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Resumo: Direito Processual Civil – por Prof. Clóvis Brasil Pereira
Assunto:
RESUMO DE DIREITO
PROCESSUAL CIVIL
Autor:
ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA
1. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Para a aplicação da justiça, a Constituição Federal, lei máxima vigente no país, fixa
regras de jurisdição e competência, de forma genérica, delimitando o campo de atuação
de cada juízo ou tribunal.
Por outro lado, existe hoje uma tendência de especialização em determinados ramos do
direito, dando a Constituição margem para cada Estado membro, através de lei estadual,
fixar regras e normas para o exercício da jurisdição, que é una e indivisível na sua
essência, pois é derivada do Poder Federativo.
A jurisdição, por sua vez, é aplicada dentro de determinado país, região, estado ou
comarca, levando em conta a matéria em julgamento (ratione materiae), a qualidade das
partes litigantes (ratione personae), e a situação ou localização da coisa ou do bem objeto
do litígio (ratione loci).
O atual sistema judiciário nacional, fixado de acordo com a Constituição Federal de 1988,
no seu artigo 92, está assim dividido:
Tem as suas atribuições definidas no art.102, incisos I, II, III, com suas alíneas e
parágrafos respectivos, destacando-se o julgamento das seguintes questões:
Tem suas atribuições definidas no artigo 105, incisos I, II e III, e suas alíneas e parágrafos
respectivos, destacando-se o julgamento das seguintes questões:
A Justiça Estadual, na sua primeira instância, é dividida em COMARCAS, que por sua
vez, agrupam várias VARAS, que podem ser divididas em varas cíveis, criminais, ou
outras especializadas, ou ainda, dependendo da ENTRÂNCIA, decidirem
cumulativamente todas as questões.
Existe, por sua vez, o FÓRUM CENTRAL CIVIL (João Mendes Júnior), o FÓRUM
CENTRAL CRIMINAL (Ministro Mário Guimarães, na Barra Funda), o FÓRUM DA
FAZENDA PÚBLICA E ACIDENTES DO TRABALHO, além dos FOROS REGIONAIS
(Santana, São Miguel .Paulista, Lapa, Penha de França,, Tatuapé, Vila Prudente,
Pinheiros, dentre outros).
Essa organização da Justiça, no estado de São Paulo, pode sofrer alteração, através de
legislação especial, que venha criar novas Varas ou Foros Regionais.
ninguém pode ser privado de sua liberdade ou de seus bens sem que tenha sido
submetido a um julgamento prolatado com base no instrumento estatal adequado previsto
em lei para a solução daquele conflito específico (exemplo: observância de um
procedimento específico; negativa de seguimento de recurso judicial , etc.)
todos os atos praticados pelo juízo são dotados de publicidade, como forma de
controle da atividade jurisdicional pelas partes e garantia de lisura do procedimento.
toda a decisão ou sentença está sujeito , como regra , ao reexame por instância
superior, através de recurso apropriado garantido ao prejudicado (sucumbente).
AÇÃO E DISPONIBILIDADE
VERDADE FORMAL
Ao autor compete fazer prova dos fatos constitutivos de seu direito , enquanto ao
réu se impõe a prova dos fatos extintos , modificados ou impeditivos do direito do autor.
LEALDADE PROCESSUAL
princípio pelo qual as partes, mesmo estando em contenda judicial, devem tratar-
se com urbanidade e atuar com boa-fé (CPF , art. 14).
ORALIDADE
ECONOMIA PROCESSUAL
DO LITISCONSÓRCIO
III - conexão: quando for comum o objeto (pedido) ou a causa de pedir. Para que se
evitem decisões conflitantes, as ações conexas podem ser propostas em litisconsórcio
(art. 103, CPC).
I – unitário: ocorre quando a decisão da causa deve ser uniforme, igual em relação todos
os litisconsortes;
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Formas:
1 ) assistência;
2) oposição
1) nomeação;
2) denunciação à lide;
3) chamamento ao processo
a) simples - art. 50 do CPC: ocorre quando o terceiro, que tem interesse jurídico
na decisão da causa, ingressa em processo pendente entre outras partes para auxiliar
uma delas.
Procedimento: O terceiro que desejar ingressar com o assistente deverá formular petição
ao juiz. Recebendo, este dará vista às partes para se manifestarem no prazo de 5 dias.
Se as partes não impugnarem o pedido de ingresso e verificada a existência de interesse
jurídico, o assistente terá sua intervenção deferida.
Se qualquer das partes alegar que ao assistente falta interesse jurídico, o juiz
determinará, sem a suspensão do processo, o desentranhamento da petição e da
impugnação, a fim de serem autuados em apenso. Nesse caso, o juiz poderá autorizar a
produção de provas, decidindo, em seguida, dentro de 5 dias. Da decisão que autoriza,
ou não, o ingresso do assistente, cabe recurso de agravo de instrumento - art. 522 do
CPC.
A oposição coloca os opostos (autor e réu) num litisconsórcio passivo. Frise-se que não
comporta ampliação dos elementos objetivos da lide (causa de pedir e pedido), hipótese
em que o opoente deverá ajuizar ação autônoma. Assim, se as partes estão discutindo a
propriedade de uma gleba, não é possível a oposição para discutir a posse da mesma.
Se não for proposta a oposição, não se perde o direito, porque poderá ser proposta
depois, contra quem ganhar a demanda, ação própria. Existe, no entanto, a figura, em
virtude da economia processual e do interesse de que não existam sentenças
contraditórias.
Se, a oposição for oferecida depois de iniciada a audiência, seguirá ela o procedimento
ordinário e será julgada sem prejuízo da causa principal. O juiz, todavia, poderá sobrestar
o andamento do processo, por prazo nunca superior a 90 dias.
Não se refere ao possuidor direto (locatário) que detém a coisa em nome próprio porque é
um possuidor, em relação aos direitos do possuidor indireto (locador), que é o
proprietário.
Nos casos em que o autor recuse o nomeado, ou quando este negar a qualidade que lhe
é atribuída, dar-se-á ao nomeante novo prazo para contestar.
O autor ao concordar com a nomeação à autoria, corre o risco de ser julgado carecedor
da ação, porque está propondo contra a parte ilegítima, isto é, contra a pessoa errada.
I - ao alienante , na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à
parte, a fim de que este possa exercer o direito que da evicção lhe resulta. Ex.: o
adquirente de um imóvel que está sendo acionado em ação de reivindicação, correndo o
risco de perder o bem (evicção) em virtude de algum motivo jurídico anterior a sua
aquisição, deverá chamar para acompanhar a demanda a pessoa que lhe vendeu a coisa
para que possa, posteriormente, obter ressarcimento resultante da perda da coisa;
III - àquele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação
regressiva, o prejuízo do que perder a demanda. Ex.: contrato de seguro, nas ações de
caráter indenizatório.
Feita a denunciação pelo autor prossegue a ação nos termos do art. 74; se a denunciação
for feita pelo réu, processa-se conforme o art. 75 do CPC.
Difere da denunciação porque nesta, o denunciado não tem relação jurídica com o
adversário; no chamamento o chamante tem relação jurídica com o adversário (vínculo
de solidariedade).
II – dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles;
No caso específico do fiador que seja executado, não se aplica o instituto do chamamento
ao processo, típico do processo de conhecimento, mas a de alegação do beneficio de
ordem, previsto no art. 595 do CPC. (vide artigos 1.491 e 1.492 do Código Civil).
Procedimento: ordenada a citação, o processo principal ficará suspenso (art. 72, CPC);
feita a denunciação pelo autor, o denunciado, comparecendo, assumirá a posição de
litisconsorte do denunciante e poderá aditar a petição inicial, procedendo-se em seguida a
citação do réu (art. 74, CPC).
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PROCESSO E PROCEDIMENTO
c) Cautelar (art.796/889);
Assim, a título exemplificativo, se a lei especial não trás previsão específica do número de
testemunhas, ou da forma de citação, adota-se a do Código de Processo Civil, do
procedimento ordinário.
É regulado no artigo 282 e seguintes do CPC, e possibilita maior discussão das questões
constantes no litígio, tanto pelo autor, quanto pelo réu, e pode ser dividido, basicamente
em quatro fases:
Apresentada ou não a defesa, e não sendo caso de extinção do processo (artigo 329), ou
julgamento antecipado da lide (artigo 330, incisos I e II), e versando a causa sobre direitos
que admitam transação, “o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo
de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo
fazer-se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir”
(artigo 331, CPC, com nova redação dada pela Lei 10.444/02);
- investigação de paternidade;
Não ocorreu apenas uma mudança de nomenclatura, mas sim o próprio procedimento.
Por sua vez, grande parte das causas que antes tramitavam pelo procedimento
sumaríssimo, foram abrangidas pela Lei nº 9.099, de 26/09/95, que introduziu os
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS, em vigor desde 27/11/95.
