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A quebra de paradigmas sociais sobre as variações

linguisticas
Este artigo tem o objetivo de esclarecer alguns motivos que podem colaborar para a
diminuição do elevado índice de analfabetos do país, sabendo que a quebra de
paradigmas sociais envolve o desenvolvimento educacional e suas ramificações, de
modo que o assunto apontado terá relevância na vida educacional do professor e do
aluno, modificando a metodologia educacional de forma a melhorar o ensino, formando
educando capacitados e preparados para a vida, tornando-o capaz da aceitação das
variedades lingüísticas e excluindo da sociedade toda e qualquer forma de preconceito
lingüístico. As diversidades do vocábulo tendo como aceitação no âmbito social, de
forma que seja respeitado a linguagem.

Palavras chaves: Preconceito. Variação Lingüística. Preconceito regional.

El objetivo de este articulo es aclarar algunos motivos que poden ayudar a disminuir el
índice elevado de analfabetos en el pais, se sabe que el rompimiento de los paradigmas
sociales se evolucra el desarrollo educacional y sus ramificaciones, para que el tema
mostrado tenga importancia en la vida educacional del profesor y del alumno,
cambiando la metodologia educacional para mejorar la enseñanza, le preparando al
alumno para la vida, para que el pueda aceptar las variedades lingüísticas excluyendo de
la sociedad cualquier forma de superstición linguística. Las diversidades del vocablo y
su aceptación en el ámbito social, para que el lenguaje sea respetado.
Palabras Clave: Superstición, Variación Linguistica, Superstición Regional.

1 INTRODUÇÂO
O presente artigo irá deter-se na questão do preconceito relacionado à variação
lingüística regional, preconceito este que se caracterizam pela falta de valorização das
diferenças nos falarem que se encontram no Brasil, tais como: o gaúcho, o nordestino, o
carioca, o chamado dialeto caipira, entre outros.
Esse é um assunto extremamente importante, não só para o professor de língua
portuguesa, mas, para todo e qualquer educador que tenha compromisso e
responsabilidade para com o seu trabalho na escola. Trata-se da existência de alguns
paradigmas sociais sobre as variações lingüísticas que precisam ser quebrados, mesmo
que lentamente, como vem acontecendo historicamente com as demais formas de
preconceito. A discriminação lingüística é algo sem dúvida, muito presente em nosso
país e que pode estar ligado à relação estabelecida entre língua e gramática normativa,
levando-se em conta que as normas contidas nesta última, estão bem distantes do uso
brasileiro do português.
A distância constituída entre língua falada e língua escrita do mesmo, pode ser uma das
razões da existência do preconceito lingüístico. Apesar de estarem interligadas; ambas
costumam ser vistas de forma bem diferente pela sociedade. O falar normalmente é
percebido como uma tarefa fácil. Todo mundo fala desde os primordios. Para isso basta
que haja contato com uma língua. Pois a criança aprende facilmente a falar, imitando as
pessoas com as quais convive. Já a língua escrita, por sua vez, costuma ser entendida
como algo muito complicado, formal, uma vez que exige treinamento e exercício, além
de obedecer a regras fixas.
Assim, este trabalho objetiva realizar uma revisão bibliográfica à cerca do tema
variações lingüísticas e a necessidade de ruptura de paradigmas que incidem sobre estas
é relevante a aceitação social do vocabulário coloquial regional como forma de
expressão verbal, é exercitada por muitas pessoas na sociedade?
Atualmente percebe-se por parte dos profissionais envolvidos na educação, uma
preocupação com desvalorização das variações lingüísticas, pois, esta pode ser uma das
causas de exclusão social, exclusão essa que pode começar com a evasão escolar, não
raras vezes motivada por uma discriminação linguística isto é, no jeito de falar de uma
pessoa. Pergunta-se qual qual professor nunca conheceu em sua carreira um caso de
aluno que foi vítima de “brincadeiras” ligadas à maneira como pronunciava as palavras?
Dessa forma, a idéia aqui é identificar as reais causas do desprestígio das variedades
lingüísticas e neste trabalho as diversidades que tanto contribuem para esse problema,
através de pesquisa no conjunto de teóricos que já estudaram ou estudam o tema. O
primeiro momento será reservado para a pesquisa bibliográfica desses autores, na
tentativa de viabilizar um conhecimento prévio sobre o assunto. No segundo momento
será feita leituras de artigos via internet sobre o conteúdo em questão e os que já foram
publicados, a fim de verificar suas construções e conteúdos. O último momento será
destinado à produção e publicação deste artigo, tendo como partes interessadas redes
acadêmicas, bem como professores e educadores a sociedade em geral,em especial a
macapaense.
