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ABASTECIMENTO DE ÁGUA

1. Introdução

Sistema de abastecimento d’água é o serviço público constituído de um conjunto de sistemas hidráulicas e


instalações responsável pelo suprimento de água para atendimento das necessidades da população de uma
comunidade.

Ruínas arqueológicas mesopotâmicas demonstram que por volta de 2500 a. C. já se construíam aquedutos e
canalizações para a condução da água dos rios e lagos até as cidades. Mais tarde, o sistema foi aperfeiçoado pelos
romanos e gregos, tanto no que diz respeito às técnicas de abastecimento quanto à irrigação das áreas cultivadas.

Foi, no entanto, a partir da segunda metade do século XIX, com a revolução industrial, que os sistemas de
abastecimento de água aos núcleos populacionais sofreu modificações profundas. O crescimento demográfico
urbano, conseqüência dessa revolução, determinou a necessidade de se estabelecer uma infra-estrutura que
assegurasse o consumo, a distribuição e a salubridade tanto da água potável quanto daquela destinada a usos
industriais ou agrícolas.

Captada nos mananciais, tratada e repartida por vários reservatórios, a água é entregue à comunidade pela rede
externa de abastecimento. Da necessidade de depositar e utilizar a água nos domicílios, tem-se a rede interna de
abastecimento, constituída de ramais derivados da primeira.

Nas localidades onde o abastecimento de água não é contínuo, há necessidade de armazenamentos domiciliares
para consumo. Esses depósitos domiciliares são reservas, para o caso de falhas eventuais ou acidentais. De modo
geral, porém, impõe-se a colocação da chamada caixa-d'água superior, que, nos casos de pressão externa intensa, é
suprida diretamente, mas nos grandes centros costuma ser alimentada através de bombeamentos de reservatórios
inferiores. A fim de evitar desperdícios e estabelecer um sistema de cobrança pela prestação dos serviços de
abastecimento de água, o consumo pode ser controlado por meio de dispositivos de medição, os hidrômetros.

2. Abastecimento rudimentar

Nas áreas rurais ou periféricas as soluções individuais prevalecem e não devem ser desprezadas do ponto de vista
sanitário, pois serão úteis, enquanto se aguardam soluções gerais de grandes gastos e mais morosas. Estas
soluções individuais quando caracterizadas por falta de um emprego prévio de técnicas efetivas de condicionamento
apropriado da água bruta, são chamadas de abastecimento rudimentar do consumo da água. O abastecimento
rudimentar compreende: captação manual, transporte pessoal ou com tração animal, coamento, armazenamento em
tonéis, potes, jarras, etc.

3. Abastecimento Urbano de Água

3.1. Fornecimento de água

Quando a densidade demográfica em uma comunidade aumenta, a solução mais econômica e definitiva é a
implantação de um sistema público de abastecimento de água. Sob o ponto de vista sanitário, a solução coletiva é a
mais indicada, por ser mais eficiente no controle dos mananciais, e da qualidade da água distribuída à população. O
fornecimento de água para ser satisfatório deve ter como princípios a seguinte dualidade: quantidade e qualidade.
Em quantidade de modo que atenda todas as necessidades de consumo e em qualidade adequada as finalidades
que se destina.

3.2. Objetivos do abastecimento

Um sistema de abastecimento urbano de água deve funcionar ininterruptamente fornecendo água potável para que
as seguintes perspectivas sejam alcançadas:

• Controle e prevenção de doenças;


• Melhores condições sanitárias (higienização intensificada e aprimoramento das tarefas de limpeza doméstica
em geral);
• Conforto e segurança coletiva (limpeza pública e instalações anti-incêndio);
• Desenvolvimento de práticas recreativas e de esportes;
• Maior número de áreas ajardinadas, parques, etc.;
• Desenvolvimento turístico, industrial e comercial.

3.3. Doenças relacionadas com a água


A água mal condicionada às condições de potabilidade pode ser responsável pela transmissão de uma série de
enfermidades ao consumidor. Estas doenças podem ser classificadas em dois grupos, de acordo com o modo de
transmissão: primárias e secundárias.

