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PARTE 3:
FUNÇÕES E GEOMETRIA DOS ESPAÇOS DA HABITAÇÃO
INTRODUÇÃO
Nesta terceira parte deste texto iremos fornecer uma série de informações imprescindíveis a um
projetista para que este possa exercer conscientemente sua atividade. Devido à extensão do assunto não será
possível tratá-lo de forma completa, portanto, nos contentaremos em expor apenas as informações
fundamentais conforme o objetivo deste trabalho. Tais informações referem-se às funções desempenhadas
nas edificações e as geometrias das formas arquitetônicas necessárias ao desempenho destas funções.
Trataremos apenas de residências, entretanto, a metodologia que será usada pode ser aplicada a
qualquer edificação.
Antes, porém, de entrarmos no assunto objetivamente apresentaremos algumas discussões que
julgamos importantes.
O MÍNIMO DE HABITABILIDADE
Em virtude da situação econômica existente no Brasil há alguns anos ou mesmo em diversas regiões
do mundo e do alto custo da construção, verifica-se através dos anos uma tendência de se minimizar a área
construída das residências. Esta miniaturização, porém, encontra um limite a partir do qual o espaço torna-se
inabitável. Este limite não se define apenas em função das dimensões do espaço, mas também em função das
interferências psicológicas que o ambiente ou a situação exercem sobre os indivíduos. Por exemplo, para uma
família que viva numa grande residência, passar alguns dias num trailler de acampamento pode ser bastante
estimulante embora não se tenha condições mínimas de moradia permanente. (É quase evidente que uma
família numerosa não conseguiria viver num trailler por alguns meses ou anos).
Mas pretendemos falar de residências em caráter não temporário, ou seja, permanente. Sendo assim,
devemos concluir que uma residência (ou qualquer outro prédio), devido a seu caráter permanente, deve
permitir adaptação aos costumes dos usuários através dos tempos, pois construir uma casa a cada cinco ou
dez anos é economicamente inviável no caso geral. É interessante, e até necessário, que uma edificação seja
projetada para atender pelo menos com o mínimo de habitabilidade a duas ou mais gerações.
Convém lembrar que nos dias de hoje garantir esta longa vida ao prédio é cada vez mais difícil.
Tendo em vista as mudanças comportamentais nas relações sociais e familiares, bem como os acelerados
avanços tecnológicos, é difícil definir um espaço que jamais necessite de intervenções para se adaptar às
novas condições. O papel do projetista será, então, procurar minimizar as intervenções que serão necessárias
caso não se possa evitá-las definitivamente.
Definir o que vem a ser requisitos mínimos de habitabilidade não é possível em termos exatos, pois
são necessárias referências a fatores psicológicos e culturais, o que torna o conceito de mínimo relativo. De
forma geral, o professor Elvan Silva define, em um de seus trabalhos, os requisitos mínimos como: "o conjunto
de condições abaixo das quais o espaço da habitação contribuiria, com significativa probabilidade, para
comprometer ou impedir o desenvolvimento pessoal e/ou coletivo dos usuários, tendo em vista padrões
culturais já assimilados pelo meio social considerado".
Vários autores já se dedicaram ao estudo destas condições mínimas de habitabilidade,
principalmente depois que a Arquitetura passou a preocupar-se com conjuntos habitacionais para populações
de baixa renda. Estes mínimos passam evidentemente pela tentativa de diminuir ao máximo possível tanto os
compartimentos da casa como os móveis nela utilizados. Muitas conclusões interessantes podem ser obtidas
de estudos desta natureza. Apresentaremos algumas delas que julgamos importantes para nosso objetivo.
A primeira relação quantitativa que pode ser extraída de estudos sobre o mínimo de habitabilidade é
mostrada no gráfico a seguir. Este gráfico relaciona o nível de satisfação das exigências de habitabilidade com
a quantidade de metros quadrados construídos por habitante da edificação.
Uma análise do gráfico acima nos permitirá concluir, entre outras coisas, que a média ideal de
m2/habitante em uma residência está entre 11 e 14. Valores inferiores a 7m2/hab conduziriam os ocupantes
da residência a estados patogênicos e valores superiores a 20m2/hab poderiam ser considerados exagero
para casas de baixo custo.
Renê Guimarães Ruggeri 20
É importante dizer que o gráfico apresentado baseia-se em casas cujos objetivos são de atender às
funções básicas de uma residência. Poderíamos dizer que o gráfico refere-se a casas populares.
