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EXPLICANDO O TDAH

Texto elaborado por Cláudia Ferreira

O Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade, ou TDAH, é um transtorno


neuropsicológico que ocorre principalmente devido a contribuições biológicas e genéticas.
Mais especificamente, trata-se de um transtorno do desenvolvimento do auto controle
com características de desatenção, hiperatividade e impulsividade mais intensas que o
usual, se compararmos um indivíduo com seus semelhantes. Segundo o DSM-IV (Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais da American Psychiatric Association -
quarta edição), o TDAH caracteriza-se por dois grupos de sintomas: 1 – desatenção e 2 –
hiperatividade e impulsividade.

A pessoa deve apresentar 6 ou mais dos seguintes sintomas de desatenção


persistentes por no mínimo um período de 6 meses em um grau que compromete a
adaptação e que é incompatível com o nível de desenvolvimento:
a) frequentemente não presta atenção á detalhes ou comete erros por descuido em
atividades escolares, de trabalho ou outras.
b) frequentemente tem dificuldade para manter a atenção em tarefas e/ou atividades
lúdicas.
c) frequentemente parece não ouvir quando lhe dirigem a palavra.
d) frequentemente tem dificuldade em seguir instruções e não termina seus deveres
escolares, tarefas domésticas ou deveres profissionais (não devido a
comportamento de oposição ou incapacidade de compreender instruções).
e) frequentemente tem dificuldade para organizar tarefas e atividades.
f) com frequência evita ou reluta em envolver-se em tarefas que exijam um esforço
mental continuado (como tarefas escolares ou deveres de casa).
g) com frequência perde coisas necessárias para tarefas ou atividades (brinquedos,
tarefas escolares, lápis, livros ou outros materiais.
h) distrai-se facilmente por estímulos alheios à tarefa.
i) com frequência apresenta esquecimentos em atividades diárias.

A pessoa deve apresentar 6 ou mais dos seguintes sintomas de hiperatividade:


1. frequentemente agita as mãos e/ou os pés ou se remexe na cadeira.
2. frequentemente abandona sua cadeira na sala de aula ou outras situações nas
quais se espera que permaneça sentado.
3. frequentemente corre ou escala em demasia, em situações impróprias ou tem
uma sensação interna de inquietude.
4. com frequência tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em
atividades de lazer.

Impulsividade:
1. está frequentemente "a mil" ou muitas vezes age como se estivesse "a todo
vapor";
2. frequentemente fala em demasia.
3. frequentemente dá respostas precipitadas antes que as perguntas antes de terem
sido completamente formuladas.
4. com frequência tem dificuldade para aguardar a vez.
5. frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos alheios (conversas ou
brincadeiras).
É importante observar se alguns sintomas hiperativo-impulsivos que causam
comprometimento estavam presentes antes dos 7 anos de idade, se algum
comprometimento devido aos sintomas está presente em pelo menos dois contextos
(social, escolar e/ou familiar), se são persistentes por no mínimo um período de 6 meses
em um grau que compromete a adaptação, se é incompatível com o nível de
desenvolvimento e se existem claras evidências de interferência no funcionamento social,
acadêmico e/ou ocupacional.
Além de observar estes critérios, para definir um quadro de TDAH deve-se levar em
conta também o nível de funcionamento do indivíduo quanto à sua memória de trabalho,
senso de tempo, discurso interno, auto-controle da motivação e persistência direcionada.
São perguntas de coisas à fazer, habilidades de administração de tempo, capacidade de
planejar em direção aos próprios objetivos, resistência à distração durante este processo
e coordenação entre pensamentos, fala e comportamentos.

Estas investigações adicionais rendem ao profissional informações preciosas a serem


utilizadas na avaliação e no planejamento do tratamento.

Como o TDAH se associa a vários outros problemas (ao que se chama comorbidade) e
tem características semelhantes a outros transtornos, para se fazer um diagnóstico com
precisão é interessante que seja realizado um psicodiagnóstico, no qual o psicólogo ou o
psiquiatra avaliem as áreas intelectual, psicomotora, emocional e escolar de acordo com o
esperado para cada faixa de desenvolvimento, além de um exame neurológico
complementar realizado por um neurologista. Com o objetivo de investigar a presença de
sintomas semelhantes em ambientes diferentes, um contato com a escola e a entrevista
aos pais são fundamentais.

