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Introdução – Biodiesel - Etanol

Se você leu ou assistiu aos noticiários ultimamente, você provavelmente se deparou com algum artigo, recorte ou breve
relato sobre petróleo ou seus preços. Mesmo rotineiramente, há uma boa chance de alguém fazer menção a ele. Seja no
setor automotivo, em economia, história, geografia ou política, o petróleo conseguiu se infiltrar em quase todos os
aspectos de nossa vida diária. É uma das commodities mais debatidas (e controversas) em que os consumidores se
apóiam diariamente.

Toda essa conversa sobre petróleo desperta um contínuo interesse em alternativas para a gasolina. Carros elétricos e
células combustíveis de hidrogênio estão sendo discutidos como alternativas viáveis para o petróleo. À medida que a
tecnologia melhora, esses conceitos podem se tornar realidade. Mas e agora?

Uma opção viável são os biocombustíveis, feitos de ingredientes biológicos em vez de combustíveis fósseis. Esses
ingredientes iniciais podem variar do milho e da cana-de-açúcar aos grãos de soja e até à gordura animal, dependendo
do tipo de combustível produzido e do método de produção.

Neste artigo, vamos observar mais a fundo o biodiesel, um dos mais importantes biocombustíveis. Para iniciantes, uma
boa dica é dar uma olhada em Como funcionam os motores dos carros e Como funcionam os motores a diesel para
adquirir algum embasamento no assunto.

Então o que é biodiesel? De uma maneira geral, biodiesel é uma alternativa ou um aditivo para o diesel tradicional, feito
de ingredientes biológicos em vez de petróleo (ou petróleo bruto). O biodiesel normalmente é feito de óleos vegetais ou
gordura animal através de uma série de reações químicas. Ele é atóxico e renovável. Como o biodiesel é essencialmente
originário de plantas e animais, suas fontes podem ser renovadas por meio da agricultura e da reciclagem.

O biodiesel é seguro e pode ser usado em motores a diesel. Apesar de o biodiesel poder ser usado em sua forma
natural, normalmente ele é misturado ao diesel tradicional. As misturas são indicadas pela abreviação Bxx, onde xx é a
porcentagem de biodiesel na mistura. Por exemplo, a mistura mais comum é a B20, ou 20% de biodiesel para 80% de
tradicional. Assim, B100 refere-se ao biodiesel puro.

O biodiesel não é, entretanto, apenas um termo polivalente. Há também uma maneira técnica e formal reconhecida pela
ASTM International (em inglês) (conhecida previamente como American Society for Testing and Materials - Sociedade
Americana de Testes e Materiais), organização responsável por estabelecer padrões industriais. Segundo o National
Biodiesel Board (em inglês) (Comitê Nacional de Biodiesel dos Estados Unidos - NBB), a definição técnica do biodiesel é
a seguinte:

combustível formado de ésteres mono alcila de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou
gordura animal, denominados B100 e seguindo as exigências da ASTM D 6751.
Isso pode parecer um tanto complexo, mas na verdade é mais familiar do que você possa imaginar.
Parte do que faz o biodiesel tão atraente e interessante é que ele pode ser produzido a partir de diversas fontes naturais.
Apesar da gordura animal poder ser utilizada, o óleo vegetal é a maior fonte de biodiesel. Você provavelmente já usou
alguns deles na cozinha da sua casa. Cientistas e engenheiros podem utilizar óleos de soja, semente de colza, canola,
palma, algodão, girassol e amendoim para produzir o biodiesel. O biodiesel pode ser produzido até mesmo de gordura
de cozinha reciclada!

O ponto em comum entre todas as fontes do biodiesel é que todos contêm gordura de alguma forma. Óleos são nada
mais que gorduras que se liqüefazem em temperatura ambiente. Essas gorduras, ou triglicerídios (algumas vezes
chamadas de triglicérides), são feitas de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Esses triglicerídios são
consideravelmente predominantes. Somados a óleos vegetais caseiros, eles estão presentes até em coisas comuns
como manteiga e banha. Você pode já ter visto uma contagem de triglicérides, caso tenha feito algum exame de sangue.