3.3.1. Primárias

São aquelas cujo processo de transmissão tem a água como veiculação principal, ou seja, a água é a principal
responsável pela contaminação do indivíduo que se dá, normalmente, por ingestão da mesma quando infectada. As
mais conhecidas são:

• Cólera (doença infecciosa aguda provocada pelo vibrião colérico);


• Febre tifóide (Doença infecciosa causada pela Salmonella Typhi, e que se prolonga por várias semanas e
inclui em seu quadro clínico cefaléia, febre contínua, apatia, esplenomegalia, erupção cutânea
maculopapular, podendo, eventualmente, ocorrer perfuração intestinal);
• Febre paratifóide (provocada pelo bacilo Salmonella paratyphi, comuns em esgotos e efluentes em época de
epidemia);
• Disenterias bacilares (disenteria provocada por várias bactérias do gênero Shigella, tendo nas águas
poluídas as principais fontes de infecção);
• Amebíases (disenteria difundida por águas contaminadas, provocada pela Entamoeba histolytica, muito
comum em climas tropicais).

3.3.2. Secundárias

São enfermidades em geral endêmicas, cujo agente infeccioso necessita de um hospedeiro intermediário entre o
indivíduo portador e o ser contaminado. Também se enquadram nesta condição as deficiências orgânicas causadas
pelo consumo insuficiente ou exagerado de certos elementos necessários ao desempenho de determinadas funções
do corpo humano. As mais comuns são:

• ascaridíases (infecções provocadas por Ascaris Lumbricoides, verme nematódeo perigoso ao homem,
originário de efluentes de esgotos);
• Infecções nos olhos, garganta e ouvidos;
• Cáries (carência de flúor);
• Bócio (carência de iodo);
• Fluorose (excesso de flúor);
• Saturnismo (envenenamento cumulativo por chumbo);
• Ancilostomose (provocada pelo nematódeo Ancylostoma duodenale ou Necator americanus, doença
conhecida como amarelão);
• Esquistossomose (do Schistosoma, nematódeo que tem o caracol como hospedeiro intermediário deste
parasito do intestino e de veia porta);
• Poliomielite, hepatite (inflamações provenientes de Vírus, cujo exato modo de transmissão ainda é
desconhecido, sendo encontrados nos efluentes de tratamentos biológicos de esgotos);
• Solitária (parasito do intestino que usa hospedeiros intermediários e tem ovos muito resistentes, sendo a
Taenia linnaeus do porco e a Taenia sagnata do boi, presentes nos efluentes de esgotos e transmitido por
águas poluídas);
• Leptospirose ou Doença de Weil (transmitida por ratos de esgotos, portadores da Leptospira
Iceterohaemorrhagie);
• Tuberculose(do Mycrobacterium tuberculosis - encontrado em despejos de esgotos e rios poluídos, devendo-
se ter cuidados com esgotos e lodos provenientes de sanatórios),
• Infecções generalizadas (Salmonella - envenenamento através da alimentação, comum em esgotos e
efluentes).

3.4. Ganhos econômicos

O consumo de água saudável implica em menores possibilidades de pessoas doentes na comunidade, ou mesmo
períodos mais curtos para recuperação de pessoas enfermas. Conseqüentemente, ter-se-á:

• Uma maior vida média por pessoa;


• Menor índice de mortalidade (principalmente mortalidade infantil);
• Maior produtividade (as pessoas terão mais disposição para trabalhar);
• Mais horas de trabalho (menos horas de internações ou de repousos domésticos devido a enfermidades
infecciosas e/ou contagiosas).

3.5. Usos da água


No dia a dia das comunidades urbanas o abastecimento de água deve suprir as diversas modalidades de consumo.
O destino da água distribuída, em geral, é o seguinte:

• Uso doméstico (bebida, banhos, limpezas em geral);


• Gasto público (edifícios públicos, fontes ornamentais, proteção contra incêndios);
• Consumo comercial e industrial (unidades comerciais, consumo industrial, centrais de condicionamento de
ar);
• Perdas e desperdícios (deficiências das instalações e má utilização).

