Qui 7 Abr Edição Lisboa

Hoje Fugas começa online.

Quinta-feira, 7 de Abril de 2011, Ano XXII, nº 7670, 1€
Directora: Bárbara Reis
Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho e Miguel Gaspar
Directora executiva Online: Simone Duarte Directora de Arte: Sónia Matos
www.publico.pt
http://fugas.publico.pt
L
União Europeia
a Sócrates a Passos
disse que o afirmou Portugueses são
pedido de que após dos pagam mais
ajuda visa as eleições pelos remédios
evitar riscos negociará a A factura que os portugueses pagam
pelos medicamentos é das mais eleva-
que o país quadro de das na UE – só ficam atrás de dinamar-
queses e finlandeses e ligeiramente à
“não deve ajuda “mais frente dos suecos. c Portugal, 14

correr” completo”
Lampedusa
Naufrágio causa
a morte de 200
refugiados
a Um barco que transportava 300
pessoas naufragou a 70km da costa
de Lampedusa e terá provocado cer-
ca de 200 mortos. c Ana Cristina
Pereira, Lampedusa, Mundo 20

Museu Thyssen
Há uma guerra
de sexos em
Madrid P2

Pressão da banca decisiva

para o pedido do Governo
Previstas para 15 Abril
Governo trava
novas portagens
nas Scut

Cavaco será o mediador a A cobranças de portagens em qua-

tro auto-estradas ainda sem custos pa-
ra o utilizador, prevista para o próxi-
mo dia 15, já não vai avançar, anunciou
ontem o Governo. c Economia, 24

entre o executivo e o PSD PUBLICIDADE

Os sacrifícios que vão ser

pedidos aos portugueses
Págs. 2 a 12 e Editorial
2 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Destaque
Crise Primeiro-ministro não deu indicações sobre o tipo de ajuda
Pressão da banca e das
agências de rating levam
Governo a pedir ajuda
Depois de meses a dizer que Portugal não precisava
de ajuda financeira, José Sócrates concluiu ontem que
havia uma “ameaça real” ao financiamento do Estado
Bárbara Reis e Nuno Simas
a A banca e o agravamento da pres-
são das agências de rating sobre Por-
tugal foram os factores que levaram o
primeiro-ministro, José Sócrates, a de-
cidir ontem avançar para um pedido
de ajuda financeira à União Europeia
— um gesto que sempre quis evitar.
O anúncio que Sócrates fez ontem
à noite ao país abre um novo ciclo no
qual o Presidente da República de-
sempenhará um papel de mediador
entre o Governo e o principal partido
da oposição, o PSD, e no qual as ne-
gociações com Bruxelas decorrerão
num quadro totalmente novo à escala
da União Europeia.
O primeiro-ministro teve nos últi-
mos dias várias conversas privadas
com banqueiros. A “aflição da banca”
foi a gota de água que fez Sócrates de-
cidir, ontem, avançar para um pedido
de ajuda externa (ver pág.4).
Durão Barroso, presidente da Co-
missão Europeia, confirmou logo a
seguir às declarações de Sócrates
que a Comissão recebeu o pedido.
“O Presidente garantiu que o pedido
será tratado da forma mais expedita
possível, de acordo com as regras per-
tinentes” e “reitera a sua confiança
na capacidade de Portugal superar
as dificuldades actuais, com a solida-
riedade dos seus parceiros”, disse a
Comissão em comunicado.
Ontem, o primeiro-ministro não
deu qualquer indicação sobre a moda-
lidade de ajuda que defende ou quais
os prazos da sua concretização — ou
seja, como é que a ajuda se encaixa
na situação política de Portugal. O va-
lor estimado pela Comissão para uma
ajuda a Portugal no âmbito do Fundo
Europeu de Estabilidade Financeira
(FEEF) é de 75 mil milhões de euros,
mas hoje poderá ser mais elevado. Pe-
dro Passos Coelho, que falou pouco
depois do primeiro-ministro, deixou
no ar uma pista ao referir que é “in-
dispensável” que o actual executivo
de gestão “possa negociar um quadro
mínimo de ajuda”.
Fontes que acompanham as ne-
gociações, sublinharam que, sem se
saber o que vai ser pedido, é impos-
sível prever as exigências que a União
Europeia fará, mas é absolutamente
consensual que Portugal não recebe-
rá um único euro sem um compro-
misso que garanta um programa de
consolidação orçamental e reformas
estruturais que o governo de Ber-
lim e o BCE considerem suficientes.
Vários países europeus, mas em
particular o Reino Unido, deixaram
claro nos últimos dias que não aceita-
riam novamente a solução encontrada
em Maio para a Grécia, ou seja, o uso
do artigo 122 do Tratado de Lisboa,
que prevê ajuda a Estados-membros
em caso de “calamidade ou ocor-
rências excepcionais que não possa
controlar”. Um alto funcionário do
governo resume assim o espírito que
domina em Bruxelas: “122 à la grega
não passará”.
Certo também é que o tempo urge.
“Se se verificar um alívio nos merca-
dos, será de dias, não mais. Teremos,
talvez, duas semanas de alguma acal-
mia para negociar com Bruxelas”, dis-
se uma fonte diplomática.
A crise política portuguesa, caso
único na negociação de uma ajuda
europeia, torna mais difícil a aplica-
ção das regras do FEEF.
“Bruxelas terá de negociar com
três negociadores e não apenas um”,
diz outra fonte governamental: o go-
A Comissão
Europeia estima
que Portugal
precisará de 75
mil milhões de
euros, mas esse
valor hoje já será
um pouco maior
verno, o Presidente e os partidos da
oposição que possam vir a ganhar
as eleições. Mas agora, segundo São
Bento, deve ser o Presidente a tomar
a iniciativa.
Cavaco Silva entrou, pois, directa-
mente no dossier da ajuda externa e
está a ser o mediador entre o Governo
e o PSD.
No seu anúncio de ontem Sócrates
delegou no Presidente alguns pode-
res. “Informei desta decisão o senhor
Presidente da República a quem soli-
citei que realizasse as diligências que
entendesse necessárias junto dos res-
tantes partidos políticos”, afirmou o
primeiro-ministro, na televisão, à ho-
ra dos telejornais. “Este é o momen-
to para todos assumirmos as nossas
responsabilidades”, avisou.
Logo depois, também em directo
para as televisões, Passos anunciou
o seu apoio ao pedido, apesar de o
considerar “tardio”. O PÚBLICO sabe
que o Presidente e o Governo foram
informados “formalmente” pelo PSD
há uma semana sobre a disposição
de apoiar um pedido de ajuda, antes
José Sócrates, ontem à noite, ao comunicar o pedido de ajuda externa
de Passos o ter dito publicamente.
Numa altura em que as relações
entre o PSD e o Governo estão extre-
madas, Cavaco passa a ter um papel
preponderante. Na véspera do pedido
de ajuda, Cavaco e Sócrates antecipa-
ram a audiência semanal em Belém
na qual, segundo fontes do PÚBLICO,
a questão do empréstimo terá sido
analisada. Tanto a Presidência como
o gabinete de Sócrates nada dizem
sobre o assunto.
A verdade é que, desde a véspera,
havia brechas na estratégia do Gover-
no. Francisco Assis, líder parlamentar,
foi o primeiro e ontem Jorge Lacão,
ministro dos Assuntos Parlamenta-
res, abriu o jogo. “Se tiver de agir, em
matéria de financiamento externo, o
Governo, que tanto tem procurado
poupar o país, agirá patrioticamente,
como sempre, em defesa do interesse
nacional”, disse num debate no Par-
lamento.
Pouco depois, surgiram as declara-
ções ao Jornal de Negócios do minis-
tro das Finanças, Teixeira dos Santos,
a admitir a necessidade do recurso
à ajuda europeia. A seguir, tudo se
precipitou e Sócrates fez o anúncio
em São Bento.
A crise política diminuiu “a capaci-
dade do Governo de responder às di-
ficuldades”. “Não tomar essa decisão
acarretaria riscos que o país não deve
correr”, disse Sócrates. A dificuldade
de Portugal em aceder “em condições
de normalidade” ao financiamento
dos mercados de crédito internacio-
nais desde o chumbo do Programa
de Estabilidade e Crescimento (PEC
IV) tornou-se “uma ameaça real” ao
financiamento do Estado, do sistema
bancário e da economia nacional, ad-
mitiu.
“Tentei tudo”, disse o primeiro-
ministro, lembrando que sempre
encarou o pedido à UE “como uma
solução de último recurso”. Logo de-
pois, Passos garantiu o apoio do PSD.
Mas não só. “O PSD tudo fará para,
não apenas apoiar no plano externo
este pedido, mas também facilitar a
negociação que necessariamente o
Governo deve conduzir”. E defen-
deu que o importante agora não é a
“discussão da responsabilização e da
culpa”, mas “tranquilizar Portugal”.
Disponível para apoiar o “quadro de
ajuda mínimo”, os sociais-democratas
consideram, porém, que só o Governo
saído das eleições de 5 de Junho pode-
rá negociar o quadro completo.
 Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 3

REUTERS

Ao longo do dia Mecanismos de socorro da zona euro

Francisco Assis
Líder parlamentar do PS
Pedido de ajuda tornou-se inevitável
“Uma situação
depois do fracasso de soluções alternativas
de emergência
exigirá soluções
de emergência. A Espanha, considerada um dos
Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas
A situação é de poucos países que poderia ter alguma
emergência sob vários pontos de a O pedido de ajuda de Portugal margem financeira e política para so-
vista, porque o quadro político é aos mecanismos de socorro da zo- correr Portugal, tinha logo de manhã
aquele em que vivemos, com um na euro tornou-se ontem inevitável, afastado essa possibilidade. “Temos
governo de gestão, não podemos depois de todas as outras possibilida- um instrumento de ajuda financeira
ignorar essa situação a dois des exploradas nos últimos dias em para o conjunto dos países da zona
meses da realização de eleições.” Lisboa se terem revelado impossíveis euro [e], a haver algum pedido, teria
de concretizar. de ser feito nesse âmbito”, esclarece-
Jorge Lacão Teixeira dos Santos preparava-se, ra Elena Salgado, ministra espanhola
Ministro dos Assuntos aliás, para enfrentar um pedido de ex- das Finanças.
Parlamentares plicações “musculado” dos seus pares A Alemanha assumira pouco antes
durante a reunião informal dos minis- a mesma posição. “Não serve de na-
“Se tiver de agir, tros das Finanças da zona euro que da perguntar que soluções alterna-
em matéria de decorre amanhã em Budapeste. Vários tivas existem, porque concebemos
financiamento países começaram nos últimos dias a o FEEF precisamente para este tipo
externo, o dar sinais de nervosismo e mesmo irri- Durão Barroso em Bruxelas de casos”, afirmara um porta-voz do
Governo, que tação face à degradação constante da Ministério das Finanças.
tanto tem procurado poupar situação portuguesa no plano político um pedido formal de ajuda através da As posições dos dois países consti-
o país, agirá patrioticamente, e sobretudo financeiro. Os membros obtenção de um “empréstimo inter- tuíam, por outro lado, mais uma con-
como sempre, em defesa do do euro preparavam-se assim para calar” sem condições associadas para firmação do que a Comissão Europeia
interesse nacional.” exigir de Teixeira dos Santos uma ex- cobrir as necessidades de financia- já vinha dizendo desde o princípio da
plicação detalhada sobre as intenções mento mais imediatas. A ideia era ga- semana aos primeiros sinais de que
Teixeira dos Santos do Governo para as próximas semanas nhar tempo até à formação de um no- o Governo procurava obter um “em-
Ministro das Finanças e, sobretudo, “saber como é que Por- vo governo que ficaria encarregue de préstimo intercalar” da zona euro
tugal conta assegurar o seu financia- negociar o programa de ajustamento para cobrir o curto prazo. Bruxelas
“Perante esta mento até Junho” e à formação de um que acompanha obrigatoriamente a garantiu desde logo que empréstimos
difícil situação, novo governo, avisara um diplomata activação da assistência europeia. intercalares ou empréstimos sem con-
que podia ter europeu, garantindo que “a resposta trapartidas são cenários que não exis-
sido evitada, das autoridades portuguesas será pas- “Intercalar” posto de parte tem à luz das regras europeias.
entendo que sada a um pente muito fino”. Um dos cenários estudados em Lisboa Outra possibilidade estudada em
é necessário recorrer aos A formalização do pedido de aju- teve a ver com a possibilidade de con- Lisboa prendeu-se com um eventual
mecanismos de financiamento da permitirá agora à zona euro, pe- cessão de créditos bilaterais por parte recurso de Portugal aos créditos de
disponíveis no quadro europeu lo contrário, dar início aos procedi- de um ou mais parceiros europeus. curto prazo do FMI, que podem ser
em termos adequados à actual mentos para a activação da Fundo Antes do anúncio do ministro das Fi- concedido em condições excepcio-
situação política.” Europeu de Estabilidade Financeira nanças de que Portugal iria mesmo nais sem a obrigação de programas
(FEEF) e do Mecanismo Europeu de pedir ajuda, no entanto, já era claro de ajustamento. Em Bruxelas, porém,
José Sócrates Estabilidade Financeira (MEEF), em que esta possibilidade não tinha per- os conhecedores das regras do FMI
Primeiro-ministro conjunto com o Fundo Monetário nas para andar. Uma solução desse garantiam que Portugal nunca pode-
Internacional (FMI) (ver texto nes- tipo “seria surpreendente, quando ria ser elegível para estas facilidades.
“Em consciência, tas páginas). a zona euro dispõe de mecanismos Ontem, ao princípio da tarde, já era
julgo que A reviravolta do Governo resultou expressamente criados” para ajudar claro que não restava a Portugal outra
chegámos ao em grande parte da constatação de os países em dificuldades e “seria um alternativa senão seguir o caminho
momento em que não conseguiria, como chegou sinal muito mau para a coesão comu- normal e pedir a activação dos meca-
que não tomar a esperar, contornar até às eleições nitária”, afirmou outro diplomata. nismos de assistência europeus.
esta decisão acarretaria riscos
que o país não deve correr.”

“Quero garantir a todos que

me empenharei, com toda a
minha determinação, para que
a negociação deste pedido
de ajuda tenha os menores
custos possíveis para Portugal
e para os portugueses. Este é
um tempo de exigência e de
responsabilidade.”
Pedro Passos Coelho
Presidente do PSD
“Até que possa
ser eleito em
Portugal um
governo com
força e com
credibilidade suficiente para
negociar um quadro de ajuda
mais completo de médio e longo
prazo, é indispensável que o
Governo em funções possa
negociar um quadro mínimo de
ajuda que não deixará de contar
com o apoio do PSD.”
Processo discutido amanhã em Budapeste
Apoio demorará três semanas a um mês
a Com a formalização do pedido de
ajuda de Portugal, os ministros das
Finanças da zona euro poderão co-
meçar já amanhã, durante uma reu-
nião informal em Budapeste, a dar
os primeiros passos para a activar os
procedimentos adequados. Em ter-
mos formais, a Comissão Europeia,
o Banco Central Europeu (BCE) e o
Fundo Monetário Internacional (FMI)
terão de avaliar se o pedido se en-
quadra nas regras europeias. Terão
de demonstrar que a ajuda europeia
constitui a última instância, e que, se
não for concedida, a estabilidade do
euro ficará em risco.
A partir daí, uma missão conjunta
entre a Comissão, BCE e FMI – bap-
tizada “troika” – terá de se deslocar
a Lisboa para negociar os termos do
programa de ajustamento que acom-
panha obrigatoriamente a activação
da ajuda europeia. Até há poucas se-
manas, o último Programa de Estabili-
dade do Governo (PEC IV), que foi ne-
gociado com a Comissão e o BCE, era
encarado como o programa de ajus-
tamento, com boas probabilidades de
dispensar condições adicionais. Com
a deterioração da situação portuguesa
desde então, não está excluído que o
programa tenha de ser endurecido.
Se tudo correr bem, a “troika” con-
cluirá o seu trabalho ao fim de uma
semana com a elaboração de um “me-
morando de entendimento” com o
Uma missão
conjunta entre a
Comissão, BCE e
FMI – baptizada
“troika” – terá
de se deslocar
a Lisboa para
negociar
Governo, que terá de ser aprovado
pela Assembleia da República. Depois,
caberá aos ministros das Finanças da
zona euro aprovar por unanimidade
o pacote de ajuda, fixar o montante
– entre 60 e 80 mil milhões de euros
é a ordem de grandeza citada – e as
taxas de juro a que os empréstimos
serão concedidos a Portugal. Depois
desta decisão, serão necessários entre
dez e 15 dias para a concretização das
primeiras transferências.
No caso da Grécia (que beneficia
de um tipo de ajuda específico que
inspirou os mecanismos europeus), o
pedido de ajuda foi feito a 23 de Abril
do ano passado, o memorando de en-
tendimento foi assinado a 3 de Maio,
o Parlamento votou a 6 e os líderes
europeus aprovaram o pacote a 7 de
Maio. A ajuda começou a chegar cerca
de dez dias depois. I.A.C.
4 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Destaque
Crise Chumbo do PEC tornou muito provável o pedido de emergência
Primeiros contactos começaram no último Conselho Europeu
Pedido de ajuda externa a Bruxelas estava a ser
considerado pelo Governo desde 24 de Março
Teresa de Sousa
Apesar dos desmentidos de
Lisboa e Bruxelas, estavam
a ser considerados os vários
cenários possíveis. E chegou
o dia em que já não valia a
pena “continuar a resistir”
a A possibilidade de recorrer a aju-
da externa de emergência antes das
eleições legislativas de 5 de Junho fez
parte dos cenários que o primeiro-
ministro teve em cima da mesa prati-
camente desde o dia em que apresen-
tou ao Presidente da República o seu
pedido de demissão na sequência do
chumbo do PEC IV na Assembleia da
República. Apesar dos desmentidos
oficiais de que estivessem em curso
quaisquer contactos com as autorida-
des europeias, essa possibilidade foi
considerada pela primeira vez à mar-
gem do Conselho Europeu que decor-
reu em Bruxelas a 24 e 25 de Março,
imediatamente a seguir ao pedido de
demissão do Governo.
“Estava claro que, com o chumbo do
PEC, este viria a ser um cenário muito
provável”, disseram ao PÚBLICO fon-
tes próximas do primeiro-ministro.
“Poderia não ter sido tão depressa,
mas o Governo sabia desde essa altura
que isto podia acontecer”.
Os acontecimentos precipitaram-se
com a posição dos principais banquei-
ros nacionais que, nos últimos três
dias e de forma concertada, pressiona-
ram publicamente o Governo a pedir
uma ajuda europeia de emergência.
Foi essa a gota de água que fez o pri-
meiro-ministro avançar? “Foi muito
importante”, disse ao PÚBLICO uma
fonte próxima do Palácio de S. Ben-
to. Os bancos estavam a responder às
crescentes pressões do Banco Central
Europeu, do Banco de Portugal, mas
também, segundo apurou o PÚBLICO,
do Banco Europeu de Investimento,
que fornece linhas de crédito a troco
de garantias que estavam a perder va-
lor com a descida imparável dos ratin-
gs do país. “Quando se aperta a banca,
aperta-se o financiamento de toda a
economia. Não vale a pena continuar a
resistir”, disse a mesma fonte. “O BCE
foi até agora o oxigénio que permitia
à banca financiar-se e isso passou a
estar em causa.”
Outras fontes contactadas pelo PÚ-
BLICO consideram, no entanto, que
não houve um único factor, antes uma
confluência de vários. Em primeiro
lugar, a reunião informal do ECOFIN,
amanhã e no sábado em Budapeste,
no qual o Governo português se veria
confrontado com a exigência dos seus
pares europeus para uma clarificação
imediata da situação, vista como cada
vez mais insustentável. O Governo te-
ria de chegar lá com essa clarificação.
E já não eram possíveis mais adiamen-
tos sobre a evidência de um pedido
de ajuda externa. “Havia dois factores
novos”, neste ECOFIN, apesar da sua
natureza informal, admite o gabinete
do primeiro-ministro. “A grande di-
ferença era a nova situação política
do país, de maior fragilidade e que é
inultrapassável, à qual se somava a
situação da banca”.
Em pano de fundo estava, natural-
mente, “o acumular de dificuldades”
que se acelerou na sequência da crise
política e que acabou por atingir um
ponto limite a partir do qual qualquer
“resistência” do primeiro-ministro
deixaria de fazer sentido. “A subida
das taxas de juro da dívida a curto
prazo” que se verificou no leilão de
ontem e que ultrapassaram as taxas
dos empréstimos da União Europeia/
FMI a três anos foi outro factor que o
Governo considerou determinante.
A confirmação
Ontem, antes que o ministro dos As-
suntos Parlamentares tivesse admiti-
do pela primeira vez publicamente a
possibilidade de um pedido de ajuda
externa e o ministro das Finanças a
tivesse transformado numa certeza
pouco tempo depois, fontes próximas
do primeiro-ministro admitiam ao PÚ-
BLICO a possibilidade de ter de ha-
ver “uma ajuda provisória”. “Se vier a
ocorrer uma situação de emergência,
que torne uma ajuda provisória neces-
sária, Portugal sabe que pode pedi-la e
que pode recebê-la”, garantiram.
Também ontem, o britânico Finan-
cial Times tinha confirmado na sua
primeira página a notícia avançada
pelo PÚBLICO na terça-feira sobre
contactos entre as autoridades por-
tuguesas e europeias em torno das
modalidades de uma ajuda de emer-
gência a ser solicitada à Comissão Eu-
ropeia, no caso de se verificar uma
situação insustentável em termos de
financiamento dos bancos e da econo-
mia. Apesar do desmentido formal à
notícia do jornal britânico, fontes pró-
ximas do chefe do Governo admitiam
ao PÚBLICO a existência desses con-
tactos, na medida em que “é sempre
verdade que há contactos constantes
LIONEL BONAVENTURE/AFP
[O PEC] é para
que não haja
dúvida sobre a
determinação de
Portugal.
11 de Março
Não estou disponível
para governar se o
FMI vier a entrar em
Portugal. A agenda
do FMI levaria o
nosso país a pagar
a factura durante
muitos anos.
19 de Março
entre o Governo, a Comissão, o Banco
Este é o momento
Central Europeu e o FMI.”
A decisão final de Sócrates sobre
dos portugueses
o pedido de ajuda a Bruxelas foi to-
mada ontem. E só ontem o primeiro-
escolherem se
ministro terá informado o Presidente
da República. querem um Governo
Que ajuda? com o FMI ou
A questão seguinte é saber quais as
modalidades à disposição de Bruxelas sem o FMI.
para responder a este pedido de aju-
da numa situação, diz o Governo, em 27 de Março
que a Comissão “não terá apenas um
interlocutor mas três”: para além do
Governo, o Presidente da República e
os partidos que podem vir a governar Há um ano que luto
o pais depois de eleições. “A União Eu-
ropeia terá de encontrar uma forma
de se adaptar a esta situação particu-
incansavelmente
lar”, que não teve de enfrentar nem
na Irlanda nem na Grécia.
para defender
As conversações entre as autorida-
des portuguesas e a Comissão permi-
Portugal desse
tem admitir que as várias hipóteses
já terão sido consideradas. Em Bru-
cenário de um
xelas e em Lisboa, considera-se que
o FEEF é o único instrumento dispo- pedido de ajuda
nível para um país da zona euro como
Portugal poder pedir ajuda europeia. externa. As coisas
E isso quer dizer, na formulação de
uma fonte diplomática em Bruxelas, estão agora muito
que a Europa “não colocará um tos-
tão em Portugal se não negociar um mais difíceis depois
programa de ajustamento”. Foi esse
o argumento que o Governo sempre da rejeição do PEC.
invocou para dizer que um pedido de
ajuda ao FEEF só poderia ser feito pelo 4 de Abril
governo que emergisse das eleições de
Junho. Ontem, no entanto, também se José Sócrates
admitia em S. Bento que, “face a uma Primeiro-ministro
enorme urgência, pode sempre haver
soluções muito inovadoras.”

Passos Coelho admite
Quadro de ajuda “mais
completo” após as eleições
Maria José Oliveira
a Pedro Passos Coelho admitiu ontem
que a eleição de um Governo “com
força e credibilidade”, nas legislativas
de 5 de Junho, propiciará a negociação
de um “quadro de ajuda mais comple-
to de médio e longo prazo”. Mas para
tal é “indispensável” que o actual exe-
cutivo de gestão “possa negociar um
quadro mínimo de ajuda”, afirmou,
sublinhando que o PSD não deixará
de “facilitar essa negociação”.
Na declaração que fez minutos de-
pois de José Sócrates ter anunciado
que o Governo decidira solicitar as-
sistência à Comissão Europeia, o líder
do PSD adiantou um detalhe sobre o
processo, referindo tratar-se de um
“quadro de ajuda mínimo”.
Notando que já tinha informado o
Presidente da República e o Gover-
no (este último “na semana passada”)
sobre o apoio do PSD à negociação,
Passos Coelho não deixou de criticar
o “pedido tardio” e considerou a de-
cisão como “uma medida de apoio
à segurança nacional” e uma forma
de preservar a “reputação externa”
do país. “Cheguei mesmo a dizer que
não se podia deixar um país no de-
sespero apenas por uma questão de
orgulho político”, disse, numa crítica
a Sócrates. E, em jeito de aviso, subli-
nhou que, por ora, os partidos não
devem enveredar pela “discussão da
responsabilização e da culpa” – o de-
bate sobre “o que nos trouxe até aqui”
poderá ser adiado para o período da
campanha eleitoral. Agora é preciso
“tranquilizar” os portugueses, ape-
lou, explicando que o pedido “não
deve ser encarado com um fim de
linha ou um acto de desespero, mas
antes como um primeiro passo para
não mascarar a realidade”.
À direita, só o PSD reagiu à posição
do executivo, já que o CDS preferiu
adiar qualquer comentário para ho-
je. E, à esquerda, Bloco de Esquerda,
PCP e o Partido Ecologista Os Verdes
convergiram na crítica à decisão de
Sócrates. O bloquista Francisco Lou-
Líder do PSD garante apoio a negociação de “quadro mínimo de ajuda”
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 5
PSD sem maioria
O barómetro da Universidade
Católica para o Diário de
Notícias, Jornal de Notícias
e Antena 1 indica que, caso
as eleições legislativas se
realizassem agora, o PSD não
atingiria a maioria absoluta,
alcançando 39 por cento das
intenções de voto. E nem mesmo
uma coligação com o CDS, com
sete por cento, poderia resultar
num Governo de maioria
absoluta. Não muito distante
do PSD estaria o PS, com 33 por
cento. Segundo o inquérito, oito
por cento dos eleitores votariam
na CDU e seis por cento no
Bloco de Esquerda. O estudo foi
realizado nos dias 2 e 3 de Abril.
çã acusou o primeiro-ministro de “ter
desistido do principal compromisso”
feito ao país e ter optado pela “pior
solução possível”, vaticinando uma
“recessão contínua”. Adiantou ainda
que, nos próximos dias, o Bloco irá
apresentar “um plano de respostas
ao endividamento”.
Bernardino Soares, líder parlamen-
tar do PCP, qualificou o pedido como
“uma decisão da maior gravidade”,
destacando que Sócrates “não falou
das consequências e não falou que
medidas aplicará como contraparti-
da”. “Por que não explicou que me-
didas é que o Governo admite vir a
aceitar como contrapartida de uma
eventual ajuda financeira da União
Europeia? Não explicou o que é que
vão querer impor mais aos portugue-
ses, o que é que vão querer cortar
mais nas pensões e nos salários, que
medidas ainda mais recessivas vão
aplicar”, questionou. Para a deputa-
da Heloísa Apolónia, de Os Verdes, o
anúncio revela que o PS e o Governo
estão “desnorteados” e que “querem
aplicar à força o PEC IV que foi rejei-
tado em Portugal”. com S.R.
ENRIC VIVES-RUBIO
6 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Destaque
Crise O que os portugueses devem esperar
Prazos das eleições, da dívida e da ajuda externa cruzam-se
Não há prazos certos para a data da chegada da ajuda., mas é considerada realista a hipótese de um mês entre o pedido e o desbloqueamento das primeiras verbas. Há procedimentos a
cumprir a seguir: uma missão UE/FMI chegará a Portugal para avaliar a situação e elaborar o memorando de entendimento (com o programa de ajustamento); o Parlamento tem de aprovar
o memorando; a ajuda tem de ser aprovada pela zona euro que pode ser muito rápida e as primeiras tranches da ajuda chegam entre 10 e 15 dias depois.
Primeiro-ministro anuncia
Última sessão pedido de ajuda à UE
da legislatura
ABRIL
dia 6 dia 15
1.005
4252
Amortização
Leilão de de Obrigações
Bilhetes do do Tesouro (OT)
Tesouro (BT)
Em milhões de euros
Fonte: IGCP e BPI
Perguntas e respostas
Vão ser exigidos mais sacrifícios
aos portugueses?
É certo que sim. Uma ajuda
financeira do tipo da que Portugal
está a pedir tem sempre como
contrapartida um programa de
medidas de austeridade, para
controlar a subida do défice
público e travar o endividamento
do país como um todo. Estado,
famílias e empresas vão ser
forçados a gastar muito menos,
principalmente porque vêem o seu
rendimento disponível a diminuir.
Quem é que, por Portugal, vai
negociar essas medidas?
Numa primeira fase, numa versão
de programa ainda reduzida, a
equipa da Comissão Europeia e do
FMI que virá a Portugal quererá
ter compromissos de um conjunto
de partidos que, com toda a
probabilidade, consigam formar
uma maioria parlamentar depois
das eleições. Depois do novo
Governo estar em funções, será ele
a negociar com os representantes
das entidades que vão emprestar
dinheiro ao país.
Como é que serão aprovadas as
medidas?
As medidas que resultem da
negociação com a UE continuarão
a ter de ser aprovadas pelo
Governo e pela Assembleia da
República.
Os salários e as pensões podem
vir a ser afectados?
Os funcionários públicos já
sofreram um corte salarial este
ano, mas não é certo que sejam
poupados a novas medidas. O
exemplo dos programas grego e
irlandês dão-nos algumas pistas.
Em Portugal, o corte de cinco
por cento na massa salarial da
função pública aplicou-se aos
vencimentos a partir dos 1500
euros, enquanto, na Irlanda,
os cortes chegam aos oito por
cento e, na Grécia, atingiram
os 15 por cento. No país onde
Se tudo correr dentro dos prazos, no início
de Maio é provável que chegue a primeira tranche.
O país estará em campanha pré-eleitoral
MAIO
dia 20 dia 4
750 a 750 a
754
1000 1500
Pagamento
Leilão de juros
Leilão
de BT* de OT
de BT*
*Operações previstas mas que poderão agora não realizar-se
rebentou a crise da dívida, foram
também reduzidos os subsídios
de férias, de Natal e Páscoa. No
sector privado, as empresas
estão impedidas por lei de cortar
salários sem autorização do
trabalhador. UE e FMI podem,
invocando a necessidade de
ganhos de competitividade para
as empresas, exigir mudanças
também a este nível. Na Irlanda
procedeu-se ainda a uma descida
do salário mínimo nacional.
As pensões também podem
ser visadas, tal como estava já
previsto no PEC IV.
É possível uma subida de
impostos?
Mais que possível, é mesmo
quase certa. É uma das receitas
mais óbvias dos programas de
ajustamento. IRS e IVA e outros
impostos sobre o consumo
poderão ser agravados. O IRC
deve ser poupado. Na Grécia, além
de um imposto especial sobre os
lucros das grandes empresas e os
automóveis de luxo, aumentaram-
se as taxas sobre o tabaco, o
combustível e o álcool. Na Irlanda,
o Governo criou novos impostos
sobre a propriedade, e tomou duas
medidas duras: despedimento
de 10 por cento dos funcionários
públicos até 2014 e redução do
salário mínimo.
Os despedimentos podem passar
a ser mais fáceis?
Em programas deste tipo, a
liberalização do mercado de
trabalho é geralmente colocada
em cima da mesa. Poderá ser
imposta uma maior flexibilização
do mercado laboral, uma área em
que Portugal é habitualmente
classificado de mau aluno. Mais
facilidades nos despedimentos
individuais poderão passar a ser
lei.
Que outras medidas foram
aplicadas na Grécia e Irlanda
depois das intervenções?
Eleições
legislativas
dia 18 dia 1 dia 5
750 a 500 a
1500 750
Leilão
de BT*
Leilão
de BT*
Os dois países “intervencionados”
pela UE e pelo FMI procederam
ainda a cortes mais profundos
nas prestações sociais (abonos,
subsídios de desemprego e
pensões) do que os implementados
pelo Governo português. Ao
mesmo tempo, lançaram
ambiciosos programas de
privatização e foram obrigados,
sobretudo no caso da Grécia, a
grandes reformas estruturais
(liberalização do acesso às
profissões e flexibilização
do mercado laboral, etc). É
preciso notar que, quando a
Grécia pediu ajuda, ainda não
tinha implementado medidas
significativas de consolidação, ao
contrário de Portugal, que já vai no
terceiro PEC.
Tal como em 1983, vai-se assistir
a uma desvalorização da moeda?
A grande diferença desta nova
ajuda externa em relação ao que
aconteceu quando o FMI esteve
em Portugal em 1978 e 1983 é que
Portugal agora tem o euro e não
o escudo. Por isso, não haverá
desvalorização abrupta da moeda
e inflação perto dos 20 por cento.
Os preços dos bens importados
não irão disparar. Por outro
lado, para o Governo, não será
possível baixar os salários reais
continuando a oferecer aumentos
nominais.
Quanto dinheiro será
emprestado?
O cálculo das necessidades
de financiamento do Estado
português será uma das partes
mais importantes da negociação
que agora se irá iniciar.
Recentemente, o presidente
do Eurogrupo falou de 75 mil
milhões de euros num programa
a vários anos como o da Grécia
e Irlanda. Os banqueiros têm
vindo a falar de 15 mil milhões
para assegurar o financiamento
apenas nos próximos meses.
Deverão ficar definidas as verbas
Provável tomada de posse do Governo.
Prazos apontam para cerca de um mês
JUNHO
dia 15 dia 15
500 a
750
4899 1984
Leilão
Amortização
de BT*
de OT
Pagamento
de juros de OT
globais da ajuda e ficar previsto o
montante que seja necessário para
assegurar, no imediato, a liquidez
do país.
Para que o dinheiro da UE e do
FMI vai servir?
A prioridade será assegurar o
pagamento da dívida que vence,
quer do próprio Estado, quer de
algumas empresas públicas à
beira da ruptura financeira. Em
Junho, o Estado terá de realizar
a maior amortização do ano (no
valor de 4,9 mil milhões de euros)
e pagar juros de cupão (juros
pagos anualmente pela dívida já
colocada) de 1984 milhões. Todo
este montante terá de vir do fundo
europeu, pois, neste momento,
Portugal não tem em caixa
dinheiro suficiente para pagar
a dívida que vence daqui a dois
meses. A partir daí e até ao final do
ano, o Estado ainda tem pela frente
9,8 mil milhões para pagar aos
investidores, seja em amortizações
de dívida que vence, seja em
juros de cupão. A isso junta-se o
dinheiro necessário para pagar o
défice, que o Governo prevê que
seja, este ano, de 4,6 por cento
do PIB. No curto prazo, o Estado
poderá ainda ter de usar o dinheiro
do fundo europeu para suprir as
carências financeiras de algumas
empresas públicas de transporte.
Os juros da dívida vão descer?
A julgar pelo que aconteceu
na Grécia e na Irlanda, o mais
provável é que não. Num primeiro
momento, o pedido de ajuda
externa trouxe, para estes dois
países, um alívio das taxas de juro
exigidas pelos investidores no
mercado secundário (o mercado
de revenda da dívida emitida
pelo Estado). Mas esse alívio foi,
apenas, momentâneo. Quando a
Grécia pediu ajuda, em Abril de
2010, os mercados pediam uma
taxa de juro de 8,69 por cento para
os títulos a dez anos; hoje pedem
12,7 por cento. Do mesmo modo, a
JULHO AGOSTO
dia 5 dia 11 dia 11
1361
2330
Amortização
Amortização de BT
de BT
Irlanda, na altura da intervenção
(Novembro do ano passado)
estava com juros de 8,3 por cento,
agora está nos 9,4. Isto torna
inviável o regresso destes países
aos leilões de dívida, tornando-
os completamente dependentes
da ajuda externa. Além disso,
tanto a Grécia como a Irlanda
enfrentaram, após os pedidos
de auxílio financeiro, cortes
sucessivos no rating. O mesmo
poderá acontecer a Portugal.
Os resgates à Grécia e à Irlanda
produziram resultados?
No caso da Grécia, os resultados
estão longe de serem os melhores.
Quase um ano depois de ter
começado a receber ajuda externa,
a Grécia está em profunda
recessão (o PIB deve cair 3,5 a 4%
este ano) e o desemprego não pára
de aumentar, ultrapassando os
14 por cento da população activa.
Além disso, depois de terem sido
obrigados a apertar bastante o
cinto, os gregos ainda deverão
ter de fazer mais sacrifícios para
que as contas do país entrem na
ordem. É que, com a economia em
profunda recessão, as receitas
fiscais estão a ficar claramente
abaixo do esperado, o que já levou
o Governo a admitir que o défice
grego será superior aos 9,4 por
cento previstos para 2010. Nos
mercados, cresce a convicção de
que a intervenção da UE e do FMI
não vai resolver o problema da
Grécia, restando uma solução: a
reestruturação da dívida.
No caso da Irlanda, o problema
está, sobretudo, na banca e, por
isso, a probabilidade de os planos
de austeridade terem um impacto
nocivo na economia não é assim
tão grande. Em 2010, a economia
irlandesa contraiu um por cento,
mas os economistas esperam
que volte já a crescer este ano,
impulsionada, sobretudo, pela
sua forte indústria exportadora,
competitividade e flexibilidade.
Ana Rita Faria e Sérgio Aníbal
 Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 7

É possível que leilão de dívida de ontem seja o último do ano

Ana Rita Faria
Depois de pagar caro a
última emissão, a ajuda
externa permitirá a Portugal
afastar-se dos mercados
a Depois dos sucessivos cortes do ra-
ting, da escalada dos juros da dívida e
da ameaça dos bancos em deixarem
de ir aos leilões comprar títulos, Por-
tugal afastou, pelo menos, uma preo-
cupação: não ter compradores para
a sua dívida. Com o pedido de ajuda
dívida, como o PÚBLICO noticiou on-
tem. Ainda assim, fontes do mercado
continuam a afirmar que este fundo
poderá ter estado, indirectamente,
por detrás de alguma compra.
Além de a procura ter sido mais di-
fícil de assegurar, as taxas de juro fo-
ram muito altas. Na primeira emissão,
a seis meses, de 455 milhões, os juros
que o Estado ficou a pagar chegam
aos 5,9 por cento, mais 36 por cento
do que na última emissão semelhan-
te, a 16 de Março. A segunda emissão,
a um ano, de 550 milhões, pagou um
juro de 5,1, mais 71 por cento do que
num leilão de 2 de Março.
Com o recurso de Portugal à ajuda
externa, o leilão de ontem pode ter
sido o último, pelo menos deste ano.
O Estado tinha já marcada uma nova
emissão de dívida daqui a duas sema-
nas, a 20 de Abril (e mais quatro até
ao final do segundo trimestre), mas
poderá não realizá-la, não só para evi-
tar ser penalizado com altas taxas de
juro, mas, sobretudo, porque já terá o
pacote de ajuda externa quando real-
mente precisar dela: em Junho.
No próximo dia 15, o Estado terá de
amortizar 4,3 mil milhões de euros
de dívida que vence, mas já tem es-
se dinheiro assegurado, quer graças
às emissões que foi fazendo, quer ao
próprio dinheiro que terá em caixa. O
grande problema era a amortização
de Junho (no valor de 4,9 mil milhões
de euros), bem como o pagamento
de juros de cupão ( juros pagos anu-
almente pela dívida já colocada), no
valor de 1984 milhões, nesse mês.
Para isso, Portugal teria de ir bus-
car mais 6,9 mil milhões de euros aos
mercados em apenas dois meses. Isto
sem contar com o financiamento ne-
cessário para acomodar o défice ou
colmatar as necessidades financei-
ras de algumas empresas públicas de
transporte. Como o próprio primeiro-
ministro admitiu ontem ao país, se
Portugal não recorresse à ajuda exter-
na, correria “riscos”, podendo faltar
aos seus compromissos.
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externa à União Europeia e ao FMI, o

