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PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Anápolis – GO
MAIO/2010
Daniel Max Leonídio
José Maria Moraes
Trabalho exigido à
disciplina de
Introdução à
Exploração de
Culturas do curso de
Engenharia Agrícola
sob a orientação do
professor André Luiz.
Anápolis – GO
MAIO/2010.
Sumário
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 4
BOTÂNICA E ORIGEM ......................................................................................................................................... 5
CARACTERÍSTICAS EDAFOCLIMÁTICAS..................................................................................................... 5
MEMORIAL DESCRITIVO ................................................................................................................................... 6
Localização: ............................................................................................................................................................. 6
Clima: ......................................................................................................................................................................... 7
Considerações: ....................................................................................................................................................... 7
ÉPOCA DE CULTIVO ............................................................................................................................................. 7
PREPARAÇÃO DO TERRENO ............................................................................................................................ 7
PLANTIO ................................................................................................................................................................... 9
PRODUÇÃO DE MUDAS .................................................................................................................................... 11
CALAGEM A ADUBAÇÃO .................................................................................................................................. 12
Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996 .............................................................................................. 15
TRATOS CULTURAIS.......................................................................................................................................... 16
PRAGAS E DOENÇAS E SEU CONTROLE .................................................................................................... 18
COLHEITA .............................................................................................................................................................. 21
CUSTOS.................................................................................................................................................................... 22
INTRODUÇÃO
BOTÂNICA E ORIGEM
A cana é pertencente à Classe: Monocotyledoneae; Família: Poaceae;
Gênero: Saccharum.
Originária do sudeste da Ásia, onde é cultivada desde épocas remotas, a
exploração canavieira assentou-se, no início, sobre a espécie S. officinarum. O
surgimento de várias doenças e de uma tecnologia mais avançada exigiram a
criação de novas cultivares, as quais foram obtidas pelo cruzamento de S.
officinarum com as outras quatro espécies do gênero (S. robustum, S. sinense,
S. barberi e S. spontaneum), posteriormente, através de recruzamentos com as
ascendentes.
Os trabalhos de melhoramento persistem até os dias atuais e conferem
a todos os genótipos em cultivo uma mistura das cinco espécies originais e a
existência de cultivares ou variedades híbridas.
Atualmente, existem numerosas variedades criadas pelos institutos de
pesquisas e as cultivares em cultivo em todo o mundo são híbridos oriundos da
mistura das 5 espécies acima descritas, portanto, o correto será referia a
nomenclatura taxonômica com Saccharum ssp. A escolha da variedade é
indicada pelas características do lugar de plantio. Sem esses cuidados a
produção poderá não ser a esperada.
CARACTERÍSTICAS EDAFOCLIMÁTICAS
CLIMA
A cana-de-açúcar é cultivada numa extensa área territorial,
compreendida entre os paralelos 35º de latitude Norte e Sul do Equador,
apresentando melhor comportamento nas regiões quentes. O clima ideal é
aquele que apresenta duas estações distintas, uma quente e úmida, para
proporcionar a germinação, perfilhamento e desenvolvimento vegetativo,
seguido de outra fria e seca, para promover a maturação e conseqüente
acumulo de sacarose nos colmos.
A diversidade de climas determina períodos de plantio e colheita
distintos para as diversas regiões do Brasil. Em São Paulo, de modo geral,
planta-se de outubro a março e colhe-se de maio a outubro; enquanto no
nordeste o plantio se faz de julho a novembro e a colheita de dezembro a maio.
A cana-de-açúcar exige calor e umidade. Sem essas condições não
produzirá bem. A melhor temperatura para a cana é de 25 a 35°C. Abaixo de
20°C o crescimento é muito lento. Acima de 35°C também é lento, e além de
38°C é nulo. A faixa ideal de temperatura para a maturação é de 10° a 20° C. A
ausência de chuvas, o corte da irrigação e a deficiência de nitrogênio no solo
também são imprescindíveis para a maturação.
Com relação à luz, a cana não responde a variação de fotoperíodo.