Define-se como perda aquela água que não alcança os pontos de consumo por deficiências ou problemas do
sistema, por exemplo, vazamentos na rede, extravasão em reservatórios, rompimento de adutoras, etc.

Considera-se como desperdício a água que é má utilizada pelo consumidor, ou seja, que não é empregada nas
finalidades que se destina, por exemplo, uma torneira aberta sem necessidade, uma caixa extravasando
continuamente, aguamento displicente de ruas frontais a edificação, etc.

A perda caracteriza-se por ser de responsabilidade do sistema, encarecendo o preço médio da conta dos usuários,
enquanto que o desperdício é de responsabilidade do consumidor que arcará individualmente com seus custos. Em
condições ideais a soma perda-desperdício deveria ser nula, mas é normal atingir 20% e não é novidade que este
valor chegue aos incríveis 60% do total captado em nossos sistemas.

3.6. Fatores que influem no consumo

O volume de água em uma comunidade dependerá de uma série de circunstâncias que farão com que este valor seja
mais ou menos intenso. Os mais notáveis são:

• Características da população (hábitos higiênicos, situação econômica, educação sanitária);


• Desenvolvimento da cidade;
• Presença de indústrias;
• Condições climáticas;
• Características do sistema (quantidade e qualidade da água, sistemas de medição, pressão na rede, etc);

A repetição de procedimentos higiênicos ao longo do dia, bem como a condição financeira para pagar uma conta
mais alta de água consumida, aumenta a demanda de água. As cidades quanto mais desenvolvidas, mais áreas
ajardinadas terão, assim como mais carros, mais edifícios públicos, maiores possibilidades de incêndios, etc., que
elevam o consumo. A presença industrial, principalmente de processos de transformação que utilizam água no
processamento e no produto final (fabricação de bebidas, por exemplo) também será um fator de elevação do
consumo médio.

Quanto às condições climáticas há uma tendência de redução de consumo nos períodos mais frios e aceleração a
medida que a temperatura da estação aumenta. O fornecimento contínuo de água bem como a boa qualidade da
mesma, são fatores que favorecem a demanda, considerando que sempre que se precisar de água ela esteja
disponível, o que é a situação inversa de quando o fornecimento não é regular.

As condições de pressão na rede também são importantes visto que quanto maior for a pressão, maior será a vazão
fornecida por peças sanitárias idênticas. Por outro lado a instalação de medidores de consumo nos ramais prediais
são, certamente, instrumentos de inibição do consumo do usuário.

3.7. Abastecimento convencional

São as seguintes as unidades de um sistema convencional de abastecimento:

• Captação: estrutura para retirada de água do manancial abastecedor (fonte de onde se retira a água);
• Adução: canalização de transporte da água entre as diversas unidades do sistema;
• Tratamento: retirada das impurezas indesejáveis ao emprego final da água;
• Reservação: armazenamento dos excessos de água para compensações de equilíbrio, de emergência ou
acidental e anti-incêndio;
• Distribuição: condução através de canalizações (rede de tubulações) até os pontos de consumo (ramais
prediais)
Figura 1 - Esquema de um sistema convencional de abastecimento de água urbano

3.8. Consumo de água

3.8.1. Per capita médio "q"

É a relação entre o volume de água distribuído na comunidade e a população consumidora (inclui demandas
comercial, pública, de indústrias que não consomem volume significativo de água no seu processamento e perdas).
Na elaboração de projetos de sistemas de abastecimento, caso não haja estudos preliminares que indiquem valores
específicos, é freqüente o empregos de per capitas médios nos seguintes intervalos:

• Se P <= 10 000 habitantes - 150 < q < 200 l/hab.dia;


• Se 10 000 < P < 50 000 hab - 200 < q < 250 l/hab.dia;
• Se P for superior a 50 000 habitantes - qmín = 250 l/hab.dia;
• População temporária - q = 100 l/hab.dia;
• Chafariz - 30 l/hab.dia.