Uma vez detectado o TDAH, na maioria das vezes é indicado o uso de medicação
associada a uma terapia de preferência com base na teoria Cognitiva, por esta ser breve
e objetiva.
O quanto antes se fizerem estas intervenções, mais significativas serão as melhoras e
menores os riscos de conseqüências negativas.

TDAH E SUPERDOTADOS

Crianças superdotadas com distúrbios de aprendizagem são difíceis de identificar. O


seu distúrbio de aprendizagem mascara sua superdotação e vice-versa. Por esta razão,
tais crianças frequentemente se parecem com crianças comuns. Como resultado, elas
não são tratadas como precisam tanto no que se refere à superdotação quanto à
dificuldade de aprendizagem.

Além disso, as crianças superdotadas com inabilidades usam frequentemente sua


inteligência para tentar lograr a inabilidade. Isto pode fazer com que ambas as
excepcionalidades pareçam menos extremas: a inabilidade pode parecer menos severa
porque a criança está usando a inteligência para superar, enquanto os esforços
dispendidos nesse sem tido podem atrapalhar outras expressões do superdotado.

As listas abaixo têm a intenção de facilitar o reconhecimento de superdotados com


outros distúrbios.

Superdotados com transtornos de aprendizagem


elevada habilidade de raciocínio abstrato;
boa habilidade de raciocínio matemático;
boa memória visual, habilidade espacial;
extenso vocabulário;
senso de humor sofisticado;
imaginativo e criativo;
habilidade excepcional na geometria, ciência, artes e música;
bom na resolução de problemas e tarefas;
dificuldade com memorização, computação, fonemas e soletração;
distração e desorganização;
supersensibilidade;
perfeccionismo;
dificuldade com metáforas e analogias;
compreensão de sistemas complexos;
frequentemente, falha em terminar suas atribuições;
dificuldades com tarefas seqüenciais;
ampla variedade de interesses.

Características de estudantes com TDAH


fraqueza na sustentação da atenção;
persistência diminuída nas tarefas que não têm conseqüências imediatas;
pouca aderência a comandos para regular ou inibir seus comportamentos em
contextos sociais;
frequentemente muda de uma atividade incompleta para outra;
impulsividade;
mais ativo e agitado que outras crianças;
frequentemente conversa excessivamente
dificuldade em aderir às regras;
perde frequentemente as coisas necessárias para tarefas ou atividades em casa
ou na escola;
pode parecer inatento aos detalhes;
altamente sensível à crítica;
os problemas de comportamento existem em todas as áreas, mas em algumas
são mais severos;
variação na resolução de tarefas e no tempo usado para terminá-las.

As pesquisas indicam que em muitos casos, uma criança diagnosticada com TDAH, de
fato é superdotada e está reagindo a um currículo inapropriado.

A chave para distinguir entre TDAH e superdotação é a extensão da conduta


inadequada. Se esta conduta for específica para algumas situações, o comportamento da
criança se assemelha mais ao do superdotado; por outro lado, se o comportamento
inadequado persistir em todas as situações, ele se assemelha mais ao da criança com
TDAH. Também é possível que a criança tenha tanto a superdotaçãp quanto o TDAH. As
perguntas abaixo são para identificar as similaridades entre ambas.

Sinais de superdotação e sintomas de TDAH são muito parecidos, tornando difícil


determinar se uma criança brilhante é simplesmente superdotada e entediada ou tem
TDAH. Como não existem testes para identificar o TDAH, seu diagnóstico fica ainda mais
difícil. Abaixo encontram-se algumas perguntas retiradas do site da Academia Americana
de Pediatria.