SOLO
Solos profundos, pesados, bem estruturados, férteis e com boa
capacidade de retenção são os ideais para a cana-de-açúcar que, devido à sua
rusticidade, se desenvolve satisfatoriamente em solos arenosos e menos
férteis, como os de cerrado. Solos rasos, isto é, com camada impermeável
superficial ou mal drenados, não devem ser indicados para a cana-de-açúcar.
Para a formação dos canaviais são preferíveis os solos aluvionais,
localizados nas baixadas, planos, profundos, porosos e férteis. Solos ácidos ou
salinos não servem. É preciso fazer a análise e a correção do solo quando isso
for necessário. Segundo a Emater-PA, a cana se desenvolve bem em solos de
pH 5,5 a 6,5 e exige correção em caso dos solos mais ácidos. A preparação do
terreno é um dos suportes básicos para um bom rendimento da cultura de
cana.
Para trabalhar com segurança em culturas semi-mecanizadas, que
constituem a maioria das nossas explorações, a declividade máxima deverá
estar em torno de 12%; declividade acima desse limite apresentam restrições
às práticas mecânicas.
Para culturas mecanizadas, com adoção de colheitadeiras automotrizes,
o limite máximo de declividade cai para 8 a 10%.
Quanto à umidade do solo, um suprimento adequado de água é
essencial para o crescimento da cana. As necessidades hídricas da cana-de-
açúcar vão de 1.000 a 1.500 milímetros anuais, que devem ser distribuídos de
maneira uniforme durante o período de desenvolvimento vegetativo, conforme
dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
(FAO). Entretanto, estudos recentes têm mostrado que a quantidade de água
necessária para a cultura atingir seu máximo potencial é em torno de 1.200 a
1.300 milímetros.
MEMORIAL DESCRITIVO
Localização:
O terreno que vai ser implantado o plantio está localizado no município,
de Carmo do Rio Verde, GO (lat. 15° 17' 55'', long. 49° 47' 14'') tem declividade
7%, o que possibilita a utilização de colheita mecanizada, também é bem
drenado, com solo firme, profundo, fértil, com boa capacidade de retenção,
resistente à erosão e não esta sujeito à inundações. Está próximo ao rio uru, o
que facilitará nos processos de irrigação e também está próximo à GO 154, e a
2.7km da usina CRV INDUSTRIAL LTDA, o que facilitará o escoamento da
produção.
Clima:
O bioma característico da região é o cerrado com clima divido em duas
estações bem definidas duas estações, uma quente e úmida, e outra fria e
seca. Com isso é preciso lançar mão de mecanismos utilizados na irrigação,
para suprir a necessidade hídrica da planta na época necessária.
Considerações:
As máquinas e as mudas utilizadas serão fornecidas pela usina,
mediante contrato.
A produção esperada de acordo com a variedade escolhida é
aproximadamente 125 toneladas/ha no primeiro corte.
ÉPOCA DE CULTIVO
O Centro – Sul e o Nordeste se destaca como as regiões brasileiras
maiores produtoras de cana. Na primeira região predomina o cultivo da cana de
ano e meio, visando o setor sucroalcooleiro, sendo o plantio em
jan/fev/mar/abril. Neste caso, o ciclo da cultura se dá em 16 a 18 meses. Nesta
região existe ainda, o cultivo da cana de ano, com o plantio e
outubro/novembro e o ciclo fechando entre 12 a 14 meses ou as vezes menos,
e que é produzida visando a produção de forragem e cana para produção de
cachaça. Por outro lado, no nordeste o plantio se concentra nos meses
chuvosos, ou seja, junho a setembro, sendo o ciclo também de 12 meses.
O cultivo a ser utilizado no terreno será o de ano e meio.
Sistema de ano-e-meio (cana de 18 meses): A cana-de-açúcar é plantada
entre os meses de janeiro e abril. Nos primeiros três meses, a planta inicia seu
desenvolvimento e, com a chegada da seca e do inverno, o crescimento passa
a ser muito lento durante cinco meses (abril a agosto), vegetando nos sete
meses subseqüentes (setembro a abril), para, então, amadurecer nos meses
seguintes, até completar 16 a 18 meses. Este período (janeiro a março) é
considerado ideal para o plantio da cana-de-açúcar, pois apresenta boas
condições de temperatura e umidade, garantindo o desenvolvimento das
gemas. Essa condição possibilita a brotação rápida, reduzindo a incidência de
doenças nos toletes.