2 HISTORICIDADE:
A necessidade do homem em evoluir levou-o a uma busca incansável pelo
desconhecido. È árdua a tarefa de se comunicar e ainda mais de se fazer entender a
comunicação. A comunicação em si é um processo de dedicação de conhecimento de
mundo seja para falar, ou seja, para escrever. O primeiro registro da comunicação se
deu através dos símbolos. Símbolos esses deixados pelos ancestrais em pedra para se
comunicar com as futuras gerações.
A fala é a identidade de um povo e a comunicação é o meio pelo qual o homem evolui
gradativamente, aliado a essa evolução os meios de comunicação adquiriram novas
técnicas de se propagar. Estamos nos referindo á era tecnológica que veio beneficiar
varias sociedades na construção do saber e auxiliar no desenvolvimento do individuo ,
podemos conhecer e visitar vários países sem sair de casa, falar com um amigo ou
parente em qualquer lugar através da web, enviar um email em tempo real. Mais é
notório verificarmos que nos tempos atuais existem civilizações que não se deixaram
influenciar com toda essa tecnologia, com toda essa modernidade e em referencia a isso
conseguem viver bem entre seu povo. Esses fatos reforçam ainda mais que uma
sociedade não existe sem fala e a fala não existe sem sociedade.

Segundo o autor o preconceito lingüístico é tanto mais poderoso porque em grande


medida ele é invisível no sentido de que quase ninguém se apercebe dele, quase
ninguém fala dele com exceção dos raros cientistas sociais. (BAGNO, 1999, p. 23).

. Mediante o autor as variações linguísticas devem ser consideradas como uma diferença
da própria língua.
O preconceito lingüístico existe, É muito mais comum do que parece, É muito difícil de
ser combatido. Muitos estudiosos afirmam que é impossível estudar a língua, sem
estudar ao mesmo tempo a sociedade em que essa língua é falada. A língua é um órgão
de articulação das palavras, onde na maioria das vezes não é bem interpretada. O
preconceito lingüístico é tão presente que a maioria das vezes as pessoas não percebem
que as cometem.
3 O PRECONCEITO LÌNGUISTICO
O preconceito, de maneira geral, aparece no momento em que se adiantam julgamentos
antes de se aprofundar mais nas informações. Diz respeito a uma forma de pensamento
pré-concebida, sem firmeza e sem embasamento concreto. Já o preconceito lingüístico
costuma aparecer nas mais variadas formas de expressão. A música, uma das expressões
de maior popularidade, de mais possibilidades e também por apresentar as
características específicas de cada cidade/região, vira alvo fácil de julgamentos pré-
concebidos.
A discriminação na língua pode muito bem ser produto tanto da relação conflituosa
entre gramática normativa e língua, assim como, do distanciamento estabelecido entre
língua falada e língua escrita, do preconceito regional, ou dos três juntos, mas
principalmente, pode estar ligada à questão da variação lingüística. Ela existe devido a
diversos fatores, tais como: região, faixa etária, classe social e profissão. Isso permite
pensar que não há um uso mais perfeito que o outro. Em uma mesma comunidade
lingüística convivem distintos modos de utilização, não havendo um modelo de
linguagem que possa ser avaliado como superior. Vale ressaltar que língua nada mais é
do que um código por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si, e que
não se apresenta uniforme nem mesmo num espaço limitado, como um país pequeno,
por exemplo.
Na tentativa de analisar a questão da discriminação lingüística, vale à pena falar de três
de uma série de mitos citados por Bagno (1999) em seu livro “Preconceito lingüístico”.
O primeiro enfatiza que “o português no Brasil apresenta uma unidade surpreendente”.
Segundo Bagno, esse é o maior e o mais sério dos mitos. Algo muito enraizado na
cultura brasileira, ao ponto de ser reconhecido como uma verdade até mesmo por
importantes intelectuais do país. É um mito tão antigo quanto danoso, na medida em que
desconhece a heterogeneidade do português falado no Brasil, bem como, recusa o estilo
multilíngüe do país. De acordo com Bagno, “a ciência lingüística moderna já provou e
comprovou que não existe nem uma língua no mundo que seja... homogênea... o
monolingüismo é uma ficção”. No caso do Brasil, um país muito extenso é evidente que
o nível de variação e diversificação na linguagem é, ao mesmo tempo, muito grande.