leilão de ontem pode mesmo ter sido
o último que o Estado realiza este ano
e, porventura, no próximo.
Uma vez mais, o Estado vendeu
ontem dívida de curto prazo (1005
milhões de euros) a uma taxa de ju-
ro superior àquela que é pedida nos
empréstimos do Fundo Europeu de
Estabilização Financeira (FEEF) – 5,8
por cento, no caso da Irlanda. Nos
últimos meses, vários economistas
e analistas vinham alertando para a
insustentabilidade desta situação e
para o impacto nas contas públicas.
Além disso, o Estado estava a depa-
rar-se com cada vez mais dificuldades
em encontrar compradores para a dí-
vida, sobretudo a partir do momento
em que os principais bancos nacio-
nais deixaram claro que o leilão de
ontem seria o último em que iriam
comprar dívida. A agravar o cenário,
as taxas de juro atingiram recordes
históricos (passando os dez por cento
nos títulos a cinco anos) e as agências
de rating iniciaram uma ronda de cor-
tes na notação de Portugal, ameaçan-
do baixar ainda mais se o país não
recorresse à ajuda externa.
Para Cristina Casalinho, economis-
ta-chefe do BPI, a emissão de dívida
de ontem deu um sinal claro de que
a situação se tinha tornado verdadei-
ramente insustentável. “No ponto on-
de estamos, é impossível não haver
recurso ao apoio internacional, tu-
do aquilo que se faça é protelar uma
situação inevitável”, dizia ontem a
economista, ainda antes de se saber
o pedido de ajuda externa. “Depois
dos cortes de rating que houve e dos
níveis a que as taxas de juro chega-
ram, Portugal chegou a um ponto de
não retorno”, concluiu.
O próprio ministro das Finanças,
Teixeira dos Santos, admitia ontem,
em entrevista ao Jornal de Negócios,
que o leilão “expressou bem a dete-
rioração das condições dos merca-
dos após a rejeição do PEC [Programa
de Estabilidade e Crescimento]”. De
acordo com o governante, a procu-
ra externa foi bem menor e as taxas
reflectiram “o agravamento, sem
precedentes, registado nas últimas
semanas em virtude do aumento da
incerteza que paira sobre o país”.
Teixeira dos Santos adiantou que
que 90 por cento da dívida foram
colocados junto de investidores na-
cionais, mas negou que o Fundo de
Estabilização Financeira da Seguran-
ça Social tenha comprado parte da
8 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Destaque
Crise Instituições financeiras satisfeitas com decisão do Governo
Nas últimas semanas, Carlos Costa deu a cara pelos receios da banca
Bancos respiraram de alívio
Responsáveis do sector financeiro acreditam que com a ajuda externa
se criará um quadro mais favorável para a sua actividade
Cristina Ferreira
a O Governador do Banco de Portu-
gal (BdP), Carlos Costa, não parou nas
duas últimas semanas, desdobrando-
se em contactos para sensibilizar as
autoridades para a “delicadeza” da
situação financeira e económica do
país. Além de ter reunido com Cava-
co Silva, José Sócrates e Teixeira dos
Santos, encontrou-se com os presi-
dentes dos grandes bancos a opera-
rem em Portugal. E enviou cartas a
vários conselheiros de Estado com o
mesmo objectivo. As movimentações
decorreram com grande sigilo.
Os primeiros sinais públicos de que
o tempo de espera dos banqueiros se
esgotara e que os ventos sopravam
agora noutra direcção surgiram na
segunda-feira. O CEO do BCP, Carlos
Santos Ferreira, veio pedir ao Gover-
no para negociar com a UE, com “ur-
gência”, um financiamento intercalar
e aconselhou o novo governo a pedir
o resgate após as eleições. Às decla-
rações de Santos Ferreira, proferidas
dois meses depois de ter defendido
o oposto, seguiram-se as de Ricardo
Salgado. Conhecido por nos últimos
anos ter sustentado muitas vezes as
teses de José Sócrates, o CEO do BES
viria no dia seguinte a replicar o pen-
samento do concorrente. Ontem foi
a vez de Nuno Amado, do Santander
Totta, prestar declarações na mesma
linha. Pelo meio, Santos Ferreira, Sal-
gado, Amado, Faria de Oliveira (CGD)
e Fernando Ulrich (BPI), sob a égide
do BdP, fizerem-se ouvir: não iriam
continuar a financiar o Estado e as
empresas públicas.
Depois de meses a patrocinarem
a tese de que seria preferível Portu-
gal não recorrer à ajuda da UE/FMI,
tinham mudado de opinião. O que
estava a fazer correr os banqueiros?
A degradação das condições macro-
económicas. O processo de financia-
mento do Estado através da aquisição
de dívida soberana por parte dos ban-
cos deixara de ser sustentável.
Nos últimos meses os bancos aju-
daram a alimentar os leilões de divida
pública na tentativa de dar tempo ao
Governo para que este encontrasse
uma solução de ajuda europeia mais
benigna do que a concedida à Grécia
e da Irlanda. Mas com a deterioração
das últimas semanas em marcha, os
bancos aceleraram as movimentações
para “pressionar” os decisores a pe-
dir ajuda externa. Mas enfrentaram
as resistências políticas centradas
em José Sócrates, que ainda ontem
de manhã continuava a acreditar ser
possível chegar até Julho sem pedir
auxílio. Uma fonte do sector contou
ao PÚBLICO que as iniciativas desta
semana só foram publicitadas após
terem falhado as tentativas, nomea-
damente do BdP e de entidades euro-
peias, junto de Sócrates para o levar
solicitar auxílio. Sem a expectativa de
que seria possível alcançar um enten-
dimento com a UE mais favorável e
constatando que o financiamento
do Estado nos mercados já não era
sustentável, os banqueiros deram por
terminado o tempo de espera.
Em Janeiro a banca tinha 18,367 mil
milhões de euros investidos em títulos
de dívida soberana. A CGD, BCP, BES,
BPI e Santander Totta concentravam
nas suas carteiras 74 por cento da ex-
posição total, com cerca de 14 mil mi-
lhões de dívida portuguesa de longo
e curto prazo. Dos seis bancos, só o
BPI se excluíra da “ajuda” ao Estado
18,3
No princípio
do ano, a banca
nacional detinha
18,3 mil milhões
de euros de
títulos de dívida
soberana nas
suas mãos
não investindo há quase um ano um
cêntimo em obrigações do Tesouro
nacionais (mas mantendo 2,88 mil mi-
lhões de euros de dívida portuguesa
que gera menos valias potenciais de
305 milhões de euros).
Foi neste contexto, com os ventos a
soprarem para o lado contrário, que
os responsáveis do sistema financeiro
passaram as últimas duas semanas a
defender que o pedido de ajuda ex-
RAFAEL MARCHANTE/REUTERS
terna deveria chegar com urgência. O
Estado poderia a qualquer momento
interromper os pagamentos, arrastan-
do a economia para o fundo.
As autoridades garantem que a
solvência dos bancos não está em
discussão, e que estes honrarão os
seus compromissos. Com o acesso
aos mercados internacionais fecha-
do, há cerca de um ano, a falta de
liquidez mantém-se. E é o BCE, que
tem como missão fornecer liquidez ao
sistema, mediante a entrega de cola-
terais, que actua como emprestador
de último recurso. Mas as idas ao BCE
decorrem com parcimónia. Quando
os banqueiros portugueses aceleram
nos pedidos, Jean Claude Trichet
manda-os abrandar, sem deixar de
garantir financiamento em doses que
permitam às instituições continuar a
funcionar.
Ontem ao aceitar pedir a ajuda da
Europa, Sócrates deixou os banquei-
ros satisfeitos. Com o apoio externo,
é prevísivel que os bloqueios à eco-
nomia sejam ultrapassados e se crie
um novo quadro de ida dos bancos ao
BCE, pois o financiamento passa a es-
tar assegurado, o que lhes permitirá,
acreditam, ir acedendo aos mercados.
Os dirigentes bancários acreditam que
será negociado com a UE um crédito
intercalar de quase 15 mil milhões de
euros, mediante a apresentação de
um programa de austeridade.
REN caiu um nível
Moody’s baixa
para lixo ratings
da Parpública,
Refer, RTP e CP
a A agência de notação Moody’s
cortou ontem o rating da Parpúbli-
ca, da Refer, da RTP e da CP para o
nível “lixo”, reflectindo a descida,
ontem, do rating do Estado portu-
guês. A REN caiu um nível na avalia-
ção da agência e a PT poderá ver a
sua notação baixar em breve.
Depois de cortar o rating a sete
bancos e à REN, na terça-feira, a no-
tação da dívida das quatro empresas
passou para um patamar conside-
rado “lixo” pela Moody’s.
A Parpública passou de Baa1 pa-
ra Ba1, a Refer de Baa2 para Ba2, a
estação de rádio e de televisão do
Estado e a ferroviária nacional de
Baa3 também para Ba2.
A descida é consequência direc-
ta do corte a que a mesma agência
procedeu terça-feira ao rating da
República portuguesa, de A3 para
Baa1, face, perante a perspectiva
iminente de Portugal se ver obriga-
do a recorrer à ajuda externa, como
aconteceu ontem.
O corte do rating da REN em
mais um nível (para Baa2) reflecte
a mesma visão da Moody’s de que “a
recente deterioração do ambiente
financeiro deverá ter um efeito ad-
verso nos custos de financiamento
da REN, afectando por isso o crédi-
to, que já estava fraco com o rating
anterior de Baa1”.
E novos cortes acontecerão, avi-
sou a agência, no caso de se veri-
ficarem novas novas reduções no
rating da República. A empresa vai,
por isso, permanecer sob análise
para um possível novo corte, face
à sua exposição ao stress do merca-
do da dívida e a incapacidade de se
O rating da
estação pública
de rádio e de
televisão baixou
de Baa3 para
Ba2, a mesma
descida que foi
aplicada à CP
distanciar da economia local e das
circunstâncias de mercado.
Entretanto, na onda de cortes às
várias empresas públicas – e depois
de baixar igualmente a notação de
três municípios portugueses e das
duas regiões autónomas, Açores e
Madeira –, a Moody’s colocou o ra-
ting da Portugal Telecom sob revi-
são. Isto quer dizer que a empresa
poderá ver baixar em breve a sua
avaliação, actualmente no nível
Baa2.
A decisão da agência reflecte o re-
ceio de que a deterioração da situa-
ção financeira em Portugal dificulte
a capacidade da PT em manter os
níveis de financiamento, explicou
em comunicado Carlos Winzer, ana-
lista da Moody’s que segue a avalia-
ção da PT.
10 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Destaque
Crise 1983, quando a tensão política explicou a crise na economia
A crise económica
que levou Portugal a
provar pela primeira
vez a receita do FMI
João Ramos de Almeida
Em 1983, duas razões
explicam a vinda do
FMI. Uma degradação
da conjuntura externa,
mas também as políticas
eleitoralistas então seguidas
a “Estava em causa, muito cruamen-
te, a própria capacidade de assegu-
rar, em termos de financiamento ex-
terno, o funcionamento corrente da
actividade económica. Chegámos,
meus senhores, a essa fase. Não é o
Governo que enferma de uma estreita
miopia financista, é a realidade que
nos apresenta a factura.”
A voz a colar a estas palavras é a
do então ministro das Finanças, o já
falecido Ernâni Lopes. Local: o Parla-
mento, durante uma interpelação ao
Governo, em Outubro de 1983, dois
meses após se ter assinado a carta de
intenções com o Fundo Monetário
Internacional (FMI), que impôs um
severo programa económico.
Como se chegou aí? Primeiro, um
desequilíbrio externo explicado pe-
lo aumento dos preços do petróleo
em 1973 e pela explosão social pós 25
de Abril, que obrigaram ao primeiro
acordo com o FMI em Maio de 1978.
Mas a instável economia portuguesa
foi ainda afectada por uma desade-
quada política económica.
Ernâni Lopes
acusou então
Cavaco de
políticas com
o único fim de
“promover a
vitória eleitoral
do PSD-CDS”
Em 1980, o Governo da Aliança
Democrática (AD), era Cavaco Silva
ministro das Finanças, promoveu po-
líticas que, no entender do ex-gover-
nador do banco central Silva Lopes,
tinham o único fim de “promover a
vitória eleitoral do PSD-CDS”.
Subiram os gastos orçamentais,
valorizou-se o escudo, dificultou-se
a vida aos exportadores, subiram as
importações. Em resultado, o défice
das transacções correntes subiu de
cinco por cento do PIB em 1980 para
11,5 por cento em 1981 e 13,2 em 1982.
A dívida externa aumentou de 467
milhões de contos em 1980 para 1199
milhões em 1982. Os mercados finan-
ceiros aproximavam-se do país.
Um programa de estabilização foi
sendo introduzido desde final de
1982. O Governo AD ainda aumentou,
no início de 1983, as taxas de juro em
quatro pontos e vendeu 50 tonela-
das de ouro para financiar as contas
Rui Mateus, Mário Soares e Mota Pinto: o líder do PS defendia revisão do “folclore ideológico do século XIX”
externas. Mas face ao avolumar dos
problemas e fragilizado pelas críticas
internas no PSD – com Cavaco Silva
a conspirar contra Francisco Balse-
mão – a AD desfez-se e, nas eleições
de Abril de 1983, o PS ganhou as elei-
ções, com 36 por cento. Nasceu então
o Governo do Bloco Central (PS-PSD),
de Mário Soares e Mota Pinto.
Umas das primeiras medidas foi
desvalorizar o escudo em 12 por
cento e aumentar as taxas de juro.
Aumentaram-se os preços de pro-
dutos básicos. Congelou-se o investi-
mento público e criou-se um imposto
extraordinário sobre os lucros. Mas
não chegou. Iniciaram-se negocia-
ções com o FMI. O Governo falava
da inevitabilidade do acordo, o que
não era consensual. João Salgueiro,
à data membro do PSD e hoje ex-pre-
sidente da CGD, estava contra. Fer-
nando Ulrich, então jornalista e hoje
presidente do BPI, escreveu: “Esta
via anestesiante da inevitabilidade
de negociação corre o risco de nos
fazer esquecer que o Fundo também
tem os seus objectivos, um prestígio e
uma credibilidade a defender.”
Cavaco Silva, director do gabinete
de estudos do banco central, chefiou
a delegação a Washington, mas em
Portugal não participou na negocia-
ção. Foi Teodora Cardoso, directora
do banco central, quem o substituiu.
As negociações iniciaram-se a 18 de
Julho de 1983 e terminaram às 4h da
madrugada de 8 de Agosto.
O Fundo desbloqueou 300 milhões
de dólares para financiar a dívida e Agência de rating canadiana aguenta acesso normal dos bancos ao BCE
100 milhões para quebras de expor- Banca arrisca-se a corte nas garantias entregues junto do banco central
tações até 28 de Fevereiro de 1985. A
terapia foi brutal: redução do défice
de transacções correntes de 9,3 por Depois dos cortes de rating a Actualmente, as regras da então, compensar a diferença com
cento em 1983 para 6 por cento em Portugal por parte da Standard autoridade monetária europeia a entrega de dinheiro.
1984. O défice orçamental deveria & Poor’s, da Fitch e da Moody’s, para conceder empréstimos Micheal Heydt, vice-presidente
passar de 11,7 por cento em 1982 pa- a agência de notação financeira aos países da zona euro exigem adjunto da DBRS e responsável
ra 7,3 por cento em 1984. Criou-se um canadiana DBRS é a única que os activos apresentados pela análise de Portugal, disse
polémico imposto extraordinário. A esperança de que o acesso como garantia pelos bancos ao PÚBLICO que, “apesar de
taxa de desemprego subiu de 5,8 por dos bancos nacionais aos (geralmente, títulos de dívida) reconhecer a crescente incerteza
cento no início de 1983 até ao ponto empréstimos do Banco Central tenham, pelo menos, um rating quanto ao financiamento do
mais alto no segundo trimestre de Europeu (BCE) não se torne mais com nível igual ou superior a Estado no curto prazo, isso não
1986 – 7,6 por cento. dificultado. A-. Nas regras do BCE, apenas justifica uma acção imediata sobre
Mas a crise teve consequências Para esta agência, as condições interessam as classificações de o rating”. Ainda assim, a DBRS
políticas. O PS meteu o marxismo de mercado não justificam, quatro agências de rating – a S&P, admite que “os desenvolvimentos
na gaveta. “Não renegamos o nosso por si só, um corte do rating a Fitch, a Moody’s e a canadiana económicos no curto pazo podem
passado, nem a nossa história, [mas nacional, mas fica o aviso: se a DBRS – e, de entre elas, é a melhor afectar a notação” de Portugal.
é preciso rever] um certo folclore consolidação orçamental for posta avaliação que conta. Em Novembro do ano passado,
ideológico que vinha do século XIX”, em causa, a nota da República As três primeiras já colocaram a agência passou o rating de
disse Mário Soares no congresso de portuguesa vai descer do nível a nota de Portugal abaixo do nível
Outubro de 1983. No PSD, após a con- A. E, se isso acontecer, os títulos A e ameaçam baixar ainda mais. Ratings atribuídos aos países
testação interna à política seguida, da dívida nacional passam Só a DBRS mantém o rating do periféricos da zona euro
Mota Pinto demitiu-se em Fevereiro automaticamente a valer menos país em A-. Assim, se também
de 1985. Cavaco Silva ganhou o con- como garantia nos empréstimos esta descer a nota nacional, o BCE Grécia Irlanda Portugal
gresso da Figueira da Foz em Abril de dados pelo BCE. Numa altura em será forçado a aplicar um haircut S&P BBB- BB- BBB+
1985, rompeu com o Bloco Central e que o acesso aos mercados tem (corte) às garantias. Para receber o
Fitch BBB- BB+ BBB+
ganhou as eleições de Outubro desse estado praticamente congelado, os mesmo volume de empréstimo da
ano, a tempo de beneficiar dos efei- empréstimos do banco central têm autoridade monetária, os bancos Moody's Baa1 B1 Baa1
tos da terapia de choque e da retoma sido o balão de oxigénio da banca. terão de entregar mais títulos ou, DBRS A- - A
económica internacional.

Portugal para A-, o mais baixo
dentro da escala de A, e colocou-o
sob perspectiva negativa, o que
indica que pode vir a baixá-lo.
Michael Heydt explica
que, actualmente, a agência
está a avaliar de que forma a
consolidação orçamental será
afectada pelas recentes revisões
do défice e da dívida pública,
decorrentes de alterações
metodológicas do Eurostat, que
levaram à inclusão dos prejuízos
do BPN e de algumas empresas
de transporte no perímetro das
contas públicas.
BCE pode abrir excepção
Um haircut nas garantias que
entregam ao BCE não é, contudo,
o pior cenário a que se arriscam
os bancos nacionais. Se as quatro
agências de rating decidirem
descer a nota de Portugal abaixo
de BBB- (nível onde a S&P e a
Fitch têm a República, sob a
DR
ameaça de novos cortes), o BCE
deixaria, simplesmente, de aceitar
a dívida nacional como garantia
nos empréstimos que dá. Isso
obrigaria os bancos a substituir
todos os títulos de dívida pública
portugueses que entregaram ao
BCE como garantia.
A única escapatória possível dos
bancos seria se o banco central
abrisse um regime de excepção,
aceitando os títulos de dívida como
garantia, independentemente dos
ratings atribuídos. Foi isso que
aconteceu com a Grécia e a Irlanda,
quando os seus ratings desceram
abaixo de BBB-.
O facto de Portugal ir recorrer
ao fundo europeu (tal como estes
dois países fizeram) deixa essa
possibilidade em aberto. Mas,
mesmo assim, a banca portuguesa
não escaparia a um haircut, já que,
no caso da Grécia e da Irlanda,
essas penalizações se mantiveram.
A.R.F.
O congresso-trincheira
Análise
São José Almeida
a A queda da bomba atómica,
que foi o reconhecimento
pelo primeiro-ministro, José
Sócrates, de que o Governo
vai recorrer a “mecanismos de
financiamento”, veio obrigar o
PS a recentrar o seu discurso e
estratégia eleitoral. Aquilo que
surgia como a campanha do
líder que tudo fez para evitar
que Portugal recorresse a
empréstimos e ajudas financeiras
penalizadoras, transforma-se
agora na campanha cujo discurso
terá de ser reciclado e passar a
assentar na culpabilização da
oposição e em particular do
PSD pela situação financeira e
a obrigatoriedade de recorrer
a ajuda, em consequência da
recusa de Pedro Passos Coelho
em viabilizar o PEC IV.
Neste contexto, a reunião
magna dos socialistas que se
inicia amanhã, sexta-feira, e
que decorre até domingo em
Matosinhos, será uma espécie
de congresso-trincheira. E
o Pavilhão da Exponor será
o espaço destinado a cerrar
fileiras em torno do líder e da
congregação de esforços para
dinamizar e ganhar impulso para
uma campanha eleitoral que
está condicionada pelo facto de,
na liderança do PS, se manter o
primeiro-ministro demissionário.
O clima de vitimização e de
reacção emocional está agora
potenciado para o momento
máximo de dramatização
política que será o congresso. E
ontem eram vários os dirigentes
socialistas que lembravam o
velho slogan do líder-fundador,
Mário Soares (“Quanto mais a
luta aquece, mais força tem o
PS”), para procurar exemplificar
o espírito que assola o partido
e que irá dominar o congresso:
o espírito de resistência de
fechamento em torno do líder
que sabem ferido, mas para
quem querem manter bem visível
a sua lealdade.
De acordo com o que era o
clima que ontem se vivia entre os
dirigentes do PS, a importância
de se realizar um congresso
este fim-de-semana era grande,
até para que o PS profundo
possa acertar a estratégia e o
discurso eleitoral e partir para
a estrada que conduzirá às
urnas. E, embora seja previsível
a multiplicação de discursos
emocionados, não se prevê que
surjam críticas aos seis anos de
governação.
Marcado como uma
assembleia magna partidária
para a consagração da liderança
de José Sócrates – entretanto
eleito directamente pelos
militantes quinze dias antes –,
e de criação de lastro para a
segunda fase do seu mandato
governamental, o congresso
acabou por ser atropelado pela
realidade dos factos.
Ou seja, dias antes da reeleição
de Sócrates como secretário-geral
que decorreu a 25 e 26 de Março,
o mesmo Sócrates demitiu-se de
primeiro-ministro, a 23 de Março,
pressionado pela barragem feita
pela oposição e pela decisão do
PSD de não apoiar mais nenhuma
proposta do Governo socialista
de ajustamento do Plano de
Estabilidade e Crescimento.
O tom geral deverá ser, aliás,
o do elogio da obra feita. E a
atitude será a de transformar o
Pavilhão da Exponor no palco
de um mega-comício de três
dias de apelo e cerrar de fileiras
partidárias com vista às eleições.
Isto é: o congresso será no fundo
um momento-chave de arranque
do PS para a campanha eleitoral
a pensar em 5 de Junho.
Neste novo contexto político
nacional, ganha um novo
desempenho aquilo a que
congresso se destinava, ou seja,
debater as estratégias para o
país, incluídas quer na moção de
Sócrates, quer nas moções dos
candidatos derrotados, Fonseca
Ferreira, António Brotas e
Jacinto Serrão.
O congresso será
no fundo um
momento-chave
de arranque do PS
para a campanha
eleitoral a pensar
em 5 de Junho
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 11
Apesar de todo o
desajustamento e desfasamento
que existe entre o momento que
se vive e o que estava previsto
quando a moção foi apresentada
há um mês, o documento
estratégico de Sócrates acabará
por servir aos objectivos
eleitorais que o PS leva para
Matosinhos: faz um balanço da
chamada obra feita.
Ainda que passe
absolutamente ao lado da
consulta eleitoral entretanto
convocada na sequência da
demissão de Sócrates, a moção
de estratégia global lembra o que
foi a actuação dos dois Governos
do PS liderados pelo primeiro-
ministro demissionário. Fala de
“uma governação reformista e
modernizadora”, que classifica
como subsidiária de uma “visão
ambiciosa da modernização do
país”.
E aponta como exemplos dessa
visão os seguintes exemplos:
“mais direitos e liberdades civis;
mais qualificação, ciência e
tecnologia; menos burocracia e
mais confiança nos cidadãos e
nas empresas; mais inovação na
economia; mais qualificação dos
serviços públicos; novas políticas
sociais.” Garantindo que tal foi
feito obedecendo à “defesa do
interesse geral na concretização
das reformas, recusando
qualquer subordinação aos
interesses corporativos.”
A moção apresenta ainda
doze “marcas de mudança”
que certamente serão repetidas
e amplificadas no palco da
Exponor. A primeira é a ideia
de que houve “redução do
abandono e do insucesso escolar
e a melhoria do desempenho
do sistema educativo”. Seguem-
se a “modernização do parque
escolar”, o “Plano Tecnológico
e a promoção da inovação” e
a “reforma da Administração
Pública e a simplificação
administrativa”.
Outra mudança destacada, que
será com certeza referida como
emblemática da governação
de Sócrates, é o “reforço da
independência energética”, bem
como o do “sector exportador”.
A moção aponta ainda a
“qualificação do Serviço Nacional
de Saúde”, o “reforço da rede
de equipamentos sociais”, a
“garantia da sustentabilidade
da Segurança Social pública”, o
“aumento do salário mínimo, em
diálogo social” e ainda a “lei da
nacionalidade e as políticas de
integração dos imigrantes”.
E, claro, o discurso de
culpabilização do PSD pelo facto
de o Governo se ver forçado
a pedir ajuda financeira, ao
chumbar o PEC IV e ao precipitar
eleições, discurso este que será
ajustado, repetido e ensaiado em
várias versões e tons. Jornalista
12 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Destaque
Crise Assembleia da República apreciou ontem os últimos 50 diplomas
Algumas das
iniciativas aprovadas:
a Criação de tribunal especializado
na propriedade intelectual e
concorrência
a Utilização de formatos
electrónicos livres na
administração pública
a Criação do regime de segurança
Mota Amaral em saudação a Jaime Gama, ontem no Parlamento
A última sessão do Parlamento
foi a despedida de Jaime Gama
Sofia Rodrigues
a A última sessão parlamentar da XI
Legislatura – quando dirigentes so-
cialistas começavam timidamente a
admitir um pedido de ajuda financei-
ra externa – foi o momento escolhi-
do para o Presidente da Assembleia
anunciar a despedida. Já não será
candidato a deputado nas próximas
eleições porque “a vida política tam-
bém tem de ter um fim”, justificou
Jaime Gama. O vice-presidente da
Assembleia Vera Jardim, deputado
do PS, também já não será candidato,
apurou o PÚBLICO.
Um aplauso de pé, de deputados de
todas as bancadas, recebeu a notícia
da despedida de Jaime Gama de 35
anos de vida política. Foi deputado
(desde 1976), ministro da Administra-
ção Interna, dos Negócios Estrangei-
ros e teve também a pasta da Defesa.
Na hora do adeus, o presidente da
Assembleia da República gracejou:
“Sr. deputado Jaime Gama, terminou
o seu tempo”.
Na última sessão parlamentar,
antes da notícia sobre o pedido de
ajuda externa se abater no plenário,
ao final da tarde de ontem, o cená-
rio começou a pairar no discurso de
social dos profissionais do
espectáculo
a Alteração ao regime de
transferência de farmácias
a Obrigação de indicação do preço
na embalagem dos medicamentos
a Acesso gratuito a serviços
mínimos bancários
a Altera o regime da prescrição
dirigentes socialistas no período de
intervenções políticas. O primeiro foi
o líder parlamentar do PS, Francisco
Assis, a admitir que numa “situação
excepcional” de degradação das con-
dições de financiamento, um Gover-
no de gestão poderia responder de
forma “excepcional” com um pedido
de ajuda. Momentos mais tarde, o mi-
nistro dos Assuntos Parlamentares,
Jorge Lacão, falava no financiamen-
to externo – sempre recusado pelo
primeiro-ministro – mas no condicio-
nal: “Se tiver que agir em matéria de
financiamento externo, o Governo
agirá patrioticamente como sempre
em defesa do interesse nacional”.
Jorge Lacão ensaiou também o dis-
curso que viria a ser reiterado pelo
primeiro-ministro na comunicação
ao país pela televisão. O PSD “pensou
passar uma rasteira ao Governo, mas
acabou por passar uma rasteira ao
país”, disse o ministro, numa alusão
às descidas de rating, e ao aumento
dos juros da dívida.
Mas nem mesmo entre os socialis-
tas o Governo de Sócrates saiu ileso.
Francisco Assis criticou o “excesso
de conflitualidade” nesta legislatura
e disse esperar que na próxima seja
corrigida a atitude de considerar que
médica por princípio activo
a Altera duração dos contratos a
termo
a Cria Gabinete de Recuperação de
Activos na PJ
a Aprova Estatuto dos
Funcionários Parlamentares
a Lei de Enquadramento
Orçamental
RUI GAUDÊNCIO
“todo o compromisso é uma traição”.
O líder da bancada socialista consi-
derou mesmo ser “sinal de fraqueza
não ter disponibilidade para os com-
promissos”.
Pela bancada do PSD, o deputado
Mota Amaral assinalou a teimosia do
Governo em “adoptar providências
de emergência”, agravando o esta-
do de “alerta vermelho” da situa-
ção financeira do país. À esquerda,
o PCP escolheu como alvo a recusa
da banca em financiar mais o Estado
português. Para o líder da banca-
da comunista, Bernardino Soares,
a situação configura uma “clara
cartelização” que “pelos vistos foi
combinada, pasme-se, numa reu-
nião com o Banco de Portugal”. Já o
líder da bancada bloquista viu neste
comportamento uma “chantagem
à democracia”. “É um golpe de Es-
tado palaciano que pretende ditar,
fora da democracia e contra ela, o
destino do país no próximo futuro”,
disse José Manuel Pureza.
A última sessão parlamentar ficou
também marcada por uma maratona
de duas horas de votações em que fo-
ram apreciados 50 diplomas e oito vo-
tos de pesar e de congratulação (ver
texto nesta página). com S.J.A.
a Aditamento (do PCP) ao Decreto-
Lei que regula apoio do Estado
a Alteração da duração
dos contratos a
às escolas do ensino particular e termo
cooperativo
a Conversão dos
a Institui Dia da Produção Nacional “falsos recibos
verdes” na
Diplomas Administração
Pública
rejeitados
a Suspensão
a Alteração do regime da prescrição da cobrança de
médica por princípio activo portagens na A28
O Parlamento na hora da despedida
Senhora legislatura,
“terminou o seu tempo”
eu sou velha”, explicou a veterana
Reportagem de 91 anos que veio da Póvoa
de Varzim para testemunhar a
elevação de Aguçadoura a vila.
Nuno Sá Lourenço
Sobre os trabalhos parlamentares,
a “É bem o caso, posso dizer: achou normal que cada deputado
senhor presidente da Assembleia puxasse “para o seu lado”. Não
da República, senhor deputado sem acrescentar, atenta, sobre os
Jaime Gama, terminou o seu tempo, parlamentares que conhecia lá das
muito obrigado.” Foi com esta suas paragens: “Faltaram alguns...”
frase, e consequente ovação de pé A sessão terminou com a bateria
dos deputados – que o presidente de 84 votações. Por entre votos
da AR se despediu do último dia de de pesar e projectos de lei, os
trabalhos da XI Legislatura. deputados sempre se divertiram
Por essa altura já a sala estava com algumas das propostas e
quase cheia. Coisa que levou tiradas que elas geravam. Alguns
o seu tempo, dada a forma estranharam, por exemplo o
descomprimida como o dia projecto de resolução sobre o
era encarado em São Bento. O Protocolo do Esgotamento. O Dia
Parlamento estava dissolvido e o de Produção Nacional, apresentado
Governo demissionário há dias.
Ontem assistiu-se a uma missa de
sétimo dia com direito a votos.
pelo PS, passou, mas com o voto
contra do também socialista
Sérgio Sousa Pinto. Ouviram-se
O ambiente descomprimido
resultou numa sessão barulhenta,
mas não por causa das
gargalhadas quando o parlamentar
justificou o voto afirmando que
a proposta parecia “saída de um
intervenções. Os parlamentares filme de propaganda dos anos 30”.
conversavam entre si quando
Gama dera já início aos trabalhos.
Os desbloqueadores de conversa
deviam ser outros que não os temas
das declarações políticas que se
soltavam da tribuna. Congressos
partidários e listas de candidatos à
AR era do que se falava pelas salas,
escadas e corredores.
Pelos corredores, a normalidade
seguia o seu curso. Delegações
viam-se por ali, sentadas nos sofás,
grupos de crianças visitavam o
palácio e as forças de segurança
encaminhavam a assistência para
as galerias.
Mas aí havia diferenças. De
vez em quando, o presidente
de câmara João Pinto Pereira
levantava-se para, de lá de cima,
tirar ao plenário fotografias com
o seu telemóvel. Cumpria uma O Dia da Produção Nacional
das tradições do último dia de passou, mas com o voto
votações de uma legislatura:
assistia à elevação a cidade da sua contra do socialista Sérgio
Albergaria-a-Velha. Olhava para o
dia como “especial”, em relação a
Sousa Pinto. Ouviram-se
outros a que já tinha assistido, e por gargalhadas quando este
isso considerava “engraçado ver
como se fecha um ciclo”. atirou à sala que a proposta
Já para Olívia Lino a vinda ao parecia “saída de um filme de
Parlamento era uma novidade. “É
a primeira e a última vez, porque propaganda dos anos 30”
14 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Portugal
Saúde Preços apenas são inferiores aos praticados na Dinamarca e Finlândia
Cidadãos suportam mais de 30 por cento do custo dos medicamentos
Portugueses entre os que mais
pagam pelos medicamentos na UE
Parlamento Europeu recomenda que se aposte na promoção do uso
racional dos fármacos e avisa que co-pagamentos podem afectar o acesso
Alexandra Campos
A A factura que os portugueses pa-
gam pelos medicamentos é das mais
elevadas na União Europeia. Em
termos percentuais, os portugueses
pagam quase tanto pelos fármacos
como dinamarqueses e finlandeses
e um pouco mais do que os suecos.
Numa análise comparada efectuada
em 17 países da UE, Portugal surge
em terceiro lugar na tabela, com co-
pagamentos (os encargos que os ci-
dadãos suportam) acima de 30 por
cento, em 2009. Os dados constam
do estudo Diferenças nos custos e no
acesso a produtos farmacêuticos na
UE, que acaba de ser divulgado pelo
Parlamento Europeu.
Os dinamarqueses estão no to-
po da lista: pagam mais de 40 por
cento da despesa com remédios.
Do outro lado da tabela surgem os
holandeses, os italianos e os fran-
ceses, que suportam menos de
cinco por cento dos encargos com
medicamentos. O restante é supor-
tado pelas comparticipações es-
tatais ou seguros de saúde, conso-
ante os sistemas dos vários países.
“O uso do co-pagamento como mé-
todo de contenção de custos conti-
nua em debate, considerando a sua
influência potencial no acesso aos
medicamentos, especialmente para
as populações mais vulneráveis. Os
co-pagamentos devem ser definidos
a um nível que não restrinja o acesso,
mas sim promova o uso racional”,
defendem os autores do estudo,
elaborado pela Direcção-Geral para
as Políticas Internas do Parlamento
Europeu. Recomendam ainda que
se aposte nas prescrições com boa
relação qualidade-preço e na cons-
ciencialização dos doentes para a
existência de terapêuticas mais ba-
ratas nas farmácias.
Os gastos com produtos farmacêu-
ticos representam a terceira maior fa-
tia dos orçamentos da saúde, e a ten-
dência tem sido para um progressivo
aumento, o que representa uma ame-
aça à sustentabilidade, sublinham.
Mas há grandes disparidades nos
gastos per capita com fármacos en-
PAULA ABREU
capita superior a 300 euros por ano
Quem paga o quê em 2006 (quando em 2000 era pou-
Portugal acima da média co superior a 200 euros).
O estudo chama ainda a atenção
Custos suportados pelo doente (%) para outro fenómeno que tem a ver
Custos comparticipados (%) com a disponibilidade dos fármacos.
Média Em vários estados-membros – e Por-
tugal está incluído neste grupo – o
Dinamarca
número de medicamentos disponí-
Finlândia
veis é inferior ao de medicamentos
França
autorizados, porque muitos não che-
Alemanha gam a ser colocados no mercado.
Grécia Hoje, Dia Mundial da Saúde, a Fair
Irlanda Cost Health Care, iniciativa “de ci-
Itália dadania” promovida por dois médi-
Holanda cos e um professor de Engenharia
Portugal pretende chamar a atenção para o
Espanha problema da elevada despesa com
Reino Unido medicamentos em Portugal. “No en-
UE-16 tanto, um corte cego nesta área não
0 100 resolveria por si só o problema, pelo
Fonte: Parlamento Europeu
que a atenção dever-se-á voltar para
a automedicação “selvagem” e a po-
tre os vários países analisados: basta limedicação, em particular junto da
ver que o maior nível encontrado era população sénior”. A monitorização
três vezes superior ao menor. mais eficaz do consumo conduziria
Portugal encontrava-se, aqui, a a uma poupança da ordem dos 600
meio da tabela, com um gasto per milhões de euros, estimam.
Dívida às farmácias
Madeirenses vão
pagar remédios
na íntegra a
partir de Maio
Tolentino de Nóbrega
a As farmácias da Madeira decidi-
ram ontem suspender, a partir de
1 de Maio, a dispensa de medica-
mentos a crédito aos beneficiários
do Serviço Regional de Saúde, que
passarão a ter de pagá-los na íntegra,
devido a uma dívida do Governo re-
gional que ascende já a 118 milhões
de euros. A decisão foi anunciada
ontem pela Associação Nacional de
Farmácias (ANF) e o presidente do
Governo madeirense, Alberto João
Jardim, ameaçou com uma “respos-
ta” à altura daquilo que considera
ser uma “chantagem”.
“Não há condições de financiamen-
to que permitam sustentar a manu-
tenção da dívida do Governo regional
e muito menos o seu agravamento”,
justificou o presidente da ANF, João
Cordeiro, afirmando que a suspensão
só foi decidida após “excesso de com-
preensão pelos problemas financei-
ros” do executivo madeirense.
A Caixa Geral de Depósitos foi a
única instituição que se disponibili-
zou para assumir uma parte da dívi-
da (33 milhões), dado que “todos os
outros bancos contactados, nacionais
e estrangeiros, declinaram qualquer
interesse nessa operação”, revelou
numa conferência de imprensa rea-
lizada no Funchal. Cordeiro lamenta
que o executivo de Jardim tenha falha-
do, logo no primeiro mês, o compro-
misso de pagar gradualmente em oito
anos os remanescentes 85 milhões da
dívida, que remonta a 2008, muito
antes do temporal de 20 de Fevereiro
de 2010, como frisou.
O presidente da ANF relevou que
“a Madeira foi sempre a região com
maiores atrasos às farmácias” e a sua
situação “é incomparavelmente mui-
to mais grave” do que no continente.
“A única região com pagamentos em
falta é o Norte, mas com apenas um
mês de atraso e não anos, como neste
arquipélago”, disse Cordeiro, adian-
tando que a média da dívida às cerca
de 2800 farmácias do país é consi-
deravelmente inferior à média de 1,2
milhões que o Governo madeirense
deve a cada uma das 63 farmácias
existentes na região.
“A sobrevivência das farmácias
depende desse pagamento, porque
80 por cento da sua receita é consti-
tuída pelo valor das comparticipa-
ções”, lembrou João Cordeiro. Para
já, e a partir de 1 de Maio, os benefi-
ciários do Serviço Regional de Saúde
terão de pagar integralmente o pre-
ço dos medicamentos nas farmácias
madeirenses.
 Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 15
Afixação obrigatória do preço nos medicamentos
A Assembleia da República dos medicamentos. O texto
aprovou ontem um projecto aprovado partiu de um projecto
de lei que torna obrigatória a de lei apresentado pelo Bloco de
indicação do preço de venda Esquerda e contou com os votos
ao público (PVP) na rotulagem contra dos deputados do PS.

PÚBLICO acompanha cinco famílias durante um ano de crise http://publico.pt/cincofamilias

Cerca de mil a mil e quinhentos auxiliares Matrículas

das escolas terminam contrato até Agosto
André Jegundo
Sindicatos falam no agravar
das carências actuais, mas
os dirigentes escolares
afastam cenário de ruptura
a A Federação de Sindicatos da Fun-
ção Pública (FSFP) estima que entre
1000 a 1500 contratos de funcionários
auxiliares das escolas terminem até
Agosto. A situação poderá “agravar
o problema da falta de trabalhadores
não docentes”, defende o dirigente
sindical Luís Pesca, que alerta para a
existência de escolas com serviços a
“funcionar apenas a tempo parcial”
e com “problemas nos serviços de
limpeza e higienização”.
O presidente da Associação Nacio-
nal de Dirigentes Escolares, Manuel
António Pereira, diz desconhecer
“qualquer caso de ruptura” por fal-
ta de pessoal não docente. Mas alerta
para as “dificuldades” que as escolas,
nas quais as autarquias têm compe-
tências delegadas pelo ME, têm sen-
tido na substituição de funcionários
em caso “de baixas prolongadas”.
“Como os quadros de pessoal estão
fechados o processo é muito demo-
rado. As autarquias estão a recorrer,
sobretudo, aos centros de emprego
onde as pessoas recrutadas são, de
uma forma geral, muito pouco for-
madas e pouco preparadas para lidar
com crianças e jovens”, refere.
Depois de, em Fevereiro, o Ministé-
rio das Finanças ter aprovado a aber-
tura de concursos para a contratação
a termo de 632 auxiliares para as es-
colas, Luís Pesca sustenta que estas
colocações “não serão suficientes”
para colmatar “o défice de 2000 a
2500” funcionários nas escolas.
Ministério de
Isabel Alçada
comunicou em
Fevereiro aos
sindicatos a
prorrogação dos
contratos dos
auxiliares
“Estes concursos são para resolver
situações que vêm desde Agosto de
2010, quando milhares de auxiliares
terminaram contrato. Não respon-
dem às saídas que vão acontecer até
ao final do ano lectivo”, prevê. Uma
parte destes contratos terminou no
final de Março, mas a grande maioria
expira em Agosto. Segundo a FSFP,
estes são, na sua maioria, auxiliares
“com vínculos anuais mas que têm si-
do renovados” e que “trabalham nas
escolas há cerca de 3 a 4 anos”.
Em Fevereiro, o Ministério da Edu-
cação (ME) comunicou ao sindicato
que, a título excepcional, os contratos
de trabalho dos auxiliares nas escolas
seriam “prorrogados” até à conclusão
dos procedimentos concursais”, com
o objectivo evitar situações de ruptu-
ra no funcionamento nas escolas. O
sindicato, no entanto, diz já ter co-
nhecimento de escolas com serviços
a “funcionar a tempo parcial” e com
“problemas nos serviços de limpeza
e higienização”.
online no básico
arrancam dia 15
a As matrículas online para o 1.º ano
do ensino básico arrancam no próxi-
mo dia 15 de Abril. Segundo o Minis-
tério da Educação, a plataforma in-
formática que permitirá que as ma-
trículas se façam por via electrónica
estará disponível a partir daquela data
no Portal das Escolas.
Para efectuar a matrícula electro-
nicamente é preciso que a autentica-
ção se faça através do Cartão do Cida-
dão. Porém, continuará a ser possível
efectuar a matrícula presencialmente,
com o recurso a qualquer documento
de identificação civil válido, incluindo
o Bilhete de Identidade.
As matrículas — que tradicionalmen-
te arrancavam em Janeiro — decorre-
rão entre 15 de Abril e 15 de Junho.
Natália Faria

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Portugal deu 452 milhões

a países pobres em 2010
Ana Rita Duarte
a Em 2010, a Ajuda Pública ao De-
senvolvimento (APD) atingiu “um
máximo histórico” a nível internacio-
nal e Portugal, com um aumento de
31,5 por cento, foi o país europeu que
maior crescimento registou ao nível
dos donativos a países carenciados,
anunciou ontem a OCDE. No total, a
ajuda nacional ascendeu no ano pas-
sado a 452 milhões de euros.
O relatório do Comité de Ajuda ao
Desenvolvimento (CAD) indica que o
crescimento verificado em Portugal
se deve “sobretudo a mais linhas de
crédito de ajuda”. Os apoios euro-
peus rondaram os 49 mil milhões de
euros, representando 54 por cento
do valor total entregue pelos países
membros do CAD. Os cerca de 90
Apoios a África vão baixar
mil milhões de euros atingidos no to-
tal em 2010 significam “o nível mais
elevado jamais atingido em termos
reais”, “uma progressão de mais de
6,5 por cento em relação a 2009”.
EUA, Reino Unido, França, Ale-
manha e Japão foram os maiores
contribuintes da APD, enquanto a
Austrália, Bélgica, Canadá, Japão,
Portugal e Reino Unido foram os pa-
íses onde os apoios mais cresceram
face a 2009.
O continente africano foi também
mencionado durante a apresentação,
ontem em Paris, do relatório do CAD,
pelo crescimento económico de seis
por cento registado entre 2000 e
2008 e por 17 dos seus países que
são já considerados “histórias de su-
cesso”. O presidente do CAD, Brian
Atwood, e o director da OCDE, Jon
Lomoy, anunciaram a previsível de-
saceleração da APD para África nos
próximos anos, visto que o aumento
da ajuda tem sido ultrapassado pelo
crescimento demográfico.
A Comissão Europeia já felicitou
os Estados-membros do CAD pelo
“esforço colectivo” que permitiu o
aumento em cerca de 4,5 mil milhões
de euros dos donativos. Contudo, e
apesar de os números serem global-
mente positivos, é possível também
constatar que “um certo número de
doadores não estão no bom caminho
para respeitar os seus objectivos”.
Portugal, por exemplo, é um dos pa-
íses que continuam a não cumprir
o compromisso de destinar anual-
mente aos países carenciados 0,51
por cento do seu rendimento nacio-
nal bruto.
16 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Portugal
Obras da Rota das Catedrais serão custeadas
em 80 por cento por fundos europeus
António Marujo
Estado e Igreja contribuem
com 10 por cento cada,
depois de Governo ter
negociado aumento das
verbas comunitárias
a O projecto da Rota das Catedrais,
que prevê a reabilitação de 24 sés em
todo o país, será comparticipado em
80 por cento por fundos comunitá-
rios atribuídos no âmbito do QREN
(Quadro de Referência Estratégica
Nacional), soube o PÚBLICO. A in-
formação será hoje confirmada no
Congresso Internacional da Rota das
Catedrais, que decorre até sábado no
Museu Municipal de Faro, promovi-
do pelo projecto Rota das Catedrais
(RC), uma parceria entre o Ministé-
rio da Cultura e o Secretariado Na-
cional dos Bens Culturais da Igreja
(SNBCI).
O congresso marca também o ar-
ranque de um portal da RC, que à
meia-noite desta quinta-feira ficará
disponível no endereço www.rotadas-
catedrais.com. O portal permitirá fa-
zer visitas virtuais aos monumentos,
ver filmes sobre as catedrais ou plan-
tas interactivas das mesmas. Notas
históricas e informações sobre servi-
ços litúrgicos ou actividades culturais
constarão também naquele endere-
ço, servindo “crentes ou simples tu-
ristas”, diz ao PÚBLICO Sandra Costa
Saldanha, de 36 anos, directora do
SNBCI.
O projecto da RC prevê uma ima-
gem gráfica comum a todas as cate-
drais, a criação de sinalética espe-
cífica, audioguias e folhetos infor-
mativos. Uma revolução, tendo em
conta que em Portugal quase não
há informação relevante disponível
para a visita turística deste tipo de
monumentos.
Inicialmente, a verba prevista para
Direcção de informação da TVI promete uma TV nova
Ana Machado
a A nova direcção de informação da
TVI, que conta desde esta semana com
José Alberto Carvalho e Judite de Sou-
sa, prepara um “reposicionamento
editorial” da informação da estação de
Queluz e promete, para as próximas
semanas, um novo projecto cenográ-
fico e de conteúdos sem paralelo em
Portugal, anunciou ontem o novo di-
rector de informação.
José Alberto Carvalho diz que não
sentiu que devia ter entrado mais ce-
do na TVI quando, no passado dia 23,
assistiu, dos bastidores, à demissão
do primeiro-ministro. A sua adjunta,
Judite de Sousa, nem sequer estava
no país. “Não senti uma grande per-
Sé de Lisboa é uma das que aguarda pela assinatura do protocolo
a comparticipação do QREN era me-
nor, situando-se na casa dos 60 a 70
por cento. Mas as negociações entre
a Secretaria de Estado da Cultura e
o Ministério das Finanças levaram
ao aumento da verba prevista, com
da porque rapidamente se apanha o
comboio, como se depreende pelo tra-
balho que temos realizado nos últimos
dias”, disse esta última, referindo-se
às entrevistas com o ministro das Fi-
nanças, no dia 31 de Março, e com os
principais banqueiros portugueses
que tem realizado esta semana e que
têm marcado a actualidade.
Sobre o futuro, o director de in-
formação lança as primeiras cartas:
“Qualquer
analogia [do
projecto da TVI]
com o que se faz
hoje em televisão
será errada”,
diz José Alberto
Carvalho
As salas de cinema tiveram 3,6 milhões de espectadores no primeiro
trimestre do ano, menos 21,3 por cento que no mesmo período de 2010, e
“quase menos um milhão de bilhetes vendidos”, anunciou o Instituto do
Cinema. O filme mais visto foi O Turista, com 421 mil espectadores.
PAULO RICCA
a consequente redução das contra-
partidas a pagar pelo Estado e pela
Igreja – dez por cento cada.
Para já, há oito protocolos assina-
dos. Só para as obras de conservação
e reabilitação previstas, o valor ron-
“Preparámos um reposicionamento
editorial que permita trazer ainda
mais portugueses à TVI e reforçar a
sua liderança”. “Trabalho, responsa-
bilidade e ousadia” são palavras que
usa para descrever o que planeia para
a informação da estação, recusando
falar do passado e das críticas feitas
ao posicionamento da informação da
TVI, protagonizadas pelo Jornal de Sex-
ta de Manuela Moura Guedes.
“Estamos a preparar um trabalho
surpreendente para os portugueses.
Qualquer analogia com o que se faz
hoje em televisão será errada. Será um
projecto cenográfico e de conteúdos
diferente do que temos no ar em Por-
tugal.” E José Alberto Carvalho não le-
vanta mais nenhuma ponta do véu.
da um investimento médio na ordem
dos dois milhões de euros para cada
sé. Os protocolos já assinados dizem
respeito às catedrais de Braga, Porto,
Viseu, Coimbra (Sé Velha), Santarém,
Portalegre, Faro e Silves. Os restan-
tes, diz Sandra Costa Saldanha, serão
assinados durante os próximos me-
ses, estando para o efeito a decorrer
negociações entre os cabidos de cada
diocese (organismo que tutela juridi-
camente cada catedral) e as respecti-
vas direcções regionais de Cultura.
Este calendário permitirá que as
obras se iniciem até 2012, prevendo-
se a conclusão das intervenções mais
importantes até 2013. As maiores
urgências foram identificadas num
diagnóstico preparado por uma equi-
pa do projecto, que visitou todas as
catedrais envolvidas.
Uma vez feitas as obras de recupe-
ração, falta assegurar a sustentabili-
dade do projecto, diz Sandra Salda-
nha. “Há que manter níveis de quali-
dade com gestão própria, de modo a
garantir o pagamento dos custos para
lá desta fase inicial.”
Para esta responsável, a criação de
pequenas lojas em todas as catedrais
e a realização de iniciativas diversas
serão garantia de que o projecto não
morrerá “daqui a dez anos”. Estes
são monumentos com “carências
e necessidades muito grandes, não
podem estar sujeitos a ajudas pon-
tuais”, afirma.
Uma das ideias que pretende asse-
gurar que as catedrais sejam incluídas
nos roteiros turísticos é a realização,
no âmbito da rota, de um festival de
música, exposições e projectos mu-
seológicos. “Há tesouros musicais
fabulosos que é preciso recuperar”,
diz Sandra Saldanha, potenciando
as catedrais para eventos musicais.
Uma primeira exposição da Rota das
Catedrais está prevista já para Maio
e Junho próximos, em Lamego, reu-
nindo uma peça e um painel de cada
catedral.
A equipa não põe de lado o regresso
de António Vitorino ao comentário
político televisivo, ao lado de Marcelo
Rebelo de Sousa. “António Vitorino
tem um conjunto de características
que o demarcam. E foram cinco anos
de óptimos resultados na RTP”, refere
Judite de Sousa.
Sobre a estreia numa empresa pri-
vada, depois de 32 anos na TV públi-
ca, Judite de Sousa afirma: “Sempre
trabalhei na RTP como se trabalhasse
numa empresa privada, em função de
objectivos, resultados e audiências, e
fui sempre exigente no ponto de vista
de criação de valor. Nunca tive postura
de funcionária pública.” E diz, sobre
o convite da TVI: “Fez-me bem à alma
sentir-me desejada.”
Cultura nega
redução de
entradas grátis
em museus
e palácios
Lucinda Canelas
a A redução das entradas gratuitas
nos museus e nos palácios a um do-
mingo por mês não passa de uma pro-
posta do Instituto dos Museus e da
Conservação (IMC) que nunca foi dis-
cutida pela ministra. “O Ministério da
Cultura refuta qualquer intenção de
alterar a política de entradas livres aos
visitantes dos museus portugueses”,
garantiu ontem o ministério de Ga-
briela Canavilhas, num comunicado
enviado ao fim da tarde para a Lusa.
Canavilhas refutou, assim, as declara-
ções feitas terça-feira pelo director do
IMC, João Brigola, que dizia estar a ser
discutida a possibilidade de alterar o
actual esquema de gratuitidade nos
34 museus e palácios que tutela – ac-
tualmente, a entrada é livre todos os
domingos – já a partir de Junho.
Foi num encontro no Palácio Nacio-
nal de Queluz, em que foram apresen-
tadas as estatísticas de visitantes de
museus e palácios, que Brigola defen-
deu a limitação das entradas grátis.
“Na situação em que estamos, o país
não se pode dar ao luxo de ter níveis
Gabriela
Canavilhas disse
que ainda não
tinha discutido
qualquer
alteração da
política de
entradas livres
tão elevados de gratuitidade”, disse
na terça-feira, sublinhando que 61 por
cento dos visitantes não pagaram en-
trada em 2010.
Ontem, João Brigola voltou a afir-
mar ao PÚBLICO por telefone a “ne-
cessidade absoluta” de aumentar as
receitas e classificou o comunicado
do Ministério da Cultura (MC) como
um “esclarecimento”: “Não é, de to-
do, um desmentido. Eu nunca disse
que a decisão estava tomada, disse
apenas que a diminuição estava a ser
debatida.” No comunicado, no entan-
to, é dito que “o assunto nunca foi
discutido” com Canavilhas. Brigola
acrescenta: “O debate tem acontecido
no âmbito da secretaria de Estado, a
tutela directa [do IMC]. A ministra da
Cultura não participou dele. O que o
comunicado diz, e eu percebo, é que
não há condições, com o Governo em
gestão, para aprovar uma portaria
neste sentido.”
Limitar as entradas gratuitas a
um domingo por mês daria ao IMC
mais 800 mil euros por ano, “um
valor muito significativo”, concluiu
João Brigola. De 2009 para 2010, os
museus e palácios do IMC perderam
13.620 visitantes, 0,5 por cento do
total. E, no ano passado, dos 39 por
cento que pagaram entrada, apenas
12 por cento o fizeram sem qualquer
desconto.