- Inciso I: as causas, cujo valor não exceder a 60 (sessenta) vezes o maior salário
mínimo (Lei 10.358/02);
- Inciso II: as causas, qualquer que seja o valor, relacionadas no mesmo artigo, a
saber:
O procedimento sumário, que encerra uma concentração de atos, justamente para agilizar
o seu encerramento, encerra as seguintes fases:
A citação deve ocorrer com a antecedência mínima de 10 (dez) dias da data marcada
pelo juiz, e o mandado deve conter a advertência de que, deixando o réu de comparecer
injustificadamente à audiência, reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados pelo autor
(artigo 319, do C.P.C.), salvo se o contrário resultar da prova dos autos;
Nesse caso, se houver recurso de uma, ou de ambas as partes, contra a sentença do juiz,
terão que ser, primeiramente, transcritos os depoimentos colhidos na audiência, de todos
os envolvidos (das partes, testemunhas, perito, assistentes técnicos, etc), bem como as
alegações finais produzidas pelos procuradores, para depois, começar a fluir o prazo para
interposição do recurso de apelação à Superior Instância.
Por fim, cumpre ser destacado o teor do artigo 280, que destaca sobre o procedimento
sumário o que segue:
Não se busca pela prova a certeza absoluta , quase impossível , mas a certeza relativa
suficiente para a convicção do magistrado .
“No direito não ganha quem tem razão; ganha quem tem prova”. (Des. Francis
Selwin Davis, do TJSP).
FATOS QUE PRESCIDEM DE PROVA: conforme artigo 334, incisos I a IV, CPC:
c) os fatos incontroversos, ou seja, foi alegado por uma das partes, e não questionado
pela outra;
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d) os fatos em cujo favor milita presunção de veracidade, e que não admite prova
em contrário.
ÔNUS DA PROVA: nos termos da lei processual (art. 333, do CPC), cabe ao autor, o
ônus da prova do fato constitutivo do seu direto (inciso I), e o réu, do fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor (inciso II).
O Juiz, por seu turno, dentro do modelo processual adotado no país, depende da
provação das partes, para a produção das provas, atribuindo-lhes o valor que merecem,
decidindo, de conformidade com o resultado da prova, e o efeito que as mesmas
produzirem para a sua convicção íntima.
Não poderá o juiz, decidir contra as provas produzidas nos autos, mesmo sabendo por
ouvir falar, ou tendo tomado conhecimento por qualquer meio de comunicação, que o fato
ocorreu desta ou daquela maneira, já que está vinculado ao material probatório existente
nos autos.
Além das provas assinadas acima, outros meios legais, não especificados no Código,
desde que moralmente legítimos, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que
se funda a ação ou a defesa.
PROCESSO DE EXECUÇÃO
É através do processo executivo, que o titular do direito não satisfeito, busca a tutela
judicial, com o objetivo de coagir o devedor a dar cumprimento a obrigação, sob pena de
compelí-lo a satisfazê-la compulsoriamente.
Tem legitimidade ativa, e podem promover a execução forçada, conforme o artigo 566,
do CPC:
I – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes
for transmitido o direito resultante do título executivo;
II – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe foi transferido por ato
entre vivos;
III- o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante
do título executivo;
IV – o fiador judicial;
Tratando-se de execução fiscal (artigo 585, inciso VI, do CPC), a execução será
proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência ou no lugar onde
for encontrado, conforme artigo 578, do CPC.
D. RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens
presentes e futuros (artigo 591, CPC), salvo as restrições estabelecidas em lei.
IV – do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação
respondem pela dívida;
A FRAUDE À CREDORES (artigo 158 a 161 do Código Civil vigente) é bem distinta,
dependendo, para sua declaração, de ação própria, denominada de AÇÃO PAULIANA
ou AÇÃO REVOCATÓRIA, que se processa pelo procedimento comum ordinário.
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Esta atinge os bens e atos alienados ou onerados após a constituição do crédito, mas
antes do ajuizamento de ação de execução. Para seu reconhecimento, o autor tem que
comprovar a intenção de fraudar; o conluiu entre comprador e vendedor, e o estado de
insolvência do devedor, face à alienação ou oneração procedida.
E. ESPÉCIES DE EXECUÇÃO
O processo de execução deve estar sempre instruído com o título executivo judicial ou
título executivo extrajudicial, conforme a previsão do artigo 583, do CPC.
VII - todos os demais títulos, a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
A execução por quantia certa, contra devedor solvente, tem por objeto a expropriação de
bens do devedor, a fim de satisfazer o direito do credor, conforme a previsão do artigo
646, do CPC.
É importante também ser ressaltado, que a execução para cobrança de crédito, fundar-
se-á sempre em título líquido, certo e exigível. No caso de título executivo originado de
sentença judicial, que contenha condenação genérica, proceder-se-á primeiro a sua
liquidação, que ocorrerá conforme o disposto nos artigos 603 ao 611 do CPC.
a. PETIÇÃO INICIAL
A petição inicial na ação de execução contra devedor solvente, difere um pouco das
demais ações, uma vez que o credor faz o pedido com base no título executivo, do qual é
portador, e ele por si só, na execução, já é a prova cabal do seu crédito, não cabendo o
protesto por outras provas, como é comum nos demais procedimentos.
b. CITAÇÃO DO DEVEDOR
Distribuída a execução, determinará o juiz a citação do devedor, para que este pague
no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, o valor apontado pelo autor/exeqüente, ou
nomeie bens à penhora, no mesmo prazo, para garantia da execução (artigo 652 do
CPC).
No caso do devedor ser citado na execução, poderá ele, para discutí-la, através de
embargos à execução, oferecer bens à penhora, no prazo de 24 horas, através de petição
escrita.
I. dinheiro;
V. móveis;
VI. veículos;
VII. semoventes;
VIII. imóveis;
X. direitos e ações.
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Nesse caso, a penhora poderá ser estendida a outros bens, se restar frustada a garantia
originalmente constituída, ou se essa se mostrar insuficiente para o pagamento total da
dívida.
Não basta o devedor oferecer bens à penhora, para que a mesma venha ser formalizada.
Conforme estabelece o artigo 656 do Código de Processo Civil, a nomeação será tida
como INEFICAZ, salvo convindo ao credor, que será sempre intimado a se manifestar
sobre a indicação, se:
II. se não versar sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para o
pagamento;
III. se, havendo bens no foro da execução, outros hajam sido nomeados;
IV. se o devedor, tendo bens livres e desembaraçados, nomear outros que não o sejam;
VI. se o devedor não indicar o valor dos bens ou omitir qualquer das indicações a que se
referem os n.ºs. I a IV, do parágrafo 1º, do artigo anterior (art. 655).
No caso da nomeação ser aceita pelo credor, será ela reduzida “a termo”, o que
equivalerá à lavratura do auto de penhora, sendo no ato, nomeado um depositado
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judicial dos bens, que poderá recair no próprio devedor, que se incubirá de guardá-los
em seu poder, sob pena de ser responsabilizado civil e criminalmente pelo juízo.
Se o devedor for citado para o pagamento, e deixar de fazê-lo, não indicando bens à
penhora no prazo assinalado pelo juiz (24 horas), caberá ao oficial de justiça penhorar-lhe
tantos bens quantos bastem para o pagamento do valor principal, juros e outros
acessórios eventualmente cobrados, custas e honorários advocatícios, lavrando o
competente AUTO DE PENHORA..
A penhora, quando recair sobre bens imóveis, realizar-se-á mediante auto ou termo de
penhora, cabendo ao exeqüente, sem prejuízo da imediata intimação do executado (art.
669), providenciar, para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, o respectivo
registro no ofício imobiliário, mediante apresentação de certidão de inteiro teor do ato e
independentemente de mandado judicial (nova redação trazida pela Lei 10.444/02,
artigo 659, § 4º).
Quando se trata de bem imóvel, localizado em Comarca diversa, desde que seja
apresentada a certidão da respectiva matrícula, a penhora será realizada por termo nos
autos, do qual será intimado o executado, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado,
e por este constituído depositário, conforme o parágrafo 5º, do mesmo artigo 659 (Lei
10.444/02).
Cabe na seqüência, ao credor, dentro de 10 (dez) dias, contados da data em que foi
intimado do arresto, requerer a CITAÇÃO POR EDITAL do devedor. Findo o prazo do
edital, assinado pelo juiz (artigo 232, inciso IV) , terá o devedor prazo de 24 (vinte e
quatro) horas para o cumprimento da obrigação, convertendo-se o arresto em penhora
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em caso de não pagamento, tudo de acordo com a previsão dos artigos 652 e 654 e
parágrafos respectivos, do CPC.
