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Pedro Cunha de Holanda
DRCC IFGW
UNICAMP
XXIII Oficina de Física César Lattes
Atronomia e Astrofísica
8 de Novembro de 2008, IFGW UNICAMP
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Planetas:
Nosso planeta, é formado por
átomos contendo aproximadamente
o mesmo número de prótons e nêu
trons (carbono, ferro, etc), com elé
trons ligados.
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Planetas:
Porém nosso planeta é bem
menor que Júpiter, formado majori
tariamete por átomos de Hidrogê
nio (~75% da massa) e Hélio4
(~25% da massa), ou um nêutron
para cada 7 prótons.
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Estrelas:
Porém todos os planetas so
mados representam pouqíssima
massa quando comparados ao Sol
(0.2% x 99.8%). O Sol é composto de
Hidrogênio e Hélio, na mesma propor
ção que Júpiter (1 nêutron para cada
7 prótons).
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Galáxias:
O Sol, por sua vez, encontrase
Via L
na Via Láctea, galáxia que contêm
outras 100.000.000.000 estrelas
(cem mil milhões, ou 1011). A forma
de nossa galáxia é um disco de 12.5
kpc de raio, e 0.3 kpc de espessura.
NGC4414
O nosso Sol encontrase a 8 kpc do
centro galáctico.
pausa
algumas unidades:
1 anoluz: distância percorrida pela luz durante um ano.
1 parsec (pc): distância de um ponto tal que o ângulo formado entre a
Terra, tal ponto e o Sol forme 1 segundo de arco.
1 pc = 3,261 anosluz
1 kpc = 1000 pc: tamanho típico de galáxias.
1 Mpc = 1000 kpc: tamanho típico de...
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Aglomerados de Galáxias:
Galáxias também se juntam para formar estruturas ainda maiores
chamados aglomerados de galáxias, que ocupam volumes típicos de
alguns Mpc3.
Superaglomerados de Galáxias:
Aglomerados se juntam para formar estruturas ainda maiores
chamados superaglomerados de galáxias, que ocupam volumes
típicos de centenas de Mpc3.
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Homogeneidade:
E finalmente, para distâncias típicas maiores que vários Mpc, o
universo parece homogêneo.
Princípio Cosmológico:
Em escalas suficientemente grandes,
o universo é homogêneo e isotrópico
O Universo hoje
prótons, nêutrons, elétrons e afins
Relatividade: nenhum sinal viaja com velocidade maior do que a da luz no vácuo
A luz que detectamos da Grande Nuvem de Magalhães (galáxia mais próxima de nós,
distante 48.5 kpc) hoje foi produzida 157.000 anos atrás.
A luz que detectamos do aglomerado Coma (aglomerado próximo, distante 99 Mpc) foi
produzida 320 milhões de anos atrás.
A luz que detectamos do superaglomerado Horologium foi produzida 550 milhões de
anos atrás.
Podemos estudar a história do universo
a partir das observações atuais.
O universo em expansão
Observações indicam que os objetos astrofísicos se afastam um dos outros.
Objetos mais distantes se afastam mais rápido que objetos mais próximos.
Lei de Hubble: o desvio para o vermelho de galáxias
distantes é proporcional à distância a essa galáxia
Efeito Doppler relativístico: ondas emitidas de objetos se afastando são
detectadas com uma frequência menor (comprimento de onda maior).
O universo em expansão
Lei de Hubble: o desvio para o vermelho de galáxias
distantes é proporcional à distância a essa galáxia
Constante de Hubble
O universo em expansão
Lei de Hubble: o desvio para o vermelho de galáxias
distantes é proporcional à distância a essa galáxia
H0 ~ 72 km/s /Mpc
O universo em expansão
Lei de Hubble: o desvio para o vermelho de galáxias
distantes é proporcional à distância a essa galáxia
H0 = h 100 km/s /Mpc ; h ~ 0.72
O universo em expansão
Não são os objetos astrofísicos que estão se afastando, mas é o próprio espaço
que se expande:
fator de escala
distância fixa
distância comóvel
Analogias
passas em um pudim, que cresce no forno
pontos na superfície de um balão enquanto é inflado
O universo em expansão
Se está tudo se afastando de tudo, então voltando no tempo,
temos tudo partindo de um mesmo ponto.
Big Bang
Idade do universo: tempo necessário para, partindo de um ponto,
chegarmos no universo que temos hoje. Depende de a(t).
Depende das componentes
do universo.
Componentes no Universo
matéria “normal”: planetas, estrelas, galáxias, nuvens de poeira
~ 4 10 31 g/cm3
Um próton a cada 4 metros cúbicos!
densidade numérica (e portanto densidade de energia) vai com 1/a3, portanto
eram mais densos no universo primordial.
Componentes no Universo
radiação cósmica de fundo (CMB): detectados em 1965 por Penzian e Wilson,
são fótons que permeiam todo o universo. Apresentam uma distribuição de
corpo negro com T = 2.725 K, e seu fluxo é extremamente isotrópico.
densidade numérica vai com 1/a3,
portanto eram mais densos no
universo primordial.
Mec. Quântica diz que E = hc/ .
Portanto se a diminui, diminui, e
energia aumenta.
densidade energética vai com 1/a4
Componentes no Universo
Energia em forma de matéria bariônica (prótons e nêutrons):
Energia em forma de radiação (fótons):
onde a densidade de energia crítica c é dada por:
Componentes no Universo
matéria escura:
movimento de estrelas em galáxias, galáxias em aglomerados etc, é ditado
pela interação gravitacional.
pelo teorema virial, a energia total deve ser repartida igualmente entre
energia cinética e energia potencial em sistemas gravitacionais.
ao se observar sistemas gravitacionais de grande escala, medese uma
energia cinética muito maior do que a energia potencial gravitacional inferida a
partir da matéria observada.