Portugal
Novo PÚBLICO e-paper. Experimente em http://publico.pt/assinaturas
Jardim, a Grande Fraude faz radiografia
da Madeira dependente e afogada em dívidas
Tolentino de Nóbrega
Uma biografia de João
Alberto Jardim feita pelo
jornalista Ribeiro Cardoso
aponta a versão não oficial
sobre a carreira do líder
madeirense
a Jardim, a Grande Fraude é o título
do livro, do jornalista Ribeiro Cardo-
so, a ser lançado, na próxima semana,
no Funchal e em Lisboa. Mais do que
uma simples biografia de Alberto João
Jardim, o livro apresenta a complexa
radiografia da “Madeira nova”, con-
cluindo que “o modelo de desenvolvi-
mento imposto” pelo líder redundou
num “fracasso total”. A ilha, sintetiza-
se na contracapa, “vive muito acima
das suas possibilidades e está afogada
num mar de dívidas, totalmente de-
pendente do exterior”.
A grande descoberta da longa in-
vestigação de dois anos, agora editada
pela Caminho/Leya, foi “a dimensão
do medo, palpável, existente na so-
ciedade madeirense”, revela Ribeiro
Cardoso ao PÚBLICO. Conta que, nas
várias deslocações ao Funchal, con-
tactou com largas dezenas de pessoas
que “não se importaram de contar
o que lhes ia na alma, mas a maio-
ria esmagadora pôs sempre a mes-
Livro de Louçã denuncia um “Portugal agrilhoado”
Rita Brandão Guerra
a “A crise, sempre a crise” e agora o
FMI à porta dão o mote ao novo livro
de Francisco Louçã, Portugal Agrilho-
ado – A Economia Cruel na Era do FMI,
lançado hoje.
Um país à beira do colapso econó-
mico, com “um desemprego como
nunca, perda de salários, uma dívida
externa que arruína o país” e escân-
dalos financeiros “demasiado próxi-
mos do poder político”, levou o líder
do Bloco de Esquerda (BE) à escrita
de um livro que pretende relançar o
debate sobre a crise que Portugal atra-
“Ninguém quer ter chatices públicas com Jardim”, diz um ex-ministro
ma condição: não podia citar o seu
nome”. Mesmo fora da ilha, outras
encontrou que preferiram manter o
anonimato, “não por medo mas por
comodidade”.
Cita um ex-ministro do PSD que,
falando “sem restrições, mas off the
record”, justificou: “Ninguém, no seu
juízo, quer ter chatices públicas com
o Alberto João, mas só porque é uma
maçada e não vale a pena. É assunto
miúdo, percebe? Ele não mete me-
do – a não ser a quem depende de-
le. Acha que eu sou suficientemente
vessa. Uma crise que, segundo Louçã,
“não é uma inevitabilidade”, mas uma
“consequência da corrupção da eco-
nomia, da degradação da estrutura
produtiva, da destruição do trabalho,
da ganância financeira”.
Criticando as escolhas dos gover-
nantes responsáveis pela condução
do país, Francisco Louçã convida
os leitores a discutirem a crise num
momento em que o recurso ao FMI
– “esse fantasma que ameaça a Euro-
pa” – parece cada vez mais iminente.
O autor propõe a análise de teorias
económicas e denuncia “uma cam-
panha impiedosa”, em que todos os
ADRIANO MIRANDA
doido para assumir em público isto
que lhe estou a dizer agora? Para ser
insultado logo de seguida?”
Ribeiro Cardoso descobriu tam-
bém, “espantado, mesmo ali à frente,
a visão de conjunto do regime vigen-
te na Madeira: um líder fanfarrão e
desqualificado, uma Igreja de joelhos,
um Parlamento que é uma casa de
horrores em tempo de democracia,
um poder autárquico absolutamen-
te castrado, uma sociedade de mão
estendida e subsídiodependente, um
laranjal sentado gulosamente à me-
meios são postos ao serviço da ideia
que a solução passa por salvar a eco-
nomia baixando os salários. Para isso
contribuem, segundo o líder do BE, as
empresas, os comentadores, os mi-
nistros e ex-ministros, os mercados
financeiros, as agências de notação,
mas também o Presidente da Repúbli-
A crise
económica que
o país atravessa
e o FMI à porta
serviram de
inspiração para
o novo livro de
Francisco Louçã
sa do Orçamento, uma monstruosa
administração pública às ordens da
sua majestade, uma região autónoma
que é tudo menos autónoma – sempre
a mendigar no exterior, afogada em
dívidas e com os mais baixos índices
de desenvolvimento do país, apesar
de tanto dinheiro que ali desaguou
proveniente de Lisboa e Bruxelas”.
Outra descoberta, “triste mas re-
levante”, para a qual o jornalista não
encontra explicação aceitável, é “a
enorme responsabilidade de Lisboa
na alimentação e manutenção do re-
gime jardinista”.
Recusando-se a fazer futurologia, o
antigo jornalista do Diário de Lisboa, O
Jornal e RTP recorda a antevisão de al-
guns ex-ministros do PSD sobre a Ma-
deira: “Se Lisboa continuar a abrir os
cordões à bolsa, pode aguentar mais
tempo gastando o que gasta e continu-
ando a aumentar a dívida a um ritmo
alucinante. Mas, em tempo de crise, é
capaz de ser difícil, a não ser que Jar-
dim seja um adepto ferrenho da teoria
‘quem vier atrás de mim que apague
a luz e pague as dívidas’”. E sobre o
que acontecerá na Madeira depois de
Jardim sair de cena: “Com este espec-
táculo dos delfins e com a ambição
de Jaime Ramos – que, a pensar no
seu filho, vai apoiando Albuquerque
–, quando Jardim sair, o que não vai
demorar muito, por motivos vários,
vai ser pior que a Bósnia”.
ca e o da Comissão Europeia, leia-se
Cavaco Silva e Durão Barroso.
Com uma capa sugestiva, em que
trinta e oito empresas portuguesas
aparecem numa “teia” – BES, Mota-
Engil, REN e até o Banco de Portugal,
para citar algumas –, o livro promete,
ao longo de 193 páginas, discutir “os
fundamentos da economia cruel” as-
sente em políticas liberais, que atacam
os salários e as prestações sociais e
que visam a privatização dos serviços
públicos. A apresentação da obra es-
tará a cargo do jornalista Fausto Cou-
tinho, hoje, na FNAC Chiado, em Lis-
boa, às 18h30.
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 17
Petição do MEP
por campanha
eleitoral sem
custos públicos
Rita Brandão Guerra
a A petição online por uma campanha
eleitoral sem custos para as finanças
públicas – www.peticaopublica.com –
foi lançada pelo Movimento Esperan-
ça Portugal (MEP) na segunda-feira.
Ontem, já contava com cerca de 4000
signatários.
O MEP pede aos partidos políticos
que abdiquem da subvenção pública,
na ordem dos 9,5 milhões de euros,
para que a próxima campanha eleito-
ral seja de “custo zero”. Atendendo à
situação de “pré-ruptura financeira”
do Estado, Rui Marques, presidente
do MEP, propõe que os partidos con-
correntes nas legislativas recorram
aos meios de comunicação social, aos
tempos de antena, à acção voluntá-
ria dos seus apoiantes, à Internet ou
ainda a recursos financeiros privados,
poupando o erário público desta des-
pesa.
Em declarações ao PÚBLICO, Rui
Marques (foto) considerou essencial
que os políticos dêem um “exemplo
de contenção” em tempos de austeri-
dade. O presidente do MEP afirmou-se
convicto de que o partido, que apre-
sentará listas em todos os círculos
eleitorais nas legislativas, conseguirá
a eleição de um deputado, abdican-
do da subvenção estatal a que teria
direito.
MEP quer campanha a “custo zero”
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18 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Mundo
Guerra civil Nova ofensiva das forças de Alassane Ouattara foi repelida
Presidente cessante
da Costa do Marfim
prolonga resistência
Atacantes chegaram a “150 metros” do portão da
residência de Gbagbo, mas acabaram por recuar. França
diz que não ajuda opositores a desalojá-lo do seu bunker
João Manuel Rocha
a Uma nova ofensiva lançada ontem
pelas forças do Presidente eleito da
Costa do Marfim, Alassane Ouattara,
contra a residência do chefe de Es-
tado cessante, Laurent Gbagbo, fra-
cassou devido à forte resistência da
sua Guarda Republicana e de jovens
milicianos. O ataque foi desencadea-
do depois de terem falhado as nego-
ciações para a rendição.
“Chegaram a 150 metros do portão”
da residência de Gbagbo, que se supõe
estar abrigado num bunker subterrâ-
neo, mas depois ‘retiraram’”, disse à
AFP um habitante da zona de Coco-
dy, em Abidjan. “Há uma pausa nos
combates”, após “várias horas de tiros
com armas pesadas”, acrescentou.
“A ofensiva lançada pelas tropas de
Ouattara deparou-se com forte resis-
tência da última linha de féis de Gba-
gbo”, confirmou à agência fonte do
Governo francês. Apesar dos ataques,
na segunda-feira, de helicópteros das
Nações Unidas e da França contra as
armas pesadas do regime, “há ainda
morteiros e carros de combate no
recinto da Presidência, a ofensiva
foi suspensa por algumas horas”,
acrescentou.
O optimismo dos atacantes era gran-
de ao início da manhã. “Vamos fazer
sair Laurent Gbagbo do seu buraco e
colocá-lo à disposição do Presidente
da República”, disse Sidiki Konaté,
porta-voz de Guillaume Soro, primei-
ro-ministro designado por Ouattara. O
Presidente eleito deu “instruções for-
mais para que Gbagbo seja apanhado
vivo, para ser levado à justiça”, expli-
cou à Reuters um seu porta-voz.
O Governo francês garantiu entre-
tanto que não intervirá militarmente
para desalojar Gbagbo. “A França po-
de envolver-se a pedido das Nações
Unidas. Mas não obedecemos a qual-
quer força política da Costa do Mar-
fim”, disse o ministro da Defesa, Gé-
rard Longuet, citado pela AFP. “Para
proteger populações civis, podemos
responder a um pedido das Nações
Unidas. E ponto final”, acrescentou.
Ao longo do dia de ontem, reinou
a incerteza sobre a existência de ne-
gociações que permitam pôr fim ao
conflito criado pela recusa de Gbag-
bo em aceitar a derrota nas eleições
presidenciais de Novembro, que dege-
nerou numa guerra civil que já matou
mais de 1500 pessoas. O ministro dos
Negócios Estrangeiros francês, Alain
Juppé, disse que as negociações “fo-
ram interrompidas”, mas em Nova
Iorque Nick Birnback, porta-voz das
operações de manutenção de paz das
Nações Unidas, afirmou que os con-
tactos “continuam”.
A recusa do Presidente cessante
em reconhecer a vitória eleitoral de
Ouattara e deixar o poder, uma con-
dição imposta pelas Nações Unidas e
pela França, foi justificada por Ahoua
Don Mello, porta-voz oficial do seu
governo, com a afirmação de que lhe
foi proposto “algo sem base legal ou
jurídica”, disse à Reuters.
Diplomatas
indianos, israelitas
e japoneses pediram
ajuda aos EUA para
deixar o bairro onde
fica a residência
de Gbagbo. A casa
do embaixador
de Tóquio foi
ontem atacada por
“mercenários”
Apoiantes de Laurent Gbagbo capturados pelas forças leais ao rival
Coincidindo com o retomar dos
combates, as Nações Unidas lançaram
um pedido para que “os trabalhado-
res humanitários, designadamente
os da Cruz Vermelha, que procuram
ajudar os feridos, possam fazê-lo sem
serem alvejados”. “Há grupos arma-
dos – não sabemos a quem perten-
cem – que pilham não apenas casas
particulares, mas também agências
humanitárias”, disse em Genebra Eli-
sabeth Byrs, porta-voz do Gabinete de
Coordenação de Assuntos Humanitá-
rios da ONU.
Hipóteses de exílio
A insegurança na capital económica
da Costa do Marfim levou ontem di-
plomatas indianos, israelitas e japo-
neses, bem como duas dezenas de
jornalistas, a pedirem ajuda aos EUA
para deixarem o bairro de Cocody,
segundo informação do Departamen- Gbagbo, o socialista obstinado pelo poder
to de Estado. O embaixador do Japão
disse também que a sua residência foi O comportamento dos últimos Marfinense.
atacada por “mercenários”. Desde o meses só confirma que, contra Com a instauração do
início da crise, 1300 estrangeiros dei- tudo e contra todos, Laurent multipartidarismo, em 1990,
xaram o país e para ontem à noite es- Gbagbo, de 65 anos, se tornou um dedicou-se inteiramente à
tava prevista a saída de outros 410. político obstinadamente agarrado actividade política e chegou ao
Ainda que teime em resistir, a ao poder. “Vai bater-se até ao seu poder em 2000, no rescaldo de
queda de Gbagbo é uma questão de último suspiro”, previa há dias à um controverso escrutínio de que
tempo. E os lugares de um eventual AFP um seu colaborador. foram afastados pelo poder militar
exílio estão a ser ponderados. África “Cícero”, como era conhecido de então o ex-Presidente Henri
do Sul, Togo e Angola são destinos nos tempos de estudante devido Konan Bédié e Alassane Ouattara.
possíveis, segundo um alto respon- ao gosto pelo latim, adepto do Em 2005, sob pressão sul-
sável da União Africana que pediu socialismo, ganhou tarimba africana, validou a candidatura de
à Reuters para não ser identificado. política na contestação ao Ouattara – que sempre viu como o
Etiópia e Uganda são também hipó- autoritarismo do regime do “pai” instigador da rebelião que levou
teses comentadas nos bastidores da fundador da Costa do Marfim, à guerra civil de 2002-2003. Mas
União Africana, mas com menor grau Félix Houphouët-Boigny. as eleições presidenciais foram
de probabilidade.
“A África do Sul ofereceu-se já vá-
Político hábil, gosta de se
apresentar como homem do
sendo sucessivamente adiadas,
até ao ano passado. Quatro
rias vezes e o Togo indicou-nos ago-
ra que estaria disposto a recebê-lo”,
povo e herói de uma “segunda
independência” face à França, o
meses depois de conhecidos os
resultados, cada vez mais só, teima
afirmou. O Togo não é, porém, con-
siderado uma boa opção, devido à
antigo colonizador, com o qual
entrou há anos em choque.
em não admitir a derrota.
O socialismo deste cristão
proximidade com a Costa do Marfim
e aos receios de que a presença do
Originário de uma etnia
do Oeste tradicionalmente
evangélico foi, como observou
a agência Reuters, dando lugar
Presidente cessante seja uma ameaça excluída do poder, ao pior nacionalismo. Os
à estabilização do país. doutorou-se em História “jovens patriotas” que o
Já Angola parece uma forte hipóte- pela universidade apoiam são acusados de um
se. “Acho que há uma boa probabili- Sorbonne. O activismo discurso xenófobo contra
dade de Angola o receber, se houver sindical levou-o no início imigrantes muçulmanos
acordo. É só olhar para a História”, dos anos 1970 à prisão. dos vizinhos Burkina Faso
disse um diplomata ocidental. O re- Antes de, nos anos 1980, e Mali, o que contribuiu
gime de Luanda tem estado ao lado se exilar em França, também para a guerra civil
de Laurent Gbagbo e ainda ontem o fundou a Frente Popular de 2002-2003. J.M.R.
considerou o “Presidente eleito”.

Repressão na Síria, Bahrein e Iémen preocupa ONG
Um grupo de ONG pediu uma
intervenção urgente do Conselho
dos Direitos Humanos da ONU
para travar a repressão no Bahrein,
no Iémen e na Síria. A situação
Ouattara – um símbolo das clivagens do país
Alassane Ouattara, economista
de 69 anos, que foi director-geral
adjunto do FMI e está à beira de
concretizar o sonho presidencial,
é um claro exemplo das fracturas
entre Norte e Sul, muçulmanos e
cristãos, estrangeiros e autóctones.
Tecnocrata, casado com uma
francesa, é visto pelos opositores
como um “homem do Ocidente”.
Oriundo do Norte de maioria
islâmica, “Ado”, como o tratam
os apoiantes, cumpriu a maior
parte do percurso escolar no Alto
Volta, actual Burkina Faso, país da
mãe, onde viria a ocupar funções
públicas, situação que mais tarde
alimentou discussões sobre a sua
nacionalidade. Doutorou-se nos
EUA, entrou para o FMI em 1967
e foi vice-governador do
Banco Central dos Estados
da África Ocidental.
Em 1990, Félix
Houphouët-Boigny
nomeou-o chefe do
Governo, cargo que
ocupou até à morte do
primeiro Presidente do país,
em 1993. Não concorreu
às eleições de 1995 contra
Henri Conan Bédié,
por considerar que o
nestes países está a deteriorar-
se rapidamente”, alertou ontem
a coligação que integra grupos
como a Amnistia Internacional e a
Human Rights Watch.
AFP
escrutínio não seria transparente.
Mas as suas ambições eram
conhecidas e, recorda a AFP, os
apoiantes de Bédie – com quem
no ano passado se aliou para
derrotar nas urnas Gbagbo –
desenvolveram o conceito de
“marfinidade” para tentar provar
a sua inelegibilidade e acusaram-
no de ser oriundo do Burkina Faso.
Depois de deixar o FMI, em 1999,
entrou na corrida presidencial do
ano seguinte, mas a candidatura
foi rejeitada devido à sua
“nacionalidade duvidosa”.
Na presente crise, o papel de
“chefe de guerra” coube ao seu
designado primeiro-ministro,
Guillaume Soro, líder da ex-
rebelião do Norte, mas sobre
Ouattara recai parte do ónus dos
ainda mal esclarecidos massacres
de centenas de pessoas no Oeste
do país a que, na semana passada,
se dedicaram combatentes de
ambas as partes.
Num discurso recente,
disse ser “imperioso”
que os marfinenses
reaprendam “a viver em
conjunto e em paz”, mas
a divisão do país não lhe
augura vida fácil. J.M.R.
O Cinecartaz tem um novo site http://cinecartaz.publico.pt/
Em retirada, rebelião exige que
NATO reforce bombardeamentos
Ana Fonseca Pereira
Chefe militar da oposição
líbia acusa Aliança de nada
fazer para proteger Misurata.
Militares acusam Khadafi
de usar escudos humanos
a Os aviões da NATO continuam a fa-
zer-se ouvir no céu da Líbia, mas a sua
ajuda parece cada vez mais escassa
aos que dependem dos bombardea-
mentos para avançar no terreno ou
para continuar a resistir em Misurata,
cercada há mais de um mês. A Aliança
Atlântica diz que “o ritmo das opera-
ções não diminuiu” desde que assu-
miu o comando das operações, mas
admite que o ataque ao solo se tornou
mais difícil porque as forças de Khada-
fi se infiltraram nas cidades.
“Não tem havido ataques. Ouvimos
o barulho [dos aviões], mas eles não
bombardeiam nada”, disse à Reuters
Hossam Ahmed, um soldado que se
juntou às fileiras dos rebeldes e que
ontem seguia, com a pick-up carre-
gada de metralhadoras pesadas, na
direcção de Brega. Foi naquele porto
petrolífero, no Leste do país, que se
concentraram os combates da última
semana, mas, sem o apoio aéreo dos
primeiros dias, os rebeldes recuam de
novo em direcção a Ajdabiya.
As críticas à NATO ressoaram tam-
bém em Bengasi, a capital da rebelião.
O comandante das forças rebeldes
acusou os aliados de “não estarem a
fazer nada” e de demorarem horas a
tomar uma decisão que a coligação
Países do Golfo querem que Saleh ceda
poder no Iémen a conselho de transição
a Os países do Golfo Pérsico vão pro-
por uma solução para a crise no Iémen
que passa pela imediata resignação
do Presidente Ali Abdullah Saleh, e a
entrega do poder a um conselho de
transição. As negociações devem ar-
rancar em breve em Riad, mas é incer-
to se Saleh, que há mais de dois meses
enfrenta a contestação nas ruas, está
finalmente disposto a abandonar o
poder.
“A ideia é ter um conselho executivo
agrupando todos os partidos políticos
e as tribos por um período que não
exceda os três meses”, disse à Reu-
ters um responsável do Conselho de
Cooperação do Golfo (CCG), o fórum
regional que, sob iniciativa saudita,
tenta negociar uma saída para a crise.
Segundo a mesma fonte, a principal
Sem bombardeamentos da NATO, os rebeldes não conseguem avançar
chefiada pelos EUA tomava em mi-
nutos. A situação é sobretudo grave
em Misurata, a única cidade no Oeste
do país que as forças de Khadafi não
controlam. “Se a NATO demorar mais
uma semana, será o fim de Misurata.
Não haverá lá mais ninguém”, disse
Abdul Fattah Yunis.
Reagindo às críticas, a porta-voz da
Aliança disse que a protecção dos civis
naquela cidade “é a prioridade núme-
ro um” da Aliança. “Desde segunda-
feira que estamos a bombardear os
equipamentos militares nos arredo-
res da cidade”, disse Carmen Rome-
ro, apesar de admitir que as forças de
Khadafi são exímias na camuflagem.
“Eles mudam constantemente de tác-
tica, usam veículos civis, escondem os
tanques dentro das cidades e escon-
dem-se atrás de escudos humanos.”
tarefa do conselho, que poderá ser
chefiado pelo líder de uma das mais
influentes tribos, será o de “preparar
o caminho para as eleições”.
A iniciativa surge numa altura em
que tanto os aliados árabes como os
EUA parecem ter perdido a paciên-
Saleh insiste que
só abandonará
o lugar após
as eleições
presidenciais, a
fim de garantir
que o poder não
caia na rua
cia com Saleh, depois de 24 pessoas
terem morrido na violenta repressão
de novos protestos. O Pentágono, que
tinha em Saleh um aliado chave na luta
contra a Al-Qaeda (há muito instalada
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 19
ODD ANDERSEN/AFP
O Governo francês admitiu que a
missão arrisca cair num impasse, mas
prometeu ir em auxílio de Misurata,
planeando o envio de ajuda por mar, a
única frente da cidade não cercada.
Mas quanto mais o impasse militar
se instala, mais insistentes se tornam
os esforços para encontrar uma solu-
ção negociada. Depois de conversa-
ções secretas com representantes de
Trípoli, EUA, França e Reino Unido
enviaram emissários a Bengasi a fim
de abrir canais de comunicação que
conduzam a negociações. Em simul-
tâneo, o Governo turco manteve con-
tactos com as duas partes para tentar
acordar um cessar-fogo. Mas nenhum
dos campos deu sinal de aproxima-
ção: os rebeldes exigem a partida de
Khadafi antes de dar início ao diálogo,
uma condição que Trípoli rejeita.
no país) exige agora que uma transição
política “aconteça o quanto antes”.
Em público, o Presidente iemenita,
há 32 anos no poder, garante que sairá
após as presidenciais deste ano, para
o poder não cair na rua. Mas fontes da
Reuters dizem que a principal preocu-
pação de Saleh tem sido a de garantir
imunidade para toda a sua família.
É também pouco claro se a oposi-
ção, que junta nacionalistas a socialis-
tas e a islamistas, aceitará o modelo de
transição proposto por Riad. “Dos nos-
sos irmãos árabes só esperamos coisas
boas, mas vai demorar tempo até dis-
cutirmos todos os pormenores”, disse
um porta-voz da oposição, enquanto
nas ruas da capital, e também de Taiz
e Aden, milhares de pessoas voltavam
a manifestar-se.
20 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Mundo
Muitos chegaram com hipotermia e todos estavam em choque
Há 250 refugiados mortos e desaparecidos
depois de naufrágio ao largo de Lampedusa
Ana Cristina Pereira,
em Lampedusa
As autoridades resgataram
51 pessoas. Paola Larosa
comoveu-se e quis ver os
sobreviventes
a Paola Larosa comove-se ao ouvir a
notícia do naufrágio. Quer esperar os
sobreviventes no porto novo de Lam-
pedusa e é para lá que corre. Não po-
derá ver os 48 que viram morrer mais
de 200: grades impedem o acesso ao
local de desembarque. A polícia forma
uma segunda barreira, não vá alguém
ceder à tentação de saltar.
A embarcação tinha 13 metros de
comprimento e nela viajavam “aproxi-
madamente 300 pessoas”, segundo as
entrevistas dos funcionários da Orga-
nização Internacional das Migrações
(OIM) aos sobreviventes. Entre os res-
gatados há uma grávida. Um homem
contou ter perdido o filho no mar.
Não são jovens tunisinos, como a
maior parte dos cidadãos extracomu-
nitários que têm desembarcado na
pequena ilha italiana desde a queda
do Presidente Ben Ali, a 14 de Janeiro.
São subsarianos, fugidos de países
em convulsão, que há muito aguar-
davam na Líbia uma oportunidade
para cruzar o Mediterrâneo e ter
uma vida na Europa. “Por que não
os deixam vir de avião, se têm direito
A Fox anunciou o fim do programa diário de Glenn Beck, o comentador-
estrela do canal conhecido pela oposição radical ao Presidente Obama.
Ainda não é certo quando vai terminar o show, em queda nas audiências,
mas Beck vai continuar a colaborar “em vários projectos” da estação.
a asilo? Parece que há uma selecção
natural”, indigna-se Paola, advogada
de 44 anos.
“O barco vinha com refugiados da
Somália, Nigéria, Bangladesh, Costa
do Marfim, Chade e Sudão, incluindo
40 mulheres e cinco crianças”, disse
a OIM em comunicado.
Tinham saído da Líbia dois dias an-
tes. Por volta da meia-noite de ontem,
o estado do tempo alterou-se. Ven-
tos fortes de nordeste atrapalharam a
condução da embarcação, que vinha
pesada, rasa. A Guarda Costeira foi
alcançá-los a perto de 70 quilóme-
tros da costa de Lampedusa, ainda
em águas maltesas. O resgate fez-se
no meio da tempestade. O barco vi-
rou. As autoridades recuperaram 48
pessoas com vida – outras três foram
resgatadas por pescadores algumas
horas depois. E são essas que Paola
espera.
Quando os náufragos chegam, com
impermeáveis fluorescentes vestidos,
são metidos em duas ambulâncias e
num autocarro. Seis precisam de as-
sistência médica e há que verificar o
estado de saúde de uma mulher grá-
vida de oito meses. Todos os outros
seguem para a antiga base militar de
Loran, a 12 quilómetros do porto. A
estrutura está a ser usada para aco-
lher quem aqui desembarca desde
que a nova vaga migratória assolou
Lampedusa.
Os náufragos passam cabisbaixos,
no autocarro. Apenas um rapaz olha
quem espera: faz o sinal da cruz. A
tristeza propaga-se, apodera-se até de
membros da Guarda Costeira, habitu-
ados a lidar com quem arrisca tudo
para aqui chegar. “Daqui a pouco, já
ninguém se lembra”, diz Paola.
O drama traz outro drama à memó-
ria da advogada. Em Agosto de 2009,
uma embarcação andou à deriva 21
dias. Morreram 73 pessoas, salvaram-
se cinco – uma mulher, dois homens,
dois menores. “Quem é que ainda se
lembra disso?”, pergunta. “Passavam
pescadores e davam-lhes água e pão,
mas não os socorriam, porque dias
antes tinha saído a lei que criminaliza
a imigração ilegal. Tinham medo de os
ajudar e de serem acusados de auxílio
à imigração ilegal. Quando aqueles
cinco foram salvos, ninguém queria
acreditar. O Governo de Itália dizia
que contavam aquela história para
suscitar pena, solidariedade.”
Paola não esqueceu aqueles rostos.
Convidou os rapazes, instalados na
Sicília, para passarem cinco dias em
Lampedusa. Habtom e Bemnet aceita-
ram o convite. “Eles telefonam de vez
em quando. Eu e o meu companheiro
somos dos poucos amigos italianos
que têm. Talvez porque quisemos ou-
vir a sua história.” Uma história de
luta desesperada pela sobrevivência.
Como esta que hoje tanto a comove.
O Parlamento Europeu fez um
minuto de silêncio pelos mortos de
REUTERS
ontem. Na véspera, adoptara um re-
latório apelando à “solidariedade” en-
tre os Estados-membros. A Comissão
Europeia escreveu aos 27 propondo-
lhes que activem um procedimento
excepcional de protecção temporária
para oferecer “protecção imediata”
aos refugiados que chegam da Líbia.
“Mortes evitáveis”
Lampedusa costuma assistir a tragé-
dias como esta. A ilha recebeu mais de
22 mil pessoas desde Janeiro. A juntar
às que vêm da Tunísia, a OIM calcu-
la que nos últimos dez dias tenham
chegado 2000 da Líbia. O primeiro-
ministro, Silvio Berlusconi, prome-
teu travar as chegadas e já transferiu
muitos imigrantes e refugiados para
centros noutras zonas de Itália. Roma
assinou entretanto um acordo com o
Governo provisório da Tunísia para
tentar pôr fim ao êxodo, oferecendo
dinheiro e cooperação da polícia.
Mas estas soluções não servem pa-
ra quem foge via Líbia. “Estas mor-
tes eram evitáveis, se a Europa nos
tivesse escutado antes de começar
os bombardeamentos [contra Khada-
fi], quando pedimos que fossem reti-
rados todos os refugiados da África
subsariana encurralados nas cidades
líbias”, afirmou, em comunicado, o
padre eritreu Mussie Zerai, funda-
dor de uma ONG que se ocupa dos
refugiados africanos em Itália. com
Sofia Lorena
Julgamento de
Berlusconi no
Rubygate adiado
para fim de Maio
a O julgamento do primeiro-ministro
italiano, Silvio Berlusconi, que arran-
cou ontem em Milão, só será retoma-
do no dia 31 de Maio.
A primeira sessão do julgamento,
no âmbito do processo em que Ber-
lusconi é acusado de abuso de po-
der e envolvimento sexual com uma
prostituta menor, durou apenas dez
minutos e serviu para marcar a data
da próxima audiência. O primeiro-
ministro é acusado de pagar para ter
sexo com a dançarina marroquina
Karima El Mahroug, nome artístico
“Ruby Rouba-Corações”, quando ela
tinha 17 anos, em 13 ocasiões.
No decorrer da breve sessão, a ad-
vogada de Mahroug, considerada pela
acusação uma vítima do processo, in-
formou que esta decidiu não se cons-
tituir parte civil. A jovem desmente
ter tido sexo com Berlusconi.
O advogado da defesa, Giorgio Per-
roni, sublinhou em seguida que “nin-
guém entre as vítimas se constituiu
como parte civil do processo, nem
sequer o funcionário” da Câmara de
Milão que Berlusconi é acusado de
ter pressionado para conseguir a li-
bertação da marroquina, quando esta
foi detida por suspeitas de roubo, em
Maio de 2010.
Para além da acusação de prostitui-
ção de menores, o primeiro-ministro
O primeiro-
ministro Silvio
Berlusconi é
acusado de
abuso de poder
e envolvimento
sexual com uma
prostituta menor
enfrenta ainda uma acusação de abu-
so de poder (até 12 anos de prisão),
por ter alegadamente pressionado a
polícia a libertar Mahroug.
Enquanto o julgamento não co-
meça, a direita italiana aprovou, na
terça-feira, uma moção para evitar
que o primeiro-ministro seja julgado
em Milão. Os deputados aprovaram
um documento em que se pede ao
Tribunal Constitucional que inter-
venha para “resolver um conflito de
atribuições” no caso Ruby.
Em causa não está a acusação de
prostituição de menores, mas a de
abuso de poder: a maioria argumenta
que Berlusconi está inocente, pois
quando telefonou à polícia pedindo
a libertação da marroquina o fez acre-
ditando que ela era sobrinha de Hosni
Mubarak e com a única intenção de
evitar um embaraço diplomático. Co-
mo decidiu agir enquanto primeiro-
ministro, a direita sustenta que deve
ser julgado num tribunal de minis-
tros, instância especial que se reúne
caso a caso, e não pelo Tribunal de
Milão que decidiu acusar Berlusconi.
Tendo em conta as várias manobras
jurídicas à disposição do Governo e
da defesa, é provável que o desfecho
do caso tarde a chegar.

Mundo
Viagem ao maior bordel da Europa. Fotogaleria em http://publico.pt/
Jornal chinês diz que o artista Ai Weiwei
pisou “linha vermelha” e irá pagar por isso
Francisca Gorjão Henriques
Ministro dos Negócios
Estrangeiros de Berlim
chama embaixador chinês
para dizer que o artista tem
de ser libertado e defender
liberdade de expressão
a Ai Weiwei aproximou-se demasia-
do da “linha vermelha” e pagará um
preço por isso. Ainda não foi uma re-
acção das autoridades à detenção de
um dos mais célebres artistas plásticos
chineses, mas foi o primeiro comentá-
rio dos media ao caso. O advogado de
Ai continua sem saber onde ele está.
“Ai Weiwei compreende provavel-
mente que, ao fazer o que bem enten-
de, e muitas vezes o que os outros não
ousam fazer, arrastando alguns como
Detido suspeito
da morte do
actor israelita
Mer-Khamis
a Os serviços de segurança da Pales-
tina anunciaram ontem a detenção
de um suspeito palestiniano acusado
da morte do actor israelita Juliano
Mer-Khamis. O suspeito, Moujahed
Qanniri, era antigo membro de um
grupo armado palestiniano e foi
preso algumas horas depois do as-
sassinato do actor e director de um
teatro na segunda-feira. Qanniri foi
reconhecido pela baby-sitter do filho
de Mer-Khamis que se encontrava na
viatura da vítima quando ocorreu o
crime.
De acordo com fontes dos serviços
de segurança palestinianos, o suspei-
to residia no campo de refugiados em
Jenin, onde estava instalado o “Tea-
tro da Liberdade” (fundado por Mer-
Khamis), e pertenceu à Brigada dos
Mártires de Al-Aqsa, grupo armado
próximo do Fatah – partido dirigente
da Autoridade palestiniana.
Segundo o jornal Haaretz, Qanniri
tinha já estado preso durante cinco
anos numa prisão israelita e oito me-
ses numa prisão palestiniana por, se-
gundo a AFP, ter alegadamente ven-
dido armas ao Hamas.
O suspeito foi um dos vários deti-
dos no âmbito da investigação sobre
a morte do actor, mas é o único que
continua detido.
Juliano Mer-Khamis, filho de mãe
judia israelita e de pai cristão pales-
tiniano, tinha 53 anos e era conside-
rado o símbolo da luta pela causa
palestiniana. O actor, realizador e
activista político foi assassinado à
queima-roupa à frente do filho de
um ano e da sua baby-sitter.
ele, aproxima-se frequentemente das
linhas vermelhas da lei chinesa”, lia-
se no editorial do jornal Global Times,
que pertence ao Diário do Povo (órgão
oficial do Partido Comunista).
O jornal referia-se ainda às activida-
des “ambíguas face à lei” do artista. Se
seguir por este caminho, “é provável
que ele ultrapasse a linha. A história
fará o seu próprio veredicto sobre pes-
soas como Ai Weiwei, e antes disso,
elas podem pagar algum preço pelas
suas próprias escolhas especiais”.
O Global Times acusou ainda vários
países ocidentais de “não compreen-
derem a complexidade” do sistema
judicial e “atacarem” a China, e a sua
soberania, apesar de não terem infor-
mações sobre a detenção de Ai.
Na véspera, vários países – entre
eles, os EUA, Reino Unido, Alemanha
e França – tinham exigido a libertação
imediata de Ai Weiwei, abordado pe-
Bob Dylan na China sem controvérsias
Mário Lopes
a A recente detenção do artista Ai
Weiwei, abertamente crítico do Go-
verno chinês, concentrou ainda mais
atenções no primeiro concerto de
Dylan na China, ontem, no Ginásio
dos Trabalhadores, em Pequim. No
fim, porém, não houve controvérsia.
Não se ouviram Blowing in the wind ou
The times they are a-changing e Bob
Dylan não fez qualquer declaração
desconfortável para as autoridades.
A julgar pelos relatos, e apesar de o
concerto ter sido autorizado no pres-
suposto de Dylan tocar “de acordo
com os conteúdos aprovados”, a ac-
tuação foi semelhante às que o cantor
vem dando nos últimos anos.
Dirigindo-se ao público uma única
vez, tocou Tangled up in blue ou Like
a Rolling Stone para um público de 18
mil pessoas, dividido entre estrangei-
ros e jovens chineses – curiosamente,
também tocou canções que, apesar
de menos icónicas, têm forte sim-
bolismo político, como A hard rain’s
Impasse nas negociações climáticas
a Velhas divisões estão a tornar difí-
cil o progresso das negociações para
um novo tratado climático, retoma-
das esta semana em Banguecoque,
na Tailândia.
Na primeira ronda negocial desde
a última cimeira climática, em Can-
cún, em Dezembro passado, países
ricos e pobres estão divididos so-
bre o que fazer daqui para a frente:
operacionalizar decisões já tomadas,
por exemplo sobre o Fundo Verde
Climático, ou avançar para ques-
tões políticas mais complexas, co-
la polícia no domingo, no aeroporto
internacional de Pequim, quando se
preparava para apanhar um avião pa-
ra Hong Kong. Até agora, não foi dita
uma palavra sobre o seu paradeiro.
Ontem, o embaixador chinês em
Berlim foi chamado ao gabinete do
ministro alemão dos Negócios Estran-
“A história fará
o seu próprio
veredicto sobre
pessoas como
Ai Weiwei e elas
poderão pagar
um preço pelas
suas escolhas”
geiros, Guido Westerwelle, que disse
aos jornalistas: “Ai Weiwei tem de ser
libertado”, cita a Reuters. “Apoiamos
claramente a liberdade artística e de
expressão. Foi por isso que chamá-
mos o embaixador ao Ministério dos
Negócios Estrangeiros, para clara-
Dylan estreou-se na Chine perante 18 mil pessoas
a-gonna fall ou Ballad of a thin man.
“Teria sido um desastre se dissesse
alguma coisa [política], era um acon-
tecimento muito mediático”, afirmou
Archie Hamilton, um promotor de
mo o futuro do Protocolo de Quioto.
Discutir Quioto é uma das reivin-
dicações dos países em desenvol-
vimento, que temem o desapareci-
mento do único acordo internacional
que obriga o mundo industrializado
a reduzir as suas emissões de gases
que estão a aquecer o planeta.
O primeiro período de cumpri-
mento do protocolo expira em 2012
e os países em desenvolvimento
querem uma decisão na próxima
cimeira climática mundial, em Dur-
ban, África do Sul, no final do ano.
mente exprimirmos esta posição”.
Muitos observadores e activistas dos
direitos humanos consideram que se
alguém com a visibilidade de Ai é deti-
do é porque a perseguição das autori-
dades aos dissidentes chineses atingiu
um ponto alto. O artista foi um dos
autores do Estádio Nacional em Pe-
quim (chamado “Ninho de Pássaro”)
e tem actualmente uma instalação na
Tate Modern, em Londres. Para além
da sua actividade artística de teor fre-
quentemente contestatário, ou pelo
menos provocador, tem sido um feroz
crítico do regime.
As autoridades mantiveram o silên-
cio sobre Ai (nunca foi transmitido à
mulher ou ao advogado do que é sus-
peito), mas restam poucas dúvidas
que pertence agora ao grupo de de-
zenas de dissidentes que nas últimas
semanas foram presos e poderão en-
frentar processos extrajudiciais.
FREDERIC J. BROWN/AFP
concertos na China, ao Independent,
recordando o incómodo das autori-
dades chinesas em 2008, quando a
islandesa Björk defendeu em concer-
to a independência do Tibete.
“Em Durban, devemos adoptar uma
decisão sobre um segundo período
de cumprimento, que irá de 2013 a
2017”, disse Dessima Williams, re-
presentante de Granada na reunião
de Banguecoque, numa sessão ple-
nária ontem.
A própria secretária executiva da
ONU para as alterações climáticas,
Christiana Figueres, declarou que,
para que Durban seja um sucesso,
“é preciso abordar as questões po-
líticas que não foram respondidas”
em Cancún.
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 21
Estancada
fuga de água
radioactiva
de Fukushima
a A Tepco, operadora da central nu-
clear de Fukushima 1, anunciou on-
tem que conseguiu estancar a fuga
de água altamente radioactiva para o
oceano Pacífico. Para estancar a fuga,
a empresa começou a injectar cerca
de seis mil litros de silicato de sódio,
também conhecido como “água de
vidro”, e outro agente químico junto
a uma fossa no edifício do reactor 2
da central de Fukushima. Ontem de
manhã, a água deixou de ser lançada
para o oceano.
A fuga desta água altamente ra-
dioactiva, detectada no sábado, terá
tido impactos no ecossistema mari-
nho. Uma amostra à água recolhida
no sábado registou uma concentra-
ção de iodo-131 acima do limite legal
7,5 milhões de vezes. Além disso, a
contaminação chegou ao pescado.
As autoridades mediram concentra-
ções de césio radioactivo acima do li-
mite permitido (526 becquerels num
quilo, quando o limite é de 500) em
pequenas enguias no mar a norte da
província de Ibaraki. Depois disso, a
maioria dos pescadores de Ibaraki, a
sul de Fukushima, estão a suspender
todas as actividades piscatórias. O
porta-voz do Governo, Yukio Edano,
revelou que os pescadores afectados
pela radioactividade deverão ser re-
compensados.
Ontem, os funcionários injectaram
azoto no vaso de contenção de um
dos seis reactores da central para evi-
tar uma possível explosão de hidrogé-
nio. A Tepco desconfia que este gás se
estará a acumular no interior do vaso
de contenção do reactor 1, depois dos
danos causados às barras de combus-
tível e de ter entrado água para dentro
daquela camada de contenção. Uma
explosão ocorrida a 12 de Março ar-
rancou o telhado e as paredes do reac-
tor 1 e os especialistas acreditam que
a acumulação de hidrogénio pode ter
sido a causa dessa explosão.
Ainda assim, Hidehiko Nishiyama,
porta-voz da agência de segurança nu-
clear japonesa, negou em conferência
de imprensa um “perigo imediato”
de explosão.
A contaminação chegou ao peixe
22 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011