I. reduzir a penhora aos bens suficientes, ou transferí-la para outros, que bastem à
execução, se o valor dos penhorados for consideravelmente superior ao crédito do
exeqüente e acessórios;
II. ampliar a penhora, ou transferí-la para outros bens mais valiosos, se o valor dos
penhorados for inferior ao referido crédito.
O edital conterá, de acordo com que dispõe o artigo 686, do CPC, o que segue:
III. o lugar onde estiverem os móveis, veículos e semoventes; e, sendo direito e ação, os
autos do processo, em que foram penhorados;
A arrematação far-se-á com dinheiro à vista, ou a prazo de 3 (três) dias, mediante caução
idônea. O valor exibido pelo licitante, será depositado em conta judicial, à disposição do
juízo da execução, para futuro pagamento ao credor.
No caso de ocorrer a segunda praça, ou o segundo leilão, quando é admitido lanço por
valor abaixo da avaliação, o juiz não aceitará o lanço que represente “preço vil”, ou seja,
aquele que represente parcela insignificante do valor de avaliação e do valor real.
III. quando o arrematante provar, nos 3 (três) dias seguintes, a existência de ônus real
não mencionado no edital;
Finalmente, é de ser esclarecido, que finda a praça sem lançador, é lícito ao credor,
oferecendo preço não inferior ao que consta no edital, requerer lhe sejam adjudicados
os bens penhorados. Nesse caso, será expedido em favor do credor, a CARTA DE
ADJUDICAÇÃO, que representa o título aquisitivo do bem objeto da alienação judicial.
Nesse caso, o credor/adjudicante não precisará exibir o dinheiro, mas sim poderá
arrematar o bem utilizando o seu crédito, ou parte dele, e se insuficiente, apenas
complementar o valor.
No caso de suspensão da execução, com base no inciso III, do artigo 791, o credor deve
ficar atento para o prazo prescricional do título executivo, promovendo, após a citação do
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O juiz rejeitará liminarmente os embargos (artigo 739), ou seja, sem ouvir ao menos a
parte contrária, nos seguintes casos:
II. quando não se fundarem em alguns dos fatos mencionados no artigo 741 (que limita a
discussão nos embargos que versarem sobre execução fundada em título judicial);
III. nos casos previstos no artigo 295 (que trata do indeferimento da petição inicial).
XI - PROCESSO CAUTELAR
O processo cautelar, que segue procedimento específico, estabelecido nos artigos 796
ao 889 do Código de Processo Civil, se constitui no meio pronto e eficaz para assegurar a
permanência ou a conservação dos estados das pessoas, coisas e provas, enquanto não
for atingido o estágio final da prestação jurisdicional. Tem assim, por objetivo específico,
a prevenção e a preservação de direitos.
As medidas cautelares são cabíveis para conservar, acautelar o interesse das partes
diante do perigo na demora natural do resultado dos processos judiciais. Não têm,
portanto, a finalidade de solucionar o litígio, já que garantem apenas a tutela provisória, e
seu reconhecimento definitivo depende de cognição plena, só realizável nos processos
principais.
É a probabilidade de dano a uma das partes de uma futura ou atual ação principal,
resultante da demora do ajuizamento ou processamento e julgamento desta ação.
Esta somente será citada após o cumprimento da liminar, para apresentar, no prazo de 5
(cinco) dias, a defesa que entender devida (contestação), conforme o artigo 802 do
CPC, após o que, o juiz poderá manter ou revogar a liminar anteriormente concedida.
Nesse caso, o juiz exercita o chamado Poder Discricionário, que lhe é concedido para
que pratique atos onde não precisa fundamentar a decisão, mas apenas examinar os
pressupostos de conveniência e oportunidade.
Dentro desse mesmo princípio, o juiz poderá sustar os efeitos da ordem LIMINAR
concedida, desde que surjam fatos e provas novas, que mudem o seu convencimento
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pessoal. De qualquer forma, os efeitos da medida liminar serão sempre provisórios, e esta
somente se tornará definitiva, quando houver o julgamento do mérito nos autos principais.
A petição inicial das medidas cautelares, será formalizada através de peça escrita, e deve
preencher os requisitos previstos no artigo 801, do CPC, tais como:
I. a autoridade judiciária, a que for dirigida;
II. o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido;
III. a lide e seu fundamento;
IV. a exposição sumária do direito a menção e o receio da lesão;
V. as provas que serão produzidas.
O requisito do inciso III será exigido, apenas quando a medida for requerida em
procedimento preparatório, conforme a previsão do parágrafo único do artigo 801, acima
referido.
D. MEDIDAS CAUTELARES
- de arresto (art.813);
- de seqüestro (art.822);
- de caução (art.826);
- de exibição (art.844);
- da justificação (art.861);
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- do atentado (art.879);
No caso das medidas cautelares incidentais, serão distribuídas por dependência ao juízo
onde já tramita o processo principal em curso.
Esta, no entanto, poderá ser revogada a qualquer momento, desde que surjam fatos
novos, que mudem o convencimento do juiz, ou em Instância Superior, através de
recurso.
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a. “In limine litis”, quando o juiz aprecia de plano o pedido cautelar, e concede a liminar,
uma vez que presentes e comprovados documentalmente os dois pressupostos básicos já
mencionados. Neste caso, a liminar será concedida “inaldita altera parte”, ou seja,
sem ouvir a parte contrária.
Após a realização da audiência, com ou sem a presença do réu, onde o autor fará a prova
testemunhal de um ou mesmo dos dois pressupostos, com a análise da prova produzida,
o juiz poderá conceder ou não a liminar requerida pelo autor.
O réu será regularmente citado para responder a ação, ou seja constestá-la, se assim o
desejar, no prazo de 5 dias, contados da juntada do mandado regularmente cumprido aos
autos, ou da execução da medida cautelar, quando concedida liminarmente ou após a
justificação prévia (art.802, parágrafo único, incisos I e II, do CPC), podendo inclusive
fazer a indicação das provas que pretenda produzir.
Se na contestação o requerido comprovar que os fatos articulados pelo autor não são
verdadeiros, e se as provas por ele produzidas mudarem o convencimento do juiz, este
poderá revogar os efeitos da liminar concedida, cabendo ser ressalvado, que nas medidas
cautelares, o juiz não julga o mérito da questão, o que somente será apreciado no feito
principal.
Quando as partes alegarem matéria de fato, que exija a produção de prova oral, o juiz
determinará a realização de audiência de instrução e julgamento, que não pode ser
confundida com a “audiência de justificação” já referida, onde somente o autor produzirá
prova para comprovação dos dois pressupostos (“perigo da mora”e da “fumaça do bom
direito”).
H. PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO
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Essa caução, a critério do juiz, poderá ser real (dinheiro ou bens) ou fidejussória
(fiança), feita pelo próprio autor ou por terceira pessoa por ele indicada.
Poderá ocorrer ainda a prestação de “contracautela”, que vem a ser o depósito feito pelo
requerido para evitar o cumprimento da liminar, até que se discuta amplamente a questão
suscitada no processo principal.
A garantia feita nesse caso pelo réu, também servirá para indenizar o autor de eventual
prejuízo no final.
O fato da liminar ser concedida ou mantida na sentença, não significa que a matéria não
venha ser reapreciada no futuro, já que o juiz poderá modificar o entendimento anterior,
quando do exame do mérito da questão, no processo principal, no qual a ação cautelar
será autuada em apenso.
O meio utilizado deve ser idôneo a obter o resultado pretendido. Para isso, é preciso que,
na ordem processual brasileira, existia o tipo de recurso que deve ser adequado à
alteração e revisão da decisão. Ademais, a utilização do meio deve ser adequada no
aspecto formal e quanto ao tipo de decisão que se impugna.
RECURSOS CABÍVEIS
I- apelação;
II- agravo;
V- recurso ordinário;
PRESSUPOSTOS
b) tempestividade;
a) a legitimidade;
Os recursos podem ser recebidos em dois efeitos, conforme a previsão legal, assim
compreendidos:
b) efeito devolutivo, quando a decisão judicial produz efeitos provisórios, porque pode
ser modificada quando do julgamento do recurso interposto.
Têm apenas efeito devolutivo: o agravo, salvo a hipótese do inciso III, do art. 527, c.c.
art. 558, do CPC, o recurso especial e o recurso extraordinário.
Embora o recurso não tenha efeito suspensivo, é de se esclarecer que a sua interposição
impede o trânsito em julgado da decisão, e os efeitos que esta venha produzir, serão
provisórios, até que o recurso receba julgamento final.
Ocorrerá a extinção, prematura dos recursos, antes do seu exame pelo tribunal “ad
quem”, quando ocorrerem os seguintes casos:
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a) a deserção, quando não for feito o preparo, que é o pagamento das custas, ou
quando o mesmo for feito intempestivamente. O preparo, quando exigido, deve ser
comprovado concomitantemente com a interposição do recurso, conforme a previsão do
artigo. 511, do CPC.
