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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

FÓRUM PERMANENTE
dia 28 de março de 2011.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Excelentíssimas


autoridades presentes, senhoras e senhores, bom dia!

Daremos início ao debate Cidades Sustentáveis e Sistemas


Inteligentes de Transporte, uma iniciativa do Fórum Permanente de
Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto
Marinho.

Convido, para compor a Mesa, o Sr. Secretário Municipal de


Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório; o Presidente da
Fetranspor, Sr. Lelis Teixeira; o Presidente da Associação das Empresas
Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet, Sr. Ilan Goldman; o
Diretor do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro, Sr.
Alberto Blois. (Palmas)

Aguardamos a presença do Exmº. Sr. Secretário Estadual de


Transportes, Júlio Lopes; e do Presidente da Metrô Rio, José Gustavo de Souza
Costa.

Aproveito para convidar o Presidente da SuperVia, Sr. Carlos


José da Cunha. (Palmas)

A Mesa se estende ao Deputado Paulo Ramos, nosso


representante na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa; ao palestrante Prof.
Paulo Cezar Ribeiro, da Coppe/UFRJ; à palestrante Sra. Lia Lombardi, do
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável; do Sr.
Eduardo Fonseca de Moraes, Presidente da GestRio; e do Sr. Paulo César Coelho,
Presidente do Proderj.

Estou presidindo os trabalhos a pedido do Sr. Presidente,


Deputado Paulo Melo, que não pôde estar aqui nesta abertura. Em nome de S.Exa.,
saúdo todos os presentes.

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O Rio de Janeiro vai sediar este ano os Jogos Mundiais


Militares. A partir daí, uma série de mega eventos vai modificar, seguramente, a
estrutura da nossa cidade.

Registro a presença do Secretário de Transportes Júlio Lopes,


que acabou de chegar.

Obras de infraestrutura já estão saindo do papel. Grandes


intervenções prometem dinamizar áreas que até então sofriam com o abandono.
Setores cuja falta de investimento era crônica ganham fôlego para investir. Os
compromissos assumidos pelas três esferas de Governo exigem uma nova postura
em relação a temas como sustentabilidade e legado.

A agenda é extensa e complexa e não há tempo a perder.

Mas, paralelamente à infraestrutura que inclui corredores de


transportes, novas vias, construção e reforma de prédios públicos, pontes, viadutos,
aquisição de novas composições ferroviárias e metroviárias, construção de novas
estações, dentre outras, há outra, invisível, que é tão importante quanto: a
infraestrutura da tecnologia da informação.

Como o Estado e seus gestores podem ir além de viabilizar essa


estrutura para eventos e transformar as tecnologias implantadas em função dos
jogos em legado consistente para atender às necessidades das áreas de educação,
transportes, saúde e segurança física e ambiental? É sobre esta questão que a
Câmara Setorial de Tecnologia do Fórum Permanente de Desenvolvimento
Estratégico do Estado centrou o seu trabalho nos últimos meses. Este debate é
parte do esforço de pensar em como aproveitar as oportunidades advindas do fato
de o Rio de Janeiro estar sob os holofotes do mundo para que os investimentos que
estão sendo feitos se traduzam na real melhoria da nossa vida como cidadãos.

Para sucesso pleno, esses eventos vão demandar que essa


estrutura exista e esteja em pleno funcionamento, e isso vai acontecer. Pelo menos
no período da Copa e das Olimpíadas, vamos ter toda uma estrutura de informação
e comunicação a postos para registrar e fazer circular as imagens a que o mundo
estará assistindo. O trânsito será controlado e as ambulâncias irão cumprir o seu
papel. Vai se gastar dinheiro com isso, mas e depois? O que, dessa estrutura,
permanecerá como legado desses eventos? Que utilidade essa infraestrutura pode

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ter para viabilizar uma melhor gerência das cidades? É preciso planejar desde já
para que esses sistemas estejam, ao fim dos eventos, prontos para responderem a
esse desafio.

A escolha do tema “mobilidade” tem uma justificativa simples:


as obras de infraestrutura e os investimentos nesse setor são de longo prazo e já
começaram a ser feitas. É preciso, portanto, acompanhá-las, como é função do
Legislativo, e, mais do que isso, colaborar, a partir do diálogo com a sociedade,
para que sejam entregues da melhor forma ao cidadão.

Temos uma oportunidade única de dar um salto de qualidade na


informação gerada a partir da vida das cidades. O trânsito, a segurança pública, a
saúde, os meios de transporte, todos esses serviços geram uma infinidade de dados
e informações. Integrá-los pode fazer com que os cidadãos possam conhecer, a
partir do momento que decidam sair de casa, todas as opções que têm, naquele dia,
para fazer um deslocamento mais rápido e com segurança. Pode parecer banal, mas
este é um pequeníssimo exemplo do que pode acontecer a partir dessa integração.

É preciso fazer com que as informações circulem, que a


telefonia funcione, que a banda larga esteja disponível e, mais do que isso, que elas
funcionem em prol da prestação de um melhor serviço à população. Abriu-se uma
janela interessante e a partir dela o Estado e a sociedade poderão, talvez pela
primeira vez, reunir dados, tratá-los e orientar suas ações a partir de fatos
concretos.

O crescimento estimado para os próximos dez anos do mercado


interno de TI, que deve saltar de uma participação de 68 bilhões para 125 bilhões
em 2020, não está ligado exclusivamente a esses megaeventos. As famílias estão
consumindo mais, melhorando seu nível de renda, e o acesso a computadores e
celulares se amplia. Há mercado para consumir esse serviço e as possibilidades,
portanto para o Rio de Janeiro em termos de negócios se amplia.

A proposta deste Fórum é reunir os setores de transportes,


tecnologia da informação, turismo e debater de que forma podemos dar este salto
de qualidade, aproveitando as tecnologias já existentes e incluindo-as no
planejamento e mais, convocando o setor a pensar formas criativas de dinamizar
este mercado, ofertando estas soluções.

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A sustentabilidade, tema que hoje é transversal e deve estar


presente em qualquer debate sobre desenvolvimento, cumpre neste evento um
papel importantíssimo. Ela nos ajuda a projetar o futuro. O que a Câmara Setorial
propôs com o termo cidades sustentáveis é a passagem do modelo existente hoje de
cidade para o modelo de uma cidade inteligente, digital, e, por que não,
sustentável.

Como fazer isso? A imagem de uma cidade que faça uso


inteligente de todos os seus recursos humanos, técnicos, materiais e operacionais
maximizando o nível de serviços e minimizando perdas é a que perseguimos.
Tecnologia para implementar sistemas que viabilizem a integração das plataformas
e geração de conteúdos a partir de dados disponíveis existentes. Talvez ainda nos
falte observar que outros fatores de ordem institucional são fundamentais neste
processo para que ele possa se tornar realidade. Precisamos vencer barreiras,
fundar novas governanças, absorver na estrutura do poder público o conceito de
redes. O Secretário Carlos Roberto Osório talvez possa falar um pouco mais sobre
isso a partir da experiência do Centro de Operações do Rio.

E nossas concessionárias, como pensam e planejam no que se


refere ao uso das tecnologias para melhora dos serviços prestados e da informação
ao cidadão?

Na semana passada, o jornal Valor Econômico realizou um


seminário sobre as exigências de tecnologia da informação e comunicação para a
Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em um certo momento, um cidadão levantou-se
e disse que não era possível conceber uma cidade inteligente sem mobilidade.

Acho que com este seminário criamos uma primeira


oportunidade para construirmos juntos este futuro. Precisamos saber o que
queremos para que os eventos nos sejam favoráveis. É reflexão para instruir a
ação. Convido todos para este exercício.

Convido para participar da Mesa, o presidente do Metrô Rio


José Gustavo de Souza Costa.

Composta a nossa Mesa, queria dizer da grande relevância do


presente seminário. A Assembleia Legislativa, o Deputado Paulo Ramos é

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testemunha, vem debatendo essa questão intensamente, principalmente nas áreas


dos transportes.

Esta Casa aprovou uma lei sobre a bilhetagem eletrônica há


mais de seis anos. Na gestão passada do Governador Sérgio Cabral esta Casa
aprovou também o Bilhete Único.

São sucessivas Comissões Permanentes que debatem a questão


da transparência das informações, quer seja no Metrô, na SuperVia ou nas barcas.

Portanto, este é um debate que interessa diretamente ao


Parlamento fluminense. Por isso, esse Fórum está tão mobilizado na organização
desse evento. É evidente que a tecnologia de informação é importante não somente
para a Cidade do Rio de Janeiro, mas sim para todas as cidades do nosso Estado
distribuídas nos nossos 92 municípios e em especial para a Região Metropolitana
do Estado, para onde convergem 80% da população do Estado e, por via de
consequência, onde estão 80% dos nossos problemas.

Nesse sentido vamos dar início às nossas palestras pelo tema


“Ações do Estado, Prefeitura do Rio de Janeiro e Projetos para melhoria dos
Transportes”.

Convido o Exmo. Sr. Secretário Estadual de Transportes,


Deputado Federal Júlio Lopes para fazer sua exposição. S.Exa. dispõe de 30
minutos.

O SR. JÚLIO LOPES - Muito obrigado, Deputado Luiz Paulo, é


uma honra para nós da Secretaria de Transportes estarmos neste evento hoje, neste
fórum debatendo esses assuntos. Quero cumprimentar o Deputado Paulo Ramos,
sempre muito atento às questões dos transportes. Cumprimento também o meu
colega Carlos Roberto Osório, Dr. Lelis Teixeira, Dr. José Gustavo, presidente do
Metrô; o Carlos José, presidente da SuperVia - que vai aqui apresentar os novos
planos da SuperVia que são muito importantes para nós; o Sr. Ilan Goldman,
presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação;
Sr. Alberto Blois, do Sindicato das Empresas de Informática e também
cumprimentar o Paulo Coelho, que tem nos ajudado nesse sistema.

Quero dizer, Deputado Luiz Paulo, que recentemente nós


recebemos a visita do presidente da Empresa Pública de Transportes de Madri, o
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que nos deixou muito satisfeitos porque ele foi nos visitar com o objetivo de fazer
uma integração entre a Empresa Municipal de Transportes Públicos de Madri e a
Secretaria de Estado do Rio de Janeiro, na questão de gás e outros temas; e tinha
também o interesse de tratar da questão de bilhetagem eletrônica.

Eu estou falando isso, Deputado Luiz Paulo, porque V.Exa. bem


citou a participação desta Casa nesse projeto. Ele veio nos fazer uma demonstração
do seu sistema de bilhetagem eletrônica e de controles. Quando ele viu sobre a
minha mesa que nós estamos controlando mais de um milhão e seiscentas mil
viagens por dia e que nós sabemos o momento em que se dá a transação, que
sabemos, Osório, o valor do subsídio em cada transação, e isso controlado pelo
CPF e que, ao mesmo tempo, esses dados são enviados aqui para a Assembleia
Legislativa, para o Tribunal de Contas do Estado e na Secretaria com três tipos de
auditoria, uma auditoria física, uma auditoria econômica e contábil e uma auditoria
de sistema, ele disse: “Quem precisa comprar o sistema do Rio de Janeiro somos
nós de Madri”.

Isso nos alegra muito porque o Governador Sérgio Cabral tem


sempre dito que nós não estamos preparando a cidade para os eventos, nós estamos
usando os eventos para entregar aos nossos cidadãos aquilo que a gente sempre
achou e sempre acreditou que eles precisavam. Os eventos para o Rio de Janeiro
são uma alavanca para que nós possamos chegar àquilo que nós sempre
pretendemos construir para os nossos cidadãos.

Pode apresentar, por favor. Cidades sustentáveis, sistemas


inteligentes de transportes. Os eixos estratégicos de um sistema de transportes
inteligente para a Região Metropolitana têm foco no transporte público, a
prioridade para os corredores de transportes que já estão se dando, os
investimentos em tecnologia, como nós já mencionamos aqui; os investimentos em
infraestrutura, que estão sendo realizados; a reorganização setorial e a implantação
de um sistema de informação de transporte na Secretaria de Transportes do Estado.

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Bom, o nosso foco principal está nos 20 municípios da Região Metropolitana, com
11,28 milhões de habitantes, 19 milhões de viagens por dia, 12 milhões de viagens
motorizadas, nove milhões em transporte público. Isso aí é muito importante
porque nós temos feito avanços muito significativos. É bom lembrar que nas duas
outras candidaturas do Rio de Janeiro às Olimpíadas, nós tínhamos obtido em
transportes a nota máxima de três. Nessa última candidatura do Rio, o que ajudou
certamente o Rio de Janeiro a conquistar as Olimpíadas, nós já obtivemos nota
seis, ou seja, dobramos em termos de performance, muito porque tivemos a
priorização do transporte público como uma forte política pública do Governo
Sérgio Cabral.

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Bom, quanto às metas olímpicas, os grandes eventos esportivos


que o Rio vai ter oportunidade de realizar; novas tecnologias, investimentos
maciços em infraestrutura que, na realidade, como diz o governador, aí estão os
elementos a partir dos quais nós vamos viabilizar aquilo que o cidadão precisa.

Já estamos agora no cenário dos Jogos Mundiais Militares, agora em julho, do dia
16 até o dia 24. Depois, a Copa das Confederações, em 2013; a Copa do Mundo de
Futebol, em 2014; e, em 2016, os Jogos Olímpicos. São mais de R$ 30 bilhões em

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investimentos, de uma maneira geral.

Então, vamos passar para as Metas Olímpicas: mais passageiros


nos sistemas estruturais de transporte, mais tecnologia de controle – e esse
processo já está iniciado.

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O Metrô chegando a um milhão de passageiros; um milhão em


sistemas de BRT; e um milhão na Supervia. Tudo isso está em andamento e a
gente tem lá uma projeção em que no ano de 2010, tivemos 66 milhões de
passageiros a mais no serviço público de transporte do Rio de Janeiro – se somadas
todas as ações e todos os sistemas em funcionamento.

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Agora, as Metas Olímpicas: mais trens, a diminuição dos


headways, mais embarcações, inaugurações do CCO, novos sistemas de
estabilização com o “Rio em Movimento”. Modal rodoviário, modal
metroferroviário e modal hidroviário, já com uma previsão de compra de novas
embarcações para atender a sua demanda adicional.

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É bom lembrar que quando o Governador Sérgio Cabral iniciou


sua gestão, as barcas no Rio de Janeiro – sempre um serviço muito demandado e
muito questionado – tinham em torno de 70 mil passageiros por dia e não
conseguiam passar de 80%, 84% de pontualidade. Hoje, esse serviço tem 100 mil,
110 mil passageiros por dia, e opera com 98% de pontualidade.

Não é o desejável ainda e a gente sabe o quanto é ruim e grave


nós termos mais de 2000 mil, 2500 mil passageiros todos os dias com um atraso
igual ou superior a 15 minutos. Mas é uma performance imensamente melhor do
que aquela que nós tínhamos quando começamos o governo. Sem mencionar o
acréscimo de passageiros, pois saltamos para mais de 25 milhões de passageiros,
quer dizer, estamos próximos de um número que é absolutamente o maior número
do transporte hidroviário nas Américas. Só há números maiores na Ásia, assim
mesmo com um esforço muito grande de seus governos.

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Agora, nós estamos aí finalmente fazendo uma intervenção.


Vamos aportar novas lanchas, novas embarcações e, com isso, conseguir a
performance que todos desejamos.

No sistema ferroviário, nós estamos, na realidade, fazendo uma


verdadeira revolução. Pela primeira vez o Estado fez uma grande aquisição de
trens; uma aquisição maciça de 30 trens na China, cuja entrega está prevista agora
para 2011. Esses trens começam a chegar dentro do prazo, já agora: no mês de
junho, teremos as primeiras composições chegando aqui no Rio de Janeiro.

Além disso, vamos adquirir mais 90 trens para a Copa do


Mundo de 2014/2016. É claro, precisamos enfatizar que os trens não estão sendo
comprados para os eventos. Nós estamos usando os eventos para atender a
quantidade de trens que a população do Rio de Janeiro sempre demandou e sempre
precisou.

Reforma das estações, no conceito de acessibilidade e


sustentabilidade; reforma das três grandes oficinas de manutenção de trens;
modernização de 84 trens, todos com ar-condicionado. Toda a frota da Supervia
funcionará com ar-condicionado. Essa é uma meta muito forte do Governo do
Estado para que a gente tenha realmente atratividade no sistema de transporte
ferroviário.

Reforma do sistema de sinalização, controle e eletrificação e


metronização da operação.

Aqui, quero adiantar – não sei se posso, Carlos, mas não resisto,
porque é uma coisa pela qual o Governador vem brigando há muito tempo – é que
finalmente a Supervia vai fixar as plataformas de embarque, ouviu, Paulo César? A
gente vai conseguir, finalmente, que o usuário saiba a sua plataforma, se ele vai
para o ramal de Deodoro – qual é a plataforma que ele vai; se ele vai para Caxias,
qual é a plataforma que ele vai. Com isso, ele vai, obviamente, ter um serviço de
outra qualidade, um serviço diferenciado. Era uma luta grande que nós tínhamos
para conquistar isso e eu sei que a Supervia está trabalhando fortemente nessa
situação.

Outra situação é que a gente tem um headway realmente


pequeno, principalmente nos ramais mais demandados. Nós vamos, se Deus quiser,

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até outubro, ter um headway bastante pequeno, um intervalo entre trens que seja
uma coisa muito significativa, com melhora da operação dos trens no Rio de
Janeiro.

Sistema metroviário: a expansão da Linha 1 até a General


Osório já está feita. Eu gosto sempre de dizer que o Governador Sérgio Cabral foi
o primeiro a fazer uma obra com data de inauguração da estação fixada. Nós
colocamos lá que iríamos inaugurar aquela estação em 844 dias e a obra foi feita
em 844 dias, sem nenhum dia de atraso. Isso é muito importante porque mostrou,
pela primeira vez, a capacidade não só da Engenharia do Estado, mas também a
capacidade gerencial de fazer os fluxos econômicos e financeiros dos controles da
obra para que ela fosse inaugurada no prazo. Sem uma só hora de atraso, nós
conseguimos terminar e entregar a estação General Osório depois de mais de 20
anos de espera por parte da população.

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Bom, a aquisição de 114 carros fizemos com o acordo com o


Metrô Rio, que a está providenciando – acredito que esses carros chegarão este ano
também. A construção e operação da Linha 4, da Zona Sul para a Barra da Tijuca,
já está com obras adiantadas. Nós estamos à frente do programa há cerca de 30, 35
dias. Nós já vamos começar o sistema, Paulo, de visitação pública da obra, nós já
vamos poder começar a visitação pública. A construção da Linha 1A está operando
muito satisfatoriamente; a construção das estações Cidade Nova e Uruguai com
novos conceitos de acessibilidade em andamento – Cidade Nova já inaugurada e
estação Uruguai em obras; reforma das estações; melhoria dos acessos para
portadores de necessidades especiais; reformas do centro operacional.

