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2003
Os climas secos e frios, por outro lado, inibem as reações químicas, resultando em
solos pouco espessos. Condições desse tipo ocorrem nas partes altas dos Estados
do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde as temperaturas são baixas e no
sertão do Nordeste, onde a precipitação pluviométrica é extremamente reduzida.
3. TIPOS DE SOLOS
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A porção superficial dos solos formados pelo intemperismo fica sujeita aos
chamados processos pedogenéticos que promovem a adição, perda, transformação
e transporte do material do solo. Os principais processos são o de eluviação e
iluviação, respectivamente processos de perda e adição de material; a lixiviação,
que remove os sais solúveis e a podzolização e a laterização, respectivamente,
processos que levam à concentração de sílica e ferro. O agente principal dos
processos pedogenéticos é a movimentação da água no solo, através de infiltração
no período de chuvas e evaporação nas secas, razão pela qual esses processos
são particularmente ativos nas regiões tropicais. A laterização promove a
concentração de óxidos de ferro na parte superior dos perfis de solos, que adquirem
a cor avermelhada típica dessas regiões.
Os grãos minerais que constituem os solos residuais são o principal material que dá
origem aos solos transportados, incluindo blocos de rocha ou fragmentos de
minerais mais resistentes. Durante o transporte, esses materiais ficam sujeitos à
abrasão e desagregação, sendo que, no caso das argilas, a desagregação
geralmente atinge a fase de suspensão coloidal. As transformações mineralógicas
não são comuns durante o transporte, porém, novos minerais podem ser formados
na fase de deposição. Como os processos são superficiais, os solos transportados
podem englobar materiais e restos orgânicos.
O horizonte R3 é denominado de rocha alterada mole uma vez que somente pode
ser escavado, manualmente, com picareta e com o bico do martelo de geólogo, ou
então, mecanicamente, com escarificador. Nas sondagens à percussão é o material
perfurado pelo processo de lavagem, correspondendo ao material de 2 a. categoria
nos contratos de escavação. O horizonte de RAM pode estar ausente nos perfis de
intemperismo, conforme discutido no item 4.2.4, porém, quando o perfil de
intemperismo é muito evoluído, a espessura de RAM pode ser superior a 10 m.
Este último critério não pode ser aplicado, isoladamente, para definir o topo de
rocha que, usualmente, corresponde ao topo de RAD, ou seja ao material que
somente pode ser escavado com explosivo. O impenetrável à ferramenta de
lavagem das sondagens à percussão pode ser representado, por exemplo, por um
matacão de rocha sã que pode ocorrer, até mesmo, no horizonte de solo eluvial.
Dessa forma, para a determinação do topo de rocha podem ser necessários outros
métodos de investigação, tais como sondagens rotativas e sísmicas.
e o topo rochoso torna-se muito irregular, com aspecto serrilhado pela alternância
de zonas verticais de solo de alteração e rocha em diferentes estágios de alteração.
5. SOLOS TRANSPORTADOS
Os principais fatores que afetam a produção dos aluviões são o material da fonte, a
ser erodido e transportado e a energia ou capacidade de transporte do curso d'
água. As variações da fonte são mais apreciáveis nos rios de maior declividade,
quando a maior energia permite que diferentes materiais sejam arrastados e nos
rios de grande porte, onde o retrabalhamento de diferentes aluviões, anteriormente
depositados, é comum.
A capacidade de transporte é afetada não só pela declividade, vale dizer pelo relevo
da região onde o rio está inserido, mas, também, pela sazonalidade pluviométrica.
Assim, os rios podem transportar uma ampla gama granulométrica durante o
período de chuvas e uma estreita faixa de tamanho de partículas, na época das
secas. As variações da fonte e da capacidade de transporte refletem-se na
deposição de camadas com características distintas. Cada camada representa uma
fase de deposição e, consequentemente, apresenta espessura, continuidade lateral,
mineralogia e granulometria particulares. Em decorrência, o pacote aluvionar é
altamente heterogêneo, entretanto, as camadas isoladas podem apresentar-se
muito homogêneas.
marinhos do litoral paulista tem sido exaustivamente estudadas por Suguio e Martin
(1994) e, suas propriedades geomecânicas, por Massad (1994).