Uma maneira de visualizar estes triglicerídios é pensar em um "E" maiúsculo. Formando a espinha dorsal desse E está
uma molécula conhecida como glicerina. A glicerina é um ingrediente comum utilizado na fabricação de produtos como
sabão, produtos farmacêuticos e cosméticos. Anexas à espinha dorsal desta glicerina e formando os elementos
horizontais do E estão as cadeias longas compostas de carbono, hidrogênio e oxigênio. Estes são chamados de ácidos
graxos.

Então, como estes triglicerídios acabam em um carro, caminhão ou barco? O biodiesel não é óleo vegetal puro. Embora
o óleo vegetal cru tenha sido usado para abastecer motores a diesel no passado, ele normalmente causava problemas.
A gordura ou o óleo deve primeiramente ser submetido a uma série de reações químicas a fim de se transformar em
combustível. Há algumas maneiras diferentes de se produzir o biodiesel, mas a maioria das instalações de produção
desenvolve o biodiesel industrial por meio de um processo chamado transesterificação. Neste processo, a gordura ou o
óleo é primeiramente purificado e então reagido com um álcool, geralmente metanol (CH3OH) ou etanol (CH3CH2OH) na
presença de um catalisador como o hidróxido de potássio (KOH) ou o hidróxido de sódio (NaOH). Quando isso acontece,
o triglicerídio é transformado para formar os ésteres e a glicerina. Os ésteres resultantes são o que então chamamos de
biodiesel.

História e vantagens
O conceito de biocombustíveis é surpreendentemente velho. Rudolf Diesel (em inglês), cuja invenção carrega agora seu
nome, idealizou o óleo vegetal como uma fonte de combustível para seu motor. Na verdade, muito do seu trabalho inicial
girou em torno do uso do biocombustível. Em 1900, na Exposição Internacional de Paris, na França (em inglês), Diesel
demonstrou seu motor em funcionamento à base de óleo de amendoim. Henry Ford esperava que seu automóvel
Modelo T (em inglês) funcionasse à base de etanol, também de origem vegetal (cana-de-açúcar no Brasil; milho nos
EUA). Nos dois casos, de Diesel e Ford, o petróleo invadiu a cena e provou ser a fonte mais lógica de combustível. Isso
foi baseado em fornecimento, preço e eficiência, entre outras coisas. Embora não fosse uma prática comum, os óleos
vegetais também eram usados como combustível durante os anos 30 e 40.

Foi nos anos 70 e 80 que a idéia de usar biocombustíveis voltou à tona nos Estados Unidos. Um dos eventos mais
importantes ocorreu em 1970 com o advento do Ato Institucional do Ar Limpo (Clean Air Act) (em inglês) pela Agência de
Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency - EPA) (em inglês). Isso permitiu ao EPA que regulasse mais de
perto os padrões das emissões de poluentes como dióxidos de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e óxidos de
nitrogênio (NOx). Isso criou o cenário para o desenvolvimento de combustíveis de queima mais limpa, além de ter
estabelecido padrões para aditivos de combustível.

Acontecimentos internacionais como o Embargo Árabe do Petróleo em 1973-1974 (em inglês) e a Revolução Iraniana de
1978-1979 (em inglês) somados à diminuição na produção doméstica de óleo, resultaram na alta dos preços. De acordo
com a Administração da Informação Sobre Energia do Departamento de Energia dos Estados Unidos (U.S. Department
of Energy's Energy Information Administration) (em inglês), as importações americanas de petróleo bruto foram cortadas
em 30% durante o embargo, e "o preço do petróleo bruto no mundo teve um salto da casa de US$ 14 por barril no
começo de 1979, para mais de US$ 35 por barril em janeiro de 1981, antes de se estabilizar. Os preços não baixaram
significativamente até 1983, quando o preço internacional se estabilizou entre US$ 28 e US$ 29 por barril."

Com os preços do petróleo aumentando, pesquisadores começaram a buscar outras alternativas. Em agosto de 1982, a
primeira Conferência Internacional sobre Plantas e "Óleos Vegetais (International Conference on Plant and Vegetable
Oils) foi organizada em Fargo, Dakota do Norte" EUA. Esta conferência tratou de assuntos que iam do custo do
combustível e seus aditivos a efeitos do óleo vegetal e métodos de extração.