Vamos para o sistema hidroviário agora. Para o sistema


hidroviário, como já disse, nós vamos fazer aquisição de novas embarcações,
reforma dos terminais hidroviários com investimentos de mais de 300 milhões.

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Vamos fazer a primeira grande estação multimodal do Rio de Janeiro, uma das
maiores do País.

Novas tecnologias: nós temos a implementação do teleférico do


Alemão – já estamos, enfim, entrando lá fortemente. Se Deus quiser, a operação
acontecerá em maio, já está previsto o início dessa operação. Vamos também lá
usar o sistema de controle de Bilhete Único para que possamos identificar a
população residente, que terá, como conferiu a Assembleia, uma passagem de ida e
de volta gratuita todos os dias. Assim, eles também serão identificados por CPF e
poderão utilizar gratuitamente o sistema no mesmo controle da sistemática do
Bilhete Único, no padrão topo de tecnologia que nós temos trabalhado.

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Falemos do sistema de corredores rodoviários agora. Se Deus


quiser, vamos conseguir fazer a ampliação do sistema do corredor viário da
Alameda São Boaventura, que tem dado muito certo. Ele melhorou a velocidade
modal de nove para 24 quilômetros horários, dando realmente ao usuário do
transporte público uma nova vida, uma nova qualidade e conforto. Vamos fazer,
junto com a Prefeitura do Rio, junto com o Osório e sua equipe, a equipe do
Prefeito Eduardo Paes, o BRT da Avenida Brasil. A Prefeitura está em obras já do
corredor Transcarioca, o Transoeste e o Transolímpico, todos esses corredores se
integrando aos sistemas metroferroviários.

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As novas tecnologias de combustível, com o B5 e o B20, já


estão em uso experimental no Rio de Janeiro e há novas tecnologias de ônibus
urbanos, diesel-gás, diesel-elétrico, elétricos e hidrogênio, tudo isso já em
implantação e em teste aqui, junto com o pessoal da Fetranspor, a quem agradeço.
Futuramente, inclusive, vamos apresentar um novo modelo de ônibus a gás que
estamos implementando para podermos fazer as Olimpíadas Verdes, que fazem
parte do nosso compromisso olímpico.

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Agora vamos ao sistema BRT. Dos novos combustíveis já


falamos: motores hídricos, diesel-elétricos, como eu já citei. Sistema de projeto
BRT: essa é uma nova solução para o Rio. Eu tenho muita satisfação de ter
participado da equipe que iniciou a formulação desses projetos. A Richelle ajudou
muito, o pessoal da Fetranspor, quando nós propusemos pela primeira vez o
sistema de BRT para o Comitê Olímpico Internacional. O Osório naquela época
estava lá e tínhamos essa proposta porque vimos isso funcionando, sobretudo na
Colômbia e em vários países, e o Rio de Janeiro ainda não tinha nenhum sistema
de BRT e eles eram mais fáceis de serem executados, sob o ponto de vista de
recurso, do que somente novos sistemas metroviários. Propusemos essa solução,
ela avançou e hoje estão em construção todos esses sistemas. Então é uma
oportunidade para a introdução de novas tecnologias nos sistemas de ônibus
urbanos, na realidade, fazendo a “metrolização” do ônibus, com novos

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combustíveis também: diesel-gás, biocombustível, diesel-elétrico, novos motores,


novos sistemas operacionais e de controle.

Nesses sistemas, o cidadão paga na plataforma de embarque e


ele sabe perfeitamente a hora em que está chegando e que está saindo o trem. Ele,
igual no sistema metro-ferroviário moderno, sabe a cada segundo a localização do
veículo, onde ele está quanto tempo ele vai fazer o percurso. Da central de controle
há o monitoramento completo do sistema. Sendo necessário, você pode inclusive
mandar um ônibus a mais para regular cada estação. É realmente um sistema com
um nível de tecnologia bastante avançado.

O sistema de BRT da Av. Brasil, que é o próximo slide, é um


sistema bem complexo, que nós estamos fazendo junto com a Prefeitura. Ele vai
ter o maior impacto, que nós acreditamos, no eixo metropolitano em função de
impactar diretamente 800 mil pessoas. Está sendo já finalizado o estudo por parte
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da Prefeitura. Isso foi feito com o financiamento do Banco Interamericano. É um


grande projeto que nós temos lá na Secretaria de Transportes.

Esse é o gráfico de onde passa, obviamente, o sistema. É


importante ressaltar, Luiz Paulo, que em algumas plataformas, principalmente
aquela em frente ao Oswaldo Cruz, nós temos numa plataforma daquela um
tráfego equivalente a uma estação de metrô. É uma coisa absolutamente
inaceitável, que numa plataforma de 1,5m passem 25 mil pessoas, quase 27 mil
pessoas, e que tenhamos aquela infraestrutura. O sujeito atravessa ali, chega ao
outro lado, nem o piso foi feito para que as pessoas possam esperar o ônibus, num
piso regular. O piso é inclinado ali. É um desrespeito completo ao cidadão, ao
usuário. Então, todas essas plataformas serão refeitas; todas aquelas vias serão
reconstruídas. E nós vamos fornecer um transporte de qualidade a essa massa
enorme de população que se serve da Av. Brasil todos os dias.

Como já disse, esse é um projeto a ser executado pelo Prefeito


Eduardo Paes e por sua equipe. A Secretaria de Estado de Transportes está apenas
ajudando, colaborando com a Prefeitura, uma vez que nós já tínhamos começado
isso antes; estudamos esse processo junto com o Banco Interamericano por dois
anos, antes da equipe do Prefeito Eduardo Paes chegar.

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No próximo slide você vê os sistemas da Estação da Américo


Fontenelle, quer dizer, vai ser uma estação totalmente reconstruída. Já estão em
processo de concessão todos os novos terminais de Rio de Janeiro. Nós vamos ter
terminais compatíveis com os avanços que nós estamos fazendo nos nossos
sistemas de transporte, com o centro de controle operacional, com o centro de
controle de terminais, sistema de controle viário, sistemas de embarcados, de
computadores a bordo acoplados a GPS, transceptores wireless para transferência
de dados dos sistemas de gerenciamento. Enfim, o Rio de Janeiro está se
preparando e nós vamos ter, também, se Deus quiser ônibus com ar condicionado e
com GPS até 2014, o que é um anseio muito grande da população.

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No próximo slide você vê o ônibus... Passa.

Isso já é um carro em que você tem 170 passageiros


comodamente sentados; tem ar condicionado. Os carros biacoplados podem chegar
a 240 passageiros. São na realidade quase que como carros de trem, muito
confortáveis e dando aí realmente um outro sistema de transporte sobre rodas;
dando um outro conforto ao usuário do Rio de Janeiro.

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Agora nós vamos falar um pouquinho dos sistemas não-


motorizados. O Rio de Janeiro tem um sistema importante, também em parceria
com a Prefeitura e com várias outras prefeituras, que é o sistema cicloviário,
quebrando paradigmas. É o primeiro estado da Federação a ter financiado, pelo
Banco Mundial, um programa de transporte não-motorizado, que trata da questão
da sustentabilidade do transporte. O Rio Estado da Bicicleta tem sido reconhecido
inclusive internacionalmente.

Até me alegra muito que este fim de semana a revista do O


Globo recomendava a leitura desse livro que leva o programa Rio Estado da
Bicicleta. E nós temos trabalhado muito na questão do transporte não-motorizado,
como fazem todas as grandes capitais do mundo. Tratando também do pedestre
como elemento do transporte a ser melhorado da cidade no eixo metropolitano.
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Os novos combustíveis, eu já citei, são uma meta também


prioritária.

Basicamente é isso. Volto a citar, mais uma vez, como diz o


Governador: nós estamos trabalhando para atender os anseios da população e
usando os eventos como uma alavanca para que isso se torne possível. Muito
obrigado a todos.

(Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) - Muito obrigado, Secretário


Júlio Lopes, o senhor fez sua exposição justo em 20 minutos, compensou
totalmente os dez minutos de atraso.

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Com a palavra agora o Secretário Municipal de Conservação e


Serviços Públicos, Sr. Carlos Roberto Osório. V.Exa. também dispõe de 30
minutos.

O SR. CARLOS ROBERTO OSÓRIO – Bom dia a todos,


Deputado Luiz Paulo, que preside este seminário. Obrigado pelo convite, pela
oportunidade de estarmos aqui. Quero saudar também o Deputado Paulo Ramos
por nos acompanhar, sempre presente em todos os assuntos que dizem respeito à
Cidade do Rio de Janeiro. Quero saudar os nossos companheiros de Mesa, no
nome do Secretário Estadual de Transportes, Deputado Federal Júlio Lopes, e os
nossos amigos aqui presentes.

Da parte da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, é um prazer


participar deste debate, deste seminário. Nós estamos aqui em um fórum
permanente de desenvolvimento estratégico do Estado e a Capital. A Cidade do
Rio de Janeiro está presente e se sente inserida dentro desse objetivo maior de
pensar o desenvolvimento e o futuro do Estado do Rio de Janeiro.

O Prefeito Eduardo Paes, desde que assumiu o seu mandato, há


dois anos, tem permanentemente buscado a modernização dos sistemas de gestão
da Cidade do Rio de Janeiro. Eu acho que é muito pertinente essa nossa discussão
aqui, porque, para aprimorar a gestão e dar mais eficiência às nossas operações,
nós estamos nos valendo muito da tecnologia, da tecnologia de informação, de
parcerias com os demais níveis de governo, também com as concessionárias de
serviços públicos, que estão aqui presentes, e com a iniciativa privada.

Vou falar principalmente sobre o Centro de Operações da


Cidade do Rio de Janeiro que nós inauguramos no dia 31 de dezembro passado.
Essa foi uma meta prioritária que o Prefeito Eduardo Paes me entregou: coordenar
a formação, a criação, do Centro de Operações da Cidade do Rio de Janeiro. Eu
acho que esse é um belíssimo exemplo de como iniciativa privada, poder público,
concessionárias, com propósito único, podem avançar, e muito, na prestação dos
serviços para a nossa cidade.

Hoje a Cidade do Rio de Janeiro tem um grande orgulho: o


orgulho de ter, não dito por nós, mas por avaliadores internacionais – o mais
moderno centro de operações do mundo. Por quê? Por que nós fizemos esse
investimento? Nós fizemos esse investimento porque nós acreditamos que com
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informação, com dados, com alta tecnologia é possível melhorar a nossa


capacidade operacional e cumprir com o nosso objetivo principal, que é melhor
atender o nosso cidadão; o cidadão que vive na nossa Cidade do Rio de Janeiro.

O Prefeito Eduardo Paes determinou no início desse processo


três objetivos para o nosso Centro de Operações: primeiramente operar, cuidar do
dia a dia da Cidade do Rio de Janeiro.

Eu vim do Movimento Olímpico; já estive aqui nesta


Assembleia algumas vezes tratando de temas como Jogos Panamericanos e os
Jogos Olímpicos. Deputado Luiz Paulo e Deputado Paulo Ramos, eu sempre digo
que para mim é sempre um prazer muito grande voltar a esta Casa. Eu me sinto
muito feliz em dar explicações, dividir com vocês, que representam a sociedade, o
que nós estamos fazendo, recebendo críticas e opiniões, de modo que possamos
melhorar.

Mas nós lá, no Mundo Olímpico, trabalhamos períodos de


quatro, cinco, seis anos para executar um evento de 15 dias, que chamamos por
período dos jogos, no jargão em inglês: games time. Na Prefeitura, que tem a
obrigação de gerenciar uma metrópole complexa e grande como a Cidade do Rio
de Janeiro, nós estamos em um permanente games time, todo dia é dia de jogo;
todo dia a cidade está operando; todo dia nosso cidadão demanda serviços e todo
dia a cidade tem vida. O desafio de gerir isso continuamente é muito grande.

O Centro de Operações, como eu dizia, tem três objetivos


principais, e o principal deles é melhorar a operação do dia-a-dia da cidade. Vamos
mostrar em um vídeo como fazemos isso a partir do Centro de Operações.

O segundo objetivo é gerenciar e administrar a cidade em


situações de emergência e em momentos de crise. Vivemos, em abril do ano
passado, um incidente meteorológico extremamente grave em nossa cidade e,
apesar do esforço feito no início da gestão, não tínhamos os mecanismos para
atender com mais eficiência e mais rapidez àquela eventualidade, que foi
importante, causou danos a nossa cidade, perderam-se vidas na cidade do Rio de
Janeiro e isso fez com que acelerássemos a implantação do nosso Centro de
Operações.

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E o terceiro objetivo do Centro de Operações é operar a cidade


num momento de grandes eventos, sejam regulares no nosso calendário, como o
réveillon e o Carnaval, sejam os grandes eventos. Como muito bem disse o
Deputado Júlio Lopes, estaremos recebendo, a partir deste ano, os Jogos Mundiais
Militares, coroando essa carteira de grandes eventos com a Copa do Mundo em
2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.

O principal objetivo, realmente, do Centro de Operações é a


administração diária do dia-a-dia da nossa cidade para que possamos ter mais
fluidez, para que nosso cidadão possa ter um melhor atendimento e para que
possamos utilizar, de maneira mais eficiente e otimizada, os nossos recursos.

Quero pedir que solte o vídeo do Centro de Operações, que vai


dar uma visão abrangente do que é esse Centro de Operações e depois vou
detalhar, de certa maneira, suas principais funcionalidades.

Vamos ao vídeo, por favor.

(É EXIBIDO O VÍDEO)

O SR. CARLOS ROBERTO OSÓRIO - Vocês tiveram uma


ideia, um pouco, de como funciona o nosso Centro. Quero só dizer ao Deputado
Paulo Ramos que aquela simulação – preparamos esse vídeo para a inauguração do
Centro no dia 31 de dezembro – foi estrategicamente marcada para coincidir com a
visita do Presidente do Comitê Olímpico Internacional ao Brasil, naquele final de
ano. E aí, obviamente, fizemos este vídeo antes de o Centro estar pronto e também
fizemos algumas simulações eletrônicas de como ele iria aparecer.

Quero dizer que a realidade é muito melhor e muito mais bonita


do que aparece no vídeo. Temos, realmente, um Centro que é uma coisa
extraordinária. Temos o maior telão da América Latina, de oitenta metros
quadrados. O Prefeito Eduardo Paes sempre diz, com muito orgulho, que é maior
até do que o telão da própria NASA, e aí ele repete: “Se a NASA aumentar o dele,
nós aumentamos o nosso”. Mas, temos um equipamento de primeira qualidade.

Quero fazer dois registros importantes: eu não sou dos quadros


da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Fui convidado pelo Prefeito Eduardo
Paes para assumir uma Secretaria que foi criada na minha chegada, que é a
Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, e tem como responsabilidade a
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conservação da cidade e a prestação dos principais serviços ao nosso cidadão.


Então, obviamente, ocupo um cargo de confiança do Prefeito.

Esse Centro foi realizado em tempo recorde, porque a meta do


Prefeito é que a Cidade do Rio de Janeiro não poderia entrar no próximo período
de chuvas sem os instrumentos adequados para ter uma pronta resposta após os
incidentes graves que tivemos em abril de ano passado.

Quero fazer um testemunho: muitas vezes, pessoas da iniciativa


privada – convivemos e conversamos com essas pessoas – têm uma imagem
deturpada e errada do funcionalismo público, principalmente, eu posso dizer, no
âmbito em que eu milito, que é na Prefeitura do Rio, que esse Centro foi montado
em tempo recorde, é referência mundial, o Presidente do Comitê Olímpico
Internacional deu os parabéns ao Prefeito, dizendo que o nosso Centro é muito
melhor do que o de Cingapura, considerado o melhor Centro do mundo.
Aconteceram, recentemente, os Jogos Olímpicos da Juventude em Cingapura e ele
foi coordenado por funcionários, servidores da Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro, do nosso Instituto de Informática, claro, com o apoio da iniciativa privada
– o nosso grande parceiro tecnológico é a IBM – numa iniciativa que juntou os
esforços do poder público e da iniciativa privada.

Quero só fazer esse registro de que temos pessoas


extremamente capacitadas, motivadas, preparadas no serviço público, a serviço da
Cidade do Rio de Janeiro, um motivo de orgulho para todos nós.

Outra referência que também acho importante fazer é que o


Centro só foi possível ser montado nesse prazo tão curto com o apoio das nossas
concessionárias de serviços públicos.

Na verdade, o que é o Centro? O Centro é um local aonde


chegam informações de 30 órgãos, autarquias e concessionárias que atuam na
Cidade do Rio de Janeiro. Essas informações, até a constituição desse centro,
estavam isoladas e de propriedade exclusiva de órgãos, departamentos e entidades.
A Cidade do Rio de Janeiro, como um todo, não tinha visibilidade do que
acontecia nela, cada um estava cuidando apenas da sua caixinha. E isso fazia com
que nós tivéssemos imensos desafios operacionais e tivéssemos dificuldade de ser
ágeis na prestação de serviços ao nosso cidadão.

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Com a construção do Centro, o primeiro e principal objetivo foi


trazer todas as informações desses 30 órgãos e organismos – na sua maioria,
municipais, mas também de empresas privadas e do Estado do Rio de Janeiro, para
um único local. E aqui na Mesa nós temos grandes parceiros de primeira hora
desse Centro, vitais para o seu sucesso, para o seu funcionamento. O nosso Metrô-
Rio, a nossa Supervia, e o Rio-Ônibus. Todas essas instituições, que operam
importantes modais de transporte na nossa cidade, estão representadas no Centro
de Operações. As informações de seus Centros de Controle chegam lá em tempo
real e, com isso, nós podemos agilizar o atendimento.

É o típico ganha-ganha, Luiz Paulo: ganha a concessionária,


porque quando há um problema em determinada linha, ou em uma estação de uma
determinada concessionária a prefeitura é informada imediatamente; outra
concessionária pode ser acionada para suprir momentaneamente a demanda de
transporte daquele modal que foi prejudicado; a guarda municipal e a CET-Rio
podem organizar eventualmente o trânsito naquela região; e você tem um
atendimento muito mais rápido ao nosso cidadão. E ganha, claro, a prefeitura do
Rio prestando um melhor serviço, com o apoio do governo do Estado, ao nosso
cidadão.

Então, vocês vejam que concessões estaduais coordenadas pelo


nosso Secretário Julio Lopes, operadas por empresas privadas que atuam na nossa
cidade, junto com órgãos municipais, todos juntos trabalhando em uma mesma sala
e tendo a mesma visibilidade das informações, faz toda a diferença na hora de
operar.

Se você coloca em cima disso um sistema informatizado que


absorve essas informações, faz um registro dessas informações, trata as
informações com protocolos predeterminados, você tem aí uma grande capacidade,
um grande aumento da nossa capacidade operacional.

