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GENÉTICA FORENSE
Almenara-MG
Abril/ 2011
INTRODUÇÃO
Segundo Sergio Pena (2005), determinação de identidade genética pelo DNA é uma
técnica muito superior a todas as técnicas preexistentes de medicina forense, inclusive às
impressões digitais clássicas. Além disso, os estudos dos polimorfismos de DNA (regiões do
genoma nas quais existem variações entre pessoas sadias) nos permitem construir um perfil
genético absolutamente indivíduo-específico.
Ao contrário das proteínas, quantidades ínfimas de DNA podem ser amplificadas
bilhões de vezes por meio da reação em cadeia da polimerize. Finalmente, características
moldadas ao longo da história evolutiva dos seres vivos adaptaram o DNA para ser uma
molécula informacional com baixíssima reatividade química e grande resistência à
degradação. Essa robustez da molécula de DNA, conjuntamente com o fato de que ele
contém informação digital (ao contrário da informação analógica das proteínas) fazem com
que o DNA seja ideal como uma fonte de identificação resistente à passagem do tempo e às
agressões ambientais freqüentemente encontradas em cenas de crime.
Como mencionado por Weedn e colaboradores (1996), a determinação de identidade
genética pelo DNA pode ser usada para demonstrar a culpabilidade dos criminosos,
exonerarem os inocentes, identificar corpos e restos humanos em desastres aéreos e campos
de batalha, determinar paternidade com confiabilidade praticamente absoluta, elucidar trocas
de bebês em berçários e detectar substituições e erros de rotulação em laboratórios de
patologia clínica.
Nos últimos anos foram desenvolvidas diversas técnicas para estudo de diferentes tipos
de polimorfismos de DNA, formando assim um verdadeiro cardápio, no qual os cientistas e
laboratórios podem escolher o método mais adequado para solucionar o problema em mãos
(Pena et al., 1995). Aliás, por isto, a expressão correta é teste em DNA e não teste de DNA.
O método mais usado hoje em dia é o estudo de regiões repetitivas de DNA chamadas
de minissatélites e microssatélites (Pena e Jeffreys, 1993; Pena e Chakraborty, 1994). A chave
da diversidade nessas regiões é que o número de repetições varia entre indivíduos e pode ser
estudado com sondas de DNA ou com a chamada reação em cadeia da polimerize (PCR).
Em geral, uma quantidade significativa de material deve ser coletada para garantir a
extração de DNA suficiente para os testes. Deve-se levar em conta que o material biológico
recuperado na cena do crime pode sofrer alterações ambientais que poderão ocasionar quebras
e alterações da cadeia de nucleotídeos e, como conseqüência, modificar a composição e a
estrutura normal do DNA, impossibilitando a análise (BONACCORSO, 2004).
Deve-se realizar a documentação antes da coleta, embalá-la corretamente e preservar a
amostra (guardar em ambiente frio e seco) até serem submetidos à testagem para não colocar
em risco a confiabilidade da amostra. Em casos de justiça, se a evidência não seguir todos
estes passos com muito cuidado, ela pode não preencher os requisitos legais e científicos para
serem admitidos num tribunal, pois, se ela não foi apropriadamente documentada antes da
coleta, sua origem pode ser questionada e se tiver sido mal coletada ou embalada a
possibilidade de contaminação aumentará, levando a uma maior possibilidade de discordância
nos resultados da análise do DNA.
TÉCNICAS UTILIZADAS PARA A GENOTIPAGEM DE MARCADORES
GENÉTICOS
Eletroforese
Por meio dessa técnica é possível separar moléculas em função da sua massa (tamanho),
forma e compactação. Trata-se de uma técnica rápida, sensível e precisa. A molécula em
questão, por exemplo, o DNA, migra em suportes (géis de agarose ou acrilamida) por ação de
uma corrente elétrica com diferentes velocidades, dependendo do seu tamanho e forma.
Quando submetido a um campo elétrico, a moléculas de DNA migram para o pólo positivo,
pois são carregadas negativamente, e como força oposta à migração existe o atrito com o
suporte (gel). Quanto maior a molécula, maior o atrito e mais lenta a migração; portanto,
moléculas de tamanhos diferentes terão migrado uma distância diferente depois de algum
tempo.
Principal limitação
A contaminação com DNA externo em níveis semelhantes ao de interesse é a principal
desvantagem, pois pode provocar amplificação destes e levar a conclusões errônias.
(DUARTE e cols, 2002).
BENECKE, Mark. DNA typing in forensic medicine and in criminal investigations: a current
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BROWN, T.A. Clonagem Gênica e Análise de DNA: Uma introdução. 4.ed. Porto Alegre:
Artmed. 2001. 376p.
LEE, Henrry.C.; LADD, Carll. Preservation and Collection of Biological Evidence. Croatian
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PENA, Sérgio D.J. Segurança Pública: determinação de identidade genética pelo DNA. In:
Seminários Temáticos para a 3ª Conferência Nacional de C, T & I. Parcerias Estratégicas, v.
20, p. 447 - 460, 2005.
STRACHAN, Tom.; READ, Andrew P. Genética Molecular Humana. 2.ed. Porto Alegre:
Artmed 2002. 576p.
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