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Ministério da Saúde

Secretaria de Atenção à Saúde . Departamento de Atenção Básica


Coordenação de Acompanhamento e Avaliação

Avaliação para Melhoria da Qualidade da


Estratégia Saúde da Família

Guia de

Implantação Municipal

AMQ

Brasília, DF - 2006.

1
© 2005 Ministério da Saúde
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A responsabilidade pelos direitos autorais desta obra é da Coordenação de Acompanhamento e Avaliação/ DAB/SAS/MS

Edição, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Atenção à Saúde
Departamento de Atenção Básica
Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Edifício sede, 6º andar, sala 635, CEP: 70058-900
Telefones: +55 (código operadora) (61) 3315 -3434 e (61) 3315- 2391
Fax: +55 (código operadora) (61) 3226- 4340 e-mail: avaliacaoesf@saude.gov.br
Home-page: www.saude.gov.br/caadab - Avaliação para Melhoria da Qualidade

Guia de Implantação Municipal AMQ

Tiragem:

Coordenação Técnica: Iracema de Almeida Benevides

Equipe Técnica:
Ávila Teixeira Vidal, Andréa Leitão Ribeiro, Eroneide Valéria da Silva, Francisco José Pacheco dos Santos, Gisele Cazarin,
Joseli Maria Araújo, Letícia Milena Ferreira da Silva, Maria Angela Maricondi, Marina Ferreira de Medeiros Mendes.

Consultoria Especializada em Avaliação e Qualidade:


Carlos Eduardo Aguilera Campos - UFRJ
Eronildo Felisbeto – IMIP

Consultoria Internacional em Qualidade:


Luis F. Coronado, MD. MBA

Colaboração:

Organização Panamericana da Saúde – OPAS


Julio Suarez e Juan Seclen

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO


Heloíza Machado de Souza

Instituto de Qualidade em Saúde / Ministério da Saúde de Portugal – IQS


Luis Pisco

Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira - IMIP


Ana Cláudia Figueiró; Isabella Samico, Cinthia Kalyne de A. Alves, Paulo Germano de Frias

Ministério da Saúde:

Secretaria de Atenção à Saúde


Departamento de Atenção Básica
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas.

Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde


Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde

Secretaria de Vigilância em Saúde


Departamento. de Vigilância Epidemiológica
Departamento de Análise de Situação de Saúde

2
Primeiras palavras

O Guia de Implantação Municipal AMQ integra o conjunto de publicações do projeto


Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família (AMQ)
composto pelo Documento Técnico e pelos cadernos de auto-avaliação.

Buscamos, nas páginas seguintes esclarecer e orientar ar os principais aspectos


relacionados ao “como” implantar e utilizar o AMQ e seus recursos. Constitui-se,
desta forma, numa ferramenta essencial para gestores, coordenadores e técnicos
municipais e estaduais empenhados na implantação do projeto de maneira
consistente e duradoura, garantindo que o seu potencial de impulsionar a melhoria
da qualidade desenvolva-se plenamente.

Considerando as múltiplas possibilidades oferecidas pelo projeto enquanto


instrumento para avaliação, planejamento e gestão da estratégia Saúde da Família,
buscou-se ressaltar, entre as orientações objetivas para a sua implantação,
elementos sutis que deverão ser cultivados no seu processo de utilização: abertura
para o novo, impulso para o aperfeiçoamento do trabalho, flexibilidade para realizar
mudanças, perseverança na ação e trabalho em equipe.

Esperamos que os conteúdos cumpram com sua finalidade e atendam à expectativa


dos leitores e usuários da proposta.

Nossas calorosas saudações e votos de bom trabalho com o AMQ!

Equipe AMQ

3
Para compreender o AMQ é preciso saber que...

A proposta Avaliação para Melhoria da Qualidade – AMQ está inserida no conjunto


de ações propostas pelo Ministério da Saúde para a institucionalização da Avaliação
da Atenção Básica. Ela é direcionada ao âmbito municipal da estratégia Saúde da
Família e tem como atores principais os profissionais das equipes, coordenadores e
gestores. Por meio de uma metodologia de avaliação sistêmica1, dinâmica e
interativa, possibilita a gestão interna dos processos de melhoria da qualidade com
vistas ao contínuo aprimoramento deste modelo de atenção à saúde, considerado o
eixo central da Atenção Básica no país.

O ponto de partida da proposta é a concepção da avaliação enquanto um processo


crítico-reflexivo permanente que deve ser desenvolvido em co-responsabilidade
pelos sujeitos da ação, como forma de subsidiar a tomada de decisão na gestão da
qualidade em saúde.

Buscou-se, posteriormente, por meio da definição das principais diretrizes, garantir


o alinhamento dos diversos elementos do projeto com este referencial conceitual.
Desta maneira, a perspectiva da gestão interna dos processos de melhoria da
qualidade, a livre-adesão pelos gestores e participantes no âmbito municipal e a
ausência de incentivos ou punições relacionadas aos resultados colocam-se como
elementos fundamentais da proposta.

A estruturação metodológica do AMQ foi um dos maiores desafios enfrentados pela


equipe técnica, exigindo grande capacidade de reflexão, criatividade, bagagem
teórica, sintonia com a Saúde da Família e observação dos resultados trazidos pelo
teste piloto do AMQ em 25 municípios brasileiros.

A auto-avaliação, representando a perspectiva interna de avaliação e uma das


tendências mais contemporâneas no trabalho com instrumentos de Melhoria da
Qualidade, foi considerada a abordagem mais adequada para atender às diretrizes
do projeto à medida que envolve os participantes de maneira efetiva e direta.
Sabe-se que os indivíduos envolvidos no cotidiano dos serviços de saúde nos
municípios são aqueles que podem avaliar de maneira mais específica e
particularizada a situação da estratégia Saúde da Família, em seu âmbito de
atuação. Também são eles que sabem que ações podem ser executadas para o
alcance da qualidade desejada ou da qualidade possível, de acordo com as
condições locais.

Uma das críticas à abordagem auto-avaliativa refere-se ao fato de que os


resultados das avaliações podem apresentar um alto grau de subjetividade,
podendo ocorrer respostas subestimadas ou superestimadas.

Compreendemos, entretanto, que os demais elementos do projeto, especialmente a


indução da confiança dos participantes no AMQ como um conjunto de recursos
voltados exclusivamente para o aprimoramento técnico, assegura respostas
transparentes e verdadeiras, ao invés de respostas “ideais”. E por isto a diretriz de

1
A palavra sistêmica refere-se ao fato do AMQ contemplar todas as áreas de atuação da Saúde da Família: os aspectos da
Gestão (incluindo coordenação técnica e Unidades Saúde da Família) e o trabalho das equipes.
4
ausência de premiação por bons resultados ou punição pelos maus resultados é um
eixo central para alcance dos objetivos da proposta.