É nesse estágio que nós estamos, Deputado Luiz Paulo. Nós


contratamos da IBM esse sistema operacional. Esse sistema operacional vem junto
com uma consultoria que discute com cada um dos nossos órgãos os protocolos
para atuação em cada uma das situações possíveis na nossa cidade.

Nós estamos trabalhando com 247 situações tratadas, desde um


carro que enguiça em um túnel, a uma pessoa que é atropelada em uma via, se há
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falta de luz em determinado local da cidade, se há um poste que é abalroado e cai,


se há uma passarela que tem a sua estrutura danificada, se há uma grande chuva,
que gera alagamentos em diversos pontos da cidade; se há riscos de deslizamento.
Enfim, todos os protocolos, todas as ações ou incidentes regulares e conhecidos da
nossa cidade, agora não tem uma atuação da cabeça do operador que está naquele
dia que teve uma determinada ideia. Agora há um método. Então, caso haja um
incidente desse tipo, qual é protocolo de atendimento, quem deve ser acionado,
quais são as forças de pronta-resposta, onde essas forças de pronta-resposta estão
localizadas?

Nós fizemos uma redistribuição da nossa atividade de pronta-


resposta, e eu posso dizer hoje que são de responsabilidade da minha Secretaria a
principal pronta-resposta física da Cidade do Rio de Janeiro. Nós temos a Defesa
Civil, que no caso do Município do Rio de Janeiro faz parte da nossa Secretaria
Municipal de Saúde, que é um órgão de pronto atendimento. Agora, a pronta-
resposta física, no caso de um incidente, basicamente se dá na nossa cidade pela
Coordenadoria de Operações Especiais da Secretaria de Conservação, com as suas
máquinas, os seus operários, as suas retroescavadeiras, os seus caminhões, que vão
ao local dar o primeiro atendimento; e a nossa Companhia Municipal de Limpeza
Urbana, que tem uma capilaridade por toda a cidade, com homens e equipamentos
que podem ser acionados também para atuação e liberação de vias, ou qualquer
coisa que aconteça na nossa cidade, além, claro, da atenção médica que é prestada
pelo Corpo de Bombeiros, no primeiro momento, interligado diretamente ao nosso
Centro e pela Defesa Civil Municipal.

Esses dados que eu gostaria de passar para vocês, são muito


importantes na maneira diferente que estamos trabalhando hoje. Um Centro desses
não fica pronto nunca; ele está em permanente evolução e é esta a nossa visão de
agregar novas tecnologias, de fazer esse Centro acompanhar sempre o que está
acontecendo de mais moderno no mundo, porque o Rio de Janeiro tem um objetivo
estratégico da nossa cidade e também do nosso Estado. A parceria com o Governo
do Estado é fundamental para ser referência mundial em inovação e em tecnologia.

A Cidade do Rio de Janeiro pela sua história, pelo seu passado,


pela base de conhecimento e de talento que temos aqui, pode perfeitamente
requerer e abraçar este objetivo. E estaremos usando o Centro de Operações como
um fator multiplicador, um fator de apresentação dessa etiqueta ou dessa marca
que o Rio de Janeiro pretende ter.
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Não paramos por aqui, estamos num processo em evolução que


será continuamente aprimorado.

O nosso objetivo principal é transformar a Cidade do Rio de


Janeiro. A IBM tem aquele programa que se chama Smart Cities – cidades
inteligentes. Já estamos incluídos neste rol seletíssimo das cidades inteligentes
globais ao lado de Nova York, de Paris, de Madri, de Tókio e Cingapura. Temos a
pretensão e ambição de ser a mais inteligente dessas cidades estando na fronteira
do avanço da tecnologia. Essa é a nossa ambição e isso também faz parte do nosso
escopo, da nossa parceria com a IBM que gere o programa de cidades inteligentes.

Hoje, você utilizar o Centro como este para ter uma pronta
resposta ao incidente que ocorreu, enfim, isso é muito importante, é complexo, é
difícil. Estamos alcançando, mas não é novidade. Isso não é mais o moderno. O
moderno hoje é a predição, ou seja, você se antecipar aos fatos e agir para mitigar
os fatos ou incidentes antes que o incidente aconteça. É aí que estamos mirando
agora, na segunda fase do Centro de Operações.

Por decisão do Prefeito Eduardo Paes a primeira área que


iremos atacar é justamente a área de incidentes meteorológicos que são os
desastres naturais que uma cidade, com as nossas características, está mais afeita a
receber, ou seja, pela posição da cidade do Rio de Janeiro, pela topografia da
cidade do Rio de Janeiro, por ela ter corpos hídricos importantes e regiões
alagadiças – o Deputado Luiz Paulo como engenheiro conhece muito bem a nossa
cidade – grande parte dela foi construída em áreas alagadiças de difícil e
complicada drenagem, temos uma probabilidade, em potencial, de sofrermos o que
sofremos, recorrentemente, com incidentes naturais que, em nosso caso, são as
chuvas torrenciais que podem gerar alagamentos e deslizamentos de encostas.

O grande investimento que estamos fazendo como mostramos


no vídeo é a previsão meteorológica de alta resolução.

O que é isso? É um modelo matemático de altíssima


sofisticação que congrega todos os dados meteorológicos disponíveis. E pelo nosso
convênio com a IBM vamos ter acesso aos dados do governo americano, aos dados
da NASA, aos dados meteorológicos do Inpe e do Governo Federal, agregamos o
nosso novo radar meteorológico. A cidade do Rio de Janeiro é a única cidade do

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Brasil que dispõe de um radar meteorológico comprado agora pelo Prefeito nessas
características com um raio de atuação de 250 km.

Esse nosso novo sistema de previsão que pretende a


implantação de nossa meta maio/junho deste ano irá permitir que, com 48 horas de
antecedência, de 3 a 5 km quadrados, poderemos prever 80% de chances de acertos
em 48 horas; o quanto irá chover em uma determinada região, em quanto tempo e
o mais importante, as consequências desse incidente meteorológico, para que o
Prefeito possa tomar a decisão, por exemplo, de determinar evacuação de
determinada encosta da cidade, possa cancelar aulas num determinado bairro que
será atingido por um potencial alagamento e, principalmente, possa informar ao
nosso cidadão o que vai acontecer para que ele possa também se precaver tomando
as melhores decisões. Esse é o futuro que nós estamos mirando: a predição, utilizar
a informação, a tecnologia e nos anteciparmos aos fatos para, antes que eles
aconteçam, minorar os seus efeitos.

É importante dizer que incidentes meteorológicos nós sempre


veremos na Cidade do Rio de Janeiro, por conta das características naturais do
nosso clima e da nossa topografia. O nosso desafio é impedir que incidentes
meteorológicos se transformem em desastres meteorológicos. Esse é o nosso
objetivo e nós, com esse sistema de previsão de alta resolução, estamos dando um
grande passo nesse sentido.

Deputado Luiz Paulo, Deputado Paulo Ramos, queridos amigos,


é com muito orgulho que eu encerro esta nossa exposição dizendo que hoje, início
do século XIX, a nossa Cidade do Rio de Janeiro dispõe do mais moderno centro
de operações do mundo, um centro que não está pronto e nunca vai ficar pronto,
um centro que está pensando na frente, um centro que pretende ser referência
mundial, um centro que está capacitado para operar os grandes eventos que nós
vamos ter a responsabilidade de abrigar.

Aproveito para fazer um registro, Deputado Pedro Paulo,


Deputado Luiz Paulo: há menos de um mês aconteceu um enorme evento na nossa
Cidade, o Carnaval do Rio de Janeiro. O Carnaval do Rio de Janeiro este ano bateu
todos os recordes, com o crescimento exponencial, para nossa felicidade, do
Carnaval de rua. O Carnaval de rua do Rio de Janeiro é de extrema complexidade
para operação, para operar um evento dessa magnitude. É um evento, eu diria,

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Deputado Paulo Ramos, talvez mais complexo de operar do que os Jogos


Olímpicos, e farei algumas comparações.

Se nós não contássemos com o centro de operações


funcionando, com novas tecnologias, com carro-espião, que é uma câmara que nós
podemos colocar em qualquer lugar, uma mochila que entra na multidão e faz com
que o operador possa acionar planos de contingência com visual não baseado em
informações de rádio, nós teríamos muita dificuldade de absorver esse crescimento
não esperado.

Alguns números do Carnaval de rua e o comparativo desse


desafio: foram, nas ruas do Rio de Janeiro, quase 5 milhões de foliões neste ano de
2011. Foram 4,8 milhões de foliões brincando no Carnaval de rua, no período de
cinco fins de semana. Isso foi mais do que o dobro da nossa expectativa. Nós
tínhamos contingência, porém, se não tivéssemos a flexibilidade e a agilidade do
centro de operações, teria havido um nó na cidade, um nó na operação da limpeza
urbana da cidade. Isso não aconteceu por causa dos nossos planos de contingência
e da capacidade operacional de que dispomos hoje.

No Carnaval de rua, 424 blocos e agremiações saem na Cidade


do Rio de Janeiro inteira. No Carnaval de rua não se vende ingressos como nos
Jogos Olímpicos, em que se sabe quantas pessoas vão a cada evento e se planeja a
operação para aquele número de pessoas. É imprevisível, é aberto, não existe
ingresso. Então, em eventos como o do Simpatia é Quase Amor, em que se
esperava 30 mil pessoas, apareceram 150 mil pessoas. Como se administra isso?
Que planos de contingência se tem para operar essa questão? Então, vocês vejam a
complexidade.

Para os Jogos Olímpicos aqui no Rio, nós vamos vender 9


milhões de ingressos, com lugares marcados, em 303 eventos. No Carnaval, 424
blocos receberam quase 5 milhões de pessoas em todas as regiões da Cidade, em
logradouros públicos e em deslocamento. Uma coisa é administrar um estádio,
parado, fechado, com porta fechada, outra coisa é um evento que anda pelo meio
da Cidade, que tem intercorrência e interferência direta no trânsito.

A prova de fogo que viveu esse centro de operações foi o


Carnaval de 2011 e agora nos sentimos creditados, estando o Rio de Janeiro
preparado para enfrentar desafios operacionais ainda maiores. Isso mostra que nós
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estamos no caminho certo. Obviamente, para o sucesso da operação contamos com


o apoio do Prefeito Eduardo Paes, do Governador Sérgio Cabral e das Forças do
Estado do Rio de Janeiro.

Encerro esta nossa exposição no tempo, meia hora exata,


agradecendo ao Deputado Luiz Paulo, ao Deputado Paulo Ramos, que nós
acompanha, e a todos vocês.

Obrigado e bom dia.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Obrigado, Secretário


Carlos Roberto Osório. Daqui a uns cinco minutos o Secretário terá que se retirar
porque ele tem uma reunião às 11h com o Prefeito Eduardo Paes, mas as perguntas
dirigidas a ele, por favor, os senhores coloquem, na pergunta, o seu e-mail que
repassaremos a ele e ele responderá todas, sem exceção, por e-mail. Muito
obrigado.

O próximo palestrante é o Sr. Carlos José da Cunha, Presidente


da SuperVia, que dispõe de 10 minutos. Aqui somos democráticos, Secretários de
Estado são 30 minutos, não Secretários de Estado, 10 minutos.

O senhor terá o mesmo tempo que o Deputado Paulo Ramos.

O SR CARLOS JOSÉ DA CUNHA – Bom dia a todos.

Gostaria de agradecer ao Deputado Luiz Paulo a oportunidade


de estar aqui nesse debate, aprendendo com todos, para que possamos implementar
as melhorias dentro da empresa SuperVia.

Gostaria de agradecer e parabenizar o Secretário Carlos Osório


pela implementação do Centro de Operações da Prefeitura, onde tive a
oportunidade de estar e certamente reforça o meu orgulho de ser carioca.

Gostaria de agradecer ao Deputado Paulo Ramos que nesses


nossos dois meses de gestão tem sido freqüente, a sua presença, na empresa,
levando suas contribuições e sugestões, que serão sempre bem-vindas.

Gostaria de fazer um agradecimento especial ao Secretário Júlio


Lopes, pela sua onipresença no incentivo, nas sugestões e nas cobranças, para que

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possamos implementar o nosso programa de investimento e as melhorias no nosso


sistema de transporte.

Vamos apresentar aqui, resumidamente, como a SuperVia


pretende melhorar o seu desempenho operacional aplicando novas tecnologias no
seu sistema. Vamos começar fazendo uma breve apresentação da empresa, onde
vamos mostrar quem nós somos.

A Supervia hoje tem cerca de 3.350 funcionários operando em


89 estações, nos cinco ramais principais: Deodoro, Belford Roxo, Saracuruna,
Santa Cruz e Japeri.

Temos uma frota operacional hoje de 160 trens, dos quais 38


têm ar condicionado. O nosso programa prevê que já em 2014 teremos uma frota
de cerca de 230 trens, todos com ar condicionado. O Secretário Júlio antecipou
essas informações. Como eu disse, ele está sempre presente e nos ajudando na
implementação desse programa.

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Os nossos índices operacionais estão dentro do que preconiza o


nosso contrato de concessão. Destacamos aqui dois deles: o que se refere à
pontualidade nós estamos trabalhando acima de 90% e a regularidade na faixa de
99%. Fazemos hoje cerca de 700 viagens por dia, iniciando nossas atividades às
3h47 da manhã e encerrando à 0h48 da noite.

No ano de 2010 transportamos 136 milhões de passageiros. As


nossas projeções para 2011 mostram que transportaremos mais de 142 milhões de
passageiros. Tivemos um recorde, que foi batido no dia 3 de novembro de 2010,
quando transportamos 558 mil passageiros. Já desde fevereiro deste ano e no mês
de março temos constantemente batido a marca de 500 mil passageiros
transportados/dia.

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Atuamos em 11 municípios, temos uma via com 225


quilômetros de extensão e atuamos numa área de abrangência de seis milhões de
habitantes.

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Qual o nosso objetivo? Passarmos a transportar, no ano de


2015, um milhão de passageiros/dia. É um grande salto, dobraremos praticamente
a nossa capacidade de transporte.

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Para isso, sabemos que precisamos aumentar a capacidade do


nosso sistema. Pretendemos fazer isso mudando o nosso conceito operacional e
agregando tecnologia ao nosso sistema de sinalização. Isso nos permitirá trabalhar
com operação em headway, ao modo do metrô. Essa mudança de conceito
operacional implica fazer uma operação tipo carrossel, quer dizer, fidelizaremos as
plataformas de embarque e desembarque, o que gerará uma ordenação no fluxo das
estações.

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O que quer dizer isso na prática? Hoje, o passageiro chega à


estação, principalmente Central do Brasil e estações terminais, e aguarda
comunicação sobre em que plataforma parará o trem que vai para determinado
ramal, o de Santa Cruz, por exemplo. A partir da implantação desse sistema ele já
vai chegar à estação sabendo que o trem de Santa Cruz sai da plataforma 5, por
exemplo. Com isso, ele não precisará ficar na espera da informação e depois sair
correndo para a plataforma para poder pegar o seu lugar, o que trará um benefício
muito grande ao passageiro. Com isso, simplificaremos o processo de comunicação
também, porque vai diminuir o número de necessidade de informações, o que
facilitará e agilizará o fluxo de passageiros dentro da estação.

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Reduziremos o ciclo das composições, fazendo com que


aumente o número de viagens. Operaremos no conceito de intervalo de partida,
então, da mesma forma, se o passageiro chegar à estação e perder o trem das 7
horas, ele saberá que dez minutos depois, por exemplo, sairá um novo trem.

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Quanto ao novo sistema de sinalização, o ATP, Automatic


Train Protection, nos trará a elevação da segurança na movimentação dos trens, ao
longo da via, bem como proporcionará um controle seguro de todos os
equipamentos instalados na via. Vou mostrar um gráfico que mostra a situação de
hoje e como vai passar a se portar a segurança da movimentação do trem.

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Podemos observar ali três sinais (verde, amarelo e vermelho),


que o maquinista, quando passa com o trem ao sinal verde, sabe que pode manter a
velocidade de cruzeiro; quando ele passa pelo sinal amarelo recebe a mensagem de
que precisa reduzir a velocidade, porque o sinal à frente vai estar vermelho e ele
precisa chegar parado no sinal vermelho.

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Com o novo sistema, vamos colocar balizas ao longo da via que


emitem sinais para o computador de bordo, que estará colocado na cabine do trem,
que fará com que à medida que o maquinista, o trem, passe pelo sinal amarelo e
não reduza a velocidade, ele emitirá sinais, sons de alerta, para fazê-lo. Se assim
ele não fizer, o próprio sistema passa a comandar o trem, diminuindo sua
velocidade e chegando ao sinal vermelho em posição de parada.

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Essas ações trarão grandes benefícios para o cliente; trará novo


padrão de oferta de serviços, gerando aumento da capacidade de transporte,
redução dos intervalos entre trens, redução do tempo de espera nas estações, mais
segurança, conforto, pontualidade e confiabilidade operacional para todos. Era
isso. Obrigado. (Palmas)

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) - Muito obrigado, Sr. Carlos


José da Cunha, presidente da SuperVia.

Convido o nosso debatedor, Deputado Paulo Ramos, a


participar aqui da nossa Mesa, ficando à minha esquerda, como lhe é de direito.

Agora vamos ouvir as palavras do Sr. Lélis Teixeira, presidente


da Fetranspor. O senhor também dispõe de dez minutos.

O SR. LÉLIS TEIXEIRA – Exmo. Deputado Luiz Paulo,


Deputado Paulo Ramos, é uma honra, um prazer, estar aqui nesta Casa Legislativa
e gostaria de dizer dois motivos importantes. Primeiramente, pela realização do
Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, em que já tivemos
oportunidade de discutir temas importantes para o Estado, tal como a campanha do
O Petróleo é Nosso; tal como a Proteção do Sistema S, em nível nacional, com a
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Firjan e Fecomercio, e várias campanhas em que, daqui, passou-se para toda a


sociedade; os caminhos futuros de defesa dos interesses da sociedade fluminense.

O outro motivo, muito importante e pouco conhecido, é que


nesta Casa foram feitas leis para a área de transporte, que colocou o sistema de
transporte num outro rumo. Aqui foi discutido e definido que todos os modais de
transporte do Estado seriam privatizados. A operação do metrô, dos trens, dos
ônibus e das barcas passou a ser privatizada e controlada por agências públicas. E
aqui posso falar do trabalho feito, particularmente pelo metrô, trens e barcas; da
evolução que houve – aqui dito pelo nosso secretário Julio Lopes – com 60
milhões a mais de passageiros, a partir de leis feitas aqui e que certamente
desenvolveram o transporte neste Estado. Sem dúvida, isso se deve ao trabalho
incansável da equipe do Governo. E aqui faço referência ao Secretário de Estado e
Deputado Federal Júlio Lopes, incansável na sua batalha para a evolução de
transporte neste Estado.

Quero também dizer, que isso ofereceu condições para os


governos do Estado e do município darem a prioridade necessária de investimentos
na infraestrutura do transporte e mudar todo um quadro que havia em que poucos
investimentos geravam poucos benefícios para a população.