AS FUNÇÕES DA HABITAÇÃO
Como já dissemos, todo e qualquer edifício construído pelo homem presta-se à realização de um
conjunto de atividades ou funções desempenhadas pelas pessoas no lar, no trabalho, no lazer, etc.
No âmbito domiciliar uma gama muito variada de atividades podem ser desempenhadas. Uma parte
delas é imprescindível, são fundamentais; outras são secundárias embora necessárias; e ainda existem
aquelas que podem ser consideradas supérfluas ou conforto adicional.
Existem várias formas de classificar e subdividir as funções da habitação. A título de exemplo
mostramos a classificação da tabela a seguir que consideramos relativamente completa e didática nas
funções admitidas para casas pequenas. Observamos que estão incluídas todas as funções corriqueiras a
famílias tradicionais. Os casos que fujam do comum devem ser bem considerados para que não se incorram
em erros grosseiros de concepção.
LAZER 33 - descansar
34 - praticar jogos de mesa
35 - brincar (crianças)
36 - praticar "hobby"
37 - permanecer no exterior
MANUTENÇÃO DO VESTUÁRIO 38 - estocar roupa suja
39 - recolher roupa suja
40 - lavar roupa manualmente e mecanicamente
41 - secar roupa naturalmente ou mecanicamente
42 - passar e dobrar roupa
43 - guardar utensílios de manutenção de vestuário
OUTROS 44 - guardar utensílios e produtos de limpeza
45 - guardar veículo
46 - guardar brinquedos e máquinas de maior porte
METODOLOGIA
Com base no escopo proposto para este trabalho, a metodologia a ser usada no estudo das relações
entre funções e formas arquitetônicas possuirá caráter apenas introdutório. A finalidade básica será mostrar
ao estudante a(s) tipologia(a) das análises a serem feitas sem chegar a um veredito final da relação
função/forma (espaço). Aliás, como já salientamos, cada caso a ser estudado apresentará uma ou mais
possibilidades consideradas boas, não existindo, portanto, uma solução tida como a melhor em qualquer
situação.
Dentro deste enfoque introdutório identificaremos as funções básicas a serem desempenhadas no lar
relacionando-as com o compartimento tipicamente destinado a cada uma delas. Em seguida apresentaremos
uma listagem de sub-atividades pertinentes a cada compartimento da residência. Em função destas sub-
atividades será estudado o mobiliário mínimo necessário sob seus aspectos geométricos e de utilização.
Quando forem necessárias faremos considerações adicionais sobre o posicionamento de portas e janelas,
definição de circulações, etc para, em seguida, apresentar e analisar alguns casos.
Os casos a serem analisados serão extraídos de projetos diversos ou mesmo de situações hipotéticas.
Com este procedimento consideramos que o estudante, pela repetição de raciocínios em condições
diferentes, poderá "incorporar" o ponto de vista crítico e consciente para a elaboração ou avaliação de
projetos arquitetônicos.
Quanto aos ocupantes dos quartos, procura-se separar os indivíduos por sexo e idade mantendo
como ideal uma população de uma ou duas pessoas. Evidentemente, a separação dos componentes em
quartos individuais aumenta a área necessária e nem sempre é uma boa solução do ponto de vista
psicológico, social ou econômico.
Poderíamos listar as seguintes atividades como pertinentes ao compartimento quarto:
1 - dormir
2 - descansar
3 - tratar de doentes
4 - vestir-se a arrumar-se
5 - arrumar a cama
6 - receber hóspedes
16 - conversar
17 - ouvir música
24 - pentear os cabelos
27 - ler concentrado
29 - utilizar computador
30 - guardar objetos de estudo e trabalho
35 - brincar (crianças)
É claro que em determinados casos algumas destas atividades poderão ser consideradas
incompatíveis com o ambiente quarto ou outras poderão ser acrescentadas à lista geral. Lembramos mais
uma vez: "cada caso é um caso".