Por disposição do artigo 511, do Código de Processo Civil, no ato de interposição dos
recursos, a parte recorrente, quando a legislação assim o exigir, comprovará o respectivo
preparo, inclusive porte de retorno, sob pena de deserção.
Assim sendo, a parte recorrente, no mesmo prazo de interposição do recurso, terá que
proceder o recolhimento das custas correspondentes, para possibilitar o seu regular
processamento.
RECURSO ADESIVO
Pode ser exercitado pela parte que não tenha recorrido da decisão, no prazo legal, e
desde que a sucumbência seja parcial ou recíproca. Assim, a parte recorrida pode aderir
ao recurso da parte contrária, no mesmo prazo que a parte dispõe para responder,
contados da publicação do despacho que admitiu os recursos principal.
O recurso adesivo não se constitui num recurso propriamente dito, mas num modo de se
apelar, interpor embargos infringentes, recurso especial ou extraordinário, já que tem um
procedimento peculiar, viabilizando sua interposição após o prazo ordinário comum às
partes.
II- será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no
prazo que a parte dispõe para responder (art. 500, I, do CPC);
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IV- é preciso que tenha sido interposto e recebido o recurso principal, não sendo
admissível se houver desistência ou deserção do recurso principal.
O recurso adesivo é interposto do mesmo modo que o recurso principal, ou seja, por
petição ao juiz, tratando-se de apelação; perante o relator, tratando-se de embargos
infringentes; e perante o presidente do tribunal recorrido, tratando-se de recurso especial
ou extraordinário.
Por fim, é de ser esclarecido, que no recurso adesivo, a parte pode pleitear a reforma a
seu favor da sentença recorrida, ao passo que, na resposta do recurso, lhe é facultado
apenas resistir ao pedido de reforma da sentença ou acórdão, formulada no recurso
principal.
RECURSOS EM ESPÉCIE
Segundo o artigo 162, parágrafo 1º, do CPC, Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo
ao processo, decidindo ou não o mérito da causa.
Por outro lado, os casos de extinção do processo, sem julgamento do mérito, vem
previstos no artigo 267, incisos I ao XI, e com o julgamento de mérito, no artigo 269,
incisos I ao V, do CPC.
O tribunal, por sua vez fica limitado à vontade do apelante em impugnar a Sentença, não
podendo reformá-la na parte em que o recorrente não manifestou seu desejo de revisá-la.
A regra geral, é que o recurso de apelação seja recebido nos dois efeitos (devolutivo e
suspensivo). As exceções ficam por conta dos casos previstos no artigo 520, do CPC,
quando a apelação será recebida somente no efeito devolutivo, e que:
VII- confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. (acrescido pela Lei 10.352/02).
Será interposta por petição escrita, no prazo de quinze dias, contados da intimação da
decisão, e segue o procedimento preconizado nos artigos 513 ao 521, do CPC, cabendo
à parte contrária, em igual prazo, apresentar as contra-razões ao recurso, quando então a
apelação subirá ao tribunal “ad quem” para julgamento.
Observe-se, que em princípio, depois de proferida a sentença, não pode mais o juiz
de primeira instância, modificá-la, salvo no caso da sentença que indeferir o
processamento do pedido inicial.
Neste caso, segundo o artigo 296, do CPC , “indeferida a petição inicial, o autor poderá
apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão”.
Por sua vez, decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo,
resolve questão incidente (artigo 162, § 2º, CPC).
Deve ser interposto no prazo de dez dias, contados da intimação da decisão atacada, e
segue o procedimento preconizado nos artigos 522 ao 529, do CPC.
Conforme a nova redação dada ao artigo 527, do CPC, pela Lei 10.352/02, distribuído o
recurso de agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinente, o relator:
II- poderá converter o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de
provisão jurisdicional de urgência ou houver perigo de lesão grave e de difícil ou incerta
reparação, remetendo os respectivos autos ao juízo da causa, onde serão apensados aos
principais, cabendo agravo dessa decisão ao órgão colegiado competente;
III. poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de
tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;
IV. poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez)
dias;
Após a formação do agravo, caberá ao relator a 30 (trinta) dias, pedir dia para
julgamento, conforme a previsão do artigo 528, do CPC. Na hipótese do juiz recorrido
comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o
agravo (art. 529).
Por sua vez, será obrigatoriamente retido o agravo interposto das decisões
proferidas na audiência de instrução e julgamento e das posteriores à sentença, salvo nos
casos de dano de difícil e de incerta reparação, nos de inadmissão da apelação e nos
relativos aos efeitos em que a apelação é recebida (alteração introduzida pela Lei
10.352/02).
É indispensável portanto, para que o Acórdão seja embargável, que tenha ocorrido um
voto vencido no julgamento.
O recurso será interposto no prazo de 15 (quinze) dias, abrindo-se vista ao recorrido para
contra-razões; após, o relator do acórdão embargado apreciará a admissibilidade do
recurso, conforme a previsão do artigo 531 do CPC.
Ocorrendo o primeiro caso, os embargos tem por finalidade explicativa, ou seja dar o
verdadeiro entendimento da Sentença. Havendo omissão, a finalidade é de completar o
julgamento que foi parcial.
A correção nestes casos, não leva a uma modificação do conteúdo da decisão atacada,
mas apenas a um esclarecimento do que vem nele contido.
O recurso não está sujeito a preparo e não é respondido pela parte contrária, pois é
dirigido diretamente ao juízo prolator da decisão.
Se o recurso por tido como meramente protelatório (art. 538, parágrafo único), poderá ser
aplicada ao recorrente a pena de multa de até 1% sobre o valor da causa, e no caso de
reiteração, a multa poderá ser de até 10%, ficando condicionada a possibilidade de
interposição de outro recurso, ao depósito respectivo da multa eventualmente aplicada.
5) RECURSO ORDINÁRIO: A teor do que dispõe o artigo 539, do CPC, serão julgados
em recurso ordinário:
b). julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal;
c). der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal
(tribunais de Estados diferentes).
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição Federal.
Os dois recursos serão recebidos apenas no efeito devolutivo (art. 542, parágrafo 2º), o
que significa dizer, que a interposição dos mesmos, não obstará a execução da decisão
recorrida.
No caso dos dois recursos serem admitidos, ambos serão encaminhados ao Superior
Tribunal de Justiça. Após concluído o julgamento do recurso especial, de competência do
STJ, os autos serão remetidos ao STJ, que tem competência para apreciar e julgar o
recurso extraordinário, se este não restar prejudicado.
As cópias das peças do processo poderão ser declaradas autênticas pelo próprio
advogado, sob sua responsabilidade pessoal, conforme faculdade contida na Lei
10.352/02.
Por fim, é importante ser observado, que no julgamento dos recursos especial e
extraordinário, somente será admitida a discussão de matéria de direito, desde que
prequestionada em todas as instâncias inferiores sendo vedado o reexame de matéria de
fato e de prova, por essa via recursal.
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Referido recurso, introduzido na lei processual, em artigo 496, através da Lei 8.950/94,
tem por objeto, uniformizar a jurisprudência do STJ e do STF, evitando assim, que o
mesmo tribunal, ao analisar a mesma questão de direito, decidida de forma diversa.
Por fim, conforme a previsão do parágrafo único de aludido artigo 546, observar-se-á, no
recurso de embargos, o procedimento estabelecido no regimento interno dos respectivo
tribunais.
RESPOSTA DO RÉU
O Código de Processo Civil, em seu artigo 297, prevê as seguintes formas de respostas
do réu, que podem ser oferecidas, no prazo de 15 (quinze) dias, contados a partir da
citação, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa: contestação, exceções e
reconvenção.
CONTESTAÇÃO
Nessa peça, o contestante deve alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de
fato e de direito, com que impugna o pedido do autor, e especificar as provas que
pretende produzir, conforme a previsão do artigo 300, do CPC.
IV. perempção;
V. litispendência;
VII. conexão;
X. carência de ação;
XI. falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.
Não ocorrendo os efeitos da revelia, o juiz determinará ao autor que especifique as provas
que pretende produzir na audiência (artigo 324). Ao réu, restará o direito de alegar em sua
defesa, apenas as matérias supervenientes à contestação, uma vez que a perda do prazo
de defesa, tem como efeito, a ocorrência da preclusão do direito do réu.
Nessa peça de defesa, o réu deve alegar todas as questões preliminares e de mérito em
sua defesa, e juntar as provas disponíveis (artigo 278 do CPC).
RECONVENÇÃO
O réu pode reconvir ao autor o mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja
conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa (artigo 315 do CPC).
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Oferecida a reconvenção pelo réu, através de petição escrita, será intimado o autor
reconvindo, através de seu procurador constituído nos autos, para contestá-la, também no
prazo de 15 (quinze) dias, conforme o artigo 316 do CPC.
