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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR


PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO
PARANÁ

Autos nº.

Paciente: PETRÔNIO VILELA

Autoridade Coatora: ???

PAULO HENRIQUE TAVARES STRAUHS e EDUARDO


TEIXEIRA, advogados, OAB/PR nº XXXX e XXXX, com escritório
profissional na Rua Brigadeiro Franco, nº 1860, onde recebe intimações para foro
em geral (procuração anexa), vem, respeitosamente perante Vossa Excelência
com fulcro no art. 5º LXVIII da Constituição da República e arts. 647 e seguintes
do Código de Processo Penal, impetrar:

HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR

Em favor de PETRÔNIO VILELA, brasileiro, estado civil,


oficial de justiça, portador do RG nº 111.111-1, inscrito no CPF/MF nº 222.222-
22, residente e domiciliado na Rua José Carlos, 3333, Afonso Pena, Município
de São José dos Pinhais, Paraná, em razão de estar sofrendo constrangimento
ilegal por ato ilegal e abusivo da AUTORIDADE COATORA, como se passará a
demonstrar:
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1. DOS FATOS

Em 05/04/2010, o paciente (Petrônio Vilela) deslocou-se até a


Rua Jardins, n°. 230 em Curitiba, Paraná para cumprir mandado de busca e
apreensão na residência de Marlindo Castro, investigado em Inquérito Policial
que apura a sua participação no tráfico de entorpecentes local.

No momento em que estava cumprindo o mandado, o paciente


adentrou à residência de Castro que chamou a autoridade policial, essa
compareceu no local e efetuou a prisão em flagrante delito pela pratica do crime
de violação de domicílio (art. 150, § 2º do Código Penal).

Após a lavratura do auto de prisão em flagrante e cumpridas as


demais formalidades, o auto de culpa foi entregue ao acusado dentro do prazo
legal.

O mandado de busca e apreensão (expedido pelo Juízo da 5ª


Vara Criminal de Curitiba) foi apresentado ao delegado de polícia, que enviou as
peças de informação ao juízo competente, o qual manteve a prisão em flagrante e
ainda determinou que a autoridade policial investigasse a responsabilidade do
paciente.

Apresentado o pedido de Relaxamento de Prisão, esse foi negado


sob o fundamento de que todos os requisitos legais foram cumpridos.

Ante os fatos narrados, está demonstrado que a prisão do


paciente é ilegal, conforme fundamentação abaixo:

2. DO DIREITO

2.1 DA EXCLUDENTE DE ILICITUDE


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O paciente foi preso por, supostamente, ter cometido o crime de


violação de domicílio (art. 150, § 2º do Código Penal), contudo, conforme a
cópia do mandado de busca e apreensão em anexo, o paciente apenas estava
cumprindo com sua função e estava AUTORIZADO PELA AUTORIDADE
JUDICIAL, a adentrar na residência de PETRÔNIO VILELA.

Deste modo, há excludente de ilicitude do ato, conforme o art.


23, inciso III do Código Penal:

Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

(...)

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício


regular de direito.

Portanto, o paciente deve ser posto em liberdade e o Inquérito


Policial arquivado, já que está comprovado que não há crime na conduta do
agente.

2.2 DA AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO PARA A PRISÃO


CAUTELAR

A autoridade judicial alegou que a prisão preenche todos os


requisitos legais, contudo, o Código de Processo Penal prevê que nos casos de
exclusão de ilicitude, o réu deve ser posto em liberdade:

Art. 310. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em


flagrante que o agente praticou o fato, nas condições do art. 19,
I, II e III, do Código Penal, poderá, depois de ouvir o Ministério
Público, conceder ao réu liberdade provisória, mediante termo
de comparecimento a todos os atos do processo, sob pena de
revogação.
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Ora excelência, o dispositivo legal remete ao artigo 19, que, após


a alteração feita pela Lei nº 7.209/84, teve seu texto alterado para o art. 23 do
Código Penal que trata das excludentes de ilicitudes.

Deve ser destacado, também, que o paciente é funcionário


público, de modo que possui residência fixa e identidade conhecida, e não há
qualquer evidência de que possa conturbar a instrução criminal ou a aplicação da
Lei penal.