O fato é que devido à preservação desse mito e também da grande injustiça social ainda
presente no Brasil, se faz notório a existência de uma distância considerável entre as
pessoas que falam variedades desprestigiadas do português brasileiro (a maioria e
também as mais pobres) e as pessoas que falam variedades mais respeitadas (a minoria e
também as mais abastadas). Quando se fala em norma-padrão da língua portuguesa (a
chamada norma culta), ou seja, aquela forma considerada como a correta, como um
modelo a ser seguido, percebe-se que a distância entre esta e os dois outros tipos de
variedade é ainda maior. Um “abismo... ainda mais profundo”, como diz Marcos Bagno.
O mesmo autor explica que “uma quantidade gigantesca de brasileiros permanece à
margem do domínio das formas prestigiadas de uso da língua”. Deste modo, ele
denomina essas pessoas de “sem língua”, fazendo uma analogia aos denominados como
sem teto, sem terra, sem escola, sem trabalho ou sem saúde. Vale ressaltar que esses
cidadãos têm uma língua é lógico. Porém essa língua pertence ao grupo de variedades
lingüísticas desvalorizadas pela sociedade, e que constantemente viram alvo de gozação.
Quem debocha é justamente aquele cidadão letrado.
Basta verificar alguns estudos na área para se perceber que as pessoas chamadas por
Bagno de “sem língua” têm bastante problema em entender os recados remetidos a elas
pelo poder público, recados esses que se utilizam unicamente da norma-padrão. Bagno
apud Gnerre, faz uma constatação interessante sobre essa questão, ao observar que a
discriminação começa na própria Constituição Brasileira. Mesmo declarando que todas
as pessoas são iguais; esse importante documento é elaborado numa linguagem que a
grande maioria dos brasileiros não consegue compreender. O texto poderia ser mais
acessível, caso todos os brasileiros tivessem acesso à língua oficial, no entanto não é
isso o que acontece.
O segundo mito que merece ênfase no presente texto dita que “o certo é falar assim
porque se escreve assim”. Para ilustrar essa falsa verdade, Bagno cita a palavra teatro na
pronúncia do pernambucano (TÉ-atru), do carioca (TCHI-atru) e do paulistano (TÊ-
atru). Estariam essas formas de falar, erradas? É evidente que não. Elas existem graças a
um acontecimento chamado variação lingüística.
Permanece entretanto, uma tendência que pode sem dúvida ser reconhecida como
preconceito, no sentido de exigir do aluno que pronuncie as palavras da mesma forma
que as escreve. Trata-se de uma supervalorização da língua escrita paralela a uma
aversão pela língua falada. Bagno diz que esse “é um preconceito que data de antes de
Cristo”, de tão antigo que é.
Orientar a escrita de acordo com a ortografia oficial é necessário, entretanto, censurar os
sotaques diferentes, avaliando-os como errado é o que não se pode fazer. “Mais justo e
democrático” - diz Bagno – seria explicar ao aluno que ele está livre para falar do seu
jeito, mas que para escrever só existe uma maneira e isso acontece para que todos
consigam ler e entender. Essa complexa relação entre língua falada e língua escrita é
muito remota, por isso carece de uma revisão minuciosa no ensino, reconhece Bagno.
A língua escrita (literária) teve dedicação especial dos estudos gramaticais no longo
período de dois mil anos. Já a língua falada, por sua vez, somente passou a ser tema de
estudos no início do século XX, quando surgiu a ciência lingüística. As duas,
evidentemente, são bem distintas entre si. Enquanto a língua falada demanda um
aprendizado bem natural e se constitui em uma ferramenta fundamental de
sobrevivência, a língua escrita se caracteriza por uma artificialidade incondicional e um
aprendizado sistemático, que envolve regras. Sobre a importância cientifica da língua
falada, Bagno(1999) fala que esta se dá “principalmente no fato de ser nessa língua
falada que ocorrem as mudanças e as variações que incessantemente vão transformando
a língua”, sendo que a língua falada diz muito mais a respeito do português brasileiro do
que a língua escrita. As pessoas podem até chegar ao fim da vida sendo analfabetas, mas
nunca poderão deixar de ser consideradas como falantes do nosso idioma. Vale à pena
dizer que o ser humano viveu na terra por 990.000 anos exclusivamente falando. De
acordo com os PCN “s(1997, p.15):
[...] o domínio da língua escrita e oral, é fundamental pra a participação social efetiva,
pois é por meio dela, que o homem se comunica, tem acesso á informação, expressa e
defende pontos de vista, partilha ou constrói visões de mundo, produz conhecimento.