Em 1990, o Ato Institucional do Ar Limpo foi aperfeiçoado (em inglês) e passou a incluir maiores limitações às emissões
de veículos. A emenda introduziu medidas para casos como o aumento no índice de oxigênio na gasolina (o que diminui
as emissões de monóxido de carbono) e a diminuição do índice de enxofre em combustíveis diesel.

Em 1992, a EPA aprovou o Ato Institucional de Política Energética (Energy Policy Act) (em inglês), ou EPACT, que
visava o aumento na quantidade de combustíveis alternativos usados pelas frotas de transporte do governo americano a
fim de reduzir a dependência do petróleo estrangeiro. A emenda EPACT de 1998 incluiu o uso do combustível biodiesel
em veículos a diesel existentes e de propriedade do governo como uma alternativa aceitável à compra de veículos de
combustível alternativo, ou AFVs (alternative fuel vehicles), como estipulado no EPACT original.

No Brasil, as primeiras experiência com biodiesel surgiram nos anos 70, quase concomitantemente ao início do
Programa Nacional do Álcool (Proálcool) . Na década de 1980, um pesquisador brasileiro foi um dos primeiros a
patentear a tecnologia de produção de biodiesel. Economicamente, no entanto, a produção não vingou. Somente, em
2005, com a Lei 11.097, o assunto voltou à tona de maneira sistemática.

Os prós
O biodiesel possui diversas vantagens principais:

• é ecologicamente correto;
• ajuda a lubrificar o próprio motor, diminuindo seu desgaste;
• pode ser usado praticamente em qualquer diesel com pouca ou quase nenhuma modificação no motor;
• é mais seguro do que o diesel convencional.

Um dos principais argumentos de venda do biodiesel é o fato de ser ecologicamente correto. O biodiesel emite menos
gases que o diesel tradicional, é biodegradável e é uma fonte renovável de energia.

O controle de emissões é um argumento central do biodiesel, especialmente em matéria de legislação. Existem alguns
componentes das emissões que são especialmente prejudiciais e causam preocupação entre cientistas, legisladores e
consumidores. O enxofre, e compostos a ele relacionados, contribuem para a formação da chuva ácida; o monóxido de
carbono é tóxico; e o dióxido de carbono (CO2) contribui para o efeito estufa. Há também alguns compostos menos
conhecidos que causam preocupação, tais como hidrocarbonetos cíclicos aromáticos (HPAs) e os compostos cíclicos,
que estão ligados à formação de determinados tipos de câncer. Os aerossóis têm efeitos nocivos à saúde, e os
hidrocarbonetos não queimados contribuem para a formação de poluição e destruição da camada de ozônio.

O biodiesel reduz, sim, emissões perigosas. Dos biocombustíveis atuais, o biodiesel é o único a ter concluído com
sucesso testes de emissão de acordo com o Ato Institucional do Ar Limpo.

Emissões médias de biodiesel comparadas ao diesel convencional


Componente de emissão B100 B20
Total de hidrocarbonetos não queimados -67% -20%
Monóxido de carbono -48% -12%
Aerossol -47% -12%
NOx +10% +2%
Sulfatos -100% -20%
HPA -80% -13%
Fonte: National Biodiesel Board

Além disso, o B100 pode reduzir emissões de CO2 em 78% e diminuir as propriedades carcinogênicas do combustível
diesel em 94% (National Biodiesel Board, U.S. DOE Office of Transportation Technology - Escritório de Tecnologia do
Transporte do Departamento de Energia dos Estados Unidos).

Uma outra característica do biodiesel é ser biodegradável, o que significa que pode ser decomposto como resultado de
agentes naturais como as bactérias. De acordo com o EPA, o biodiesel degrada-se a uma taxa quatro vezes mais alta
que o diesel convencional. Desta maneira, no caso de um derramamento, a limpeza seria mais fácil, e as conseqüências
não seriam tão assustadoras, o que vale também para misturas de biodiesel.

O biodiesel poderia diminuir também a dependência dos Estados Unidos na importação de petróleo e aumentar sua
segurança energética. A maior parte do biodiesel nos Estados Unidos é feito do óleo de soja, que é uma das principais
colheitas domésticas. Com a demanda americana por petróleo aumentando e o fornecimento mundial diminuindo, um
combustível renovável como o biodiesel, se implementado corretamente, poderia aliviar algumas das demandas de
energia dos Estados Unidos.