Nas ações que tramitam seguindo o procedimento sumário, não é cabível a reconvenção,
mas sim o pedido contraposto, na mesma peça da contestação, e que se constitui em
pedido feito pelo réu, em relação ao autor, desde que verse sobre o mesmo fato do
pedido inicial, conforme § 1º, do artigo 280, do CPC.
EXCEÇÕES
EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA
A incompetência do Juízo, pode ser relativa ou absoluta. A relativa pode ser suscitada
através de exceção (art. 112, do CPC), enquanto que a absoluta, deve ser declarada de
ofício e poder ser alegada, em qualquer tempo ou grau de jurisdição, independente de
exceção (artigo 113 do CPC).
Recebida a exceção, esta será autuada em apenso ao processo principal, e terá como
principal efeito, a suspensão deste, até que seja definitivamente julgada.
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Remetida a ação para o novo juízo, reconhecido como o competente pelo juiz anterior,
poderá este recusar o recebimento dos autos, suscitando o que se chama de conflito de
competência.
III. quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou
separação de processos.
O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério
Público ou pelo Juiz da causa.
Como matéria de defesa, a parte poderá, através de petição escrita, conforme os artigos
304 e 305 do Código de Processo Civil, e na forma processual disciplinada nos artigos
312 ao 314, oferecer as exceções de impedimento ou de suspeição, especificando o
motivo da recusa, com base nas proibições previstas nos artigos 134 (impedimentos) e
135 (suspeição de parcialidade do juiz).
Nesse caso, se o tribunal reconhecer que a exceção não tem fundamento legal,
determinará o seu arquivamento. Caso contrário, condenará o juiz nas custas, e mandará
remeter os autos ao seu substituto legal.
VALOR DA CAUSA
do CPC. Normalmente é com base no valor da causa, que são calculadas as custas
judiciais para distribuição da ação, e fixadas na sentença, as verbas da sucumbência, que
a parte perdedora pagará ao vencedor.
O valor da causa constará da petição inicial e será atribuído de acordo com os artigos 259
e 260, do Código de Processo Civil, ou ainda, de acordo com a previsão dos
procedimentos ou leis especiais.
A impugnação será feita por petição escrita e será autuado em apenso, o que impede que
a alegação seja formulada, em preliminar, no corpo da contestação.
Não ocorrendo impugnação, presumir-se-á aceito pelo réu, o valor atribuído à causa pelo
autor, na petição inicial (parágrafo único, do art.261, do CPC).
II- se o credor não for ou não mandar receber a coisa no lugar, tempo e condições
devidas;
III- se o credor for desconhecido, estiver declarado ausente, ou residir em lugar incerto, ou
de acesso perigoso ou difícil;
IV- se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
VI- se houver concurso de preferência aberto contra o credor ou se este for incapaz de
receber e quitar a obrigação.
A ação de consignação segue p procedimento previsto nos artigos 890 ao 900 do Código
de Processo Civil, devendo ser frisado, que para a consignação de aluguéis, é utilizado o
procedimento específico preconizado na Lei n.º 8.245/91, que regula especificamente as
locações residenciais e não residenciais, que em seu artigo 67, prevê o procedimento
para a consignação dos alugueis e dos acessórios da locação.
2) AÇÃO DE DEPÓSITO
Tem por fim exigir a restituição da coisa depositada, e compete ao credor, que tem
legitimidade ativa, para propor tal ação.
Referida ação é usada com frequência, pelas instituições financeiras ou pelas empresas
administradoras de consórcios, que tem legitimidade para propor as ações de busca e
apreensão, embasadas nos contratos de alienação fiduciária, originados do Decreto-Lei
911/69.
Quando os bens alienados, não são localizados, cabe ao credor a conversão da ação de
busca e apreensão, em ação de depósito.
O procedimento da ação de depósito está previsto nos artigos 901 a 906 do CPC,
cabendo a decretação da prisão do depositário, no caso de não ser encontrada a coisa ou
bem oferecido em depósito.
O procedimento da ação está previsto no CPC, nos artigos 907 ao 913, e tem aplicação
para os títulos ao portador, que circulam livremente, de mão em mão, sem maiores
formalidades.
Para os títulos nominativos, tais como cheques, letra de câmbio e notas promissórias,
aplica-se o procedimento específico previsto no Decreto n.º 2.044, de 31/12/1908, em seu
artigo 36, e para os títulos da dívida pública (municipal, estadual e federal), o
procedimento delineado na Lei n.º 4.728/65, em seu artigo 71.
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É cabível para quem tem a obrigação de prestar as contas, ou para quem tem o direito de
exigi-las, consoante o art. 914, do CPC.
No caso da prestação de contas ser provocada pelo autor, a ação divide-se em duas
fases processuais distintas. Na primeira, discute-se se a prestação de contas é
efetivamente devida pelo réu. Na segunda fase, se procedente a primeira, discute-se as
contas propriamente ditas.
No final de cada fase, será proferida uma Sentença, onde o recurso cabível é o de
apelação.
A ação de prestação de contas, segue o procedimento previsto nos artigos 914 a 919 do
CPC.
5) AÇÕES POSSESSÓRIAS
No Código de Processo Civil, do artigo 920 ao 932, temos a previsão das seguintes ações
possessórias:
a) reintegração de posse;
b) manutenção de posse;
c) interdito proibitório.
Nas três ações acima, o que a lei visa preservar é chamado direito de posse (jus
possessionis), assim entendido:
Cumpre ser esclarecido, que no caso de direito à posse (jus possidendi), originada do
direito de propriedade, para quem nunca esteve na posse, a ação cabível é a ação
reivindicatória, embasada no título de domínio, e que segue o rito comum ordinário.
I- a sua posse;
Nas três modalidades de ação possessória, desde que o autor prove os requisitos acima
relacionados, e que o esbulho tenha ocorrido antes de um ano e dia, poderá o juiz deferir
liminarmente a reintegração ou de manutenção na posse, sem ouvir a parte contrária,
expedindo o respectivo mandado.
Colhida a prova testemunhal, se o juiz julgar procedente a justificação, deferirá desde logo
a ordem liminar de manutenção ou de reintegração. A seguir, deferida ou não a liminar,
caberá ao autor, promover nos 5 (cinco) dias subseqüentes, a citação do réu para
contestar a ação prosseguindo a ação, daí por diante, pelo procedimento comum
ordinário.
II- ao condômino, para impedir que o co- proprietário execute alguma obra com prejuízo
ou alteração da coisa comum;
I- o embargo para que fique suspensa a obra e se mande afinal reconstituir, modificar ou
demolir o que tiver feito em seu detrimento;
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Desde que deferido o embargo, caberá ao oficial de justiça, lavrar o auto circunstanciado
do estado da obra, intimando de imediato o construtor e os operários a que não
continuem a obra sob pena de desobediência. A seguir citará o proprietário a contestar a
ação no prazo de 5 dias, conforme o artigo 938 do CPC.
Se o réu não contestar o pedido, serão tidos como verdadeiros e aceitos pelo requerido,
os fatos alegados pelo requerente, aplicando-lhe os efeitos da revelia, caso em que o juiz
decidirá no prazo de 5 (cinco) dias. Ocorrendo a contestação, e havendo prova a ser
produzida, o juiz designará audiência de instrução e julgamento.
É a ação cabível ao possuidor, para que nos termos da lei, o juiz declare o domínio do
imóvel ou a servidão predial, conforme o procedimento adotado no art. 941 ao 945 do
CPC.
b) usucapião ordinário, previsto no Código Civil, do art. 551, cabível ao possuidor que,
por 10 (dez) anos entre presentes, ou 15 (quinze) anos entre ausentes, o possuir como
seu, de forma contínua e inconteste, com justo título e boa-fé;
II- a ação de divisão, ao condômino para obrigar os demais consortes, a partilhar a coisa
comum.
Assim, através da ação demarcatória, o autor tem por objetivo descrever novos limites,
aviventar ou renovar os já apagados, delimitando a área demarcanda, com os confiantes
e lindeiros.
Para tanto é indispensável que a área objeto do condomínio admita divisão, conforme as
leis municipais, no caso de imóvel urbano, e atinja o módulo rural, no caso de imóvel
localizado na região rural.
No caso da área condominal não admitir divisão, uma vez que a fração ideal não atinge o
mínimo admitido para o desmembramento urbano para o módulo rural, e não persistir
mais interesse na continuidade do condomínio, o procedimento adequado é o da ação de
extinção do condomínio.
O pedido de demarcação segue o procedimento previsto nos artigos 950 ao 966, e a ação
de divisão segue o procedimento previsto nos artigos 967 ao 981, todos do Código de
Processo Civil, devendo o autor, em ambos os procedimentos, no pedido inicial,
preencher os requisitos do artigo 282, do mesmo estatuto processual, distribuindo a ação
perante o juízo da situação do imóvel objeto da demarcação ou da divisão.