O aparecimento dos estudos ligados à gramática se deu na Grécia antiga com o nítido
objetivo de “enfeitar” ainda mais a língua literária. Ocorreu que as regras da língua
literária se estenderam também à língua falada. O fato é que atualmente, a gramática
tradicional praticamente não considera os fenômenos da língua oral. Alguns autores
enfatizam a verdadeira maneira de escrever seja a língua literária; a única a ter o mérito
de ser estudada na escola.
O terceiro mito que se pretende destacar é o seguinte: “é preciso saber gramática para
falar e escrever bem”. Essa falsa verdade parece ser unanimidade na voz de muitos
educadores, especialmente os que trabalham com língua portuguesa. Ela também
costuma aparecer destacada nos principais sumários que envolvem o estudo da
gramática. Faz-se necessário ao mesmo tempo, dizer que pais de alunos resistem à
escolha de métodos do ensino da língua, que sejam menos conservadores e que deixam
de acompanhar rigorosamente o que manda a gramática. Sobre isso Bagno diz que:
Conhece “gente que tirou seus filhos de uma escola porque o livro didático ali adotado
não ensinava coisas (indispensáveis) como antônimas, coletivos, e análise sintática”.
É preciso, porém, compreender o porquê dessa afirmação ser reconhecidamente um
mito, que Perini, citado por Bagno, diz que não há nenhuma lógica que embase essa
idéia. A lógica até existe, mas é para confirmar o oposto. Caso esse mito fosse real,
gramáticos em geral seriam escritores de qualidade e qualquer escritor seria um grande
gramático. Bagno ressalta, além disso, que é preciso duvidar de livros que se intitulam
como gramática da língua portuguesa, quando esses não deixarem claros seus objetos de
estudo, pois, a gramática nesses livros representa apenas uma das inúmeras
modalidades, tais como: gramática da língua portuguesa escrita, literária, formal e
antiga.
Bagno ensina que “a gramática normativa é decorrência da língua. É subordinada a ela,
dependente dela”. Acontece, no entanto, que “a gramática passou a ser um instrumento
de poder e de controle social, de exclusão social”, daí, a idéia de que se fala ou escreve
o idioma, necessita-se da gramática, o que oferecesse de perfeito e necessário para a
língua.
A gramática normativa oficializa a norma padrão. Ela é mais um exemplar antiquado,
que se baseia em escritores portugueses da primeira metade do século XIX. Existe,
todavia, a chamada norma culta, que é compreendida por certos estudiosos da língua
portuguesa, como o conjunto das diversidades lingüísticas mais bem consideradas e que
são utilizadas no dia-a-dia das pessoas letradas. Quem assume entender dessa forma,
tem que admitir que norma culta realmente exista. Para Antunes (2003, p.94) sobre a
concepção de regras:
O conhecimento que o falante tem das regras que especificam o uso de sua língua é um
conhecimento intuitivo, implícito, ou seja, não requer, em princípio, que se saiba
explicitá-lo ou explicá-la. No entanto, esse saber implícito acerca do uso da língua pode
ser enriquecido e ampliado com o conhecimento explícito dessas mesmas regras.
Nesse caso, para se elaborar uma gramática realmente proveitosa aos brasileiros, a
primeira coisa a se fazer seria reconhecer quem são os usuários mais letrados, a fim de
sistematizar a língua usada por eles. Trata-se de uma questão muito importante e
necessária, pois essa norma culta iria substituir à velha e tradicional gramática
normativa (baseada em escritores artísticos e literários do passado) já tão ultrapassada.
3.1-Variação lingüística
A língua portuguesa, assim como todos os idiomas do planeta, não se mostra
semelhante em todo o território brasileiro. Além disso, da mesma maneira que temos a
pluralidade cultural, também temos a pluralidade lingüística, algo simples de ser notado
nesse imenso país que é o Brasil. Essa pluralidade na língua é o que chamamos de
variação lingüística.
