tabela 10. Tensões no encontro de subestações na seqüência ABC e ACB.

VR VS VT

V1 7,967 kV 15,935 kV 7,967 kV

V2 15,935 kV 7,967 kV 7,967 kV

V3 7,967 kV 7,967 kV 15,935 kV

A Figura 32 apresenta o diagrama esquemático de duas subestações distintas,


estando a subestação A na seqüência inversa e a subestação B na seqüência direta. A Figura
33 mostra os fasores de tensão no encontro entre dois alimentadores das subestações indicadas
na Figura 32.

Figura 32. Encontro de alimentadores entre uma SE ACB e outra ABC.


44

Figura 33. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs.

As tensões de fase da SE A são: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 150° e


 

VC = 39,837 −90° para o primário e Va = 7,967 60° , Vb = 7,967 180° e Vc = 7,967 −60°
   

para o secundário. Para a SE B: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 −90° e VC = 39,837 150°


  

para o primário e Va = 7,967 0° , Vb = 7,967 −120° e Vc = 7,967 120° para o secundário.


  

A partir das Figuras 32 e 33, tem-se que os níveis de tensão de fase para diversas
combinações no encontro entre 1, 2 e 3 da SE A e R, S e T da SE B são:

 Medição V1R:
V1R = V1 − VR
  
(58)

V1R = 7,968 120° kV



(59)

 Medição V1S:
V1S = V1 − VS
  
(60)

V1S = 15,935 60° kV



(61)
45

 Medição V1T:
V1T = V1 − VT
  
(62)

V1T = 7,968 0° kV

(63)

 Medição V2R:
V2 R = V2 − VR
  
(64)

V2 R = 15,935 180° kV

(65)

 Medição V2S:
V2 S = V2 − VS
  
(66)

V2 S = 7,968 120° kV

(67)

 Medição V2T:
V2T = V2 − VT
  
(68)

V2T = 7,968 −120° kV



(69)

 Medição V3R:
V3 R = V3 − VR
  
(70)

V3 R = 7,968 −120° kV

(71)

 Medição V3S:
V3S = V3 − VS
  
(72)

V3S = 7,968 0° kV

(73)
46

 Medição V3T:
V3T = V3 − VT
  
(74)

V3T = 15,935 −60° kV



(75)

As tensões que aparecem nos encontros quando as subestações não estão na


mesma seqüência de fase são 7,968 kV e 15,935 kV, sendo as diversas combinações
apresentadas na Tabela 11.

Tabela 11. Tensões no encontro de subestações na seqüência ACB e ABC.

VR VS VT
V1 7,968 kV 15,935 kV 7,968 kV
V2 15,935 kV 7,968 kV 7,968 kV

V3 7,968 kV 7,968 kV 15,935 kV

A Figura 34 apresenta o diagrama esquemático de duas subestações distintas,


estando ambas subestações na seqüência inversa. A Figura 35 mostra os fasores de tensão no
encontro entre dois alimentadores das subestações indicadas na Figura 34.

Figura 34. Encontro de alimentadores entre duas SEs na seqüência ACB.


47

Figura 35. Fasores das tensões de fase do primário e do secundário das SEs.

As tensões de fase da SE A são: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 150° e


 

VC = 39,837 −90° para o primário e Va = 7,967 60° , Vb = 7,967 180° e Vc = 7,967 −60°
   

para o secundário. Para a SE B: VA = 39,837 30° , VB = 39,837 150° e VC = 39,837 −90°


  

para o primário e Va = 7,967 60° , Vb = 7,967 180° e Vc = 7,967 −60° para o secundário.
  

A partir das Figuras 34 e 35, tem-se que os níveis de tensão de fase para diversas
combinações no encontro entre 1, 2 e 3 da SE A e R, S e T da SE B são:

 Medição V1R:
V1R = V1 − VR
  
(76)

V1R = 0 kV

(77)

 Medição V1S:
V1S = V1 − VS
  
(78)

V1S = 13,8 30° kV



(79)
48

 Medição V1T:
V1T = V1 − VT
  
(80)

V1T = 13,8 90° kV



(81)

 Medição V2R:
V2 R = V2 − VR
  
(82)

V2 R = 13,8 −150° kV

(83)

 Medição V2S:
V2 S = V2 − VS
  
(84)

V2 S = 0 kV

(85)

 Medição V2T:
V2T = V2 − VT
  
(86)

V2T = 13,8 150° kV



(87)

 Medição V3R:
V3 R = V3 − VR
  
(88)

V3 R = 13,8 −90° kV

(89)

 Medição V3S:
V3S = V3 − VS
  
(90)

V3S = 13,8 −30° kV



(91)
49

 Medição V3T:
V3T = V3 − VT
  
(92)

V3T = 0 kV

(93)

As tensões que aparecem nos encontros quando as subestações estão na mesma


seqüência de fase são zero (0) e 13,8 kV, sendo as diversas combinações apresentadas na
Tabela 12.