Economia
Política monetária Banco central começa a responder à subida de preços

Países periféricos são

Jean-Claude Trichet tem hoje conferência de imprensa decisiva

os “danos colaterais” da
guerra à inflação do BCE
Ao fim de 23 meses, as taxas de juro podem hoje voltar
a subir. Economias como a portuguesa, que estão
em recessão, correm o risco de sair afectadas
Sérgio Aníbal
a As más notícias para os chamados
países periféricos da zona euro têm-se
repetido desde o início do ano passa-
do. Hoje, com grande probabilidade,
deverá surgir mais uma, vinda direc-
tamente de Frankfurt.
A maior parte dos analistas está a
antecipar que Banco Central Europeu
(BCE) coloque um ponto final ao perí-
odo de 23 meses consecutivos em que
manteve a sua principal taxa de juro
de refinanciamento em um por cento,
o valor mais baixo desde a criação do
euro. E isso pode, numa fase em que
as economias mais fortes da Europa
estão já a crescer a um ritmo elevado,
prejudicar os países mais debilitados,
um grupo onde se inclui Portugal.
Aos problemas de uma era de su-
bida de taxas de juro na zona euro,
para Grécia, Irlanda e Portugal, os
países que já pediram ajuda aos seus
parceiros europeus e estão a enfrentar
programas de austeridade severos, po-
derá juntar-se uma política monetária
restritiva e a uma política orçamen-
tal já com efeitos recessivos. Isto é: as
economias que já estão a contrair-se
sofrem ainda mais, o que poderá aca-
bar por ter efeitos nocivos no próprio
processo de consolidação.
E não se pense que as preocupações
estejam apenas centradas nos países
que já pediram auxílio financeiro ex-
terno. A Espanha – que, nas últimas
A política do BCE nos últimos cinco anos
Taxa de juro de refinanciamento do BCE (em %)
Julho 2007 Setembro 2008
Crise do subprime Falência do Lehman Brothers,
norte-americano mercados financeiros
causa primeiros internacionais entram numa
danos na banca das maiores crises de confiança
5 europeia das últimas décadas
4
4% 4%
3
Junho 2008
2 periféricos da Europa
Escalada dos preços
internacionais dos alimentos
1
e dos bens energéticos
0 1%
Jan. 06 Jan. 07 Jan. 08
Fonte: BCE
semanas, parece ter conseguido afas-
tar-se de forma decisiva do contágio
dos seus parceiros – corre o risco de
estar entre as economias mais afecta-
das pela subida de taxas de juro. O seu
sistema bancário ainda está em stress
com a queda dos preços do imobiliário
e poderá sofrer com o efeito sobre o
malparado que uma subida de taxas
poderá ter num país em que a maior
parte dos empréstimos está indexada
à Euribor. Um problema semelhante
ao que se pode assistir em Portugal.
A dimensão do problema depende,
é claro, da dimensão da subida das
taxas pelo BCE. De acordo com os
mercados de futuros, prevê-se uma
subida de 0,25 pontos hoje e mais du-
as idênticas até ao final do ano.
O medo da inflação
Perante este cenário, o que leva o BCE
a actuar desta forma? O problema é
que, para o banco, existem duas re-
gras que não se podem quebrar: a po-
lítica monetária é decidida para toda a
zona euro e garantir a estabilidade de
preços é o objectivo principal.
Na zona euro, a inflação está já aci-
ma dos dois por cento, a meta defi-
nida pelo BCE como objectivo e os
responsáveis do bancos têm vindo a
mostrar uma preocupação crescente
com os efeitos que a escalada dos pre-
ços dos alimentos e da energia pode
vir a ter numa economia que, no seu
todo, já começa a apresentar taxas de
Março 2010
Grécia corrige em alta
os seus défices e
4,25% mercados começam
a penalizar com
taxas de juros elevadas
os Estados dos países
1%
Jan. 09 Jan. 10 Jan. 11
crescimento razoáveis. A Alemanha,
com um peso muito significativo na
zona euro, já está com taxas de cres-
cimento próximas de três por cento,
o desemprego a diminuir e a inflação
a aumentar a cada mês que passa.
Perante isto, a recessão de Portugal,
Irlanda e Grécia acaba por ter uma
importância relativa.
“Estes países são os danos colate-
rais na guerra contra a inflação e, aos
olhos do BCE, este é um preço que
vale a pena pagar”, afirmava ontem
ao Financial Times um analista da fir-
ma de investimentos Evolution Secu-
rities. A expectativa existe ainda em
relação ao que Jean-Claude Trichet irá
dizer relativamente às outras medidas
extraordinárias que o banco central
lançou para socorrer as economias da
zona euro com maiores dificuldades
durante a crise.
Por um lado, o programa de com-
pras de obrigações de tesouro que
serviu para, de forma indirecta, aju-
dar os Estados dos países periféricos
a financiarem-se nos mercados. So- Crédito bancário
bre esta matéria, têm sido evidentes as Taxas Euribor acentuam ritmo de subida e famílias e em
diferenças de opinião entre os vários
responsáveis do BCE. Axel Weber, o
ex-governador do Bundesbank, mani- As taxas Euribor, a que está para quem tem empréstimos
festou-se várias vezes contra este pro- associada a maioria dos associados a estas taxas.
grama, enquanto Trichet tem optado empréstimos de crédito à As futuras subidas serão
por um discurso muito mais pruden- habitação e às empresas, estão a sustentadas na expectativa de
te. De qualquer forma, é evidente o subir de forma consistente desde que o BCE possa subir mais a
desconforto que existe em Frankfurt o início do ano, encarecendo sua taxa de refinanciamento, em
com esta tarefa, que o BCE gostaria de a prestação dos empréstimos percentagem que dependerá
ver ser desempenhado pelos governos indexados a estas taxas. A subida muito da evolução da taxa de
da zona euro. Nas duas últimas sema- das taxas, em particular no último inflação na zona euro.
nas, o banco não efectuou qualquer mês, atirando-as para máximos de Ontem, e após duas semanas
compra de obrigações no mercado se- 2009, representa uma antecipação de subidas consecutivas, a taxa
cundário – apesar de Portugal precisar da decisão de subida das taxas Euribor a três meses, a que
dessa ajuda quase desesperadamente directoras por parte do Banco estão associados os contratos
– e Trichet pode dar hoje indicações Central Europeu (BCE), prevista à habitação mais recentes e a
preciosas sobre o que irá acontecer para a reunião de hoje. maioria dos empréstimos às
nos próximos meses. Como acontece habitualmente, o empresas, atingiu 1,269 por cento.
A outra questão é a da manutenção mercado interbancário incorpora No último ano, esta taxa quase
das emissões de dinheiro a taxa fixa e as decisões de política monetária duplicou, subindo 98,90 por cento.
em montantes ilimitados, que, desde do BCE com alguma antecedência, O prazo a seis meses, a que está
o início da crise, substituíram os lei- admitindo-se que o aumento associada a maioria dos contratos
lões que eram feitos para emprestar da taxa de financiamento aos em Portugal, atingiu ontem 1,576
dinheiro aos bancos da zona euro. Não bancos suba em 0,25 por cento. por cento, subindo 66,06 por
se esperam aqui quaisquer alterações, Mas, mesmo que a subida de cento no último ano. A Euribor a
já que neste caso seria o mesmo que hoje se fique pelo valor mínimo 12 meses rompeu na última sexta-
tirar o tapete aos bancos gregos, irlan- de um quarto de percentual, as feira a barreira dos dois por cento,
deses, portugueses e espanhóis que taxas Euribor deverão continuar atingindo ontem 2,03 por cento.
ainda dependem do financiamento fá- a acelerar, o que é uma má notícia No último ano, esta taxa subiu
cil do BCE para a sua sobrevivência.

Líder do FMI pede novas regras para a banca
O director-geral do Fundo
Monetário Internacional defendeu
ontem que devem ser criados
impostos extraordinários para
penalizar os bancos que não
mpresas já sentem aumento de encargos
66,36 por cento.
A subida da taxa de juro vai
sendo reflectida na prestação dos
empréstimos à medida que os
contratos vão sendo revistos, o que
acontece ao trimestre, se tem por
base a Euribor a três meses, ou ao
semestre, se utilizar a Euribor a
seis meses. Em Portugal, o prazo a
12 meses é muito pouco utilizado.
A revisão dos contratos
é sempre feita com a média
mensal do mês anterior. Os
contratos de empréstimo a rever
no corrente mês vão utilizar as
médias de Março, que subiram
cumpram níveis prudentes de
solvência. Dominique Strauss-Kahn
considera que ainda falta fazer
muito para colocar em ordem o
sistema financeiro global.
PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP
significativamente face ao mês
anterior e subiram ainda mais face
à revisão anterior. Fazendo uma
simulação de um empréstimo de
150 mil euros, a 30 anos, indexado
à Euribor a seis meses (média de
Março), e com um spread de 0,7 por
cento, verifica-se que a prestação
mensal será de 568,26 euros. Esta
prestação aumenta 25,98 euros
face à que pagava desde a última
revisão, que ocorreu em Outubro
do ano passado. A nova prestação
vai manter-se inalterada durante
seis meses, o que eleva o aumento
da prestação nesse período para
155,88 euros. Mas a próxima
revisão, a acontecer em Outubro,
vai implicar, muito provavelmente,
mais uma subida de prestação.
Apesar da subida já acumulada,
as taxas estão longe dos máximos
atingidos em Setembro de 2008,
altura em que os prazos a três e
seis meses ultrapassaram os cinco
por cento, agravando a prestação
dos empréstimos.
Internet grátis em Portugal http://publico.pt/infografia/hotspots/
Basílio Horta quer crédito fiscal às
empresas para gerar investimento
Luísa Pinto
O presidente da AICEP
que é necessário que as
Finanças percebam de
Economia e não apenas de
orçamento, para gerarem
estímulos às empresas
a Sem crescimento, sem produção
e sem crédito à economia adequado
e justo, é muito difícil ultrapassar a
actual crise de dívida pública. É por
assim pensar que Basílio Horta, presi-
dente da Agência para o Investimento
e Comércio Externo de Portugal (AI-
CEP), defende que seria necessário
dar aos empresários “algum sinal de
estímulo” e fomentar o crescimento
da economia. “É necessário que as Fi-
nanças percebam de Economia e não
apenas de orçamento”, recomendou
Basílio Horta, em mais uma sessão das
conferências Olhares Cruzados sobre
o Porto, organizadas pelo PÚBLICO e
pela Universidade Católica.
O presidente da AICEP foi contra a
corrente e sugeriu a possibilidade de se
criar uma norma que isente as empre-
sas de impostos sobre os lucros rein-
vestidos. “A fiscalidade não é só recei-
ta. Se existisse este crédito fiscal, eu até
acredito que pudesse haver surpresas
e fossem menos as empresas a repor-
tar prejuízos”, afirmou. O PÚBLICO
divulgou na passada segunda-feira que
cerca de 37 por cento das empresas na-
cionais apresentaram prejuízos fiscais
em 2009, num valor que ultrapassou
os 12 mil milhões de euros.
Pela primeira vez desde que são
organizadas as conferências, o tema
“Norte” acabou por ser secundariza-
do, perante a dimensão dos problemas
do país. Perguntava-se se as exporta-
Custos de financiamento agravaram-se
para as maiores cotadas portuguesas
José Manuel Rocha
a As dificuldades de financiamento
não são um problema exclusivo do
Estado e do sector financeiro. As prin-
cipais empresas cotadas na bolsa de
Lisboa estão também a trabalhar com
taxas de juro superiores e com um
aperto na concessão de crédito por
parte da banca.
Um estudo realizado pelo ISCTE
– que envolveu as empresas não-fi-
nanceiras do PSI-20 e as cinco cota-
das mais líquidas que não integram
o índice – mostra que 75 por cento
Na conferência, discutiu-se pouco Norte e muita crise
ções constituem uma oportunidade
para a região, mas a resposta acabou
por voltar a ser que as exportações são
“a única oportunidade” não só para o
Norte, mas para o país. E que Portugal
precisa, “porventura mais do que nun-
ca”, do trabalho que os empresários
“da capital das exportações” têm con-
seguido continuar a desenvolver, já
que o Norte é responsável por 37 por
cento das vendas ao estrangeiro.
Os oradores convidados eram re-
presentantes de indústrias que aju-
daram a engrossar esses números:
Manuel Carlos Silva, director-geral da
APICCAPS, a associação que represen-
ta o sector do calçado, e Luís Filipe
Pereira, CEO da EFACEC. Ambos con-
vergiram na análise de que Portugal
enfrenta um problema “grave”, e que
o ajustamento que vai ser necessário
será longuíssimo.
Manuel Carlos afirmou que o pro-
blema de Portugal tem sido o de “im-
portar modelos de desenvolvimento”,
em vez de exportar produtos, uma
das empresas viram os seus custos de
financiamento aumentarem 0,25 por
cento no primeiro trimestre do ano e
um quarto fala mesmo de um agrava-
mento superior a 1 por cento.
Quanto ao recurso à banca, quase
dois terços das companhias viram o
seu acesso ao crédito de curto prazo
reduzido, embora a situação seja di-
ferente no que toca aos empréstimos
de médio e longo prazo.
Em consequência desta dificulda-
de de acesso ao crédito, o estudo do
ISCTE, realizado junto dos adminis-
tradores financeiros – mostra que 6
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 23
FERNANDO VELUDO/NFACTOS
necessidade que anda a ser falada
desde o Plano Nacional de Desenvol-
vimento Económico e Sustentável
(PNDES). “Desde 1997 que se fala da
necessidade de levar as exportações
a 40 por cento do PIB. Mas foi mais
fácil aproveitar taxas de juro baixas
para estimular a procura interna do
que fazer este esforço de apostar de
uma forma sistemática no tecido pro-
dutivo”, argumentou.
Também Luís Filipe Pereira subli-
nhou “o notável percurso, mas ao
contrário”, que o país conseguiu nos
últimos 15 anos. Sublinhou o galopan-
te endividamento externo, com a dí-
vida pública quase a chegar aos 100
por cento do PIB, o elevado endivida-
mento das famílias e uma baixíssima
taxa de crescimento da economia da
poupança. O presidente da EFACEC
afirmou que “o problema não é do
Governo” e que “temos, todos, que
fazer alguma coisa”. “Ou então terá
de ser feito um ajustamento brutal,
de fora para dentro.”
por cento das empresas reduziram a
sua dívida, entre 10 e 25 por cento,
nos primeiros três meses do ano e as
restantes afirmam que mantêm níveis
estáveis – com variações entre -10 e
10 por cento.
Mesmo num cenário de aperto do
crédito e aumento das taxas de juro,
os responsáveis financeiros das cota-
das estão optimistas quanto à evolu-
ção da bolsa. Mais de metade dos que
aceitaram responder (70 por cento
dos inquiridos) acreditam que o PSI-
20 registará ganhos de entre 0 e 5 por
cento no próximo trimestre.
24 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Economia
Conte-nos como está a vencer a crise para casosdesucesso@publico.pt
Governo suspende processo de introdução
de novas portagens nas auto-estradas Scut
Luísa Pinto
A cobrança devia arrancar
no dia 15, mas o ministério
afirma que a medida podia
ser “inconstitucional”
a O Ministério das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações anun-
ciou ontem que não pode avançar
com a cobrança de portagens nas
quatro auto-estradas que permane-
cem em regime Scut – sem custos
para o utilizador – porque esta me-
dida pode ser considerada “incons-
titucional”.
Segundo o gabinete do ministro,
o Centro Jurídico da Presidência
do Conselho de Ministros (Cejur), a
quem foi pedido um parecer sobre
a matéria, considerou que a decisão
de arrancar com a cobrança de por-
tagens não era um acto “estritamen-
te necessário” à gestão dos negócios
públicos. E avisou o Governo de Jo-
sé Sócrates, agora em gestão, que
aprovar um decreto-lei destinado a
introduzir portagens nessas auto-es-
tradas seria um acto que poderia ser
considerado “inconstitucional”.
As novas portagens deveriam co-
meçar a ser cobradas a partir de 15
de Abril e a componente técnica e
operacional que iria permitir a ope-
ração nas Scut do Algarve, da Beira
Interior, das Beiras Litoral e Alta e do
Interior Norte estava praticamente
concluída. Mas as negociações com
os concessionários das infra-estru-
turas para a mudança do contrato
ainda não tinham terminado.
Apesar da cobrança de portagens
em todas as auto-estradas Scut estar
prevista no Orçamento do Estado
para 2011, actualmente em vigor,
Governo da Madeira deve 700 milhões a fornecedores
a A Associação de Comércio e Ser-
viços (ACS) da Madeira estima que a
dívida a fornecedores do executivo
regional, liderado por Alberto João
Jardim, ascenda aos 700 milhões de
euros. Este valor seria suficiente, ca-
so fosse liquidado, “para relançar
a economia”, defende o organismo
empresarial.
O presidente da associação, Lino
Abreu, durante uma conferência de
imprensa no Funchal, recordou que
bastava que o governo regional da
Madeira pagasse “aquilo que deve,
que assumiu e não pagou”, para que
a economia das pequenas e médias
empresas ajudasse “o poder de com-
pra e o consumo”, dinamizando, as-
sim, a economia da região.
“Neste preciso momento, já é supe-
rior à divida administrativa corrente
aos fornecedores, que já ultrapassa
os 700 milhões de euros”, garantiu.
subsistem entre o Governo socia-
lista e o maior partido da oposição
“divergências de fundo” acerca da
existência de critérios de “discrimi-
nação positiva”: o PS defende-os,
o PSD não. O executivo deu priori-
dade às três Scut do Norte, cuja co-
brança de portagens arrancou em
Outubro passado (Costa de Prata,
Grande Porto e Norte Litoral). O
PSD defendia a universalidade da
cobrança, e exigiu-a nas negociações
que manteve com o Governo para
viabilizar o Orçamento do Estado
para 2011.
Segundo as explicações avança-
As negociações com os concessionários não estavam concluídas
Tribunal de Contas
Buraco de 305 milhões
de euros em 2009
O problema das finanças
públicas madeirenses tem
sido recorrente. Numa
análise às contas de 2009,
o Tribunal de Contas
detectou um
buraco de 305
milhões de
euros, conforme
o PÚBLICO
noticiou ontem. Este valor
era o equivalente a um
quinto do orçamento
regional para aquele ano,
referia
o tribunal.
Sistema pré-pago
Os utilizadores das Scut onde
já são cobradas portagens têm,
desde ontem, uma nova forma
de pagamento ao dispor. Trata-
se de um cartão pré-pago, no
valor de 20 euros, que permite
circular três dias livremente
nas auto-estradas já sujeitas
a pagamento. Este novo tipo
de pagamento destina-se
essencialmente aos condutores
estrangeiros.
De acordo com as previsões da As-
sociação de Comércio e Serviços da
Madeira, a dívida provém dos “for-
necedores que já facturaram, que
têm as facturas pendentes em
pagamento, que já ultrapas-
saram todos os prazos legais
de liquidação e que o go-
verno, por dificuldade
financeira e também
por más opções toma-
das, não consegue cum-
prir”.
Lino Abreu adiantou,
ainda, que o “garrote fi-
nanceiro” que a região
tem vindo a impor
junto dos empresá-
rios, especialmente
na área dos servi-
ços, “tem prejudi-
cado o comércio”.
A conferência de im-
das ontem pelo gabinete de Antó-
nio Mendonça, a concretização le-
gislativa dessa cobrança teria de ser
“acompanhada da definição de um
concreto regime de isenções e des-
contos, necessariamente reflectido
na revisão dos termos das conces-
sões em causa. Isso constituiria, se-
gundo o parecer do Centro Jurídico
da Presidência, uma inovação políti-
co-legislativa fundamental, em ma-
téria controvertida, que condiciona-
ria os poderes de decisão do futuro
Governo e ultrapassaria o conceito
de acto ‘estritamente necessário’ à
gestão dos negócios públicos”.
ENRIC VIVES-RUBIO
prensa serviu ainda para a associa-
ção pedir a “suspensão, de imedia-
to, de todas as taxas municipais de
publicidade cobradas por todas as
câmaras da região junto do comér-
cio, restauração e serviços”.
De acordo com um parecer enco-
mendado a Marcelo Rebelo de Sou-
sa, pela Confederação Portuguesa do
Comércio e Serviços, as taxas “são
ilegais”, para além de que “têm sido
produzidos acórdãos pelo Tribunal
Constitucional, no sentido da sua in-
constitucionalidade”, afirmou. “Não
é justo nem aceitável cobrar e exigir
um pagamento de uma taxa ilegal,
num momento de crise como este”,
justificou Lino Abreu.
De acordo com dados referidos
pelo responsável, em média, o pa-
gamento das taxas “representa cerca
de 400 a 500 euros por empresa”.
Lusa
A mesma
água pode ser
vendida sob
duas marcas
Ana Rute Silva
a Para o Gabinete de Planeamento
e Políticas (GPP) do Ministério da
Agricultura, nada impede a venda
em simultâneo da mesma água en-
garrafada com marca de distribui-
ção e outra de fabricante, desde
que “não induzam o consumidor
em erro quanto à sua origem, ou
seja, o nome da captação e local de
exploração”.
O esclarecimento surge depois
Alberto da Ponte, presidente da
comissão executiva da Sociedade
Central de Cervejas, dona da Água
do Luso, ter acusado alguns opera-
dores do sector das águas engarra-
fadas de “concorrência desleal” ao
comercializarem água mineral na-
tural ou água de nascente em duas
embalagens diferentes sem indicar
com clareza a origem do produto.
“É enganar o consumidor”, afirmou
o gestor.
A lei em vigor proíbe a venda,
sob várias designações comerciais,
de uma água mineral natural pro-
veniente da mesma captação. Con-
tudo, dúvidas de interpretação do
diploma de 1998 – que transpôs uma
directiva da Comissão Europeia (no-
meadamente quanto ao significado
da expressão “designação comer-
cial”) – levaram a Autoridade de Se-
gurança Alimentar e Económica a
fazer um levantamento dos rótulos
e produtos à venda.
Em respostas enviadas ao PÚBLI-
CO, o Gabinete de Planeamento e
Políticas do Ministério da Agricul-
tura esclarece que pode ser utiliza-
da qualquer designação comercial,
incluindo marca, que não conste
na lista comunitária ou na lista na-
cional das águas engarrafadas reco-
nhecidas, já que “o consumidor não
associa essas menções a nenhuma
captação em particular”.
O GPP adverte que, no rótulo da
garrafa, é obrigatório identificar a
origem do produto que está a ser
comercializado.
Água gera troca de acusações
 Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 25

Economia
Guia do Lazer lança aplicação mobile http://m.lazer.publico.pt/

Carlos Costa e Oliveira Toda a informação em

http://economia.publico.pt
Euronext Lisboa

Martins escolhem
Última Sessão Performance (%)
Acções Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2011
Psi20 0,31% PSI 20

“conselho de sábios” Euro Stoxx 50

Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
0,7%
0,33%
Altri SGPS SA
Banco BPI SA
B. Com. Português
0,12
3,48
4,24
1,658
1,249
0,590 33545648
230409
1692719
1,656
1,208
0,565
1,666
1,249
0,590
1,631
1,202
0,555
0,98
-2,58
-4,55
-2,3
-9,8
1,4
B. Espírito Santo 3,5 2,870 5596670 2,808 2,870 2,750 -3,97 -0,3

com a análise da dinâmica dos com-

Divisas Banif-SGPS 0,12 0,810 539836 0,800 0,815 0,781 -1,58 -6,9
João Ramos de Almeida Euro/Dólar 1,4322
promissos existentes, “nomeadamen- Brisa 0,81 4,830 1085769 4,783 4,846 4,759 0 -7,5

PS e PSD colocaram o te no respeitante ao sistema de pen- Euro/libra 0,8779 Cimpor SGPS 0,3 5,054 427618 5,025 5,055 4,992 -0,22 -0,3
sões e saúde e das parcerias público- Euro/iene 122,21
Conselho de Finanças privadas e concessões”, da situação Valor do dólar, libra e iene por euro
EDP 1,31 2,779 7251334 2,740 2,779 2,731 1,18 11,6
EDP Renováveis -1,59 4,881 1974693 4,889 4,924 4,732 -4,28 12,5
Públicas na lei. Os membros financeira das regiões autónomas e
Galp Energia -1,41 15,360 1529196 15,540 15,595 15,200 2,6 7,1
deverão ser apontados autarquias locais, das empresas pú- Taxas de Juro J Martins SGPS -0,26 11,460 841684 11,550 11,550 11,355 1,01 0,5
pelo Banco de Portugal blicas e do possível impacto nas con-
Euribor 3 meses 1,269 Mota Engil 2,1 1,802 344183 1,751 1,810 1,751 -5,61 3,4
tas públicas dos benefícios fiscais. Ou
e Tribunal de Contas seja, das principais condicionantes Euribor 6 meses 1,576 Portugal Telecom -0,29 8,255 2836067 8,230 8,295 8,202 -0,24 -1,5
futuras das contas orçamentais. Final- Euribor 6 meses Portucel 0,81 2,488 268354 2,460 2,500 2,460 0,33 9,3
a A proposta de estatutos desse con- mente, o grupo de trabalho propõe REN 0,44 2,520 209954 2,491 2,520 2,490 0,36 -2,3
selho foi ontem apresentada no Par- que o CEF acompanhe a execução
Semapa 0,98 8,563 94965 8,461 8,612 8,354 -0,35 3,4
lamento por António Pinto Barbosa, orçamental. 1,5
Sonaecom SGPS 2,33 1,535 1417301 1,488 1,536 1,478 0,94 13,7
Teodora Cardoso e João Loureiro, eco- A dramatização da crise política não 1,4

nomistas apontados pelo Governo e fará perigar a existência do CEF. PS e Sonae Industria -1,08 1,558 175924 1,530 1,570 1,522 -0,32 -18,4
1,3
pelo PSD para elaborar uma proposta PSD articularam-se na comissão par- Sonae -0,25 0,811 2742444 0,813 0,819 0,802 -0,25 4,0
1,2
de estatutos, tal como ficou previsto lamentar de Orçamento e Finanças, Últimos 3 meses ZON Multimedia 0,43 3,700 290706 3,651 3,710 3,650 -0,16 n.d.
no acordo de viabilização do Orça- que apreciou as alterações à Lei de Outros
mento do Estado de 2011. O conselho Mercadorias Banif-SGPS 0,12 0,810 539836 0,800 0,815 0,781 -1,58 -6,9
O grupo de trabalho prevê que o irá avaliar a 124,27
Petróleo Banco Popular 1,69 4,200 240 4,200 4,200 4,200 -3,28 8,5
CEF venha a ter próximo de 20 pes- consistência
soas – cinco membros no seu órgão Ouro 1455,84 Cofina SGPS 0 0,540 1000 0,540 0,540 0,540 -1,82 -21,7
política
Preço do barril de petróleo e da onça de ouro em dólares
máximo e perto de 15 técnicos – um orçamental e Corticeira Amorim -1,64 1,200 11836 1,200 1,200 1,200 10,91 n.d.
número que contrasta com a dimen- a dinâmica e Petróleo E. Santo Financial 0 14,150 5870 14,100 14,170 14,000 -0,35 1,1
são reduzida da Unidade Técnica de sustentabilidade
Fut. Clube Porto 0 0,870 500 0,870 0,870 0,870 -3,33 -3,3
Apoio Orçamento, do Parlamento. da dívida pública 120

112 Lisgráfica 0 0,050 830 0,050 0,050 0,050 -16,67 0,0

Mas os estatutos do conselho só Enquadramento Orçamental (LEO), 104 Impresa SGPS -1,01 0,980 15916 0,970 0,980 0,970 0 -30,0
serão votados pelo novo Parlamen- onde – pela concordância do PS e PSD 96
to saído das eleições antecipadas. E – o CEF passará a constar. A nova LEO Inapa-Inv. P. Gestão 0 0,300 63395 0,300 0,310 0,300 -3,23 -20,0
88

contarão com o voto contra do CDS- deverá ser votada no Parlamento e 80

Martifer 2,26 1,360 30277 1,330 1,360 1,300 -5,67 -8,7
PP, BE e PCP, por considerarem que o viabilizada pelo PSD e CDS/PP. Últimos 3 meses Novabase SGPS 0 3,080 8258 3,050 3,090 3,050 0,65 6,2
CEF se sobrepõe aos deputados. Mas a aprovação dos estatutos do Glintt 3,33 0,310 81481 0,300 0,310 0,290 -9,09 -13,9
Em linhas gerais, aqueles econo- CEF ficou relegada para a próxima le- Diário de Bolsa F Ramada Invest -1,47 0,670 505 0,671 0,671 0,670 -0,44 -8,2
mistas propõem que o CEF avalie, gislatura. E é aí que surge a oposição. Portugal PSI-20 Banco Santander 2,55 8,450 149425 8,230 8,460 8,140 -2,6 6,3
primeiro, a consistência da política É defendido que as tarefas do CEF se
S. Costa 0 0,530 327233 0,530 0,530 0,520 -1,85 -1,9
orçamental. Tanto pela avaliação do sobrepõem às da Unidade Técnica de 8000

cenário macroeconómico proposto Apoio Orçamental (UTAO), criada em 7800 Sporting 0 0,680 442 0,680 0,680 0,680 0 -1,4
como também pela compatibilidade 2006 para apoiar os deputados. “Os 7600
Benfica-Futebol 1,4 1,450 640 1,430 1,450 1,430 -2,05 -4,0
dos níveis de despesas e de receitas deputados são substituídos por um 7400
Sumol Compal -1,46 1,350 159 1,300 1,350 1,300 -0,72 -8,8
7200
orçamentais com o cenário proposto. conselho de sábios”, sintetiza Honó- Sonae Capital 0 0,400 180375 0,390 0,400 0,390 0 -2,4
7000
Além disso, sugere-se que o CEF ana- rio Novo, do PCP. “Somos contra uma Últimos 3 meses SAG Gest -2,04 0,480 6407 0,470 0,480 0,470 6,52 -5,9
lise a dinâmica da dívida pública e da nova entidade, já existem suficientes
sua sustentabilidade futura. mecanismos de controlo”, continua Mais Transaccionadas Volume VAA-V. Alegre-Fusão 0 0,060 32500 0,060 0,060 0,060 -14,29 n.d.

Uma terceira tarefa relaciona-se Assunção Cristas, do CDS/PP. B.Com.português 33.545.648

Fonte Reuters. Notas: 1) PSI Geral apenas com os títulos que foram transacionados 2) Informação disponibilizada não dispensa a consulta das fontes oficiais.
Edp 7.251.334
B.Espírito Santo 5.596.670
Mercado Monetário Cambial
Relação confirma multa de Portugal Telecom
Sonae
2.836.067
2.742.444 Euro à Vista

5 milhões aplicada ao BCP Melhores

Banco Bpi Sa
Variação%
3,48
Moeda-Sigla
06.04.11
Um euro igual a
Anterior
Var. %
(a)%
Dólar dos EUA USD 1,4325 1,422 0,738
Sonaecom Sgps 2,33
Dólar canadiano CAD 1,3739 1,3704 0,255
Semapa 1,46
a A coima de cinco milhões de euros prejuízos para muitos investidores que Real do Brasil BRL 2,3071 2,289 0,791
que a Comissão do Mercado de Va- acorreram aos aumentos de capital do Cimpor Sgps 1,42 Libra esterlina GBP 0,8779 0,8725 0,619
lores Mobiliários (CMVM) aplicou ao BCP e abriram um contencioso que Mota Engil 1,3 Franco suíço CHF 1,3159 1,3157 0,015
BCP foi confirmada pelo Tribunal da ainda transitou para a actual equipa Piores Variação% Coroa dinamarquesa DKK 7,4572 7,4567 0,007
Relação de Lisboa, após recurso da de gestão liderada por Carlos Santos Edp Renováveis -1,59
Coroa norueguesa NOK 7,8171 7,779 0,490
sentença que tinha sido ditada pelo Ferreira. Coroa sueca SEK 9,0262 9,002 0,269
Galp Energia -1,41
Tribunal de Pequena Instância Cri- Em Julho passado, o Tribunal de Pe- Coroa checa CZK 24,406 24,303 0,424
minal, avançou ontem o Jornal de Ne- quena Instância confirmou a decisão Sonae Indústria -1,08 Zloty polaco PLN 3,97 3,9915 -0,539
gócios citando fonte da entidade que da CMVM, mas considerou que, para Portugal Telecom -0,29 Forint húngaro HUF 264,17 263,6 0,216
supervisiona os mercados. efeitos de pagamento, apenas metade J Martins Sgps -0,26 Lev búlgaro BGN 1,9556 1,9556 0,000
A penalização decidida pela CMVM da coima deveria ser considerada – 2,5 Coroa da Estónia EEK 15,6426 15,6426 0,000
Europa Eurostoxx50
remonta a actos da administração li- milhões de euros. A decisão da Rela- Lira turca TRL 2,1673 2,1728 -0,253
derada por Jorge Jardim Gonçalves e ção também sustentou esta posição. 3500
Iene japonês JPY 122,21 120,75 1,209
refere-se a informação não verdadeira O advogado do BCP, Rui Patrício, 3175
Dólar australiano AUD 1,374 1,3768 -0,203
prestada ao mercado sobre as offsho- afirmou ao Negócios estar à espera da Dólar de Hong Kong HKD 11,1315 11,0565 0,678
2850
res que o BCP criou para comprar notificação da Relação, mas acrescen- Pataca de Macau MOP 11,4554 11,3772 0,687
2525
acções próprias com financiamento tou: “Bati-me por outro resultado e Rand da Áf. do Sul ZAR 9,5745 9,5505 0,251
do banco. continuaria a bater-me se fosse hoje. 2200 Esc. de Cabo Verde CVE 106,892 110,411 -3,187
Últimos 3 meses
Estas operações acabaram por ditar Mas é o tribunal que decide.” Fonte Cotações indicativas do Sistema Europeu dos Bancos Centrais (SEBC). “(a) + apreciação do euro; - depreciação do euro”
26 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011

Local
Urbanismo Revisão do Plano Director Municipal em debate público

Sete objectivos estratégicos para os próximos dez anos

Contrariar a perda de população
A capital portuguesa viu fugir para
os concelhos vizinhos dezenas
de milhares de pessoas nas
últimas décadas. Ter mais famílias
residentes, recuperar, rejuvenescer
e equilibrar socialmente a
população da capital é o primeiro
objectivo desta proposta.
Mais empresas e mais empregos
“Promover uma cidade inovadora
e criativa, capaz de competir num
contexto global e gerar riqueza e
emprego”. É assim que se refere
este objectivo na alínea e) do artigo
2.º da proposta em discussão a
partir de hoje. “Afirmar Lisboa num
mundo globalizado”, defende-se
ainda.
Mais reabilitação e melhor
aproveitamento do que existe
A proposta PS/PSD para os
próximos dez anos defende
a reabilitação e regeneração
urbana, “alargando o conceito
de área histórica a toda a cidade
consolidada como forma de defesa
e valorização do seu património
histórico, cultural e paisagístico”.
Melhor espaço público
e mais áreas pedonais
A terceira alínea do artigo 2.º da
proposta aprovada no executivo
municipal em Novembro de 2010
elege como meta “tornar Lisboa
uma cidade amigável, segura e
inclusiva”.
Integrar a frente-rio na cidade
O sentimento é o de que Lisboa e o
rio Tejo vivem de costas voltadas.
A proposta de novo PDM defende
a “continuidade dos sistemas
naturais”. Até agora, os trabalhos
na frente ribeirinha têm sido
travados pela falta de dinheiro e
não de planeamento.

Futuro de Lisboa está

A cidade continua a desenvolver-se segundo o PDM de 1994

em discussão pública
a partir de hoje
Cidade tem 82 por cento do seu território urbanizado
e nove em cada dez obras licenciadas são de reabilitação.
É a vez de os cidadãos dizerem se querem este caminho
ma de créditos que a proposta prevê
Ana Henriques e Victor Ferreira
Mudanças e debates considerando que “é inovador mesmo
a O que querem os lisboetas para a a nível internacional”.

sua cidade, quais devem ser as prio-
ridades urbanísticas? Quem tem res-
postas ou até perguntas para acres-
centar a estas tem, a partir de hoje,
oportunidade de pôr as cartas em ci-
ma da mesa. Dezasseis anos depois,
a capital portuguesa volta a discutir o
seu Plano Director Municipal (PDM),
cuja proposta de revisão já passou
pela câmara e está, desde hoje, em
debate público.
O documento de hoje já não é o
15
Número de pareceres
condicionados que a proposta
inicial do PDM de Lisboa
mereceu, de entre as 31
entidades consultadas. A
autarquia promoveu reuniões
de concertação
Créditos para recuperar
O também vereador do Urbanismo
abriu mão de uma promessa eleitoral
de peso: obrigar os promotores imo-
biliários a reservar uma parcela dos
seus empreendimentos para habita-
ção a custos controlados. Agora quer
convencê-los a aderir a um sistema de
créditos. “Se o promotor reabilitar um
edifício antigo e se, depois das obras,
mantiver lá a morar todos os agrega-

mesmo que, em Outubro do ano pas-
sado, causou arrepios ao arquitecto
paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, que
considerou “uma anedota em termos
de planeamento” a ideia inicial de fa-
cilitar a construção nos logradouros
lisboetas. Meio ano depois, a proposta
de revisão está diferente. Não mudou
nem de filosofia nem revolucionou as
ferramentas, e manteve os objectivos
estratégicos. Mas teve em conta os 31
pareceres legalmente previstos – 15 de-
les apontaram a necessidade de mexer
na proposta inicial.
Houve uma reviravolta na questão
dos logradouros, mas continuam no ar
dúvidas e preocupações, como as que
a própria vereadora Helena Roseta,
do movimento Cidadãos por Lisboa,
expressou, quando pôs em causa o
modelo de compactação da cidade,
que permite aumentar a capacidade
construtiva nas áreas consolidadas.
“Tenho dúvidas sobre esse modelo.
Aceitá-lo-ia se houvesse contraparti-
das ao nível da reabilitação urbana,
mas não é isso o que vejo”, disse Ro-
44
Número de dias do período de
debate público, que começa
hoje e vai até 20 de Maio. Estão
marcadas quatro sessões
temáticas e cinco sessões
territoriais, abertas a todos.
Mais informação em
www.cm-lisboa.pt
seta, em Novembro. Manuel Salgado,
arquitecto e vice-presidente da câma-
ra, deu a cara pela primeira versão
da proposta de actualização do PDM,
aprovada em Novembro pelo PS e PSD
no executivo (um vereador “laranja”
absteve-se) e continua a defender
aquela que passou por reuniões de
concertações com as 15 entidades
que levantaram questões em relação
à versão inicial.
Salgado continua a defender o siste-
dos familiares que anteriormente lá
residiam, tem direito a créditos para
construir noutro lado.” Isso significa
que pode, nesse segundo local, urba-
nizar para além do que lhe seria per-
mitido: numa zona da cidade onde o
índice de construção de referência –
ou seja, o quociente entre a área de
construção e a dimensão do terreno
– é de 1,7, por exemplo, passa a poder
construir até um máximo de 2.
Os créditos para construir variam
consoante a zona da cidade – “um cré-
dito gerado na Av. da Liberdade não
tem o mesmo valor do que um gerado
na Ameixoeira” – e não se restringem à
habitação. “Se o promotor imobiliário
fizer três caves para estacionamento
num edifício onde só é obrigado a
construir duas, e se reservar a tercei-
ra cave para estacionamento público
com tarifas idênticas às praticadas pe-
la Empresa Municipal de Estaciona-
mento de Lisboa, também tem direito
a um crédito”, frisa Manuel Salgado.
“O mesmo acontecerá se transformar
um quarteirão com uma fabriqueta no
meio num logradouro de uso público.
Ou se restaurar um edifício que está
integrado na carta municipal do pa-
trimónio sem subir a cércea [altura]”.
Dotar os empreendimentos imobiliá-
rios de equipamentos sociais, como
creches ou lares, também dará direito
a créditos, o mesmo sucedendo com o
reforço da segurança sísmica ou com
a manutenção de lojas de comércio
tradicional durante obras de restauro
de um imóvel.
“Tudo o que pudermos fazer atra-
vés de incentivos, em vez de imposi-
ções, tornar-se-á mais eficaz. Se assim
fosse, parte dos edifícios da carta do
património não estaria no estado de-
gradado em que se encontra”. E acres-
centa: “Tenho andado a estudar o que
se faz no Japão, na Holanda e noutros
países, e este é um regulamento muito
inovador”. É, também, um dos princi-
pais pontos de discórdia com os par-
tidos da oposição. A medida apenas
beneficia os grandes construtores,
dizem os comunistas. “Se a maioria
das pessoas rejeitar este sistema, não
terei outro remédio senão meter a vio-
la no saco”.
Contrariado, o vereador do Urbanis-
mo também teve de ceder na questão
dos logradouros. “Os logradouros de
Vereador do
Urbanismo,
Manuel Salgado,
diz que se foi
longe de mais
na protecção
dos logradouros
lisboetas
 Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 27
Votação online: Lisboa, quarta cidade mais bonita do mundo
Lisboa foi considerada a quarta pelas ruas estreitas, pitorescas,
cidade mais bonita do mundo pelo as vistas da cidade a partir dos
guia de viagens online UCityGuides, miradouros, os desenhos da
atrás de Veneza, Paris e Praga. A calçada, as fachadas de azulejos e
capital portuguesa distingue-se os edifícios em tons pastel.