Superdotado TDAH
O contato com colegas inteligentes diminui os O contato com colegas inteligentes não
comportamentos inapropriados. tem efeito positivo no comportamento.
Adequações acadêmicas apropriadas Adequações acadêmicas apropriadas
diminuem os comportamentos inadequados. não tem efeito positivo no
comportamento
Modificações curriculares diminuem os Modificações curriculares não tem efeito
comportamentos inapropriados. positivo no comportamento
A criança tem explicações lógicas (para a A criança não pode explicar os
criança) para os comportamentos comportamentos inapropriados
inapropriados.
Quando ativa, a criança gosta de movimento e A criança se sente fora de controle.
não se sente for a de controle.
A aprendizagem de habilidades sociais A aprendizagem de habilidades sociais
adequadas diminuiu os comportamentos adequadas não diminuiu os
impulsivos e inapropriados. comportamentos impulsivos e
inapropriados.
As crianças tem explicações lógicas (para ela) A criança não consegue explicar o
do porque. porque as atividades e tarefas não
são completadas.
A criança dispende alguns comportamentos Os comportamentos da criança não são
inapropriados quando interessada em um influenciados pelo seu interesse na
assunto ou projeto. atividade.
A criança atribui seu excesso de verbalização A criança não pode atribuir seu excesso
ou interrupções à necessidade de partilhar de verbalização ou interrupções às
informações, à necessidade de mostrar que necessidade de aprendizagem ou
ela sabe a resposta ou à necessidade de partilha de informações.
resolver o problema imediatamente.
A criança que parece desatenta pode repetir A criança que parece desatenta é
instruções. incapaz de repetir instruções.
A criança tem sucesso no trabalho com tarefas A criança muda de uma tarefa para
múltiplas. outra sem razão aparente.
Comportamentos inadequados não são Comportamentos inadequados
persistentes – parecem ocorrer em função persistem independente do assunto
do assunto em questão. em questão.
Inappropriate behaviors are not persistent – Inappropriate behaviors persist
seem to be a function of teacher or regardless of teacher or instructional
instructional style style
A criança bagunça para chamar a atenção. A criança bagunça independente de
atenção.
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E O TDAH

Você tem as habilidades para completar o trabalho, certamente tem a habilidade para
completar a tarefa, tem a inteligência para saber o trabalho, até mesmo tem a vontade,
mas ainda, de alguma maneira, você não pode ainda ter tudo isto totalmente junto. Você
sempre acaba sentindo como um fracasso e sem muito a mostrar pelo seu esforço.
O problema não pode minimizado, inúmeras vezes você nem mesmo tem certeza por
que acontece. Você chega no trabalho na hora certa, trabalha duro para compensar suas
dificuldades causadas pelo TDAH e tenta entregar os trabalhos nos prazos. Qual é o
problema e por que você não consegue superá-lo?
Muitos adultos com TDAH tendem a mudar de um emprego para o outro. Eles vagueiam
e tentam achar um lugar ao qual eles pertencem e onde eles possam ter sucesso. Quanto
mais empregos eles têm, mais difícil se torna adquirir um outro trabalho. E ainda, eles
não entenderam onde eles erraram ou o que aconteceu. É somente um outro emprego
ao qual ele não se ajusta, um outro trabalho que deu errado.

Maturidade emocional com desenvolvimento mais lento


De acordo com vários estudos, a maturidade emocional de alguns indivíduos com TDAH
é bem abaixo de seus semelhantes. Os lóbulos frontais do cérebro, que estão afetados
pelo TDAH, continuam amadurecendo até os 35 anos. O processo de maturação é mais
lento para os indivíduos com TDAH. Alguns podem não alcançar o nível de maturidade
emocional de 21 anos de idade até alcançar os 30.
Em 1990, John Mayer e Peter Salovey, professores americanos, cunharam a frase
"Inteligência Emocional". Eles usaram esta frase para descrever a habilidade para
entender e administrar sentimentos em você e nos outros, bem como também usar este
sentimento na tomada de decisão. Em 1998, John Mayer, escreveu Working With
Emotional Intelligence. Este livro levou este conceito ao local de trabalho e ele explica que
o sucesso vem principalmente para aqueles cuja inteligência emocional é desenvolvida.
Em seu livro ele explica que habilidades, educação, e um QI alto são secundários à
inteligência emocional.