No que diz respeito à posição de portas e janelas poderíamos estabelecer alguns princípios, tais
como:
1 - toda a extensão da janela deve estar livre para o acesso de pessoas (num caso precário aceita-se
que apenas 60% desta extensão esteja livre);
2 - devem ser evitados trajetos complicados entre os móveis, isto é, deve-se evitar que se tenha que
contornar a(s) cama(s) para se ter acesso à armários, mesas, cômodas, etc.;
3 - portas e janelas devem ser dispostas de modo a dificultar o devassamento visual do quarto,
principalmente para observadores do lado externo da casa;
4 - os móveis não devem dificultar a articulação de portas e janelas e vice-versa;
5 - o posicionamento da porta deve levar em conta a passagem de todos os móveis para o interior do
quarto.
Mobiliário mínimo
Enumeradas as atividades pertinentes ao cômodo quarto podemos adotar como mobiliário mínimo o
apresentado a seguir. As áreas demarcadas juntamente com os móveis são aquelas mínimas para permitir sua
perfeita utilização. Para que se tenha uma maior economia de espaço, durante o projeto devemos procurar
superpor as áreas de utilização dos equipamentos uma vez que, sendo pequena a população do quarto, a
possibilidade de duas pessoas precisarem da mesma área para executar atividades diferentes é bem baixa.
Quarto de casal e Quarto dos filhos:
FUNDAMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO 23
Análise de casos.
O quarto é individual e totaliza uma área útil de 10,00 m2 que consideramos de média para alta.
O mobiliário mínimo é perfeitamente atendido.
A colocação do armário ao lado da porta facilita o acesso ao mesmo e o espaço entre ele e a cama
supera o mínimo necessário. Portanto, em termos de funcionalidade do armário, o quarto tem boas
características.
O acesso à janela se faz em toda sua extensão embora o trajeto da porta até ela seja ligeiramente
incomodado pela cadeira da mesa de estudos. Assim, neste aspecto, apesar da existência deste pequeno
problema, a solução pode ainda ser considerada satisfatória.
Talvez seja interessante assinalar que a luz que ilumina a mesa vem da direita e, para pessoas
destras, o ideal é que se ilumine a mesa pela esquerda. A posição apresentada força a utilização de luminária
mesmo durante o dia, o que evidentemente leva a um maior consumo de energia.
Renê Guimarães Ruggeri 24
Trata-se de um quarto de casal com área de 12,50m2 com suíte. O mobiliário mínimo é
completamente atendido.
A articulação da janela é dificultada pela cômoda e a porta do quarto e do armário interferem
mutuamente. Sob este aspecto de posicionamento de portas e janelas a solução é, portanto, precária. Convém
contudo ressaltar que a posição da porta não poderia ser outra. Se fosse levada até o ângulo da parede não
haveria a possibilidade de colocação do armário.
Observe-se que este quarto pode englobar outras funções a serem realizadas na mesa de trabalho
que se encontra mal posicionada sob o aspecto de iluminação natural.
Quarto de casal com closet e suíte, área de 14,33 m2 incluindo o closet. Mobiliário mínimo quase que
perfeitamente atendido.
A adoção do closet como um compartimento quase que independente torna o quarto bem mais
funcional pois especializa cada parcela do espaço. Porém, o que é claro, o custo do quarto se eleva devido à
necessidade de maior área. A utilização do closet é um recurso muito utilizado e que assegura um grau de
conforto bem mais elevado no desempenho das funções relativas à utilização do armário. Entretanto, closets
mal dimensionados podem trazer desconfortos.
O móvel de fronte à cama não é na realidade uma cômoda, mas sim uma estante. Estamos então,
diante de um quarto para o qual foram consideradas sub-atividade tais como ver televisão, ouvir música ou ler
FUNDAMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO 25
deitado. Este tipo de atividade é frequentemente considerada como pertinentes ao quarto em famílias de
classe média.
Em termos de posicionamento de janela e porta a solução é boa, como se pode avaliar.
Trata-se de um quarto para duas pessoas em que o mobiliário mínimo é relativamente bem atendido.
Considerando que a ocupação do quarto é de duas pessoas poderíamos esperar que houvesse uma mesa de
estudos para cada uma. Não obstante, uma única mesa é satisfatório.
O posicionamento de porta e janela é bom, embora haja interferência entre porta e armário.
O acesso a uma das camas é precário para a atividade arrumar a cama.
Quarto para duas pessoas com mobiliário mínimo plenamente atendido, porém com acesso à janela
em condição demasiadamente precária e iluminação das mesas de trabalho deficientes (a menos que se usem
luminárias).
