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Teoria Básica
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Revisão 0 – Julho/2006
1 INTRODUÇÃO
A temperatura é uma das grandezas físicas mais medidas, apenas suplantada pelo tempo.
A temperatura possui um importante papel como indicador da condição de um produto ou elemento de um
equipamento, seja na fabricação ou no controle da qualidade. A correta monitoração da temperatura melhora a
qualidade do produto e a produtividade da empresa. Os processos de fabricação podem prosseguir sem
interrupções e sob condições otimizadas.
Os métodos para medição de temperatura podem ser divididos em medição com contato e medição sem
contato.
Nos métodos de medição com contato, o termômetro é instalado de modo que seu elemento sensor entre em
contato físico com o meio cuja temperatura se quer determinar. A troca de energia entre o termômetro e o
meio dá-se principalmente através do fenômeno da condução térmica. Termômetro e meio devem estar em
equilíbrio térmico no momento da medição da temperatura. Termômetros de contato são excelentes para a
medição da temperatura de meios líquidos e gasosos mas podem apresentar restrições na medição da
temperatura de corpos sólidos.
Nos métodos de medição sem contato, a transmissão de energia entre o termômetro e o meio dá-se por
radiação. São indicados para a determinação superficial da temperatura e quando o meio em medição está
visualmente acessível, seja através de uma janela, abertura ou fibra óptica. Um termômetro de radiação indica
a temperatura de um objeto medindo a radiação eletromagnética que o objeto emite.
2 O ESPECTRO ELETROMAGNÉTICO
O espectro eletromagnético (Figura 1) contém diversas formas de emissões eletromagnéticas como
infravermelho, luz visível, raios-X, ondas de rádios e várias outras. A diferença entre essas emissões é o seu
comprimento de onda (λ), que é relacionado com a freqüência. O olho humano só responde à região visível do
espectro.
Todos conhecemos o vermelho sombrio do carvão no fogo e o branco brilhante das lâmpadas incandescentes.
Sabemos que quanto mais brilhante e branco for um objeto, mais quente ele está. Esta é a forma mais simples
da termometria de radiação. Embora simples, a distinção da temperatura com base nas cores por ser bastante
exata. Alguns profissionais de industrias cujos processos atingem altas temperaturas, como as siderúrgicas,
podem estimar a temperatura dentro de ±50ºC, apenas baseando-se na cor do material (Tabela 1).
Tabela 1. Temperatura x cor percebida.
Temperatura ºC Cor
500 vermelho pouco visível
700 vermelho sombrio
900 cereja
1000 cereja brilhante
1100 vermelho alaranjado sombrio
1250 amarelo alaranjado brilhante
1500 branco
1800 branco ofuscante
Se tivermos um corpo totalmente não reflexivo e completamente opaco, toda energia radiada e recebida por
este corpo será absorvida. Este tipo de corpo é um absorvedor perfeito e também será um emissor perfeito de
radiação. Um absorvedor e emissor perfeito é chamado de corpo negro. Um corpo negro não apresenta,
necessariamente, a cor preta. Trata-se de um termo usado para descrever um objeto capaz de absorver toda a
energia que o atinge e de emitir a máxima radiação para uma dada temperatura. Pode-se construir boas
aproximações dos corpos negros ideais com cavidades que são feitas para aprisionar e não refletir a luz.
2.2 Corpo negros e radiação de corpo negro
Em 1900 Planck derivou a descrição matemática da distribuição da radiação de corpo negro ilustrada na
Figura 2:
−1
c1 ⎡ ⎛ c 2 ⎞ ⎤
Lλ , b = 5 ⎢exp⎜ ⎟ −1
λ ⎣ ⎝ λT ⎠ ⎥⎦
2989
λ max = µm
T
À temperatura ambiente (300 K), por exemplo, a radiância espectral máxima está próxima de 10 µm e a 3000
K, o pico ocorre próximo a 1 µm.
A Lei de Wien simplifica a Lei de Planck, fornecendo uma aproximação melhor que 1%: É utilizada para
estimar erros e incertezas das medições.
c1 ⎛ − c2 ⎞
Lλ , b = exp⎜ ⎟
λ ⎝ λT ⎠
5
Alguns exemplos de energia emitida por corpos negros são ilustrados na Tabela 2.
Tabela 2. Taxa de emissão dos corpos negros numa faixa de temperatura.
A habilidade de um corpo radiar energia é chamada emissividade (ε). É uma característica da superfície, que
depende não apenas do tipo de material, mas da condição da superfície e do comprimento de onda em que a
radiação é emitida, o que, por sua vez, depende da temperatura do corpo (Figura.2).