O biodiesel contribui também na lubrificação de um motor. O biodiesel age como um solvente que ajuda a desprender
resíduos e outras substâncias viscosas do interior do motor que potencialmente poderiam causar obstruções. Como o
biodiesel puro não deixa nenhum resíduo próprio, isso resulta na vida prolongada do motor. Estima-se que uma mistura
de biodiesel de apenas 1% poderia aumentar a lubrificação do combustível em até 65% (National Biodiesel Board, U.S.
DOE Office of Transportation Technologies).

O biodiesel é também mais seguro. Ele é atóxico (o sal de mesa é cerca de dez vezes mais tóxico que ele) e possui um
ponto de fulgor mais elevado que o diesel convencional. Como ele queima a uma temperatura mais alta, é menos
passível de sofrer uma combustão acidental, o que torna mais seguros o armazenamento e o transporte. Em seguida,
veremos os contras e o futuro do biodiesel.

As armadilhas do futuro
O biodiesel também tem suas desvantagens. Algumas têm relação com o combustível em si, e muitas se
referem a um cenário mais abrangente.

Um dos problemas com o combustível em si está no aumento de NOx nas emissões de biodiesel.
Freqüentemente, na fabricação do diesel, quando é diminuída a quantidade de aerossol nas emissões, há um
aumento equivalente nos óxidos nítricos, o que contribui para a formação de poluição. Embora uma parte do
problema possa ser resolvida ajustando o próprio motor, isso não é sempre praticável. Existem tecnologias
sendo pesquisadas para reduzir a quantidade de NOx nas emissões do biodiesel.

Um outro problema é o comportamento do biodiesel como solvente. Embora essa propriedade seja útil, trata-se de uma faca de
dois gumes. Alguns veículos a diesel mais antigos (como os carros fabricados antes de 1992) podem vir a sofrer entupimentos
com concentrações mais elevadas de biodiesel. Por sua capacidade química de desprender resíduos acumulados no motor (que
podem estar lá devido ao diesel antigo), o biodiesel pode fazer com que o filtro do combustível fique entupido com os resíduos
recentemente liberados. Os fabricantes de biodiesel sugerem a troca da bomba de combustível logo após a alteração para
misturas de alta concentração de biodiesel. Os componentes desses sistemas de alimentação mais antigos também podem se
estragar. Além dos resíduos dentro do sistema de alimentação, o biodiesel também decompõe os componentes de borracha.
Algumas partes dos sistemas mais velhos, como as mangueiras de combustível e os vedadores da bomba de combustível podem
vir a quebrar por serem feitos de borracha ou material semelhante. Isso é geralmente corrigido pela substituição de tais
componentes. Embora muitos fabricantes tenham incluído o biodiesel em suas garantias, a possibilidade de problemas ainda
poderia existir. Para mais informações sobre garantias de biodiesel e de veículo, visite O Padrão Normativo do Biodiesel (em
inglês).
Ainda, em alguns motores, pode haver um ligeiro aumento do consumo de combustível e diminuição da potência. Em média,
há uma redução de aproximadamente 10% na potência. Em outras palavras, é necessário aproximadamente 1,1 litro de biodiesel
para equivaler a 1 litro de diesel tradicional.
Os principais inconvenientes para o biodiesel estão ligados ao contexto geral, ou seja, o mercado e a logística. Destes, o mais
importante é o custo. De acordo com o EPA, o biodiesel puro (B100) pode ter seu custo na faixa de US$ 0,50 a US$ 0,80 por
litro, enquanto a mistura B20 custa em média aproximadamente 8 a 10,5 centavos centavos de dólar mais por litro que o diesel
tradicional. No entanto, tudo depende de variáveis como a matéria-prima usada e as condições de mercado.
Atualmente, os Estados Unidos produzem aproximadamente 284 milhões de litros de biodiesel por ano, segundo a National
Biodiesel Board (em inglês). Essa produção é flexível e pode ser aumentada ou diminuída de acordo com a necessidade.

O futuro
Se o biodiesel ganhar ou não a atenção dada às tecnologias de vanguarda, uma coisa é certa,
ele certamente estará em constante desenvolvimento.