Mobiliário Mínimo
O mobiliário apresentado a seguir é aquele correspondente a uma cozinha pequena e sem
equipamentos modernos. Esta situação nos dias de hoje talvez aconteça apenas em casa populares pois
equipamentos mais avançados são cada vez mais utilizados em nossas cozinhas, mesmo que comuns.
Copa/Cozinha
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Analise de casos
Renê Guimarães Ruggeri 28
Embora aparentemente esteja faltando um bancada com armário, devemos observar que a bancada
da pia excede o tamanho mínimo, podendo ser usada também como bancada para trabalho.
A distribuição em “U” dos equipamentos é bastante eficaz embora neste caso o acesso ao fogão seja
ligeiramente incomodado pela bancada de refeições rápidas.
No aspecto circulação a disposição é muito boa, não havendo interferência entre a circulação interna
da cozinha com a de passagem.
Em relação à iluminação natural a pia está desfavorecida, o que é um problema evidentemente. A
utilização de iluminação artificial adicional é quase inevitável.
Observemos que o acesso à janela é dificultado pela bancada de refeições, o que também é um
problema desta proposta.
FUNDAMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO 29
Também nesta proposta o tamanho da bancada da pia permite dispensar a bancada adicional para
trabalho.
A circulação apresenta inconvenientes que são amenizados pela distribuição em linha dos
equipamentos. Essa distribuição minimiza os movimentos de alimentos atravessando a cozinha e, portato, a
circulação de passagem é mais livre embora o espaço esteja no limite.
A iluminação da pia é muito boa e a colocação do fogão numa parede externa facilita a instalação de
um exaustor.
Por se tratar de ambientes com grande taxa de ocupação devemos prestar atenção especial aos
problemas de circulação para evitar transtornos. Circulações que cruzem os ambientes pela diagonal devem
ser eliminadas para impedir que pessoas transitem entre outras que utilizem o ambiente. Deve ser
considerada a possibilidade de mudanças de lay-out à medida que os filhos do casal cresçam.
Sendo ambientes de convívio social é comum que se pretendam características mais requintadas de
acabamento e decoração exigindo maior dedicação do projetista. De qualquer forma, para uma família
comum, podemos estabelecer um mobiliário mínimo para utilização no ambiente de estar.
Mobiliário mínimo
Evidentemente para funções mais específicas são necessários mobiliários apropriados que não foram
listados aqui. Cada caso deverá ser avaliado pelo projetista para que sejam definidos os móveis necessários à
cada atividade. Por exemplo, para salas de som e/ou TV pode-se optar por estantes especialmente projetadas
para alojar estes equipamentos.
Conforme o estilo de vida da família, móveis como cadeiras de balanço, bares ou até tapetes com
almofadas podem ser opções agradáveis. Lembramos que o projetista deve preocupar-se com os interesses
dos clientes mesmo que sejam aversos aos seus próprios costumes.
Análise de casos
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A área da residência destinada ao convívio possui sala com dois ambientes (estar e TV) e varandas
para a permanência no exterior. A circulação se dá contornando os ambientes da sala sem atravessa-los. A
proposta é muito boa, porém ocupa grande área aumentando o custo da obra. A avaliação deve ser feita com
base nas exigências do cliente.
Embora o mobiliário não seja o apresentado como mínimo, os móveis que compões esta sala são
perfeitamente compatíveis com as funções da sala de estar.
O aparador deve servir como ponto para ligação da televisão e, então, dois dos assentos dos sofás
ficarão prejudicados pela falta de ângulo para visualizar a TV.
Outro problema desta proposta (e que pode ser sério) é a dificuldade de acesso às janelas. Pela
disposição tudo parece indicar que se tratam de esquadrias que podem ser abertas sem a nessecidade de
chegar até elas. Caso contrário seria altamente incômodo articula-las.
Renê Guimarães Ruggeri 32
A sala possui disposição convencional com sofás e poltronas. Portanto atende ao mobiliário mínimo.
O pano de vidro em uma das paredes garante alta luminosidade ao ambiente e vista para o exterior.
Quanto à circulação, um problema deve ser apontado. A posição das porta força uma circulação entre
o aparador e os sofás, o que atrapalha a televisão. Em casas com grande número de ocupantes este problema
pode ser considerado sério.
Mobiliário mínimo
FUNDAMENTOS DO PROJETO ARQUITETÔNICO 33
Atualmente o equipamento bidê em sendo substituído pela ducha manual instalada ao lado do vaso
sanitário. Nestas condições o espaço do banheiro pode ser diminuído.