Embora a metodologia definida seja, a rigor, quantitativa, todo o processo de


trabalho que antecede a avaliação é qualitativo, dialógico e educativo. Ao
recomendar que as respostas sejam construídas de maneira coletiva (mesmo nos
instrumentos individuais), incorporando a perspectiva de todos os envolvidos
naquela dimensão, o AMQ oportunizar o debate, cria espaços para troca de
conhecimento e possibilita a formação de consensos.

A grande diversidade social, econômica e cultural do país, e os diferentes estágios


de implantação e de desenvolvimento da estratégia Saúde da Família nos
municípios colocaram-se como os maiores desafios a serem superados na busca por
um projeto de âmbito nacional, com instrumentos universais. A co-existência de
equipes Saúde da Família, em uma mesma cidade ou região, com formas de
atuação e resultados muito distintos compõe este panorama heterogêneo.

Definiu-se, inicialmente, duas grandes unidades de análise, ou seja, os


componentes “gestão” e “equipes Saúde da Família”. A seguir, para cada um deles,
foram determinadas dimensões e subdimensões avaliativas de acordo com os
princípios, diretrizes, campos de atuação e linhas de ação da estratégia Saúde da
Família.

O modelo proposto por Donabedian, em que os aspectos de estrutura, processo e


resultado têm uma relação linear, foi tomado como fio condutor da proposta.
Considerando-se que o AMQ proporciona a aproximação de muitos profissionais “da
ponta” com o campo da avaliação, este modelo clássico coloca-se como uma
referência básica para a apropriação de outras reflexões teóricas.

A opção por padrões de qualidade de resposta categórica (sim/ não) foi a que
melhor atendeu aos objetivos do projeto de elaborar instrumentos de avaliação
sensíveis, específicos (gestão/ práticas) e universais para o país, de fácil
compreensão e utilização. A proposição do conjunto preliminar de padrões foi feita
a partir de uma série de oficinas de trabalho da equipe técnica do projeto, com a
participação de áreas do Ministério da Saúde e de especialistas em avaliação e
qualidade em saúde.

Após a definição inicial dos padrões de qualidade, procedeu-se com o


estabelecimento de algumas diretrizes específicas para a consolidação de resultados
e definição dos estágios de qualidade da proposta. Para atender aos objetivos do
projeto, definiu-se que os resultados deveriam ser apresentados de maneira
individualizada e o mais detalhada possível. Também deveriam ser evitadas
classificações convencionais, totalizadoras de resultados não semelhantes. Em
classificações deste tipo, as partes são tomadas pelo todo ou o contrário,
cometendo-se injustiças, desestimulando os participantes e inviabilizando a
elaboração de planos de intervenção específicos.

Surgiu, assim, a idéia de atribuir aos padrões o conceito de estágios de qualidade,


numa lógica de desenvolvimento incremental segundo cinco estágios definidos,
desde um estágio de qualidade Elementar até a qualidade Avançada.

5
A definição dos estágios de qualidade e seu relacionamento aos padrões avaliativos
fortaleceram os aspectos pedagógico, educativo e indutor do ciclo virtuoso que
deveria permear o AMQ. A descrição dos conceitos de qualidade – Elementar
(padrões E), em desenvolvimento (padrões D), Consolidada (padrões C), Boa
(padrões B) e Avançada (padrões A) – está detalhada no Documento Técnico e em
outras publicações do projeto. De maneira geral os padrões E, D e C apontam para
a conformidade com os princípios e diretrizes específicos da estratégia Saúde da
Família. Os padrões B e A refletem aspectos ligados à temporalidade e
sustentabilidade das ações.

Após todas estas definições, deu-se início ao processo pré-validação e validação


definitiva dos padrões e estágios de qualidade organizados em instrumentos de
auto-avaliação. Este trabalho foi realizado sempre de maneira participativa e
dialógica, envolvendo muitos colaboradores em sua construção. Em todo o país,
mais de 500 equipes Saúde da Família, técnicos, gestores e coordenadores
municipais e estaduais, tomaram parte do teste piloto do material, avaliando-o e
contribuindo com críticas e sugestões.

Esta elaboração plenamente compartilhada por aqueles que estão envolvidos no


cotidiano da estratégia trouxe unidade e ressonância com a realidade ao conjunto
de 300 padrões de qualidade validados.

É freqüente ouvir-se que os instrumentos do AMQ vieram preencher uma lacuna no


processo de trabalho da Saúde da Família. Durante uma das oficinas do projeto, um
participante comparou os instrumentos AMQ ao gráfico no cartão ou caderneta da
criança para monitoramento da linha individual de crescimento e desenvolvimento.

De maneira semelhante, os instrumentos AMQ com seus padrões de qualidade


permitem o monitoramento “fino” do desenvolvimento da qualidade da Saúde da
Família, para equipes, coordenadores e gestores, de forma individualizada e
diversificada. Por meio das “matrizes de planejamento das intervenções” os planos
de ação para melhoria da qualidade ganham consistência e direcionalidade.

O sistema informatizado AMQ.net, que integra os recursos do projeto, é uma


ferramenta atraente para gestores municipais e estaduais pois possibilita o
acompanhamento do registro das avaliações em banco de dados, emissão de
relatórios e formação de séries históricas. As informações são diferenciadas para as
três esferas de gestão, garantindo-se o detalhamento e a privacidade daquelas
municipais.

Todos estes elementos contribuem para que o AMQ já comece a ser apontado como
um projeto inovador, útil e propulsor da qualidade da Saúde da Família com
conseqüentes e importantes reflexos na organização da atenção em saúde nos
municípios.

Entretanto, bons resultados dependerão radicalmente da maneira como o projeto


for desenvolvido no âmbito municipal. Se utilizado de maneira vertical, autoritária
ou normativa, ou sob condições de competitividade, seja por premiação ou punição,
os resultados das auto-avaliações deverão ser desconsiderados. Este tipo de

6
abordagem vai contra os princípios do AMQ, anulando seu potencial crítico-
reflexivo.

Os gestores da saúde e os coordenadores locais do projeto, para usufruir de todo o


seu potencial, deverão criar as condições apropriadas para a implantação do AMQ,
respeitando as diretrizes estabelecidas e seguindo a metodologia de aplicação
recomendada neste guia.

7
Aderir ao AMQ... por quê?

Os conteúdos do AMQ e os parâmetros de qualidade nele definidos poderão ser


utilizados de muitas maneiras pelos técnicos do âmbito municipal. Mas é importante
esclarecer que somente por meio da adesão formal do gestor municipal da saúde
ao projeto, é possível acessar todos os recursos e benefícios vinculados ao projeto.