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9 ) INVENTÁRIO E PARTILHA
I - o cônjuqe supérstite;
II- o herdeiro;
III- o legatário;
IV- o testamenteiro;
Conforme a previsão do artigo 989, pode o juíz, de ofício, determinar que se inicie o
inventário, se nenhuma das pessoas nomeadas, o requerer no prazo legal.
Temos assim, que no inventário, são relacionados os bens móveis e imóveis, os créditos
e as dividas líquidas e certas do falecido, que formam o acervo hereditário, para ser
partilhado entre os herdeiros, ou ainda adjudicado, no caso de existir um único herdeiro,
quando ao final, será referida partilha ou adjudicação homologada por sentença judicial, e
expedido o competente formal de partilha ou carta de adjudicação, que se constituem no
título aquisitivo da propriedade dos bens partilhados.
da quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, conforme a
previsão do artigo 1.031.
Por fim, é de ser esclarecido que o juiz apreciará no inventário, as questões de direito e
as de fato, devidamente comprovada nos autos. As discussões de “alta indagação” e que
“dependem de outras provas”, que eventualmente sejam postas no curso do inventário, ou
pelos próprios herdeiros, ou por terceiro interessado, não serão decididas pelo juízo do
inventário, mas sim, remetidos aos meios ordinários, conforme a previsão do artigo 984
do Estatuto Processual.
Os embargos de terceiro são cabíveis a quem não sendo parte no processo, sofre
turbação ou esbulho na posse dos bens constitutivos de seu patrimônio, por ato de
apreensão judicial.
Tais atos estão representados pela penhora de bens, depósito, alienação judicial,
arrecadação, inventário e partilha, arresto de bens, dentre outros e através de
EMBARGOS DE TERCEIRO, poderá o autor ser mantido ou restituídos na posse de tais
bens.
O procedimento dos embargos de terceiro, está previsto nos artigos 1.046 ao 1.054, do
CPC, e poderão ser distribuídos por dependência e perante o mesmo juiz que ordenou a
apreensão dos bens, a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não
transita em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da
arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva
carta.
A ação monitória foi introduzida em nosso ordenamento jurídico, através da Lei Federal
n.º 9.079, de 14/07/95, com vigência a partir de 14/09/95, que deu nova redação ao artigo
1.102 do CPC, subdividindo-o em artigos 1.102a, 1.102b e 1.102c, com seus respectivos
parágrafos.
Por força do artigo 1.102a., “a ação monitória compete a quem pretender, com base em
prova escrita sem eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega
de coisa fungível ou de determinado bem móvel”.
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Para tanto, o autor instruirá o pedido inicial, que conterá os requisitos básicos do artigo
282 do CPC, com os documentos disponíveis, representados por pedidos de mercadorias,
contratos sem a formalização de rigor, recibos, orçamentos, e outros escritos que
comprovem a existência de obrigação não satisfeita pelo requerido, podendo o juiz, deferir
de plano a expedição do mandado de pagamento ou da entrega da coisa no prazo de 15
(quinze) dias, conforme o teor do artigo 1.102b.
No Estatuto Processual Civil, do artigo 1.103 a 1.210, vêm previstas várias ações pelo
procedimento especial, que terão inicio por provocação do interessado ou do Ministério
Público, conforme a previsão do artigo 1.104.
As regras gerais do procedimento vem previstas nos artigos 1.103 a 1.112, que enumera
os pedidos que seguirão referido procedimento, tais como:
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I- emancipação;
II- sub-rogação;
Além dos pedidos acima referidos, existem outros que seguem o mesmo procedimento,
dos quais destaca-se um, muito utilizado no dia a dia da advocacia, ou seja, o PEDIDO
DE SUPRIMENTO DE IDADE para fins de casamento, necessário para a mulher menor
de 16 anos e para o homem, menor de 18 anos, conforme dispõe o artigo 214 do Código
Civil.
1) ALIENAÇÕES JUDICIAIS
2) SEPARACÃO CONSENSUAL
É o meio pelo qual os cônjuges casados há mais de dois anos, por convenção mútua e
consensual, dão por finalizada a sociedade conjugal.
O pedido deve ser formulados em conjuntos pelos separandos, que poderão ser
representados nesse caso, por um único advogado, devendo o pedido preencher os
requisitos do artigo 282, além de dispor sobre:
c) o valor da pensão alimentícia a ser paga para o sustento dos filhos menores e ao
cônjuge que necessitar recebê-la, sendo esta dispensada, quando os separandos tiverem
meios próprios de sobrevivência.
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3) PEDIDO DE INTERDIÇÃO
III- pelo órgão do Ministério Público, e nesse caso, somente nos casos previstos
nos incisos I ao III, do artigo 1.178 (CPC) e 448 (CC).
A curatela dos interditos seguirá o procedimento estabelecido nos artigos 1.177 ao 1.198
do Código de Processo Civil.
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A. GENERALIDADES
A lei nº 9.099/95, de 26/09/95 introduziu importantes invocações no direito processual
pátrio, com a criação do chamados JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS E CRIMINAIS, em
substituição a Lei 7.244/84, que regulava o Juizado de Pequenas Causas.
Assim, com a nova nomenclatura, e ampliada a sua abrangência, através dos JUIZADOS
ESPECIAIS CÍVEIS, podem ser apreciadas causas de valor até quarenta salários
mínimos, além das previstas no inciso II do artigo 275, do CPC que trata do procedimento
sumário, de ações de despejo para uso próprio, ações possessórias dentro do limite de
alçada (quarenta salários mínimos), bem como a possibilidade de execução oriunda de
títulos executivos extrajudiciais e dos próprios julgados proferidos nos Juizados Especiais,
respeitando, no caso da execução, também o limite de alçada.
A nova lei, além das invocações traduzidas na esfera cível, também passou a contemplar
as causas de natureza criminal consideradas de menor potencial ofensivo, tais como: as
contravenções penais e os crimes cujas penas privativas de liberdade não sejam
superiores a um ano, possibilitando no campo penal, a simplificação dos procedimentos
arcaicos e ultrapassados de investigação e instrução criminal, que terminavam por
desembocar quase sempre na extinção da punibilidade, e por consequência, no
emperramento da máquina burocrática do estado.
Com relação às causas abrangidas pelo procedimento sumário, em seu artigo 275, inciso
II, não haja limitação expressa, na Lei 9.099/95, bem como outras situações, quanto à
limitação do valor em 40 salários mínimos, é certo que o entendimento predominante
entre os juizes, é que a competência nos Juizados Especiais, está limitada a esse valor,
sendo incompetente o Juizado Especial para processamento em valores acima dessa
alçada, a não ser que o autor renuncie expressamente ao direito do crédito excedente.
b. DAS PARTES: poderão figurar no polo ativo das ações propostas perante o Juizado
Cíveis Especiais, somente as pessoas físicas capazes, admitindo-se a presença dos
maiores de18 anos, independente de assistência, inclusive para fins de conciliação,
conforme os parágrafos 1º e 2º, do artigo 8º.
Conforme previsão do artigo 38, da Lei 9.841/99, que trata do estatuto das
microempresas, estas são equiparadas às pessoas físicas, para o fim de proporem ações
no Juizado Especial.
A lei autoriza, no artigo 9º, que as partes poderão comparecer e requerer pessoalmente,
nas causas de até vinte salários mínimos, podendo ou não serem assistidas por
advogado. Nas de valor acima de vinte salários, a assistência de advogado é obrigatória.
No caso da parte requerida ser pessoa jurídica ou firma individual, ou ainda, sendo
pessoa física, mas comparecendo acompanhada de advogado, é facultado a outra parte,
requerer a assistência judiciária, prestada na forma da lei local, conforme a previsão do
parágrafo 1º, do artigo 9º.
1) PEDIDO INICIAL
A petição inicial deverá preencher os seguintes requisitos, conforme o parágrafo 1º, do
artigo 14:
I- o nome, a qualificação e o endereço das partes;
II- os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III- o objeto e seu valor.
O pedido inicial poderá ser formalizado oralmente perante a Secretaria do Juizado, que
reduzirá a escrito, através de fichas ou de formulários impressos, conforme autoriza o
parágrafo 3º do mesmo artigo.
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Na inicial, o autor poderá fazer pedidos alternativos ou cumulados, desde que conexos, e
que a soma dos mesmos não ultrapasse o limite de alçada.
No Juizado Especial Cível não é admitida a citação por edital, conforme o parágrafo 2º, do
mesmo artigo.
3) DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A conciliação poderá ser conduzida pelo juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua
orientação, e restando frutífera a composição, será reduzida a escrito e homologada pelo
juiz togado, mediante sentença com eficácia de título executivo. Se o requerido, embora
regularmente citado, não comparecer a à audiência, ser-lhe-à aplicado os efeitos da
revelia, e o juiz togado proferirá sentença.