Análise de casos
Os casos de banheiros não serão analisados devido à sua simplicidade. Apenas apresentaremos
algumas possibilidades comuns de serem adotadas em projetos. Uma das propostas a seguir é bem mais
requintada e será apresentada aqui apenas com o intuito de mostrar ao estudante o grau de liberdade que se
pode ter no projeto do compartimento banheiro.
Renê Guimarães Ruggeri 34
Contentamo-nos neste trabalho em apenas alertar o estudante para as peculiaridades que esta
função pode ter a fim de deixá-lo atento quando da elaboração de projetos.
Mobiliário Mínimo
Renê Guimarães Ruggeri 36
Análise de casos
Neste ponto acreditamos que o estudante tenha condição de analisar sozinho uma proposta de
projeto para um ambiente qualquer. Basta pensar nas atividades a serem desenvolvidas no ambiente e
imaginar as necessidades de equipamentos e espaço para o desempenho das mesmas. Com base nisso avaliar
se a proposta apresentada atende a estas necessidades. Portanto, também no caso de lavenderias apenas
apresentaremos algumas propostas para que sejam analisadas pelo extudante.
Algumas outras atividades podem ser consideradas básicas conforme as necessidades e expectativas
dos usuários. Podemos citar, a título de exemplos, algumas comumente incluídas: guardar veículos (garagem),
guardar brinquedos e máquinas de maior porte (quarto de brinquedos), guardar utensílios e produtos de
limpeza (despensa).
O dimensionamento dos compartimentos destinados a cada uma destas funções depende das
dimensões dos objetos e equipamentos envolvidos em cada uma delas. Para que se tenham compartimentos
bem dimensionados deve-se ter espaço suficiente para a perfeita utilização dos equipamentos. No caso de
uma garagem, por exemplo, deve-se ter espaço suficiente para a abertura de portas e retirada de cargas.
Outras atividade fazem exigências mais complexas e, por isso, cada uma deve ser muito bem analisada para
que não se comprometa o conforto no seu desempenho.
DESFECHO
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Paramos aqui com o texto deste curso lembrando que o assunto está muito longe do fim. Como
dissemos no começo, nosso objetivo é o de introduzir o aluno no estudo desta importante atividade que é a
elaboração de Projetos Arquitetônicos.
Lembramos que apenas com o que foi exposto aqui é impossível que o profissional se torne um bom
projetista, pois é necessário bem mais conhecimento que o que podemos passar com este trabalho. Sobretudo
é necessária experiência e esta só se obtém praticando a atividade de projetar (mesmo hipoteticamente). Não
só em Arquitetura como em qualquer outra área a dedicação ao aprimoramento constante das
potencialidades individuais é que farão de cada pessoa um bom profissional.
Gostaríamos de passar algumas “dicas” para aqueles que se interessem pelo assunto.
1 - uma vez que a atividade de projetar baseia-se na criatividade e esta, no conteúdo da memória,
sugerimos leituras de revistas técnicas e especializadas em projetos arquitetônicos, decoração, técnicas de
construção, etc.
2 - o principal impecílio para o trabalho da criatividade é o dogma. Assim, o bom projetista tem
verdadeira ogeriza por verdades absolutas e é sempre um cético quando se diz que esta é a melhor solução
(mesmo que seja sugerida por ele mesmo). O exercício constante da crítica (construtiva) e a apreciação de
novas possibilidades arquitetônicas podem aumentar e muito a capacidade do projetista. A atualização é vital
ao reconhecimento do profissional.
3 - embora cada um tenha um gosto especial por um ou outro estilo, um projetista não projeta para si
mas para o seu cliente, logo aqui também vale a máxima “o cliente sempre tem razão” e acrecentamos, “se
bem orientado”.
4 - a voz da experiência deve sempre ser ouvida (porém devemos lembrar da segunda dica). Em
alguns detalhes, principalmente no que se refere a hábitos da vida cotidiana, os projetistas mais esperientes
podem estar desatualizados devido às contantes e cada vez mais frequentes mudanças nos hábitos das
pessoas oriundos da utilização de novas tecnologias.
Esperamos que o estudante possa se sentir satisfeito com o curso e apreciaremos críticas no sentido
de melhorar este trabalho.