Tabela 12. Tensões no encontro de subestações na seqüência ACB.

VR VS VT
V1 0 kV 13,8 kV 13,8 kV

V2 13,8 kV 0 kV 13,8 kV

V3 13,8 kV 13,8 kV 0 kV

As tensões que podem aparecer durante as medições são as seguintes:


 Aproximadamente a tensão nominal do sistema;

 Aproximadamente a tensão nominal do sistema dividida por 3 , que é a tensão fase-

neutro do sistema;
 Aproximadamente o dobro da tensão fase-neutro;
 Aproximadamente zero (valores menores que 1 kV).
Nos casos onde as tensões de fase nos encontros forem iguais a zero, tem-se que o
sistema está faseado, sendo possível a transferência de carga sem interrupção de energia
elétrica. Quando as tensões nos encontros são iguais a 13,8 kV, o sistema está apenas
seqüenciado, sendo possível a transferência de carga somente com interrupção de energia.
Caso duas subestações estejam em seqüências de fase distintas, o sistema pode estar ou não
seqüenciado. Não pode haver transferência de carga entre alimentadores ou linhas de
transmissão não seqüenciados. Para isso, deve-se deixar o encontro seqüenciado buscando que
as três diferenças de tensão sejam 7,968 kV ou 15,935 kV. O faseamento em subestações
torna o encontro seqüenciado em um encontro faseado.
50

5 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso contempla os procedimentos adotados no faseamento da


subestação Tauape. O eixo Tauape, pertencente ao Regional Delmiro Gouveia, apresentava
problemas com relação à seqüência de fase nos encontros dos seus alimentadores.
Realizou-se um planejamento de inspeções para a verificação de faseamento das
SEs desse eixo, envolvendo visitas programadas às instalações da SE DMG, pertencente à
CHESF, e às SEs da Coelce: TAP, ADT, VRJ, PAP, MCP e AGF de maneira a possibilitar a
verificação visual do posicionamento das fases desde a saída e/ou entrada das estruturas
pórticos dos barramentos das referidas SEs, passando pelo caminhamento da linha de
transmissão, posicionamento das fases nos barramentos de AT até a alimentação das buchas
de AT dos transformadores de potência.
Foram realizadas três inspeções, com as quais teve-se um panorama geral e pôde-
se traçar prioridades para a correção de inversões na 69 kV.
 Inspeção dia 02/01/2007:

Foram vistoriadas as seguintes instalações:

 LTs 02J7 DMG/TAP, 02J8 DMG/TAP, 02J9 DMG/TAP, 02F1 TAP/VRJ,


02F2 VRJ/PAP, 02N1 TAP/ADT, 02P1 TAP/ADT, 02P2 AGF/PAP, 02N2
DMG/AGF e 02N3 DMG/AGF;

 SEs TAP, ADT, VRJ, PAP, AGF e MSJ para verificar seqüência de fases das
entradas e saídas de linhas e alimentação das buchas dos transformadores de
potência.

Verificou-se que as LTs 02J7, 02J8 e 02J9 DMG/TAP eram estruturas de


configuração vertical, sendo de cima para baixo, fases A, B e C. Na SE TAP a alimentação
dos transformadores de potência 02T1 e 02T2 eram: Fase A - Bucha H1, Fase B - Bucha H3 e
Fase C - Bucha H2.

 Inspeções dias 23 e 26/03/2007:


Foram vistoriadas as seguintes instalações:
 SE Delmiro Gouveia - CHESF;
 LTs e SEs do regional Delmiro Gouveia, eixo Tauape.
51

Na SE DMG verificou-se que nas saídas das LTs 02J7, 02J8 e 02J9 DMG/TAP as
estruturas das referidas LTs eram de configuração vertical sendo a fase A posicionada na
parte superior da estrutura, a fase B na parte central e a fase C na parte inferior. Os condutores
com os seus respectivos faseamentos, que interligam os disjuntores de saída de linha no pátio
da SE DMG com as estruturas das Linhas de Transmissão, são identificados por retângulos
pintados segundo um código de cores, em que a cor azul indica a fase A, a cor branca a fase B
e a cor carmim a fase C, conforme a Figura 36.

Azul Carmim
Branco

Figura 36. Indicação das fases na CHESF por cores.