PREPARAÇÃO DO TERRENO
Primeiramente deve ser feito um levantamento topográfico, com o
objetivo de identificar os volumes das áreas a serem trabalhadas, delimitando
áreas proibitivas de plantio, vias de acesso, terraços, carreadores, canais de
vinhaça e perímetros urbanos.
Será utilizado no preparo do solo, motoniveladora, pá-mecânica, trator
de esteira, trator subsolador, trator grade, trator com carroça e trator de
herbicida.
Após isso faz-se uma sistematização da área onde são realizados os
trabalhos de regularização da superfície do terreno. Após essa operação são
locados os terraços, carreadores e vias de acesso. Nessa mesma fase se
executa abertura das vias de acessos principais.
Após a sistematização faz-se uma aplicação de corretivos e torta de filtro
– calcário, gesso, fosfato (descritos adiante) – a lanço em área total, com
aplicador tipo prato rotativo.
Nas calhas dos terraços ou onde houver movimentação de terra (corte) é
efetuada uma aplicação de torta de filtro em área total com a carreta
aplicadora. A seguir esse corretivos são parcialmente incorporados por meio de
uma gradeação.
Na seqüência efetua-se a eliminação da cobertura vegetal, realizada
com o erradicador de touceiras, quimicamente ou com grade, conforme época
de plantio, ocorrência de plantas daninhas perenes ou pragas de solo.
E então vem o preparo do solo, onde, tendo a cana-de-açúcar um
sistema radicular profundo, um ciclo vegetativo econômico de quatro anos e
meio ou mais e uma intensa mecanização que se processa durante esse longo
tempo de permanência da cultura no terreno, o preparo do solo deve ser
profundo e esmerado.
No preparo do solo, temos de considerar duas situações distintas:
- a cana vai ser implantada pela primeira vez;
- o terreno já se encontra ocupado com cana.
O caso a ser considerado será o primeiro onde, faz-se uma aração
profunda, com bastante antecedência do plantio, visando à destruição,
incorporação e decomposição dos restos culturais existentes, seguida de
gradagem, com o objetivo de completar a primeira operação. Em solos
argilosos é normal a existência de uma camada impermeável, a qual pode ser
detectada através de trincheiras abertas no perfil do solo, ou pelo
penetrômetro.
Constatada a compactação do solo, seu rompimento se faz através de
subsolagem, que só é aconselhada quando a camada adensada se localizar a
uma profundidade entre 20 e 50 cm da superfície e com solo seco.
Nas vésperas do plantio, faz-se nova gradagem, visando ao acabamento
do preparo do terreno e à eliminação de ervas daninhas.
Na segunda situação, onde a cultura da cana já se encontra instalada, o
primeiro passo é a destruição da soqueira, que deve ser realizada logo após a
colheita. Essa operação pode ser feita por meio de aração rasa (15-20 cm) nas
linhas de cana, seguidas de gradagem ou através de gradagem pesada,
enxada rotativa ou uso de herbicida.
Se confirmada a compactação do solo, a subsolagem torna-se
necessária. Nas vésperas do plantio procede-se a uma aração profunda (20-30
cm), por meio de arado ou grade pesada. Seguem-se as gradagens
necessárias, visando manter o terreno destorroado e apto ao plantio.
Devido à facilidade de transporte, à menor regulagem e ao maior
rendimento operacional, há uma tendência das grades pesadas substituírem o
arado.
A operação de sulcação está relacionada com os seguintes aspectos:
espaçamento da cultura, profundidade e largura do sulco. Geralmente, os
implementos utilizados para a sulcação também são capazes de efetuar a
adubação, simultaneamente. Nessa etapa pode-se efetuar, também, a
aplicação de defensivos, como, por exemplo, inseticidas.