Alguns dos principais componentes da Inteligência Emocional são:


Autoconsciência - é observar-se e se dar conta de suas próprias emoções, entendendo
como você se sente (suas forças e fraquezas) e sendo capaz de rotular tais sentimentos;
saber a relação entre pensamentos, sentimentos e reações.
Tomada de decisão pessoal: examinar suas ações e conhecer as consequências delas;
saber se uma decisão está sendo governada por pensamento ou sentimento.
Regulamento ou Administração - esta é a habilidade para equilibrar suas emoções e
também usar suas emoções para estabelecer metas, criar planos e motivar a si mesmo a
alcançar metas.
Consciência de outros - Isto é considerado comumente como "empatia". É a habilidade
para entender a natureza emocional daqueles ao seu redor (sentimentos e
preocupações), reconhecer diferenças no modo como as pessoas se sentem em relação
as coisas e criar relações melhores.
Habilidades sociais - Esta habilidade lhe permite trabalhar bem com os outros e ler os
sinais de forma a dirigir as situações sociais fluentemente, resolver problemas de
relacionamentos, aprender a motivar os outros, criar cooperação e trabalho de equipe.
Comunicação: falar efetivamente de sentimentos; tornar-se um bom ouvinte e
perguntador; distinguir entre o que alguém faz ou diz e suas próprios reações ou
julgamento a respeito;.
Estas habilidades, embora às vezes comuns em adultos com TDAH, podem ser
aprendidas. Eles necessariamente não são habilidades que você têm ou não têm. Com
trabalho, você pode melhorar sua "IE" e pode ajudar seu desempenho profissional.
Dicas para aumentar a Inteligência Emocional:

1. nomeie seus sentimentos. Vários vezes durante o dia, gaste um momento para
pensar de fato em como você sente. Agora mesmo, você está contente, triste,
irritado, bravo, desesperado ou esperançoso? Se você está experimentando uma
emoção negativa, pense em como esta emoção poderia impactar negativamente o
que você está fazendo agora mesmo e como você poderia administrar aquela
emoção para ter certeza que sua tarefa atual não sofrerá por causa de suas
emoções.
2. tenha responsabilidade por seus sentimentos. Em vez de culpar outra pessoa por
fazê-lo se sentir de um certo modo, entenda que eles não podem te fazer sentir
nada, você faz isso por conta própria. Por exemplo, as ações de alguém podem
ativar uma resposta de braveza em você, mas eles não o forçaram a ser bravo.
Mude seus pensamentos para "Eu sinto ___" em vez de "Você me faz sentir ___".
3. aceite e reconheça seus sentimentos para uma situação ou pessoa, no lugar de
rotular a situação ou a pessoa. Por exemplo, se você está esperando na fila por 20
minutos e está ficando irritado, aceite que está irritado com a situação e não que a
situação é ruim. Reconheça seu sentimento de ficar aborrecido com alguém no
lugar de lhes falar que eles estão sendo chatos.
4. use o recente conhecimento de seus sentimentos para ajudar na tomada de
decisão. Pense em como você se sentiria se fizesse algo, e como você sentiria se
você não fizesse.
5. quando estiver bravo com alguma coisa, use sua energia para mudar a situação ao
invés de piorá-la. Use sua raiva produtivamente para criar uma situação melhor.
6. sempre mostre respeito pelos sentimentos de outras pessoas. Use frases como
"Você importaria se eu ________?".
7. reconheça os sentimentos dos outros. Apenas deixar alguém saber que você pode
ver ou ouvir como eles estão se sentindo, pode ajudar muito.
8. crie um desejo de melhorar sua situação. Sempre pergunte a si mesmo o que você
sente agora e o que você pode fazer para sentir-se ainda melhor. Quando
conversar com outra pessoa sempre pergunte como eles se sentem e o que vocês
podem fazer para se sentirem ainda melhor. Desenvolva uma estratégia de aceitar
seu sentimento e criar algo melhor.
9. quando falar com outros, escute mais do que fale. Resista ao desejo de criticar,
julgar ou fazer comentários negativos. Escute com compreensão os sentimentos
deles/delas, ao invés de julgar suas ações.
10. preste atenção em com quem você passa o tempo. Se você está passando tempo
com pessoas que não se preocupam com seus sentimentos, então tente gastar
menos tempo com eles.
O TDAH E OS TRANSTONOS DE APRENDIZAGEM

A infância e, principalmente, a adolescência são fases difíceis do desenvolvimento de um indivíduo,


quando fatores de toda a ordem (orgânicos, psicológicos e sociológicos) interferem de forma ativa e
conflitiva no comportamento da criança/adolescente e aumentam, ainda mais, sua insegurança. Violam as
regras da casa, negligenciam as tarefas domésticas, opõem-se ao para casa e às vezes perturbam a paz.