O que eles disseram PDM explicado aos mais novos

Menos carros, melhores Mais verde e mais eficiência

transportes públicos
Um dos factores de poluição é o
trânsito automóvel. O PDM define
um sistema de créditos que pode
beneficiar quem construir mais
garagens. Para lá se deixar o carro
e apostar mais no transporte
público, sector em que a autarquia
não tem muito poder.
energética
Promover uma cidade
ambientalmente sustentável e
eficiente na forma como utiliza os
recursos, incentivando a utilização
de recursos renováveis, uma
correcta gestão de resíduos, a
agricultura urbana. Isto é o que diz
a alínea d) do artigo 2.º.
ENRIC VIVES-RUBIO
Gonçalo Ribeiro Telles
arquitecto paisagista
“Segundo
percebi,
logradouros
são as tapadas,
são os quintais,
são as cercas conventuais
e são as quintas de recreio.
Se isso tudo é considerado
logradouro, evidentemente que
é um desastre para a cidade
de Lisboa. (...) É uma anedota
em termos de planeamento”,
10/10/2010, antes de a proposta
ser reformulada
António Carlos Monteiro
vereador do CDS-PP
“O sistema
de créditos e
da habitação
a custos
controlados
radica numa lógica da
especulação imobiliária em que
o promotor especula e a câmara
também.” 11/11/2010
Brochura para crianças diz
que capital mete medo à noite
a A Câmara de Lisboa criou uma
publicação, para divulgar o Plano
Director Municipal (PDM) junto das
crianças dos 3.º e 4.º anos de escola-
ridade. Na brochura, com 28 páginas,
diz-se que, “ao cair da noite”, a cida-
de fica “deserta” e “até mete medo”.
E também se pergunta “como tornar
Lisboa uma cidade onde é bom viver”.
O corvo Ulisses, um “especialista em
Lisboa”, guia os leitores. O documento
diz que no PDM estão “as regras so-
bre o que se deve (e também sobre o
que não se deve) fazer na cidade”. Dá
um exemplo “exagerado”: “Imagina
que alguém se lembrava de demolir
o Castelo de São Jorge para construir
apartamentos”. Com isso, alguns “sor-
tudos” ganhariam “uma bela vista”
mas “todos perderíamos um símbolo
da cidade”. Esta brochura, com texto e
ilustrações, intitula-se Viagem ao Futu-
ro de Lisboa e, segundo a câmara, quer
“sensibilizar os mais pequenos para os
problemas da cidade e sobretudo pa-
ra as soluções previstas na revisão do
PDM”. Será distribuída a 15 mil alunos,
do ensino público, privado e coope-
rativo. O corvo também fala dos pro-
blemas, como o facto de Lisboa ficar
“deserta” à noite, “principalmente”
no centro. “Não tem vida, até mete
medo”, diz Ulisses, acrescentando que
é “um problema bicudo” que só se re-
solve se se “convencer” as pessoas que
vivem fora a regressarem à capital. O
vereador Manuel Salgado admite que
esta não é uma formulação feliz e diz
que se tratou de “uma falha”. Inês
Boaventura
PUBLICIDADE

António Costa
presidente da Câmara de Lisboa

“O que este PDM

faz é estimular
a iniciativa
privada, mas
fazendo-a
cumprir regras.” 11/11/2010

Ruben de Carvalho
vereador do PCP

“Estou em crer que os

promotores imobiliários irão
encarar este PDM com simpatia.”
11/11/2010

Helena Roseta
vereadora da Habitação

“Este PDM tem

Alvalade, do bairro Lopes e da colina
do Castelo ficaram todos defendidos,
e isso acho bem. Mas noutros casos
foi-se demasiado longe, ao fixar num
máximo de dez por cento a área im-
permeabilizável. Uma regra cega co-
mo esta é errada, porque as pessoas
têm direito a ter carro. Também é
importante ter estacionamento para
residentes na cidade”.
Preencher o que está vazio
Quanto à possibilidade de a câmara
construir silos automóveis, Manuel
Salgado fala das dificuldades de o fa-
zer nas zonas históricas: “Há poucos
edifícios de grande porte e parte dos
que existem não pode ser demolida
porque tem valor patrimonial”.
O autarca rejeita as críticas que lhe
têm sido feitas de que este PDM irá
servir para expulsar os mais pobres
para os subúrbios, por via do licen-
ciamento de obras de reabilitação que
aumentarão necessariamente o valor
das rendas: “É exactamente o contrá-
rio”, assegura.
“Vamos procurar ter habitação a
custos acessíveis. Um T2 pode vir a
custar entre 400 e 500 euros por mês,
consoante a zona”. O cenário nunca
foi tão propício à recuperação das ca-
sas antigas: “Noventa por cento das
obras licenciadas pela câmara já são
de reabilitação urbana”. Numa altura
em que “82 por cento da cidade estão
urbanizados”, o objectivo é recuperar
o que já está construído “e preencher
o que está vazio” nos espaços urba-
nizados.
uma opção
muito em
voga entre
arquitectos e
urbanistas, que é a compactação
da cidade para aumentar a
capacidade construtiva nas
áreas consolidadas. Tenho
dúvidas sobre este modelo.
Aceitá-lo-ia se houvesse
contrapartidas ao nível da
reabilitação urbana, mas não é
isso o que vejo.” 11/11/2010
Victor Gonçalves
vereador do PSD
“Daqui a algum tempo, só as
classes média-alta e alta terão o
privilégio de morar em Lisboa.
É um PDM excessivamente
liberal.” 11/11/2010
debate
«percursos no documentário português –"cinema no
pós-abril"»
hoje às 23h20 na sala 2 do cinema são jorge
convidados: adelino gomes, josé filipe costa, rui simões,
henrique espírito santo e outras presenças a confirmar.
17h00
há tourada na aldeia (de pedro sena nunes)
sessão seguida de debate com pedro sena nunes, no foyer
19h00
jornal cinematográfico nacional (a) /«11 de março»/
jornal cinematográfico nacional (b) /jornal cinemato-
gráfico nacional nº1
de unidade de produção cinematográfica nº1/reportagem
de adelino gomes/de unidade de produção cinematográ-
fica nº1/de unidade de produção cinematográfica nº1
21h30
bom povo português (de rui simões)
28 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Local
Ana Gerschenfeld aumenta árvore de “primos genétivos” http://blogs.publico.pt/osmeusgeneseeu
Naufrágio no Cabo Espichel faz um morto e dois feridos
Natália Abreu
Navio que regressava
de Cascais embateu de
madrugada numa rocha
de 40 metros, identificada
como muito perigosa.
Sobreviventes estão em casa
a Um pescador morreu e dois sofre-
ram ferimentos ligeiros, quando a em-
barcação em que seguiam, registada
em Setúbal, embateu contra a pedra
do Arcanzil, próximo do Cabo Espi-
chel, na madrugada de ontem, por
volta das cinco horas da manhã.
O acidente aconteceu quando o
barco Pérola do Bom Sucesso, que
Aluguer
de bicicletas
chega a novos
parques da EMEL
Inês Boaventura
a O serviço de aluguer de bicicletas
nos parques de estacionamento da
EMEL foi alargado, passando a estar
disponível em nove parques disper-
sos pela cidade. Outra novidade é
que o serviço B’ina, que até aqui se
dirigia apenas a clientes com aven-
ças mensais, passa a estar acessível
a clientes ocasionais dos parques e
mesmo a quem não estacione e quei-
ra apenas andar de bicicleta.
Universidade, Campo Grande, Car-
los Lopes, Biblioteca, Corpo Santo,
Sete Rios, Colégio Militar, Teixeira de
Pascoais e Portas do Sol são os par-
ques onde há veículos de duas rodas
disponíveis, bem como bombas para
encher os pneus.
O aluguer por meio dia custa dois
euros, o diário 3,50 euros e o de fim-
Alugar uma
bicicleta por
meio dia custa
dois euros e 3,50
euros para o dia
inteiro. Um fim-
de-semana fica
em oito euros
de-semana (de sexta-feira à tarde a
segunda-feira de manhã) fica por oito
euros. O serviço inclui o emprésti-
mo de um capacete e de um colete
reflector.
O aluguer de fim-de-semana, que
tem de ser reservado com antecedên-
cia, começa sexta-feira a partir das
14h e termina às 10h da segunda-feira
seguinte.
O serviço B’ina – Estacione e Siga
Caminho sugere que os condutores
deixem o carro num dos parques da
EMEL e continuem o caminho de bi-
cicleta, seja para o trabalho, numa
curta deslocação ou simplesmente
por lazer.
pratica a arte de emalhar, regressa-
va de Cascais, para onde tinha ido
na segunda-feira. Fernando Olivei-
ra, que, juntamente com o mestre
da embarcação, conhecido como
“António de Aveiro”, sobreviveu ao
acidente, conta que “foi tudo muito
rápido, numa fracção de dois, três mi-
nutos”. “Batemos na rocha, quando
pensávamos que já a tínhamos pas-
sado”, recorda.
Em relação ao pescador que mor-
reu, de quem era sobrinho, refere
que “onde ele estava não foi possí-
vel salvá-lo. Ele estava no porão a
descansar e foi tudo muito rápido”.
Fernando Oliveira conta que subiu
ao mastro, cortou a balsa e os cabos,
mas não conseguiu evitar o aciden-
te. “A tragédia podia ter sido ainda
Pratos de peixe e marisco no Terreiro do Paço até dia 17
Cristiana Carmo
a O festival gastronómico Peixe
em Lisboa volta à capital para a sua
quarta edição. O evento começa ho-
je, prolonga-se até ao próximo dia
17 e leva ao Terreiro do Paço pratos
de peixe e marisco.
A iniciativa conta com 13 restau-
rantes e com conceituados chefes
de cozinha, como o espanhol Sergi
Arola e o italiano Gennaro Esposi-
to, detentores de duas estrelas Mi-
chelin. Nuno Mendes, Serge Vieira
e George Mendes são alguns dos no-
mes portugueses que vão mostrar os
seus atributos culinários.
Duarte Calvão, responsável pela
iniciativa da Associação Turismo
de Lisboa, que regressa este ano
à Baixa de Lisboa, sustenta que
grande parte do sucesso do festi-
val se deve “ao contacto directo
entre o público e os chefes de co-
zinha”. Para o responsável, o Peixe
em Lisboa diferencia-se de outros
festivais gastronómicos, não só pe-
la “qualidade das apresentações”,
mas também pelo “ambiente e
EPUL propôs reabilitar 76 prédios mas só recuperou dez
a A Empresa Pública de Urbaniza-
ção de Lisboa (EPUL) apresentou à
autarquia um projecto para reformu-
lar o programa Lisboa a Cores, que
previa a reabilitação de 76 edifícios
municipais, mas ao abrigo do qual
recuperou apenas dez.
Segundo Fernando Santo, mem-
bro do conselho de administração
daquela empresa, o modelo para
reabilitar os 76 edifícios “mostrou-
se inviável economicamente” e, por
isso, a empresa propôs a sua refor-
mulação.
De acordo com o mesmo respon-
sável, dos 66 restantes edifícios, 36
estão para projecto ou obra e em 30
foram propostas mudanças de uso.
Distância da costa
80
A laje em que bateu a
embarcação tem cerca de 40
metros e, na maré alta, fica
submersa. Situa-se a cerca
de 80 metros da costa e já lá
houve muitos acidentes
maior, podíamos ter ficado lá todos.”
E alerta que “as autoridades que fa-
zem as fiscalizações têm de ter mais
atenção ao que andam a fazer”, pon-
conforto que oferece ao público”.
Em destaque na edição deste ano
estão também as conservas portu-
guesas, nomeadamente, na apre-
sentação de receitas do chefe Luís
Festival gastronómico Peixe em Lisboa arranca hoje
“A recuperação dos dez restan-
tes era completamente inviável do
ponto de vista económico”, disse
Fernando Santo.
O programa Lisboa a Cores, lan-
çado em 2004 em conjunto com
outros dois programas de reabilita-
ção urbana, previa a recuperação
de mais de 70 edifícios, que seriam
depois devolvidos à autarquia para
realojamentos ou para constituir em
propriedade horizontal, colocando
as respectivas fracções no mercado
para o segmento jovem.
No total, os três programas de
reabilitação lançados em 2004 pe-
la EPUL – Lisboa a Cores, Repovo-
ar Lisboa e Alfama – Quem cuida
do em causa a segurança da embarca-
ção, que tinha sido vistoriada. Como
a balsa não se soltou do barco, Fer-
nando Oliveira agarrou-se a uma bóia
juntamente com o mestre, e ficaram
à espera de socorro. “Vimos passar
um barco e eu comecei a gritar por
ajuda e foi esse barco que nos reco-
lheu. Depois chegou a polícia marí-
tima”, conta.
Segundo o comandante da capita-
nia do porto de Setúbal, Duarte Can-
tiga, “o alerta foi dado às 4h55, [e] os
dois pescadores foram recolhidos pre-
cisamente uma hora depois”. O cor-
po de Jorge Oliveira, conhecido como
“Calhau”, com cerca de 60 anos, foi
depois retirado da embarcação pelos
mergulhadores da Marinha.
Os dois sobreviventes foram trans-
Baena. Para Duarte Calvão, este foco
explica-se pela necessidade de “aca-
bar com a ideia de que as conservas
não têm interesse gastronómico e
são apenas uma solução menor”.
RUI GAUDÊNCIO
ama” – previam um investimento
que rondava os 70 milhões de eu-
ros para intervenções em mais de
240 edifícios.
Segundo Fernando Santo, que fa-
lava na sessão de apresentação dos
resultados de 2010 da EPUL, a em-
presa prevê investir até 2013 cerca
de 84 milhões em urbanização e
construção e estima um volume to-
70
milhões de
euros era o
investimento
previsto nos
três programas
de reabilitação
lançados em
2004 pela EPUL
portados para o Hospital Garcia de
Orta, em Almada, onde receberam
alta por volta das 12h.
O pescador Zé da Gaia foi mestre
durante vários anos e passou muitas
vezes pelo local onde aconteceu o aci-
dente. “Aquela rocha está registada
como perigosa. É uma laje com cerca
de 40 metros que, na maré alta, fica
submersa, situada a cerca de 80 me-
tros da costa”, explica, recordando
que “já lá houve muitos acidentes”.
O mestre da embarcação aciden-
tada é considerado por todos um
homem experiente. “Conhece o mar
como as palmas da mão e passou ali
milhares de vezes”, diz quem o co-
nhece. Explicações para o acidente
ninguém quer adiantar, nem mesmo
os sobreviventes.
O programa conta com dez che-
fes portugueses a participar numa
“Peixeirada”, na qual responderão
às perguntas do público e ainda com
a presença de Fernando Rubiato,
responsável pelo Guia Michelin,
que irá explicar como são atribuí-
das as famosas estrelas deste guia,
cobiçadas pelos restaurantes de to-
do o mundo.
À semelhança dos anos anterio-
res há ainda espaço para prestar
homenagens. Pela primeira vez é
distinguida uma personalidade es-
trangeira, o brasileiro Dias Lopes,
pelo seu trabalho na expansão da
gastronomia portuguesa.
O Peixe em Lisboa realiza-se des-
de 2008 e regressa este ano ao Pátio
da Galé, no Terreiro do Paço, após
dois anos no Pavilhão de Portugal,
onde se realizou devido às obras de
requalificação daquele pátio. A en-
trada para o público em geral cus-
ta 15 euros por dia e, para todos os
dias, custa 135 euros. A inauguração,
marcada para as 19h30, contará com
a presença do presidente da Câmara
de Lisboa, António Costa.
tal de vendas de 206 milhões, dos
quais 126 milhões já têm contratos
promessa de compra e venda cele-
brados.
Na cerimónia, o administrador
da EPUL falou ainda dos futuros
projectos, apontando as residên-
cias universitárias que a empresa
pretende construir junto à igreja de
Telheiras.
Os dados apresentados pela EPUL
sobre o exercício de 2010 apontam
para resultados positivos na ordem
dos 5,2 milhões de euros e para uma
redução da taxa de endividamento
de seis por cento, além de uma inver-
são da situação negativa dos capitais
próprios em 13,7 milhões. Lusa
 Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 29

Classificados
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1.º Juízo Criminal
Processo n.º 496/06.7PASXL
Processo: 229/11.6TVLSB
Liquidação Herança Vaga em
Outros incidentes da
execução fiscal
Processo: 13862/09.7T2SNT Benefício Estado

JÓIAS
Execução Ordinária ANÚNCIO ANÚNCIO
Exequente: Sonicel - Socieda- ANÚNCIO
ACOMPANHANTE - ANÚNCIO Processo Comum (Tribunal Singular) Intervenientes:
de Nacional de Comércio de O Mm.º Juiz de Direito Dr. Victor Rendeiro, Autor: Estado Português re- Exequente: Serviço de Finanças
Portuguesa, Elegante. ESTORIL S.J. - LAURA, Electrodomésticos, S.A. Acção de Processo Comum
do 1.º Juízo Criminal - Tribunal de Família presentado pelo Ministério do Porto 1
Autor: Lucindo Fernandes Monteiro
Muito privado. MÃOS DE FADA - Executado: Leonel da Cruz e Menores e de Comarca do Seixal: Público Requerido/executado: António Ma-

OURO
Réu: Barbosa & Pai Pavimentos Faz saber que no Processo Comum
Francisco e outros... Construções, Lda nuel Ferro Barbosa, nif 105400793
Telm.: 962111377 Marquesa, duche, aces- Correm éditos de 20 dias Nos autos acima identificados, cor-
(Tribunal Singular), n.º 496/06.7PASXL, Falecido: Rui Daniel de Jesus
Requerente: Banco BPI, SA
pendente neste Tribunal contra o(a) Almeida Carvalho
sórios, chuva dourada, para citação dos credores rem éditos citando a ré Barbosa & arguido(a) Paulo Jorge Teixeira Monteiro, A Mm.ª Juíza de Direito da 3.ª Uni-
desconhecidos que gozem Pai Pavimentos Construções, Lda, filho(a) de Jorge Paulo Monteiro e de
São citados os sucessores in- dade Orgânica do Tribunal Admi-
prostática, body, relax, de garantia real sobre os bens com última residência conhecida certos de Rui Daniel de Jesus

PRATAS
A JAPONESA MASSA- penhorados à executada abai- em domicílio: R. Marquês Castelo
Clarisse Teixeira, natural de: Cabo Verde;
nacional de Cabo Verde, nascido em
nistrativo e Fiscal do Porto.
+ algo. Almeida Carvalho, falecido em FAZ SABER que nos autos de Ou-
GISTA xo indicada, para reclamarem Novo, 7 - 3.º Dt.º, 2720-371 Ama-
dora, ou o seu legal representante
20-11-1982, estado civil: solteiro, pro- 22 de Março de 2010, com tros Incidentes da Execução Fiscal,
Telm.: 914185430 o pagamento dos respectivos fissão: desconhecida ou sem profissão registados sob o n.º 3238/109BE-
Meiga bonita nível.mass créditos pelo produto de tais
Marcelino Barbosa de Pina, com NIF - 237965143, Passaporte - 1082206, última residência habitual na
PRT, em que é requerente Banco
última residência conhecida em domicílio: Barraca junto à Empresa Ter- Rua D. Carlos Mascarenhas,
anti stress dores relax ITALIANA MASSAG. bens, no prazo de 15 dias, domicílio: Rua Amílcar Cabral, N.º rur, Paio Pires, 2840-000 Seixal, por BPI, SA e requerido o executado

terapia. PROFISSIONAL - ANTIGAS E MODERNAS findo o dos éditos, que se co-

meçará a contar da segunda e
20, 2660-382 S. Julião do Tojal, ou
o seu legal representante Lourenço
se encontrar acusado da prática do(s)
crime(s): 1 crime(s) de condução perigo-
n.º 70, 3.º Dt.º, 1070-083 Lis-
boa, para no prazo 30 dias,
António Manuel Ferro Barbosa,
correm éditos de 30 dias, contados
963270883 última publicação do anúncio. Pina, com última residência conhe- sa de veículo rodoviário, p. p. pelo art.º findos os 30 dias dos éditos, da segunda e última publicação do
Terapia oriental, relax,
anti-stress, body.
MOEDAS•NOTAS•RELÓGIOS DE BOLSO Bem penhorado: Outro direito
DESCRIÇÃO: Penhora de
cida em domicílio: Barbuda, S/n,
7520-016 Sines, para comparecer
291.º do C. Penal, praticado em 14-08-
2006; foi o(a) mesmo(a) declarado(a)
contados da data da segunda
e última publicação do anún-
anúncio, notificando o executado,
com última morada conhecida na
direito e à acção que a Exe- pessoalmente neste Tribunal no dia contumaz, em 29-03-2011, nos termos Rua Diogo Silves, 33, H 3 - 3, Vila
A MASSAGISTA MU- C. Pequeno. Relógios de pulso antigos cutada Elsa Maria Brites Fer- 05-05-2011, às 10:00 horas, a fim de do art.º 335.º do C. P. Penal. cio, virem aos presentes au-
Nova de Gaia, para, no prazo de
se proceder à audiência de partes. A declaração de contumácia, que caduca- tos, requerer a sua habilitação
LATA ou modernos de boas marcas nandes Ferrão detém sobre o 10 (dez) dias, decorrido que seja
Telm.: 915810242 imóvel sito na Rua da Ladeira
Fica ainda advertido de que, em rá com a apresentação do(a) arguido(a)
em juízo ou com a sua detenção, tem os como sucessores do falecido, o dos éditos, proceder à entrega
caso de justificada impossibilidade
Meiga simpatica prof.
✧ANTIGUIDADES✧
do Monte, n.º 6 - Agualva - Ca- de comparência, se deve fazer re- seguintes efeitos: sob pena de, não aparecendo do imóvel sito na Rua da Alegria,
todo tipo mass. tântrica PORTUGUESA cém, inscrito sob o n.º 2471. presentar por mandatário judicial a) Suspensão dos termos ulteriores do ninguém a habilitar-se a he- 703 - 2.º Esquerdo, inscrito na ma-
PENHORADO em 22-06-2009, com poderes de representação e os processo até à apresentação ou detenção triz predial urbana da freguesia de
MASSAGISTA - Diplo-
✧PINTURAS✧ do(a) arguido(a), sem prejuízo da realiza- rança ser declarada vaga para
relax outras à Executada Elsa Maria Brites especiais para confessar, desistir ou
transigir, ficando sujeito às sanções ção de actos urgentes nos termos do art.º o Estado, tudo como melhor Bonfim, Concelho do Porto: sob o

963579587 mada, meiga, carinhosa. Martinho Ferrão. Documentos

previstas no CPC para a litigância 320.º do C. P. Penal; consta do duplicado da pe-
art.º 10121 - fracção E, ao reque-
de identificação; BI - 10142595, b) Anulabilidade dos negócios jurídicos de rente Banco BPI, SA, e/ou dizer o
Cuida de si com sabedo- NIF - 200095021 com residên- de má-fé (Art.º 54.º, n.º 5 do CPT
e 456.º CPC, se faltar injustificada- natureza patrimonial celebrados pelo(a) tição inicial que se, encontra que se lhe oferecer sobre o reque-
ria e sensualidade. cia na Rua Ladeira do Monte, mente à audiência). arguido(a), após esta declaração; nesta Secretaria à disposição rido, conforme tudo melhor consta
ANGOLANA n.º 6 - 4.º Dto., Agualva, 2735 O duplicado da petição inicial c) Proibição de obter quaisquer docu- dos citandos. do duplicado do requerimento ini-
ALTO NÍVEL - Telm.: 935165311 Cacém. encontra-se nesta secretaria, à dis- mentos, certidões ou registos junto de
N/Referência: 16468362 cial que se encontra nesta secreta-
posição do citando. autoridades públicas.
N/Referência: 8931357 ria à disposição do executado.
Momentos puro prazer N/Referência: 7720444 Lisboa, 04/04/2011
RAPAZ, 30 ANOS, www.dobrao.pt Setúbal, 24-03-2011 N/ Referência: 11669679
Seixal, 31-03-2011
Porto, 31 de Março de 2011
Sintra, 31-03-2011. A Juíza de Direito
c/ massag. envolventes 1.80M, LICENCIADO - Rua de S. Nicolau, 113 loja - 1100-182 Lisboa A Juíza de Direito O Juiz de Direito
A Juíza de Direito
Dr.ª Paula Sá Couto A Juíza de Direito
Dr. Victor Rendeiro
Dr.ª Amélia Puna Loupo Fernanda Esteves
p/ cav. distintos. Português, convive com Tel. 21 346 99 50 - Fax 21 343 00 65 A Oficial de Justiça Dr.ª Rosália Cunha
A Escrivã Adjunta A Oficial de Justiça A Oficial de Justiça
A Oficial de Justiça
Telm: 96 365 01 96 senhora. Lisboa. Sigilo. Email: dobrao@net.novis.pt Tereza Neves Anabela Fernandes Gabriela Rodrigues A. Cândido Maria de Lurdes Custódio M. Augusta Salgueiros
Metro Baixa Chiado. Saída pela Rua do Crucifixo. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 2.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 2.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
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A SENHORA BONITA - Tribunal Judicial
de Matosinhos
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6.º Juízo Cível
morena, empregada,
atende das 14 às 19.30h. ANÚNCIO
Processo: 58338/10.5YIPRT.
Tb. massagens. Picoas,
Acção de Processo Ordinário.
discreto. Autora: MODELO CONTINENTE
HIPERMERCADOS, S.A.
Telm.: 92 411 87 63 Ré: TECNOBRICO - COMÉRCIO DE
BRICOLAGE, LDA.
Nos autos acima identificados, cor-
Manuel Vaz de São Payo rem éditos de 30 dias, contados da
data da segunda e última publica-
Solicitador de Execução
ção deste anúncio, citando Legal
Cédula n.º 3611
Representante da ré: MANUEL CAR-
ANÚNCIO LOS FERNANDES SANTOS, estado
Tribunal de Comarca e de Família e Menores de Almada - 3.º Juízo civil: casado, NIF: 118798642, B.I.:
Competência Cível 4703606, domicílio. Rua das Orquí-
Rua Marcos de Assunção, Almada deas, 15, São Simão, 2925 Azeitão,
Carta Precatória n.º 2069/11.3TBALM - Extraída dos autos de Execução Co-
com última residência conhecida na
morada indicada, para, no prazo de
mum n.º 15425/10.5YYLSB do Lisboa - Juízos de Execuções - 3.º Juízo - 2.ª
30 dias, decorrido que seja o dos
Secção para venda
Exequente: BARCLAYS BANK PLC; éditos, contestar, querendo, a ac-
ção, com a cominação de que a falta
Executada: MARÍLIA CONCEIÇÃO PEREIRA GOMES,
Valor: 18.373,31 euros. Nos autos acima identificados, foi designado o dia 3 de contestação importa a confissão
de Junho de 2011 pelas 9h e 30m naquele Tribunal, para venda por abertura dos factos articulados pela autora e
de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento na que em substância o pedido con-
secretaria, pelos interessados na compra do seguinte bem: 1/2 da fracção au- siste, tudo como melhor consta do
duplicado da petição inicial que se
tónoma designada pela letra “H”, que corresponde ao terceiro andar direito,
encontra nesta Secretaria, à dispo-
destinado a habitação, com acesso pela Rua Praceta de Alvalade 4, composto
de 4 assoalhadas, cozinha, 2 casas de banho, vestíbulo, varanda é comum a sição do citando.
todas as fracções, 1 arrumo para artigos de limpeza, o qual se situa no desvão O prazo acima indicado suspende-
da caixa da escada, do prédio urbano sito na Praceta de Alvalade n.º 4 a 4-B e se, no entanto, nas férias judiciais.
n.º 1 para a Praceta Augusto Casimiro, freguesia da Cova da Piedade, concelho
Fica advertido de que é obrigatória a
de Almada, inscrito na matriz sob o art.º 2954 e descrito na 2.ª Conservatória constituição de mandatário judicial.
do Registo Predial de Almada sob o n.º 654, da referida freguesia, com o valor Passei o presente e mais dois de
patrimonial de 129.400,00 euros; penhorada em 08/10/2010. igual teor para serem afixados.
Os bens serão adjudicados a quem melhor preço oferecer em carta fechada
O prazo acima indicado suspende-
acima do valor-base de 64.700,00 euros. Será aceite a proposta de melhor pre-
se, no entanto, nas férias judiciais.
ço acima do valor de 45.290,00 euros, correspondente a 70% do valor-base
Fica advertido de que é obrigatória a
e acompanhadas por cheque visado à ordem de Manuel Vaz de São Payo no constituição de mandatário judicial.
montante de 5% do valor anunciado da venda.
07.03.2011
As propostas devem ser entregues em carta opaca e fechada na secretaria do
Tribunal supra-identificado. A Juíza de Direito
É fiel depositária a executada MARÍLIA CONCEIÇÃO PEREIRA GOMES que Dra. Maria Teresa Pinto Nunes
deverá mostrar o imóvel mediante marcação prévia. A Oficial de Justiça
O Solicitador de Execução - Manuel Vaz de São Payo Paula Alexandra C. Almeida
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 2011.04.07
COMARCA DA GRANDE
LISBOA-NOROESTE
Amadora - Juízo de Média Instância Cível
Processo: 922/10.0T2AMD
Liquidação Herança Vaga
em Benefício Estado
ANÚNCIO
Requerente: Ministério Público
Falecida: Rosa D’Oliveira Mal-
ta Garcia
Correm éditos de 20 dias para
citação dos credores desco-
nhecidos da herança de Rosa
D’Oliveira Malta Garcia, viúva,
nascida a 12.08.1921, natural
da freguesia de Paranhos -
Porto, filha de Abílio Almeida e
de Ana de Oliveira, com última
residência conhecida, na Rua
António Apolinário da Silva,
n.º 13 - 1.º esq.º - Falagueira -
Amadora, declarada vaga para
o Estado, para reclamarem o
pagamento dos respectivos
créditos pelo produto de tais
bens, no prazo de 15 dias,
findo o dos éditos, que se
começará a contar da data da
segunda e última publicação
do anúncio.
N/Referência: 11659865
Amadora, 30/03/2011
A Juíza de Direito
Dr.ª Catarina Caramelo
Cortez Silva
A Oficial de Justiça
Teresa Pinheiro
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL DO
TRABALHO DE ALMADA
2.º Juízo
Processo n.º 256/09.3TTALM
ANÚNCIO
Acção de Processo Comum
Autor: Osvaldo Vieira Furtado
Réu: P.M.S. Pereira, Constru-
ções Civil Unipessoal, Lda.
Nos autos acima identificados,
correm éditos citando o(a)
ré(u) P.M.S. Pereira, Constru-
ções Civil Unipessoal, Lda.,
com última residência conhe-
cida em domicílio: Rua Alexan-
dre Oneil, n.º 36 - 1.º E, 2950-
561 Quinta do Anjo Palmela
- Almada, para comparecer
pessoalmente neste Tribunal
no dia 02-05-2011, às 10.00
horas, a fim de se proceder à
audiência de partes.
Fica ainda advertido de que,
em caso de justificada impos-
sibilidade de comparência,
se deve fazer representar por
mandatário judicial com pode-
res de representação e os es-
peciais para confessar, desistir
ou transigir, ficando sujeito
às sanções previstas no CPC
para a litigância de má-fé (art.º
456.º CPC, se faltar injustifica-
damente à audiência.
Fica ainda advertido de que é
obrigatória a constituição de
mandatário judicial.
O duplicado da petição inicial
encontra-se nesta secretaria, à
disposição do citando.
N/Referência: 640522
Almada, 24-03-2011
A Juíza de Direito
Dr.ª Maria do Céu Pires
A Oficial de Justiça
Rita Oliveira
Público, 07/04/2011- 2.ª Pub.
Tribunal Judicial de Torres Novas JOSÉ MARTINS PEREIRA do Executado na Secretaria Judicial
2.º Juízo Solicitador de Execução do 1.º Juízo do Tribunal Judicial da
Proc. n.º 321/97.8TBTNV-A.
Cédula 1324 Comarca de Lagos.
João J. Oliveira Coelho Execução comum (pagamento de quantia certa). ANÚNCIO - CITAÇÃO DE AUSENTES MEIOS DE OPOSIÇÃO
Agente de Execução Ref.ª Interna: PE/40/2006. Valor: 7864,26 €.
Cédula n.º 1877 Exequente: MAFIROL - EQUIPAMENTOS
EM PARTE INCERTA Nos termos do disposto no art.º 60.º
(Art.º.s 244.º e 248.º do CPC) do CPC, e tendo em consideração
COMERCIAIS DO CENTRO, S.A.
o valor do processo, para se opor à
Executado: CARLOS ALBERTO SANTOS. PE 38/2005
Execução e à Penhora é obrigatória
ANÚNCIO Tribunal de Lagos, Av. dos Des- a constituição de Advogado.
CITAÇÃO DE AUSENTE EM PARTE INCERTA cobrimentos - Palácio da Justiça, COMINAÇÃO EM CASO DE RE-
8601-852 Lagos
(artigos 244.º e 248.º do CPC) VELIA
Proc. N.º 850/05.1TBLGS - 1.º Juízo Caso não se oponham à execução
A Citar: CARLOS ALBERTO SANTOS
Execução comum para Pagamento no prazo supra-indicado, e não pa-
Objecto e fundamento da citação: Nos termos e para os efeitos
do disposto no art.ºs 248.º e seg. do CPC, correm éditos de 30 de Quantia Certa gue ou caucione a quantia exequen-
(trinta) dias, contados da data da segunda e última publicação do Valor: 84.131,56 € da, seguem-se os demais termos.
anúncio, citando CARLOS ALBERTO SANTOS, com ultima residên- Exequente: Atlantis Investment Pro- PAGAMENTO DE DESPESAS E HO-
cia conhecida na Rua da Barreta, n.º 1, Foros da Barreta, freguesia
perties, LLC - Sucursal de Portugal NORÁRIOS
de Santa Maria, concelho de Torres Novas, distrito de Santarém,
Executado: José Custódio Paulus 1 - Poderá efectuar o pagamento da
para no prazo de 10 (dez) dias, decorrido que seja o dos éditos,
da Luz e outra quantia exequenda no escritório do
pagar, deduzir oposição à execução supra-referenciada, ou indicar
A Citar (ausente)
bens para penhora, nos termos do n.º 5 do artigo 833.º, do CPC. Solicitador de Execução, em dinhei-
O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos documentos Nome: José Custódio Paulus da ro ou cheque visado.
encontram-se à disposição do citando na Secretaria do Tribunal Luz 2 - À quantia exequenda de
Judicial de Torres Novas, 2.º Juízo.
Últ. morada: Monte Farta Vacas 84.161.56 € acrescem a taxa de
Meios de oposição: Nos termos do disposto no artigo 60.º do CPC
CTT/Odiáxere justiça inicial e as despesas e ho-
e tendo em consideração o valor do processo, para se opor à exe-
OBJECTO E FUNDAMENTO DA norários do Solicitador de Execução
cução é obrigatória a constituição de Advogado.
Cominação em caso de revelia: Caso não se oponha à execução CITAÇÃO a calcular nos termos da Portaria
no prazo supra-indicado e não pagarem ou caucionem a quantia Nos termos e para os efeitos do 708/2003 de 04/08.
exequenda, seguem-se os termos do artigo 832.º do CPC, sendo disposto no art.º 248.º do Código 3 - Após a realização da Penhora
promovida a penhora dos bens necessários para garantir o paga- Processo Civil, correm éditos de o valor de despesas e honorários
mento da quantia exequenda, acrescido de 5%, nos termos do
trinta (30) dias, contados da data sofrerá agravamento, de acordo
disposto no n.º 3 do artigo 821.º do CPC.
da segunda e última publicação do com a Tabela publicada em anexo
Pagamento, despesas e honorários: Poderá efectuar o paga-
anúncio, citando o ausente antes in- à referida Portaria.
mento da quantia exequenda mediante o levantamento de guia de
depósito junto do escritório do signatário nos dias e horas cons- dicado, para no prazo de VINTE (20) Lagos, 06 Abril 2011
tantes em rodapé. À quantia exequenda acrescem, além dos juros dias, decorrido que seja o prazo dos
O Solicitador de Execução
calculados nos termos do pedido, a taxa de justiça e os honorários
éditos, pagar ou deduzir oposição à José Martins Pereira
e despesas do agente de execução, que nesta ascendem a 786,43
€, sem prejuízo de posterior revisão. Acção Executiva supra-identificada R. Infante de Sagres, 49, Apartado 281,
O Agente de Execução, João J. Oliveira Coelho e à Penhora, nos termos dos n.ºs 1 8601-904 Lagos
e 3 do art.º 813.º do CPC.
Av.ª 25 de Abril, n.º 51, 1.º, 2200-299 Abrantes Tel. + 351 282 768 743
Tel.: 241364025, Fax: 241332325, E.mail: 1877@solicitador.net Os duplicados do Requerimento Fax + 351 282 768 219
Horário de atendimento: dias úteis das 14.00 às 16.00 horas Executivo, e as cópias dos docu- E-mail: 1324@solicitador.net
Público, 2011.04.07 mentos encontram-se à disposição Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
Sábado, 8 de Janeiro 2011

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30 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011

DIVERSOS
Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante
Agente de Execução
Cédula 1563
Comarca da Grande Lisboa Noroeste -
Juízo de Execução - Juiz 2
Processo: 1415/07.9TCSNT
Execução: Execução Comum
Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.
Executados: Rogério Benedito Teixeira
Benedicte Agria Teixeira
Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe-
cução, com escritório na Av. Dr. Álvaro
de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz
saber que nos autos acima indicados,
encontra-se designado o dia 31 de
Maio de 2011, pelas 09:30 horas, no
Juízo de Execução da Comarca da
Grande Lisboa Noroeste - Sintra, sito
na Av. General Mário Firmino Miguel, 2,
Palácio da Justiça em Sintra para aber-
tura de propostas, que sejam entregues
até às 14 horas do dia útil anterior ao
designado para a venda, caso sejam re-
metidas pelo correio. Sendo as propos-
tas apresentadas em mão, poderão ser
entregues até 15 minutos antes da hora
designada, na secretaria do Tribunal.
BEM A VENDER: Fracção autónoma
designada pela letra “Q”, correspon-
dente ao 1.º andar Esq.º, destinada
a habitação, do prédio urbano, sito
na Rua José Gomes Ferreira N.º 7 e
7-A, freguesia de Cacém, concelho
de Sintra, descrito na Conservatória
ANÚNCIO
propostas em Carta Fechada
(Art.º 890.º do C.P.C.)
de Registo Predial de Agualva-Cacém
sob o n.º 721, inscrito na matriz sob o
artigo 1558.
O bem pertence aos executados Ro-
gério Benedito Teixeira e Benedicte
Agria Teixeira, com residência na Rua
José Gomes Ferreira N.º 7 - 1.º Esq.º,
Agualva-Cacém
Valor-Base: 96.852,33 euros
Será aceite a proposta de melhor preço
acima do valor de 67.796,63 euros,
que correspondente a 70% do valor-
base, não podendo ser consideradas
propostas de valor inferior.
Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do
C.P.C., os proponentes devem juntar à
sua proposta, como caução, cheque vi-
sado à ordem do Agente de Execução,
no montante correspondente a 20% do
valor-base do bem, ou garantia bancá-
ria no mesmo valor.
São fiéis depositários do imóvel, os
executados, que o devem mostrar a
pedido de qualquer interessado.
A Agente de Execução
Adelaide Maria Baúto
Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C
2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net
Telf. 219233364 - Fax. 219105158
Horário de atendimento: Dias úteis das 15:00 às 17:00 horas
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
Manuel Vaz de São Payo ANÚNCIO COMARCA DA GRANDE
ANÚNCIO
Solicitador de Execução Venda judicial de Bem Imóvel mediante propostas em Carta Fechada LISBOA-NOROESTE
Cédula n.º 3611 (Art.º 890.º do C.P.C.) Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante
Sintra - Juízo Grande Inst. Cível
Maria do Rosário Lopes N.º do Processo: 574/04.7TMSNT Agente de Execução propostas em Carta Fechada
2.ª Secção - Juiz 5
ANÚNCIO Agente de Execução Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juízo Cédula 1563 (Art.º 890.º do C.P.C.)
de Execução - Juiz 1
Processo n.º 6384/11.8T2SNT
Tribunal Judicial de Beja - 2.º Juízo Cédula n.º 2210
Exequente: CAIXA GERAL DEPÓSITOS SA Comarca da Grande Lisboa Noroeste de Sintra, descrito na 2.ª Conservató- ANÚNCIO
Largo Eng. Duarte Pacheco, Beja
Executado(s): Maria Ivone Pastor dos Santos Vicente - Juízo de Execução - Juiz 1 ria de Registo Predial de Sintra sob
Processo n.º 1110/10.1TBBJA e outro(s)... Interdição / Inabilitação
Processo: 483/06.5TCSNT o n.º 02589, inscrito na matriz sob o
Execução Comum Valor: 12.766,95 € Requerente: Ministério Público
Execução: Execução Comum artigo 610.
Exequente: BARCLAYS BANK PLC Referência interna: PE/536/2007 Requerido: Ricardo André Flórido
Exequente: Banco Espírito Santo, O bem pertence à executada Maria
Executados: MARIA FERNANDA FELIPE MORGADO LINDEZA E Maria do Rosário Lopes, Agente de Execução, com escritório na Av. Dr. Álvaro Ferreira dos Santos
de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados,
S.A. Luísa da Silva Rilho, com residência
OUTRO(S) Executada: Maria Luísa da Silva Rilho na Av. Augusto Freire, N.º 22, Sintra. FAZ SABER que no dia 12/03/2011,
Valor: 126.752,16 euros. encontra-se designado o dia 24 de Maio de 2011, pelas 09.30 horas, no Juízo foi distribuída na 2.ª Secção da Gran-
de Execução, da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juiz 1, para Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe- Valor-Base: 634.025,06 euros
Nos autos acima identificados, foi designado o dia 13 de Julho de 2011 de Instância Cível de Sintra, a acção
abertura de propostas, que sejam entregues até às 14 horas do dia útil anterior cução, com escritório na Av. Dr. Álva- Será aceite a proposta de melhor
pelas 14 horas naquele Tribunal, para venda por abertura de propostas de Interdição/Inabilitação em que
ao designado para a venda. ro de Vasconcelos, 8, 3,º C, em Sintra, preço acima do valor de 443.817,54
em carta fechada que sejam entregues até esse momento na secretaria,
BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “E”, a que corresponde faz saber que nos autos acima indica- euros, que correspondente a 70% do é requerido: Ricardo André Flórido
pelos interessados na compra do seguinte bem: Direito de Superfície da
a garagem n.º 5 no piso -2, destinada a estacionamento do prédio urbano em dos, encontra-se designado o dia 17 valor-base, não podendo ser conside- Ferreira dos Santos, filho(a) de Maria
fracção autónoma designada pela letra “A” que corresponde ao r/c direi- de Maio de 2011, pelas 09:30 horas, radas propostas de valor inferior. Manuela Freira Flórido Ferreira dos
regime de Propriedade Horizontal, sito na Rua do Mirante, n.º 44, Queluz, des-
to, destinado a habitação, com entrada pelo n.º 26 dto., composto por no Juízo de Execução da Comarca da Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do Santos e de Virgílio Lopes Ferreira
crito na Conservatória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 01234, inscrito na
3 quartos, cozinha, casa de banho, corredor e quintal, do prédio urbano Grande Lisboa Noroeste - Sintra, sito C.P.C., os proponentes devem juntar
respectiva matriz sob 3641. dos Santos, nascido em 17/01/1987,
sito na Rua Ezequiel Soveral Rodrigues n.º 26-D e 26-E, freguesia de Valor-base: 20.000,00 euros. na Av. General Mário Firmino Miguel, à sua proposta, como caução, cheque
Beja (Santiago Maior), concelho de Beja, inscrito na matriz sob o artigo natural da freguesia de Santa Justa,
Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 14.000,00 euros, corres- 2, Palácio da Justiça em Sintra para visado à ordem do Agente de Execu- conselho de Lisboa, com domicílio:
1901, descrito na Conservatória do Registo Predial de Beja sob o n.º pondente a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor abertura de propostas, que sejam ção, no montante correspondente a
1244, da referida freguesia, com o valor patrimonial de 39.605,69 euros, Impasse Marquesa de Alorna n.º 2,
inferior. Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar entregues até às 14 horas do dia útil 20% do valor-base do bem, ou garan-
penhorado em 2011/01/13. 2.º Esq.º, 2735-424 Cacém, para
à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execução, anterior ao designado para a venda, tia bancária no mesmo valor.
Os bens serão adjudicados a quem melhor preço oferecer em carta fe- no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária
efeito de ser decretada a sua interdi-
caso sejam remetidas pelo correio. É fiel depositária do imóvel, a execu-
chada acima do valor-base de 83.800,00 euros. Será aceite a proposta no mesmo valor. Sendo as propostas apresentadas em tada, que o deve mostrar a pedido de ção por Anomalia Psíquica.
de melhor preço acima do valor de 58.660,00 euros, correspondente O bem pertence ao executado José António Cardante Prego Vicente, com residên- mão, poderão ser entregues até 15 qualquer interessado. N/Referência: 11641426
a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de cia na Rua Cristóvão da Gama, n.º 23, 3.º C, Pontinha, fiel depositário do imóvel minutos antes da hora designada, na Sintra, 30-03-2011
A Agente de Execução
Manuel Vaz de São Payo no montante de 5% do valor anunciado da que o deve mostrar a pedido de qualquer interessado. secretaria do Tribunal.
Adelaide Maria Baúto A Juíza de Direito
venda. A Agente de Execução - Maria do Rosário Lopes BEM A VENDER: Prédio urbano
É fiel depositária a executada MARIA FERNANDA FELIPE MORGADO Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C Dr.ª Dina La Salete Henriques Nunes
Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C - 2710-420 Sintra destinado a habitação composto por 2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net
LINDEZA que deverá mostrar o imóvel mediante marcação prévia. cave, R/c e águas furtadas, sito na Telf. 219233364 - Fax. 219105158 A Oficial de Justiça
Telf. 219233364 - Fax. 219105158 - E.mail: 2210@solicitador.net
O Solicitador de Execução - Manuel Vaz de São Payo Av. Augusto Freire, N.º 22, freguesia Horário de atendimento: Dias úteis das 15:00 às 17:00 horas Rosa Fonseca
Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. de Santa Maria e S. Miguel, concelho Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011