Microalgas, organismos dos quais combustíveis como o


diesel podem ser derivados: cultivados nos desertos do
sudoeste americano, as microalgas desenvolvidas na
NREL (Laboratório Nacional de Energia Renovável -
EUA) (em inglês) podem um dia produzir grandes
quantidades de lipídios para conversão em biodiesel.

Atualmente, o maior mercado de biodiesel são os veículos de frota. De acordo com a National Biodiesel Board, há mais
de 100 frotas deste gênero usando o biodiesel nos Estados Unidos. Estas incluem organizações públicas e federais
como os Correios (em inglês), a Força Aérea (em inglês), o Exército, a Nasa, o Departamento de Energia, Duke Energy
e a Companhia de Luz e Energia da Flórida. Muitos serviços públicos de transporte também visam o biodiesel a fim de
complementar o uso do petróleo. Ônibus de linha como o Cincinnati Metro também estão usando o biodiesel. Potenciais
alvos futuros incluem campos como aplicações navais e na agricultura e aquecimento doméstico.

Como a consciência pública cresce, o biodiesel e os biocombustíveis em geral poderiam facilmente pegar a sua fatia do
bolo. O apoio político também está em ascensão e, na trilha da legislação como a emenda EPACT de 1998, as fontes
alternativas de combustível serão uma necessidade em um futuro não muito distante.

O biodiesel no Brasil
A Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, prevê que, em 2013, todos os veículos de transporte de cargas do Brasil
serão obrigados a usar o combustível conhecido como B5, ou seja, uma composição de 95% de óleo diesel e 5% de
biodiesel. Para essa adequação, as mudanças serão paulatinas. Nos primeiros três anos, a proporção de biodiesel no
óleo diesel será de 2% em caráter experimental, sendo gradualmente ampliada até a obrigação do uso, em 5%. Essas
projeções fazem parte do Programa Nacional de Biodiesel, que surgiu junto com a lei.

Não falta matéria-prima para o biodiesel brasileiro. As regiões mais quentes do País são propícias para o cultivo de
mamona, dendê (palma), babaçu, amendoim, pinhão manso, girassol, algodão e soja. Todos esses frutos podem ser
transformados em biodiesel. Entre as plantas cultivadas no Brasil, o dendê e o pinhão-manso têm a melhor produtividade
de óleo por hectare. O dendê (também conhecido como palma) produz de 3 a 6 toneladas de óleo por hectare cultivado.
O Pinhão Manso, 1 a 6 toneladas de óleo por hectare. As duas plantas, junto com a Mamona (cuja produtividade é de
0,5 a 0,9 t/ha) , são as principais vedetes do programa.

O sucesso não é só pelo bom desempenho produtivo, mas também porque tais plantas são cultivadas por médios e
pequenos agricultores espalhados pelo País. Assim, incentivando a produção do biodiesel (principalmente por meio da
Petrobras), o governo deseja manter as populações no campo e aumentar a renda dessas famílias. No Semi-Árido
nordestino, segundo o governo federal, a renda anual líquida de uma família a partir do cultivo de cinco hectares de
mamona pode variar entre R$ 2,5 mil e R$ 3,5 mil. Além disso, a área pode ser consorciada com outras culturas, como o
feijão e o milho.

Para as contas nacionais, o biodiesel pode ser uma alternativa para diminuir a dependência brasileiro do óleo diesel, já
que o País importa cerca de 10% de todo o óleo que consome, o que custa US$ 800 milhões ao ano. E o óleo diesel,
usado tanto em caminhões como em carros de passeio, é o combustível mais consumido no País, registrando 56% do
mercado.

As micro e pequenas empresas, tanto rurais quanto urbanas, também estão contempladas pelos benefícios do novo
programa com linhas de crédito específicas para a produção de biodiesel, por exemplo, no Banco Nacional de
Desenvolvimento Sócio-Econômico (BNDES). Em 2006, o Brasil já tinha 27 empreendimentos de usina de biodiesel
funcionando, além de 13 usinas pilotos em testes, 18 sendo construídas e 32, planejadas.

Com o biodiesel, o Brasil também quer gerar dividendos ecológico-financeiros, participando mais efetivamente do
mercado de certificados de carbono, ou seja, de títulos financeiros voltados para a diminuição da emissão de carbono na
atmosfera, um dos principais causadores do efeito estufa.