Vou reduzir minha apresentação, porque estava prevista por


mais tempo, mas queria dizer ainda algumas coisas importantes. Como é um fórum
também estratégico, estamos querendo colocar algumas questões para reflexão,
comparativamente a outras cidades do mundo.

Na primeira tela, queremos dizer que nós, a sociedade, a Casa


Legislativa, é que temos que definir qual o tipo de transporte que queremos. Para
isso têm que haver organizações, entidades, empresas como as que nós citamos – a
nossa eu gostaria de apresentar para vocês, falando sobre o que é o setor de
transporte por ônibus no Estado do Rio.

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Nós fazemos parte da Fetranspor, que é uma Federação que


congrega dez entidades, dez sindicatos que operam em todo o Estado do Rio de
Janeiro, em praticamente 92 municípios, com praticamente todas as empresas de
ônibus – mais de 220 empresas estão associadas aos diversos sindicatos. Nós
temos aí uma operação abrangente em todo o modal de transporte e com duas
entidades de que vamos falar aqui quando tratarmos de tecnologias que nós
entendemos muito importantes: a RioCard Tecnologia de Informação, uma
empresa que quebra paradigma no setor de transporte em nível nacional, e a
Universidade Corporativa do Transporte, que não está ali definida mas é um
desafio para nós, que temos 102 mil funcionários diretos alocados em todas as
nossas empresas de ônibus. É um desafio dar formação, treinamento e educação
para todos esses funcionários.

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Nós temos aí um trabalho na área de tecnologia muito forte, que


eu vou descrever para vocês – provavelmente vocês não conhecem detalhes. Vou
citar ainda um pouco do que é o trabalho de trazer novos conhecimentos, gerar
novos conhecimentos, inovações tecnológicas a partir de uma Universidade
Corporativa de Transporte, talvez a primeira em nosso País. A Federação congrega
todo o setor de transporte e nós vamos falar de alguns trabalhos dela em sequência.

Na realidade, quando nós falamos, como é o tema aqui, em


cidade sustentável e tecnologia, nós temos que definir que cidade nós queremos.
Vou dizer o porquê dessa pergunta nas próximas telas. Vejam que, na realidade –
na próxima tela vocês vão ver –, as cidades brasileiras e praticamente as de todo o
mundo hoje são dominadas pelo automóvel. A indústria automobilística avança e a
prioridade, até então, tem sido investimento em infraestrutura para automóvel. Só
que automóvel leva uma pessoa, uma pessoa e meia, ocupando mais espaço nas
vias e dando menos espaço para o transporte coletivo. É essa a cidade que nós
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queremos? Nós não temos condições de dar infraestrutura para todos os


automóveis. O que é uma cidade sustentável? O que é uma cidade que tenha
qualidade de vida?

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Nós fizemos uma pesquisa para mostrar o quanto são


importantes alguns itens na qualidade de vida. Pegamos duas referências mundiais:
o da Mercy Consulting e da revista Economist londrina, que fez uma pesquisa
mundial mostrando o que é uma cidade saudável, o quanto a tecnologia pode
ajudar e em que ela influi na qualidade de vida da população. Obviamente, há uma
série de fatores como saúde e segurança, mas o transporte é bastante relevante na
qualidade de vida. Se demorar duas horas para ir de um ponto a outro, sem
transporte público de qualidade, você, obviamente, não está em uma cidade com
boa qualidade de vida.

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Nova Iorque foi tomada como referência. A primeira cidade


mundial em qualidade de vida é Viena, porque tem um bom sistema de transporte,
além de ter outras estruturas de qualidade de vida, como saúde, segurança e outros
mais.

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Na América Latina, para vocês terem uma ideia, Brasília é a


104ª, o Rio é a 116ª e São Paulo é 117ª. Isso mostra que o trabalho que está sendo
feito pelo Estado e pelo Município tem que ter continuidade, para tirar o transporte
de uma defasagem que havia no passado, e que precisa haver investimentos. Sobre
isso, nós vamos falar do que está sendo feito.

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A necessidade de melhoria é evidente pelos custos que se tem:


custos de congestionamento, custos de poluição, custos que trazem uma perda de
tempo pelo automóvel são descomunais. Estudos feitos pela Coppe, pela NTP, pelo
Ipea são marcantes, já saíram na imprensa, nada de novo há ali: eles mostram a
necessidade de continuar esse trabalho do Estado e do Município, com
investimento forte na infraestrutura, senão, ficaremos com custos bastante

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elevados.

O que nós fazemos para ter uma unidade sustentável? Nós


temos que ter planejamento de uma mobilidade que centra, certamente, em
planejamento, em investimento da infraestrutura e na prioridade do transporte
coletivo. Isso é fundamental para que avancemos na qualidade de vida de nossa
cidade. Agora temos um momento único no país, e não vou falar da Copa do
Mundo nem dos Jogos Militares, acho que essa imagem define bem isso. O país
está decolando, com um crescimento acima dos níveis históricos, e o Rio, pelos
vários motivos, também. Isso mostra a mudança que chega ao transporte, já falada
pelo Secretário de Transportes Julio Lopes, pelo nosso colega da SuperVia e,
certamente, o nosso colega do Metrô também vai falar. Quero falar apenas da área
de transportes por ônibus.

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O que é a mobilidade? Temos que ter um planejamento e uma


infraestrutura adequada. Há muitos anos não temos tamanho investimento na
infraestrutura, tanto no Estado quanto no Município. Então, na medida em que
você tem 35 anos para terminar uma linha de metrô, que foi até Ipanema, que você
não tem um corredor exclusivo, que você tem escassez de trem na SuperVia, que
tem falta de barcas, você não tem uma infraestrutura que dê qualidade no
transporte e, por conseguinte, qualidade de vida na cidade. Assim, a prioridade no
transporte coletivo é fundamental para se inverter, para se ter uma inflexão
histórica da situação que vinham o estado e a cidade, para que a gente tenha
qualidade de transporte.

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Nunca tivemos aqui corredores expressos, BRTs, e passaremos


a ter, por conta do legado dos jogos olímpicos, os principais corredores. Como
disse o Secretário Julio Lopes, é a metronização do transporte sobre pneus: vias
exclusivas, pagamento de estações fora, sistemas eletrônicos inteligentes
controlando o tempo de chegada e saída, informação nos pontos de chegada sobre
a demora que vai ter, dentro dos veículos; veículos de grande capacidade – 180 a
220 –, ônibus com suspensão a ar, ar-condicionado, com todo um nível de
tecnologia e qualidade para o transporte.

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Um investimento muito abaixo do que poderíamos ter tido que


hoje é uma realidade, com a construção dos corredores Transoeste, que vai ser
inaugurado em fevereiro do ano que vem; o Transcarioca, primeira ligação
transversal da cidade, ligando a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional; o
TransBrasil, belíssimo projeto feito pela Secretaria, que está sendo tocado pela
Prefeitura, que vai ligar a Baixada Fluminense, nos dois principais eixos, tanto na
região de Nova Iguaçu e de Duque de Caxias, como também à região lindeira, na
Cidade do Rio de Janeiro, ampliando até a Zona Oeste.

Tudo isso faz parte de um sistema integrado aos sistemas


metroviário e ferroviário, todos partindo do pressuposto de um sistema integrado
muito facilitado agora pelo bilhete único intermunicipal e pelo bilhete único
carioca, da Cidade do Rio de Janeiro. Isso quebra barreiras de implantação do
sistema e, através de 20 municípios, através de uma tecnologia de última geração,

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permite fazer a integração de todas as pessoas que precisam pegar mais de um


meio de transporte.

As mudanças estruturais vão além do transporte em si. Nós


entendemos, vamos esclarecer na próxima tela, que essa mudança passa a ser uma
grande mudança urbana também. Você pode fazer um planejamento urbano da
cidade em que nas áreas em que esses corredores passam pode ter maior
adensamento, facilitando a proximidade daqueles que precisam pegar o transporte
coletivo e, nas áreas mais distantes, diminuindo o gabarito para que as pessoas
possam ter residências unifamiliares. Então, não é uma mudança de meio de
transporte. Pode ser uma intervenção urbana, com uma nova visão de
reordenamento, recuperando áreas deterioradas – como, por exemplo, a Av. Brasil
– e abrindo novos caminhos, induzindo para a ocupação de novas áreas, como vai
ser o Transoeste e também o Transcarioca. Há uma cooperação de áreas para a
cidade, há uma redução de custos de investimento em infraestrutura, porque nessa
área degradada como a Av. Brasil já existe a infraestrutura de serviços pronta,
como saneamento, luz, água. É recuperar, através de um sistema de transportes
moderno, em que reorganizando a região, através de um planejamento urbano,
você passa a ter uma ocupação maior e dá um adensamento melhor para a cidade,
próximo ao centro, próximo aos pólos geradores de oferta de trabalho e do Porto
Maravilha.

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Esse é um exemplo típico de Curitiba: vejam que, ao lado do


corredor, lá os prédios ocupam áreas que são adensadas, com atividades comerciais
e, mais distantes, você ocupa com residências unifamiliares. Então, um grande
projeto de transportes, como está sendo realizado pelo Município e Estado, ele
agrega, renova o tecido urbano, incorpora vida em regiões degradadas, induz à
ocupação de espaço, vai além de um meio de transporte. Essa é uma mensagem
que entendemos ser importante para a sociedade.

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Aí esses projetos já estão definidos, já os citamos. Temos seu


alcance na próxima tela. São tecnologias conhecidas. Há 25 anos foi feito em
Curitiba, e hoje 83 cidades do mundo, desde China, Paris, Londres, Nova Iorque,
Los Angeles, as grandes cidades optam por esse sistema, por ser rápido de ser
feito, pela flexibilidade, pelo baixo custo e pelo mesmo nível de capacidade de
transporte mostrado pelo projeto TransMilenio em Bogotá, em que se consegue
transportar até 45 mil passageiros/hora, um dado real comentado aqui
recentemente pelo ex-prefeito Enrique Peñalosa.

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Esses projetos são importantes para a cidade e transcendem o


transporte em si para a reorganização da cidade. Esse projeto BRT é conhecido e
vai incorporar, trazer para o transporte público, assim esperamos, além desse
esforço feito para o metrô e o trem de incorporar novos passageiros. Os BRTs têm
uma expectativa de incorporar um milhão de novos passageiros, oferecendo um
transporte de qualidade em vias preferenciais, rápido, com boa qualidade.
Imaginamos que um milhão de pessoas, com esses quatro projetos feitos pela
prefeitura, poderá deixar seus automóveis em casa, sabendo a hora do transporte,
tendo um lugar definido, tendo ar condicionado, tendo uma televisão a bordo;
transporte controlado por GPS, por câmeras de vídeo. É um padrão de veículos
articulados ou biarticulados, com motor no entre-eixo do motor traseiro, suspensão
a ar, acesso no piso, pagamento externo em plataforma. Enfim, é uma inovação, eu
diria até uma revolução no transporte do Rio.

Esse sistema é integrado, não é um sistema isolado para ônibus.


Ele se integra. Na Transcarioca, por exemplo, nas estações do metrô e de trem, ele
se integra na Transoeste com a estação do metrô no Jardim Oceânico. Nos
sistemas integrados há uma sinergia proporcionada principalmente pelos bilhetes
integração, bilhete único do Estado e do Município.

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E aí vem um novo conceito, do qual vocês têm conhecimento


através dos jornais. Em Copacabana foi posta em colocação o primeiro projeto
BRS. Simplesmente, o que é um projeto BRS? Significa Bus Rapid Service – é a
priorização do transporte público nas vias públicas. Na Nossa Senhora de
Copacabana nós temos duas vias ocupadas por automóvel e duas por ônibus. Nas
vias de automóveis são duas mil pessoas que usam seus automóveis para ir ao
trabalho. Nas vias de ônibus, 12 mil pessoas. Agora, no dia 9, inauguramos o da
Barata Ribeiro. Então, serão 24 mil pessoas no ônibus e quatro mil pessoas nas
mesmas divisões do espaço público, nas mesmas duas vias.

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Vejam: quatro mil ocupando duas vias e 24 mil, transporte


público, numa velocidade muito maior, chegando muito mais rápido. Essas vias
vão ser integradas na Princesa Isabel e Botafogo, chegando rapidamente ao Centro.
Com isso, com maior velocidade, com definição política de prioridade para o
transporte coletivo, nós pudemos retirar 243 ônibus que haviam a mais, para
cumprir horários, para não dar a sensação ao usuário de que estava faltando ônibus.

É uma mudança de priorização do transporte coletivo trazido


pelo novo conceito de BRS. São 22 projetos BRS na Cidade do Rio, priorizando o
transporte sem prejudicar a vida de ninguém. É o mesmo tempo que levava quem
andava de automóvel e passa a andar na Nossa Senhora de Copacabana e, apenas
ordenando, organizando com controle eletrônico através de GPS, de câmeras de
vídeo, de sinalização eletrônica, se conseguiu um grande avanço.

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E qual foi o investimento? Foi apenas o da pintura das faixas e


da colocação do sistema eletrônico, como sabemos, hoje com valores cada vez
menores e muito baixos, com um ganho para milhares de pessoas. O BRS então é
um projeto que aumentou sua velocidade de 13 km para 24 km, e é uma
priorização clara do transporte coletivo. Esse é o resultado que vocês viram nos
jornais, na televisão, na Nossa Senhora de Copacabana. Esse processo da Nossa
Senhora de Copacabana iniciou pelo projeto que o Estado, a Secretaria de Estado
de Transportes fez na Alameda São Boaventura, em Niterói, os excelentes
resultados inspiraram que a Prefeitura fizesse aqui para esses 20. O primeiro está
aqui, a autoria dada ao Secretário de Transportes Júlio Lopes pela realização lá e
que deu acesso à Ponte e que hoje a prioridade do transporte é reconhecida pela
população. Procurou-se ter um novo tratamento com informações, abrigos e tal.

Quero falar um pouco também da parte de comunicação, da


parte de tecnologia da informação. Quero fazer uma menção a você, Ilan, e ao
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Alberto – que são da área – só para citar. O Rio de Janeiro é pioneiro na


implantação do sistema de bilhetagem eletrônica. Tínhamos duas alternativas,
fazer como outras cidades do Brasil que foram ao exterior – como nós fomos – e
ver as melhores tecnologias e comprar de uma empresa francesa, americana,
inglesa. Mas optamos em montar uma empresa chamada RioCard Tecnologia da
Informação, contratamos técnicos daqui, analistas, desenvolvedores de software.
São 240 pessoas hoje trabalhando na nossa empresa e desenvolvemos o nosso
software usando mais de dez empresas que nos fornecem também serviços e
tecnologia. E temos um dos mais modernos sistemas de bilhetagem.

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A IBM citada há pouco pelo Secretário Carlos Osório, num


congresso mundial agora recente, no fórum, citou o caso do RioCard como um
case internacional por facilitar a vida porque em outros Estados ou países a pessoa
para renovar o seu sistema, o seu crédito no final do mês, ela precisa ir a um local,
a um guichê para pagar e receber a carga. Hoje ela paga pela internet, pelo banco e
transferimos o crédito direto por um software desenvolvido aqui pela nossa equipe
em que ela define pelo nome da pessoa, associado a uma senha, as viagens mais
realizadas no mês anterior. Então, as linhas de desejo de viagem são transferidas
através de computadores para os nossos ônibus e, automaticamente, creditadas no
próprio validador dentro do ônibus esse crédito, sem precisar ir a um guichê, sem
fila. E com isso, tem o lado social – fazemos no transporte 22 milhões de
gratuidade por mês o que é um número muito grande.

São novas tecnologias que estamos implantando também como


o GPS, 80% dos nossos ônibus têm e até maio todos os ônibus do município terão
GPS e TV à bordo. Num trabalho feito em conjunto com a COPPE fizemos
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georeferenciamento de todas as linhas de ônibus. Todos os pontos de ônibus têm a


informação na internet e temos também as câmeras de vídeo instaladas nos ônibus.
São usos intensivos da tecnologia através das empresas e da nossa empresa de
tecnologia que é a RioCard.

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O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) - Lelis, aquela luz vermelha


piscando está dizendo que o seu tempo já acabou há muito tempo.

O SR. LELIS TEIXEIRA – Então, vamos encerrar. O uso da


tecnologia, quero dizer, que a priorização foi usar a inteligência dos profissionais
daqui e o grande alcance foi a utilização do bilhete único intermunicipal que
fizemos aí a compensação de todo o sistema, informamos através do projeto, está
aqui presente o Paulo César Coelho, todo o Estado, diariamente todas as
informações através do CPF das pessoas com toda a transparência necessária de
quem é que andou no sistema e que deva receber então o subsidio. Então, são
sistemas que quebram paradigmas e que o uso da tecnologia já vem uma
preocupação. O nosso sistema RioCard ele tem um sobrenome – Sistema
Inteligente de Transporte.

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O próximo passo é fazer a integração que já iniciamos no único


sistema, uma central de operação que está sendo montada no Rio Ônibus e que já
foi levada para o Centro de Operação da prefeitura, concentrando toda a gestão do
sistema de transporte por ônibus numa grande central dando as informações
atualizadas a cada empresa para uma melhor gestão da sua frota. Muito mais teria a
falar, o tempo é curto, mas eu agradeço a atenção e a oportunidade. Desculpe ter
passado do tempo, Deputado.

Muito obrigado pela oportunidade. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) - Obrigado, Lélis Teixeira,


Presidente da Fetranspor.

Convido agora o Sr. José Gustavo de Souza Costa, Presidente


do Metrô Rio, que dispõe de dez minutos.

O SR. JOSÉ GUSTAVO DE SOUZA COSTA – Bom dia a


todos. Exmos. Srs. Deputados Luiz Paulo e Paulo Ramos, eu agradeço a V.Exas. o
convite e agradeço a presença de todos os participantes deste seminário –
principalmente pela oportunidade que nos dão de explicar o que tem sido feito pelo
Metrô Rio. Quero ainda agradecer as presenças do Secretário de Transporte do
Estado, Júlio Lopes, aos meus colegas de setor e aos demais membros da Mesa.

Bom, este gráfico mostra como era o setor. Em 1984, o Metrô


Rio chegou a transportar 450 mil passageiros por dia, mais ou menos. A situação
foi piorando e, na época da privatização, em 1998, estávamos transportando pouco
mais de 200 mil pessoas por dia – média dos doze últimos meses – 276 mil, se não
me engano. Esse número hoje chegou já a 500 e poucos mil e a gente vai chegar lá
um pouco mais na frente.

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Próximo. Isso aqui é o número de passageiros transportados


depois da privatização. Se vocês notarem, têm várias fases. A primeira foi na
inauguração, logo no momento da privatização, quando foram inauguradas várias
estações. Eu diria que praticamente a Linha 2 toda. O sistema cresceu bastante e
depois ficou mais ou menos estabilizado em torno de 113 mil passageiros. E
ficamos ali uns três ou quatro anos, nesse patamar.