A adesão formal ao AMQ possibilita:

ƒ o envolvimento, mobilização e comprometimento dos profissionais da Saúde


da Família com o desenvolvimento da qualidade da estratégia de maneira
sistemática, lúdica e pedagógica;

ƒ acesso aos materiais impressos do projeto nas quantidades apropriadas à


implantação municipal: Documento Técnico e Cadernos de Auto-avaliação;

ƒ acesso ao sistema AMQ.net, viabilizando o registro das informações em banco


de dados, com privacidade. O sistema permite o registro do histórico do
processo e oferece relatórios avaliativos que subsidiam o trabalho dos
participantes;

ƒ monitoramento detalhado da estratégia, especialmente de aspectos


relacionados aos processos de trabalho; conhecimento e identificação de
problemas, limites e nós críticos de maneira particularizada no território;

ƒ institucionalização da avaliação no âmbito da Saúde da Família e incentivo à


formação de uma cultura avaliativa na perspectiva de uma ação crítico-
reflexiva permanente;

ƒ fortalecimento das ações de planejamento por meio dos instrumentos


oferecidos pelo AMQ, estimulando a continuidade das intervenções propostas;

ƒ por fim, a melhoria da qualidade da estratégia Saúde da Família de maneira


incremental e harmônica.

8
Recursos do projeto

O AMQ oferece três recursos principais para o desenvolvimento das atividades de


avaliação: o Site, os materiais impressos e o sistema informatizado.

Site (www.saude.gov.br/amq)

O site do projeto AMQ está inserido no portal eletrônico do Departamento de


Atenção Básica do Ministério da Saúde e está vinculado à Coordenação de
Acompanhamento e Avaliação da Atenção Básica (CAA/DAB). Por meio dele é
possível acessar informações técnicas sobre o AMQ, obter arquivos de textos e
apresentações para organização de eventos e oficinas de capacitação, consultar
materiais das oficinas realizadas e contactar a equipe técnica do projeto. O
cadastramento municipal e o acesso ao sistema AMQ.net também são realizados
através do site.

Materiais impressos

Documento Técnico – descreve as bases conceituais, a metodologia e as etapas de


elaboração do projeto, além de apresentar as referências internacionais que
subsidiaram a proposta. Apresenta, como anexo, todos os padrões de qualidade
organizado em seus respectivos instrumentos de auto-avaliação, indicando
unidades de análise, dimensões e sub-dimensõe.

Caderno de Auto-avaliação nº 1 – é dirigido ao gestor municipal de saúde e sua


equipe direta de trabalho. Aborda temas relacionados à definição política e
institucional da estratégia Saúde da Família, a organização da implantação,
integração da rede de serviços, entre outros. Em municípios com porte populacional
elevado, em que as funções da gestão estão descentralizadas no território, é
necessário avaliar a possibilidade de que este instrumento venha a ser respondido
também por estes gestores descentralizados (diretores de distritos ou regionais de
saúde dentro do município, por exemplo), trabalhando, posteriormente, o consenso
das respostas em um único instrumento.

Caderno de Auto-avaliação nº 2 – é dirigido aos coordenadores municipais da


estratégia Saúde da Família, sejam eles de nível central ou local. Aborda temas
relacionados ao acompanhamento do trabalho das equipes, apoio técnico, educação
permanente, planejamento e avaliação.

Caderno de Auto-avaliação nº 3 – é dirigido aos responsáveis pela gerência da


Unidade de Saúde da Família. Aborda temas relacionados à estrutura física da
unidade, organização dos espaços de trabalho, insumos, materiais e medicamentos.

Caderno de Auto-avaliação nº 4 – é dirigido a todos os profissionais da equipe de


Saúde da Família. Aborda temas relacionados aos princípios e diretrizes que
organizam, caracterizam e diferenciam este modelo de atenção.

Caderno de Auto-avaliação nº 5– é dirigido aos profissionais de nível superior da


equipe de Saúde da Família. Aborda temas relacionados à organização do cuidado e
os resultados de suas ações junto à população.

9
Sistema informatizado

O sistema informatizado AMQ.net possibilita que, uma vez cadastrados e


habilitados, os municípios registrem suas auto-avaliações em um banco de dados
com acesso diferenciado por perfil de usuário.

A confidencialidade da informações municipais integra as diretrizes principais do


AMQ.

O registro dos dados no sistema permite a formação de uma memória dos


momentos avaliativos e, ainda, a emissão de relatórios de monitoramento e
análise, que subsidiam as intervenções sobre a qualidade. Veja no site o Manual de
Utilização do Sistema AMQ.

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Etapas de desenvolvimento do AMQ no município

De maneira sintética podemos definir cinco etapas principais para o


desenvolvimento do AMQ no município:

Etapa I

O gestor e a equipe de coordenação da estratégia Saúde da Família entram em


contato com o material do projeto, estudam a proposta, debatem com as
coordenações estaduais e também com outros municípios, procuram identificar as
vantagens e benefícios relacionados com a implantação, esclarecem suas dúvidas e
definem-se pela adesão ao projeto.

Etapa II

O gestor define um coordenador ou equipe de coordenação para conduzir o AMQ no


município. Define também quem será o administrador do sistema informatizado.
Realiza o cadastramento municipal. O coordenador ou equipe de coordenação AMQ
planeja a implantação e capacita facilitadores para apoiarem o processo, podendo
contar com o apoio dos técnicos estaduais para esta etapa2. Esta equipe ampliada
sensibiliza e capacita os participantes locais.

Etapa III

Após o cadastramento municipal, o coordenador deverá, em conjunto com o


administrador do sistema, organizar a inserção dos participantes no Sistma AMQ
(Grupos Avaliativos)3. Paralelamente, deve viabilizar a capacitação dos
participantes e a distribuição dos materiais. Recomenda-se que os participantes
tenham um período de 4 a 8 semanas para a capacitação, leitura prévia dos
materiais e esclarecimentos, antes de realizar as auto-avaliações.

No AMQ, denomina-se Momento Avaliativo o trabalho das equipes com os


instrumentos, folhas de respostas e planilhas de intervenção. A partir da resposta
aos padrões, é possível conhecer os estágios de qualidade e definir as intervenções
a serem feitas. Recomenda-se que os participantes dediquem 4 a 8 semanas para
esta etapa, tirando dúvidas com os facilitadores e levantando as informações
necessárias.

Etapa IV

Após os participantes terem concluído as auto-avaliações e preenchido as folhas de


respostas, estas informações deverão ser digitadas no sistema AMQ. Recomenda-se
que os relatórios de digitação sejam conferidos pelos participantes antes do envio
definitivo dos dados e fechamento do sistema. Para esta etapa estima-se que dois
meses sejam suficientes.