Segundo Bagno (1999, p.52) “se existisse língua difícil”, ninguém no mundo falaria
húngaro, chinês ou guarani, no entanto essas línguas são faladas por milhões de pessoas
(bilhões, no caso do chinês), inclusive criancinhas analfabetas!
Os processos de variação lingüística costumam ser mais observados na pronúncia ou no
vocabulário, embora esteja presente em todos os planos de funcionamento da língua. Os
fatores que determinam tal variação são inúmeros, mas podem-se destacar alguns: a
variação social, que acontece entre pessoas que pertencem a diferentes grupos sociais; a
variação por faixa etária, que ocorre entre pessoas de diferentes idades (adultos, velhos,
jovens e crianças); Variação estilística, que se dão quando um mesmo indivíduo se
envolve em diferentes circunstâncias de comunicação: se está em um ambiente familiar,
profissional, o grau de intimidade, o tipo de assunto tratado e quem são os receptores;
variação histórica, que ocorre ao longo de um determinado período de tempo, pode ser
identificada ao se comparar dois estados de uma língua, como o antigo e o novo, por
exemplo, e por último a variação regional ou geográfica, que acontece entre pessoas de
diferentes regiões em que se fala a mesma língua.

3.2-Variação lingüística regional ou geográfica


A variação regional ou geográfica diz respeito aos vários tipos de pronúncia,
vocabulário e estrutura sintática entre regiões. No interior de uma comunidade maior ,
formam-se comunidades linguísticas menores, em volta de centros polarizadores , bem
como, política e economia, que terminam por decidir os padrões lingüísticos utilizados
na região na qual influênciam. As distinções lingüísticas entre as regiões são graduais, e
por isso nem sempre coincidem.
Trata-se, como foi mencionado no parágrafo acima, de formas variadas no falar
praticado entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma língua, por isso
tem-se os falares gaúcho, nordestino, carioca e o chamado dialeto caipira. Assim, como
a cultura de cada região é singular, o mesmo acontece com a língua. Notam-se
facilmente as diferenças quando se observa a pronúncia de cada região. Os cariocas, por
exemplo, tem um jeito muito particular de falar o “s” e o “r”, assim, com o os paulistas
e gaúchos. O vocabulário também varia bastante de região para região, como no caso
dessas palavras: pipa – papagaio – pandorga - maranhão; pão francês - pão de trigo -
cacetinho; aipim – mandioca - macaxeira. Como algo que enfatiza os vocabulários
diversos e específicos de cada região brasileira.
4. Preconceito regional
O preconceito lingüístico pode ser resultado de outro tipo de preconceito em um nível
mais amplo, o regional, uma forma de discriminação que é solidificada pelo não
aceitamento das variações, não só na fala como também na cultura. Desta forma muitas
pessoas rotulam os demais cidadãos que residem em outras regiões, os ridicularizando.
Todo mundo certamente já ouviu essas críticas debochadas: baiano é preguiçoso,
mineiro é caipira, carioca é metido, paulista é cheio de manias e gírias, gaúcho é gay,
cearense é cabeça chata e brasiliense é corrupto. Essas declarações são muito comuns e
confirmam o preconceito generalizado. As pessoas, nesse caso, agem como se isso não
tivesse importância ou conseqüência. Aí é que está o engano, pois, as conseqüências
existem e são bem negativas.
O preconceito regional tem se constituído como objeto de estudo e de preocupação por
parte de algumas ciências, que desejam descobrir sua origem, bem como, encontrar um
esclarecimento para tal comportamento advindo do ser humano. Uma possível resposta
foi encontrada. Trata-se do problema que o ser humano tem em perceber que todas as
espécies possuem características que as tornam singulares, e que isso não
obrigatoriamente as coloca em posição desfavorecida ou afastada de seu ambiente
natural.
Diante dessa idéia, deveria se pensar que as diferenças de cada um ou de cada grupo
poderiam ser vistas como algo vantajoso para todos, mas, normalmente não acontece; a
única conclusão a que se pode chegar é que a ignorância e a carência de informações
são a principal causa do preconceito, não importando se seja de cor, raça, gênero ou
região. O resultado quase sempre é devastador, por gerar discriminação, exclusão e
violência.
A questão do preconceito lingüístico não se apresenta naquilo que se fala, porém, na
pessoa que fala. Dessa forma, o preconceito regional é um ponto para onde convergem
todos os outros tipos de discriminação ou desigualdade, um tem ligação com o outro,
provocando um circulo vicioso. Esse é o motivo pelo qual, provavelmente, o
preconceito com a linguagem falada tenha a ver não simplesmente a alguma localidade,
mas, além disso, aos vícios de linguagem e nos vocábulos pronunciados “errados”.