6.1 Tipologia
A determinação do tipo de solo deve ser feita conforme indicado no fluxograma da Figura
4. Inicialmente deve ser feita a distinção entre solo residual e transportado, a partir das
condições geomorfológicas. Assim, aluviões ocupam as áreas planas das margens dos rios
onde se instalam as várzeas ou zonas alagadiças. Coluviões e tálus ocorrem em áreas
acidentadas, ocupando patamares sub-horizontais, ligeiramente convexos e os solos
residuais ocupam o topo e as encostas das elevações, conforme ilustrado na Figura 3. Nas
regiões tropicais é comum a presença de uma camada subsuperficial, rica em restos
vegetais e matéria orgânica, de cor escura, conhecida pelo nome de solo vegetal, não
indicada no fluxograma uma vez que pode ocorrer em qualquer tipo de solo.
Os solos superficiais são caracterizados pela sua cor homogênea e pela sua isotropia,
conseqüência da ausência total das estruturas da rocha mãe. Além disso, somente podem
ocorrer acima do SA, para os quais passam gradualmente.
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Os corpos de tálus podem ser confundidos com solo residual com blocos de rocha. Quando
constituídos por blocos de rocha xistosa ou estratificada, sua identificação é facilitada pelas
diferentes atitudes dessas estruturas em cada bloco. Nos tálus constituídos por solos e
blocos, que são a grande maioria, o solo intersticial, em geral, apresenta cor escura,
servindo, ainda, como indicador, a ausência de SA, o que elimina a possibilidade de blocos
de rocha "in situ".
A presença de coluvião pode ser ainda detectada pela elevada porosidade e pela
uniformidade de suas propriedades físicas, em particular a granulometria, que se refletem
em índices de resistência à penetração uniformes ao longo do perfil. As feições
geomorfológicas típicas dos coluviões também são utilizáveis, entretanto, essas feições
não são notáveis quando os corpos coluvionares são pouco espessos.
4.2 Terminologia
Para fins de obras rodoviárias, os solos devem ser identificados pela sua origem geológica
e por um sistema de classificação geotécnica, apropriado ao tipo da obra.
• SOLO SUPERFICIAL (SS), de basalto, argila pouco arenosa fina, vermelho escuro.
• SOLO DE ALTERAÇÃO (SA), de arenito (Fm. Marília), areia fina, siltosa, pouco argilosa,
com fragmentos de mica, cores variegadas cinza e amarelo.
• ALUVIÃO (AL), areia fina, pouco siltosa, com nódulos argilosos e seixos até 1 cm, cinza
amarelada.
• TÁLUS (TT), blocos de basalto (RAD/RS) com diâmetro entre 0,2 e 0,7 m em matriz de
solo areno argiloso, cinza escuro.
Os exemplos acima são simplificados, servindo apenas como orientação. Devem ser
adicionados parâmetros de consistência e compacidade e, no caso de solo de alteração, a
atitude das estruturas como abaixo:
• Estratificação nítida a N30o - 45o NW, com fraturas preservadas a N310 o, verticais,
espaçadas de 1,5m, com filmes argilosos submilimétricos.
7.1 Terminologia
• RAD (basalto), com zonas de RAM e faixas sub horizontais de até 10 cm de espessura
de SA e
brandas, uma vez que, certas rochas, como as sedimentares com cimento argiloso, sequer
apresentam minerais sãos.
Para orientar a aplicação das classes de alteração aos vários tipos de rocha foram
definidos grupos de rocha e limites entre as classes através da resistência à compressão
uniaxial (RCU). Este parâmetro foi escolhido uma vez que, as propriedades da rocha que
determinam sua resistência à alteração estão intimamente ligadas àquelas que definem
sua resistência mecânica, de tal sorte que, em geral, quanto maior for a resistência
mecânica da rocha, maior será sua resistência à alteração. Além disso, a resistência à
compressão uniaxial (RCU) pode ser obtida no campo através de medidas de resistência a
compressão puntiforme com esclerômetros ou pode ser estimada através da reação ao
martelo de geólogo.
TABELA 1
GRUPOS DE ROCHA PARA APLICAÇÃO DO PERFIL DE INTEMPERISMO
TABELA 2
REAÇÃO AO MARTELO PARA OS GRUPOS DE ROCHA
Como regra geral, as rochas mais densas e maciças, o que inclui os basaltos
maciços, apresentam elevados valores de RCU. A textura (tamanho dos graõs) e
as estruturas internas (estratificação e xistosidade) afetam sensivelmente a
resistência mecânica das rochas. A mesma variação é observada na RCU de
rochas sedimentares quando medida paralela ou perpendicularmente à
estratificação.
REFERÊNCIA