2
O Grupo Ténico do projeto AMQ trabalha de maneira integrada com as Secretarias Estaduais de Saúde, formando
facilitadores em nível estadual e regional.
3
A formação dos Grupos Avaliativos está detalhada no Manual de Utilização do Sistema AMQ. Cada Grupos Avaliativo tem o
prazo de 180 dias para realizar todas as etapas da avaliação.
11
Etapa V

Os participantes deste Momento Avaliativo, com base em suas planilhas de


intervenção, realizam as medidas estabelecidas para a melhoria da qualidade
almejada. Um novo momento avaliativo para estes participantes poderá ser
realizado entre seis a doze meses depois.

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Habilidades e competências no AMQ

Gestor municipal da saúde:

Sua participação em todas as etapas é de fundamental importância para o sucesso


e a continuidade do projeto. Suas atribuições principais são: aderir ao projeto e
viabilizar o cadastramento municipal, definir a coordenação do AMQ no município e
o administrador do sistema; apoiar os processos de sensibilização e capacitação dos
participantes, acompanhar o desenvolvimento do projeto de maneira global e
participar do Momento Avaliativo (caderno de auto-avaliação I: gestor municipal da
saúde), juntamente com sua assessoria técnica.

Coordenação municipal AMQ e equipe de facilitadores:

O (a) coordenador (a) do AMQ no município deverá ser um profissional diretamente


vinculado à coordenação da estratégia Saúde da Família. Este (a) coordenador (a)
deverá conhecer o projeto em profundidade e apropriar-se com segurança de suas
ferramentas. Deverá ser responsável pela execução adequada do AMQ, garantindo
que os princípios e diretrizes do projeto sejam respeitados. Em municípios maiores
recomenda-se a constituição de uma equipe para descentralizar o
acompanhamento e apoio ao projeto. As principais atribuições desta equipe
ampliada são: planejar a implantação municipal, sensibilizar, mobilizar e capacitar
participantes, solicitar os materiais necessários e realizar a sua distribuição.
Deverão acompanhar os participantes em todas as etapas, esclarecendo as dúvidas
e facilitando o processo de resposta. Esta equipe deverá estar em contato estreito
com o administrador do sistema para garantir o ajuste das etapas de resposta e
digitação dos dados. Após, deverão apoiar e acompanhar a fase de intervenção.

Administrador (a) do Sistema AMQ:

O (a) administrador (a) ou responsável pelo sistema informatizado tem a atribuição


de gerenciar todas as ações relacionadas ao Sistema. Neste sentido, deverá
preencher as telas iniciais do sistema indicando os participantes na Tabela Básica
(vide Manual de Utilização do Sistema AMQ) e capacitar uma equipe de agentes
digitadores.

Os digitadores recebem senhas de acesso parcial e podem realizar a alimentação


dos dados e emissão de relatórios básicos. O administrador também ficará
responsável pela criação de senha para os participantes que desejarem alimentar o
sistema diretamente (perfil de acesso de digitador ou usuário).

Apenas o (a) administrador (a) tem acesso completo ao sistema. Deverá estar em
contato permanente com a coordenação do projeto e monitorar o cronograma,
alertando para os prazos de abertura e fechamento do sistema para cada Grupo
Avaliativo.

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Dos participantes das Auto-avaliações:

Os participantes das auto-avaliações deverão estar inseridos em algum dos campos


da estratégia: gestão, coordenação ou equipes Saúde da Família. Os participantes
deverão compreender a proposta em seus aspectos metodológicos, assim também
como sua abrangência, procurando ser pró-ativos e colaborar com a coordenação
do projeto para que a implantação seja realizada dentro dos parâmetros
recomendados. A principal contribuição destes atores é garantir que o processo
tenha continuidade desde a resposta aos instrumentos até o trabalho de
planejamento e intervenção, realizando as etapas do ciclo de melhoria da
qualidade.

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Quadro síntese das etapas do projeto

Etapa I
reconhecimento do AMQ
como útil e interessante:
gestor e coordenação
estudam proposta e decidem-
se pela adesão

Etapa II
Cadastramento municipal,
acesso ao sistema,
planejamento da implantação,
sensibilização e capacitação
de atores locais

Cronograma:
2 meses

Etapa III
Momento avaliativo:
resposta aos instrumentos,
diagnóstico dos estágios de
qualidade, propostas de
intervenção
Etapa IV
Cronograma:
digitação e validação das
2 meses respostas, submissão dos
questionários e fechamento do
sistema para recebimento de
novas avaliações

Cronograma:
2 meses
Etapa V

Tempo para realização das


intervenções: mínimo de 6 e
máximo de 12 meses.
Após este período os participantes
poderão realizar uma nova auto-
avaliação, Realimentando o ciclo

Obs: O tempo sugerido de 2 meses paras as etapas de capacitação, auto-


avaliação e digitação das respostas no sistema, dizem respeito a cada
Grupo Avaliativo que a coordenação AMQ insira no sistema.

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Cadastramento Municipal

A Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia Saúde da Família, como o


próprio nome indica, é uma proposta dirigida especificamente a este modelo de
atenção. Para poder participar do AMQ é necessário que o município tenha, pelo
menos, uma equipe de Saúde da Família devidamente implantada e regularizada no
SIAB. A adesão ao AMQ possibilita que o município receba apoio técnico e tenha
acesso a todos os recursos oferecidos pelo projeto.

Esta etapa é formalizada a partir do preenchimento do Formulário de


Cadastramento Municipal, disponível no site AMQ4, no qual o gestor municipal
da saúde indica um coordenador municipal do projeto e um administrador
responsável pelo sistema informatizado. Este passo demonstra o interesse e o
compromisso da gestão municipal da saúde com o desenvolvimento do projeto e
estabelece um canal direto de comunicação com a equipe técnica AMQ no Ministério
da Saúde.

O princípio da livre adesão aplica-se também para os participantes das auto-


avaliações nos municípios. Assim, a sensibilização e mobilização de
coordenadores e equipes para participarem do processo é uma etapa muito
importante da implantação. Ela pode preceder o cadastramento ou ser realizada
posteriormente. O importante é que os participantes compreendam a proposta e
sintam-se motivados e entusiasmados para sua execução.

Ao cadastrar o município, o gestor ou o coordenador poderá solicitar à equipe


técnica AMQ do Ministério da Saúde os cadernos de auto-avaliação na quantidade
prevista, conforme o planejamento de implantação. Ao final do preenchimento e
envio do formulário eletrônico de cadastramento municipal, uma tela indicará o
acesso ao formulário de planejamento dos materiais. Este instrumento também
está disponível no site, na coluna da esquerda, denominada “acesso rápido”.

Os cadastros realizados eletronicamente passam por uma rápida análise técnica


após a qual é gerada a senha inicial de acesso municipal ao AMQ.net,
possibilitando ao administrador cadastrar outros usuários do sistema, registrar os
participantes da proposta e os resultados de suas auto-avaliações. Maiores detalhes
estão descritos Manual de Utilização do Sistema AMQ.