Veja na Tabela 3 valores típicos de emissividade de alguns matérias, no comprimento de onda 1 µm.
Tabela 3: Valores típicos de emissividade
Um corpo negro ideal não reflete energia (R = 0). Portanto, para um corpo negro, E=1.
A Figura 7 mostra os tamanhos de alvos que são medidos a diferentes distâncias do sistema óptico. O ponto
focal do instrumento do exemplo é 170 mm, distância na qual o alvo precisa ter pelo menos 2 mm para garantir
que o campo de visão esteja completamente preenchido. O instrumento pode ser usado a 200 mm do alvo;
nesse caso o diâmetro mínimo do alvo é 9 mm.
O campo de visão de um termômetro é definido pela distância entre o delimitador de campo e o centro óptico
da lente, dividido pelo tamanho da abertura do delimitador de campo. O campo de visão pode ser expresso em
termos de um ângulo ou em termos de uma razão entre uma distância focal e o tamanho do alvo nessa
distância. Isso significa que um termômetro com um campo de visão de 100:1, a uma distância de 1000 mm,
enxerga um alvo de 10 mm.
Os fabricantes de termômetros de radiação normalmente fornecem uma carta óptica do termômetro com os
tamanhos de alvos em várias distâncias.
Embora um termômetro tenha um ponto focal determinado, ele pode ser usado a qualquer distância, desde
que o alvo seja grande o suficiente e que, entre o alvo e o termômetro, não haja nenhum obstáculo que reduza
a energia incidente.
Para calcular o tamanho do alvo a qualquer distância são necessários 4 dados:
O diâmetro ativo (L) da lente de termômetro;
O ponto focal (V) do termômetro;
O tamanho de alvo (T) no ponto focal;
A distância entre o sistema óptico do termômetro e o alvo.
V e T são obtidos na folha de especificação ou na carta óptica do termômetro. L é o tamanho do alvo à
distância zero (carta óptica do termômetro). D é a distância à qual se pretende fazer a medição.
A Figura 9, a seguir, mostra um termômetro com foco ajustável e um sistema de mira óptica. O sistema de
ajuste do foco, na parte posterior do instrumento, permite o ajuste após a instalação, no local definitivo. Ajusta-
se o foco até se obter uma imagem nítida do alvo. O mecanismo interno de focalização garante que o foco
visual e o foco infravermelho sejam ajustados simultaneamente.
Infratemp Instrumentos de Medição e Controle Ltda – Fone: 15-32176046 – info@infratemp.com.br 8
Figura 9: Cálculo do tamanho do alvo para termômetros de foco ajustável
O termômetro acima apresenta uma faixa de ajuste de foco de 500 mm até infinito. Esta faixa pode ser
modificada com a colocação de lentes auxiliares, na frente do sistema óptico, o que permitirá a medição de
alvos menores a distâncias também menores que 500 mm. Quando o foco é ajustável, o tamanho do alvo é
calculado dividindo-se a distância entre o termômetro e o alvo, pelo campo de visão.
Os termômetros de radiação também podem ser equipados com mira laser. O raio de laser permite apontar
rápida e precisamente para o alvo desejado. Existem diversos tipos: mira simples, mira dupla, mira circular,
mira de três pontos.
Figura 10: Mira laser circular e mira laser coaxial de três pontos
⎝ 1200 ⎠
onde λ é expresso em micra e as incertezas relativas ρ, em porcentagem. Essa equação permite deduzir que:
Os erros e as incertezas aumentam com o comprimento de onda de operação, portanto, sempre que
possível, deve-se preferir termômetros que operem em comprimentos de onda curtos;
Os erros e incertezas aumentam quadraticamente com a temperatura;
Os erros e incertezas aumentam, em 1/ελ; por isso os erros são muito grandes para materiais de baixa
emissividade como os metais.
A dependência dos erros em relação ao comprimento de onda pode causar confusão quando termômetros de
diferentes comprimentos de onda são usados para medir a mesma temperatura. Na verdade, uma diferença
nas leituras indicará que ambos estão errados uma vez que a maioria das fontes de erros depende do
comprimento de onda e afeta todos os termômetros de banda espectral.
4.1 Erros na emissividade
Na maioria das áreas da termometria de radiação a maior fonte de erro é a falta de conhecimento da
emissividade da superfície. Existem diversos fatores que afetam a emissividade de um material.
Comprimento de onda
A emissividade de materiais polidos tende a decrescer à medida em que aumenta o comprimento de onda.
Materiais não metálicos comportam-se de maneira diferente dos metálicos, mostrando um aumento na
emissividade com o aumento do comprimento de onda. Materiais semi-transparentes como filmes plásticos
apresentam grandes variações com o comprimento de onda e requerem consideração especial.