Aí foi o momento que a gente resolveu que tinha que fazer


alguma outra coisa: nós começamos a operar no domingo e, principalmente,
colocamos em operação toda a frota. O metrô do Rio hoje tem a maior taxa de
utilização de frota no horário de pico. O segundo no mundo é o metrô de Hong
Kong, que tem 91% da frota utilizada no horário de pico. Qualquer metrô que está
entre 89% e 91% é considerado muito bom. Nós somos o primeiro no mundo, com
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98,9%. Então, toda nossa frota estava em operação e a nossa manutenção, portanto,
tem que ser feita de noite e é até um pouco mais cara por isso.

Nós chegamos aqui nesse número e aí estabilizamos durante um


ano, porque não tinha mais nada para fazer. E aí, o que aconteceu: nós
inauguramos essa Linha 1A. No fundo, nós reprogramamos a forma de operar e
isso fez com que nós saíssemos de uma média, ou melhor, que crescêssemos de um
número – se não me engano, ali está “150 milhões de passageiros/dia” para 160 e
tantos. E neste ano, nos doze últimos meses, neste mês agora de abril, nós vamos
chegar a 170 milhões de passageiros transportados, nos últimos doze meses.

Neste ano devemos chegar aos 176 milhões de passageiros e o


sistema está crescendo, para vocês terem uma ideia, 13% ao mês. Estou falando
mês contra mês – mês de março, em passageiros por dia útil, contra o mês de
março anterior.

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Bom, então esse é o sistema que nós temos, essas são as linhas e
o que nós estamos cobrindo. Por favor. Aqui, o que já foi feito.

Nós estamos nesse sistema, nessa preparação. A primeira coisa


importante foi transformar o Centro de Controle. O Secretário Carlos Alberto
Osório até mencionou o Centro da Prefeitura e nós ficamos muito orgulhosos por
poder ter contribuído com algumas ideias, principalmente para que eles vissem um
dos centros mais modernos do mundo, que é nosso centro – obviamente com
características ligeiramente diferentes do da prefeitura, mas, de qualquer maneira,
uma coisa impressionante.

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Essa aqui é a ponte – a famosa ponte da Linha 1A. Nós


tínhamos que vencer um problema complicado, que era vencer todo aquele vão ali,
da Francisco Bicalho. A gente não podia cravar uma estaca ali no meio, porque ali
no meio você tem embaixo uma pontezinha que não podíamos interditar. Tivemos
que fazer essa ponte para vencer; é uma ponte muito longa – a ponte ferroviária
urbana em arco mais longa do mundo, na linha urbana, melhor dizendo.

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Aqui temos a nova estação: Cidade Nova. O que foi feito? Ela
procurou fugir dos padrões até então existentes e eu acho que os passageiros estão
muito felizes. Ela realmente tem sido um cartão de visitas para a gente. O piso
realmente é uma coisa diferenciada. Chamamos o escritório do Burle Marx para
que fizesse algo que remetesse ao calçadão de Copacabana. Vocês vão ver que
inclusive as cores são as mesmas. Só não usamos as pedrinhas portuguesas porque
as mulheres disseram que assim é impossível, então, resolvemos fazer com um
sistema diferente, mas que funcionou muito bom.

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Essa é a nova Estação Uruguai, cujas obras já começamos. Aí é


a Estação Uruguai de novo. O piso tem só uma indicação, não sei se vai ser bem
isso. Ela tem uma característica muito interessante: é a primeira, no nosso sistema,
totalmente com ar-condicionado – aliás, vai ser a primeira do Brasil. Ela vai
também ter portas de plataforma, que é um sistema muito importante porque
permite segurança maior na operação e mais conforto também ao passageiro.

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Aqui temos um desenho dos novos trens. Eles já estão em


produção. O Mocap, que é, vamos dizer, uma maquete em tamanho natural, já foi
aprovado por nós, já está pronto lá na China, eles estão em fase de construção.
Esperamos que ele chegue aqui no final do ano.

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Finalmente, só para falar um pouquinho, o sistema é


absolutamente amigo do meio ambiente. Até o Deputado Minc – é Secretário hoje
– sempre fala comigo: “Como é que vai o meu tatu ecológico?” Nós temos muito
orgulho de contribuir para melhorar as condições da cidade e fazer parte do
sistema e da cidade como nós fazemos. Muito obrigado.

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(Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Muito obrigado, Dr. José


Gustavo de Souza Costa.

Este é o ciclo um. Agora o Deputado Paulo Ramos, como


Deputado, vai fazer uso do púlpito. S. Exa. também dispõe de até dez minutos para
fazer o contraditório.

O SR. PAULO RAMOS – Já que o tempo é curto, vou


cumprimentar todos da Mesa na pessoa do nosso Presidente, Deputado Luiz Paulo,
e do Secretário Júlio Lopes. Quando participamos de um seminário assim, nós
ainda imaginamos a possibilidade de influir. Não podemos imaginar que já
estejamos diante de tudo consumado a partir de um determinado planejamento.

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Eu, que me situo na faixa dos idosos, já vivo no Rio de Janeiro


há 66 anos e fui usuário dos trens da Central do Brasil, já que sou do subúrbio de
Realengo. Vivi uma fase em que praticamente só existia o trem – os lotações foram
surgindo progressivamente –, mas é preciso também conhecer um pouco da
história do transporte no nosso Estado para que possamos tentar resgatar o
transporte de massa, que difere muito do transporte coletivo.

Progressivamente, um modal foi conquistando força política, o


modal rodoviário. Foi conquistando força política e prevalecendo sobre os demais
modais, isto é, caímos na armadilha rodoviária. Não é à toa que, em tendo sido o
Município do Rio de Janeiro, durante muitos anos, a capital, obviamente, a malha
ferroviária não apenas aqui, mas também em toda a Região Metropolitana e até em
todo o Estado, deveria ter sido preservada e ampliada a partir de um planejamento.

O modal rodoviário foi conquistando força política e foi


influindo no rumo, foi influindo nas políticas públicas. Não é à toa que o que existe
de malha ferroviária desativada no Rio de Janeiro é algo que atesta o crime que foi
perpetrado ao longo dos anos contra o transporte de massa. Quer dizer, na medida
em que a população foi crescendo; na medida em que as cidades foram crescendo,
a oferta de transporte de massa foi diminuindo e o transporte oferecido foi sendo o
rodoviário. Como estamos tratando de sustentabilidade, esta não vai se dar,
obviamente. Ao contrário, a emissão de gases, hoje, no município do Rio de
Janeiro, através do transporte rodoviário, tem tido influências as mais negativas. É
claro que não vou aqui tratar da questão ligada à privatização, mas, obviamente, o
sucateamento do transporte ferroviário não só teve o objetivo de contribuir para a
prevalência do transporte rodoviário, como também em relação ao próprio Metrô.

É claro que há aqueles que participam do ponto de vista, e


dentre eles eu estou, de que o Metrô foi muito promissor, mas o discurso da
privatização contou com o sucateamento, para justificar, diante da sociedade, a
privatização. O mesmo acontecendo com o setor das ferrovias, a Central do Brasil.
Mas esse não é o tema.

Eu venho aqui para manifestar uma grande preocupação, que


tem sido objeto de debates aqui. Nós temos todos os eventos mobilizando
investimentos. É claro que queremos elogiar os esforços e os projetos que estão
sendo implementados. Não estamos aqui simplesmente imaginando que tudo
deveria ser diferente. É claro que não é isto. Mas, comentava ali com o Deputado
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Luiz Paulo Corrêa da Rocha, que no seu pronunciamento falou da questão da


infraestrutura, das pessoas, do ser humano etc. Mas não falamos na contribuição
geográfica, a contribuição da natureza, a baía de Guanabara.

Não é possível que os olhos não sejam voltados, considerando a


Região Metropolitana, não apenas para o aumento do número de barcas. O
aumento do número de barcas vai manter aqui os terminais de Niterói e da Praça
XV, aqui no Rio de Janeiro, completamente congestionados. A baía de Guanabara
é um milagre para o transporte de massa na Região Metropolitana. Poderíamos ter
uma estação em Magé atendendo ao pessoal que vem de Teresópolis e da Região
Serrana; um terminal de barcas em Caxias, atendendo também quem vem de
Petrópolis; o terminal de São Gonçalo. E aqui a Ilha do Governador. Poderíamos
ter muito mais estações de barcas na Ilha do Governador. Convergindo tudo para a
Praça XV? Claro que não.

Falam em modernização da Zona Portuária. Por que não pegar


um armazém, de preferência aquele que está em frente à rodoviária Novo Rio, em
frente à Av. Francisco Bicalho, para ter uma interlocução com o Metrô, para
transformar aquele armazém numa estação de barcas? É uma coisa tão óbvia, tão
óbvia, que eu custo a crer que ela não tenha sido pensada antes do trem-bala.
Porque o trem-bala, com o investimento que está sendo divulgado, para ligar o Rio
a São Paulo, chega a ser jogar dinheiro fora.

Eu tenho um amigo que é engenheiro ferroviário que diz o


seguinte: a obra – o trem-bala – não vai ficar pronta nem nesse século, dado o
traçado geográfico, as dificuldades para... Mas é um investimento que não vai
atender o volume de passageiros que a solução dos problemas aqui, na Região
Metropolitana, exige.

Nós aqui vivemos debatendo essa questão – já não é a primeira


vez, não é a segunda –, a sustentabilidade. É receber com alegria. Vamos agora
começar a implementar a tecnologia de Metrô nos trens.

Quando o País era pobre, os trens urbanos transportavam mais


de um milhão e duzentos mil passageiros; quando era estatal, não era privado.
Estou dizendo isso, e não quero fazer críticas à gestão privada – não é isso –, mas
também para não fazer críticas à gestão pública, que transportava mais de um

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milhão e duzentos mil passageiros, quando a população correspondia a 65% da


população de hoje.

Então, ao mesmo tempo em que estamos incorporando até o


vocabulário (BRT, BRS) temos que falar em inglês.

Até para encerrar, Deputado Luiz Paulo, estou me lembrando do


Porto do Açu, em São João da Barra, onde me reuni com os plantadores, os
pequenos, e a prefeita de São João da Barra - já que tem muitos chineses chegando
a São João da Barra – implementou lá o curso de mandarim, para que a população
daquela região pudesse se comunicar com os chineses. E lá um lavrador falou para
mim assim: “Nós num fala nem brasileiro, ela quer que nós fala mandarim.” Quer
dizer, então aqui já estamos incorporando também o vocabulário.

Meu querido amigo Deputado Júlio Lopes, de qualquer


maneira, analisar a possibilidade da revitalização – até no Pará – sempre me
preocupo muito quando ouço que buscam inspiração na Colômbia, Bogotá e
Medelín. Eu fico preocupado porque eu tenho uma sensação que é a inspiração no
atraso. Tudo bem. Mas sempre citam Bogotá, Medelín. Eu fico agoniado. Mas aqui
também citaram cidades da Europa. Aí já fica até mais um pouco animado.

De qualquer maneira, meu querido amigo Deputado Júlio


Lopes, quero deixar esse essa preocupação: será que é possível analisar a
possibilidade de transformar um dos armazéns em estação de barcas? Temos que
aos poucos nos livrar da armadilha do transporte rodoviário para investir no
transporte de massa e não ficar criando corredores especificamente para privilegiar
o transporte rodoviário, que não é transporte de massa, é transporte coletivo. Foi
em função disso que aquele cantor José Ramalho: “Foi um tempo de aflição. Era
quatro condução: duas para ir, duas para voltar.” De ônibus. Quatro, cinco horas
dentro de um ônibus – diariamente. É a experiência de quem mora na Baixada
Fluminense, é a experiência de quem mora em Santa Cruz, em Campo Grande.

Então, fico entusiasmado com o investimento no transporte de


massa – metrô, trem – mas de barcas também.

Por outro lado, quero dizer se... Vou terminar, Deputado Luiz
Paulo, ... se o conceito é da competição até entre modais da integração e da
competição, não pode. Não é possível que dois modais diferentes tenham o

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controle de setores que são ligados. Não pode o controlador da barca controlar
também ônibus. Não pode o controlador do metrô controlar trem. Não pode!
Senão, teremos o retorno a um certo monopólio.

Quando eu faço a observação, quero deixar isso claro para o Dr.


Lélis, não vai aqui nenhuma aversão em relação à Fetranspor, já que estamos
debatendo o transporte sustentável que deve privilegiar o transporte de massa não
poluente. Então, podemos investir em trem, metrô e aproveitar esse milagre da
Baía de Guanabara para superar alguns gargalos, inclusive no trânsito, para que o
ônibus, que deveria ser complementar, o ônibus deveria levar todas as estações do
transporte de massa e não o ônibus ser privilegiado como modal principal.

Não sou especialista no ramo, não sou especialista em


transportes, mas ao longo dos anos, participando de todos os debates, compreendi
algumas diferenças.

E para encerrar, o presidente do nosso trem já foi embora, da


SuperVia. Vejo aqui alguns idosos e podem ser suburbanos. Na Central do Brasil,
há muitos anos, chegávamos à estação, havia dois trens estavam parados e a seta
apontando para um. O Deputado Luiz Paulo, que é suburbano também, deve
lembrar-se disso. Aí, alguns passageiros entravam no trem, onde a seta já apontava,
e se sentavam ali; outros, desconfiados da seta, ficavam no trem que possivelmente
não sairia. Mas a massa maior ficava na plataforma porque, rotineiramente, a seta
virava. E quando a seta virava, era uma correria muito grande. Agora, o passageiro
vai saber em qual plataforma o trem que ele deseja pegar vai parar.

De qualquer maneira, Deputado Luiz Paulo, quero dizer a todos


os representantes do setor de Transportes e do setor de Informática que, se há essa
oportunidade, mesmo sabendo a força política que detêm os controladores de cada
modal, sabendo que a força política que detém a Fetranspor, a força maior,
precisamos nos mobilizar para privilegiar um pouco mais o transporte de massa.
Muito obrigado. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Obrigado, Deputado Paulo


Ramos. Dando continuidade, vamos agora para o Ciclo 2, cujo assunto é
“Potenciais e Competências da Disseminação da Informação ao Usuário”. Quem
irá fazer essa preleção é o Sr. Ilan Goldman, presidente da Associação das

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Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet, que dispõe


de 15 minutos.

O SR. ILAN GOLDMAN – Bom-dia, Deputado Luiz Paulo,


bom-dia a todos. Cumprimento o Deputado Paulo Ramos, o Secretário Júlio Lopes
e os demais companheiros aqui da Mesa. Eu não enxergo o que você está exibindo,
mas provavelmente a primeira palavra que a gente vê nesse slide é a palavra
“legado”. E nós vamos falar aqui de legado.

Na realidade, o legado passou aqui com muita força nas


palestras que nós escutamos na primeira parte deste nosso Fórum. Se nós falarmos,
olharmos, ouvirmos, vamos lembrar o que disse o Secretário Carlos Osório a
respeito da parceria da prefeitura com a IBM, ele enfatizou com muita força a
importância do papel da IBM no projeto do controle que foi implantado na nossa
cidade, controle de operações.

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Por outro lado, o legado que está sendo constituído nesta


cidade, para o investimento nos próximos anos, com a chegada dos Jogos
Militares, das Olimpíadas, dos Jogos Mundiais Militares, foi contraposto pela bela
apresentação do Sr. Lélis, que falou de outro legado: o legado de uma companhia
que foi criada, a RioCard, desenvolvida com a inteligência da nossa cidade, com a
inteligência dos nossos profissionais.

Para vocês terem uma ideia, nós somos hoje cerca de 100 mil
profissionais de informática na Cidade do Rio de Janeiro, entre profissionais que
trabalham em empresas e profissionais ligados às empresas de informática,
empresas usuárias e empresas de informática. Nós temos, aproximadamente, cinco
mil empresas de informática na Cidade do Rio de Janeiro, dez mil em todo o
Estado, evidentemente de todos os portes e, eu diria, majoritariamente de pequeno
porte.

Então, a primeira pergunta que se faz quando nós temos a


questão “Temos competência? Somos Competentes?”, será que nós somos
competentes para participar de um movimento que tem como intenção melhorar os
transportes da nossa cidade? Que papel é esse? Que competência nós temos?

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Eu ia falar sobre a questão do Imposto de Renda, sobre a


questão de todo mercado bancário. De como somos, já demonstramos, em vários
setores, quanto à competência de fazer esse trabalho. Para citar um exemplo, hoje
você vai ao cinema e você compra o seu ingresso pela Internet, você senta no lugar
marcado, você sabe se naquele cinema vai ter lugar para você sentar, não tem fila e
eu mesmo fui assistir a apresentação de um software que veio de fora, feito fora,
em que o meu lugar e de mais trinta pessoas sequer existia, no estádio. De maneira
que, a certeza de comprar uma solução de alguém que vem de fora não é razão
suficiente, nem necessária, para ter certeza de que alguma coisa funciona e de que
ela vai dar certo.

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Temos uma questão cultural, temos uma questão de como


funciona a cabeça da nossa sociedade, como funcionam os nossos gestores, como
funciona a sociedade de uma forma geral, o povo, como ele reage a cada situação.
Acabamos de assistir essa demonstração, como foi ordeira a receptividade do povo
japonês diante de tamanha dificuldade, e ele soube aguardar a sua vez para poder
receber a assistência que lhe era devida.

Portanto, a competência não está ligada diretamente ao


conhecimento que vem de fora, de tecnologia, de pessoas que viveram essa
experiência. E a gente tem aí um conjunto enorme de competências. Eu listei
algumas destas competências para mostrar que nós somos, sim, capazes de poder
desenvolver um legado. Eu gostaria de fazer a palavra legado muitas vezes,
durante esta palestra, porque é de legado que nós estamos falando. Significa o que
vai ser feito com todo esse recurso público e privado, que está sendo trazido para a
cidade do Rio de Janeiro, para o Brasil de uma forma geral, para fazer com que
fique aqui conhecimento, que a gente deixe, de uma vez por todas, que somos
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apenas vendedores de banana. Nós somos capazes de desenvolver a tecnologia


para fabricar a bananada e poder levar isso também para fora do Brasil, porque
temos essa competência.

Próximo slide. Nós estamos falando, aqui, da questão do legado


na área de transportes. Quem é líder na área de transportes, quem é que a gente vai
citar aqui, no mundo, dizendo: “Ah, a empresa tal é uma empresa líder nesse
mercado?” Precisa muita pesquisa, não é tão simples assim. Você precisa de muita
pesquisa para saber se existe uma liderança nessa área. A gente tem outras áreas
em que é muito fácil saber quem é líder da área A, da B, da área C; quem é líder de
processador de texto, a gente sabe dizer; quem é líder de banco de dados, a gente
sabe dizer. Mas, mas quem é líder na área de transportes?