4
O cadastro para adesão está disponível no site www.saude.gov.br/amq ou poderá ser encaminhado mediante solicitação à
equipe técnica responsável para gestores que não possuem acesso à internet.
16
Planejamento para a implantação municipal do AMQ

O planejamento para a implantação do AMQ no município é uma etapa de


fundamental importância para que projeto venha a oferecer todas as suas
vantagens e possibilidades. Esta etapa é realizada pela coordenação – coordenador
(a) e facilitadores – e inclui uma seqüência de atividades inter-relacionadas.

As atividades delineadas e o próprio tamanho da equipe de coordenação do projeto


deverão ser dimensionados de acordo com o porte do município e o número de
equipes Saúde da Família implantadas ou potencialmente participantes do
processo. Considerando-se que a proposta apresenta também um forte
componente educativo, demandando acompanhamento próximo da coordenação
em todas as etapas, recomenda-se que para cada 5 equipes participando do AMQ,
exista, pelo menos, um facilitador disponível.

Sensibilização e mobilização

A coordenação AMQ, juntamente com a coordenação da estratégia Saúde da


Família municipal deverá definir a melhor maneira de realizar estas ações, bem
como seu público-alvo.

Poderão ser organizadas atividades envolvendo todas as equipes e coordenadores


da estratégia ou pré-selecionar os participantes. Neste caso, a coordenação poderá
direcionar e induzir o processo de sensibilização para uma determinada região do
município ou definir os participantes que almeja atingir segundo critérios específicos
(por exemplo, equipes com maior tempo de implantação e mais familiarizadas com
ferramentas de avaliação e planejamento ou o contrário, equipes mais jovens e que
precisam de estímulo e de referências para o trabalho, etc.).

Poderão participar todas as equipes do município, apenas uma única e até


nenhuma. Pode acontecer que, num primeiro momento, apenas a coordenação ou
algumas unidades Saúde da Família sintam-se motivadas para implantar a
proposta. O importante é assegurar que a decisão por participar nas auto-
avaliações aconteça de forma esclarecida e em co-responsabilidade. Sem os
elementos de motivação interna e de livre-iniciativa, as resistências poderão
influenciar as respostas, invalidando a meta final do projeto.

Após definição do público-alvo (quem), a coordenação AMQ deverá definir a forma


e a logística das atividades (como, onde, recursos didáticos). Muitas são as
possibilidades para realização da sensibilização e mobilização dos potenciais
participantes. Pode-se optar por formatos mais convencionais, em que a
apresentação dos principais elementos do projeto é realizada com o apoio de
recursos multimídia (apresentações em power point) ou usar a criatividade e propor
outros formatos mais interativos como oficinas e círculos de debate, entre outros.

17
Inscrição dos participantes no sistema (adesão interna)

Espera-se que as estratégias desenvolvidas pela coordenação do projeto na etapa


acima descrita sejam frutíferas e que os participantes apresentem-se para
implantar o AMQ em suas esferas de atuação.

A coordenação deverá organizar a participação e inscrição dos profissionais no


Sistema AMQ em Grupos Avaliativos. Estes grupos deverão seguir um determinado
cronograma de atividades englobando as etapas de capacitação, auto-avaliação e
digitação das respostas no sistema. O sistema permanecerá aberto, para cada
Grupo Avaliativo, pelo período de seis meses, permitindo a realização destas
etapas5.

Em municípios com porte populacional muito elevado ou muitas equipes, a


coordenação poderá organizar a implantação de grupos diferenciados, cada um
seguindo seu próprio cronograma. Esta medida favorece a implantação escalonada,
e permite o acompanhamento das etapas de cada grupo pelos facilitadores,
assegurando a conclusão das atividades previstas antes do fechamento do sistema.

Após a identificação dos interessados, a coordenação AMQ deverá entrar em


contato com o administrador do sistema e registrar estas informações no AMQ.net,
construindo, desta forma a “árvore avaliativa”. Conforme está descrito no Manual
de Utilização do Sistema AMQ.net, é necessário inscrever previamente os
participantes em um grupo avaliativo, indicando seu âmbito ou local de atuação.

Em relação às Unidades Saúde da Família, a definição de quantas e quais avaliar


fica a critério da gestão e da coordenação do projeto, devendo ser priorizadas
aquelas unidades cujas equipes aderiram ao AMQ.

Cronograma das atividades

O Sistema AMQ representa, no contexto do projeto, para cada Grupo Avaliativo,


Cronos, o senhor mitológico dos tempos. A delimitação de um período de abertura
e fechamento (seis meses) tem como objetivo, definir momento em que o registro
da situação sobre a qual se quer intervir foi realizado. Entretanto, este mecanismo
exige que as atividades previstas sejam desenvolvidas de acordo com um
cronograma.

De maneira genérica, recomenda-se que os seis primeiros meses de abertura do


sistema para o Grupo Avaliativo sejam divididos em três períodos de dois meses
cada um, para:

I. Capacitação, leitura dos materiais e esclarecimento de dúvidas;

II. Realização das auto-avaliações;

5
Na concepção inicial do sistema, o período de abertura para inserção de dados era de seis meses (180 dias) para todos os
participantes do município. Com a criação do recursos de Grupos Avaliativos a partir de junho de 2006, tornou-se possível
para o município conduzir a implantação do AMQ de maneira diferenciada, tendo grupos de participantes em diferentes
estágios do processo. Veja detalhes sobre a formação dos Grupos Avaliativos no Manual de Utilização do Sistema AMQ.
18
III. Digitação, validação e submissão dos dados no sistema.

A coordenação poderá organizar um mapa de acompanhamento das atividades AMQ


no município, situando e identificando os participantes ( seus respectivos grupos) e
as etapas do processo.

19
Capacitação dos participantes

Uma das atribuições da coordenação municipal do AMQ é capacitar os participantes


interessados no desenvolvimento da proposta em seus espaços de trabalho.

Para capacitar, no entanto, é necessário ser capacitado e ter a oportunidade de


aprofundar-se no conhecimento da proposta. Buscando apoiar a implantação
municipal do AMQ, a equipe técnica do projeto no Ministério da Saúde tem
desenvolvido oficinas de formação de multiplicadores AMQ junto a todas as
Secretarias Estaduais de saúde. Estas, por sua vez, vêm promovendo a capacitação
dos coordenadores e facilitadores municipais por meio de oficinas regionais.

Propostas e os formatos para Oficinas de Capacitação AMQ estão disponíveis no site


do projeto, oferecendo materiais de apoio e inspiração para que os coordenadores
do projeto desenvolvam a capacitação dos facilitadores e participantes, no âmbito
municipal. A utilização e possível adaptação dos materiais deverá atender ao
público-alvo da capacitação e à realidade local. O essencial é que os participantes
adquiram um amplo conhecimento sobre as possibilidades e usos dos instrumentos
e recursos do AMQ.