Como já mencionado, os sulcos devem ter profundidade entre 20 e 30
centímetros - medida que não deve ser excedida - a não ser que o preparo do
solo tenha sido mais profundo. As novas raízes devem encontrar um solo
preparado para formar um sistema radicular amplo e eficiente.
Hoje em algumas áreas de cana já se emprega o cultivo mínimo, sendo
comumente utilizado o herbicida (Glifosate – 4 a 5 L/ha) em jato dirigido sobre
a linha brotada de cana com 50 a 60 cm de altura. Feita a dessecação, em
seguida procede-se o sulcamento e adubação nas entre linhas e novo plantio.
PLANTIO
Existem duas épocas de plantio para a região Centro-Sul: setembro-
outubro e janeiro a março. Setembro-outubro não é a época mais
recomendada, sendo indicada em casos de necessidade urgente de matéria
prima, quer por recente instalação ou ampliação do setor industrial, quer por
comprometimento de safra devido à ocorrência de adversidade climática.
Plantios efetuados nessa época propiciam menor produtividade agrícola e
expõem a lavoura à maior incidência de ervas daninhas, pragas, assoreamento
dos sulcos e retardam a próxima colheita.
O plantio da cana de "ano e meio" é feito de janeiro a abril, sendo o mais
recomendado tecnicamente. Além de não apresentar os inconvenientes da
outra época, permite um melhor aproveitamento do terreno com plantio de
outras culturas.
Há três técnicas de plantio no Brasil (manual, semi-mecanizada e
mecanizada), sendo utilizado nesta área o sistema semi-mecanizado pelo
sistema de banqueta.
Neste sistema a operação é realizada a partir da carroceria do caminhão
com lançamento manual da cana inteira no sulco. Abrem-se seis sulcos e
deixam-se dois sem abrir, por onde o caminhão vai passar. Seis pessoas, de
cima do caminhão, distribuem as mudas (Lançadores), sendo que os sulcos
próximos ao caminhão recebem o dobro da quantidade de mudas que são
utilizadas no sulco que será feito no local da passagem do caminhão. Outras
seis pessoas ficam ficam na picação (picadores) e outras seis no acertamento
(acertadores), enquanto que três pessoas ficam para cobrir as cabeceiras e
efetuar necessários repasses da cobertura mecânica, e uma pessoa fiscaliza. A
produção dessa equipe gira em torno de 4ha/dia.
Espaçamento ideal: O espaçamento entre os sulcos de plantio é de
1,50 m,
Sulcação e adubação: a sulcação pode ser realizada juntamente com a
adubação formulada (NPK + micros) e, para esta atividade, utiliza-se de
tratores de 150cv que fornece um desempenho operacional médio de
0.9 ha/hora, à um custo de R$ 90.28/ha para tratores Ford 8430 (para os
New Holland, modelos TM150 o custo atinge R$81.25/há), aplicando
torta de filtro, dependendo da dose aplicada se faz necessário, apenas,
a complementação com cloreto de potássio.
Nas operações de sulcação, atenta-se se obter o melhor paralelismo entre
os sulcos, pois, em ele não ocorrendo, danos às soqueiras acontecerão em
outras atividades subseqüentes. Sua profundidade ideal, de 20 a 30 cm e a
largura é proporcionada pela abertura das asas do sulcador num ângulo de
45º, com pequenas variações para mais ou para menos, dependendo da
textura do solo. A condição de umidade do solo deve ser alvo de atenção: solo
muito úmido, acarretará a formação de torrões (dependendo do seu teor de
argila) e também causará o espelhamento das laterais do sulco dificultando a
penetração do sistema radicular da cultura. Solo com muita baixa umidade
poderá levar a sulcação mais rasa e consumo de potência mais elevado, além
da formação de torrões.
Esta operação é associada a adubação da cana planta portanto é muito
importante verificar se o adubo está sendo corretamente depositado no sulco
de plantio. Pelas próprias características de projetos destas máquinas, por
vezes até com certa indesejada freqüência, apresentam problemas na
deposição dos fertilizantes devido a entupimentos dos tubos lançadores da
umidade inadequada do produto a ser lançado.