Um corpo cinzento tem emissividade constante.
Emissividade
Comprimento de onda
Na prática não é muito difícil constatar se um material é polido ou rugoso, oxidado ou não e fazer uma
estimativa da emissividade.
A maioria dos fabricantes de termômetros de radiação fornece uma lista de materiais e sua emissividade no
comprimento de onda em que o termômetro opera. Com essas informações é possível se fazer uma estimativa
dentro de ± 0,05 para superfícies rugosas ou difusas e ± 0,1 para superfícies com polimento ou filme.
4.1.1 Determinação da emissividade
Há diversos métodos para se determinar a emissividade de um objeto. Os fabricantes de termômetros de
radiação costumam publicar tabelas para os materiais mais comuns. Elas servem como orientação mas não se
pode esquecer de atentar para a condição da superfície e o comprimento de onda de operação, que também
interferem na emissividade.
Os exemplos a seguir ilustram a incerteza na medição da temperatura devido à incerteza da emissividade da
superfície.
Exemplo 1. Estime a incerteza na medição da temperatura do aço, em 1000ºC, considerando que a
emissividade do aço altamente oxidado em 1 µm é estimada em 0,8 ± 0,1 (95%). A substituição direta na
equação de Wien resulta:
2
⎛ 1273 ⎞ 100 x 0,1
UTm = ±1x ⎜ ⎟ x
⎝ 1200 ⎠ 0,8
UTm = ±14º C
Os exemplos ilustram a importância de se conhecer bem a emissividade de uma superfície e como a baixa
emissividade pode inviabilizar a determinação da temperatura com termometria de radiação.
Quando não se conhece a emissividade do material, o método mais simples é medir a temperatura da
superfície com um termopar calibrado e ajustar a emissividade do termômetro de radiação até que forneça a
mesma leitura de temperatura. Dependendo do comprimento de onda a incerteza será ±0,05. Outro método é
fazer um corpo negro operar à mesma temperatura do material de interesse. Ajusta-se a emissividade no
termômetro de modo que a leitura no material seja a mesma que no corpo negro, com a emissividade ajustada
para 1,0. A versão mais simples desta técnica é cobrir uma parte da superfície com uma tinta preta, que possui
emissividade entre 0,9 e 0,95. Pode-se igualmente esperar incertezas de ±0,05.
4.1.2 Correção da emissividade
Os termômetros de radiação normalmente possuem um ajuste de emissividade que corrige a indicação de
temperatura, considerando a emissividade da superfície, que deve ser informada pelo usuário. A saída do
termômetro é multiplicada por 1/ε.
A Figura 14, a seguir, ilustra o efeito da emissividade na medição de temperatura quando se usam
termômetros que operam em comprimentos de onda curtos e longos.
Temperatura indicada
Emissividade do alvo
Observe que, para o termômetro de comprimento de onda curto, o erro é de aproximadamente 10ºC para uma
mudança de 10% na emissividade, com o alvo à temperatura de 1000ºC. O termômetro de comprimento de
onda longo dá erros muito maiores para uma situação similar.
É aconselhável sempre escolher o termômetro que opere no menor comprimento de onda possível para a
temperatura desejada.
4.2 Erros de reflexão
Vimos que, quando a radiação que sai do interior de um corpo chega à superfície, ela é parcialmente refletida
de volta para o corpo. O mesmo acontece com a radiação que incide em uma superfície. Desta forma, a
radiação que deixa uma superfície é a soma da radiação emitida e da radiação refletida. A primeira depende
da temperatura do corpo e a segunda, da temperatura dos arredores. O termômetro não consegue distinguí-
las. Portanto, a temperatura indicada dependerá dessas duas temperaturas, assim como da emissividade e
reflexibilidade da superfície. Veja a Figura 15.
O sistema é composto por um termômetro de radiação e um segundo sensor, como um termopar R/S, que
mede a temperatura do ambiente. As saídas de ambos os sensores são enviadas ao processador, que pode
então calcular a reflexibilidade do material a partir da emissividade ajustada (r = 1 – e). Tendo o valor da
reflexibilidade e a temperatura do ambiente, o processador calcula a magnitude da reflexão e a temperatura
corrigida do alvo.
Temperatura do ambiente
Outras fontes de reflexão podem ser o sol ou a iluminação artificial do ambiente, que afetam termômetros de
comprimentos de onda curtos. Veja o perfil da radiação emitida na Figura 19.
Percentual de radiação
Comprimento de onda µm
Este problema é superado com o uso de uma proteção sobre o alvo, que fornece uma área sombreada. É
importante salientar que, neste caso, é o alvo que necessita proteção, não o termômetro.