Evidentemente que liderança é um processo que está


relacionado com tecnologia, com o domínio da tecnologia. Eu tive oportunidade de
visitar vários lugares fora do Brasil há mais ou menos quinze anos, por conta do
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programa Softex, do qual eu sou fundador. Estive no MIT, e lá havia um trabalho,


um estudo de como um carro, um ônibus usando modal rodoviário seria possível
antever tráfego, antever vias congestionadas e assim por diante. Da mesma
maneira na Inglaterra, onde também se fazia pesquisa sobre a questão dos ônibus,
com o objetivo de liberar o espaço de funcionamento do centro da cidade de
Londres, que é bastante congestionado também.

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Então, há uma série de iniciativas desenvolvidas pelo nosso


mundo, nesse nosso universo, de forma que ainda não existem de fato situações
claras onde possamos dizer: “Ah, esses caras aqui têm a solução, a gente tem que
copiar e vai ser mais barato trazer do que desenvolver”.

Muito pelo contrário, essas tecnologias de GPS, essas


tecnologias, mesmo de Rfid, que seria de radiofrequência, uso de radiofrequência
para identificação, a mobilidade, enfim, essas tecnologias todas estão disponíveis
para que a gente possa usá-las de uma maneira criativa.

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Voltando ao exemplo de ir ao cinema, pasmem todos, aqui no


Rio de Janeiro, quando vai ao cinema e você imprime o ingresso no seu
computador, foi uma iniciativa pioneira no mundo! É tão simples quanto isto. Em
nenhum outro lugar no mundo isso acontecia. Eu estive, na semana do carnaval,
em Nova Iorque, e tive oportunidade de ir a um espetáculo de teatro, e vi que agora
lá também se imprime o ingresso pelo computador.

Então, nós não temos de ter vergonha de pensar que nós somos
incapazes, ou pouco capazes de poder alcançar esse desenvolvimento. É claro que
a informática é uma atividade global, envolve o relacionamento entre empresas
espalhadas pelo mundo inteiro. Não é assim se jogar fora, nem para se pensar que
não é possível utilizar tecnologias que estão sendo desenvolvidas em todos os
lugares. Nós queremos aqui defender a integração, a parceria, o relacionamento, a
busca pelo conhecimento. O que nós queremos é internalizar esse conhecimento e
participar de fato, e não assistir, e não pagar por esse conhecimento, porque, ao
pagar por esse conhecimento, pagaremos a vida toda.
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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

Se o Brasil foi escolhido, teve o privilégio e, eu diria, a


competência de mostrar ao mundo que ele é capaz, neste momento de
transformação que o País está vivendo, de atrair investimentos que possam vir a ser
colocados aqui, para que nós possamos de fato exibir com pujança e com vigor a
criação de Jogos que serão vistos pelo mundo inteiro, seja a Copa do Mundo,
sejam as Olimpíadas, que sejamos também capazes de mostrar a nossa
competência de desenvolver inovação e tecnologia em nosso País. Que possamos
participar disso de fato e de direito, porque nada do que estamos falando é algo que
não possa ser conquistado.

Para vocês terem uma ideia, eu trouxe também uma lista de


soluções existentes no Brasil, de algumas coisas que já são desenvolvidas, do
nosso dia a dia. Cito o exemplo do táxi. No início, a tecnologia alemã foi a
primeira que veio aqui para podermos pegar o táxi que estivesse mais perto, para
que encontrássemos, por exemplo, um táxi à nossa disposição. Hoje essa
tecnologia é toda nacional, várias empresas oferecem esse tipo de solução.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

Outro exemplo está na área de petróleo e gás, ainda falando


sobre a questão de transportes. É de um brasileiro, foi de uma empresa brasileira, a
construção de uma âncora eletrônica. Essa âncora eletrônica era um projeto super
sofisticado, desenvolvido fora do Brasil, e essa empresa conseguiu, através de um
mecanismo de GPS, construir uma âncora eletrônica. As águas são tão profundas
que era impossível colocar uma âncora física, então, o motor controlava essa
âncora eletrônica e voltava à posição original, à posição em que o navio deveria
permanecer parado. Da mesma maneira, isso foi feito com o lastro e estamos
fazendo monitoramento de frota.

Há um sem-número de sugestões ou de soluções que nós


estamos implementando, como foi o exemplo do RioCard. Um caso real precisava
de uma solução e esta foi dada de acordo com a cultura do nosso País, com a nossa
necessidade. O transporte no Brasil é diferente do transporte fora do Brasil; temos
as nossas especificidades e precisamos, portanto, das soluções que nós possamos
trazer. Vamos usar a experiência de outras nações, de outras cidades, mas vamos
trazer para ela o nosso modelo e a nossa situação.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

Quero encerrar esta minha breve explanação dizendo para vocês


da atuação da Associação de Empresas de Informática do Rio de Janeiro, a
Assespro, juntamente com o Seprorj, que vai me seguir na palestra, e com todos os
demais elos que conjugam esforço no Rio de Janeiro e no Brasil. Para vocês terem
uma ideia, o Rio de Janeiro responde por 25% da competência do software
nacional, sendo que aqui praticamente quase 50% são de desenvolvimento de
software, de inteligência. Quer dizer, se nós tirarmos os representantes de fora,
parcerias, empresas que apenas representam soluções de estrangeiros, é no Rio de
Janeiro que está essa competência, não preciso dizer por quê: por conta da
existência das universidades, dos centros de pesquisa, do desenvolvimento da
cidade de uma forma geral.

O que nós fizemos foi construir o que nós chamamos – estamos


na transparência do ecossistema, a próxima transparência – de um ecossistema de
soluções: as empresas, o setor público-privado, quem quer que seja expõe a sua
demanda da forma como entender ser essa demanda. Nós criamos uma rede de
relacionamento, que nós chamamos de ecossistema, que junta todas as empresas de
TI da nossa cidade, e até de fora dela, e procuramos mostrar quem, dentro desse
povo, dentro dessa grande rede, é capaz de ter a solução voltada para atender. Se
não tem a solução, tem o conhecimento; se não tem o conhecimento, pode ter a
competência de ter o conhecimento.

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Estamos vivendo um momento em que nós mesmos, os TI,


usamos a rede, uma rede social, uma rede de relacionamento, para ajudar vocês,
ajudar as empresas, ajudar todos esses modais a fazer com que a TI participe.
Fazendo um paralelo com uma propaganda que assistimos na televisão de vez em
quando, estamos falando de valores muito significativos, a parcela de
investimentos de TI é muito pequena, talvez nem chegue a 5% do total de
investimentos, seja de qualquer projeto que estejamos falando.

É impossível imaginar na vida de qualquer um de nós que


possamos levar adiante uma qualidade de vida sem a participação da TI. Muito
obrigado. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – O Dr. Ilan ficou no tempo


de 15 minutos.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

Vamos ouvir agora a exposição do Sr. Alberto Blois, Diretor do


Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro, que dispõe de
15 minutos.

O SR ALBERTO BLOIS – Bom dia a todos. Saúdo a todos os


presentes e a Mesa. Não estou conseguindo ver a apresentação, mas vamos ver se
dá para acompanhar pelo papel.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Quero convidar o Dr.


Paulo Cézar Ribeiro para fazer parte da Mesa, pois será o próximo palestrante, e
poderá falar daqui.

O SR ALBERTO BLOIS – Dando continuidade ao que o Ilan


falou, quero começar a minha exposição falando um pouco do legado, desse legado
que todos os setores falam. O legado que vem dos Jogos, o legado que vem das
olimpíadas, o legado que vem da Copa, e o setor de TI não é diferente; ele tem
uma característica bastante interessante que é transversal. Não importa qual o setor
da economia que está sendo impactado; o setor de TI está ali porque todos
precisam de TI, é fato.

Queremos exatamente isso – utilizar a realização dos Jogos da


Copa como forma de alavancar e promover a TI do Rio de Janeiro em especial,
mostrando como o Rio de Janeiro é competente, como é capaz de prover soluções
e ideias que possam auxiliar a execução destes jogos, ficando no futuro como um
legado.

É muito importante para nós que, quando a Copa acabar, as


pessoas possam falar: estive no Rio de Janeiro e aquele sistema de transporte que
eles utilizaram lá, eu tinha informações no meu smartphone, no meu tablet, na
web, e eu conseguia fazer reservas em hotéis e restaurantes, ou ver a condição de
trânsito, qual o melhor lugar para me deslocar. Isso é muito importante, esse é o
legado. Esse é o conhecimento, é a informação que queremos deixar para depois,
para as pessoas saberem que vindo ao Brasil, em especial ao Rio de Janeiro, terão
um conforto de informações e um conforto de tecnologia apoiando sua estada aqui.

Vou começar a exposição para valer. A vocação do Rio de


Janeiro é vencer desafios e viemos vencendo desafios ao longo da nossa história,
mas só para manter o foco na Copa. O primeiro jogo sediado pelo Brasil foi feito

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

no Rio de Janeiro e para ele foi construído o maior estádio da América Latina na
época.

É importante lembrar também que o Rio de Janeiro já venceu a


realização de uma Copa do Mundo em 1950. Construímos o maior estádio do
mundo na época. O Maracanã está aí até hoje de pé; funcionando; tendo final de
campeonato todos os anos. E correu tudo bem. Então, se as coisas mudam; se a
sociedade muda; se as necessidades mudam, somos capazes de acompanhar essas
necessidades e realizar grandes eventos depois, de novo, com tecnologia nacional;
com tecnologia nascida e idealizada no Rio de Janeiro.

Falando sobre a TI, é importante sabermos o seguinte: a TI do


Brasil nasceu no Rio de Janeiro. Essa é a vocação. O primeiro computador foi
instalado aqui; os primeiros cursos foram realizados aqui; os primeiros
profissionais foram formados aqui; os melhores profissionais são daqui e as
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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

empresas mais inovadoras são as empresas do Rio de Janeiro. Que me desculpem


os outros estados, mas isso é verdade; essa é a realidade. É o entorno das grandes
universidades. A capacidade do setor de estar provendo soluções; de estar
encaminhando ideias para a sociedade de uma forma geral. Então, essa vocação do
Rio de Janeiro de estar vencendo desafios; a vocação de ter uma TI forte aqui
dentro, isso se casa no sentido promovermos o Rio de Janeiro e a sua inteligência.

O Rio de Janeiro tem essa vocação; ele é a vitrine do Brasil.


Nós vencemos desafios e mostramos ao mundo a capacidade do Brasil. As pessoas
de fora do Brasil pensam no Rio. Qual é a imagem que vem à cabeça? É a imagem
do Rio. É fácil entender quando um estrangeiro, um turista, fala o seguinte: ele
veio ao Brasil no momento que ele passa pelo Rio. Senão ele ainda não veio ao
Rio, não conheceu o Brasil. Até porque, lá fora, as outras pessoas questionam as
pessoas dessa forma, se esteve no Brasil e não foi ao Rio não esteve no Brasil.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

Então é assim, com essa capacidade e com essa vitrine que é o Rio de Janeiro, de
mostrar essa competência, que queremos nos posicionar.

A TI do Brasil é muito vitoriosa. Tem características muito


reconhecidas no mundo inteiro: a capacidade de flexibilização das nossas soluções;
a capacidade de vencer obstáculos. Vemos claramente que as empresas brasileiras
que têm sucesso no mercado internacional, são muito conhecidas por essas
características: flexibilizar, encontrar soluções, superar obstáculos, vencer
dificuldades.

Aqui no Brasil, somos muito conhecidos também pela


capacidade de solucionar problemas muito complexos. Esse negócio de pensar que
a empresa brasileira é muito boa para pensar em pequenas soluções, ok, somos
bons nisso sim, mas problemas complexos são solucionados aqui. O sistema
financeiro... Existe coisa mais caótica do que o sistema financeiro do Brasil? De
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anos atrás. Em formação e mudanças a todo instante? O sistema financeiro, a


tecnologia por trás daquilo, deu conta do recado. E hoje somos uma vitrine para o
mundo; todo mundo que quer modernizar a tecnologia da informação por trás de
seu sistema financeiro mira o Brasil.

A capacidade de estarmos realizando eleições, eleições


complexas, e dar resultados horas depois, é uma vitrine para o mundo inteiro.
Vemos países desenvolvidos promovendo eleições e demorando quanto tempo
para dar o resultado depois? Às vezes resultados complicados que eles anunciam.

A questão da exploração do petróleo por parte da Petrobras.


Tecnologia desenvolvida no Brasil, com presença de empresa nacional de TI
apoiando a Petrobras nesse negócio também. A entrega do imposto de renda. O
primeiro portal de vídeos das Américas, pasmem, foi criado no Rio de Janeiro. O
Youtube não é o principal e nem foi o primeiro do mundo. Essa ideia foi nascida
aqui. Isso mostra a capacidade de inovarmos; isso mostra a vocação do Rio de
Janeiro.

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

O novo modelo, que está acontecendo hoje, é que as soluções


não têm mais fronteiras. O foco está todo no conhecimento; está na disseminação e
na divulgação da informação.

É um setor, esse setor de TI, ambientalmente responsável e,


mais do que nunca, a fusão da tecnologia com a informação vai moldar as
próximas soluções, as próximas aplicações que estão no mercado. Basta ver o que
acontece hoje: o grande sucesso, hoje, no mundo da disseminação da tecnologia
são as redes sociais.

Vemos que o Brasil participa com muita intensidade de todas


essas redes. Qualquer coisa hoje desenvolvida para Facebook, para Twitter, para
Linkedin ou para qualquer outro tipo de rede social é pensada no Brasil. O Brasil é
um dos primeiros a participar, participamos com não sei quantos por cento do total
de usuários dessas redes. Então, o que temos que fazer hoje é não mais ser um
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participante das redes, e sim ser o ator principal dessas redes. Estamos ali com a
informação na mão, disseminando isso para o resto do pessoal.

O que queremos é promover essa capacidade de crescer e de


desenvolver o nosso setor de TI, tendo o Estado como indutor. Não queremos um
Estado paternalista, ajudando, financiando, protegendo. Não queremos nada disso,
queremos um Estado que seja indutor de novas ideias, de novas empresas, de
novos empreendimentos, de desenvolvimento.

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Ouvimos falar aqui que existe um centro de operações e que


uma das grandes características desse centro de operações é a capacidade de reunir
num único local diversas informações de diversos modais diferentes. Isso é um
ganho, é uma forma de induzir o desenvolvimento de aplicações no mercado. Que
aplicações são essas? Sinceramente, eu não sei, mas pode ser uma aplicação que
misture condições de clima, condições de trânsito, posicionamento geográfico de
restaurante, de hotel, reserva de hotel, reserva de espetáculo. Essas informações
combinadas geram uma determinada aplicação.

Não queremos subsídio para desenvolver aplicação, queremos


acesso aos dados. Esse é o grande lance, esse é o grande pulo do gato nessa nova
economia: a capacidade de promover, de as empresas encontrarem o seu modelo
de se sustentar, mas para isso precisam ter dados.

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A plataforma hoje está voltada para dispositivos móveis. Mais e mais, vamos ver
as pessoas aposentando seus laptops, veremos poucas pessoas rodando com laptop
debaixo do braço, com era uma realidade há dois anos. Minha filha não quer nem
saber de computador. O meu laptop é um troço monstruoso para ela – ela não
chega nem perto, e tem 11 anos. Ela quer saber de brincar com tablet, com Iphone,
é isso que ela quer, porque é outra cabeça.

É para aí que as coisas estão andando, para essa característica


principal, a característica da interação. O usuário quer participar do processo, ele
não quer só ser um espectador, ele quer influir – essa é a verdade. Se anos atrás
tínhamos o famoso modelo do processamento de dados, de coleta de dados,
processamento gerando informação, hoje em dia temos outra coisa, outro modelo,
que evoluiu um pouquinho. Você tem o dado, você tem o processamento, você tem
a informação, como você tem a participação do usuário. O usuário está
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participando ali, está dando palpite naquela informação, está interagindo naquela
informação, dizendo se aquela informação é boa, se aquela informação é ruim,
dizendo para que aquela informação serve.

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Nesse sentido – eu estava falando das redes sociais –, esse é um


componente novo. As aplicações enxergam a presença do usuário hoje como um
componente novo. Se pararmos para pensar em alguns grandes eventos que
aconteceram nos últimos tempos, pudemos acompanhar a queda da ditadura no
Egito pelo Twitter – aliás, foi um dos poucos canais que fizeram a transmissão ao
vivo e em tempo real. Pudemos ver informações da cobertura da invasão do
Complexo do Alemão também via rede social. Podemos ver a cobertura de
diversos eventos esportivos, tendo informações especiais, via redes sociais. O que
isso significa? Significa que as aplicações estão cada vez mais voltadas para isso,
aplicações para frente, para o futuro.

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Essas aplicações vão pegar dados existentes; vão processá-los;


combiná-los e transformá-los em informação, mas, principalmente, elas vão pedir
para o usuário falar o seguinte: o que isso significa? Qual vai ser a aplicação que
vai dar certo? A aplicação que tiver mais interação com o usuário; tiver maior
participação. É isso que vai funcionar.

Qual a razão do sucesso dessas aplicações? A razão do sucesso


é a participação. Vamos lembrar que na Copa de 2006 não existia Twitter. Na Copa
de 2010, a grande interação da Copa foi através da participação do público via
Twitter. Quem não se lembra do “cala boca, Galvão”? Foi a parte mais divertida da
Copa.

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Então, na verdade, são essas aplicações que queremos. São


aplicações em que o usuário participe. É isso que o mercado está moldando; é para
isso que as empresas estão caminhando – para esse tipo de situação.

Tudo isso significa que a TI pode ajudar. Todo esse complexo


de modais de transporte que ouvimos falar aqui, sobre a evolução dos trens, a
melhoria do Metrô, a implantação dos BRTs, tudo isso, ótimo, que bom. Mas
temos que ter aplicações que suportem isso, e não são aplicações da Prefeitura nem
do Governo do Estado, são aplicações que o mercado quer. Quem conhece o
mercado é o próprio mercado. Não é a aplicação aqui em que eu vou dizer a que
horas o ônibus chega? Não. Eu quero combinar essa aplicação para ver a que horas
o ônibus chega, para me levar a um restaurante da Ilha, isso, se houver um tempo
bom e não estiver com trânsito, senão eu quero pegar uma rota alternativa. Essas
aplicações quem vai ditar são as empresas; são os novos empreendedores. Temos
que buscar isso.
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Temos uma capacidade, uma oportunidade, ímpar nas mãos, de


estarmos promovendo o aquecimento do mercado gerando novas aplicações, novas
empresas, novos empregos, promovendo, enfim, a evolução da TI e o
desenvolvimento social.

Vamos pensar no seguinte: o setor de TI só cresce com gente


trabalhando. Chega a um determinado momento em que tem que ter gente; não
adianta só colocar computador.