Um fator muito presente é o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. O TDAH consiste num
transtorno do desenvolvimento do autocontrole que tem três características básicas: a desatenção, a
hiperatividade e a impulsividade. Sua causa se deve principalmente à hereditariedade. O TDAH é um
transtorno que aparece na infância, mas sua sintomatologia pode permanecer até a idade adulta,
especialmente se não for tratado desde cedo. Os sintomas característicos do quadro, tais como dificuldades
de atenção, a impulsividade e a hiperatividade, podem trazer conseqüências complexas, pois se associam a
problemas emocionais de diferentes magnitudes, como consequência das reações do meio.

A forma mais indicada de tratamento e um trabalho multimodal, com bastante integração dos profissionais
envolvidos. Em termos de psicoterapia, a prática que tem obtido mais sucesso é a com base na Teoria
Cognitiva Comportamental (TCC), dado o caráter dinâmico e breve deste tipo de terapia. Durante o
tratamento, a terapia cognitiva tem com princípio básico que a maneira como percebemos uma situação e
pensamos diante dela (e não a situação em si) determina nossas emoções e comportamentos.

Situação => pensamento automático negativo => comportamento (reações fisiológicas, sentimento e
ação).
O objetivo da TCC não é unicamente ajudar o paciente com seus problemas, mas dotá-lo de um novo
instrumental cognitivo e comportamental, por meio da prática regular, a fim de que ele possa perceber e
responder ao real de forma funcional em busca de suas metas.

Junto ao TDAH, é comum aparecem outros transtornos simultaneamente ao que chamamos de


comorbidade. Alguns bastante comuns são os distúrbios de aprendizagem: a disgrafia (alterações da escrita
relacionadas a problemas perceptivos motores), a dislexia (caracterizado por dificuldade de decodificar
palavras simples, dificuldade na aprendizagem da leitura, automatização da identificação das palavras e
desenvolvimento da escrita com grande dificuldade, comprometendo a compreensão do texto), a
disortografia (erros na escrita e no traçado, originados de uma dificuldade na linguagem) e a discalculia
(perturbação relativa a uma dificuldade na simbolização dos números e na capacidade aritmética).

A linguagem é um sistema simbólico de representação da realidade e pode ocorrer na forma gestual, oral
e escrita. Alguns sintomas observados em crianças com TDAH, tais como os citados abaixo, podem
comprometer, principalmente, a linguagem escrita. Esta consiste na conversão de pensamentos e
informações em símbolos gráficos e seqüenciais, pois a palavra escrita sem significado é apenas cópia.

déficit motivacional e imaturidade perceptual


déficit na internalização de normas
déficit na fluidez verbal e na comunicação confrontativa
déficit na internalização da linguagem
déficit na memória de trabalho
déficit no planejamento e na organização
déficit no processamento da informação
déficits no rendimento acadêmico
déficit na coordenação motora e no sequenciamento.
De maneira geral, escrever é mais difícil que ler, pois a habilidade motora necessária na
escrita envolve a coordenação motora fina e grossa, os mecanismos de visualização, a
memória motora e a melodia motora.

FUNÇÃO COGNITIVA DISTÚRBIO DA ESCRITA


atenção seletiva escrita errada e inconsistente
sequenciação narrativa e organização desordenados
memória regras gramaticais e pontuação

Quadro comparativo de TDAH e Distúrbio de aprendizagem nas diferentes idades.