Manuel Vaz de São Payo
Solicitador de Execução
Cédula n.º 3611 Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante
Agente de Execução
ANÚNCIO Cédula 1563
Comarca da Grande Lisboa – Noroeste – Sintra – Juízos de Execução – Juiz 2
Comarca da Grande Lisboa Noroeste
Av. Gen. Mário Firmino Miguel, 2, Palácio da Justiça, Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1
Processo n.º 6331/08.4TBAMD; Processo: 2181/05.8TCSNT
Execução Comum; Execução: Execução Comum
Exequente: BANCO ESPÍRITO SANTO SA, SOCIEDADE ABERTA; Exequente: Hefesto STC, S.A.
Executados: GISÉLIA VIEIRA PINA E OUTRO(S)… Executados: Rui António Almeida
Valor: 85.229,74 euros. Campos
Maria Filomena Esteves
Nos autos acima identificados, foi designado o dia 23 de Maio de 2011
Rodrigues Campos
pelas 09:30 horas naquele Tribunal, para venda por abertura de pro- Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe-
postas em carta fechada que sejam entregues na secretaria do Tribunal cução, com escritório na Av. Dr. Álva-
supra-identificado, pelos interessados na compra do seguinte bem: ro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra,
Fracção autónoma designada pela letra “D”, que corresponde ao pri- faz saber que nos autos acima indica-
meiro andar frente, destinado a habitação, do prédio urbano sito na Rua dos, encontra-se designado o dia 17
de Maio de 2011, pelas 09.30 horas,
Carlos Duarte Caneças n.º 9, Falagueira - Venda Nova, concelho da
Amadora, inscrito na matriz sob o artigo 1314 da freguesia da Falaguei- no Juízo de Execução da Comarca da
ra, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial da Amadora, sob o Grande Lisboa Noroeste - Sintra, sito
n.º 609, freguesia da Falagueira - Venda Nova, com o valor patrimonial na Av. General Mário Firmino Miguel,
2 Palácio da Justiça em Sintra para
de 36.290,00 euros, penhorado em 2010/11/25.
abertura de propostas, que sejam
Os bens serão adjudicados a quem melhor preço oferecer em carta fe-
entregues até às 14 horas do dia útil
chada acima do valor-base de 60.900,00 euros. Será aceite a proposta
anterior ao designado para a venda,
de melhor preço acima do valor de 42.630,00 euros, correspondente
caso sejam remetidas pelo correio.
a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de Sendo as propostas apresentadas
Manuel Vaz de São Payo no montante de 20% do valor-base. em mão, poderão ser entregues até
As propostas devem ser entregues em carta opaca e fechada na secre- 15 minutos antes da hora designada,
taria do Tribunal supra-identificado. na secretaria do Tribunal.
É fiel depositária a executada GISÉLIA VIEIRA PINA que deverá mostrar BEM A VENDER: Fracção autónoma
o imóvel mediante marcação prévia. designada pela letra “AA”, correspon-
dente ao 7.º andar Dto., do prédio
O Solicitador de Execução urbano em regime de propriedade
Manuel Vaz de São Payo horizontal, sito na Av.ª 25 de Abril n.º
Público, 07/04/2011 - 2.ª Pub. 59, freguesia de Massamá, concelho
ANÚNCIO
propostas em Carta Fechada
(Art.º 890.º do C.P.C.)
de Sintra, descrito na Conservatória
de Registo Predial de Queluz sob
o n.º 334, inscrito na matriz sob o
artigo 558.
O bem pertence aos executados Rui
António de Almeida Campos e Maria
Filomena Esteves Rodrigues, com re-
sidência na Av.ª Aquilino Ribeiro n.º
12 - 4.º D, Massamá
Valor-base: 83.086,13 euros
Será aceite a proposta de melhor pre-
ço acima do valor de 58.160,29 euros,
que correspondente a 70% do valor-
base, não podendo ser consideradas
propostas de valor inferior.
Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do
C.P.C., os proponentes devem jun-
tar à sua proposta, como caução,
cheque visado à ordem do Agente
de Execução, no montante corres-
pondente a 20% do valor-base do
bem, ou garantia bancária no mes-
mo valor.
São fiéis depositários do imóvel, os
executados, que o devem mostrar a
pedido de qualquer interessado.
A Agente de Execução
Adelaide Maria Baúto
Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C
2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net
Telf. 219233364 - Fax 219105158
Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
Manuel Vaz de São Payo ANÚNCIO COMARCA DA GRANDE
Tribunal Judicial de Peniche
Solicitador de Execução LISBOA-NOROESTE
Cédula n.º 3611 2.º Juízo Sintra - Juízo Grande Inst. Cível
César Belchior Processo n.º 376/09.4TBPNI 2.ª Secção - Juiz 4
ANÚNCIO Agente de Execução Execução para pagamento de quantia certa
Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juízos de Execução - Juiz 1 Processo n.º 6385/11.6T2SNT
Céd. P. N.º 2822 Valor: € 158.055,79 (cento e cinquenta e oito mil e
Av. Gen. Mário Firmino Miguel, 2, Palácio da Justiça, Sintra ANÚNCIO
cinquenta e cinco euros e setenta e nove cêntimos)
Processo n.º 184/09.2TCSNT Exequente: Banco Espírito Santo, SA Interdição / Inabilitação
Execução Comum Executados: Ana Carla Furtado Martins Dias Araújo Requerente: Ministério Público
Exequente: BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, SA e Gama Requerida: Maria José Correia
Executados: NÉLSON ANDRADE PIMENTA E OUTRO(S)… Macedo Madeira
FAZ-SE SABER que nos autos acima identificados encontra-se designado o
Valor: 121.864,24 euros. Faz-se saber que foi distribuída
Nos autos acima identificados, foi designado o dia 23 de Maio de dia 28 de Abril de 2011 às 14 horas, neste Tribunal, para a abertura de pro- neste tribunal, a acção de Inter-
2011 pelas 09:30 horas naquele Tribunal, para venda por abertura postas em carta fechada, que sejam entregues, até essa data, na Secretaria dição em que é requerida Maria
de propostas em carta fechada que sejam entregues na secretaria do do Tribunal pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel: José Correia Macedo Madeira,
Tribunal supra-identificado, pelos interessados na compra do seguinte Prédio Urbano denominado Montes, situado em Lote n.º 22, freguesia da
viúva, nascida em 06 de Março
bem: Fracção autónoma designada pela letra “D”, que corresponde Serra D’El Rei, Concelho de Peniche, descrito na CRP de Peniche sob o n.º
1489, e inscrito na matriz predial urbana sob o art 1632. de 1922, natural da freguesia
ao primeiro andar direito com um fogo com arrecadação na esteira,
Valor-Base: € 182.142,85 (cento e oitenta e dois mil cento e quarenta e dois de S. Pedro - Funchal, filha
composto por 4 assoalhadas, coz., 2 cb., corred., desp., arrec., des-
euros e oitenta e cinco cêntimos) de José Correia de Macedo e
tinado a habitação, do prédio urbano sito na Rua do Canavial n.º 1 e
1 A, freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra, inscrito na matriz O bem imóvel penhorado aos executados, será adjudicado a quem melhor Augusta Correia Macedo, com
preço oferecer acima de 70% do valor base dos bens a vender, ou seja, residência em domicílio: Lar
sob o artigo 6814 e descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de
Sintra, sob o n.º 681, da referida freguesia, com o valor patrimonial de € 127.500,00 de Santa Clara, Rua Fernão
Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de cheque visado
57.867,89 euros, penhorado em 2010/12/15. Mendes Pinto, n.º 4, 2745-108
Os bens serão adjudicados a quem melhor preço oferecer em carta fe- à ordem do Solicitador de Execução no montante correspondente a 5% do Queluz, para efeito de ser de-
chada acima do valor base de 92.000,00 euros. Será aceite a proposta valor-base, ou garantia bancária no mesmo valor - art. 897.º, n.º 1 do CPC. cretada a sua interdição por
de melhor preço acima do valor de 64.400,00 euros, correspondente Mais se informa que não houve oposição à execução e não foram recla- anomalia psíquica.
a 70% do valor-base e acompanhadas por cheque visado à ordem de mados créditos.
São fiéis depositários, que devem mostrar o bem imóvel a pedido, os exe- N/Referência: 11574698
Manuel Vaz de São Payo no montante de 20% do valor-base.
As propostas devem ser entregues em carta opaca e fechada na se- cutados. Sintra, 25-03-2011
cretaria do Tribunal supra-identificado. O Agente de Execução A Juíza de Direito
É fiel depositário o executado NÉLSON ANDRADE PIMENTA que deve- César Belchior Dr.ª Laurinda Gemas
rá mostrar o imóvel mediante marcação prévia. Av. Brasil, 192-B, escritório 1 - 1700-078 Lisboa A Oficial de Justiça
O Solicitador de Execução - Manuel Vaz de São Payo Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586 Madalena Cabrito B. Correia
Público, 07/04/2011 - 2.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011

MARIA ALICE COELHO MARTINS COMARCA DA GRANDE

Agente de Execução ANÚNCIO ANÚNCIO
Cédula 1901 LISBOA-NOROESTE
Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante
Sintra - Juízo Grande Inst. Cível
ANÚNCIO Agente de Execução propostas em Carta Fechada Agente de Execução propostas em Carta Fechada
1.ª Secção - Juiz 2
Cédula 1563 (Art.º 890.º do C.P.C.) Cédula 1563 (Art.º 890.º do C.P.C.)
Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Portimão Processo n.º 6692/11.8T2SNT
Processo: 4354/08.2TBPTM e 3.º Juízo Cível Comarca da Grande Lisboa Noroeste - Mem Martins, concelho de Sintra, des-
Execução Comum
Comarca da Grande Lisboa Noroeste - Direita, freguesia de Gradil, concelho ANÚNCIO
Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1 crito na 1.ª Conservatória de Registo Juízo de Execução - Juiz 2 de Mafra, descrito na Conservatória de
Lisboa Exequente: Banco de Investimento Imobiliário, S.A.
Executados: Sílvio Grácio Mendes e Isabel Margarida Alves Hen-
Processo: 48/04.6TCSNT
Execução: Execução Comum
Predial de Sintra sob o n.º 4712, inscri-
to na matriz sob o artigo 10554.
Processo: 522/07.2TBMFR
Execução: Execução Comum
Registo Predial de Mafra sob o n.º 415,
inscrito na matriz sob o artigo 855.
Interdição / Inabilitação
Requerente: Ministério Público
riques Mendes Exequente: Banco Espírito Santo, S.A. O bem pertence ao executado Daloba
NECROLOGIA FAZ-SE SABER que nos autos acima identificados, encontra-se Executados: Sidico Embalo Cassamá, com residência na Rua Dr.
Exequente: Banco Espírito Santo, S.A. O bem pertence à executada Marlene Requerida: Maria de Lurdes
Executados: Marlene dos Santos Se- dos Santos Sequeira, com residência Guerreiro Pinto
designado o dia 27 de Abril de 2011, pelas 14.45 horas, no Tri- Daloba Cassamá Coutinho Pais N.º 167 - 4.º C, Casal da queira na Rua Direita, N.º 29, Gradil. Faz-se saber que foi distribuí-
bunal de Família e Menores e de Comarca de Portimão - 3.º Juízo Adelaide Maria Baúto, Agente de Cavaleira, Algueirão - Mem Martins.
Cível, para abertura de propostas, que sejam entregues até esse Ermezinda Caseiro Tei- Valor-Base: 80.000,00 euros
Execução, com escritório na Av. Dr. Valor-Base: 90.932,44 euros
xeira Será aceite a proposta de melhor pre-
da neste tribunal, a acção de
momento na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Será aceite a proposta de melhor pre- Interdição/Inabilitação em que
do seguinte bem: Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe- ço acima do valor de 56.000,00 euros,
Sintra, faz saber que nos autos acima ço acima do valor de 63.652,71 euros,
Fracção autónoma designada pela letra “B”, R/C, apartamento 02, cução, com escritório na Av. Dr. Álvaro que correspondente a 70% do valor- é requerida Maria de Lurdes
indicados, encontra-se designado o que correspondente a 70% do valor-
T1, do prédio urbano constituído em propriedade horizontal, sito de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz base, não podendo ser consideradas Guerreiro Pinto, com residên-
dia 24 de Maio de 2011, pelas 09.30 base, não podendo ser consideradas
em Urb. Quinta do Rodrigo, Lote 60, Portimão, freguesia e con- saber que nos autos acima indicados, propostas de valor inferior. cia em domicílio: Casa de
horas, na Comarca da Grande Lisboa propostas de valor inferior.
celho de Portimão, inscrito na respectiva matriz sob o artigo n.º encontra-se designado o dia 24 de Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do
Noroeste - Sintra - Juízo de Execução, Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do Repouso Varandas da Malvei-
15014 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Portimão sito na Av. General Mário Firmino Mi- C.P.C., os proponentes devem juntar Maio de 2011, pelas 09:30 horas, no C.P.C., os proponentes devem juntar
sob o n.º 2420/19881130, freguesia de Portimão. Juízo de Execução da Comarca da à sua proposta, como caução, cheque ra, Estrada Avessada, Santo
guel, 2 Palácio da Justiça, Sintra para à sua proposta, como caução, cheque
O bem pertence aos executados Sílvio Grácio Mendes e Isabel abertura de propostas, que sejam visado à ordem do Agente de Execu- Grande Lisboa Noroeste - Sintra, sito visado à ordem do Agente de Execu- Estêvão das Galés, 2665-414
CARLOS ALBERTO Margarida Alves Henriques Mendes.
Valor-Base: € 110.000,00 (cento e dez mil euros)
entregues até às 14 horas do dia útil
anterior ao designado para a venda,
ção, no montante correspondente a
20% do valor-base do bem, ou garan-
na Av. General Mário Firmino Miguel,
2, Palácio da Justiça em Sintra para
ção, no montante correspondente a
20% do valor-base do bem, ou garantia
Mafra, para efeito de ser de-
cretada a sua interdição por
Será aceite a proposta de melhor preço igual ou superior ao valor abertura de propostas, que sejam en- bancária no mesmo valor.
EMPIS WEMANS de € 77.000,00 (setenta e sete mil euros), correspondente a 70%
do valor-base.
caso sejam remetidas pelo correio.
Sendo as propostas apresentadas em
mão, poderão ser entregues até 15
tia bancária no mesmo valor.
É fiel depositário do imóvel, o execu-
tado, que o deve mostrar a pedido de
tregues até às 14 horas do dia útil an-
terior ao designado para a venda, caso
É fiel depositário do imóvel, o execu-
tado, que o deve mostrar a pedido de
anomalia psíquica.
N/Referência: 11590395
É fiel depositário, que os deve mostrar, a pedido os executados Sil- minutos antes da hora designada, na qualquer interessado. sejam remetidas pelo correio. Sendo qualquer interessado. Sintra, 25-03-2011
Missa do 30.º Dia vio Grácio Mendes e Isabel Margarida Alves Henriques Mendes.
A Agente de Execução - Maria Alice Coelho Martins
secretaria do Tribunal.
BEM A VENDER: Fracção autónoma
A Agente de Execução as propostas apresentadas em mão,
poderão ser entregues até 15 minutos
A Agente de Execução
Adelaide Maria Baúto
A Juíza de Direito
Adelaide Maria Baúto
Largo 5 de Outubro, 9-10, 2.º - 8400-345 Lagoa designada pela letra “T”, correspon- antes da hora designada, na secreta-
Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C
Dr.ª Alexandra Caiado
Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C
dente ao 4.º andar C destinada a ha- ria do Tribunal. A Oficial de Justiça
Sua Família participa que serão celebra- Tel: 282 341 970 Fax: 282 341 973
bitação, do prédio urbano, sito na Rua
2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net
Telf. 219233364 - Fax 219105158 BEM A VENDER: Prédio urbano de 2
2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net
Telf. 219233364 - Fax. 219105158
e.mail: 1901@solicitador.net Horário de atendimento: Dias úteis das 15:00 às 17:00 horas Teresa Almeida
das Missas por sua alma, amanhã, dia Dr. Coutinho Pais N.º 167,167-A, Casal Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas pisos destinado a habitação em regi-
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. da Cavaleira, freguesia de Algueirão Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. me de propriedade total, sito na Rua Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011
8, às 19 horas, na Igreja da Encarnação,
em Lisboa, e à mesma hora na Igreja 2.º JUÍZO DE FAMÍLIA E
de São Pedro, em Sintra, agradecendo ANÚNCIO ANÚNCIO ANÚNCIO
MENORES DE LISBOA
Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante Adelaide Maria Baúto Venda judicial de Bem Imóvel mediante
desde já a todos quantos se dignarem Agente de Execução propostas em Carta Fechada Agente de Execução propostas em Carta Fechada Agente de Execução propostas em Carta Fechada
2.º Juízo - 2.ª Secção
Processo n.º 47-A/2001
acompanhá-los nessas celebrações, ou Cédula 1563 (Art.º 890.º do C.P.C.) Cédula 1563 (Art.º 890.º do C.P.C.) Cédula 1563 (Art.º 890.º do C.P.C.)
ANÚNCIO
de alguma forma lhe têm manifestado a Comarca da Grande Lisboa Noroeste - n.º 45, 47, 49, freguesia do Belas, con- Comarca da Grande Lisboa Noroeste - descrito na Conservatória de Registo Comarca da Grande Lisboa Noroeste Agostinho da Silva n.º 15, freguesia Inventário / Partilha de Bens em Casos
Juízo de Execução - Juiz 2 celho de Sintra, descrito na Conserva- Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2 Predial de Queluz sob o n.º 1299, inscri- - Juízo de Execução - Juiz 1 de Algueirão Mem Martins, concelho Especiais
sua presença amiga. Processo: 436/05.0TCSNT tória de Registo Predial de Queluz sob Processo: 2150/05.8TCSNT to na matriz sob o artigo 4509. Processo: 242/06.5TCSNT de Sintra, descrito na 1.ª Conserva- Requerente: Sandra Isabel Curto Barata de
Execução: Execução Comum o n.º 00597, inscrito na matriz sob o Execução: Execução Comum tória de Registo Predial de Sintra sob Almeida
Execução Comum O bem pertence ao executado José
Exequente: Banco BPI, S.A. o n.º 1721, inscrito na matriz sob o Cabeça de Casal: Rui Alfredo Lobo Ribeiro
Exequente: Banco Espírito Santo, S.A. artigo 5710. Exequente: Banco Espírito Santo, S.A. Araújo Salgado e Ana Maria de Jesus Executados: Virgínio da Silva Fontes artigo 8383. A Juíza de Direito, Renata Whytton da Terra,
Executados: Adriano André Correia O bem pertence ao executado Adriano Executados: José Araújo Sousa e Castro Salgado com residência de Oliveira O bem pertence ao executado Virgí- do 2.º Juízo - 2.ª Secção do Tribunal de Fa-
Sandra Marília Fontes Pe- André Correia, com residência na Rua Ana Maria de Jesus Sousa na Rua Dr. José Alberto Ferraz N.º 11 António Manuel Silva nio da Silva Fontes Oliveira, com re- mília e Menores de Lisboa, FAZ SABER QUE
reira Paz e Amizade n.º 47 - 2.º Esq., Belas. e Castro Salgado R/c Esq., Queluz. Simões sidência na Rua Professor Agostinho nos autos acima identificados, correm éditos
Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe- Valor-base: 80.152,05 euros Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe- Valor-Base: 63.427,37 euros Maria Noémia Carrasco da Silva n.º 15 - 1.º Esq., Algueirão de 30 dias, contados da data da afixação do
cução, com escritório na Av. Dr. Álvaro Será aceite a proposta de melhor pre- cução, com escritório na Av. Dr. Álvaro Será aceite a proposta de melhor preço Correia Simões Mem Martins. 2.º e último anúncio, notificando o Cabeça de
de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz ço acima do valor de 56.106,43 euros, acima do valor de 44.399,16 euros, que Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe- Valor-base: 88.071,43 euros Casal, Rui Alfredo Lobo Ribeiro, portador do
de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz
cução, com escritório na Av. Dr. Álva- Será aceite a proposta de melhor pre- BI n.º 8999455, com último domicílio conhe-
saber que nos autos acima indicados, que correspondente a 70% do valor- saber que nos autos acima indicados, correspondente a 70% do valor-base, cido na Rua Manuel Fevereiro, n.º 5 - 1.º D,
ro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, ço acima do valor de 61.650,00 euros,
encontra-se designado o dia 31 de base, não podendo ser consideradas encontra-se designado o dia 31 de Maio não podendo ser consideradas propos- faz saber que nos autos acima indica- que correspondente a 70% do valor- Marisol, Charneca da Caparica, da renúncia
Maio de 2011, pelas 09.30 horas, no propostas de valor inferior. de 2011, pelas 09:30 horas, no Tribunal tas de valor inferior. dos, encontra-se designado o dia 17 base, não podendo ser consideradas ao mandato por parte da sua Ilustre Manda-
Juízo de Execução da Comarca da Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do da Comarca da Grande Lisboa Noroeste Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do de Maio de 2011, pelas 09.30 horas, propostas de valor inferior. tária, Dr.ª Margarida Rei, cujo duplicado fica à
Grande Lisboa Noroeste - Sintra, sito C.P.C., os proponentes devem juntar - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2, sito C.P.C., os proponentes devem juntar no Juízo de Execução da Comarca da Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do sua disposição nesta Secção - art.º 39.º, n.º
na Av. General Mário Firmino Miguel, à sua proposta, como caução, cheque à sua proposta, como caução, cheque Grande Lisboa Noroeste - Sintra, sito C.P.C., os proponentes devem juntar 1 do Código de Processo Civil.
na Av. General Mário Firmino Miguel, 2,
à sua proposta, como caução, cheque Os efeitos da renúncia, produzir-se-ão após o
2 Palácio da Justiça em Sintra para visado à ordem do Agente de Execu- Palácio da Justiça, Sintra, para abertura visado à ordem do Agente de Execução, na Av. General Mário Firmino Miguel,
visado à ordem do Agente de Execu- decurso do prazo dos éditos.
abertura de propostas, que sejam en- ção, no montante correspondente a de propostas, que sejam entregues até no montante correspondente a 20% do 2 Palácio da Justiça em Sintra para Sendo obrigatória a constituição de mandatá-
valor-base do bem, ou garantia bancária abertura de propostas, que sejam ção, no montante correspondente a
tregues até às 14 horas do dia útil an- 20% do valor-base do bem, ou garantia às 14 horas do dia útil anterior ao desig- rio, deverá no prazo de vinte dias, findo o pra-
no mesmo valor. entregues até às 14 horas do dia útil 20% do valor-base do bem, ou garan- zo dos éditos, constituir novo mandatário, sob
terior ao designado para a venda, caso bancária no mesmo valor. nado para a venda, caso sejam remeti- tia bancária no mesmo valor.
São fiéis depositários do imóvel, os exe- anterior ao designado para a venda, pena de não o fazendo, o processo prosseguir
sejam remetidas pelo correio. Sendo É fiel depositário do imóvel, o execu- das pelo correio. Sendo as propostas É fiel depositário do imóvel, o execu-
cutados, que o devem mostrar a pedido caso sejam remetidas pelo correio. os seus termos, aproveitando-se os actos an-
as propostas apresentadas em mão, tado, que o deve mostrar a pedido de apresentadas em mão, poderão ser Sendo as propostas apresentadas em tado, que o deve mostrar a pedido de
de qualquer interessado. teriormente praticados pela sua advogada.
poderão ser entregues até 15 minutos qualquer interessado. entregues até 15 minutos antes da hora mão, poderão ser entregues até 15 qualquer interessado.
N/Referência: 3903421
antes da hora designada, na secretaria A Agente de Execução designada, na secretaria do Tribunal. A Agente de Execução minutos antes da hora designada, na A Agente de Execução
BEM A VENDER: Fracção autónoma Adelaide Maria Baúto Lisboa, 29-03-2011
do Tribunal. Adelaide Maria Baúto secretaria do Tribunal. Adelaide Maria Baúto
BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “B”, corresponden- BEM A VENDER: Fracção autónoma A Juiza de Direito
Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C
designada pela letra “H”, correspon- Renata Whytton da Terra
designada pela letra “N”, correspon- 2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net te ao R/c Esq.º, do prédio urbano em 2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net 2710-420 Sintra • e.mail: 1563@solicitador.net
Telf. 219233364 - Fax 219105158 O Oficial de Justiça
dente ao 2.º andar Esq., destinada a Telf. 219233364 - Fax 219105158 regime de propriedade horizontal, sito Telf. 219233364 - Fax. 219105158 dente ao 1.º andar Esq., destinada a António José Lopes Camilo
Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas Horário de atendimento: Dias úteis das 15:00 às 17:00 horas Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas
habitação em regime de propriedade na Rua Dr. José Alberto Ferraz N.º 11, habitação em regime de proprieda-
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. freguesia de Queluz, concelho de Sintra, Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. de horizontal, sito na Rua Professor Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
horizontal, sito na Rua Paz e Amizade

EMPREGO-DIVERSOS
AGRUPAMENTO DE
ESCOLAS DA LOURINHÃ
Concurso para provimento do lugar
de Director
Torna-se público que foi publicado o Aviso
n.º 8481/2011 de abertura do concurso para
recrutamento do Director deste Agrupa-
mento, no Diário da República, II Série, n.º
68 de 6 de Abril. O prazo de entrega das
candidaturas decorre até dia 21 de Abril.
A Presidente do Conselho Transitório
Fernanda Maria Ferreira Bento
ELEIÇÃO DOS CORPOS GERENTES DA
ASSOCIAÇÃO DOS INDUSTRIAIS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL E OBRAS PÚBLICAS – AICCOPN
Para efeitos do artigo 85º e nos termos do artigo 89º dos
Estatutos da AICCOPN, convoco para a ASSEMBLEIA
ELEITORAL, a realizar na Sede desta Associação, à Rua
Álvares Cabral, n.º 306 – Porto, onde funcionará a mesa
de voto, das 14.00 às 19.00 horas, no dia 16 de Abril de
2011 (Sábado), com a seguinte:
ORDEM DE TRABALHOS
PONTO ÚNICO – VOTAÇÃO SECRETA PARA A
ELEIÇÃO DOS MEMBROS DA MESA DA
ASSEMBLEIA-GERAL, DO CONSELHO FISCAL E DA
DIRECÇÃO PARA O TRIÉNIO DE 2011-2013.
Informam-se os Senhores Associados que a contagem
dos votos e a elaboração da acta da mesa de voto terão
lugar a partir das 19.00 horas do dia 16 de Abril.
O apuramento final e a sua afixação serão feitas nas
quarenta e oito horas posteriores ao encerramento da
assembleia eleitoral, na Sede da Associação, após a
elaboração da competente acta.
Porto, 7 de Abril de 2011.
O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral,
Joaquim Belo Rafael, Eng.
AVISO
O Instituto da Droga e da Toxicodependência, I.P., faz público que, nos
termos do disposto no n.º 2 do artigo 21.º da Lei n.º 2/2004, de 15 de Janeiro,
alterada pela Lei n.º 51/2005, de 30 de Agosto, com a redacção dada pelo
artigo 29.º da Lei n.º 64-A/2008, de 31 de Dezembro e do artigo 25.º da Lei n.º
3-B/2010, de 28 de Abril, conforme deliberação do Conselho Directivo de 03
de Março de 2011, vai ser publicitada, na bolsa de emprego público, a abertura
de procedimentos concursais para provimento de três cargos de direcção
Intermédia de 1.º grau, um de Delegado Regional e dois de Subdelegado
Regional, todos da Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto
da Droga e da Toxicodependência, I. P., nos termos da Portaria n.º 648/2007,
de 30 de Maio, alterada pela Portaria n.º 925/2010, de 20 de Setembro. A
indicação dos respectivos requisitos formais de provimento, do perfil exigido,
dos métodos de selecção e da composição do júri, constará da publicitação
na Bolsa de Emprego Público (BEP), que se efectuará até ao 3.º (terceiro) dia
útil após a data da publicação do presente aviso.
11 de Março de 2011.
O Conselho Directivo: João Castel-Branco Goulão, Presidente
Manuel Ribeiro Cardoso, Vogal
DIRECÇÃO REGIONAL
DE CULTURA DO CENTRO
AVISO
Torna-se público que por aviso publicado no
D.R., 2.ª Série, n.º 65, de 2011.04.01 e na BEP
OE201104/0020, se encontra aberto procedimento
concursal comum para preenchimento de um posto
de trabalho para a categoria e carreira de técnico
superior, na modalidade de relação jurídica de
emprego público por tempo indeterminado.
O prazo para a apresentação de candidaturas será
de 10 dias úteis a contar da data da publicação no
Diário da República.
O Director Regional
Prof. Doutor António Pedro Pita
Maria da Glória P. Bárbara
Agente de Execução
Cédula Prof. 2650
EDITAL
CITAÇÃO DE AUSENTES EM PARTE
INCERTA
(Art.ºs 244.º e 248.º do CPC)
A CITAR: CARLOS TEIXEIRA FONSECA AMARAL
Tribunal Judicial de Loulé
Rua Drª Laura Ayres - 8100-851 Loulé
Processo: 232/09.6TBLLE do 2.º Juízo Compe-
tência Cível
EXECUÇÃO COMUM p/pagamento de quantia certa
Valor: 144.212,41Euros
Exequente(s): Banco Comercial Português, S.A.
Executado(s): Carlos Teixeira Fonseca Amaral,
e outros
OBJECTO E FUNDAMENTO
Nos termos e para os efeitos do disposto no Art.º
248.º do Código Processo Civil, correm éditos de
TRINTA (30) dias, contados da data da segunda e
última publicação do anúncio, citando o ausente
CARLOS TEIXEIRA FONSECA AMARAL, com última
residência conhecida na Rua 5 de Outubro, 131, 3º
Esq.º, freguesia de Almancil, concelho de Loulé, para,
no prazo de VINTE (20) dias, decorrido que seja o dos
éditos, pagar ou deduzir oposição à Acção Executiva
supra-identificada, nos termos do n.º 7, alínea c) do
Art.º 812.º e n.º 1 do Art.º 813.º ambos do CPC.
Os duplicados do Requerimento Executivo e a cópia
dos documentos encontram-se à disposição do
citando/Executado na Secretaria Judicial do 2.º Juí-
zo Competência Cível do Tribunal Judicial de Loulé.
MEIOS DE OPOSIÇÃO
Nos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. e
tendo em consideração o valor do processo, para
se opor à execução é obrigatória a constituição
de Advogado.
A oposição à execução não suspende a execução,
salvo se for prestada caução, como determina o arti-
go 818.º n.º 1 do CPC. A oposição à execução impli-
ca o pagamento de taxa de justiça autoliquidada.
COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIA
Caso não se oponha à execução no prazo supra-
indicado e não pague ou caucione a quantia exe-
quenda, será promovida a penhora e demais termos
legais subsequentes para garantir o pagamento da
quantia exequenda, juros e acréscimo das despe-
sas previsíveis a que se refere o n.º 3 do artigo
821.º do C.P.C.
PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOS
Poderá efectuar o pagamento da quantia exequen-
da (144.212,41 €), acrescida das despesas previsí-
veis da execução (n.º 3 do artigo 821.º do CPC) que
ascendem a 7.258,59 € (juros, taxa de justiça e des-
pesas e honorários do agente de execução), sem
prejuízo de posterior revisão. Nos termos da Portaria
n.º 708/2003 de 04/08 os honorários e despesas do
agente de execução nesta data estimam-se em
850,00 €, sem prejuízo de ulterior liquidação devida
na final nos termos da referida Portaria.
O pagamento, no total provisório de 151.471,00
(Cento e cinquenta e um mil, quatrocentos e setenta
e um euros) €, poderá ser efectuado no escritório
da signatária (dias e horas constantes do rodapé),
em dinheiro ou cheque visado ou por depósito ou
transferência bancária para a conta cliente Agente
de Execução, aberta no Millennium BCP com o NIB
0033 0000452 482 16233 05, devendo para o efeito
indicar como referência PE/17/2009 (após o depó-
sito ou transferência agradece-se que seja enviado
e-mail ou fax a confirmar).
A Agente de Execução - Maria da Glória P. Bárbara
Rua Bartolomeu Dias, Lote 9, R/c, C
- Apartado 2408 - Cerro Alagoa - 8201-918 Albufeira
Telefone: 351 289 502 472 Fax: 351 289 516 337
Email: 2650@solicitador.net
Horário atendimento 9h-11h
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 31
P.R. n.º 104150/NEG/2010
Portimão (sede): Tel. 282 450 300 - Fax 282 450 390
Lagos: Tel. 282 770 100 - Fax 282 763 115
EDITAL R. Castelo dos Governadores, 8600-563
EXPROPRIAÇÃO DAS PARCELAS DE TERRENO AVISO
NECESSÁRIAS À EXECUÇÃO DA OBRA
“ACESSOS AO NOVO HOSPITAL DE LOURES” MÉDICOS DE CLÍNICA GERAL
Pelo presente notificam-se os HERDEIROS DE MAHOMED IQBAL O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E. pretende recrutar
ABDOOL KARIM AYOB VAKIL, em coerência com o disposto no Médicos de Clínica Geral, em regime de Contrato Individual de Trabalho.
art.º 10.º, n.º 5, do Código das Expropriações, aprovado pela Lei Requisitos:
n.º 168/99 de 18 de Setembro, que a Câmara Municipal de Loures, • Licenciatura em Medicina
através das deliberações datadas de 02.12.2010 (23.ª reunião ordi-
• Experiência em Serviço de Urgência.
nária) e 02.03.2011 (5.ª reunião ordinária), aprovou requerer, junto
de Sua Excelência o Secretário de Estado Adjunto e da Administra- APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS: As candidaturas deverão ser
ção Local, a declaração de utilidade pública, com carácter de ur- formalizadas mediante requerimento individual dirigido ao Presidente do
gência, da expropriação dos terrenos a afectar à obra “ACESSOS Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio,
AO NOVO HOSPITAL DE LOURES”. E.P.E. Os candidatos deevrão anexar o Curriculum Vitae detalhado, cópia do
Cartão de Cidadão, Cartão de Contribuinte, Cédula Profissional/Ordem dos
Em caso de acordo quanto ao valor da indemnização atribuída (€
Médicos, Certificado do Curso, entregar toda a documentação no Serviço
897,28), ao abrigo do disposto no artigo 10.º, n.º 4, do Código das
de Gestão de Recursos Humanos, no período das 10.00H às 12.00H e das
Expropriações, por perito da lista oficial do Ministério da Justiça,
14.30H às 16.30H), ou ainda enviá-la pelo correio para Centro Hospitalar do
poderá ser formalizada escritura com o Município de Loures.
Barlavento Algarvio E.P.E. - Sítio do Poço Seco - 8500-338 Portimão
Em caso contrário, o procedimento seguirá os trâmites legalmente
ou ainda para o email: servpess@hbalgarvio.min-saude.pt.
previstos, com a publicação da Declaração de Utilidade Pública, ao
abrigo do artigo 17.º do Código das Expropriações, à qual seguirá Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E.,
nova notificação aos interessados na expropriação. 30 de Março de 2011
Loures, 02 de Março de 2011
A VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Maria de Fátima Rodrigues
Dr.ª M.ª Conceição Saúde
Divisão da Administração do Património Imobiliário
DF de Leiria Público, 07/04/2011
Serviço de Finanças
de Porto de Mós-1457
Av. da Liberdade n.º 13 - 2480-857 Porto de Mós CARTA FECHADA
INSOLVÊNCIA DE AURÉLIO RIBEIRO DA CRUZ E OUTROS
ANÚNCIO Comarca da Grande Lisboa Noroeste - Sintra – 1ª Secção do Juízo de Média
Instância Cível – Proc. 2695/09.0TMSNT
VENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES
Por determinação do Exmo Sr. Dr. Administrador da Insolvência,
Processo de Execução Fiscal n.º 1457200401017527 vamos proceder à venda extrajudicial através de negociação particular,
N.º da Venda: 1457.2010.55 com apresentação de propostas em carta fechada, dos bens a seguir
Prédio em propriedade total sem andares nem divisões susceptíveis de utilização identificados:
independente destinado a habitação. Tipologia/Divisões: 4. N.º de pisos: 2. Área BENS IMÓVEIS
total do terreno: 1.400,0 m2. Área de implantação do edifício: 121,25 m2. Área Verba Descrição Valor
bruta de construção: 228,33 m2. Área bruta privativa: 107,08 m2. Área bruta de- mínimo
pendente: 121,25 m2. Inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Juncal sob Apartamento no 3.º Dt.º, sito
o artigo n.º 3512, em 2007, com o Valor Patrimonial Tributário de 44.180,00 euros. na Rua Vitorino Nemésio, lote
Descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto de Mós sob o n.º 4459 52, Mem Martins, freguesia de
da mesma freguesia. Localizado no distrito de LEIRIA, concelho de PORTO DE 2 51.360,00
Algueirão, descrito na 1.ª CRP
MÓS, freguesia de JUNCAL, lugar de ANDAÍNHO. Ao preço de venda acrescem sob o n.º 401-G e inscrito na
o IMT e o Imposto do Selo que se mostrem devidos. matriz sob o artigo 4.888-G.
Teor do Edital: Apartamento no r/c Esq., sito
Salvador Cardeira Moniz, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças PORTO DE Rua dos Penedos Gordos,
MÓS-1457, sito em AV. DA LIBERDADE 13, PORTO DE MÓS, faz saber que irá N.ºs 15 e 15-A, Casais de
proceder à venda por meio de propostas em carta fechada, nos termos dos artigos 3 Mem Martins, freguesia de Rio 51.360,00
248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), de Mouro, descrito na 2.ª CRP
do bem acima melhor identificado, penhorado ao executado infra-indicado, para sob o n.º 1026-A, e inscrito na
pagamento de dívida constante em Processo(s) de Execução Fiscal. matriz sob o artigo 3.840-A.
É fiel depositário(a) o(a) Sr.(a) VÍTOR MANUEL ASCENSO FERNANDES, re- Apartamento no 2.º Dt.º, sito
sidente em JUNCAL, que deverá mostrar aquele bem a qualquer potencial inte- na Rua João Villaret, N.º 3,
ressado (249.º/6 CPPT), entre as 12.01 horas do dia 2010-12-17 e as 16.00 horas Mercês, freguesia de Rio de
do dia 2011-05-10. 4 43.520,00
Mouro, descrito na 2.ª CRP
O valor-base da venda (250.º CPPT) é de € 30.926,00. sob o n.º 447-M, e inscrito na
As propostas deverão ser enviadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das Fi- matriz sob o artigo 3.454-M.
nanças”, em www.portaldasfinancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”
ou entregues neste Serviço de Finanças, em carta fechada dirigida ao Chefe do REGULAMENTO
Serviço de Finanças, mencionando o número da venda no envelope e na respectiva
1. Os interessados deverão remeter sob pena de anulação as propostas
proposta, indicando nesta última, nome, morada e número de identificação fiscal em carta fechada até ao dia 15.04.2011 e dirigidas à Leiloeira do
do proponente. O prazo para recepção de propostas termina às 16.00 horas do dia
Lena.
2011-05-10 procedendo-se à sua abertura pelas 10.00 horas do dia 2011-05-11, na 2. As propostas terão de conter: Identificação do proponente (nome
presença do Chefe do Serviço de Finanças (253.º/a CPPT). Não serão consideradas ou denominação social, morada, n.º contribuinte, telefone e fax);
as propostas de valor inferior ao valor-base da venda (250.º/c CPPT). valor oferecido por extenso e o envelope no exterior deve identificar
Se o preço mais elevado, com o limite mínimo do valor-base para venda, for ofere- o processo.
cido por mais de um proponente, abre-se licitação entre eles, salvo se declararem 3. A adjudicação será feita à proposta de maior valor e após parecer
que pretendem adquirir o(s) bem(ns) em compropriedade (253.º/b CPPT). favorável do Administrador da Insolvência, com o acordo do credor
Estando presente só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a pro- hipotecário.
posta dos outros, caso contrário proceder-se-á a sorteio (253.º/c CPPT). 4. As propostas serão abertas no dia 19.04.2011 às 16 horas no
A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fiscal, escritório do Administrador da Insolvência, Rua Mouzinho da Silveira,
no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, median- 27 – 1.º A, 1250-166 LISBOA e desde que exista mais do que um
te guia a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções previstas proponente, com propostas válidas de igual valor, os mesmos estão
na lei do processo civil (256.º/e CPPT e 898.º Código de Processo Civil - CPC). convidados a comparecer pessoalmente ou representados, para
No caso do montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento licitarem entre si.
fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de en- 5. Os bens são vendidos no estado físico e jurídico em que se
trega de propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no encontram.
parágrafo anterior, de apenas a uma parte do preço, não inferior a um terço, e o 6. Será pago como sinal 20% no acto da adjudicação e os restantes
restante em até 8 meses (256.º/f CPPT). 80% no dia da escritura.
A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem de- 7. Ao valor da venda é acrescido a comissão de 5% e respectivo IVA
vidos, nomeadamente o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de referente aos serviços prestados pela Leiloeira do Lena.
Imóveis, o Imposto do Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros. DIA DE VISITA: Por marcação
Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239.º/2 e 242.º/1 CPPT), contados da INFORMAÇÕES: tel: 244 822 230 / fax: 244 822 170
2.ª publicação (242.º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos telem: 964 023 905 / Rua do Vale Sepal Lote 36, r/c Dtº
credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, contados da data da Urb. Planalto 2415-395 LEIRIA
citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem E-mail: geral@leiloeiradolena.com Site: www.leiloeiradolena.com
penhorado acima indicado (240.º/CPPT).
Identificação do Executado:
N.º de Processo de Execução Fiscal: 1457200401017527
NIF/NIPC: 133027090
Nome: VÍTOR MANUEL ASCENSO FERNANDES
Morada: - ANDAINHO - JUNCAL Aqui encontra produtos exclusivos Público e Classificados
2011-04-06
Cascais - Tabacaria Papelaria Cidadela, Lda.
O Chefe de Finanças - Salvador Cardeira Moniz
Av. 25 de Abril, 528 - 2750-511
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Tel. 214 844 415
32 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
DIVERSOS
ANÚNCIO Maria da Glória P. Bárbara Maria da Glória P. Bárbara Maria da Glória P. Bárbara
Tribunal de Família, Menores e Comarca do Seixal Agente de Execução Agente de Execução Agente de Execução

s.o.s.
2.º Juízo Cível Cédula Prof. 2650 Cédula Prof. 2650 Cédula Prof. 2650
Aviso César Belchior Processo n.º 241/08.2TBSXL EDITAL EDITAL EDITAL
Execução para pagamento de quantia certa
MUNICÍPIO DA LOUSÃ
(Extracto) Agente de Execução
Céd. P. N.º 2822 Valor: € 50.735,61 (cinquenta mil setecentos e trinta e
CITAÇÃO DE AUSENTES EM PARTE
INCERTA
CITAÇÃO DE AUSENTES EM PARTE
INCERTA
CITAÇÃO DE AUSENTES EM PARTE
INCERTA
(Art.ºs 244.º e 248.º do CPC) (Art.ºs 244.º e 248.º do CPC) (Art.ºs 244.º e 248.º do CPC)
CÂMARA MUNICIPAL cinco euros e sessenta e um cêntimos)
A CITAR: Carlos Manuel Rato Justo A CITAR: PALMIRA BASTOS BERLINDA SANTOS A CITAR: JOSÉ MANUEL GONÇALVES ABREU
Exequente: Banco Espírito Santo, SA Tribunal Judicial de Loulé
Tribunal Judicial de Loulé Tribunal Judicial de Loulé
Para os efeitos do disposto na al. d) do n.º 1 do artigo 19.º da Portaria 83-A/2009, Executados: Cármen Sofia Simões Cunha de Jesus e Rua Dr.ª Laura Ayres - 8100-851 Loulé Rua Dr.ª Laura Ayres - 8100-851 Loulé Rua Dr.ª Laura Ayres - 8100-851 Loulé
Processo: 47/09.1TBLLE do 2.º Juízo Competên- Processo: 232/09.6TBLLE do 2.º Juízo Compe- Processo: 232/09.6TBLLE do 2.º Juízo Compe-
de 22 de Janeiro, faz-se público que se encontra aberto, pelo prazo de 10 dias José Leonardo Gonçalves de Jesus tência Cível
cia Cível tência Cível
EXECUÇÃO COMUM p/pagamento de quantia certa EXECUÇÃO COMUM p/pagamento de quantia certa EXECUÇÃO COMUM p/pagamento de quantia certa
úteis após a publicação do aviso no Diário da República, procedimento concursal FAZ-SE SABER que nos autos acima identificados em que foi reque- Valor: 169.543,29 Euros Valor: 144.212,41 Euros Valor: 144.212,41Euros
rida pelo exequente a adjudicação do bem imóvel penhorado nos Exequente(s): Banco de Investimento Imobiliá- Exequente(s): Banco Comercial Português, S.A. Exequente(s): Banco Comercial Português, S.A.
comum para o recrutamento de trabalhadores, com vista à constituição de re- autos - Fracção autónoma designada pela letra “L” correspondente rio S.A. Executado(s): Carlos Teixeira Fonseca Amaral, Executado(s): Carlos Teixeira Fonseca Amaral,
Executado(s): Carlos Manuel Rato Justo, e outro e outros e outros
lação jurídica de emprego público, na modalidade de contrato de trabalho em ao 3.º andar Esq.º do prédio urbano sito na Pçta. Júlio Dantas, 8, OBJECTO E FUNDAMENTO OBJECTO E FUNDAMENTO OBJECTO E FUNDAMENTO
Nos termos e para os efeitos do disposto no Art.º
freguesia de Corroios, Concelho do Seixal, descrito na Conser- Nos termos e para os efeitos do disposto no Art.º Nos termos e para os efeitos do disposto no Art.º
funções públicas por tempo indeterminado, para exercer funções no município 248.º do Código Processo Civil, correm éditos de 248.º do Código Processo Civil, correm éditos de 248.º do Código Processo Civil, correm éditos de

da Lousã, nas condições seguintes:
1. Número de Postos de Trabalho: quatro assistentes operacionais, para exer-
cerem funções no quartel dos Bombeiros Municipais.
2. Caracterização dos postos de trabalho: funções constantes do anexo à Lei
n.º 12-A/2008, de 17 de Fevereiro, de grau de complexidade às quais corresponde
o grau 1 de complexidade funcional.
3. Habilitações literárias: Escolaridade mínima obrigatória. É ainda exigido que
os candidatos possuam, no mínimo, a categoria de Bombeiro de Terceira.
SIDA
vatória do Registo Predial da Amora sob o n.º 2725 e inscrito na
respectiva matriz predial sob o art.º 1833 - encontra-se designado
o dia 02/05/2011 às 09.10 horas, neste Tribunal, para a abertura de
propostas, que sejam entregues até esse momento na Secretaria
do Tribunal pelos interessados na compra do bem imóvel supra-
identificado.
Valor da proposta de adjudicação € 61.600,00 (sessenta e um mil
e seiscentos euros)
Não se aceitam propostas que não se façam acompanhar de che-
que visado à ordem do Agente de Execução no montante corres-
pondente a 20% do valor-base, ou garantia bancária no mesmo
valor - art. 897º, n.º 1 do CPC.
TRINTA (30) dias, contados da data da segunda e
última publicação do anúncio, citando o ausente
CARLOS MANUEL RATO JUSTO, com última resi-
dência conhecida na Rua Joaquim Rasquinho, n.º 3,
1º Direito, freguesia de São Clemente, concelho de
Loulé, para, no prazo de VINTE (20) dias, decorrido
que seja o dos éditos, pagar ou deduzir oposição à
Acção Executiva supra-identificada, nos termos do
n.º 7, alinea c) do Art.º 812.º e n.º 1 do Art.º 813.º
ambos do CPC.
Os duplicados do Requerimento Executivo e a cópia
dos documentos encontram-se à disposição do ci-
tando/Executado na Secretaria Judicial do 2.º Juízo
Competência Cível do Tribunal Judicial de Loulé.
MEIOS DE OPOSIÇÃO
Nos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. e
tendo em consideração o valor do processo, para
TRINTA (30) dias, contados da data da segunda e
última publicação do anúncio, citando a ausente
PALMIRA BASTOS BERLINDA SANTOS, com última
residência conhecida na Rua D. Diniz, 5, 5 A, fregue-
sia de Reboleira, concelho de Amadora, para, no
prazo de VINTE (20) dias, decorrido que seja o dos
éditos, pagar ou deduzir oposição à Acção Executiva
supra-identificada, nos termos do n.º 7, alínea c) do
Art.º 812.º e n.º 1 do Art.º 813.º ambos do CPC.
Os duplicados do Requerimento Executivo e a cópia
dos documentos encontram-se à disposição do
citando/Executado na Secretaria Judicial do 2º Juí-
zo Competência Cível do Tribunal Judicial de Loulé.
MEIOS DE OPOSIÇÃO
Nos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. e
tendo em consideração o valor do processo, para
se opor à execução é obrigatória a constituição
TRINTA (30) dias, contados da data da segunda e
última publicação do anúncio, citando o ausente
JOSÉ MANUEL GONÇALVES ABREU, com última
residência conhecida na Travessa da Liberdade, 47,
freguesia de Almancil, concelho de Loulé, para, no
prazo de VINTE (20) dias, decorrido que seja o dos
éditos, pagar ou deduzir oposição à Acção Executi-
va supra-identificada, nos termos do n.º 7, alínea c)
do Art.º 812.º e n.º 1 do Art.º 813º ambos do CPC.
Os duplicados do Requerimento Executivo e a cópia
dos documentos encontram-se à disposição do
citando/Executado na Secretaria Judicial do 2.º Juí-
zo Competência Cível do Tribunal Judicial de Loulé.
MEIOS DE OPOSIÇÃO
Nos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. e
tendo em consideração o valor do processo, para
se opor à execução é obrigatória a constituição