Os facilitadores municipais (papel que pode, inclusive, ser desempenhado por


membros das equipes Saúde da Família) deverão conhecer o AMQ sob o ponto de
vista metodológico e também se apropriarem de estratégias para abordagem dos
demais participantes de forma obter o máximo aproveitamento dos recursos
oferecidos. Os facilitadores municipais deverão acompanhar, monitorar e auxiliar os
demais participantes do desenvolvimento das etapas do projeto.

A coordenação municipal AMQ poderá entrar em contato com a coordenação


estadual/regional da Saúde da Família ou com a equipe técnica do Ministério da
Saúde para receber apoio técnico na formação dos facilitadores municipais.

Em municípios de maior porte populacional, a coordenação deverá constituir e


capacitar uma rede de facilitadores e apoiadores do projeto, descentralizando e
potencializando o seu trabalho de acompanhamento.

A capacitação dos participantes em geral poderá ser realizada de maneira mais


objetiva, focalizando os princípios e diretrizes do projeto, os aspectos mais centrais
da metodologia e utilização dos instrumentos e cadernos de auto-avaliação. O
acompanhamento sistemático pelos facilitadores garante a troca de informações
sobre o projeto de maneira permanente.

20
Inserção do AMQ no processo de trabalho dos participantes

Os instrumentos do AMQ foram construídos a partir de um intenso processo de


interlocução com profissionais e técnicos inseridos em diversos âmbitos da
estratégia Saúde da Família. Como resultado deste processo, os padrões refletem
aspectos importantes do trabalho neste modelo de atenção.

A incorporação dos instrumentos de auto-avaliação e planejamento de intervenções


como uma atividade de educação permanente, vinculada ao processo de trabalho
dos participantes, tem o potencial de fortalecer o próprio processo de trabalho na
Saúde da Família à medida que destaca e focaliza ações, temas e abordagens que
deveriam ser realizadas ou estarem presentes.

Freqüentemente os profissionais envolvidos com a atenção à saúde nos municípios,


em especial na Saúde da Família, apresentam resistências à incorporação de novos
materiais alegando que já lidam com excesso de formulários, sistemas e
procedimentos de informação obrigatórios. Superar esta resistência inicial e apontar
os pontos de convergência dos instrumentos com o cotidiano será um dos maiores
desafios da coordenação do projeto.

A abordagem cuidadosa dos potenciais participantes durante a sensibilização e


apresentação do projeto, o acompanhamento sistemático das etapas pela
coordenação e, principalmente, o incentivo à definição de um período no
cronograma semanal (especialmente para as equipes) dedicado ao conhecimento,
leitura, debate e resposta aos materiais técnicos e instrumentos são fatores que
contribuirão para uma implantação bem sucedida do AMQ.

21
Momentos Avaliativos

Momentos Avaliativos no AMQ é a denominação atribuída ao período de trabalho


dos participantes com os instrumentos de auto-avaliação, suas folhas de respostas
e o preenchimento das matrizes de planejamento das intervenções. Em cada
caderno de auto-avaliação estão disponíveis três Momentos Avaliativos seqüenciais.

Recomenda-se que os Momentos Avaliativos durem entre dois e seis meses. O


intervalo para realização das intervenções propostas deverá ser de, no mínimo de
seis e máximo doze meses, considerando-se que mudanças nas condições e
processos da atenção à saúde demandam recursos, mobilização de pessoas e
tempo para sua realização.

Nesta seção serão abordados os aspectos relacionados à metodologia de aplicação,


ou seja, como utilizá-los de maneira coerente com as diretrizes do projeto. Para
compreender a lógica dos instrumentos, a organização dos padrões e suas
classificações em estágios de qualidade, recomenda-se consultar o Documento
Técnico (páginas 25 a 39).

Apoio aos participantes

Recomenda-se que a coordenação e equipe de facilitadores AMQ acompanhem os


participantes durante todas etapas, dedicando especial atenção aos Momentos
Avaliativos, porque esses momentos são centrais e decisivos neste método.

O papel esperado para a supervisão é o da catalização de esforços e interesses com


vistas à superação de obstáculos, através da motivação dos participantes e da
atuação propositiva.

Debate, diálogo e respostas em equipe

Conforme ressaltado anteriormente, o AMQ foi construído numa perspectiva


dialógica e participativa, tendo como fundamento conceitual a apropriação da
avaliação pelos responsáveis pela construção do sistema de saúde, com vistas à
tomada de decisão (neste caso, melhoria dos estágios de qualidade). Também foi
destacado o potencial pedagógico da proposta, fortalecedor das práticas virtuosas,
ou seja, aquelas práticas desejáveis na estratégia Saúde da Família.

Após os participantes terem sido capacitados nos conteúdos do projeto e recebido


os cadernos de auto-avaliação, a coordenação AMQ deverá construir com eles um
cronograma para o trabalho de leitura, conhecimento, debate e resposta aos
instrumentos. Poderão ser estabelecidas reuniões diárias curtas (de meia hora, por
exemplo), reuniões semanais de maior duração (de duas a quatro horas) ou
seminários e oficinas quinzenais ou mensais.

Recomenda-se que a resposta aos instrumentos seja feita de maneira gradual e


contínua ao longo do período estabelecido para esta etapa (recomenda-se quatro a
oito semanas). Muitos padrões demandam cálculos e consultas a sistemas de
informação ou outras fontes. Os participantes deverão seguir completando a

22
resposta aos instrumentos à medida que realizarem estes levantamentos
necessários.

Os Cadernos de Auto-avaliação nº 1 e nº 2, dirigidos respectivamente ao gestor (ou


equipe de assessoria) e aos coordenadores da estratégia Saúde da Família, são de
utilização é individual, ou seja, cada um dos participantes tem o seu próprio
caderno. Mesmo para estes materiais, propõe-se debates e consensos para as
respostas.

No caso de municípios com grande porte populacional, em que as atividades de


gestão estão descentralizadas no território, o coordenador municipal AMQ deverá
avaliar com o gestor a decisão de descentralizar também as respostas ao
instrumento da gestão, envolvendo os assessores técnicos da gestão, gestores
regionais ou distritais do município na resposta ao caderno de auto-avaliação nº 1.
Poderão ser solicitados quantos cadernos nº 1, quantos forem estes gestores
regionais ou assessores. Posteriormente, deverá ser construído um consenso das
respostas, pois o sistema aceita o registro de apenas um instrumento nº 1
por município.

Da mesma maneira, os coordenadores municipais da estratégia Saúde da Família


nos grandes municípios estão, geralmente, hierarquizados no território em
coordenadores de nível central ou local. Cada coordenador participante deverá ter o
seu próprio caderno de auto-avaliação, respondendo individualmente ao
instrumento, com referência no próprio trabalho. O sistema exigirá a definição do
nível de coordenação ao qual pertence antes que as respostas sejam inseridas no
Sistema AMQ.