Há, no entanto, quem considera que o biodiesel, assim como o etanol, podem tornar-se ameaças ambientes, já que
ampliação em grandes proporções de áreas cultivadas forçará a diminuição das reservas naturais e provocará possíveis
modificações no solo.

Como funciona o programa de álcool no Brasil

Introdução

O etanol (álcool etílico) é uma molécula orgânica relativamente simples (CH3CH2OH) e de fácil obtenção, que se mistura
facilmente com outros líquidos (água e gasolina) e encontra uma ampla aplicação na vida cotidiana do brasileiro. O
etanol é usado como solvente industrial, anti-séptico, conservante, componente de diversas bebidas, em desinfetantes
domésticos e hospitalares, solvente de fármacos importantes e na forma de combustível.

O etanol se tornou uma molécula estratégica para a economia brasileira visando uma importante alternativa energética.
O Brasil tem tradição e conhecimento na produção deste biocombustível para a substituição gradativa do petróleo.
Diversas abordagens e investimentos têm sido adotados para o barateamento de sua produção.

O que é o etanol?

Etanol (álcool etílico) é o mais comum dos alcoóis e caracteriza-se por ser um composto orgânico (CH3CH2OH), obtido
por meio da fermentação de amido e outros açúcares, como a sacarose existente na cana-de-açúcar, nos açúcares da
uva e cevada e também mediante processos sintéticos. É um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com
cheiro e sabor característicos. A presença do oxigênio, elemento eletronegativo, em sua estrutura molecular, atrai
elétrons de ligação, tornando-o um solvente fortemente polar.

Existem diversas utilizações para o álcool etílico como solvente em processos industriais, anti-séptico, conservante,
componente de diversas bebidas, em desinfetantes domésticos e hospitalares, solvente de fármacos importantes, na
forma de combustível veicular e na produção de energia elétrica. Mais recentemente, o etanol vem sendo considerado
um gerador em potencial de biodiesel, apesar de outras matérias-primas originarem outros tipos de biodiesel. O etanol
pode ser obtido pela via bioquímica de fermentações de açúcares ou pela via química de síntese, a partir da hidratação
do etileno.

O etanol como combustível


O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores
recém inventados para a sua utilização. Desde então, o uso do etanol em veículos automotores tem sido um
considerável avanço. O álcool é menos inflamável e menos tóxico que a gasolina e o diesel. Ele pode ser produzido a
partir de biomassa (resíduos agrícolas e florestais). No Brasil, ele é gerado principalmente da cana-de-açúcar. Nos
Estados Unidos, o milho é o mais usado.

O uso de álcool combustível teve seu primeiro ápice no país a partir da década de 70, com a crise de petróleo no mundo
e o nascimento do Proálcool (Programa Nacional do Álcool) em 14 de novembro de 1975, que incentivava o cultivo da
cana-de-açúcar e provia recursos para construção de usinas, e tinha como apelo o fato de ser uma fonte de energia
renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia
100% nacional.

A utilização do álcool como combustível em carros de fabricantes nacionais atingiu seu pico em 1986 junto com o
popular Fiat 147, mas os produtores acabaram preferindo vender sua matéria-prima para produção de açúcar em vez de
álcool por causa dos preços, o que, junto com a queda do preço do petróleo, ajudou a levar o programa ao fracasso.
Vale lembrar, no entanto, que, desde o começo do programa Proálcool, o Brasil economizou mais de US$ 180 bilhões
com as importações de petróleo e juros pagos aos credores.

Hoje o Proálcool não existe mais, tendo-se encerrado oficiosamente no início do governo Collor de Mello (1990) quando
o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) foi extinto e, no lugar, foram criados a Secretaria de Desenvolvimento Regional da
Presidência da República e o Departamento de Assuntos Sucroalcooleiros. O BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social) assumiu o papel de financiador de usinas. Pouco antes, em 1998, durante o plano
econômico chamado Plano Verão, o governo havia acabado com paridade de preço de 64% entre o álcool e a gasolina,
primeiro passo da desregulamentação do álcool no Brasil.