Então, para o setor crescer e se desenvolver precisa de mais


empregos e empresas com alto valor agregado. Esse é o grande recado disso tudo.
É capacidade? Ótimo. Que bom que os transportes estão se desenvolvendo. É a
capacidade de integrarmos todas essas informações e disponibilizá-las.

Recebi aqui um cartão vermelho, mas foi bem na hora.


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Quero agradecer a todos. Desculpem porque foi muito corrido,


mas fica essa reflexão, a de que o setor de TI pode auxiliar na implantação desse
novo sistema inteligente de transportes. Muito obrigado. (Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Antes de passarmos para o


Ciclo 3, este seria o momento em que os Srs. Deputados se inscreveriam para fazer
uso da palavra no final. Como Deputado Paulo Ramos já foi debatedor eu me
autoinscrevo para a parte final.

O próximo palestrante, abrindo o Ciclo 3, é o Dr. Paulo Cezar


Ribeiro, Professor da Coppe, que vai falar sobre o conceito de ITS, soluções
desejáveis para a cidade e para o Estado do Rio de Janeiro.

O senhor dispõe de vinte minutos.

O SR. PAULO CEZAR RIBEIRO – Acho que fui privilegiado


aqui com a extensão do prazo. Já estava preocupado.

Deputados Luiz Paulo, Paulo Ramos, demais autoridades da


Mesa, prezados assistentes, agradeço o convite para participar aqui. Esses vinte
minutos será muito pouco tempo. Mas, vou apresentar o mais rapidamente
possível. Na apresentação você vai ter que me auxiliar porque ela está dinâmica.

Você dá duas clicadas aí e passa para o próximo slide que é a


definição do ITS América, que começa dizendo o que seriam os sistemas
inteligentes de transporte, que coletam, armazenam, processam e distribuem
informações relativas à movimentação de pessoas e mercadorias. Essa é uma
definição antiga. Podemos explicar na próxima aí, mais uma vez diz que a mais
recente definição de ITS, que é o uso de eletrônica, comunicações, tecnologia,
processamento de informações para a melhoria de todos os aspectos de transporte,
incluindo o transporte público. Na verdade, o sistema ITS foi bolado para o
sistema de transporte particular. Ao longo da década de 1990 e início do ano de
2000, a primeira década, o transporte público passou a ter então uma função,
porque se chegou à conclusão que o sistema ITD de transporte não conseguiria
resolver os problemas de congestionamento sozinhos sem a ajuda do sistema de
transporte público, porque começou nos Estados Unidos o Ertico que é o sistema
inteligente de transporte da Europa que está acompanhando e na verdade com uma
grande disputa de mercado entre equipamentos americanos, europeus e japoneses.

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O Ertico também é questão de informação, transporte e


comunicação a bordo e na infraestrutura viária. E já se começa a definir a
infraestrutura viária para melhorar a mobilidade, de um modo geral.

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Não podemos ignorar que a frota de automóveis, no mundo


inteiro, está crescendo assustadoramente. Na Europa, como um todo, já tem mais
do que um carro para cada duas pessoas; nos Estados Unidos está quase um carro
para cada pessoa e o Brasil cresce de forma assustadora para que tenhamos um
carro para cada duas pessoas. No Rio de Janeiro tem mais de 350 veículos para
cada mil pessoas, a tendência é subir cada vez mais e os congestionamentos vão
acontecer. Se o sistema de transporte público não melhorar muito as pessoas vão
migrar do transporte público para o individual, crescendo cada vez mais os
congestionamentos.

Existe a questão do sistema ITS Japão, que também


basicamente define essa questão de tecnologia de informação e processamento de
dados baseados em vários serviços aos usuários. Então, temos sistema de
gerenciamento de viagens e tráfego, que vai melhorar a mobilidade das pessoas e
tem vários serviços que são os grupos: sistema de viagens, transporte público,

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pagamento eletrônico, veículos comerciais, emergências, segurança veicular e


informações.

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Isso aqui não é a ligação Rio-Niterói, não; é uma ligação


futurista, modelo americano e que poderia perfeitamente ser aplicada à ligação
Rio-Niterói. Temos aqui um sistema de transporte público andando no meio da
ponte, em alta velocidade, na faixa seguinte seriam veículos individuais, pequenos,
sendo transportados em vias automatizadas, de alta capacidade. A faixa do meio é
uma via para veículos maiores, também toda eletrônica, guiada e a faixa mais
próxima do final da ponte seria para veículos comuns, caminhões, carros que não
estão equipados com esse tipo de processamento e isso aumentaria a mobilidade
das pessoas, tendo em vista que não podemos simplesmente fazer sumir,
desaparecer os automóveis, os veículos que não são de transporte público. Temos
que levá-los em consideração.

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No gerenciamento de transporte, o gerenciamento de viagens


inclui uma série de atividades, que já foram inclusive mencionadas aqui,
informações pré-viagem, em que antes da viagem você escolhe qual a melhor rota,
a alternativa, quanto tempo você vai levar; informações durante o trajeto; a pessoa
precisa saber que aquela rota está com determinado tempo de viagem, precisa ter
alternativas.

A questão do GPS, hoje todo mundo tem, mas isso foi um


assunto muito discutido e debatido, até se chegar ao GPS, que você compra numa
loja qualquer, nas Lojas Americanas, quer dizer, você compra pela Internet, mas
ele é um aparelho estático, que dá uma informação de origem/destino fixa, sem
levar em consideração o tempo de viagem, dá a menor rota em distância, não o
melhor em tempo. Eu acho que no futuro, não sei quando vai acontecer, mas ele
vai dar o menor tempo de viagem. No Japão, o GPS já dá esse menor tempo. Aqui
no Brasil temos acesso à menor distância, que não é necessariamente o menor
tempo de viagem.
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Conciliação de viagens e reservas, num caso mais rural, você


vai conciliar, sair de um ponto e ir a outro e reserva a etapa seguinte.

Serviços de informação.

Controle de tráfego dinâmico, em que ele se adapta


automaticamente à demanda de viagens, ao número de veículos que estão passando
naquele momento.

Gerenciamento de incidentes, coisa que a gente consegue ver na


nossa cidade, mas precisa ser mais ágil. Quanto mais ágil, melhor. Um incidente
tem que ser detectado, removido e a via voltar à situação normal o mais
rapidamente possível.

Gerenciamento da demanda da viagem. É você conseguir fazer


com que as pessoas mudem o seu modo de viagem, passando do transporte
particular para o coletivo. Seria o ideal fazer isso.

Questão de emissão veicular, quer dizer, você testar e mitigar


emissões veiculares, o que acho muito importante.

Questões rodoferroviárias, que é uma questão mais americana.

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Próximo. Está disponível, não sei se todos têm conhecimento.


Hoje em dia, antes de eu sair da Ilha do Fundão, consulto o Google, que mostra
como está a situação do trânsito lá na saída da Ilha. Aqui nem está, mas ele mostra,
nem sei como, a situação do trânsito dentro da Ilha do Fundão, às vezes está
engarrafado lá dentro e mostra a Linha Vermelha. Então a gente tem que esperar
para ver se consegue sair num horário mais conveniente, verificando quais são as
vias mais adequadas para sair. Aqui está tudo em vermelho: Linha Vermelha,
Avenida Brasil, Linha amarela. Isso aqui é o GPS.

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Próximo, por favor. Não estou fazendo aqui anúncio de IPhone,


mas temos aqui o IPhone, onde você consulta – nem precisa comprar GPS, o
IPhone é o futuro – digita na sua tela, no seu carro e vê qual a melhor rota.

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Próximo slide, por favor. Você pode até reservar um carro, você
não precisa nem mais comprar um carro. Nos Estados Unidos – acho que tem isso
mais precisará comprar carro, só vai alugando. O uso do IPhone é uma coisa
fabulosa.

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Próximo, por favor. Gerenciamento de transporte público.


Basicamente são quatro serviços: o gerenciamento; a informação durante a viagem,
que é muito importante; o transporte público personalizado, que acho algo com um
potencial enorme, porque você tem o transporte público variável, em que você
solicita, de casa. Diz: “Eu quero ir da minha casa para o ponto B”, o sistema monta
uma rota nova que leva você e você passa a não usar o carro. Como eu tive que vir
de carro para cá e provavelmente estacionar ali no Meneses Cortes, se tivesse um
serviço desses, provavelmente eu teria vindo assim. Tem ainda o fator de
segurança, pois a viagem passa a ser mais segura.

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No próximo slide vemos um transporte público personalizado


feito por vans, veículos de pequena capacidade. Se você conseguir tirar algumas
pessoas dos seus automóveis, você diminui em 20% a demanda e o sistema
rodoviário vai funcionar muito melhor.

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O próximo slide diz do aluguel de bicicletas, um sistema que,


acho, já está implantado aqui. Você aluga a bicicleta, há vários postos para isso,
anda de um lado para o outro e larga a bicicleta lá. Não sei se eles copiaram, se
veio num documento do Departamento de Estado Americano. Não sei se eles
copiaram da Europa, não sei quem copiou quem, mas é um sistema que também
procura retirar carros e fazer o gerenciamento da demanda.

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O pagamento eletrônico consiste basicamente em pagar o


pedágio e pagar o sistema de transporte público. Pedágio de uma forma geral.

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No próximo, nós temos como funciona um sistema comum de


pedágio. É um horror. Quem passa ali na Ponte, na Linha Amarela vê o sistema de
pedágio provocando filas imensas. Estive recentemente nos Estados Unidos e
comparei.

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O sistema que existe em Miami, ligando Miami a Orlando, da


SunPass. Aí está uma praça de pedágio eletrônica, onde você não vê absolutamente
nada de pagamento, você passa ali a 70 milhas por hora; seu veículo é registrado, e
se você tiver registrado antecipadamente você passa e nem percebe que está
passando. Acho que essa é uma meta que nós temos que ter aqui, principalmente,
nas rotas pedagiadas, próximas da Cidade do Rio de Janeiro e dentro da Cidade. É
uma solução muito inteligente isso aqui.

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Operação de veículos comerciais, esse é o foco agora. A nota


fiscal eletrônica está possibilitando que você faça inspeção eletrônica do veículo...
faça inspeção de processos administrativos. Vamos voltar aqui: a liberação
eletrônica de veículos comerciais, você o libera com a nota fiscal. A inspeção
automatizada de segurança ao longo da via. O veículo é todo instrumentado e você
só o deixa trafegar em rotas perigosas. Por exemplo, descer a Serra das Araras só
se ele estiver com freios em dia, enfim, com sistemas mecânicos adequados, tudo
monitorado eletronicamente.

Segurança. Tem aí dois aspectos de segurança. Tem a Security,


que é a segurança; e tem a Safety, que é a segurança da pessoa a bordo. Tem uma
questão importante, referente à resposta a incidentes com materiais perigosos, uma
coisa que deve ser cada vez mais aprimorada. Você não pode atender um acidente
de ácido sulfúrico com a mesma tecnologia que você vai atender um derramamento
de gasolina. E a mobilidade de cargas que são centrais de transferência de cargas.
Isso tudo a nota fiscal eletrônica vai possibilitar que seja feito.
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Gerenciamento de emergências: notificação de emergência, o


gerenciamento de veículos de emergência e resposta a desastres. Ou seja, você tem
que detectar uma emergência. Você tem que dizer qual é a central que vai atender
aquele veículo de emergência, que tipo de atendimento, isso tudo eletronicamente.

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O Rio de Janeiro, foi falado aqui, tem uma central de detecção


de incidentes. Mas isso tudo, o sistema ITS faz com que esses atendimentos de
emergência sejam feitos automaticamente sem precisar de ninguém atuando, seja
por GPS, seja por GPRS. Isso vai ser feito.

Sistemas avançados de segurança veicular para evitar colisão


longitudinal, lateral e em interseções, tudo automaticamente, sem necessidade de
intervenção humana; reforço de visão, ou seja, os veículos podem melhorar a visão
deles em situações de muito nevoeiro e/ou chuva; prontidão de segurança;
lançamento de condições pré-acidentes – o próprio veículo se prepara para um
acidente, desligando a chave ou cortando o combustível, tensionando os cintos de
segurança, preparando o air bag para ser acionado; e operação automatizada do
veículo. O próximo slide, por favor.

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Essa é uma situação do futuro, inicialmente prevista para 2012.


O veículo se posiciona dentro da faixa e interage com o veículo da frente,
guardando a distância adequada. Há uma série de itens que são automatizados. Na
década de 90, a previsão era de que em 2012 isso estaria tudo funcionando.
Alguma coisa já existe: há veículos que, quando você estaciona, têm detectores de
proximidade traseira. Isso pode ser usado numa situação de você andar a 80 km/h e
ele guardar a distância que costuma ter na faixa. O próximo slide, por favor.

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Essa é uma rodovia americana congestionada nos dois sentidos,


uma coisa que normalmente vemos na Linha Vermelha e na Avenida Brasil. A
ideia era que tivéssemos a vida do meio, como no próximo slide, onde os veículos
são todos instrumentados, a via é instrumentada.

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Então, você consegue andar em velocidades muito altas, mais


de 100 km/h, com uma proximidade muito grande, sem ninguém estar dirigindo,
tudo automatizado. Vamos chegar lá, com certeza, só não sei quando. Vão mudar
os conceitos de capacidade de rodovias e mais veículos vão conseguir andar numa
velocidade maior, diminuindo os congestionamentos. Isso veio de uma pesquisa
americana.

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Gerenciamento de informações: hoje em dia se coleta


informação de tudo, temos vídeos de tudo. O que você fazer com isso? Vai guardar
isso? A Linha Vermelha é toda monitorada e tem vídeo de tudo. Vai guardar
durante quanto tempo? Precisa guardar aquilo tudo? Toda a Linha Vermelha tem
vídeo, DVD desde a época em que o sistema foi implantado. Não sei se continuam
guardando, mas alguma coisa têm que guardar. Guardam por quanto tempo?
Vendem?

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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA E DEBATES

O meu tempo está acabando, faltam cinco minutos. Em cinco


minutos eu concluo. Ainda tenho cinco minutos!

Serviços onde começa a haver um grande desenvolvimento de


tecnologia são os de gerenciamento de informações, manutenção e construção,
serviços operados com sistema inteligente de transporte. Temos que passar da fase
em que a pessoa faz uma obra numa via, numa rodovia, num túnel, acaba a obra e
ficam aquelas placas todas lá, tudo manual. Acho que já passamos da época do
balde vermelho com uma lâmpada dentro. Isso tem que ser modernizado, bem
indicado através de ITS, tem que ser melhorado.

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O conceito básico aqui, de alguma forma, foi passado. Temos


sempre a preocupação de desenvolver sistemas inteligentes de forma geral. Espero
ter passado esse conceito para vocês. Obrigado pela audiência.

(Palmas)

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Muito obrigado, Dr. Paulo


Cezar.

Convido agora a Dra. Lia Lombardi, que vai falar sobre o tema
Sustentabilidade no Setor de Transportes e Legado dos Megaeventos.V.Sa. poderá
fazer sua preleção do púlpito e já começa a sua carreira para o Parlamento
Fluminense. A Sra. dispõe de 20 minutos.

A SRA. LIA LOMBARDI – É, sou eu a representante das


meninas na Mesa de hoje.

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Muito obrigado, Deputado, pela oportunidade de representar o


Cebds - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - no
Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Rio de Janeiro.

Na sua presença, cumprimento os membros da Mesa, o Sr.


Secretário, Srs. Deputados, senhoras e senhores, eu tenho uma apresentação para
falar sobre um documento que lançamos em dezembro do ano passado durante a
Conferência do Clima e que está diretamente relacionado aos transportes.

Mas diante das apresentações e diante de tudo o que ouvimos


aqui, acho muito importante salientar ou reforçar o que os meus amigos de TI
informaram e pontuaram antes.

Eu sou mineira, é a minha primeira vez aqui na Alerj, é com


muito orgulho que venho representar e falar de sustentabilidade, porque acho que é
um momento muito especial que o Rio de Janeiro está vivendo. Ele tem
escancarado pela frente uma janela de oportunidades que se abrem agora, elas já
vêm sendo abertas com algumas ações que já aconteceram, com alguns
investimentos que vêm mostrando ser possível fazer o que até pouco tempo parecia
impossível. São coisas nas quais não acreditávamos mais, que pudessem acontecer,
vêm acontecendo e ainda tem muita coisa para acontecer.

E a sustentabilidade tem sido um norte nesse caminho. O Rio


de Janeiro – não sou eu quem diz isso, são os especialistas em sustentabilidade –
tem uma vocação e uma oportunidade imensa de se tornar um exemplo de cidade
sustentável no Brasil e no mundo, isso não só porque ele já tem a marca, o nome
da cidade ligado a um evento de sustentabilidade que foi a Eco-92, mas também
pelas ações, pelos ativos ambientais, pela experiência da cidade, pela matriz
energética que o Brasil possui que é uma matriz energética relativamente limpa.
Então, a janela está aberta, precisamos de muito trabalho, muito diálogo para poder
transformar essa oportunidade de fato em evento; tornar o Rio de Janeiro um
exemplo de cidade sustentável no mundo.

No ano passado, o World Business Council for Sustainable


Development que é uma rede mundial de conselhos empresariais de
sustentabilidade, fez um documento chamado “Visão 2050”. Hoje à noite a TV
Alerj, inclusive, vai mostrar um debate em que a Presidente do Cebds, Marina

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Grossi, conversa com o Haroldo Lemos do Pnuma, conversa com a Deputada


Aspásia Camargo explicando um pouco mais sobre esse documento.

Durante um ano e seis meses dois consultores do projeto


conversaram com os CEOs de empresas em todo o mundo, conversaram com
especialistas, com professores para saber o que seria uma cidade sustentável, o que
eles considerariam que seria um mundo sustentável em 2050, porque a grande
preocupação é que em 2050 seremos nove bilhões de habitantes, segundo
estimativa da ONU. Com 9 bilhões de habitantes produzindo e pensando do jeito
que produzimos, pensamos e agimos hoje, seriam necessários 2,3 planetas para
suprir todas as nossas necessidades.

Então, é preciso mudar, é preciso mudar o jeito de pensar, o


jeito de produzir, o jeito de gerir. E é pensando nisso que o World Business
elaborou esse documento, é um documento importante que recomendo com
veemência, ele está disponibilizado no site do Cebds, que é www.cebds.org.br. É
só baixar.

Esse documento aponta o caminho do que seria necessário para


se chegar a esse mundo sustentável em 2050. Ele divide essas metas em nove
pilares, e um desses pilares é justamente o transporte, a mobilidade. E as dicas, as
metas relativas a transporte e sustentabilidade estão muito próximas ao que o
Estado do Rio de Janeiro, a Cidade do Rio de Janeiro, vem desenvolvendo aqui. É
claro que há um acerto ou outro, Deputado Paulo Ramos; as dicas e sugestões eu
tenho certeza que ainda são muito bem-vidas; tem muito trabalho pela frente; é um
longo caminho.