IDADE TDAH DIST. APRENDIZAGEM
6 a 9 anos Problemas de comportamento Dif.para aprendera a ler e
escrever
Baixo rendimento Tendência à escrita espelhada
Conduta e pensamentos Dif.. com direita e esquerda
impulsivos
Pouca tolerância a frustração Dif. com sequenciações
(alfabeto e tabuada)
Baixa auto-estima Falta de atenção e
concentração
9 a 12 anos Aumento da intensidade dos Escrita com muitos erros de
problemas anteriores ortografia
Problemas comportamentais Dif. de compreensão da leitura
Erros na leitura oral
Mais de 12 Desenvolvimento de condutas Escrita descuidada e
anos anti-sociais incompreensível
Possibilidade de abuso de Inconsistências gramaticais,
álcool e drogas erros ortográficos e problemas de
grafia
Acidentes Dif. planejar e redigir redações
Dif. para aprendizagem de
língua estrangeira
Aversão a leitura e escrita
Baixa auto-estima

Cabe algumas dicas rápidas aos pais e aos educadores em geral, que constituem os
personagens envolvidos diretamente na tarefa de formar indivíduos, tanto na sua dimensão
individual quanto na escolar e social. Vale lembrar que as orientações para lidar com crianças
com TDAH, também são indicadas para todas as crianças:

1. Comprometer toda a família no tratamento.


2. Consistência de disciplina, para fixar hábitos e evitar a geração de conflitos.
3. Funcionar como modelo para a criança
4. Ter atenção na entonação de voz. Uma mesma frase pode parecer um pedido de por
favor.... e também pode parecer uma ordem.
5. Treinar a resolução de problemas: o que acontece aqui? Porque isto acontece? Quais
as formas de resolver? Avaliar se resolveu e, se necessário, escolher e tentar outra
forma.
6. Usar sistemas e estratégias de reforço que contribuam para aumentar as condutas
positivas e extinguir as negativas.
7. Desenvolver habilidades sociais através da introdução de novas formas de
relacionamento e da ampliação do olhar na forma de resolver problemas.
8. Ajudar no estabelecimento de metas e planejamento de ações que lhe permita viver de
acordo com os objetivos fixados.
9. Melhorar os hábitos de estudo.
10. As rotinas de trabalho devem ser claras, sem variações imprevistas.
11. Partir uma tarefa grande em várias pequenas para favorecer sua execução
12. Encapar os livros e cadernos de uma mesma matéria com a mesma cor.
A ESCOLA E O TDAH

A tríade diagnóstica do TDAH (déficit de atenção, hieratividade e impulsividade) se manifesta


fortemente nos ambientes estruturados tanto do ponto de vista comportamental quanto
cognitivo. Por isso, na maioria das vezes a primeira suspeita de TDAH vem da escola. É como
se os pais, mesmo suspeitando de algo errado, esperassem um “grito” vindo da escola. Por ser
um local com ampla amostragem e regida por regras e limites, geralmente é a primeira a
identificar os sintomas de TDAH em uma criança. E uma vez que estas crianças com
frequência têm problemas para manter a atenção em tarefas que exigem concentração, a
finalização de trabalhos escolares (geralmente executados na carteira) é um tanto inconstante.

Dois são os fatores fundamentais para o sucesso com estas crianças:

1º) a informação; o professor deve estar familiarizado com os sintomas de TDAH, bem como os
sintomas das comorbidades associadas; deve estar por dentro das formas de tratamento e de
intervenção mais indicadas para essas crianças.

2º) relação positiva; este tipo de relação (positiva) entre o professor e o aluno é fundamental
para a criança com TDAH melhorar as adaptações sociais e acadêmicas a curto e a longo
prazo. Caso contrário, tais crianças podem piorar suas já tão pobres conquistas, reduzindo sua
motivação para aprender e praticá-las na escola, rebaixando sua auto-estima. Isso tudo pode
resultar em insucesso e mesmo em abandono da escola.