Em 2007 no Brasil, 43% dos automóveis já eram movidos a álcool, incluindo os de motores flex. Nos Estados Unidos, a
mistura etanol-gasolina (E85), a única ainda comercializada no país, corresponde a 8% do mercado de combustível. De
acordo com o American Petroleum Institute, os Estados Unidos consomem quase 25 vezes mais gasolina que o Brasil, o
que faz com que a troca de um combustível pelo outro seja quase impossível a curto prazo, principalmente se
considerarmos a vontade de políticos americanos de não depender da produção externa de milho ou cana-de-açúcar
para a produção de etanol.

A diferença entre a produção de etanol no Brasil e nos EUA é que lá ele é produzido do milho, muitas vezes,
transgênico, por ser mais resistente a pragas e a pesticidas. No Brasil, o etanol é 100% de cana-de-açúcar, e na Europa
ele vem da fermentação de beterraba. E a cana é disparada a mais barata. O valor atual para produção de álcool é de
US$ 0,22 por litro quando a matéria-prima é cana-de-açúcar, US$ 0,30/l, quando é milho, e US$ 0,53/l quando se usa
beterraba. Baseado nesses valores, dá para afirmar que o álcool produzido no Brasil é o mais apropriado para o
consumidor.

O álcool no Brasil é usado também como aditivo à gasolina na porcentagem de 20% a 25%, por força de lei. Nesse caso
é o álcool anidro (sem água), de especificação mínima 99,3° INPM (por peso), enquanto o álcool fornecido nos postos é
o hidratado, de 92,6° a 93,8° INPM. Dos 25 bilhões de litros de gasolina consumidos anualmente, cerca de 6 bilhões de
litros são de álcool anidro. Nos Estados Unidos tal mistura, mas a 10%, é disponível em alguns estados e se chama
gasohol.

A liderança e competitividade foi obtida por longos anos de trabalho realizado por pesquisadores em instituições de
ensino e pesquisa e em empresas privadas. O resultado é uma valiosa bagagem de conhecimento e de tecnologia sobre
a cana, seus derivados e sobre o processo de fabricação do etanol de cana. Os projetos abrangeram temas diversos,
como o melhoramento genético da cana-de-açúcar, combate a pragas, técnicas agrícolas e de colheita, impactos da
cultura no meio ambiente e tecnologias de fabricação do etanol, incluindo-se a hidrólise e a fermentação.

Problemas ambientais com o cultivo da cana-de-açúcar

Existem problemas que precisam ser resolvidos para que o álcool se torne realmente uma alternativa sócio e
ambientalmente sustentável no Brasil. Problemas esses gerados pela monocultura da cana-de-açúcar, pela condição
social e trabalhista da mão-de-obra empregada, pelo primitivo processo de colheita (que obriga à queima da cana), entre
outros.

A queima da palha do canavial visa facilitar e baratear o corte manual, fazendo com que a produtividade do trabalho do
cortador aumente de duas para cinco toneladas por dia. Os custos do carregamento e transporte também são reduzidos,
e aumenta a eficiência das moendas, que não precisam interromper seu funcionamento para limpeza da palha. Por outro
lado, essa prática, empregada em aproximadamente 3,5 milhões de hectares, tem conseqüências desastrosas para o
ambiente. No Brasil as queimadas são uma prática proibida por lei há vários anos.

Ainda, a queimada libera gás carbônico, ozônio, gases de nitrogênio e de enxofre e também a indesejada fuligem da
palha queimada, que contém substâncias cancerígenas. A prática da queimada, apesar do benefício imediata, tem
outros efeitos colaterais, provocando perdas significativas de nutrientes para as plantas e facilitando o aparecimento de
ervas daninhas e a erosão, devido à redução da proteção do solo. As internações por problemas respiratórios,
intoxicações e asfixias aumentam consideravelmente durante a época da fuligem.

Há problemas também nos efluentes do processo industrial da cana-de-açúcar, os quais devem ser tratados e se
possível reaproveitados na forma de fertilizantes. Sem o devido tratamento, os efluentes lançados nos rios
comprometem a sobrevivência de diversos seres aquáticos e até mesmo dos terrestres. Além disso, quando usados
como fertilizantes os efluentes não tratados contaminam os lençóis freáticos.