Porém, se a língua é livre e todo indivíduo tem o seu próprio jeito de se articular e se
expressar, carece somente a aquele que discrimina vir, a saber, disso e mudar seus
conceitos e atitudes. E aqui está o grande desafio de educadores e da sociedade em
geral, fazer com que as pessoas compreendam que as diferenças precisam ser
respeitadas.
Diante do desafio imposto pelos paradigmas que conduzem ao preconceito lingüístico,
existe muita coisa a ser feita. Uma delas é mudar o círculo vicioso que leva a esse
preconceito na escola. Bagno argumenta que existem três elementos que fazem parte
desse círculo, apelidado por ele de “santíssima trindade do preconceito lingüístico, são
eles: a gramática tradicional, os métodos tradicionais de ensino e os livros didáticos”. O
texto de Bagno explica como se forma esse círculo.
Assim, a gramática tradicional inspira a prática de ensino, que por sua vez provoca o
surgimento da indústria do livro didático, cujos autores fechando o círculo recorrem à
gramática tradicional como fonte de concepções e teorias sobre a língua. Sobre isso se
pode concluir que as mudanças já são bastante perceptíveis. A gramática tradicional
continua presente, segundo Bagno, impondo “sua vertente normativa – prescritivista”.
Para se confirmar basta dar uma olhada nos sumários gramaticais da atualidade. Já a
prática de ensino, que tem características especifica em cada região, em cada escola e
principalmente em cada professor que a desenvolve, segue uma tendência a derrubar
preconceitos. A iniciativa para essa mudança parte do próprio Ministério da Educação,
que muito tem feito para estimular reflexões a cerca de assuntos ligados à ética e a
cidadania plena do individuo. Ao menos isso se faz notar nas escolas públicas de ensino.
Influenciadas por essas mudanças na prática de ensino, um grande numero de editoras
vem se esforçando na tentativa de elaborar livros didáticos mais adequados as inovações
presentes nas concepções pedagógicas PNLD – Plano Nacional do Livro Didático - tem
cooperado para uma revisão das antigas formas de elaboração desse tipo de material.
Realmente, o discurso contido nos novos livros favorece a diminuição do preconceito e
do respeito à diversidade lingüística e cultural.
Nesse contexto se faz urgentemente necessário que as instituições, não só as escolares,
mas, todas aquelas que trabalham com educação e cultura, deixem de lado todos os
mitos e assumam de vez que a diversidade lingüística brasileira é muito grande e precisa
ser valorizada ao invés de ser discriminada. A escola precisa entender que as variações
lingüísticas são algo natural e estão ligadas à pronúncia e não escrita. Se para falar bem
e escrever bem é preciso estudar gramática, pode se concluir que diante de todas as
críticas destinadas a essa questão, se faz necessário rever o uso da gramática e a forma
como ela é apresentada aos alunos. Faz-se crer que ela precisa ser revista e modernizada
no que se refere ao seu conteúdo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste texto o preconceito lingüístico, não passa só pela questão dos mitos,
mas, também por outras questões mais amplas como o preconceito regional, leque que
envolve não só a língua, mas também a cultura de maneira geral. Tais discriminações
muitas vezes são adquiridas pelo ser humano desde o nascimento, ou seja, da forma
como é educada pela família. Algo desse tipo deve ser abordado na escola, de
preferência envolvendo a família, devido à tamanha gravidade, a fim de formar cidadãos
compreensivos, responsáveis e que tenham respeito pelas diversidades que existem no
Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BAGNO, Marcos, Preconceito Lingüístico. Edições Loyola, São Paulo, 1999.
COELHO, Lucivanda Mira: Leitura e escrita, práticas responsáveis pelo
Desenvolvimento do Ensino-Aprendizado. Instituto Macapaense do melhor Ensino
superior. Macapá: 2010.
DOMINGUES, chirley, MANO, Monica trindade: Leitura e Produção Textual
Disciplina na modalidade a distancia. Livro didático 3ª edição revista atualizada.
Produzido. Universidade do sul de Santa Catarina2008. Unisulvirtual.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/50750/1/A-quebra-de-paradigmas-sociais-
sobre-as-variacoes-linguisticas/pagina1.html#ixzz1IbEj8moH

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