Foram realizadas várias medições nos encontros dos alimentadores da SE TAP


com a própria subestação e com outras, tais como: Maguary (MGY), Aldeota (ADT), Varjota
(VRJ), Dias Macedo (DMC) e Papicu (PAP). Os encontros foram listados em dois tipos:
52

seqüenciados e faseados, sendo que o último contempla encontros que já estavam ajustados e
outros que foram adequados no dia da medição apenas invertendo duas fases. A listagem
completa com as informações encontra-se na Tabela 13.

Tabela 13. Resultado das medições dos encontros da SE TAP.

NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA B24N 0410 ENCONTRO
02/01/2007 CONFIRMADO O
COM O MGY/01F1 – FASEADO
FASEAMENTO.
NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA B42N 0264 ENCONTRO
02/01/2007 CONFIRMADO O
COM O TAP/01F3 - FASEADO
FASEAMENTO.
NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA C30E 0490 ENCONTRO
TAP01F1 23/03/2007 CONFIRMADO O
COM O TAP/01F2 - FASEADO
FASEAMENTO.
23/03/2007 NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA A96E 2487 ENCONTRO
CONFIRMADO O
COM O TAP/01F3 - FASEADO
FASEAMENTO.
23/03/2007 NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA C60E 0364 ENCONTRO
CONFIRMADO O
COM O TAP/01F3 - FASEADO
FASEAMENTO.
02/01/2007 NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA A30E 0512 (UTR)
VERIFICOU-SE
ENCONTRO COM O MGY/01Y7 -
INVERSÃO. FOI
FASEADO - JUMP
CORRIGIDA.
02/01/2007 NA MEDIÇÃO
TAP01F2 ESTRUTURA A41E 0245 ENCONTRO VERIFICOU-SE
COM O MGY/01Y7 - FASEADO - JUMP INVERSÃO. FOI
CORRIGIDA.
23/03/2007 NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA C60E 0652 ENCONTRO
CONFIRMADO O
COM O TAP/01F4 - FASEADO
FASEAMENTO.
23/03/2007 NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA A96E 2850 ENCONTRO VERIFICOU-SE
COM O TAP/01F6 - FASEADO - JUMP INVERSÃO. FOI
CORRIGIDA.
23/03/2007 NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA C30E 0588 ENCONTRO VERIFICOU-SE
COM O TAP/01F6 - FASEADO - JUMP INVERSÃO. FOI
CORRIGIDA.
TAP01F3
23/03/2007 NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA C31E 0596 ENCONTRO VERIFICOU-SE
COM O TAP/01F6 - FASEADO - JUMP INVERSÃO. FOI
CORRIGIDA.
23/03/2007 NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA C31E 0706 ENCONTRO VERIFICOU-SE
COM O TAP/01F6 - FASEADO - JUMP INVERSÃO. FOI
CORRIGIDA.
02/01/2007 NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA C01E 1277 (UTR)
CONFIRMADO O
ENCONTRO COM O ADT/01L8 -
FASEAMENTO.
FASEADO
02/01/2007 NA MEDIÇÃO FOI
TAP01F4 ESTRUTURA C01E 1690 ENCONTRO
CONFIRMADO O
COM O ADT/01L2 - FASEADO
FASEAMENTO.
NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA L86E 0427 ENCONTRO
23/03/2007 CONFIRMADO O
COM O TAP/01F5 - FASEADO
FASEAMENTO.
53

Tabela 13. Resultado das medições dos encontros da SE TAP (Continuação).

NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA B51E 2280 (CTA) CONFIRMADO O
ENCONTRO COM O ADT/01L2 - 02/01/2007 FASEAMENTO.
FASEADO