Distribuição e picação da muda: Os colmos com idade de 10 a 12
meses são colocados no fundo do sulco, sempre cruzando a ponta do
colmo anterior com o pé do seguinte e picados, com podão, em toletes
de aproximadamente de três gemas. Os toletes devem ser cortados para
evitar que a predominância de hormônios vegetais existentes na ponta
da cana (tecidos jovens) induza o entortamento do colmo e a saída da
ponta do colmo para fora do sulco. Cortando em pedaços, quebra-se a
dominância da gema apical e, assim, todas as gemas passam a
sintetizar hormônios vegetais que induzem a brotação.
A densidade do plantio é em torno de 16 a 18 gemas por metro linear de
sulco, que, dependendo da variedade e do seu desenvolvimento vegetativo,
corresponde a um gasto de 13 - 15 toneladas por hectare.
Outro cuidado importante na hora do plantio é verificar a quantidade de
palha que está sendo depositada no sulco, no momento do lançamento dos
colmos, pois, sua presença em excesso leva a ocorrência de bolsas de ar
dificultando a germinação pela falta de um adequado contato físico entre solo e
gemas, deixando de ocorrer a transmissão de calor e umidade do primeiro para
as segundas.
Cobrição: a cobrição deve ser realizada logo após o plantio, pois
assimas mudas ficam o menor tempo possível expostas à insolação,
perde-se menos umidade do solo, por evaporação e, conseqüentemente
a muda não sofre desidratação. Desta forma as gemas matem suas
características iniciais desejadas. Nesta operação, quando utiliza
equipamento com dois cobridores, regra geral efetua um pisoteio sobre
os colmos no fundo do sulco. Para se diminuir este efeito nocivo utiliza-
se de pneus sem garras e sem lastro d’água. A quantidade de terra de
cobrição dos toletes, devido as características fisiológicas das gemas
deve estar com uma camada de terra de 7 a 10 cm, devendo ser
ligeiramente compactada. Dependendo do tipo de solo e das condições
climáticas reinantes, pode haver uma variação na espessura dessa
camada. Utiliza-se de tratores como os Ford 5030 e 4630 com
cobridores de duas fileiras fornecendo um desempenho operacional da
ordem de 1.6 ha/hora e a um custo respectivo de R$ 39.06/ha e R$
36.95/ha.
Mudas: A usina fornecerá as mudas, já que devido experiências feitas
ao longo do tempo, demonstraram melhores resultados com tais mudas.
Variedades a serem utilizadas:
- Precoce: RB 83 5486 (sabidamente é intermediária a ferrugem, porem
é uma das melhores variedades precoce/media que podem ainda ser
plantada no centro oeste. Portanto ela devera ser cortada até no máximo
agosto para evitar ataque de ferrugem.
- Media/Tardia: SP 80 1842, considerada como eclética pois pode ser
manuseada durante toda a safra. Tem como vantagem a boa brotação
de soqueira sobre a palha e com maquina.
PRODUÇÃO DE MUDAS
Como já salientado anteriormente, as mudas serão fornecidas pela
usina, porém todo o trabalho de corte, carregamento e plantio será por conta
do produtor.
Após, em média, cinco ou seis cortes consecutivos, a lavoura canavieira
precisa ser renovada. A taxa de renovação está ao redor de 15 a 20% da área
total cultivada, exigindo grandes quantidades de mudas. A boa qualidade das
mudas é o fator de produção de mais baixo custo e que maior retorno
econômico proporciona ao agricultor, principalmente quando produzida por ele
próprio.
Para a produção de mudas, há necessidade de que o material básico
seja de boa procedência, com idade de 10 a 12 meses, sadio, proveniente de
cana-planta ou primeira soca e que tenha sido submetido ao tratamento
térmico.