Nesse viés, a lição do doutrinador Guilherme de Souza Nucci 1


que assim narra sobre a liberdade provisória:

“é a liberdade concedida ao indiciado ou réu, preso em


fragrante ou em decorrência de pronúncia ou sentença
condenatória recorrível, que, por não necessitar ficar
segregado, provisoriamente, em homenagem ao princípio da
presunção de inocência, deve ser liberado, sob determinadas
condições. O fundamento constitucional é encontrado no art. 5º,
LXVI”.

Ora excelências, ante ao caso em tela, bem como as


manifestações da Doutrina brasileira, é imperioso que seja concedida a liberdade
ao acusado, já que não há motivação para a manutenção da prisão cautelar.

3. DA LIMINAR

Sobre a possibilidade de concessão de liminar, nos caso em que é


flagrante o constrangimento ilegal da restrição da liberdade do paciente, a
seguinte lição de Fernando da Costa Tourinho Filho2:
1

NUCCI, Guilherme De Souza, “Código de Processo Penal Comentado”, 5ª edição, São Paulo, Revista
dos Tribunais

2006, pág. 623.


2
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa, “Código de Processo Penal Comentado”, 12ª edição, São
5

“Na hipótese de deferimento do pedido, expedir-se-á o alvará de


soltura, a ser cumprido imediatamente, salvo se o paciente
estiver preso, também, por outro motivo qualquer.
(...)
Se o pedido formulado ao Juiz ou Tribunal estiver
devidamente instruído, de molde a demonstrar, praticamente a
olho desarmado, a violência ou coação, deverá ele fazer cessar
de imediato o constrangimento.
Costuma-se, até, malgrado a lei o diga de forma expressa,
quando o constrangimento for patente e devida e
documentalmente comprovado, possa o Juiz ou Tribunal
conceder a liminar, isso é, antecipando-se ao julgamento, fazer
cessar desde logo o constrangimento”.

No caso em tela, está flagrante o constrangimento ilegal da


prisão do paciente, seja porque a temporária foi decretada por prazo superior ao
mandamento legal, causando dano ao acusado, seja porque imotivada, uma vez
que a prisão do paciente não cumpre os requisitos do art. 312 do CPP, uma vez
que não oferece qualquer risco à sociedade e tão pouco à instrução criminal.

Nesse sentido, a seguinte decisão proferida pelo Egrégio


Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul:

Habeas corpus. Prisão preventiva. Fundamentação: decreto prisional que


nada de objetivo indica acerca da necessidade do encarceramento. Coação
ilegal presente. Extensão da liminar deferida a co-réus. Concederam a
ordem, ratificada a liminar deferida (unânime). (Habeas Corpus Nº
70034772632, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Amilton Bueno de Carvalho, Julgado em 10/03/2010) (HC
70034772632, RELATOR: Amilton Bueno de Carvalho, Quinta Câmara

Paulo, Saraiva, 2009, p. 539.


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Criminal, DJ 26/03/2010). (grifo meu)

Deste modo, deve ser concedida a medida liminar para que o


paciente possa se defender de possível ação criminal em liberdade.

4. REQUERIMENTO

Diante do exposto, REQUER:

a) Concessão da medida liminar para que seja cessado o


constrangimento do paciente, ante as ilegalidades da prisão cautelar apontas na
fundamentação supra, sendo expedido o ALVARÁ DE SOLTURA em nome de
PETRÔNIO VILELA, para que possa ele, em liberdade, defender-se de
eventual ação penal;

b) A intimação da AUTORIDADE COATORA para que preste


as devidas informações pertinentes ao caso;

c) Que seja julgada procedente a medida pleiteada, confirmando


a ilegalidade da prisão cautelar do paciente pela excludente de ilicitude e a
ausência de demais fatos que ensejem a prisão cautelar.

d) O arquivamento do Inquérito Policial, uma vez que não há


crime na prática do paciente, conforme fundamentação supra.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.
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Curitiba, XX de mês de XXXX.

Paulo Henrique Tavares Strauhs Eduardo Teixeira

OAB/PR OAB/PR

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