4) DO JUIZO ARBITRAL
Não sendo obtida a conciliação, a Lei 9.099/95 prevê, em prosseguimento, dois caminhos
possíveis ou seja: as partes poderão optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, que será
escolhido dentre os juizes leigos, e nesse caso, farão a escolha do árbitro de comum
acordo; ou aguardarão a realização da audiência de instrução e julgamento.
Encerrada a instrução, nos cinco dias subsequentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
togado para homologação por sentença irrecorrível, conforme a previsão do art. 26.
Observe-se que no estado de São Paulo, não foi instituída a figura do Juiz Leigo, restando
prejudicada a instauração do Juízo arbitral. No caso da audiência de conciliação restar
infrutífera, de pronto é designada audiência de instrução e julgamento que será presidida
por Juiz Togado.
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Embora essa previsão legal, é certo que essas audiências não são realizadas nesse
prazo, sendo comum serem realizadas entre 60 a 180 dias, face às dificuldades e
acumulo de serviço nos Juizados Especiais.
No caso de prova testemunhal, cada parte poderá arrolar até três testemunhas, que serão
ouvidas na audiência, levadas diretamente pelas partes, ou sendo intimadas, se assim for
requerido com a antecedência mínima de 5 dias. Por outro lado, a prova oral não precisa
ser reduzida a termo, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos
depoimentos.
6) DA RESPOSTA DO RÉU
Ao réu é concedida a oportunidade de resposta, que pode ser feita através da
contestação ou de pedido contraposto. O momento adequado para a resposta, é por
ocasião da audiência de instrução e julgamento, e poderá ser formulada oralmente ou por
escrito. Poderá conter toda a matéria de defesa neste caso, entendendo-se o
reconhecimento da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor, bem como as questões preliminares relacionadas no artigo 301, do CPC, exceto
arguição de suspeição ou impedimento ao Juiz, que se processará na forma do previsto
nos artigos 304 ao 314 do Código de Processo Civil.
No Juizado Especial Cível não é admitida a reconvenção, como matéria de defesa, mas é
previsto o chamado PEDIDO CONTRAPOSTO, que poderá ser formulado no prazo de
defesa, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem o objeto da controvérsia
(art.31), e respeite o limite de alçada estabelecido na lei, de quarenta salários mínimos.
7) DA SENTENÇA
Encerrada a instrução, o Juiz prolatará a Sentença, mencionando os elementos de
convicção, com um breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, sendo
dispensado o relatório. No caso de sentença condenatória, esta será sempre líquida ainda
que genérico o pedido, e o valor da condenação terá que respeitar o limite de alçada, sob
pena de ser ineficaz, conforme a previsão do art.39.
No caso da sentença ser proferida por juiz leigo, a decisão será submetida ao juiz togado,
que poderá simplesmente homologá-la, ou proferir outra em substituição, podendo
preliminarmente, determinar a realização de atos probatórios que julgar indispensáveis.
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Interposto o recurso, a parte recorrente terá o prazo de quarenta e oito horas para efetuar
o preparo, sob pena de restar deserto. Desde que efetuado o preparo, a Secretaria
intimará o recorrido para oferecer resposta escrita no prazo também de dez dias
O recurso terá em regra, efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo para
evitar dano irreparável para a parte.
9) DA EXECUÇÃO DA SENTENÇA
A execução da sentença será processada no próprio Juizado Especial, aplicando-se, no
que couber, o disposto no CPC, com as seguintes alterações introduzidas pelo artigo 52
da Lei 9.099/95:
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Sendo citado o devedor ao pagamento, e este não ocorrendo, será efetuada a penhora de
bens suficientes a solvência da dívida. Nesse caso, o devedor será intimado a
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Caso o credor não requeira novas provas, a audiência prosseguirá no mesmo dia, e após
concluída a prova, será prolatada decisão pelo Juiz.
No caso do devedor não ser localizado, ou inexistindo bens penhoráveis, o processo será
imediatamente extinto, devolvendo-se os documentos do autor, conforme a previsão do
parágrafo 4º, do art. 53, da lei especial.
Esse procedimento já era previsto na Lei 7.244/84, e muito utilizado para os acordos
decorrentes da Lei 8.245/91, que trata da locação de imóveis residenciais e não
residenciais. Sempre que as partes acordarem sobre a desocupação do imóvel, ou a
rescisão do contrato existente, antes mesmo de vencido, poderão levar o acordo escrito, à
homologação perante o Juizado Especial Cível, e valerá a decisão judicial como título
executivo judicial, a ser executado nos termos da lei especial.
Se o valor do depósito não foi integral, e este for impugnado pelo locador, o locatário
poderá completá-lo, no prazo de 10 dias, contados da ciência desta manifestação.
O inquilino, por sua vez, não poderá emendar a mora, se já tiver se utilizado dessa
faculdade por duas vezes, nos doze meses imediatamente anteriores a propositura da
ação, conforme prevê o parágrafo único do artigo 62.
Sendo decretado o despejo, o prazo para desocupação segue a previsão do artigo 63,
que prevê várias hipóteses, dependendo da natureza da locação, do fundamento do
despejo e do prazo do processamento do feito.
O pedido inicial, terá que preencher os requisitos do art. 282 do CPC, e especificar os
alugueis e acessórios da locação com indicação dos respectivos valores, cabendo ao
consignante, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, efetuar o depósito judicial do valor
indicado no inicial, sob pena de extinção do feito.
O réu (locador) poderá oferecer contestação no prazo de 15 dias, alegando toda a matéria
de direito pertinente, e ainda que:
Neste caso, o autor poderá complementar o depósito inicial no prazo de 5 (cinco) dias,
contados da intimação da resposta, arcando com o acréscimo de 10 (dez) por cento sobre
o valor da diferença, caso em que o juiz declarará quitadas as obrigações, elidindo a
rescisão da locação, impondo ao autor da consignatória, o pagamento das custas e
honorários advocatícios de 20 (vinte) por cento sobre o valor dos depósitos.
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Por disposição do artigo 68, a ação seria processada pelo ‘rito sumaríssimo”, que hoje já
não tem mais aplicação em nosso Estatuto Processual, pelo que entendemos, que agora
a ação deve seguir o PROCEDIMENTO SUMÁRIO, introduzido no CPC através da Lei n.º
8.952/94, e cujo procedimento foi alterado pela Lei 9.245/95, de 26/12/95.
Como consequência, a fixação do aluguel provisório, que o juiz poderia fixar por ocasião
do despacho que designava a audiência de instrução e julgamento, com base nos
elementos e documentos trazidos pelo autor, na inicial, agora, com a nova forma
procedimental, deverá ocorrer por ocasião da audiência de conciliação, marcada para
tentativa de conciliação das partes (artigo 277 do CPC), e somente se esta não ocorrer,
quando prosseguirá a demanda conforme o artigo 278 do mesmo códex.
A ação revisional de aluguel deve preencher os requisitos dos artigos 276 e 282 do CPC,
e no mais, seguirá as regras especiais estabelecidas nos artigos 68 ao 70, em seus
incisos e parágrafos.
A ação renovatória, quando cabível, será requerida em, petição inscrita, com os requisitos
do artigo 282 do Código de processo Civil, e instruída, conforme o artigo 71, da Lei
Especial, com;
I- prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I,II e III do artigo 51, acima
especificados;
II- prova do exato cumprimento do contrato em curso;
III- prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo
pagamento lhe competia;
IV- indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da locação;
V- indicação de fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o mesmo,
com indicação do nome ou denominação completa, número de sua inscrição no Ministério
da Economia, Fazenda e Planejamento, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a
nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade,
comprovando, em qualquer caso desde logo, a idoneidade financeira;
VI- prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os
encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for;
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VII- prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título
oponível ao proprietário.
Distribuída a ação, poderá o requerido contestá-la no prazo de 15 (quinze) dias, seguindo
o feito a partir daí, o procedimento previsto nos artigos 72 ao 75 da aludida lei 8.245/91.
No caso do locatário continuar na posse do imóvel, após o prazo do contrato, por mais de
trinta dias, o contrato se prorrogará por prazo indeterminado, e nesse caso, se o locador
pretender a desocupação, terá que notificar o locatário, assinando-lhe um prazo de até 30
(trinta) dias para a desocupação.
Nos dois casos, se o locatário não desocupar o imóvel voluntariamente, caberá ao locador
o ajuizamento de ação de despejo para retomada do imóvel, sem precisar justificar o
pedido, já que está amparado legalmente a usar o que se chama de “denúncia vazia”.
Destaca-se aí, a exceção prevista no inciso III, que trata do pedido para uso próprio, de
seu cônjuge ou companheiro, ou para uso residencial de ascendente ou descendente que
não disponha, assim como seu cônjuge ou companheiro de imóvel residencial; próprio, e
desde que seja proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em
caráter irrevogável, com imissão na posse do imóvel e título registrado junto à matrícula
do mesmo, conforme a exigência do parágrafo 2º, do artigo 47.