Entretanto, Os coordenadores de um mesmo nível, ou de níveis diferentes, poderão


realizar reuniões para debater os padrões e trabalhar o material em equipe. Estes
debates são muito importantes para esclarecer dúvidas e alinhar conceitos e
entendimentos sobre aspectos abordados no projeto, de acordo cm a realidade
municipal. Deverão ao responder aos instrumentos, tomar como referência a sua
prática individual como coordenador. Cada coordenador registra suas respostas
individuais em seu próprio Caderno de Auto-avaliação. Alguns relatórios do sistema
apontarão o consolidado das ações da coordenação.

O Caderno de Auto-avaliação nº 3, dirigido às Unidades Saúde da Família (USF),


também é individual por sede física. O responsável técnico da unidade, seja um
gerente, um enfermeiro ou outro profissional, poderá convidar outros trabalhadores
que compartilham aquele espaço para constituir uma pequena equipe de trabalho
AMQ.

No caso dos Cadernos de Auto-avaliação nº 4 e nº 5, cada equipe que aderir ao


projeto deverá responder a um único exemplar de cada. A coordenação deve
incentivar que as respostas sejam fruto do consenso entre os membros da equipe
(instrumento nº 4) ou dos profissionais de nível superior (instrumento nº 5).

A auto-avaliação compartilhada fortalece o compromisso com a autenticidade das


respostas. De forma similar, o planejamento das ações realizado em equipe tem
maiores chances de ser concretizado.

23
As folhas de respostas

Ao final de todo este processo de auto-avaliação, as folhas de respostas deverão


ser preenchidas, em duas vias, conforme disposição nos cadernos. Uma das vias
deverá ser destacada, enviada para digitação e, posteriormente, arquivada. A outra
deverá permanecer no caderno como memória. Após a digitação, é recomendável
que sejam emitidos relatórios básicos para que os participantes realizem a
conferência das suas respostas antes da submissão definitiva dos dados no sistema.

24
Respostas categóricas como componente pedagógico do AMQ:
lidando com o SIM/NÃO

A definição por padrões de resposta categórica Sim/Não, “tudo ou nada”, está


vinculada à definição metodológica do projeto de estágios de qualidade
incrementais, de Elementar a Avançada, relacionados a cada padrão. As ações ou
situações indicadas nos padrões seguem este caminho progressivo, estando inter-
relacionadas. Seguramente a coordenação e os facilitadores serão convocados
muitas vezes pelos participantes para debater o radicalismo do “não”,
especialmente quando o “sim” deixa de ser alcançado por um aspecto mínimo
exigido pelo padrão.

Nestas situações os facilitadores deverão relembrar aos participantes os princípios


da proposta e os objetivos de sua utilização. Deverá ser salientado que uma
resposta “não”, especialmente quando relacionada aos estágios Elementar e em
Desenvolvimento, traz o foco para aquilo que precisa ser aprimorado ou continuar
sendo realizado até que os parâmetros ideais sejam alcançados. Os padrões
respondidos como “sim” pelos participantes, certamente, não serão alvo de
intervenções.

Forçar uma resposta “sim” quando a situação é de “quase sim”, poderá


comprometer ainda mais o desempenho em relação a este padrão em uma nova
avaliação. Os facilitadores poderão reforçar nos participantes a compreensão do
não como “ainda não” e incentivá-los a ver nestes casos uma grande chance de,
com pouco esforço, modificar o panorama em uma próxima auto-avaliação.

25
Situações especiais no AMQ

Padrões por porte populacional

Os instrumentos de auto-avaliação nº 1, 2 e 3 possuem padrões diferenciados por


porte populacional, diferenciados em três categorias:

ƒ Padrão Básico (PB): aplicável a todos os municípios brasileiros


ƒ Padrão > 20 (P>20): aplicável a municípios com população > que 20.000
habitantes
ƒ Padrão > 100 (P>100): aplicável a municípios com população > que 100.000
habitantes
Os padrões P> 20 e P> 100 são opcionais para municípios abaixo destas
referências de porte populacional. Os participantes poderão considerar estes
padrões em suas auto-avaliações ou não.

Caso a opção seja desconsiderar estes padrões em virtude do município não estar
em conformidade com o pote indicado (por exemplo, municípios de 10.000
habitantes, em relação aos padrões P>20 ou P>100, ou os municípios de 40.000
habitantes em relação aos padrões P>1000), o participante deverá responder de
maneira negativa ao padrão, marcando a resposta “não”. No momento do relatório,
o sistema solicitará se o padrão deverá ser incluído ou não no relatório.

O sistema não aceita validar ou submeter padrões em branco ou questionários


incompletos.

Caso o participante deseje utilizar aquele padrão em sua auto-avaliação, ele será
exibido nos relatórios apropriados.

Situações de “Não se aplica”

Outro ponto que suscita muito o debate entre os participantes das auto-avaliações
é a percepção de que um determinado padrão não reflete a sua prática e, portanto,
deveria ser respondido como “não se aplica”. Da mesma maneira como o tipo de
resposta sim/não possui uma justificativa metodológica, a decisão por excluir dos
instrumentos as situações de “não se aplica” baseou-se na perspectiva de que
todas as dimensões, sub-dimensões e padrões de qualidade foram delineados a
partir dos eixos de referência da estratégia Saúde da Família, contemplando
necessariamente ações, situações ou condições desejáveis. Mesmo que a
coordenação concorde com a opinião dos participantes em relação a esta questão
deverá orientar que a resposta seja “não”, pois se trata de é um processo de
gestão interna em que o importante é os resultados negativos sejam
compreendidos.

26
Os padrões de malária

Os padrões relativos à abordagem da malária (instrumento nº 5), por exemplo,


deveriam ser aplicáveis “apenas” à região norte e parte da região centro-oeste do
país, considerando sua prevalência. Entretanto, foram considerados os aspectos de
dimensão territorial onde a malária é endêmica e o impacto das ações de saúde
sobre a evolução da doença. Estas considerações levaram à inserção dos padrões
específicos para a avaliação da malária no AMQ. É esperado que um grande
contingente de equipes de outras regiões do Brasil respondam como “não” a estes
padrões, ainda que malária não seja um problema relevante em seu contexto. Por
outro lado, espera-se que as equipes da região onde é ela endêmica, respondam
como “sim” a estes padrões.

Padrões Loco-regionais (todos os instrumentos)

Uma das limitações na proposição de instrumentos universais é sua deficiência na


avaliação de situações específicas ou particulares. A grande diversidade social e
cultural do Brasil está refletida também na estratégia Saúde da Família. Neste
sentido, os participantes poderão sentir falta de padrões mais específicos nos
instrumentos AMQ. A coordenação pode incentivar os participantes a proporem
estes padrões, estabelecendo um canal de comunicação com a equipe técnica do
projeto através do e-mail avaliacaoesf@saude.gov.br para troca de conhecimentos
e ajustes.

