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CONTRATO COM PESSOA A DECLARAR

01. A previsão da possibilidade de existência de um contrato com pessoa a declarar é


uma das novidades do Código Civil de 2.002.
Anteriormente, há registros de sua presença, com o nome de contrato por pessoa
nominada, na Idade Média (pro amico eligendo). Modernamente, alguns códigos vieram a
contemplá-lo, como o Código Civil Português.
A nomenclatura a seu respeito é variável: “contrato com pessoa a declarar”, “contrato
com pessoa a nomear”, “contrato com pessoa que se designará”.
Pode tal figura aparecer relacionada com qualquer contrato, muito embora seja mais
comum referir-se ao contrato de compra e venda.

02. Trata-se de um contrato em que um dos contratantes – chamado ESTIPULANTE – se


reserva à faculdade ou à possibilidade de designar, em um momento posterior e em um prazo
ajustado, uma TERCEIRA pessoa que, quando da celebração do contrato, não era ainda
conhecida ou determinada, a qual ocupará o lugar do ESTIPULANTE na relação contratual,
ficando este último desvinculado da obrigação.
Há, como se vê, a participação possível de três pessoas: o PROMITENTE (um dos
contratantes), o ESTIPULANTE (o outro contratante, a quem fica reservada a possibilidade de
designar um terceiro para ocupar o seu lugar na relação contratual), o ELECTUS, ou
TERCEIRO (que virá, por escolha do ESTIPULANTE, a ocupar um dos pólos do contrato).

03. É importante chamar a atenção de que a relação contratual fica já formada, desde o
primeiro momento, entre o PROMITENTE e o ESTIPULANTE.
A presença do TERCEIRO, ou ELECTUS, mais adiante, retira o ESTIPULANTE da
relação contratual, ficando este, então, desobrigado do cumprimento do contrato. A não
nomeação do TERCEIRO, porém, importa na continuidade do vínculo entre PROMITENTE e
ESTIPULANTE.

04. A utilização desta figura contratual pode corresponder a diversos interesses.


Pode estar relacionada com a gestão de interesses alheios, por exemplo. Nesta hipótese, o
ESTIPULANTE será uma pessoa que se encontra ligada a um TERCEIRO, para o qual atua sem
mandato. Assim, fará negócios em que se preveja a possibilidade de vir ele a ser substituído por
outrem (obviamente, aquele a quem esteja representando, sem mandato), que, então, colherá os
interesses relativos ao contrato realizado.
A utilização de tal figura contratual permite que o TERCEIRO permaneça oculto, na fase
de formação do contrato, o que pode representar-lhe uma vantagem.
Outra hipótese de uso do contrato com pessoa a declarar relaciona-se a funções de
mediação. Neste caso, o ESTIPULANTE é alguém que negocia relativamente a alguma coisa
que não quer, verdadeiramente, para si. Seu interesse é repassá-la a outrem, em momento
posterior. Figura, então, como um intermediário que espera encontrar alguém a quem vá repassar
o direito à coisa por ele negociada, cedendo-lhe o contrato. Pode isso ocorrer, por exemplo, nas
chamadas compras de ocasião, quando alguém, sem ter interesse no objeto adquirido, compra-o,
mesmo assim, em virtude do preço muito barato com que está sendo feita a oferta. Depois, para
retirar o lucro desejado, repassa o contrato a terceiro, cobrando deste, obviamente, um
determinado preço adicional.
Também em negócios de transferências de bens que sofram a incidência de tributos, a
figura aqui estudada pode ser útil: Se o ESTIPULANTE, que se constitua em um verdadeiro
intermediário de negócios, adquirisse o bem para si, para depois revendê-lo a um interessado,
incidiria o tributo no momento da aquisição e, depois, no momento do repasse do bem ao novo
adquirente; melhor, então, que não figure no contrato como um simples adquirente, mas que lhe
fique reservada a possibilidade de indicar um TERCEIRO (ELECTUS) para substituí-lo na
relação contratual. Assim, um único tributo haveria de incidir em tal negociação.

05. A diferença desta figura para a cessão de direitos contratuais encontra-se no fato de
que naquela está previamente prevista a possibilidade de transferência da posição do
ESTIPULANTE para um TERCEIRO, o que implica em que o PROMITENTE não possa, em
princípio, manifestar-se em contrário; já na cessão de direitos contratuais, havendo obrigação a
cumprir, a parte não pode transferir o contrato a outrem, sem a aquiescência do outro contratante.
A designação do TERCEIRO (ELECTUS) é um ato de manifestação de vontade que deve
ser comunicado ao PROMITENTE.
Deve ser feita pela forma estabelecida no contrato e deverá ocorrer dentro do prazo nele
estabelecido. Na hipótese de não haver prazo ajustado, estão deverá ocorrer antes, pelo menos,
do prazo ajustado para o cumprimento da obrigação contratual.
O ESTIPULANTE pode designar a pessoa que quiser, conquanto não seja ela incapaz ou
não seja pessoa em relação a qual existam restrições legais. O PROMITENTE, em hipótese de
tais irregularidades, pode opor-se à designação. Seu prolongado silêncio equivale à aceitação.

06. Na doutrina, discute-se a natureza jurídica do contrato com pessoa a declarar. Para
alguns, trata-se de uma espécie particular de “estipulação em favor de terceiro”; outros vêem-no
como “contrato condicional”; ainda outros entendem-no como figura de “gestão de negócios”.
Parece melhor perceber no contrato com pessoa a declarar um contrato submetido a uma
condição (o fato da designação de alguém), que é resolutiva para o ESTIPULANTE e que
mantém em suspenso a participação do TERCEIRO.
Feita a designação válida, o terceiro adquire os direitos que o ESTIPULANTE possuía,
relativamente ao contrato, e assume as obrigações que hajam sido pactuadas.

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