Algumas orientações para lidar com estas crianças no âmbito escolar:

estruturar os tempos de instrução;


visar a exigência nos resultados e não na apresentação;
diminuir a quantidade de cópias, se possível;
a abordagem da criança com TDAH deve ser feita por todos os professores, para ser
mais eficaz;
a matéria deve ser introduzida em módulos curtos de trabalho;
as avaliações devem ser menos espaçadas;
a criança com TDAH frequentemente necessita de tempo extra para realizar as
atividades;
instruir sobre a necessidade de uso da agenda escolar;
cuidar para não estimular demais durante as aulas;
instruir os companheiros de sala a ignorar determinados comportamentos;
estruturar parcialmente os recreios;
comprometer os pais no processo de socialização;
supervisionar o aluno de forma freqüente e consistente;
dar preferência aos métodos de instrução que permitam ao aluno ter uma participação
ativa na aula;
utilizar instruções multisensoriais;
fracionar a entrega de trabalhos/projetos;
no ensino da Matemática usar folhas quadriculadas para assegurar o alinhamento das
operações;
manter um estreito contato visual;
evitar proibir o recreio como forma de castigo.

ADULTOS COM O TDAH

Pesquisas atuais comunidade científica que investiga o TDAH sugerem que 50-65% das
crianças com TDAH continuam a apresentar sintomas quando atingem a vida adulta, e,
devido ao seu comportamento anti-social e seu fraco autocontrole, têm dificuldade de se
manter no emprego.

O adulto com TDAH é marcado por problemas significativos de capacidade de trabalho no


que diz respeito à supervisão, à pontualidade, aos prazos, às escalas de trabalho, à
persistência, à produtividade no cumprimento das funções designadas, a atividades que
exigem longos períodos de tempo em silêncio e sentado em um escritório realizando
tarefas de rotina.

Por outro lado, indivíduos com este tipo de transtorno, se adaptam especialmente bem a
atividades ligadas a arte. Isto acontece porque no trabalho artístico pode-se inovar e criar,
não precisando de se ater necessariamente a horários, rotinas e regras rígidas. O mesmo
acontece em cargos que requerem energia, adaptabilidade a situações alteráveis e
entusiasmo, como é o caso do trabalho com vendas, marketing e área comercial em geral.
Na vida adulta, os sintomas do TDAH vão atrapalhar o relacionamento com os outros e
causar dificuldades no trabalho. Eles se baseiam na impulsividade, na desatenção e na
hiperatividade, como descrito abaixo:

• Impulsividade: não existe sinal amarelo, apenas o verde e o vermelho. No casamento, por
exemplo, o TDAH toma uma decisão sem consultar o outro e a põe em prática, o que
geralmente causa problemas. Há uma tendência a interromper os demais, seja quando
estão falando ou quando estão executando alguma tarefa, uma inclinação para falar em
excesso e perder o fio do discurso.

• Desatenção: comprometimento da memória; incapacidade de se lembrar de pequenos


pedidos, de cumprir coisas prometidas e de se lembrar de datas importantes passa a
imagem de um indivíduo desligado e que não se importa com o outro. Dificuldade para
realizar esforços mentais sustentados e erros por distrações causadas por estímulos
irrelevantes.

• Hiperatividade: dificuldade em permanecer numa mesma atividade, principalmente se


forem monótonas ou pouco excitantes como muitas das atividades diárias do adulto (como
rotinas de trabalho e compromissos sociais).

• Impaciência: falta de tolerância com atividades demoradas e monótonas (como filas e


engarrafamentos).

• Incapacidade de manter-se com energia e disposição suficientes por muito tempo (é


como se o indivíduo se cansasse rapidamente das coisas e precisasse de situações novas
para se estimular).

• Comportamentos de risco: parecem sempre buscar situações muito estimulantes (talvez,


para evitar o tédio).

• Déficit na inibição da conduta: interfere significativamente no funcionamento do cotidiano