TAP01F5 NA MEDIÇÃO FOI


ESTRUTURA B54E 2821 ENCONTRO
23/03/2007 CONFIRMADO O
COM O ADT/01L2 – FASEADO
FASEAMENTO.
02/01/2007 NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA C60E 2173 ENCONTRO
CONFIRMADO O
COM O VRJ/01P1 - FASEADO
FASEAMENTO.
02/01/2007 NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA C94S 0606 (UTR)
VERIFICOU-SE
TAP01F6 ENCONTRO COM O MGY/01F8 -
INVERSÃO. FOI
FASEADO - JUMP
CORRIGIDA
NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA C92E 0925 ENCONTRO
26/03/2007 CONFIRMADO O
COM O DMC/01C4 - FASEADO
FASEAMENTO.
FICARÁ
SEQUENCIADO
ESTRUTURA E16E 1712 ENCONTRO
02/01/2007 ATÉ O
COM O AGF/01I6 - SEQUENCIADO
FASEAMENTO DA
SE AGF.
TAP01F7 FICARÁ
SEQUENCIADO
ESTRUTURA E18E 2419 ENCONTRO
23/03/2007 ATÉ O
COM O AGF/01I4 - SEQUENCIADO
FASEAMENTO DA
SE AGF.
NA MEDIÇÃO
ESTRUTURA E16E 0033 ENCONTRO VERIFICOU-SE
02/01/2007
COM O VRJ/01P6 - FASEADO JUMP INVERSÃO. FOI
CORRIGIDA.
NA MEDIÇÃO FOI
ESTRUTURA P81E 1820 ENCONTRO
23/03/2007 CONFIRMADO O
COM O VRJ/01P1 - FASEADO
FASEAMENTO.
FICARÁ
TAP01F8
SEQUENCIADO
ESTRUTURA V54E 2065 ENCONTRO
02/01/2007 ATÉ O
COM O PAP/01F2 - SEQUENCIADO
FASEAMENTO DA
SE PAP.

A subestação do Tauape possui, de acordo com o diagrama unifilar da SE


apresentado na Figura 37, quatro entradas e quatro saídas de linha em 69 kV, dois
transformadores de 20/26,6/33,2 MVA operando sem paralelismo, com o barramento de 13,8
kV seccionado e oito saídas de alimentadores de 13,8 kV. Inicialmente as seqüências de fases
em ambos os transformadores eram ACB devido a uma inversão na chegada das linhas.
54

Figura 37. Diagrama unifilar da SE TAP.

A correção das fases foi realizada no lado primário dos transformadores


invertendo-se as conexões das buchas H2, referente à fase C, pela conexão da bucha H3,
correspondente à fase B. Após a inversão no primário, energizou-se em vazio os
transformadores, o barramento de média tensão e os alimentadores até pontos pré definidos no
planejamento. Com a utilização das equipes de Linha Viva, mediu-se as tensões nos pontos
definidos previamente para ajustar as fases dos alimentadores, de forma a fazer a
compensação da inversão.
As cargas foram transferidas preferencialmente para outras subestações que já
estavam faseadas. Onde não foi possível a transferência para subestações já faseadas, deixou-
se o encontro seqüenciado, de forma que quando essa subestação fosse faseada, o encontro já
estivesse adequado.
O faseamento da SE TAP foi feito com os transformadores e o barramento de 13,8
kV da subestação desenergizados. Na Figura 38 é apresentado o diagrama trifilar ilustrando a
configuração da SE TAP antes do faseamento.
55

Figura 38. Ligação das fases dos transformadores da SE TAP antes do faseamento.

Na Figura 39 é apresentado o diagrama trifilar ilustrando a configuração da SE


TAP na nova seqüência ABC após o faseamento,
56

Figura 39. Ligação das fases dos transformadores da SE TAP após o faseamento.

Os procedimentos para o faseamento de subestações envolvem várias áreas da


Coelce, demandando um grande contingente de trabalhadores, tais como: Operação de Redes
de AT e MT, Estudo da Proteção, Manutenção das Proteções e Automação, Manutenção de
Subestações e Linhas de Transmissão e Manutenção da Rede de Distribuição.
A coordenação do faseamento é feita pela área de Operação de Redes de AT e
MT, que faz a aprovação de Solicitações de Trabalho, realiza reuniões de planejamento no
local e de fechamento em sala acerca dos procedimentos a serem executados em campo,
elabora a Ordem de Manobra, contendo as transferências de carga dos alimentadores e define
os locais para a inversão, além de acompanhar os serviços no dia.
57

As Áreas de Manutenção se responsabilizam pelos custos com material e recursos


humanos. A Manutenção de linha de transmissão faz o levantamento da seqüência de fase nas
linhas de 69 kV desde a Chesf até chegar na Coelce e faz a inversão no lado do primário.
A Manutenção da Rede de Distribuição faz as medições e a compensação na
média tensão com apoio da Manutenção de Linhas.
A Área de proteção é responsável pela mudança nas seqüências de fase nos
circuitos de medição e proteção, adequando à nova seqüência os circuitos de tensão e corrente
dos equipamentos.
A área de Obras de Distribuição da capital e da região metropolitana de Fortaleza
apóia disponibilizando equipes de Linha Viva para a execução do serviço. Algumas vezes são
necessárias obras de adequação, como a construção de estruturas e barramentos auxiliares,
para realização dos trabalhos no dia.
As equipes de Linha Viva são utilizadas nas inversões das linhas de 69 kV,
quando não há a possibilidade de desenergizar a subestação e realiza as medições em 13,8 kV
visando conferir os valores de tensão nos encontros de alimentadores.
58