A tecnologia empregada na produção de mudas é praticamente a
mesma dispensada à lavoura comercial, apenas com a introdução de algumas
técnicas fitossanitárias, tais como:
- Desinfecção do podão - o podão utilizado na colheita de mudas e no
seu corte em toletes, quando contaminado, é um violento propagador da
escaldadura e do raquitismo. Antes e durantes estas operações deve-se
desinfetar o podão, através de álcool, formol, lisol, cresol ou fogo. Uma
desinfecção prática, eficiente e econômica é feita pela imersão do
instrumento numa solução com creolina a 10% (18 litros de água + 2
litros de creolina) durante meia hora, antes do início da colheita das
mudas e do corte das mesmas em toletes. Durante essas duas
operações, deve-se mergulhar, freqüente e rapidamente, o podão na
solução.
- Vigilância sanitária e "roguing" - formando o viveiro, torna-se
imprescindível a realização de inspeções sanitárias freqüentes, no
mínimo uma vez por mês. A finalidade dessas inspeções é a erradicação
de toda touceira que exiba sintoma patológico ou características
diferentes da variedade em cultivo.
CALAGEM A ADUBAÇÃO
Calagem
A necessidade de aplicação de calcário é determinada pela análise
química do solo, devendo ser utilizado para elevar a saturação por bases a
60%. Se o teor de magnésio for baixo, dar preferência ao calcário dolomítico.
O calcário deve ser aplicado o mais uniforme possível sobre o solo. A
época mais indicada para aplicação do calcário vai desde o último corte da
cana, durante a reforma do canavial, até antes da última gradagem de preparo
do terreno. Dentro desse período, quanto mais cedo executada maior será sua
eficiência.
O método de saturação de base é mais realista no cálculo de dosagem
de calcário a ser usado, sem promover desequilíbrio nutricional, especialmente
dos micronutrientes (Cu, Fe, Mn e Zn).
O cálculo é feito da seguinte forma:
𝐶𝑇𝐶 𝑥 (𝑉2 − 𝑉1 )
𝑁𝐶 =
𝑃𝑟𝑛𝑡
Onde de acordo com a análise de solo obtida:
Nc = Necessidade de calcário (ton/ha).
CTC a pH 7.0 = Capacidade tampão de cátions (3.82).
V2 = Saturação de base desejada (60%).
V1 = Saturação de base a ser encontrada na análise de solo. (13.74%).
Prnt = Poder reativo de neutralização total. (100).
Obs.: Quanto maior o valor de Prnt, mais reativo é o calcário.
Portanto de acordo com os valores da amostra de solo o valor necessário de
calcário é:
NC = 1.8 ton/ha
Obs.:
Usar preferencialmente o calcário dolomítico por este ser fonte de Ca +
Mg.
O calcário irá corrigir os problemas de acidez na camada de 0 – 20cm.
Gessagem
A aplicação do gesso deve ser em área total, sempre antes do cultivo. A
recomendação do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) indica as
quantidades de gesso a serem aplicadas no solo de acordo com a análise do
solo para os teores de Ca e Al. Outras recomendações levam em conta, além
do aumento na saturação em bases em camadas de subsuperfície, também a
capacidade de troca catiônica (CTC).
As maiores doses recomendadas para solos com CTC maior que 60
mmolc /dm3 na camada de 20 a 40 centímetros de profundidade não
ultrapassam 2 toneladas por hectare. É importante destacar que a aplicação de
gesso deve ser feita juntamente com a aplicação de calcário, mas nunca deve
substituí-lo.
Cálculo da Necessidade de Gessagem:
Obs.: não é recomendado a adição de mais de 2.0 ton/ha de gesso no solo, por
este facilitar a lixiviação de bases (Ca, Mg e K) para a superfície.
Critérios para recomendação de gessagem:
Análise de solo na profundidade de 20-40 cm.
Teores de Ca e saturação de alumínio
- teor de Ca < 4 cmolc/dm3. (dados da análise, Ca = 0.2).
- saturação de alumínio > 40% (dados da análise, Sat. Al. = 61.95%).
Obs.: como o gesso tem alta perstitência no solo num período de 4 a 5 anos a
nova gessagem é dispensada.
Adubaçào
Para a cana de açúcar há a necessidade de considerar duas situações
distintas, adubação para cana-planta e para soqueiras, sendo que, em ambas,
a quantificação será determinada pela análise do solo.