Mas justamente no ano que vem, o Rio de Janeiro sedia a


Conferência da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável. Também aqui no Rio
de Janeiro. Quer dizer, é uma série de eventos que vão acontecer e abrindo, de
certa forma, depois dos Jogos Militares deste ano, a Conferência de Meio
Ambiente falando sobre economia verde. Então é um momento que todos nós que
lidamos com o pensamento das cidades devemos estar muito atentos. Teremos uma
oportunidade para treinar isso durante o sustentável que é um evento que o Cebds
produz, realiza, no fim deste ano, para o qual já podemos começar a esquentar as
discussões ao longo do ano e ao longo do sustentável.

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Bom, mas tudo isso foi só mesmo para contextualizar um pouco


a importância da sustentabilidade nessas próximas décadas. Essas duas próximas
décadas são consideradas décadas da adolescência turbulenta; é um tempo em que
as grandes decisões terão que ser tomadas; as grandes mudanças terão que ser
feitas, terão que ser efetuadas; é um período de turbulência, de adaptação, de
acomodação, e eu acho que isso já começa a acontecer aqui no Rio de Janeiro.

Bom, falando sobre transportes, em dezembro do ano passado o


Cebds... O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável é
uma associação sem fins lucrativos criada em 1997 para promover o
desenvolvimento sustentável entre grandes empresas.

Hoje temos 55 grandes empresas associadas e trabalhamos para


promover o desenvolvimento sustentável nestas. Juntas elas representam cerca de
40% do PIB nacional e cerca de 600 mil empregos diretos.
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Nós fazemos parte dessa grande rede – eu já tinha falado –, que


é a rede do World Business, que congrega 60 congressos nacionais em 60 países
diferentes e fazemos no Cebds as câmaras temáticas. São oito hoje. Comunicação e
Educação, Biotecnologia e Biodiversidade, enfim, oito temas diferentes, um deles
é a mudança do clima. E foi justamente a Câmara de Mudança do Clima, que
elaborou esse documento, Diretrizes para a Sustentabilidade dos Mega Eventos,
em parceria com a COPPE-UFRJ.

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O documento que tem essa capa, vocês devem ter recebido aí


também, foi lançado na Conferência do Clima, em Cancun, evento paralelo
realizado no dia 7 de dezembro e nós tínhamos uma certa preocupação, porque o
evento foi realizado fora do local de negociação da ONU e estavámos sem saber se
o evento iria gerar uma grande movimentação. Mas para nossa surpresa o evento
foi um dos mais concorridos durante a COP o que mostra que não é só pela
realização dos megaeventos, é também pelo pensamento e pela oportunidade que o
planejamento da cidade para os megaeventos representa quando você vai pensar no
planejamento da cidade para o futuro.

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Quando falamos em megaeventos pensamos que são eventos


que geram grande aumento no número de visitantes na cidade sede e que exerce
uma forte pressão sobre os serviços, principalmente os serviços de transportes.
Esse aumento repentino é uma prévia do que pode acontecer no futuro, quando a
cidade tiver um aumento no número de habitantes. Então a preparação para os
megaeventos é uma oportunidade de a cidade também se preparar para o futuro,
como bem colocou aqui o Secretário Júlio Lopes no início do nosso evento.

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A publicação está baseada principalmente na experiência de


sustentabilidade de alguns megaeventos mundiais, que são: a Copa do Mundo da
África do Sul; a preparação de Londres para as Olimpíadas de 2012; a experiência
do Rio de Janeiro na realização dos Jogos Panamericanos de 2007 e também traz
alguns compromissos assumidos para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016,
pela organização deste. São compromissos bastante audaciosos, há de se dizer, o
que combina bastante com este momento de transformação pelo qual o Rio está
passando.

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O Rio de Janeiro sai na frente nesse quesito exatamente porque


tem uma matriz energética limpa. A matriz brasileira é baseada numa fonte
energética limpa. Na comparação com outras cidades, o Rio de Janeiro tem um
índice de emissão muito pequeno. Seu índice é 2,7 de emissão toneladas de CO2
equivalente por habitante. Washington emite 19,7; Londres, 6,18; e Nova Iorque,
7,1. Seria o caso de relaxar e dizer que podemos descansar porque o índice de
emissão gerado não vai ser muito grande, mas é o contrário, é uma oportunidade,
mais uma vez, de o Rio se tornar exemplo de cidade sustentável para o Brasil e
para o mundo.

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O que há de comum na experiência de todas essas cidades na


realização dos megaeventos é que eles ajudaram e inspiraram a criação das
diretrizes para os transportes, mas falamos também em outras diretrizes – para
resíduos sólidos e alguns outros setores. No caso dos transportes, algumas
diretrizes são comuns. Por exemplo, incentivar o uso de transporte coletivo, os
deslocamentos a pé e de bicicleta, planejar a interligação entre as redes de
transporte metrô/ônibus, a pé/bicicleta. De nada adianta incentivar o uso se essas
redes não estão interligadas.

Incentivo ao uso de combustível renovável pela frota que serve


aos eventos; evitar viagens desnecessárias, tanto para as pessoas que participam da
conferência quanto para o serviço de entregas, durante e na preparação dos
eventos; restringir o uso de carro nos eventos. Uma das formas com que algumas
dessas cidades fizeram isso – Londres, por exemplo – foi proibindo o

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estacionamento privativo para automóveis dentro dos locais dos eventos, salvo,
claro, algumas exceções.

O que varia de uma cidade para outra é a forma como elas


implementam essas mudanças. Isso varia muito de acordo com a cultura de cada
uma dessas cidades, desses países. Na África do Sul, por exemplo, uma das metas
era a criação dos ecotáxis. Seria formada uma frota menos poluente do que a frota
que eles tinham, de carros já bastante antigos. Eles não conseguiram porque a
legislação impedia, a legislação dizia que para oferecer serviço de táxi bastava que
o carro tivesse condição de uso. Eles, então, inverteram e, em vez de renovar a
frota, renovaram o pensamento dos motoristas e passaram a ensiná-los a conduzir
de uma forma ecoeficiente. Esse curso para ensinar como conduzir de maneira
ecoeficiente se tornou até obrigatório no país posteriormente.

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Em Londres, a expectativa é de que, no ano que vem, o uso de


transporte público na cidade seja gratuito para todos durante os Jogos. Eles
também pretendem deixar um legado educativo para as pessoas da cidade,
relacionado a comportamentos de sustentabilidade, como, por exemplo, o uso do
transporte público em vez do automóvel particular.

A publicação também traz algumas experiências do Rio durante


o Pan, principalmente com a criação e ampliação das linhas de ônibus e integração
de metrô e trens. Na ocasião, eles fizeram 400 mil viagens a mais, durante o
evento. Acho que o recado está passado. Pode passar para o último, por favor.

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O que eu queria dizer é isso: as informações, as diretrizes, as


experiências estão aí, na publicação que foi deixada para vocês. Eu queria só
mesmo reforçar a importância deste momento que o Rio está passando, de todos
estarmos atentos às oportunidades que temos pela frente. Parabenizo as iniciativas
do Estado, da Prefeitura, das empresas. Acho que o Rio parece caminhar no rumo
da sustentabilidade. Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (Luiz Paulo) – Muito obrigado, Dra. Lia


Lombardi.

Antes da conclusão dos nossos trabalhos, quero fazer algumas


reflexões sobre todas as preleções que ouvi.

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O Estado do Rio de Janeiro, por estar cortado pela Serra do Mar


e ter esse contraste maravilhoso entre mar e montanha, também é extremamente
frágil. É da nossa natureza e da nossa constituição.

À esquerda dessa Serra do Mar, temos Angra I, Angra II e


Angra III, em construção, às margens da BR 101, tendo ao fundo de Angra
encostas íngremes e instáveis, que é característica da Serra do Mar.

Toda a Região Serrana, duramente castigada pelas chuvas de 11


e 12 de janeiro próximo passado, demonstrou toda a sua fragilidade em relação aos
eventos excepcionais da natureza. E, já chegando em Niterói, em todo o nosso
Norte Fluminense, você tem as plataformas petrolíferas e o pré-sal prometendo um
tsunami de óleo e gás de grandes profundidades, evento também que irá acontecer
na divisa do Estado do Rio de Janeiro com São Paulo.

E eu citei três questões. Além disso, temos o rio Paraíba, que


corta o nosso Estado de ponta a ponta, e vai desaguar na bacia de Campos, que é
veículo de transmissão de contaminação hídrica, mas também de muitas cheias
sucessivas, sempre afetando cidades a jusantes. E no meio disso tudo, a nossa
querida Baía de Guanabara.

Ora, sob o ponto de vista dos riscos, das mudanças climáticas, é


fundamental, no meu entendimento, que o Estado do Rio de Janeiro crie um centro
de prevenção de catástrofes. Acho essa questão importantíssima, e já temos aqui no
modelo da cidade do Rio de Janeiro que essa possibilidade existe. Não com as
mesmas características, mas essa possibilidade existe.

Está previsto no Orçamento de 2011, proposta deste


Parlamento, essa possibilidade. E o próprio Governo Federal, através do Ministro
Aluízio Mercadante, já introduziu esse discurso como uma necessidade do país.
Eu, particularmente, vejo como uma necessidade também do nosso Estado, e essa
questão está intimamente ligada à tecnologia da informação. É claro que um centro
de prevenção a catástrofes em que os governos estariam articulados com a
academia e com a sociedade civil, interligados com redes sociais, etc. Essa é a
primeira questão que considero relevante.

A segunda são as Agências Reguladoras, que vejo até alguns


membros aqui, que precisam entrar na era da tecnologia da informação. Eu ainda

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não vi um Conselheiro da Agência chegar aqui com um laptop para me perguntar


se o trem que saiu agora de Santa Cruz está no horário ou atrasado. Não vale
responder. Eu vou telefonar para a SuperVia para perguntar se o metrô que saiu de
Botafogo às 11h42min tem chance de chegar ao Largo da Carioca às 11h54min.
Outra questão é que as agências têm que estar com a tecnologia de informação para
cumprir o seu papel de mediadora dos conflitos entre poder concedente,
concessionárias e usuário. Segunda questão.

A terceira, é que o Deputado Paulo Ramos, quando fez o


contraditório dele, tem toda razão: a potencialidade de transporte da nossa Baía da
Guanabara não está sendo explorado. Quando fui Secretário de Transportes da
Cidade do Rio de Janeiro, em 2001, verifiquei e fiz contato com a Secretaria de
Transportes para isso, porque a linha de maior desejo dos usuários do entorno da
Francisco Bicalho era de ir para Niterói e São Gonçalo. E todos eles, sem exceção,
vão pegar um ônibus que vai passar na ponte, porque não vão se deslocar da
Francisco Bicalho para Praça XV, para da Praça XV ir para Niterói e, depois,
pegar outra condução para ir a São Gonçalo. É como “vovó viu a uva”: se a área
portuária precisa ser ativada, por que não acontece? Ontem mesmo eu estive em
São Gonçalo e a população não cansa de demandar uma solução. Evidentemente
daí advêm outras soluções – para Caxias, para Magé, Ilha etc.

Eu não estava presente como estava V.Exa., Paulo Ramos, mas


eu li na história que nós já tivemos uma ligação de barca Caju-Botafogo. Foi em
tempos de antanhos, Secretário. E numa campanha da Prefeitura a gente lançou a
hipótese de ter uma linha Aeroporto Internacional do Galeão/Pier da Praça Mauá,
com check-in e check-out em Botafogo.

Já pensaram que maravilha o turista entrar no Rio de Janeiro


sem pegar a insegurança da Linha Vermelha, com esse fundo Baía/Cidade? É
possível? Claro que sim. É só querer.

Então, nessa área do transporte hidroviário há ainda muita coisa


a se avançar. Eu lembro, Dr. Paulo César, que a Dra. Milena Boldemer, que é lá
da COPPE, não sei se ainda é.

O SR. PAULO CÉSAR – Ainda é.

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O SR. LUIZ PAULO – Uma vez ela me fez uma apresentação


de uma prestação de serviço que eles fizeram para o BNDES, com integração de
todos esses sistemas, envolvendo inclusive carga, um dos pontos que o nosso
Seminário de hoje não abordou. Dizia das plataformas logísticas etc., nos diversos
sistemas. Essa é outra questão para reflexão porque isso tudo está ligado à
sustentabilidade. Logística de distribuição de carga é fundamental para a fluidez do
trânsito, em qualquer cidade.

No final de semana eu fui procurado para uma questão


diferenciada: carretas com excesso de velocidade na BR-040, na serra, tombam
sucessivamente, paralisando a rodovia por duas ou três horas. Pior do que isso,
provocam mortes. Será que as companhias, as empresas não podem ter GPS nas
suas carretas para fazer o controle de velocidade? Não é o caso da nossa agência
aqui, mas da ANTT, enfim, de qualquer agência reguladora regular, no nível
nacional, e controlar essa velocidade? Às vezes, a gente está a 100 km/h na BR-
040, e uma carreta despacha a gente, como se fosse possível algum sistema de
frenagem segurar. Essa é outra questão na área de transportes, para nossa reflexão,
mas, inegavelmente, o sistema tem avançado. Eu estava aqui vendo o Lélis, hoje,
e lembrei que em 2001 nós regulamentamos no Município do Rio de Janeiro a
bilhetagem eletrônica – faz dez anos. A lei foi aprovada, nós escrevemos o decreto
de regulamentação. Em 2007, se não me engano, no Governo da Sra. Rosinha, esta
Casa aprovou o projeto da bilhetagem eletrônica e, em 2010, a Lei do Bilhete
Único. Dez anos, mas se avançou de maneira formidável, porque não se poderia ter
nenhum Bilhete Único sem antes se ter bilhetagem eletrônica. Está se avançando,
mas se pode avançar com mais velocidade.

Comentava, aqui do lado, com o Secretário Carlos Alberto


Osório que estamos vivendo uma epidemia fantástica, sob o ponto de vista de
números, da dengue tipo 4. São 25 casos por dia, o que dá 600 por mês. Será que
isso já não podia estar sendo monitorado no sistema da Prefeitura do Rio, pelo
menos da Cidade do Rio de Janeiro, com todas as manchas de dengue, o número
de casos, quantas casas estão sendo vistoriadas, onde estão essas casas? É evidente
que sim.

Há dois anos, assisti a uma apresentação da Firjan, não sei se o


Júlio a assistiu, de um sistema que eles contrataram para mostrar em cada hospital
da Cidade do Rio de Janeiro e posto de saúde o que havia de disponibilidade de
atendimento médico: era só botar o cursor em cima que ele dava os dados. Ora,
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esse é um instrumento eficientíssimo para fazer a gerência de leitos e dar


transparência, para que qualquer um saiba. Isso é outro avanço fundamental na
área da saúde porque hoje, dependendo da doença, o cidadão fica rodando para
saber qual é o hospital que pode recebê-lo.

Dois anos atrás, fiz uma visita à SuperVia, quando estavam


ocorrendo aqueles acidentes todos, e perguntava lá: “Por que não há o sistema de
som do maquinista? O acidente acontece, ele parou na via, não vai chegar à
estação. Ele comunica à central, a central comunica à estação, a primeira a que o
trem chegará, que o trem está atrasado etc. Informa o usuário, informa
internamente.” “Ah, porque no dissídio coletivo da categoria o sindicato não
aceitou que o condutor fosse simultaneamente aquele que opera o rádio.” Isso é
impasse? Se não conseguiu negociação com o sindicato, bota um cidadão só para
fazer isso, mesmo com uma tecnologia ainda muito primária.

Acho que um dos aspectos positivos deste seminário é mostrar


todo o potencial da tecnologia de informação e verificar que quem não entra nela
está fora do tempo. Se está fora do tempo, quem está sendo prejudicada é a
população da nossa Cidade e do nosso Estado. Na regulamentação do Município
do Rio de Janeiro, eu me lembrava de que fizemos questão de botar lá o transporte
complementar, inclusive com GPS e bilhetagem. Não há como ter um sistema que
esteja fora do sistema geral, senão, não é sistema, é qualquer outra coisa menos
sistema.

As redes sociais, que foram mencionadas aqui com relevância,


devem ser usadas à exaustão pelas concessionárias para informar em tempo real o
que está acontecendo – de ruim, inclusive e principalmente, para haver
alternativas, para se acabar com essa história de que boa transparência é aquela que
informa só o que está acontecendo de bom. Tem que informar o que está
acontecendo de ruim para as pessoas terem alternativas e o próprio sistema
corrigir.

A Dra. Lia falou em sustentabilidade com muita clareza. Eu


afirmei aqui que vamos ter um tsunami de energia e gás no Estado – tsunami no
bom sentido. O nosso gás não tem a utilização plena e devida, como alternativa à
energia elétrica e à energia gerada por produtos radioativos. Não temos esse uso, é
uma subutilização. E o nosso gás associado ao petróleo é queimado todos os dias
em altíssimas quantidades.
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Essa é uma questão que o Estado do Rio de Janeiro tem que


exigir que o Brasil discuta, porque a política do gás não é uma política só do
Estado do Rio de Janeiro, mas somos 80% talvez dessa produção local. Essa é
outra reflexão.

Para concluir, para reflexão do nosso dublê de Deputado


Federal e Secretário de Transportes, é a questão do Metrô.

Eu tenho sempre uma questão com a expansão do Metrô e que a


tecnologia de informação resolveria para tirar a dúvida de grande parte da
população – e até agora eu não vi.

Tudo o que está sendo planejado de Metrô está pendurando na


Linha 1, e no núcleo central da Linha 1, eu temo que ele não suporte essa
sobrecarga. Metrô é sistema. Quando estendemos da General Osório à Barra,
estamos carregando a Linha 1; quando fazemos um sistema de ônibus circular na
Rua Jardim Botânico, saindo da Gávea, levando à estação de Botafogo, estamos
carregando a Linha 1.

Estamos comprando outros trens, é verdade, mas no tempo, isso


não está funcionando como sistema, está com sobrecarga na Linha 1. Em todas as
audiências públicas a que já fui, no fundo, no fundo, se reduzem a isso.

Tecnicamente está demonstrado que essa é a melhor solução.


Uma boa simulação computacional resolveria isso com clareza ou, pelo menos,
daria mais tranquilidade. É a outra questão que deixo.

E me autocontrolando no justo tempo de 13 horas, o horário


definido pela Presidência da Casa, pelo Deputado Paulo Melo, para concluirmos os
trabalhos, eu diria aos Senhores que quem quiser fazer perguntas, anote seu e-mail,
mande para a Mesa que ela se encarregará de fazer chegar a cada Secretário, a cada
palestrante, para que haja a resposta.

Agradeço profundamente ao Fórum de Desenvolvimento


Econômico, na figura da Geiza, à organização do evento, a todos os que
colaboraram com o evento. Agradeço também a presença das Senhoras e dos
Senhores, e da Mesa que se dispôs a ficar conosco durante quatro horas fazendo
essa reflexão.

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Muito obrigado. Boa tarde a todos.

Está encerrada a Sessão. (Palmas)

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