A matéria total é muito maior que aquela observada
Componentes no Universo
matéria escura:
porém esta matéria não emite luz, invisível.
não absorve luz, transparente.
não interage com a matéria normal de nenhuma outra forma que não
através da interação gravitacional, não interagente.
e é bem mais numerosa que a matéria “normal”. Para um grama de matéria
normal, estimase haver 5 gramas de matéria escura.
Componentes no Universo
matéria escura:
curvas de rotação de estrelas em
torno do centro galáctico observada
(B) é muito maior que o previsto (A)
baseado na interação gravitacional
da matéria normal.
Componentes no Universo
matéria escura:
colisão de aglomerados de galáxias
indicam que a matéria normal (em
vermelho), medida por emissão de
raiosX, está deslocada em relação à
matéria gravitacional total (azul),
medida por lentes gravitacionais.
Componentes no Universo
Energia em forma de matéria total (bariônica + matéria escura):
Indicações de que a densidade de energia total do universo é a densidade
crítica. Cadê o resto?
Evolução do Universo
No passado o Universo era menor, portanto as temperaturas eram maiores.
Em algum momento as temperaturas dos fótons eram tão grandes que
podiam arrancar os elétrons dos núcleos. Portanto a matéria do Universo
formava um plasma onde núcleos atômicos e elétrons formavam um plasma
(como no Sol).
Esta transição se deu quando T ~ Eb, a energia de ligação dos elétrons.
ou seja, quando o universo aumentou mil vezes de tamanho tamanho deste
momento até o atual.
Evolução do Universo
Desde este momento, chamado RECOMBINAÇÃO, até os dias atuais os
fótons da radiação cósmica de fundo viajam sem interagir.
Portanto ao se detectar um fóton da CMB, está se detectando um viajante
de 13 bilhões de anos de idade!
A isotropia desta radiação indica que o Universo era extremamente uniforme
aos 300.000 anos de idade.
Como explicar as anisotropias (planetas, estrelas, galáxias, aglomerados e
superaglomerados) hoje?
Formação de Estruturas
Formação de Estruturas
A força gravitacional é sempre atrativa, portanto é instável.
Partindo de uma distribuição homogênea:
● uma porção ligeiramente mais densa que a média tende a atrair mais
matéria para si.
● uma porção ligeiramente menos densa tende a perder matéria para
regiões mais densas
Alguns bilhões de anos depois: estruturas com altíssima densidade, e
grandes vazios entre elas.
Importância da matéria escura: funciona como “semente” para a formação
das estruturas observadas.
BigBang Nucleosynthesis
Voltando ainda mais no tempo, em algum momento a temperatura era tão
alta que fótons ultraenergéticos quebravam núcleos atômicos em prótons e
nêutrons.
Voltando ainda mais, neutrinos, antineutrinos, eléctrons e pósitrons
mantinham um equilíbrio entre o número de prótons e o número de nêutrons.
Como explicar a proporção de 1 nêutrons para 7 prótons observada hoje?
BigBang Nucleosynthesis (BBN)
BigBang Nucleosynthesis
● Para o Universo quente, tais reações mantém proporção de 1:1.
● Para o Universo frio, reações tendem a transformar todos os nêutrons em
prótons.
● Mas a partir do momento que o Universo se expande, duas coisas ocorrem:
➢ Partículas perdem energia (ficam mais lentos), e taxa de interação diminui.
➢ Expansão do Universo suprime ainda mais tais interações
● Interações cessam quando:
Taxa de reação < taxa de expansão do universo
Modelo Cosmológico prevê a razão de 1 para 7!
História do Universo em uma página
● Big Bang, inflação, bariogênesis
● Antes de 0.1 s: mesmo número de prótons e nêutrons, em equilíbrio com
elétrons, pósitrons fótons e neutrinos.
● Após 0.1 s: nêutrons começam a ser convertidos em prótons.
● Após 1 s: tal conversão perde a eficiência por causa da expansão do universo.
● Após 100 s: nêutrons que ainda existem são agrupados em núcleos de 4He.
● Após 300.000 anos: elétrons são capturados por prótons e núcleos de 4He,
formando átomos de Hidrogênio e de Hélio.
● Após uns bilhões de anos: formação de estruturas
Componentes no Universo
Densidade de energia crítica é aquela que produz a expansão do universo hoje.
●
c
● Porém a soma das das densidades de energias bariônica, radiativa e de matéria escura
chega somente a 27% da densidade crítica
Falta uma componente que promova uma aceleração da taxa de expansão do universo.
●
Energia Escura
Componentes no Universo
energia escura: Forma exótica de energia que causa a aceleração da taxa de
expansão do universo (matéria causa desaceleração).
➔ O universo é plano (densidade de energia = ).
c
➔ A densidade de matéria bariônica + matéria escura < .
c
➔ No passado recente, a taxa de expansão do universo aumentou.
➔ Densidade de energia desta forma exótica: = 0.73 c!
➔ Constante cosmológica, quintessência, Mond, ...
Modelo Cosmológico Padrão:
Modelo CDM
Algumas referências:
A. Liddle, “Introduction to Modern Cosmology”.
S. Dodelson, “Modern Cosmology”
Apresentação em:
http://www.ifi.unicamp.br/~holanda/seminarios.html
OBRIGADO!