Na Figura 20, as áreas acima da curva de transmitância estão escuras para enfatizar os comprimentos de
onda nos quais a atmosfera é opaca (o vapor d´água e o CO2 absorvem a radiação). As partes do espectro em
que a atmosfera é transparente (claras) são conhecidas como janelas. As janelas mais úteis para a
termometria de radiação banda espectral são próximas de 0,65µm, 0,9 µm, 1,05 µm, 1,35 µm, 1,6 µm, 2,2 µm,
4 µm e 10 µm.
A maioria dos termômetros é projetada para evitar as principais bandas nas quais a radiação é absorvida.
Alguns termômetros de banda larga não são completamente imunes a esses efeitos. Mais uma vez, a escolha
do termômetro e dos procedimentos de operação deve ser realiza com base nas bem estabelecidas práticas
industriais.
Em algumas aplicações industriais, não é somente a atmosfera que está entre o objeto e a lente do
termômetro. Pode haver uma janela transparente no forno para permitir a medição. Nesse caso, é importante
ter certeza de que o comprimento de onda de operação do termômetro é compatível com a banda de
transmissão da janela transparente. Também é importante que a perda de energia através da janela e a
alteração da emissividade do alvo devido à presença da janela, sejam compensados, para que se tenha a
correta leitura da temperatura. A Tabela 4 mostra o comportamento dos diferentes materiais ópticos.
Tabela 1: Perdas por reflexão na superfície da lente
Figura 10. Efeitos do tamanho do objeto. a) perfil ideal de um alvo; b) perfil alargado (flare) ;
c) perfil devido à focalização deficiente; d) desalinhamento.
O efeito do alargamento é mais sentido nos termômetros com banda de operação superior a de 4 µm, devido à
variação na densidade das lentes, que espalham a radiação e à maior sensibilidade do termômetro. O uso de
tubos de visada é indicado. Como tanto os riscos quanto a poeira provocam esse mesmo efeito, o termômetro
de radiação deve ser mantido com muito cuidado e sua lente regularmente limpa com produtos não abrasivos.
Em ambientes sujos pode ser recomendável o uso de uma purga de ar.
Na prática, quando se usa um termômetro de razão, apenas uma pequena parte do campo de visão precisa
estar preenchida, tornando-o especialmente útil em ambientes muito sujos.
Em outras aplicações, principalmente de materiais muito reflexivos, a incerteza da emissividade limita
seriamente a utilização de termômetros de banda espectral. Isso se aplica particularmente às indústrias em
que a emissividade, além de baixa é extremamente variável. Nos termômetros de razão, cada detector opera
em um comprimento de onda diferente, havendo, portanto, dois valores de emissividade a serem
considerados.
ελ1FTt
Termômetro com dois comprimentos de onda Razão =
ελ 2 FTt
Já vimos que um material cuja emissividade permanece constante em todos os comprimentos de onda é
conhecido como corpo cinzento (grey body). Na fórmula acima, se o termômetro de razão estiver medindo um
corpo cinzento, os dois valores de λ seriam idênticos, então, as duas emissividades poderiam ser canceladas
e a temperatura determinada sem envolver a emissividade.
Na prática, a emissividade de um material muda com o comprimento de onda e, considerando-se dois
comprimentos de onda, a razão entre as emissividades é conhecida como valor de “non-greyness”.
Emissividade
Comprimento de onda
Uma vez que o termômetro de razão vê dois valores diferentes de emissividade, um canal do detector tende a
ver uma quantidade de energia maior que o outro, resultando em erro. O controle de “non-greyness” no
termômetro de razão pode ser ajustado para a razão entre as emissividades nos dois comprimentos de onda
ou valor de “non-greyness”. Esta operação é similar ao ajuste de emissividade do termômetro de banda única.
Se as emissividades do alvo mudarem igualmente, não haverá erro na medição. Esses fatores devem ser
cuidadosamente analisados.
6.3 Termômetros de Radiação Total
Os termômetros de radiação total medem a radiância total da superfície. Devido aos problemas de absorção
atmosférica obtém-se sua melhor exatidão somente quando estão muito próximos da superfície de interesse.
As principais aplicações da termografia incluem: subestações elétricas, painéis de baixa tensão, motores,
retificadores, cadeiras, refratários, fornos de cimento, rolamentos, mancais, trocadores de calores etc. , enfim
todas as áreas nas quais é possível a localização de componentes defeituosos pelo aquecimento ou é grande
o número de processos envolvendo vastas quantidades de calor e problemas operacionais podem ser
relacionados diretamente com as distribuições externas de temperatura nos equipamentos.