e no desempenho profissional, no que se refere à memória de trabalho, ao controle do
afeto, à motivação, ao estado de alerta, ao autocontrole e a capacidade de conduta dirigida
para metas.
O diagnóstico do TDAH no adulto é particularmente difícil, porque este transtorno envolve
uma imensidão de sintomas e há uma grande possibilidade de outros transtornos se
esconderem sob o diagnóstico de TDAH. Deve-se sempre lembrar que quando se trata do
TDAH, os sintomas devem ter começado antes dos 7 anos de idade. Uma vez
diagnosticado e tratado os seus sintomas principais (desorganização, impulsividade e
distratibilidade) há ainda que se superar os sintomas secundários desenvolvidos durante os
anos sem tratamento: auto-imagem deteriorada, baixa auto-estima, depressão, timidez nos
relacionamentos, desconfiança na própria capacidade, inconstância e temores. O
tratamento deve ser feito por um psicólogo e um neurologista. O objetivo do tratamento
psicológico é melhorar a auto-estima do indivíduo, aumentar suas condutas reflexivas,
desenvolver mecanismos de auto-controle, ajudá-lo a identificar seus sentimentos e a
enfrentá-los. O objetivo de uma consulta médica é, principalmente, o de determinar a
necessidade de uma ajuda farmacológica, bem como adequar a sua dosagem.

Conhecer e entender o próprio comportamento é fundamental para uma mudança de


perspectiva que possibilite um redirecionamento na vida do portador de TDAH. O
importante é aceitar o seu modo de ser e acreditar sinceramente em seus talentos com a
curiosidade da criança, a paixão do adolescente e a determinação do adulto, capita-lizando
as características em prol de um bom ajuste familiar, profissional e social.

ORIENTAÇÕES PARA DIMINUIR


OS SINTOMAS DE TDAH NO ADULTO

1. Tenha certeza de que o diagnóstico do TDAH foi feito por profissionais adequados.

2. Entenda que suas dificuldades pessoais podem estar relacionadas com o TDAH, e não
com uma incapacidade, algum fracasso pessoal ou algum problema irremediável da
personalidade.

3. Descura como você gosta de estudar (lendo, resumindo, fazendo esquemas, etc).

4. Ajude a melhorar a memória através de rimas, códigos, dicas, bilhetes, etc

5. Use um gravador (com permissão, é claro).

6. Peça a um colega para dividir cópia de suas anotações.

7. Tome notas mesmo que esteja gravando, para dobrar o reforço.

8. Desenhe figuras para ajudar a fazer a conexão entre o fato apresentado e o a figura que
você desenhou.

9. Faça resumos de cada página estudada

10. Use marcadores de texto.

11. Desligue o telefone e a TV, ou saia de perto deles na hora de estudar.


12. Leia uma página por vez como se fosse a única coisa que você tivesse para estudar.
Quando terminar, passe para a seguinte.

13. Maneje corretamente seu tempo através do uso de uma agenda eletrônica, tipo palm
top ou mesmo um lap top.

14. Anote na agenda todos os compromissos, atividades, consultas, aniversários e tarefas


domiciliares (levar as crianças na escola na 4ª, consertar a TV) e mantenha-a sempre com
você.

15. Faça uma lista de "tarefas a cumprir" e reserve um tempinho diário para ir diminuindo a
lista (ticar quando terminar cada coisa).

16. Construa um calendário semanal de atividades e de estudo. É importante que este


calendário fique em local bem visível para consulta frequente.

17. Se policie para não se evolver em diversos projetos diferentes ao mesmo tempo -
aprenda a dizer "não".

18. Evite conflitos, parando e pensando antes de agir.

19. Tente modificar os hábitos de percepção mediante uma observação diferenciada de si


e dos outros.

20. Inclua atividade física o seu dia-a-dia para intercalar com as atividades "chatas".

21. Tenha especial cuidado com a qualidade do seu sono, para não exacerbar os sintomas
de TDAH.

22. Tome cuidado com as frequentes mudanças de humor; se policie e vá para o seu
canto.

23. Procure a sintonia sexual com sua parceira.

24. Estabeleça prioridades em sua vida.

25. Leve em consideração os comentários daqueles em quem confia, para compensar sua
dificuldade de auto-observação.

26. Mude o foco e o discurso do negativo para o positivo.

27. Cuide para não ser o centro das atenções e preocupações da família.

28. Certifique-se de que cada integrante da família sabe o que é TDAH e está
comprometido em ajudar.

29. Use a estratégias de resolução de problemas: identifique (defina) o problema e suas


características; veja quais as possibilidades de solução; avalie os prós e contras; escolha e
use uma; reveja sua efetividade e escolha outra, se necessário.

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