800 20 10 40
se opor à execução é obrigatória a constituição de
O Agente de Execução Advogado.
4. Formalização da candidatura: A apresentação das candidaturas é feita César Manuel Neto Belchior A oposição à execução não suspende a execução,
salvo se for prestada caução, como determina o arti-
mediante requerimento dirigido ao Presidente da Câmara Municipal, feita Av. Brasil, 192-B, escritório 1 - 1700-078 Lisboa go 818.º n.º 1 do CPC. A oposição à execução implica
Tel.: 213 161 380 - Fax: 213 158 586 o pagamento de taxa de justiça autoliquidada.
mediante formulário-tipo disponível na página de Internet www.cm-lousa.pt e en- COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIA
Caso não se oponha à execução no prazo supra-indi-
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
tregue pessoalmente, mediante recibo, ou remetida através de correio registado, cado e não pague ou caucione a quantia exequenda,
será promovida a penhora e demais termos legais
com aviso de recepção, para a Câmara Municipal da Lousã, Rua Dr. João Santos, subsequentes para garantir o pagamento da quantia
exequenda, juros e acréscimo das despesas previsí-
3200-953 LOUSÃ. DF de Leiria veis a que se refere o n.º 3 do artigo 821.º do C.P.C.
PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOS
5. O presente procedimento concursal foi publicado integralmente no Diário da Serviço de Finanças
Poderá efectuar o pagamento da quantia exequenda
(169.543,29 €), acrescida das despesas previsíveis da
execução (n.º 3 do artigo 821.º do CPC) que ascen-
República, II.ª série, n.º 61, de 28 de Março de 2011. de Porto de Mós-1457 dem a 8.525,21 € (juros, taxa de justiça e despesas e
honorários do agente de execução), sem prejuízo de
Paços do Município da Lousã, 28 de Março de 2011 Av. da Liberdade n.º 13 - 2480-857 Porto de Mós posterior revisão. Nos termos da Portaria n.º 708/2003
de 04/08 os honorários e despesas do agente de exe-
cução nesta data estimam-se em 636,78 €, sem pre-
O Presidente da Câmara Municipal da Lousã juízo de ulterior liquidação devida na final nos termos
de Advogado.
A oposição à execução não suspende a execução,
salvo se for prestada caução, como determina o arti-
go 818.º n.º 1 do CPC. A oposição à execução impli-
ca o pagamento de taxa de justiça autoliquidada.
COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIA
Caso não se oponha à execução no prazo supra-
indicado e não pague ou caucione a quantia exe-
quenda, será promovida a penhora e demais termos
legais subsequentes para garantir o pagamento da
quantia exequenda, juros e acréscimo das despe-
sas previsíveis a que se refere o n.º 3 do artigo
821.º do C.P.C.
PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOS
Poderá efectuar o pagamento da quantia exequen-
da (144.212,41 €), acrescida das despesas previsí-
veis da execução (n.º 3 do artigo 821.º do CPC) que
ascendem a 7.258,59 € (juros, taxa de justiça e des-
pesas e honorários do agente de execução), sem
prejuízo de posterior revisão. Nos termos da Portaria
n.º 708/2003 de 04/08 os honorários e despesas do
agente de execução nesta data estimam-se em
850,00 €, sem prejuízo de ulterior liquidação devida
de Advogado.
A oposição à execução não suspende a execução,
salvo se for prestada caução, como determina o arti-
go 818.º n.º 1 do CPC. A oposição à execução impli-
ca o pagamento de taxa de justiça autoliquidada.
COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIA
Caso não se oponha à execução no prazo supra-
indicado e não pague ou caucione a quantia exe-
quenda, será promovida a penhora e demais termos
legais subsequentes para garantir o pagamento da
quantia exequenda, juros e acréscimo das despe-
sas previsíveis a que se refere o n.º 3 do artigo
821.º do C.P.C.
PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOS
Poderá efectuar o pagamento da quantia exequen-
da (144.212,41 €), acrescida das despesas previsí-
veis da execução (n.º 3 do artigo 821.º do CPC) que
ascendem a 7.258,59 € (juros, taxa de justiça e des-
pesas e honorários do agente de execução), sem
prejuízo de posterior revisão. Nos termos da Portaria
n.º 708/2003 de 04/08 os honorários e despesas do
agente de execução nesta data estimam-se em
850,00 €, sem prejuízo de ulterior liquidação devida

Dr. Fernando dos Santos Carvalho ANÚNCIO da referida Portaria.

O pagamento, no total provisório de 178.068,50
(Cento e setenta e oito mil e sessenta e oito euros
e cinquenta cêntimos) €, poderá ser efectuado no es-
Processos n.º 1457200701007033 e Apensos critório da signatária (dias e horas constantes do ro-
dapé), em dinheiro ou cheque visado ou por depósito
ou transferência bancária para a conta cliente Agente
DF de Setúbal CONVOCAÇÃO DE CREDORES E VENDA JUDICIAL DE de Execução, aberta no Millennium BCP com o NIB
0033 0000452 482 16233 05, devendo para o efeito
indicar como referência PE/6/2009 (após o depósito
Serviço de Finanças BENS POR MEIO DE PROPOSTA EM CARTA FECHADA ou transferência agradece-se que seja enviado e-mail
de Almada-1.-2151 ou fax a confirmar).
A Agente de Execução - Maria da Glória P. Bárbara
Salvador Cardeira Moniz, Chefe do Serviço de Finanças de Porto de Mós, faz saber
Av. 25 de Abril, n.º 5-B - 2.º, 2804-528 Almada Rua Bartolomeu Dias, Lote 9, R/c, C
que no dia 19 de Maio de 2011, pelas 10.00 (dez) horas, neste Serviço de Finanças se - Apartado 2408 - Cerro Alagoa - 8201-918 Albufeira
irá proceder às vendas judiciais por meio de propostas em carta fechada, nos termos Telefone: 351 289 502 472 Fax: 351 289 516 337
na final nos termos da referida Portaria.
O pagamento, no total provisório de 151.471,00
(Cento e cinquenta e um mil, quatrocentos e setenta
e um euros) €, poderá ser efectuado no escritório
da signatária (dias e horas constantes do rodapé),
em dinheiro ou cheque visado ou por depósito ou
transferência bancária para a conta cliente Agente
de Execução, aberta no Millennium BCP com o NIB
0033 0000452 482 16233 05, devendo para o efeito
indicar como referência PE/17/2009 (após o depó-
sito ou transferência agradece-se que seja enviado
e-mail ou fax a confirmar).
A Agente de Execução - Maria da Glória P. Bárbara
Rua Bartolomeu Dias, Lote 9, R/c, C
- Apartado 2408 - Cerro Alagoa - 8201-918 Albufeira
Telefone: 351 289 502 472 Fax: 351 289 516 337
na final nos termos da referida Portaria.
O pagamento, no total provisório de 151.471,00
(Cento e cinquenta e um mil, quatrocentos e setenta
e um euros) €, poderá ser efectuado no escritório
da signatária (dias e horas constantes do rodapé),
em dinheiro ou cheque visado ou por depósito ou
transferência bancária para a conta cliente Agente
de Execução, aberta no Millennium BCP com o NIB
0033 0000452 482 16233 05, devendo para o efeito
indicar como referência PE/17/2009 (após o depó-
sito ou transferência agradece-se que seja enviado
e-mail ou fax a confirmar).
A Agente de Execução - Maria da Glória P. Bárbara
Rua Bartolomeu Dias, Lote 9, R/c, C
- Apartado 2408 - Cerro Alagoa - 8201-918 Albufeira
Telefone: 351 289 502 472 Fax: 351 289 516 337

ANÚNCIO
VENDA E CONVOCAÇÃO DE CREDORES
Processo de Execução Fiscal n.º 2151200801004930
N.º da Venda: 2151.2010.191
Fracção autónoma designada pela letra C a que corresponde o 1.º esquerdo do
prédio em regime de propriedade horizontal, composta de 3 divisões, cozinha, casa
de banho, despensa e duas varandas, situada na Avenida 23 de Julho, n.º 371, 2810-
291 Laranjeiro, inscrita na matriz predial da freguesia de Laranjeiro sob o artigo
n.º 1937, com o valor patrimonial de € 56.958,75 e descrita na 2.ª Conservatória do
Registo Predial de Almada sob o n.º 2702/20010323-C. Características: afectação:
habitação; área bruta privativa: 77,21m2; área bruta dependente: 12,98m2. A fiel
depositária poderá ser contactada através do telemóvel n.º 917559953.
Teor do Edital:
Gabriela Maria Gonçalves Furtado, Chefe de Finanças do Serviço de Finanças
ALMADA-1.-2151, sito em AV. 25 DE ABRIL 5-B 2, ALMADA, faz saber que irá
proceder à venda por meio de propostas em carta fechada, nos termos dos artigos
248.º e seguintes do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT),
do bem acima melhor identificado, penhorado ao executado infra-indicado, para
pagamento de dívida constante em Processo(s) de Execução Fiscal.
É fiel depositário(a) o(a) Sr.(a) ROSANE NUNES PROLA, residente em LARAN-
JEIRO, que deverá mostrar aquele bem a qualquer potencial interessado (249.º/6
CPPT), entre as 10.00 horas do dia 2011-06-01 e as 15.00 horas do dia 2011-07-18.
O valor-base da venda (250.º CPPT) é de € 39.871,13.
As propostas deverão ser enviadas via Internet, mediante acesso ao “Portal das
Finanças”, em www.portaldasfinancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhora-
dos” ou entregues neste Serviço de Finanças, em carta fechada dirigida ao Chefe
do Serviço de Finanças, mencionando o número da venda no envelope e na res-
pectiva proposta, indicando nesta última, nome, morada e número de identificação
fiscal do proponente. O prazo para recepção de propostas termina às 16.00 horas
do dia 2011-07-18 procedendo-se à sua abertura pelas 10.00 horas do dia 2011-07-
19, na presença do Chefe do Serviço de Finanças (253.º/a CPPT). Não serão consi-
deradas as propostas de valor inferior ao valor base da venda (250.º/c CPPT).
Se o preço mais elevado, com o limite mínimo do valor-base para venda, for ofere-
cido por mais de um proponente, abre-se licitação entre eles, salvo se declararem
que pretendem adquirir o(s) bem(ns) em compropriedade (253.º/b CPPT).
Estando presente só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a pro-
posta dos outros, caso contrário proceder-se-á a sorteio (253.º/c CPPT).
A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fis-
cal, no prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas,
mediante guia a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções
previstas na lei do processo civil (256.º/e CPPT e 898.º Código de Processo Civil
- CPC).
No caso do montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento
fundamentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de en-
trega de propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no
parágrafo anterior, de apenas a uma parte do preço, não inferior a um terço, e o
restante em até 8 meses (256.º/f CPPT).
A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem
devidos, nomeadamente o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de
Imóveis, o Imposto do Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.
Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (239.º/2 e 242.º/1 CPPT), contados da
2.ª publicação (242.º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos
credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, contados da data da
citação, o pagamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre o bem
penhorado acima indicado (240.º/CPPT).
Identificação do Executado:
N.º de Processo de Execução Fiscal: 2151200801004930
NIF/NIPC: 199855641
Nome: ROSANE NUNES PROLA
Morada: AV. 23 DE JULHO, N.º 371, 1.º ESQ. - LARANJEIRO - LARANJEIRO
2011-04-04
A Chefe de Finanças - Gabriela Maria Gonçalves Furtado
Público, 07/04/2011 - 2.ª Pub.
dos artigos 248.º e seguintes do CPPT, pelo valor-base dos bens imóveis infra-descritos
e penhorados nos Processos de Execução Fiscal supra-identificados, instaurados contra
o executado ALCINO MANUEL VAZÃO VALA, NIF: 125301758, casado, com morada
em Rua Pé da Serra, 37A - Pé da Serra - 2480-105 Pedreiras, por reversão da empresa
ALCINO VALA, LDA, NIF: 503430250, para pagamento das dívidas à Fazenda Nacio-
nal, provenientes de IVA, IRS e Coimas Fiscais, no montante de € 57.716,63 de quantia
exequenda e os acréscimos legais que se mostrem devidos.
Mais, correm anúncios e éditos de 20 dias (art.º 239.º/2 e 242.º/1 do CPPT), contados da
2.ª publicação (242.º/2), citando os credores desconhecidos e os sucessores dos credores
preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, contados da data da citação, o pa-
gamento dos seus créditos que gozem de garantia real, sobre os bens penhorados infra
indicados (art.º 240.º do CPPT).
Venda n.º 1457.2009.61
Prédio urbano em Prop. Total sem Andares nem Div. Susc. de Utiliz. Independente.
Afectação: Armazéns e actividade industrial. N.º de pisos: 1 Divisões: 1. Área total do
terreno: 3.040,30m2. Área de implantação do edifício: 587,86m2. Ano de inscrição na
matriz: 2003. Valor patrimonial: € 99.460,00. Inscrito na matriz urbana da freguesia de
Juncal com o artigo n.º 3111 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Porto
de Mós sob o n.º 3634 da mesma freguesia. Localizado no distrito de LEIRIA, concelho
de PORTO DE MÓS, Freguesia de JUNCAL, Lugar ORFÃO, Rua Comendador João
Lopes Coelho da Silva. O valor-base da venda é de € 69.622,00, calculado nos termos
do art.º 250.º do CPPT.
Venda n.º 1457.2011.16
Prédio urbano em propriedade total com andares ou divisões susceptíveis de utilização
independente destinado a habitação. N.º de pisos: 2. Cave ampla para arrumos e gara-
gem com 156 m2 de área bruta privativa. Rés-do-chão com 5 divisões, cozinha, 2 casas
de banho, corredor, despensa e 2 terraços, com 156 m2 de área bruta privativa e 47,25
m2 de área bruta dependente. Área total do terreno: 362,0 m2. Área de implantação
do edifício: 156,0 m2.
Inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Juncal sob o artigo n.º 1928, em 1992,
com o Valor Patrimonial Tributário Total de € 82.210,00. Descrito na Conservatória
do Registo Predial de Porto de Mós sob o n.º 2324 da mesma freguesia. Localizado
no distrito de LEIRIA, concelho de PORTO DE MÓS, freguesia de JUNCAL, lugar de
RUA DA AMEIXOEIRINHA. O valor-base da venda é de € 57.547,00, calculado nos
termos do art.º 250.º do CPPT.
É fiel depositário o Sr. ALCINO MANUEL VAZÃO VALA, residente Rua Pé da Serra,
37A - Pé da Serra - 2480-105 Pedreiras, que deverá mostrar aqueles bens a qualquer
potencial interessado (249.º/6 CPPT), entre as 15:50 horas do dia 2011-03-10 e as 16:00
horas do dia 2011-05-18.
As propostas deverão ser deverão ser enviadas via Internet, mediante acesso ao “Portal
das Finanças”, em www.portaldasfinancas.gov.pt na opção “Venda de bens penhorados”
ou entregues neste Serviço de Finanças, em carta fechada dirigida ao Chefe do Serviço
de Finanças, mencionando o número da venda no envelope e na respectiva proposta,
indicando nesta última, nome, morada e número de identificação fiscal do proponente.
O prazo para recepção de propostas termina às 16:00 horas do dia 2011-05-18 proce-
dendo-se à sua abertura pelas 10:00 horas do dia 2011-05-19, na presença do Chefe
do Serviço de Finanças (253.º/a CPPT) e a ela poderão assistir o executado, os pro-
ponentes e, bem assim, os reclamantes citados, com observância do disposto no art.º
253.º e respectivas alíneas do CPPT, e quem puder exercer o direito de preferência ou
remição. Não serão consideradas as propostas de valor inferior ao valor base da venda
(250.º/c CPPT).
Se o preço mais elevado, com o limite mínimo do valor-base para venda, for oferecido
por mais de um proponente, abre-se licitação entre eles, salvo se declararem que pre-
tendem adquirir o(s) bem(ns) em compropriedade (253.º/b CPPT). Estando presente
só um dos proponentes do maior preço, pode esse cobrir a proposta dos outros, caso
contrário proceder-se-á a sorteio (253.º/c CPPT).
A totalidade do preço deverá ser depositada, à ordem do órgão de execução fiscal, no
prazo de 15 dias, contados do termo do prazo de entrega das propostas, mediante guia
a solicitar junto do órgão de execução fiscal, sob pena das sanções previstas na lei do
processo civil (256.º/e CPPT e 898.º Código de Processo Civil - CPC).
No caso do montante superior a 500 unidades de conta, e mediante requerimento fun-
damentado, entregue no prazo de 5 dias, contados do termo do prazo de entrega de
propostas, poderá ser autorizado o depósito, no prazo mencionado no parágrafo an-
terior, de apenas uma parte do preço, não inferior a um terço, e o restante em até 8
meses (256.º/f CPPT).
A venda pode ainda estar sujeita ao pagamento dos impostos que se mostrem devidos,
nomeadamente o Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis, o
Imposto do Selo, o Imposto Sobre o Valor Acrescentado ou outros.
Serviço de Finanças de Porto de Mós, 10 de Março de 2011
O Chefe de Finanças - Salvador Cardeira Moniz
Público, 07/04/2011 - 2.ª Pub.
Email: 2650@solicitador.net
Horário atendimento 9h-11h
Email: 2650@solicitador.net
Horário atendimento 9h-11h
Email: 2650@solicitador.net
Horário atendimento 9h-11h
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub. Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.
DF de Setúbal
Serviço de Finanças
de Palmela-2208
Rua Esc. Preparatória Hermenegildo Capelo, 23, 2950-246 Palmela
EDITAL / ANÚNCIO
VENDA POR NEGOCIAÇÃO PARTICULAR
N.º 2208.2011.103
PROCESSO DE EXECUÇÃO FISCAL N.º 2208200801141902 e Aps.
Maria Eugénia Francisco da Silva Brás, Chefe de Finanças do Ser-
viço de Finanças de Palmela, faz saber que se vai proceder à venda
por negociação particular do bem que a seguir se descreve, penho-
rado a CASINHA DA RITA II LDA, com sede em AV. ALBERTO
VALENTE ESTRADA DAS SERRALHEIRAS N.º 90 A, VOLTA DA
PEDRA - 2950-313 PALMELA, para pagamento dos Processos de
Execução Fiscal supra-citados, que a Fazenda Nacional lhe move
por dívidas de IVA - IMPOSTO SOBRE O VALOR ACRESCEN-
TADO, COIMAS FISCAIS, IRS - RETENÇÕES NA FONTE E IRC,
no valor de € 21.628,41, sendo € 17.145,98 de quantia exequenda e €
4.482,43 de acréscimos legais.
É fiel depositário(a) o(a) Sr(a) CASINHA DA RITA II LDA, com
sede/residente em AV. ALBERTO VALENTE ESTRADA DAS SER-
RALHEIRAS N.º 90 A, VOLTA DA PEDRA, 2950-313 PALMELA,
o(a) qual deverá mostrar os bens abaixo identificados a qualquer
potencial interessado, entre 09.00 horas do dia 2011-04-11 e as 16.00
horas do dia 2011-05-16 (249.º/6 CPPT).
Mais, correm éditos de 20 dias (239.º/2 CPPT), citando os credores
desconhecidos de CASINHA DA RITA II LDA e os sucessores dos
credores preferentes para reclamarem, no prazo de 15 dias, conta-
dos da data da citação, o pagamento dos seus créditos que gozem
de garantia real, sobre o bem penhorado abaixo indicado (240.º/
CPPT)
Por despacho do Chefe do Serviço de Finanças de 2011/03/21, foi
nomeado como encarregado da venda a firma LEILOSTOCK -
COMPANHIA DE LEILÕES SA, com sede em ESTRADA DAS LI-
GEIRAS, LOTE 1, EDIFÍCIO LEILOSTOCK, CACÉM, 2735-337
AGUALVA-CACEM, telefone 214253400, e-mail rochanunes@net-
cabo.pt, tendo sido fixado o valor mínimo de venda € 2.100,00 (incluí
IVA à taxa de 23%), devendo as propostas ser enviadas via Internet,
mediante acesso ao “Portal das Finanças”, em www.portaldasfinan-
cas.gov.pt, na opção “Venda de bens penhorados” ou entregues por
escrito ao encarregado da venda, até ao dia 2011/05/16.
IDENTIFICAÇÃO DO BEM
Veículo da marca PEUGEOT matrícula 98-43-GU de 1996 do tipo
MERCADORIAS.
Palmela, 30 de Março de 2011
A Chefe do Serviço de Finanças
Maria Eugénia Francisco da Silva Brás - TAT N2
Público, 07/04/2011 - 1.ª Pub.

Desporto
Liga Europa FC Porto disputa em casa a primeira mão dos quartos-de-final
Ibson lidera a armada brasileira do Spartak
Os russos devem apresentar hoje, no Dragão, quatro brasileiros na equipa inicial. O ex-jogador
do FC Porto, que impressionou Pinto da Costa, é uma das principais figuras dos moscovitas
David Andrade
a Chegou pela primeira vez a Por-
tugal a 31 Janeiro de 2005 sem sa-
ber qual era o clube onde ia jogar
e confessou mais tarde que assinar
pelo FC Porto foi “um dos dias mais
felizes” da sua vida. Nos primeiros
meses impressionou e chegou a ser
elogiado por Pinto da Costa, mas,
com a chegada de Paulo Assunção e
Lucho González, na época seguinte
perdeu espaço na equipa. Depois de
alguns problemas com Jesualdo Fer-
reira, regressou ao Flamengo no Ve-
rão de 2007 e mais tarde acabou por
ser vendido ao Spartak de Moscovo.
Hoje, Ibson Barreto da Silva voltar a
pisar o relvado do Estádio do Dragão
na primeira mão dos quartos-de-final
da Liga Europa.
“Toco bem a bola, acho que tenho
bastante raça e muita vontade de jo-
gar.” Este foi o primeiro auto-retra-
to de Ibson à imprensa portuguesa,
depois de trocar por 2,2 milhões de
euros o Flamengo pelo FC Porto, no
mercado de Inverno da época 2004-
05. Numa temporada conturbada dos
portistas, após vencerem a Liga dos
Campeões e perderem José Mouri-
nho, Ibson revelou-se um reforço
importante para José Couceiro, que
chegou ao clube “azul e branco” na
mesma altura, após a saída do es-
panhol Víctor Fernández. O médio
brasileiro, na segunda metade da
temporada, foi titular nas últimas 14
jornadas e recebeu elogios de Pinto
FC Porto com índices de motivação elevados
André Villas-Boas quer “repetir a história de 2002-03”
a A festa do título ainda dá muito que
falar, as trocas de acusações entre
portistas e benfiquistas continuam,
mas hoje o FC Porto volta a entrar em
campo para iniciar o segundo duelo
consecutivo contra russos na Liga Eu-
ropa. Na antevisão da partida desta
noite contra o Spartak Moscovo, An-
dré Villas-Boas garantiu que “houve
tempo de recuperação” após os feste-
jos na madrugada de segunda-feira e
disse que é preciso “esquecer o que se
passou”. Com o campeonato conquis-
tado, o treinador quer repetir “passo a
passo” a “história de 2002-03”, época
em que José Mourinho venceu a Liga
e a Taça UEFA.
“As nossas obrigações não muda-
ram por termos vencido o campeo-
nato. Podemos concentrar-nos nesta
Ibson na conferência de imprensa de ontem, no Estádio do Dragão
da Costa. “A questão do aumento dei-
xo nas mãos do presidente”, brincou
Ibson antes de partir de férias para o
Brasil, no final da época.
Com a saída de Couceiro, a entrada
de Jesualdo Ferreira e o reforço do
meio-campo da equipa, a sorte de Ib-
son no Dragão mudou. Com novas
ideias tácticas e concorrência de luxo
(Lucho, Raul Meireles, Diego e Paulo
prova [Liga Europa] de forma mais
agressiva e o factor motivacional con-
ta muito. Não há mensagem nova, to-
das as equipas sonham com a final,
têm esse desejo legítimo. Faltam qua-
tro jogos e todos querem lá chegar”.
Apesar de o objectivo número 1 es-
tar conquistado, “quem ganha uma
vez, quer ganhar mais” e Villas-Boas
já aponta a mira para a meta seguinte.
O treinador do FC Porto considera
que “o mais importante será gerir o
que foi o ambiente de festa para um
novo ambiente extremamente com-
petitivo”, em “competições comple-
tamente diferentes”.
Depois de afastar nos oitavos-de-
final o CSKA, o obstáculo nos “quar-
tos” também é russo e de Moscovo,
mas Villas-Boas prefere não entrar em
Assunção), o médio perdeu protago-
nismo e os problemas começaram a
surgir: em 2005-06 foi titular em 13
jogos e na época seguinte em apenas
10 partidas da Liga. A pouca utiliza-
ção do brasileiro levou Laís Silva, pai
do jogador que desempenhou sem-
pre um papel decisivo na carreira de
Ibson, a fazer duras críticas a Jesual-
do e a saída tornou-se inevitável.
grandes comparações. Deixa escapar,
porém, que “são duas equipas mui-
to fortes” e que “no campo teórico o
Spartak está mais bem preparado”. “O
Spartak veio da Liga dos Campeões,
com resultados estrondosos, com os
holandeses do Ajax e os franceses do
Marselha, tem um plantel com muito
talento individual e privilegia a posse
de bola e a velocidade de circulação”,
refere o treinador portista, que des-
valoriza o mau início de época dos
Villas-Boas:
“O Spartak
veio da Liga
dos Campeões,
com resultados
estrondosos, e
tem um plantel
com talento”
MIGUEL RIOPA/AFP
Com o regresso, por empréstimo
dos portistas, ao clube do seu cora-
ção (Flamengo), a carreira de Ibson
ganhou novo ânimo e o brasileiro des-
pertou rapidamente a cobiça de clu-
bes europeus. Acabou por ser o Spar-
tak de Moscovo a ganhar a corrida – o
FC Porto recebeu perto de 5 milhões
de euros pela transferência – e, mais
de três anos depois, Ibson regressa ao
moscovitas no campeonato da Rús-
sia (duas derrotas em três jornadas):
“O factor motivacional para um jogo
destes é sempre imprevisível”.
Questionado por jornalistas rus-
sos sobre se era o “novo Mourinho”,
Villas-Boas contornou a pergunta fa-
lando do que prevê que venha a ser
a sua carreira: “Já partilhei que não
quero ficar muito tempo no futebol,
quero ficar 10 ou 12 anos intensos e
sair. Gostaria de experimentar cam-
peonatos variados.”
Ao lado do treinador do FC Porto
esteve Falcao, o jogador mais temido
por Valeri Karpin, treinador do Spar-
tak. O colombiano disse que não “hou-
ve muito tempo para celebrar” o título
e que houve a necessidade de “mudar
o chip” e “pensar nesta competição”,
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 33
Estádio do Dragão, Porto 20h05: SP-TV1
FC Porto 4-3-3
Helton
Álvaro
Rolando Otamendi Pereira
Fucile
Fernando
Guarín Moutinho
Hulk Varela
Falcao
Welliton
D. Kombarov Alex McGeady
Carioca Ibson
Makeev K. Kombarov
Rojo Sheshukov
Dikan
Spartak Moscovo 4-2-3-1
Árbitro: S. Gumienny (Bélgica)
Dragão, agora no papel de adversário.
Ontem, na conferência de impren-
sa de antevisão da partida, o médio
reconheceu que “o FC Porto é favo-
rito”, mas avisou que os jogadores
do Spartak estão “preparados e con-
fiantes” na possibilidade de conseguir
“um bom resultado”. “A ansiedade é
grande. Estive cá dois anos e meio e
é um clube que tenho guardado no
meu coração. Mas agora estou no
Spartak e tenho de defender esta ca-
misola”, lembrou o brasileiro, que
apostou com Helton um jantar. Paga
quem perder a eliminatória.
onde os portistas têm “muitas ambi-
ções”. O adversário merece elogios,
porque tem “jogadores que podem
desequilibrar, como Alex”, e o “gole-
ador” Weligton. “Um bom resultado”
será “garantir uma vantagem para o
jogo da segunda mão”.
A vitória na Liga Europa seria “mui-
to importante” para a carreira de Fal-
cao, que se sente “bem” e “muito agra-
decido” por tudo o que recebeu no FC
Porto. “No próximo ano, temos a Liga
dos Campeões para disputar. Excep-
to se a direcção tomar uma decisão
diferente, estou disponível para uma
renovação”, confidenciou.
Os regressos de Walter e Souza e a
ausência de Ruben Micael e Sapunaru
são as notas de destaque dos convo-
cados portistas. D.A.
34 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Desporto
Liga Europa “Águias” recebem hoje equipa holandesa nos quartos-de-final
Um PSV na Luz
com a cabeça
no campeonato
Adversário do Benfica teve prejuízos
de 17,5 milhões e estuda redução de
custos. Prioridade é ir à Champions
Hugo Daniel Sousa
a Tal como o Benfica, o PSV é um
grande clube de um pequeno país
da Europa do futebol. Tal como o ri-
val que hoje enfrenta no Estádio da
Luz, estar na Liga dos Campeões é
essencial para ter boas finanças. E
tal como o Benfica, o clube holan-
dês apresentou prejuízos elevados
na época passada. A diferença é que
a equipa de Jorge Jesus foi campeã e
garantiu depois cerca de 80 milhões
de euros em vendas de jogadores,
enquanto os holandeses ficaram no
terceiro lugar e venderam a pérola
da equipa (Afellay) ao Barcelona, por
apenas três milhões.
Estas são algumas das razões para
o jogo desta noite ser muito mais im-
portante para o Benfica do que para
o PSV. Arredada da luta pelo título
em Portugal, a equipa de Jorge Jesus
quer agora concentrar-se nas outras
provas e especialmente nas competi-
ções europeias, onde não conquista
um título há 49 anos.
O PSV também não ganha uma
competição europeia há 23 anos
(desde aquela final com o Benfica,
em que Van Breukelen defendeu o
penálti de Veloso), mas a priorida-
de do clube não passa por ganhar a
Liga Europa. Porquê? Voltamos aos
cifrões. Os 17,5 milhões de euros de
prejuízo na época passada devem-se,
em boa medida, à ausência da Cham-
pions, um cenário que se repetiu na
presente temporada. Ficar duas épo-
Estádio da Luz, Lisboa 20h05: SIC
Benfica 4-1-3-2
Roberto
Maxi Luisão Sidnei Coentrão
J. García
Salvio Aimar Gaitán
Saviola Cardozo
Lens Berg Dzsudzsák
Engelaar Hutchinson
Pieters
Bakkal
Manolev
Bouma Marcelo
Isaksson
PSV 4-3-3
Árbitro: Paolo Tagliavento (Itália)
Jorge Jesus aposta forte no regresso do Benfica às vitórias europeias
cas seguidas fora da Liga milionária
é mau, três é um pesadelo.
E, por isso, apesar da derrota no
fim-de-semana frente ao Twente, que
o fez perder a liderança para a equipa
de Michel Preud’homme, o PSV conti-
nua com a cabeça mais virada para o
campeonato. Por um lado, ainda tem
cinco jornadas para recuperar dois
pontos ao Twente. E, por outro, tem,
pelo menos, de defender o segundo
lugar, que dá acesso à terceira pré-
eliminatória da Liga dos Campeões.
A situação financeira do PSV, aliás,
está no topo da actualidade. Soube-se
nesta semana que o clube encomen-
dou um estudo a uma empresa de
consultadoria, a McKinsey. Excepto
jogadores e treinadores, todos os fun-
cionários do clube estão a ser entre-
vistados. O objectivo é saber onde se
pode poupar ou ser mais eficiente.
Segundo a imprensa holandesa, a Comparação entre Benfica e PSV Objectivo: meias-finais
Valores da época 2009-10 em milhões de euros
meta é cortar dez milhões de euros,
algo que o PSV não confirma. “Nunca
falamos de dinheiro, mas este estudo
Roberto está no
é apenas para a organização global do
clube e não inclui jogadores”, disse
Receitas Benfica
PSV
para quebrar 17
ao PÚBLICO Pedro Salazar Hewitt, Bilheteira/Estádio
director de comunicação do clube. 24.2
À semelhança do que fazem tam- 23.6 a A última vez que o Benfica atingiu
bém os principais clubes portugue- Despesas uma meia-final das competições eu-
TV/Media
ses, o PSV tenta contratar jogadores Operacionais ropeias foi há 17 anos. Na Taça das
baratos, para depois os rentabilizar. 8.8 Taças de 1993-94, a equipa então
Foi assim, por exemplo, com Romário 4,96 72,5 orientada por Toni caiu às mãos do
e Ronaldo, que chegaram à Europa Patrocínios Parma. Jorge Jesus não hesita, por is-
57,6
para jogar no clube, antes de se mu- so, em considerar a Liga Europa uma
darem para o Barcelona. Depois de 14.4 “competição importantíssima”, até
ter catapultado para a fama jogadores 13.7 Custos salários porque “há muitos anos que o Benfi-
como Gullit, Van Nistelrooy ou Cocu, Merchandising ca não está numa final [desde 1990]”:
o PSV teve em Afellay a sua mais re- 2.9 “Temos muita vontade de passar a eli-
cente pérola, vendida ao Barça por 2.8 minatória. Chegando às meias-finais,
um valor relativamente baixo.
Prémios UEFA
38.3 32.9 tudo se torna mais fácil”, disse ontem
Foi-se Affelay, mas ficaram outros o treinador.
bons jogadores. O avançado húngaro 2.9 Salvio, avançado argentino, foi
Balázs Dzsudzsák, em quem a Juven- ainda mais longe, assumindo desde
1.9
tus está interessada, será certamente já o objectivo de ganhar a competi-
uma das principais ameaças para o Proveitos totais ção, que ele no ano passado ajudou o
Benfica na eliminatória que hoje se 66.4 Atlético de Madrid a conquistar. “Para
inicia. O mesmo se pode dizer de ou- 51,9 nós, o importante é ganhar. Não im-
tro avançado, Jeremain Lens, adqui- porta com quem jogamos. Queremos
rido ao AZ Alkmaar por 6,1 milhões Transferências ganhar a Liga Europa, derrotando o
de euros. O sueco Ola Toivonen, tal- Época 2010-11 Resultado líquido FC Porto ou quem seja”, disse o ar-
vez a principal figura da equipa, está gentino, quando foi questionado se
lesionado e foi à Sérvia ser tratado Vendas desejava uma final com os portistas.
pela polémica Mariana Kovacevic, co- 80 Para a final, no entanto, ainda fal-
nhecida por usar fluidos de placenta
de égua para curar lesões de futebo-
8 -18,9 -17,5 tam duas eliminatórias. E o plano de
Jorge Jesus para o encontro desta noi-
Compras
listas. Frank Lampard e Van Persie te (20h05) é vencer, com o guarda-
foram alguns dos seus clientes. Ago- 36,6 redes Roberto a fazer parte das contas
ra foi Toivonen, que não estará em 12,1 do treinador, apesar do erro cometido
Lisboa, mas defrontará o Benfica na no jogo com o FC Porto. “Tenho máxi-
Fonte: Relatórios e contas de Benfica e PSV; Transfermart, PÚBLICO
próxima semana, em Eindhoven. ma confiança nele. Esteve muito bem