Para cana-planta, o fertilizante deverá ser aplicado no fundo do sulco de
plantio, após a sua abertura, ou por meio de adubadoras conjugadas aos
sulcadores em operação dupla.
No quadro a seguir são indicadas as quantidades de nitrogênio, fósforo e
potássio a serem aplicadas com base na análise do solo e de acordo com a
produtividade esperada.
<100 100 80 40 40 0
100 - 150 150 120 80 60 0
>150 200 160 120 80 0
* Não é provável obter a produtividade dessa classe, com teor muito baixo de P no solo
Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996
Pelas tabelas:
P = 120 kg/ha.
K = 80 kg/ha.
N = 30 kg/ha.
< 60 60 30 0 90 60 30
60 - 80 80 30 0 110 80 50
80 - 100 100 30 0 130 100 70
> 100 120 30 0 150 120 90
Fonte: Boletim Técnico 100 IAC, 1996
Zinco no Cobre no
Zn Cu
solo solo
0-0,5 5 0-0,2 4
> 0,5 0 > 0,2 0
Doenças
Para a cana-de-açúcar foram descritas mais de 216 doenças. Pelo
menos 58 foram encontradas em nosso País. Dentre estas cerca de 11 podem
ser consideradas de grande importância econômica no Brasil.
As doenças mais importantes – tabela - são controladas pelo uso de
variedades tolerantes/resistentes. Contudo, isso não reduz a importância da
doença pois basta expandir o cultivo de variedades suscetíveis que a doenças
se manifestará causando perdas econômicas.
Em virtude do mecanismo de resistência horizontal, as variedades são
capazes de conviver com os causadores de doenças e tolerar sua presença
sem apresentar perdas econômicas. Este fato faz com que muitas vezes se
encontre a doença na planta em condições extremamente favoráveis, mas os
sintomas desaparecem com o crescimento da planta. Porém o
desenvolvimento de variedades tolerantes às doenças e o patamar de
produtividade da cultura no Brasil não ocorreu por acaso. Isto só foi possível
devido o sucesso do melhoramento genético da cultura.
Principais doenças da cana-de-açúcar
Doença Agente Formas de Sintomas mais Controle mais
causal transmissão evidentes eficaz
Escaldadur Bactéria Mudas, corte Estrias brancas, Variedade
a das folhas brotação lateral tolerante e
mudas sadias
Raquitismo Bactéria Mudas, corte Entupimento de Variedade
da soqueira vasos, brotação de tolerante,
soca tratamento
térmico
Mosaico Vírus Mudas, Mosaico nas folhas Variedade
pulgões tolerante,
rouguing no
viveiro
Carvão Fungo Mudas, vento Chicote Variedade
tolerante, trat.
Térmico,
rouguing no
viveiro
Estria Bactéria Mudas Estrias vermelhas Variedade
vermelha nas folhas, podridão resistente, evitar
da cana plantio em solos
mais férteis.
Mancha Fungo Vento Mancha com estrias Variedade
ocular avermelhadas tolerante
Ferrugem Fungo Vento Queima das folhas Variedade
tolerante
Mancha Fungo Vento Manchas amarelas Variedade
amarela ou vermelhas nas tolerante e não
folhas florífera
Podridão Fungo Broca, chuva Podridão interna dos Controleda broca
vermelha colmos e variedade
tolerante
Podridão Fungo Inseto, solo Podridão com odor Época de plantio,
abacaxi de abacaxi e mudas novas,
esporos pretos plantio raso
Amarelinho fatores Inseto Amarelecimento das Variedade
abióticos (pulgões) folhas tolerante
relacionad
os ao solo
e clima
Maturadores químicos
São produtos químicos que tem a propriedade de paralisar o
desenvolvimento da cana induzindo a translocação e o armazenamento dos
açúcares. Vêm sendo utilizados como um instrumento auxiliar no planejamento
da colheita e no manejo varietal. Muitos compostos apresentam, ainda, ação
dessecante, favorecendo a queima e diminuindo, portanto, as impurezas
vegetais. Há uma ação inibidora do florescimento, em alguns casos,
viabilizando a utilização de variedades com este comportamento.