27
Acompanhamento das Intervenções

A coordenação e os facilitadores deverão acompanhar e apoiar os participantes,


com o igual cuidado com que fizeram durante a capacitação e as auto-avaliações,
também durante a fase de preenchimento das planilhas ou matrizes de
planejamento das intervenções.

O preenchimento da matriz poderá seguir um caminho linear, conforme descrito na


seção específica dos cadernos de auto-avaliação, selecionando-se alguns padrões
em não conformidade. Neste caso, é importante fomentar a seleção de padrões dos
estágios E ou D.

Neste sentido, estimula-se a seleção para intervenção de melhoria da qualidade de,


pelo menos, um padrão E ou D de cada sub-dimensão. Caso estes padrões já
tenham sido alcançados, passa-se à sub-dimensão seguinte. Quando todos s
padrões E e D do instrumento tiverem sido alcançados, inica-se o trabalho com os
padrões C de cada sub-dimensão, e seqüencialmente, aos padrões B e A.

Como este é um processo novo, os participantes deverão ser orientados para


escolherem, inicialmente, no máximo dez padrões para as intervenções.

Outra abordagem na utilização da matriz, muito útil especialmente para aqueles


participantes ou equipes mais familiarizados com instrumentos de planejamento é a
possibilidade de trabalhar por temas ou escolher sub-dimensões dos instrumentos.
Alguns exemplos de temas que podem ser tratados desta maneira são: integração
da rede de serviços (instrumento nº 1), gestão da avaliação (instrumento nº 2),
organização do trabalho em Saúde da família (instrumento nº 4), Saúde da Criança
ou Hipertensão Arterial (instrumento nº 5).

Abordar as intervenções de maneira mais global e sistêmica oportunizam a


concentração dos esforços em um conjunto delimitado de ações e a possibilidade de
integração em sua execução. Este tipo de abordagem permite que padrões de
diferentes estágios de qualidade sejam alcançados de uma só vez, a partir de
estratégias de intervenção integradas.

28
O papel das coordenações estaduais/regionais da Saúde da
Família e dos núcleos de Monitoramento e Avaliação da Atenção
Básica

O apoio e a participação ativa da esfera estadual na implantação do AMQ é de


fundamental importância para sua consolidação e aperfeiçoamento enquanto
recurso de avaliação – planejamento – gestão da estratégia Saúde da Família.

Desde as etapas iniciais de elaboração da metodologia e dos instrumentos


preliminares do AMQ, as Secretarias Estaduais (SES), por meio de suas
coordenações da Saúde da Família têm apoiado e incentivado a divulgação do AMQ
como um importante instrumento para o fomento do monitoramento e do trabalho
com a qualidade para este modelo de atenção. Durante o Teste Piloto as SES
participaram ativamente dos debates e também das visitas e oficina técnicas.

Com o avanço na implementação dos Planos Estaduais de Monitoramento e


Avaliação da Atenção Básica (M & A da AB)6 e criação dos Núcleos estaduais de M &
A, um contingente maior de técnicos estaduais têm buscado conhecer e
compreender o alcance dos instrumentos AMQ. Muitos núcleos têm inserido
módulos sobre o AMQ nos conteúdos da capacitação técnica ou viabilizado a
participação de seus representantes em Oficinas de Formação de Facilitadores.

Por meio do Sistema AMQ, as SES podem acompanhar o desenvolvimento dos


padrões em seu território de atuação, identificando os municípios participantes e as
etapas do projeto. Poderão conhecer também os resultados das avaliações
desenvolvidas no âmbito do estado na forma de relatórios consolidados. A partir do
banco de dados, poderá ainda, pesquisar sub-dimensões ou padrões específicos.

Mas talvez, por ser uma proposta desenvolvida para o âmbito municipal, o grande
papel desta esfera de gestão será o de apoiar a implantação nos municípios,
garantindo que os princípios e diretrizes do projeto sejam preservados. O apoio à
formação dos coordenadores e facilitadores municipais por meio de oficinas, como
já vem sendo feito em muitos estados, é uma das atividades mais necessárias
neste momento do projeto.

6
Os Planos Estaduais de Monitoramento e Avaliação (M & A) da Atenção Básica integram as estratégias para
desenvolvimento do Projeto de Expansão da Estratégia Saúde da Família (PROESF) e objetivam fortalecer a capacidade
técnica da Secretarias Estaduais de Saúde para realização destas ações na AB.
29
Novos participantes e a continuidade dos Momentos Avaliativos

Após o cadastramento municipal, o coordenador AMQ e o administrador do sistema


deverão planejar em conjunto a inserção dos participantes em Grupos Avaliativos.

O Grupo Avaliativo é constituído por participantes de qualquer esfera do projeto


(cadernos de auto-avaliação nº 1 a 5), vindo a ter os tempos de suas atividades e
seus participantes limitados pelo sistema. Após sua completa formação o grupo
poderá receber dados das auto-avaliações daqueles participantes. Espera-se que
neste período estes sejam capacitados, respondam ao material e tenham as
respostas inseridas no sistema. Após seis meses, contados a partir da data de
criação do Grupo Avaliativo, o sistema entra no status “fechado”, não permitindo
entrada de novos dados. Maiores detalhes estão descritos no Manual de Utilização
do Sistema AMQ.

O sistema permanecerá fechado para este grupo avaliativo por seis meses a um
ano. Este é o período em que os participantes deverão trabalhar em direção à
concretização de seus planos de intervenção buscando modificar as condições
encontradas na primeira auto-avaliação.

Após este período de seis meses a um ano dedicado às intervenções, o sistema


lembrará ao administrador que os dados de uma segunda auto-avaliação já
poderão ser inseridos. A integração do trabalho do coordenador e do administrador
permitem o planejamento antecipado dessas ações.

A qualquer momento o coordenador AMQ pode inserir novos participantes, desde


que vinculados a um Grupo Avaliativo. Um município poderá estabelecer tantos
grupos avaliativos quantos forem necessários. Recomenda-se, no entanto,
parcimônia neste processo para evitar fragmentação e pulverização de esforços.

Recomenda-se que a opção por entrada de vários Grupos Avaliativos, com tempos
diferenciados no sistema, seja um recurso utilizado preferencialmente pelos
municípios com um número muito elevado de equipes Saúde da Família. O
planejamento adequado da implantação deverá dimensionar a entrada organizada
dos grupos no sistema, atendendo a critérios técnicos tais como regionalização da
implantação da proposta e adequação da capacidade de acompanhamento da
implantação pela coordenação e facilitadores.

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