FRANCISCO LEONG/AFP
plano de Jesus
anos de seca
em 90 por cento das situações técni-
cas que teve, exceptuando o golo”,
disse Jorge Jesus, argumentando que
Roberto tem de melhorar a sua “con-
centração”. “É um guarda-redes para
quem as coisas mais fáceis são as mais
difíceis. Se repararem, nos momentos
difíceis, está sempre bem”, acrescen-
tou o técnico, confirmando, por outro
lado, que Maxi Pereira também deve-
rá voltar ao lugar de lateral-direito, se
não houver nenhum problema físico
de última hora — Luís Filipe integra a
convocatória, mas em princípio ape-
nas por precaução, já que Airton está
lesionado e não restam mais opções
para lateral-direito.
Nos últimos seis jogos em casa, o
Benfica começou sempre a perder.
Em quatro ocasiões,
acabou por recuperar,
numa empatou (Porti-
monense) e noutra perdeu
(FC Porto). Não sofrer golos em
casa nas competições europeias é
importante, mas Jorge Jesus conside-
ra que fundamental mesmo é vencer.
“O importante é ganhar, mesmo que
o Benfica comece a perder. É claro
que o 1-0 será melhor do que o 2-1,
mas o primeiro objectivo é ganhar”,
disse o técnico, que ainda não conta
com Carlos Martins. H.D.S.
Reforços
Bruno César diz por
que vem para o Benfica
Bruno César, reforço do Benfica
para a próxima época, quer
voltar a jogar ao mais alto
nível e reconhece que o facto
de não ser primeira opção
no Corinthians foi decisivo
para aceitar a proposta dos
“encarnados” – assinou um
contrato válido por seis anos,
com uma cláusula de rescisão
no valor de 30 milhões de euros
e vai integrar o plantel das
“águias” a partir de 1 de Junho,
mantendo-se, até lá, integrado
na equipa do Corinthians.
“Tinha que ver o momento. Se
estivesse num momento bom,
acho que não daria para sair.
Não sei. Independentemente de
estar a jogar ou não, foi uma boa
proposta para ambas as partes”,
argumentou o médio brasileiro
em declarações reproduzidas
pelo jornal brasileiro O Globo.
Bruno César Zanaki chegou
ao Corinthians há menos de
um ano, após ter sido a grande
revelação do campeonato
paulista ao serviço do Santo
André, mas, logo após a
sua chegada, os problemas
começaram a surgir, tendo sido
suplente em praticamente toda
a época: “Atribuo isso à má
fase no começo da temporada.
Os resultados não aparecem
e começa a surgir um monte
de coisas. É a mesma coisa
com o meu comportamento.
As pessoas confundem, dizem
que voltei com peso a mais,
que discuti com o Ronaldo,
que estava muito estrela, que
estava sempre na noite. O meu
comportamento é o mesmo,
estando na reserva ou não.”
Entretanto, surgem na
imprensa outros nomes
associados ao reforço do plantel
“vermelho e branco” para a
próxima temporada. O defesa-
central Léo, do Cruzeiro de Porto
Alegre, é o mais recente. O diário
desportivo O Jogo avança que
o Benfica terá de desembolsar
uma verba a rondar o milhão
de euros pela transferência. No
clube desde 2008, o jovem de
23 anos, com 1,96m de altura,
está a ser um dos destaques do
Cruzeiro na presente época e,
de acordo com o site oficial do
emblema brasileiro, o jogador
está em Lisboa para
assinar por um clube
português,
mas sem
especificar o
nome do emblema,
referindo apenas
que o jogador
terá 15 dias para
fechar um acordo.
O Benfica, por seu
lado, não confirmou
oficialmente a
contratação. V.C.R.
Confronto inédito
O Dínamo é favorito mas o Braga
não vai a Kiev jogar para o empate
Marco Vaza
Domingos Paciência
acredita que a carreira
dos minhotos na Liga
Europa ainda não acabou
a O Dínamo de Kiev é um histórico
do futebol soviético e, apesar de não
ser a maior potência ucraniana da
actualidade (esse estatuto pertence
ao Shakthar Donetsk), é uma força a
ter em conta nesta Liga Europa, em
que é a equipa com melhor ataque
(20 golos marcados, mais um que o
FC Porto) e já não perde em casa pa-
ra as competições europeias desde
Dezembro de 2009. Por isso, Domin-
gos Paciência, treinador do Sporting
de Braga, considera que a formação
ucraniana é favorita nestes quartos-
de-final da Liga Europa, cujo encon-
tro da primeira mão se disputa hoje,
em Kiev, mas revela que os minhotos
não se vão limitar a jogar para o em-
pate, porque tal seria uma traição à
sua natureza.
“Pelo seu passado e experiência,
e se nos lembrarmos de jogadores
como Shevchenko, que passou por
equipas como o Chelsea e o Milan,
tem que ser atribuído o favoritismo
ao Dínamo. É das equipas mais peri-
gosas que estão na Liga Europa e, à
partida, é mais forte que nós, mas há
90 minutos para jogar e tudo pode
acontecer. Para deixar tudo em aber-
to para a segunda mão, um bom re-
sultado passa por não perder, isso já
seria bom, mas não vamos jogar para
o zero a zero. Não sei jogar de outra
forma senão para ganhar, indepen-
dentemente de quem está do outro
lado”, diz o técnico do Sp. Braga.
Para Domingos, a missão do vice-
A estrela do Dínamo de Kiev
Schevchenko voltou a ser feliz em casa
a Em 2011, Schevchenko está longe
de ser considerado um dos melhores
avançados do mundo. Não é a máqui-
na goleadora dos primeiros tempos
do Dínamo de Kiev ou dos tempos de
glória do Milan, mas também já não é
a sombra das duas épocas do Chelsea.
A jogar no seu país desde 2009, “Sche-
va”, de 34 anos, está algures no meio.
É uma referência da equipa, um ídolo
para os adeptos e um tutor para os
mais jovens. Schevchenko regressou
a casa e voltou a ser feliz.
Voltou a marcar golos e não abdica,
como alguns jogadores mais vetera-
nos, de actuar na selecção ucraniana,
com o objectivo de estar em pleno no
Euro 2012, que o seu país vai organizar
em conjunto com a Polónia. Num pas-
Domingos Paciência
campeão português na Europa, em
que está a ter a sua melhor partici-
pação de sempre e na qual já deixou
pelo caminho equipas como o Sevi-
lha, o Celtic de Glasgow e o Liverpo-
ol, ainda não acabou: “Não concor-
do que digam que o Sp. Braga já fez
a parte dele na Liga Europa por ter
atingido os quartos-de-final. Ainda
não fez, pode fazer ainda mais esta
época.” O técnico bracarense revelou
ainda que Matheus, antigo jogador
do clube e que se transferiu para os
ucranianos do Dnipro, visitou os seus
antigos companheiros e confessou ter
apostado com os colegas de equipa
em como o Sp. Braga passa a elimi-
natória.
Sem sorte com portugueses
O Dínamo de Kiev já é um velho co-
nhecido das equipas portuguesas
nas competições europeias, mas não
sado não muito distante, Schevchenko
era anunciado como o grande trunfo
de Roman Abramovich no seu projec-
to de um Chelsea de dimensão euro-
peia. Mas à revelia de José Mourinho,
que nunca gostou das interferências
do oligarca russo na gestão da equipa.
Por isso, e pelas constantes lesões, o
avançado ucraniano nunca foi um dos
preferidos do técnico português. Jo-
gou pouco, marcou ainda menos, era
acusado de ser amigo do dono e a sua
fama diminuiu consideravelmente.
O Chelsea nunca iria recuperar o in-
vestimento de 30 milhões de libras (34
milhões de euros) por um jogador em
baixo de forma e de prestígio e, depois
de um empréstimo sem sucesso ao Mi-
lan, deixou-o partir a custo zero para
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 35
Valeriy Lobanovskiy, Kiev 20h05: SP-TV2
Dínamo Kiev 4-2-3-1
Koval
Danilo Silva Yussuf Mikhalyk Popov
Vukojevic Eremenko
Schevchenko
Husev
Milevskiy
Yarmolenko
Mossoró Lima Alan
Paulo César
Hugo Viana Vandinho
Sílvio Miguel
Kaká Paulão Garcia
Artur
Sp. Braga 4-2-3-1
Árbitro: Björn Kuipers (Holanda)
tem tido grande sorte. Em dez jogos
disputados, apenas venceu por três
vezes, mas nunca ganhou uma elimi-
natória. O FC Porto foi a única equi-
pa portuguesa que já encontrou por
duas ocasiões, a primeira nas meias-
finais da Taça dos Campeões Euro-
peus em 1987 (duas derrotas, ambas
por 2-1), ano em que os portistas con-
quistaram o troféu pela primeira vez.
Depois, em 2008, na fase de grupos
da Liga dos Campeões, a formação
ucraniana até venceu no Dragão por
1-0, mas perdeu em casa por 2-1.
O Sp. Braga nunca defrontou o Dí-
namo nas competições europeias e a
sua única experiência com equipas
ucranianas aconteceu já esta época,
na sua estreia na Liga dos Campeões.
O Shakthar Donetsk foi um dos seus
adversários na fase de grupos e o úni-
co a quem não conseguiu vencer, per-
dendo ambos os encontros.
o Dínamo. O próprio Schevchenko ab-
dicou de um generoso contrato com o
Chelsea para voltar a um clube onde
foi cinco vezes campeão (entre 1995 e
1999). Logo no primeiro jogo, marcou
um golo e acabou a temporada com
oito golos, ele que marcara 22 em duas
épocas com o Chelsea.
Na presente temporada, tem sido
fundamental na boa carreira euro-
peia do Dínamo, já com cinco golos
marcados, dos 20 que a equipa leva
na Liga Europa, a mais concretizado-
ra da competição. Mesmo não sendo
o mesmo, a sua lenda ainda assusta.
As palavras de Miguel Garcia, lateral-
direito do Sp. Braga, dizem tudo: “É
o mais experiente e o que pode dese-
quilibrar mais.” M.V.
36 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011
Desporto
O Benfica está mal entregue. Opinião de Luís Francisco em http://desporto.publico.pt/
Liga dos Campeões
Stamford Bridge já não assusta o Manchester United
Nuno Sousa
Rooney pôs fim ao jejum de
vitórias dos red devils em
Stamford Bridge, que durava
desde 2002. Em Barcelona, o
Shakhtar despistou-se (5-1)
A Em Abril de 2002, Paul Scholes,
Ruud Van Nistelrooy e Solskjaer ga-
rantiram ao Manchester United uma
vitória confortável em Stamford Brid-
ge, na 36.ª jornada da Premier Lea-
gue. Ontem, também em Abril e pra-
ticamente nove anos depois, os red
devils voltaram a ganhar em casa do
Chelsea (0-1) e deram um passo em
frente na direcção das meias-finais
da Liga dos Campeões.
Foi um daqueles jogos que pode-
riam ter caído para qualquer lado,
mas a única bola que caiu dentro da
baliza saiu do pé direito de Wayne
Rooney. Passe longo da direita, ex-
celente trabalho individual de Ryan
Giggs (ele, que se estreou nas provas
da UEFA em Novembro de 1991, já lá
vão quase duas décadas), assistência
para o centro da área e o número 10
do United a emendar para o segun-
do poste.
Isto foi aos 24 minutos. Aos 45’,
Futebol
FC Porto acusa Benfica de decalcar “propaganda nazi”
a Há um novo capítulo na intermi-
nável novela de troca de acusações
e provocações entre FC Porto e Ben-
fica. Depois do “apagão” eléctrico no
Estádio da Luz, no passado domingo,
no jogo que coroou o novo campeão
nacional, os “dragões” vêm repudiar
a teoria de que se trataria de uma
espécie de resposta a um suposto
incidente semelhante, registado no
Porto, dois meses antes.
“Pode enganar-se toda a gente du-
rante um certo tempo, pode mesmo
enganar-se algumas pessoas todo
Sporting
Comissão quadripartida vai supervisionar auditoria
a Uma comissão quadripartida, com
nomes indicados pelo conselho direc-
tivo do Sporting e pelos ex-candida-
tos à presidência Dias Ferreira, Pedro
Baltazar e Abrantes Mendes, vai su-
pervisionar a auditoria às contas do
clube. A decisão foi tomada ontem,
após uma reunião em Alvalade que
envolveu os três ex-candidatos e a di-
recção do clube, presidida por Luís
Godinho Lopes.
“Foi criado um grupo, com um
representante de cada um dos pre-
Ramires e Patrice Evra lutam a meio-campo pela posse de bola
sentado atrás de Carlo Ancelotti,
David Luiz (impedido de jogar, uma
vez que já tinha participado na pro-
va pelo Benfica, na fase de grupos)
viu da bancada Fernando Torres e
Frank Lampard falharem o empate
em cima do intervalo, naquela que
foi a melhor oportunidade dos blues.
o tempo, mas nunca se conseguirá
enganar toda a gente sempre. Vem
isto a propósito de mais uma mentira
cirurgicamente posta a circular nos
últimos dias pelo habitual ministério
da propaganda com o simples objec-
tivo de limpar a imagem de quem não
tem vergonha e, ao mesmo tempo,
manchar a imagem do FC Porto”,
denuncia o campeão nacional, em
comunicado.
Em causa está aquilo que os “dra-
gões” consideram ser a “propaganda
que na noite de segunda-feira chegou
sentes nesta reunião, que irá definir
um prazo e o âmbito da auditoria e,
depois, criar um concurso para a de-
finição da empresa que irá realizar
a auditoria, que será supervisionada
A realização
de uma auditoria
às contas do
clube tinha
sido uma das
bandeiras de
campanha de
Godinho Lopes
O espanhol desviou primeiro para
o poste, o inglês fez a recarga já em
contrapé e a bola encontrou Evra em
cima da linha de golo.
Van der Sar não sofreu golo nessa
altura por uma questão de sorte, nem
aos 75’, mas dessa vez por mérito. Bo-
singwa arrancou um bom cruzamen-
ao programa Dia Seguinte, da SIC No-
tícias, e que ontem [terça-feira] pros-
seguiu no programa Trio de Ataque
da RTPN”: “Que o FC Porto apagou a
iluminação do Estádio do Dragão logo
após o final do jogo com o Benfica,
para a Taça de Portugal, disputado
a 2 de Fevereiro, com o objectivo de
impedir os adversários de festejarem
a vitória com os seus adeptos”.
“Já não há pachorra para estas
mentiras sucessivas, num decalque
da propaganda nazi que acreditava
que uma mentira repetida mil vezes
por este grupo de quatro pessoas”,
explicou o Sporting num texto publi-
cado no site oficial. Em causa está o
escrutínio das contas desde 1995, mas
também a avaliação de um Livro Bran-
co (que analisa os resultados até esse
ano), apresentado em 2000.
“Definido o âmbito e o prazo da
auditoria, seguir-se-á a escolha das
empresas para concurso para depois
avançar, esperando todos que este
processo se realize no mais curto es-
paço de tempo possível”, acrescenta
ADRIAN DENNIS/AFP
to da direita, Torres cabeceou em ar-
co e o holandês fez a defesa da noite.
Vinte e quatro minutos antes, Nani
tinha entrado em campo para subs-
tituir Rafael mas não teve espaço de
manobra para mais do que dois ou
três raides e um par de remates, pa-
râmetro estatístico no qual o Chelsea
se tornava verdade”, continua o FC
Porto, admitindo que os jogadores
recusaram entrar em campo na Luz
de mãos dadas com crianças equipa-
das à Benfica.
O motivo? “Sempre que se fazem
este género de iniciativas, equipam-
se as crianças com os equipamentos
dos dois clubes e cada um entra em
campo com as crianças com as cores
adversárias. O Benfica recusou-o, co-
mo confirmou através da chamada
telefónica que fez para o programa
Trio de Ataque”.
o documento. Este escrutínio, de res-
to, tinha sido uma promessa repetida
do actual presidente durante a cam-
panha eleitoral.
Fora desta operação ficou o ex-
candidato Bruno de Carvalho, que na
semana passada avançou com uma
providência cautelar no sentido de
suspender os resultados do contur-
bado acto eleitoral que decorreu no
dia 26 de Março e que resultou na
vitória de Godinho Lopes, por uma
margem de 360 votos.
até levou a melhor (14 contra 9). Na
segunda mão, em Old Trafford, te-
rá se de ser mais eficaz, porém, se
quiser inverter o rumo da elimina-
tória.
Eliminatória que está muito bem
encaminhada (para não dizer fecha-
da) para o Barcelona, que repetiu on-
tem a goleada com que abriu a sua
participação nesta edição da Liga
dos Campeões: 5-1. Em Setembro,
a vítima tinha sido o Panathinaikos,
ontem foi o Shakhtar Donetsk.
E o festival catalão começou cedo.
Aos 2’, uma assistência de Messi con-
tou com um desvio de um defesa pa-
ra os pés de Iniesta, que ficou na cara
de Pyatov. O Shakthar tentou respon-
der, mas Luiz Adriano e Willian ti-
nham deixado a pontaria na Ucrânia.
Aproveitou o Barça: passe magistral
de Iniesta, domínio e conclusão per-
feitos de Dani Alves, aos 34’.
No segundo tempo, Piqué (53’),
na sequência de um canto, ampliou
para 3-0, Rakitskiy ainda reduziu
ao desviar um livre indirecto para a
baliza, mas Keita, no lance seguinte,
arrumou a questão com um remate
de pé esquerdo. Até final, ainda hou-
ve tempo para Xavi fazer o gosto ao
pé, após passe de Daniel Alves (86’),
e transformar a segunda mão num
mero pró-forma.
Andebol
“Encarnados”
batem FC Porto
e aproximam-se
da liderança
David Andrade
a O Benfica derrotou ontem na Luz
o FC Porto por 26-24, na partida que
encerrou a 1.ª jornada do Grupo A do
campeonato nacional de andebol, e
reduziu para apenas um ponto a di-
ferença para ABC e FC Porto, que li-
deram a classificação.
Após a qualificação para as meias-
finais da Taça Challenge, onde vai
defrontar o Partizan de Belgrado,
o Benfica apresentou-se sem Zaikin
(lesionado) e Rui Silva (castigado),
enquanto o FC Porto já contou com
Tiago Rocha.
O jogo teve domínio “azul e bran-
co” durante grande parte do jogo e os
portistas chegaram ao intervalo com
dois golos de vantagem. Na segunda
parte o Benfica aproveitou as exclu-
sões de atletas do FC Porto para se
aproximar no marcador e, a cerca de
cinco minutos do fim, passou mesmo
para a frente (25-24). Com algumas
precipitações dos portistas e exce-
lentes defesas de Ricardo Candeias, o
Benfica segurou a vantagem e alcan-
çou uma vitória fundamental.

Espaçopúblico
“Ninguém sai bem disto” sai sempre bem e sem nunca se comprometer. Já “Nunca se viu nada assim” expõe-se muito mais
“Ninguém sai bem disto” e “Nunca se viu nada assim”
andam por aí
Q
uando alguma coisa corre mal a José
Sócrates, temos geralmente dois círcu-
los de reacção – o primeiro, de reacção
muito dura, conta com nomes como
Carlos César, Almeida Santos, Silva
Pereira, José Lello e Santos Silva. Este
primeiro círculo caracteriza-se por responder de
Helena imediato àqueles que põem em causa a versão de
Matos José Sócrates de determinado facto, transformando-
os de imediato em inimigos. O segundo círculo é
composto pelos agrupamentos “Ninguém sai bem
disto” e “Nunca se viu nada assim”. Ao contrário do
primeiro círculo, que se caracteriza por responder
atacando, “Ninguém sai bem disto” e “Nunca se viu
nada assim” não criticam aparentemente ninguém.
Mas só aparentemente, porque, quando “Nunca se
viu nada assim” lastima que se tenha chegado a tal
estado de crispação e conflitualidade, concluindo
em seguida que, no passado, jamais se tinha visto tal
coisa, nivela todos por baixo. E quando “Ninguém
sai bem disto” torna iguais o primeiro-ministro e
aqueles que o acusam de mentir transforma todos
em mentirosos. Ora, temos de convir que é tecnica-
mente impossível conceber uma conspiração que
envolva, entre outros, Bagão Félix, Chico Buarque
de Holanda, Passos Coelho, 12 proprietários de casas
na Guarda, Faia e Porto da Carne, Cavaco Silva, o
jornalista Henrique Monteiro e o próprio José Só-
crates. Todas estas pessoas, a que por cansaço e
economia do espaço já nem junto outras, como as
envolvidas no caso Freeport, em determinado mo-
mento viram-se confrontadas com o facto de só lhes
restar a sua palavra contra a de José Sócrates.
As razões que os levaram a isto foram variadas:
o que se discutiu no Conselho de Estado (Bagão
Félix); quem pediu para ser apresentado a quem
(Chico Buarque de Holanda); o combinado acer-
ca das conversas mantidas com Sócrates (Passos
Coelho); a autoria de projectos de engenharia (12
proprietários de casas na Guarda, Faia e Porto da
Carne); o compromisso de reconduzir o médico
João Lobo Antunes no Conselho Nacional de Ética
para as Ciências da Vida (Cavaco Silva); o teor de
uma conversa telefónica com o primeiro-ministro
sobre o diploma deste (Henrique Monteiro); o co-
nhecimento da tentativa de aquisição da TVI ( José
Sócrates, ao telefone em Março de 2010, desmentido
em Junho de 2010 por José Sócrates na AR).
Os casos desta lista nada têm a ver com diver-
gências políticas. São simplesmente factos que se-
gundo os envolvidos correram de um modo e se-
gundo Sócrates doutro: no limite Sócrates acabou a
desmentir-se a si mesmo numa espécie de vertigem
que o leva a rechear o seu discurso de “nãos” abso-
lutos e de rotundos advérbios de modo. E quando
se esperava que esta banalização das acusações de
mentira causasse indignação e se procurasse apu-
rar quem mentia, eis que “Ninguém sai bem disto”
lança sobre todos o diáfano manto da insídia e, pior
que tudo, fica sorrindo com o ar de quem fez um
bom trabalho, enquanto paira acima dessas coisas.
“Ninguém sai bem disto” sai sempre bem e sem
nunca se comprometer.
Já “Nunca se viu nada assim” expõe-se muito
mais. Logo à partida porque como é óbvio já se viu
muita coisa assim. Em matéria de discordância so-
bre o discutido no Conselho de Estado basta recuar
a 2000, ano em que, como o PÚBLICO explicava
na sua edição da última terça-feira, Álvaro Cunhal
acusou Cavaco Silva de ter, no Conselho de Estado,
defendido o fim do apoio português à guerrilha ti-
morense. Cavaco Silva reagiu exigindo a divulgação
da acta dessa sessão do Conselho de Estado, o que
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 37
JEAN-CHRISTOPHE VERHAEGEN/AFP
Bagão Félix, Chico gerou um grande debate em tor-
no do sigilo desses documentos:
Buarque de Holanda, 30 anos foi o prazo fixado para que
elas sejam reveladas, mas em “ca-
Passos Coelho, Cavaco
sos excepcionais” o Presidente da
Silva, o jornalista República pode autorizar a divulga-
ção das actas, sobretudo se estiver
Henrique Monteiro e o em causa a defesa das instituições
próprio José Sócrates. ou a honra de pessoas.
Logo se os fiéis do “Nunca se
Todas estas pessoas, em viu nada assim” fossem um pouco
mais estudiosos perceberiam que
determinado momento
Cavaco Silva, o homem que por ex-
viram-se confrontadas periência própria sabe que se po-
dem divulgar actas do Conselho
com o facto de só lhes de Estado, não ficou propriamen-
restar a sua palavra te tranquilo quando viu Sócrates a
negar – seis vezes repetiu não – que
contra a de José Sócrates o Conselho de Estado tivesse abor-
dado a temática do pedido de ajuda honra das pessoas as actas do último Conselho de
externa. As declarações de Bagão Félix desmentindo Estado. “Nunca se viu nada assim” devia estudar
Sócrates, a que se seguiram as declarações de Carlos mais e subestimar menos, mas está-lhe na massa do
César, Almeida Santos e António Capucho, criaram, sangue acreditar que a História começa consigo.
propositadamente por parte de Bagão e inadverti- E agora que chego ao fim desta crónica e se sabe
damente por parte de César e Almeida Santos, as que Governo vai oficialmente pedir ajuda externa,
condições de “caso excepcional” para que Belém qual vai ser a versão do que se discutiu no Conselho
divulgue em nome da defesa das instituições e da de Estado? Ensaísta
As actas desaparecidas do Conselho de Estado
a Agora que tanto se fala de discutiu no Conselho de Estado, não existe. Contudo, entre aqueles
Conselho de Estado convém Almeida Santos, tenha há 37 que estiveram presentes há quem,
recordar que no final dos anos 90 anos vivido situação semelhante como o general Diogo Neto, tenha
se descobriu que não só tinham a propósito daquele célebre feito questão de frisar que exigiu
desaparecido as actas do Conselho Conselho de Estado de Julho de uma adenda à acta explicando por
de Estado anteriores ao 25 de Abril, 1974, que, contrariando o que que votava contra. E houve também
como se acabou por concluir que fora anunciado aos portugueses quem se demitisse, como foi o
entre o 25 de Abril de 1974 e a no dia 25 de Abril pela Junta caso do então primeiro-ministro,
entrada em vigor da Constituição de Salvação Nacional, decidiu Palma Carlos, que para memória
de 1976 nem sequer se redigiram que era constitucional avançar futura explicou aos ministros do
essas actas. Por outras palavras, imediatamente, logo sem esperar seu Governo e aos portugueses
perdemos o rasto ao que disseram pelas eleições, nas negociações que se demitia porque: “Não quero
sobre os grandes problemas com vista às independências dos morrer como traidor à Pátria.”
da pátria aqueles que em cada territórios ultramarinos, o que Talvez por causa da memória, a
momento foram considerados o obviamente transformou o PAIGC, acta não foi escrita. Ou não aparece.
escol do país. a Frelimo e o MPLA nos únicos Ou simplesmente desapareceu.
É, aliás, singular coincidência que interlocutores de Lisboa nesses Como se vê, o Conselho de Estado
um dos protagonistas da recente processos. nem sempre consegue contar a sua
polémica em torno do que se A acta desse Conselho de Estado própria História.
Uma impressionante falta de bom senso
a “Professor pedófilo regressa abusa. O outro aspecto prende-se temos o direito de saber qual o
à escola.” Se o menor em causa com a readmissão do professor procedimento da escola nessa
tivesse estado numa das festas de na escola. Na minha opinião as matéria.
Berlusconi, a chamada “imprensa escolas frequentadas por menores A pessoa em causa teve muito
de referência” ter-lhe-ia dado devem excluir do universo dos provavelmente a pena adequada e
honras de capa. Assim ficou-se seus trabalhadores pessoas sobre mesmo que assim não tenha sido
pelo Correio da Manhã e pouco as quais recaiam ou tenham não se pode pedir ao tribunal que
mais. Contudo, há neste caso dois recaído acusações de pedofilia. resolva o que é do domínio da
aspectos que convém realçar. Vão dizer-me que este princípio sociedade, da política e dos valores,
Um deles é que este professor levaria a afastamentos injustos. ou seja, que por obra e graça da
era também membro duma Provavelmente sim. Mas tal como prisão afaste da escola quem não
Comissão de Protecção de Crianças devemos exigir que na dúvida os deve ser professor.
e Jovens em Risco e que nessa tribunais não condenem (e que A transferência para o foro da
qualidade era tutor do menor em mesmo na certeza sejam tolerantes justiça do que são questões éticas,
causa – ou seja, repete-se aqui nas penas), temos também de quando não do mais básico bom
o perturbante padrão da Casa exigir que, na dúvida, as escolas senso, como é este caso, está a fazer
Pia em que quem devia proteger não contratem. Ou pelo menos de nós piores pessoas.
38 • Público • Quinta-feira 7 Abril 2011

Editorial
– frágil, incapaz de se governar,
O fim de uma dependente do estrangeiro para
curar os seus excessos. Como em
crédito. Sabemos, também, que
se não fosse a crise internacional
que deflagrou no Outono de 2008
de Estado, o Governo, a oposição e
o Presidente envolveram-se numa
guerra de protagonismos destinada

era com a tantos outros momentos, em 1977

ou em 1983, a solvência financeira
talvez pudéssemos manter essa
doce ilusão da normalidade mais
a salvar a pele própria enquanto os
mercados e as agências de rating

ajuda externa do Estado só será garantida com a

ingerência externa, mas se há 30
anos pareciam ainda aceitáveis as
debilidades do país que acabara de
sair de uma longa noite de autocracia
Depois do delírio das e de atraso, fomo-nos habitando à
últimas semanas, o anúncio ideia de que a integração europeia e
do recurso à ajuda externa a partilha do euro nos tornariam um
acaba por ser um alívio país normal.
um par de anos. Mas não podemos
também esquecer que os governos
de José Sócrates negaram a evidência
dos factos depois de se saber que
o mundo financeiro tremia com os
crimes do subprime, insistiram em
medidas que agravaram a situação
e tentaram branquear a crueza da
realidade até que, por imposição dos
afundavam ainda mais a dívida.
Depois deste delírio, o anúncio de
que o Governo vai recorrer à ajuda
externa acaba por ser um alívio. A
forma ponderada como Sócrates o
comunicou e o modo sensato como
Passos Coelho lhe reagiu são bons
augúrios. Talvez seja agora possível
encarar de frente os problemas e

H
á semanas que se sabia
que Portugal teria de
pedir ajuda externa
para evitar o colapso
financeiro, mas, para
a posteridade, a data de ontem
representará muito mais do que o
fim de um estado de negação, como
escreveu há dias o Financial Times
em editorial: significará o dia em que
o país se despediu de um período de
ambição europeia e voltou a assumir
a pose do velho Portugal de sempre
Já sabemos que o que nos trouxe
aqui não é apenas falha deste
Governo nem sequer dos governos
que se sucederam desde que o país
se começou a endividar para gastar
acima das suas posses, governava
então Cavaco Silva. Todos somos
responsáveis, quanto mais não seja
por não termos sido capazes de
ouvir os que insistiram na nudez
do rei que apregoava o crescimento
ilimitado ou denegriam os que
avisavam para a irracionalidade dos
hábitos que nos levaram a viver do
parceiros do euro, o Governo teve de
assentar os pés na terra.
Chegados aqui, seria impossível
a um Governo minoritário gerir
os enormes desafios que se lhe
colocavam. Paulatinamente, os juros
da dívida foram subindo, apesar da
sucessão de PEC e do Orçamento
mais restritivo da era da democracia.
No princípio de 2011, tornou-se claro
que nem o país, nem o Governo
seriam capazes de evitar o resgate
europeu e do FMI. Mas, em vez de o
reconhecerem com lucidez e sentido
começar a pensar no futuro, que,
em boa parte, depende do que agora
se fizer. Não será fácil aceitar mais
austeridade sobre a austeridade
já existente. Mas, mais sensível
ainda, será impossível aceitar mais
demagogia, mais irrealismo, mais
incompetência política ou mais falta
de responsabilidade. O regresso do
FMI é, para Portugal, uma severa
derrota, mas encaremos a realidade
como se o jogo ainda tivesse uma
segunda parte. Temos de acreditar
que podemos ainda ganhá-lo.

Cartas à Directora Comentários online

As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
e não prestará informação postal
sobre eles.
Email: cartasdirector@publico.pt
Contactos do Provedor dos Leitores
Email: provedor@publico.pt
Telefone: 210 111 000
Para que serve
a História?
Os programas mais antigos da
disciplina de História eram melhor
concebidos e tinham como objectivo
conhecer o passado das sociedades
e como os homens se organizaram,
viveram, lutaram e cresceram.
Não era por acaso que o curso
superior de História se denominava
de histórico-filosóficas, pois
é necessária uma capacidade
de pensamento estruturada e
organizada para entender os
fenómenos da evolução das
sociedades.
Para tornar tudo mais fácil e
menos trabalhoso, desestruturou-
se o curso, deixando para a
Filosofia quase só objectivos
do pensamento abstracto e,
para a História, um cardápio de
épocas e nomes de personagens
que sobressaíram em períodos
considerados essenciais, retirando-
lhe a sua última finalidade, que
é a compreensão da evolução da
humanidade e das diversas fases
por que esta tem passado.
Se os homens, em especial os que
têm responsabilidade de governar,
não conhecerem a evolução social,
a construção, a vida e a morte dos
impérios, países e civilizações,
não podem perceber o presente e
construir o futuro.
A História ensina-nos que
todos os impérios feneceram
e deram lugar a outros e que
novas civilizações ocuparam os
espaços de anteriores. As diversas
civilizações geraram dentro
delas os instrumentos da sua
autodestruição.
Portugal vai começar a
pagar a irresponsabilidade dos
seus governantes das últimas
décadas. Ignorantes da História,
irresponsáveis e incompetentes,
arfando a glória do poder,
acolitados por uma clientela
mesquinha e desonesta, passearam
pelas grandezas mesquinhas das
áleas da fama. (...) Quem tem
de pagar a factura monstruosa
é a esmagadora maioria dos
portugueses, os que nada tiveram
com a administração do país,
porque os verdadeiros
(ir)responsáveis estão a coberto
dos sacrifícios porque criaram uns
túneis para se safarem.
Joaquim Carreira Tapadinhas,
Montijo
Salvação nacional?
Em momentos de maiores
apuros, é natural que se exija
uma concentração de esforços
para ultrapassar as dificuldades e,
relativamente a Portugal, este é,
seguramente, um momento desses.
Daí algumas vozes falarem em
governos de “salvação nacional”
com um amplo espectro partidário.
Eu não acredito muito na eficácia
de um Governo tutti-frutti, ou arco-
íris, como pretenderem chamar.
Um órgão executivo tem que ter
competência, seguramente, mas
também não funciona sem coesão.
Penso que essa congregação de
esforços pode e deve ser feita, mas
a montante, na definição das linhas
políticas e das grandes opções. E
existe mesmo um órgão que, bem
utilizado, seria excelente para isso.
Chama-se Assembleia da República.
Ora bem, eu tenho muita
dificuldade em lembrar-me de
alguma discussão construtiva que
tenha ocorrido nesse plenário. (...)
Ainda recentemente, a brincadeira
de revogar o processo de avaliação
dos professores, sem entrar em
discussões sobre os méritos e
deméritos da mesma, é de um
oportunismo escandaloso. Desfazer
o que estava feito, porque se
ganham votos e mais espingardas
para a próxima legislatura, não é
sério… E quando os eleitores não
se sentirem representados nessa
brincadeira, vai ser mau.
Carlos J. F. Sampaio, Esposende
O PÚBLICO errou
Na notícia de ontem sob o título
Reabilitação da encosta do Casal
Ventoso ficou-se por um quinto do
projecto original, várias afirmações
são atribuídas, erradamente,
a João Figueiredo. Aquelas
declarações foram proferidas ao
PÚBLICO por Fernando Queirós,
também administrador da
empresa. Pelo lapso, as nossas
desculpas.
A minha pátria é a
língua portuguesa
É o bacalhau, o fado, as gentes,
o clima, as praias... O resto (os
políticos que nunca geriram o país
no interesse comum) é irrelevante.
Quanto à ideia de união ibérica, não
me choca, pois é algo que sempre
esteve na ordem do dia ao longo
da nossa História. Sim! Muitos
não conhecem a nossa História! O
patriotismo/nacionalismo, a ideia de
nação, surge apenas no séc. XIX!
D.P.R.
Entradas gratuitas
nos museus
Acabo de chegar da Índia, onde
visitei o Taj Mahal. A entrada
custou mais de 10 euros (e valeram
bem a pena). Mas o local estava
cheio. Uma quinta-feira à tarde.
Porquê? Obviamente, os indianos
não podem pagar 750 rupias
(10% do salário mínimo?), pelo
que os indianos têm um preço
adaptado às suas carteiras: cerca
de 30 cêntimos. Sou apologista de
a mesma política ser adoptada nos
museus e monumentos em Portugal
financiados pelo Governo central.
Miguel

Contribuinte n.º 502265094
Depósito legal n.º 45458/91
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Conselho de Administração
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210111006; Agenda 210111007;
Redacção 210111008; Publicidade
210111013/210111014 Porto Praça
do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453
Porto; Telef: 226151000 (PPCA) /
226103214; Fax: Redacção 226151099 /
226102213; Publicidade, Distribuição
226151011 Madeira Telef.: 934250100;
Fax: 707100049 Proprietário
PÚBLICO, Comunicação Social, SA.
Sede: Lugar do Espido, Via Norte,
Público • Quinta-feira 7 Abril 2011 • 39
Maia. Capital Social €50.000,00.
Detentor de mais de 10% do capital:
Sonae Telecom, BV Impressão
Unipress, Travessa de Anselmo
Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo,
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Bartoon Luís Afonso

O calor de noite

A
nteontem e ontem, por volta da meia-noite
em Lisboa, ainda a derrota do Benfica na Luz
arrefecia e escurecia mais do que até os mais
calorosos e iluminados tinham previsto, esta-
vam duas dezenas de graus centígrados.
Pela primeira vez este ano, as janelas estiveram aber-
Miguel tas e as sandálias continuaram calçadas. Até parecia que
Esteves estávamos nas benditas ilhas da Madeira, tão temperada
é a temperatura.
Cardoso Não ter frio nem calor é, sem dúvida, o maior luxo cli-
Ainda matérico que se pode ter. É o equivalente centígrado a
ontem dizer, com franqueza, que se está bem como se está. Es-
tando não só feliz como mais feliz do que se esperava.
A Primavera, este ano, atrasou-se. Mas parece que o
Verão, para compensar, está a tentar anunciar-se antes
do tempo. O mar não só está frio como está bravo: este
ano é a primeira vez que não tomo o primeiro banho em
Março. As noites mornas, secas e frescas de Portugal, a
cheirar a maresia ou a chuva destilada, são tão diferentes
das noites quentes americanas, africanas e orientais que
até parece que estamos num planeta diferente ou num
país meteorologicamente mágico, de que fazemos parte,
sem darmos por isso. A roupa seca ao sol. Os corações
também. Estamos todos fora do mesmo barco. Ninguém
sabe o dia em que entraremos no oceano Atlântico, mer-
gulhando como quem mergulha na própria nascença.
Mas há-de ser neste mês, neste calor, depois ou antes
duma destas noites quentes que aí vêm, abraçadoras – e
raríssimas. Está quase.

O Governo israelita tem razão em exigir a anulação do Relatório Goldstone que o próprio relator hoje renega na sua essência

A mea culpa do juiz Goldstone

N
a passada sexta-feira, o Washington Post pu-
blicou um artigo de Richard Goldstone, o juiz
que no seguimento da “Guerra de Gaza” de
2008-2009, elaborou um relatório encomen-
dado pelo Conselho dos Direitos Humanos
da Nações Unidas. Nesse relatório, que ficou conhecido
como o Relatório Goldstone, o Exército israelita era acu-
sado, tal como o Hamas, de “crimes de guerra” e “possi-
Esther
velmente de crimes contra a humanidade”. Mucznik
Dois anos depois, Goldstone vem a público fazer mea
culpa. O artigo tem por título Reconsiderando o Relatório
Goldstone sobre Israel e os crimes de guerra. Nele, o juiz
afirma que a investigação posterior demonstra que “Is-
rael dedicou recursos significativos a investigar as 400
alegações de abusos cometidos em Gaza”, contrariamen-
te ao Hamas, “cujas autoridades não fizeram nenhuma
investigação relativa ao lançamento de rockets e mortei-
ros contra Israel”. Mais, Goldstone escreve que enquanto
“os crimes alegadamente cometidos pelo Hamas foram
intencionais – sendo civis o alvo deliberado e indiscri-
minado dos seus rockets e morteiros”, as investigações
concluem que, apesar do grande número de mortos
palestinianos, “os civis não foram um alvo intencional
da política israelita”. O juiz exprime também
a sua confiança na capacidade de Israel de Goldstone teve a
responder adequadamente a eventuais abusos coragem de reconhecer
individuais que se venham a provar. “Se eu
soubesse na altura o que sei hoje, o relatório publicamente que
teria sido diferente”, reconhece.
Trata-se de facto de uma autocrítica signifi- errou, demonstrando
cativa que merece um louvor. Goldstone teve humildade e
a coragem de reconhecer publicamente que
errou, demonstrando humildade e honestida- honestidade. Mas
de, qualidades que devem ser destacadas. Mas infelizmente o mal está
infelizmente o mal está feito e foi imenso. Con-
tribuiu para a deslegitimação internacional de feito e foi imenso
Israel e do carácter moral do seu Exército, acusando-o
de assassinar deliberadamente crianças, mulheres e civis
indefesos. O facto de Goldstone ser judeu e sionista contri-
buiu para dar maior credibilidade ao seu relatório e para
o isentar de eventuais acusações de anti-semitismo. Teve
como consequências ameaças de mandatos de captura
em diversos países de representantes oficiais israelitas sob
a acusação de crimes de guerra, campanhas de boicote
visando artistas, intelectuais e académicos, manifestações
contra o apartheid israelita, condenações sucessivas por
parte do Conselho de Direitos Humanos, agora mais livre
de constrangimentos e seguro da sua razão… Em certos
casos ainda é mais grave: o boicote estende-se a judeus
não israelitas, apoiantes de Israel, impedidos de fazer con-
ferências ou actos públicos como aconteceu em Março,
na Noruega, com o jurista americano Alan Dershowitz,
demasiado “controverso”…
Mas o mais grave no relatório de Goldstone foi o estabe-
lecimento de uma equivalência moral, jurídica e política
entre o Hamas e o Exército israelita. Como tive ocasião
de escrever na altura, não há comparação possível entre
atingir deliberadamente civis, as suas casas, escolas e
hospitais, como faz o Hamas de há anos a esta parte, e o
esforço de Israel para destruir a infra-estrutura militar
terrorista, apesar de lamentáveis excessos. São compor-
tamentos que pertencem a universos morais distintos.
Enquanto Israel procura defender os seus cidadãos no
quadro da lei internacional que permite a um Estado agir
em legítima defesa, o Hamas visa especificamente os civis
israelitas, utilizando e explorando o sofrimento da sua
própria população que utiliza como escudos humanos,
ao arrepio de toda a legislação e ética internacionais.
É por isso que a autocrítica de Goldstone é importante.
Como refere Carlo Strenger no jornal Haaretz: “Ela prova
quão diferentes são Israel e o Hamas.” Mas, tal como acon-
teceu com o dito “massacre” de Jenin, que se provou poste-
riormente que não existiu ou com a morte de Muhammad
al-Durrah, a criança que se tornou um símbolo da “selvaja-
ria” de Israel imediatamente acusado da sua morte, acusa-
ção posteriormente posta em causa por uma investigação
mais cuidada, a revisão de Goldstone pouco vai mudar. O
mal está feito: perduram as imagens, os símbolos, as ideias
feitas, as vontades políticas e ideológicas…
Apesar disso, o Governo israelita tem razão em exigir
das Nações Unidas a anulação do Relatório Goldstone que
o próprio relator hoje renega na sua essência. Seria uma
decisão importante que no mínimo ajudaria a restabelecer
um pouco da confiança dos israelitas, hoje no ponto zero,
na imparcialidade e justo arbítrio das Nações Unidas. Mas
o Conselho dos Direitos Humanos da ONU já veio recusar
qualquer alteração, afirmando que continua a conside-
rar o relatório de Goldstone como “legítimo”. Outra coisa
não seria de esperar por parte de um Conselho constituí-
do entre outros por países como Argélia, Arábia Saudita,
Azerbaijão, Bangladesh, Cuba, Nigéria, Paquistão… que se
entretém a condenar sistematicamente Israel, enquanto
“esquece” o brutal assassinato da família Fogel ou agora
do actor judeo-cristão Juliano Mer-Kamis, em Jenin, onde
defendia no seu teatro a causa palestiniana e da paz.
Face a um inimigo sem restrições, nem limites éticos,
não é fácil traçar uma fronteira clara entre o direito e a
obrigação de autodefesa e ao mesmo tempo limitar ao
máximo as mortes e o sofrimento da população civil de
Gaza, sem dúvida a maior vítima da guerra provocada
pelo Hamas. Israel tirou uma lição: segundo Yoav Limor,
comentador militar da televisão pública, foram feitas
alterações no código ético do Exército e o estado-maior
anunciou a presença no terreno em eventuais grandes
operações militares de oficiais encarregados das questões
humanitárias e de procuradores militares. Seria bom que
outros seguissem o mesmo exemplo… Investigadora em
assuntos judaicos (esther.mucznik@netcabo.pt)

Amanhã
no ípsilon
Monte Hellman
Um dos mais
secretos
cineastas
americanos
retorna
à realização
Assuntos temporários
Reflexões sobre um fracasso político
Pedro Lomba
O
primeiro-ministro e o
ministro das Finanças
sempre se declararam
incompetentes para, à
frente de um Governo
de gestão, endereçarem um pedido
formal de ajuda externa ao FEEF/
FMI. Evidentemente, o que estava
em causa não era tanto a sua
menoridade política e muito menos
constitucional, que, aliás, nem
existiam nesses termos. O mais
importante era que o Governo e o PS
tivessem condições para, até Junho,
esgrimirem o argumento de que só
eles poderiam “defender Portugal”
da ajuda financeira europeia, que
forçosamente virá acompanhada de
mais medidas de austeridade.
Sócrates, que viu na demissão
uma oportunidade para se libertar
do colete de forças do garrote
financeiro (ele não é político
para vagas magras) e, ao mesmo
tempo, torpedear as suas próprias
responsabilidades, tinha aqui, de
facto, o seu único trunfo político.
Não queria ser ele, depois de
transferir o ónus de uma austeridade
ainda mais dura para o PSD, depois
de pretensamente empurrar o
FMI para o colo do PSD, a ter de a
provocar antes do seu tempo. Para o
guião não se desmanchar, não podia
ser ele a accionar o pedido de ajuda.
http://100.ist.utl.pt/iniciativas/
Totoloto
Chave sorteada: 2, 20, 38, 43, 44 + 12.
Mas o primeiro-ministro foi
ficando sozinho nesta insistência
e malabarismo retórico. Vieram
os banqueiros, as agências de
rating, os rumores, os sinais dos
investidores e até o ministro das
Finanças resolveu antecipar a
necessidade de ajuda. E o pedido
aí está. Não foi possível fugir.
Nenhuma retórica nos serviu diante
dos factos. “Patrioticamente”, como
disse Francisco Assis, o Governo
foi forçado a ceder. E Assis diz
bem “patrioticamente”. Porque o
patriotismo de agora contrasta com
a absoluta falta dele no passado
recente. Se, face às informações
disponíveis, a ajuda financeira se
tornou hoje imperativa, é preciso
dizer que o que faltou ao Governo
nos últimos meses foi sentido de
urgência e patriotismo.
Pagámos caro esse adiamento
do problema, esse lixo escondido
para trás da porta, essa camuflagem
das nossas contas públicas, essa
duplicidade de um Governo que
sempre recusou a ideia de que
chegámos ao fim, apenas porque
não quis reconhecer que contribuiu
para nos levar para o fim. Pagámos
juros atrás de juros, descrédito,
corrosão, nervos e algo de muito
mais importante do que isso: a
sanidade dos cidadãos que não
entendem como é que um Governo
Os cidadãos não entendem
como é que um Governo que
nos prometeu tudo acaba de
nos entregar de supetão
ao apoio de emergência
Museus e palácios
Ministra nega
redução das
entradas grátis,
director do
Instituto dos
Museus insiste
na ideia
Pág. 16
que nos prometeu tudo acaba de
nos entregar de supetão ao apoio de
emergência.
N
ão é por acaso que já
alguém usou a palavra
traição para descrever
a actuação de Sócrates
neste ano de crise
financeira. Claro que o primeiro-
ministro e os seus fiéis dirão que
não, que agiram no estrito sentido
do seu dever, que, de PEC em PEC,
de leilão em leilão, quiseram ganhar
tempo, até que a Europa revisse
os seus mecanismos de ajuda e
Portugal se encaixasse melhor
nesse ambiente.
Mas não funcionou. Essa
estratégia de salvação a prazo,
misturada com um estado de
negação estratosférico, falhou.
Infelizmente, Sócrates não viu nem
quis ver tudo isto antes do tempo.
Infelizmente, Sócrates só tomou
uma decisão quando se sentiu em
absoluto sozinho, quando sentiu a
pressão sem misericórdia da banca.
As suas lágrimas de agora não nos
servem de nada. Ofendem-nos.
Não é o fim do mundo, é verdade.
Mas não adianta minimizar o
significado político deste gesto. O
país tem problemas gravíssimos.
O país precisa de mudar. O país
perdeu honra e liberdade. O país
teve muita gente nesta classe
política que não esteve à altura das
suas responsabilidades. E, sim,
o país tem sido mal governado e
mal organizado há muitos anos.
Este pedido de ajuda representa
um fracasso político que, tal como
aconteceu com as finanças públicas,
já não é possível esconder. Jurista
Costa do Marfim
Presidente
cessante Gbagbo
mantém impasse
Págs. 18/19
PÚBLICO lança Fugas online
fugas.publico.pt estreia-se hoje
Quase onze anos depois do
lançamento da Fugas em papel,
a revista de viagens do PÚBLICO
estreia-se online. A partir de
hoje, os viajantes Fugas têm
em fugas.publico.pt uma nova
morada onde poderão ter acesso
a centenas de reportagens
sobre viagens, hotéis, bares,
restaurantes, vinhos, motores.
Através do blogue Em viagem,
os leitores vão poder dar a volta
ao mundo com os jornalistas e
colaboradores do PÚBLICO em
tempo real. Hoje, dia de estreia,
temos Tiago Bartolomeu Costa
em Nova Iorque e Maria João
Guimarães em Berlim. Na secção
Pergunte aos nossos especialistas,
pode-se tirar dúvidas sobre um
destino, um vinho, um hotel,
um bar, um novo carro, com os
editores da Fugas Luís J. Santos e
Sandra Silva Costa e os jornalistas
Luís Maio (viagens), Manuel
Carvalho e Pedro Garcias (vinhos),
Luís Francisco (motores) e José
Augusto Moreira (restaurantes).
As perguntas podem ser enviadas
Antigos alunos regressam
à Escola: 23 de Maio. Inscreva-se.
I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8
Revisão do PDM
Futuro de Lisboa
em discussão
pública a partir
de hoje Local
MIGUEL MADEIRA
para o email fugas.online@publico.
pt. E vão poder ser lidas por todos,
ligando viajantes de todo o país.
Os álbuns de fotografias são a
porta de entrada do site. A estreia
é com uma fotogaleria sobre Cabo
Verde, do editor de fotografia do
PÚBLICO, Miguel Madeira. As
reportagens em destaque terão
sempre vídeos. Todos os meses,
a Fugas online leva os leitores a
viajar, em vídeo, por uma quinta
ou herdade do país para conhecer
vinhos. Na estreia, um passeio
pela Quinta do Vallado, no Douro.
E, todas as semanas, estrangeiros
que vivem em Portugal dão dicas
da sua cidade natal nos nossos
miniguias. Começamos por Paris.
As dicas dos leitores (fugas.
dicas@publico.pt) terão uma
secção especial e as mais
partilhadas terão destaque na
homepage. Passatempos vão
premiar as mais partilhadas no
Facebook. Os leitores também vão
acompanhar o que os seus amigos
do Facebook estão a ler na Fugas.
A Direcção
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