Dentre os produtos comerciais utilizados como maturadores, podemos
citar: Ethepon, Polaris, Paraquat, Diquat, Glifosato e Moddus. Estudos sobre a
época de aplicação e dosagens vêm sendo conduzidos com o objetivo de
aperfeiçoar a metodologia de manejo desses produtos, que podem representar
acréscimos superiores a 10% no teor de sacarose.
CUSTOS
Na tabela 1 apresenta-se as etapas, as operações, os equipamentos
utilizados com respectivos desempenhos operacionais e custos relativos.
Tomou-se como índice 100 o custo total de todas as operações envolvidas a
partir da sistematização do talhão até a finalização do plantio, além dos custos
de corte de mudas.
Desempenho
Potência Custos
Etapas Operações Equipamentos operacionais
(cv) (%)
(ha/hora)
100 a
sistematização
sistematização Trator esteira e lâmina 140 1,00 4,89
trator de pneus + arado 150 a
terraceador 180 1,80 2,53
terraceamento terraceamento
120 a
motoniveladora 140 3,00 2,15
aplicação de trator de pneus e carreta
corretivos aplicadora 75 a 80 2,00 1,36
carregamento de carregadora com caçamba
corretivos nas garras 85 a 100 4,00 0,87
gradeação de trator de pneus + grade
Aplicação de nivelamento niveladora 85 a 100 1,30 2,96
corretivos e aplicação de torta em trator de pneus + grade
torta área total niveladora 75 a 85 1,20 2,7
Eliminação de
trator de pneus +
cobertura Dessecação 75 a 85 1,70 2,87
pulverizador
vegetal
trator de pneus + grade de
gradeação pesada discos 180 0,70 6,82
Preparo de trator de pneus + arado de
solo aração discos ou aivecas 180 0,47 9,78
gradeação de trator de pneus + grade
nivelamento niveladora 85 a 100 1,30 2,96
trator de pneus + sulcador
sulcação para 3 sulcos 180 1,20 4,15
abastecimento de
adubo Carregadora 85 a 100 2,40 0,54
trator de pneus + lâmina
acerto de sulcação traseira 75 2,40 0,54
Carregamento de carregadora com caçamba
torta nas garras 85 a 100 1,65 2,38
aplicação de torta no trator de pneus + carreta
sulco aplicadora 75 a 85 0,65 4,98
Plantio
transporte de mudas trator de pneus + carreta
interno duplo tanden 75 a 85 0,60 5,22
descarregamento de
mudas Carregadora 85 a 100 1,50 1,78
carregamento de
mudas Carregadora 85 a 100 1,50 1,66
lançamento de
mudas nos sulcos 5 operários/ carreta - 0,37 14,5
trator de pneus + cobridor
cobertura dos sulcos para 3 sulcos 75 a 85 1,20 2,69
Controle aplicação de trator de pneus +
75 a 85 1,70 2,87
fitossanitário herbicidas pulverizador
trabalhador treinado para
corte este tipo de corte - 0,5* 8,78
carregamento Carregadora 85 a 100 28,00** 3,6
Preparo de
trator de pneus + reboque 150 a
mudas
reboque canavieiro 180 - 1,67
caminhão + reboque
transporte externo* canavieiro - - 4,75
TOTAL 100
(*) Considerando distância de 20km,
(**) em t/hora.
Cálculos
R$ 297.560,50
E o preço de arrendamento para Goiás, varia de acordo com a distância
da propriedade para a usina, topografia e tipo de solo, mas gira em torno de 55
t a 65 t por alqueire goiano, o que dá por hectare o valor de 10 a 14 t de cana.
Portanto se a terra for arrendada para usina o rendimento líquido na
primeira colheita será de aproximadamente:
R$ 30.000,00
𝟑𝟎 + 𝟏𝟐𝟎 + 𝟖𝟎
𝑫𝑨𝑭 = 𝒙𝟏𝟎𝟎
(𝟒 + 𝟏𝟔 + 𝟖)
Portanto DAF = 821,43 kg/ha -> 41.235,79kg/50,2ha
http://www.agrobyte.com.br/cana.htm