6 CONCLUSÃO

Neste trabalho é apresentado o embasamento teórico e um estudo de caso de


implantação do faseamento no sistema elétrico da Coelce.
Como exemplo de aplicação de faseamento do sistema elétrico, é apresentado um
estudo de caso de implantação na subestação Tauape, que é parte integrante do sistema
elétrico de potência da Companhia Energética do Ceará – COELCE.
A concessionária de energia elétrica é responsável por manter a qualidade da
energia de forma a atender critérios, tais como nível de tensão, freqüência, forma de onda,
continuidade e segurança, deixando-os de acordo com padrões normatizados e visando ao
bem estar dos consumidores.
Quando linhas de transmissão, alimentadores e/ou subestações são construídos
sem a devida atenção à seqüência de fase, eles podem vir a entrar em operação de forma
invertida. Isso acarreta riscos para as pessoas que trabalham no sistema elétrico, para os
equipamentos e restrições à operação. Ao ser necessário o paralelismo entre alimentadores ou
linhas de transmissão, cada fase a ser fechada deve corresponder em módulo e ângulo a
respectiva fase do outro circuito. Caso essa exigência não seja atendida, fica vetada a
possibilidade de fechamento de encontro entre dois circuitos energizados. Transferências de
carga deverão ocorrer com interrupção de energia elétrica quando o sistema não está faseado,
causando perda de produtividade para as indústrias, problemas para pequenas empresas e
comércio, que têm sua atividade produtiva paralisada e riscos a consumidores que dependem
de aparelhos elétricos para sobreviver.

O faseamento do sistema elétrico apresentado beneficia diretamente a


concessionária de energia, os profissionais das áreas de operação e manutenção do sistema
elétrico e em especial os consumidores de energia que poderão receber energia de um sistema
mais eficiente e seguro, permitindo um menor tempo para a restauração dos serviços, além de
reduzir o custo operacional, contribui para a melhoria dos índices de qualidade do serviço e
confiabilidade do sistema.

Além dos benefícios supracitados, este trabalho proporcionou a oportunidade de


aprofundar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas do curso de Engenharia Elétrica,
contribuindo para a consolidação dos meus conhecimentos, através de uma necessidade da
Empresa.
59

REFERÊNCIAS

[1] Disponível na URL: http://www.abradee.org.br, acessada dia 22/08/2009.

[2] Disponível na URL: http://www.opovo.com.br, acessada dia 22/08/2009.

[3] Disponível na URL: http://www.eia.doe.gov/neic/brochure/electricity/images/transmission


.gif, acessada dia 10/09/2009.

[4] Disponível na URL: http://www.ons.org.br, acessada dia 5/09/2009.

[5] Disponível na URL: http://www.aneel.gov.br, acessada dia 19/09/2009.

[6] Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Procedimentos de Distribuição de


Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST. Módulo 3.

[7] Norma de distribuição unificada – NDU-012: Critérios e Procedimentos Básicos para


Inspeção e Manutenção de Redes de Distribuição. Sistema Cataguazes-Leopoldina,
março, 2006.

[8] Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Resolução 505.

[9] PONCE, A. T., BRITO, B., E. SANTOS, KUADA, J. H., DOMINGUES, A.,
ZAMBENEDETTI, V. C., KLIMKOWSKI, M., BASSLER, M., FRANÇA, J. A.,
Operação em tempo integral de alimentadores de distribuição em anel fechado.
Congresso Latino-americano de Distribuidores de Energia Elétrica (CLADE), 2008. Mar
del Plata, Argentina.
60

[10] Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional –


PRODIST. Qualidade da Energia Elétrica, Módulo 8. Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL.

[11] Disponível na URL: http://www.ibge.gov.br/home/, acessada dia 15/09/2009.

[12] PERON, G., NEIVA, J. A., RAMOS, L. F. R. M., PINTO, V. G., Manutenção e
Operação de Sistemas de Distribuição. Comitê de Distribuição, Editora Campus,
Volume 4, 1982, Rio de Janeiro.

[13] Endesa. Especificação Técnica de Sistema Digital para Automatização de Subestações.


E-PCM-008.

[14] Marco Operativo. Coelce.

[15] MARKUS, O., Circuitos Elétricos Corrente Contínua e Corrente Alternada. Editora Érica
LTDA, 2004, São Paulo.

[16] GRAINGER, J. J., STEVENSON JR, W. D., Power System Analysis. McGraw-Hill,
New York, 1994.

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