Cumpre ainda a ser destacado, que a competência dos Juizados Cíveis, incorporou a
disposição do artigo 80, da Lei de locação, ao prever que as ações de despejo poderão
ser consideradas como causas cíveis de menor complexidade”, em consonância com o
inciso I do artigo 98 da Constituição Federal.
Além das ações acima relacionadas, a Lei de locações possibilita outros tipos de
procedimentos, dos quais destacamos a seguir:
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2.g) AÇÃO DE DESPEJO POR INFRAÇÃO CONTRATUAL (Art. 9º, inciso II);
2.j) AÇÃO DE DESPEJO para locação que ultrapassar ininterruptamente 5 (cinco) anos
(Art. 47, inciso V);
Além dos procedimentos acima analisados, temos outros regulados em Leis Especiais,
para as quais se aplicam subsidiariamente as normas gerais previstas no próprio Estatuto
Processual, e das quais destacamos:
• LEI N.º 5.478, de 25/07/68, que dispõe sobre a AÇÃO DE ALIMENTOS e dá outras
providências, cabível para quem tem o direito de receber alimentos, contra quem
tem a obrigação de pagá-los. A respeito do assunto, atentar também para a LEI N.º
8.971/94, que regula o direito dos companheiros a alimentos e à sucessão.
• LEI N.º 8.231, DE 24/07/91, que trata das ações de ACIDENTES DE TRABALHO
de responsabilidade do INSS e dá outras providências, regulamentada pelo
Decreto n.º 611, de 21/07/92, e que deve ser analisada em conjunto com a LEI N.º
9.032, DE 28/04/95, que introduziu algumas alterações no procedimento.
• LEI N.º 6.830, de 22/09/80, que dispõe sobre a cobrança judicia da Dívida Ativa da
fazenda Pública e dá outras providências e que serve de embasamento da
EXECUÇÃO FISCAL, de interesse da fazenda municipal, estadual ou federal.
• LEI N.º 6.015, de 31/12/73, que dispõe sobre os registros públicos e dá outras
providências, de grande importância no dia a dia das pessoas, já que trata do
REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS e do REGISTRO DE IMÓVEIS,
dentre outros.
• LEI N.º 8.009, de 29/03/90, que dispõe sobre a IMPENHORABILIDADE DOS BENS
DE FAMÍLIA.
DA SENTENÇA
A sentença, conforme artigo 162, § 1º, do CPC, é o ato do juiz que põe termo ao
processo, decidindo ou não o mérito da causa.
Se a sentença julga o mérito, diz-se que é definitiva, porque define a lide. Nos demais
casos é meramente terminativa.
Os requisitos de uma sentença, expressos no art. 458, são essenciais:
O juiz não pode deferir ou indeferir um pedido sem fundamentar. No Brasil, cada prova
não tem um valor pré-determinado pela lei. O juiz é livre para decidir desde que o faça em
consonância com as provas dos autos e fundamente sua decisão, o que é chamado
princípio do livre convencimento motivado ou princípio da persuasão racional.
Limite objetivo: é o pedido do autor. A sentença não pode ser de natureza diversa do
pedido, nem condenar o réu em quantidade superior ou objeto diverso do que lhe foi
demandado (art. 460 do CPC).
A Sentença que julga além do pedido, isto é, concede algo que não foi pretendido,
denomina-se ultra petita. Ex.: sentença que decreta a anulação de um ato jurídico, e
também condena o réu a uma indenização por dano material ou moral, o que não foi
objeto do pedido do autor.
A que julga fora do pedido, ou seja, julgas procedente o pedido do autor, mas ao invés
de conceder o pretendido por ele, concede objeto diverso do requerido, denomina-se
extra petita. Ex.: ação que julga procedente o pedido de reintegração de posse, mas
apenas concede em favor do autor um arbitramento de aluguel a ser suportado pelo réu.
Tais sentenças são tidas como nulas, pela posição majoritária da Doutrina, pois acabam
afetando um dos requisitos essenciais, que é a parte dispositiva. Observe-se, no entanto,
que existem algumas posições divergentes, como a do Prof. Antonio Carlos Marcato, que
defende que a sentença ultra petita é apenas anulável, sendo inválida apenas a parte
excedente.
Com a sentença se esgota a atividade do juiz, o qual não poderá mais modificar a
prestação jurisdicional dada, só podendo alterá-la para corrigir erro material, ou erro de
cálculo.
a) sentença que anula o ato jurídico por incapacidade relativa do agente, ou vício de erro,
dolo, coação, simulação ou fraude, porque sua eficácia é ex tunc em decorrência do
artigo 182 do atual Código Civil, que determina que as partes devem ser restituídas ao
estado em que se achavam antes do ato anulado;
DA COISA JULGADA
Essa imutabilidade é criada pela impossibilidade da decisão ser atingida por eventual
recurso da parte, ou seja, ela é gerada pelo trânsito em julgado da sentença.
- Coisa julgada material: é a imutabilidade dos efeitos que se projetam fora do processo
(toma-se lei entre as partes) e que impede que nova demanda seja proposta sobre a
mesma lide. É o chamado efeito negativo da coisa julgada material, que consiste na
proibição de qualquer outro juiz vir a decidir a mesma ação.
Em face da natureza de certas relações jurídicas discutidas, não fazem também coisa
julgada material:
- as sentenças chamadas determinativas, por exemplo, a sentença relativa a guarda
dos filhos;
- as sentenças proferidas em jurisdição voluntária – art. 1.111, CPC;
- as sentenças proferidas em ação de alimentos;
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Contudo, o art. 474 estipula serem presumidas como deduzidas e repelidas todas as
alegações e defesas que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à rejeição do
pedido.
Limites objetivos da coisa julgada: as questões enunciadas no art. 469, não fazem
coisa julgada. Em outra ação poderão ser rediscutidas, e o novo juiz tem total liberdade
de reapreciá-las.
Limites subjetivos da coisa julgada: os efeitos só são imutáveis para as partes, e não
prejudica nem beneficia terceiros estranhos ao processo. É o que se convencionou
denominar limites objetivos da coisa julgada.
Pode entretanto ocorrer, em razão de determinados litígios, tais como:
a) nas ações de estado: conforme art. 472, do CPC, que trata da extensão da coisa
julgada a terceiros, desde que estes tenham sido citados regularmente no processo;
b) em certas relações jurídicas, por dependerem de outra que está sob julgamento,
conforme decisão proferida, em que o terceiro se vê atingido inevitavelmente pelas
consequências da sentença, sofrendo os efeitos civis da sentença e em virtude da
modificação produzida no plano do direito de recompor a situação anterior. Ex.: A é
credor hipotecário de B, tendo a sua garantia sobre imóvel que B vem a perder em ação
reivindicatória movida por C; tal garantia, em face da decisão entre C e B, está
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A tríplice identidade é elemento perfeito de identificação da ação, mas não pode ser
utilizado para limitar o âmbito do chamado efeito negativo da coisa julgada.
AÇÃO RESCISÓRIA
Uma sentença de mérito, com o trânsito em julgado, apesar de sua imutabilidade, pode
ser rescindida em casos excepcionais, conforme disposição expressa no artigo 485, do
CPC, desde que ajuizada no prazo de 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da
decisão (art. 495, CPC), quando:
Legitimidade Ativa
Podem figurar no pólo ativo da ação rescisória, conforme artigo 487 do CPC:
I – quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;
II – o terceiro juridicamente interessado;
III – o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatória a intervenção (vide arts. 82 e
84, CPC);
b) quando a sentença é o efeito de conclusão das partes a fim de fraudar a lei.
O pedido inicial da ação rescisória deve atender basicamente os requisitos do artigo 282,
do CPC, devendo o autor, a teor do que dispõe o artigo 488:
I – cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento da causa;
II – depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de
multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou
improcedente. Tal dispositivo não se aplica à União, ao Estado, ao Município e ao
Ministério Público.
A ação rescisória deve ser distribuída perante o Tribunal com competência recursal sobre
a decisão rescindenda, processando-se no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal
Federal de Recursos, na forma dos seus regimentos internos, e nos \estados, conforme
dispuser a norma de Organização Judiciária.
O réu será citado, por ordem do relator, para oferecer contestação em prazo nunca
inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) dias. Findo o prazo com ou sem
resposta, observar-se-á no que couber o disposto no Livro I, Título VIII, Capítulos IV e V
(vide artigos 323 a 328 e 329 a 331, do CPC).
Encerrada a instrução, autor e réu terão vista dos autos, sucessivamente, pelo prazo de
10 (dez) dias para as razões finais, subindo após, os autos ao relator, para proceder-se
ao julgamento (art. 493).