Alternativa - O cultivo e a fermentação da cana de açúcar geram co-produtos importantes além do açúcar e etanol
propriamente dito. Do bagaço da cana, acima de 40% do resíduo está na forma de celulose, 20% em forma de
hemicelulose, 30% de lignina e elementos químicos importantes como enxofre (0,20%) e potássio (1%). O bagaço, as
folhas e outros restos do cultivo estão sendo usados também para a geração de energia elétrica (bioeletricidade) e a
maioria das destilarias tem aproveitado esta energia para aquecer suas caldeiras, vendendo o excesso, para as mais
diferentes finalidades. É importante lembrar que a colheita da cana é realizada principalmente nas estações de seca,
momento em que as hidrelétricas diminuem sua produção de energia.

Questão social - Outro problema apontado pelos especialistas é a questão da sobrecarga dos trabalhadores rurais que
extraem a cana. Segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), em 2005, o setor tinha 982 mil empregados diretos e formais no setor. A preocupação maior, no
entanto, está nos trabalhos temporários e nas condições precárias, com sobrecarga de trabalho. Em duas safras, vinte
trabalhadores chegaram a morrer. As suspeitas são que a razão das mortes foi estafa.

Produção brasileira de cana-de-açúcar

O etanol é produzido no Brasil essencialmente nas regiões sudoeste e nordeste do Brasil. O Brasil tem uma área total de
851 milhões de hectares, sendo que, somente em 6 milhões de hectares, está concentrado o cultivo de cana-de-açúcar.
A plantação de milho e soja ocupa atualmente 34 milhões de hectares e pecuária, outros 220 milhões. Os planos
governamentais para os próximos cinco anos são de aumentar em 50% a área de plantio, substituindo os pastos por
cana. Em termos de renda, a atividade poderia envolver a quantia de US$ 30 bilhões anuais e a geração de 5 milhões de
empregos. A Amazônia Legal tem começado a ampliar seu cultivo com cerca de 300 mil hectares cultivados em 2007.
Esse crescimento pode ser parcialmente bloqueado a partir da criação do zoneamento da produção de cana-de-açúcar,
que deve terminar de ser elaborado pelo governo no segundo semestre de 2008, que proibe o cultivo na Amazônia e no
Pantanal.

Pesquisadores do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético (Nipe) da Universidade de Campinas (Unicamp)


estimam que o Brasil deveria aumentar em doze vezes sua produção para substituir 10% do consumo mundial atual de
gasolina. Em 2006, foi estimado que, no plantio de cana-de-açúcar, estão envolvidos cerca de 70 mil produtores ligados
a mais de 370 mil destilarias. Outro 1 milhão de pessoas estão envolvidas no processo de produção de etanol.

Assim, é necessário casar produção com consumo cuja previsão é de aumento explosivo. Segundo projeção divulgada
pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), até 2013, o número de veículos movidos
a álcool e gasolina (os chamados flex) em circulação crescerá em 500%. A frota atual, segundo a Anfavea, alcança 6,5
milhões de unidades que circulam com as mais diferentes misturas de gasolina e etanol.

Nos últimos dez anos, a produção canavieira no Brasil cresceu significativamente, passando de 90 milhões de toneladas
em 1975 para mais de 400 milhões em 2006. Com relação ao etanol, passou-se de 500 milhões de litros para mais de 17
bilhões de litros. Também a produtividade de álcool melhorou. Saiu-se de 3 mil por hectare para 7 mil litros por hectare e
o processo de fermentação gira hoje em torno de 15 horas, dependendo exclusivamente da linhagem de levedura
utilizada.

Perspectivas futuras

A qualidade da tecnologia que o Brasil tem na produção de etanol proveniente de cultivos de cana-de-açúcar é
inquestionável. Durante algumas décadas, o país recebeu investimento volumoso dos diferentes governos para o
estabelecimento deste cultivo como prioritário e estratégico.

A estimativa para 2012 é que as áreas de cultivo de cana-de-açúcar atinjam a marca de 9 milhões de hectares no Brasil
e que a produção de etanol seja de 25 bilhões de litros, obtidas de mais de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
Para 2030, a produção de etanol deverá atingir a impressionante marca de 67 bilhões de litros. Espera-se que com a
biotecnologia e o desenvolvimento recente do genoma da cana-de-açúcar, o país caminhe a passos largos para
solidificar o etanol como o biocombustível apropriado e sustentável para substituir mundialmente o petróleo.

FONTE: http://www.hsw.uol.com.br/ Howstuffworks (Como tudo funciona), programa da Discovery Channel

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