3.8.2. Variação no consumo

Sabemos que ao longo do ano o consumo varia dia após dias, sendo bastante raciocinarmos em termos das
variações climáticas. Assim sendo teremos dias de consumo maiores que o médio e, conseqüentemente, dias de
menor demanda, resultando em que teremos um valor médio diário, um dia de maior demanda e um dia de menor
volume consumido.

Para determinação dos valores médio, mínimo e máximo do consumo empregam-se as seguintes expressões:

• Consumo médio: P.q;


• Consumo máximo diário: K1.P.q, onde K1 é a relação entre o dia de maior demanda no ano e o consumo
médio diário, em geral adotado entre 1,20 e 1,50;
• Consumo máximo horário: K2.K1.P.q / 86400, onde K2 é a relação entre o volume máximo horário do dia de
maior demanda e o consumo médio do dia de maior demanda, tendo como valor mais freqüentemente 1,50.
• Em algumas situações, onde houver necessidade de se trabalhar com consumos mínimos, emprega-se
K3.P.q, com K3 = 0,50, caso não haja informações mais precisas.

3.9.População de projeto

3.9.1. Generalidades

Denomina-se população de projeto a população total a que o sistema deverá atender e volume diário médio
doméstico o produto entre o número de habitantes beneficiados pelo sistema e o per capita médio de contribuição
produzido pela comunidade.

Com relação à determinação desta população, dois são os problemas que se apresentam como de maior
importância: população futura e densidade populacional. A determinação da população futura é essencial, pois não
se deve projetar um sistema de coleta de esgotos para beneficiar apenas a população atual de uma cidade com
tendência de crescimento contínuo. Esse procedimento, muito provavelmente, inviabilizaria o sistema logo após sua
implantação por problemas de sub-dimensionamento.
Além do estudo para determinação do crescimento da população há a necessidade também de que sejam
desenvolvidos estudos sobre a distribuição desta população sobre a área a sanear, pois, principalmente em cidades
maiores, a ocupação das áreas centrais, por exemplo, é significativamente diferenciada da ocupação nas áreas
periféricas.

Assim se torna prioritário que os sistemas de esgotamento devam ser projetados para funcionarem com eficiência ao
longo de um predeterminado número de anos após sua implantação e, por isto, é necessário que o projetista seja
bastante criterioso na previsão da população de projeto.

II.3.9.2. Estudo do crescimento de população

A expressão geral que define o crescimento de uma população ao longo dos anos é

P = Po+ ( N - M ) + ( I - E ) ,

onde:

• P = população após "n" anos;


• Po= população inicial;
• N = nascimento no período "n";
• M = mortes, no período "n";
• I = imigrantes no mesmo período;
• E = emigrantes no período.

Esta expressão, embora seja uma função dos números intervenientes no crescimento da população, não tem
aplicação prática para efeito de previsão devido a complexidade do fenômeno, o qual está na dependência de fatores
políticos, econômicos e sociais. Para que estas dificuldades sejam contornadas, várias hipóteses simplificadoras têm
sido expostas para obtenção de resultados confiáveis e, acima de tudo, justificáveis.

Logicamente não havendo fatores notáveis de perturbações, como longos períodos de estiagem, guerras, etc, ou
pelo contrário, o surgimento de um fator acelerador de crescimento como, por exemplo, a instalação de um polo
industrial, pode-se considerar que o crescimento populacional apresenta três fases distintas:

1ª fase - crescimento rápido quando a população é pequena em relação aos recursos regionais;

2ª fase - crescimento linear em virtude de uma relação menos favorável entre os recursos econômicos e a
população;

3ª fase - taxa de crescimento decrescente com o núcleo urbano aproximando-se do limite de saturação, tendo em
vista a redução dos recursos e da área de expansão.

Na primeira fase ocorre o crescimento geométrico que pode ser expresso da seguinte forma

P = Po ( 1 + g )Dt, Eq. II.2

onde "P" é a população prevista, "Po" a população inicial do projeto, "Dt" o intervalo de anos da previsão e "g" a taxa
de crescimento geométrico que pode ser obtida através de pares conhecidos (ano T i , população Pi ), da seguinte
forma

g = ( P2 / P1) 1/ (T2 - T1) - 1. Eq. II.3

Na segunda fase o acréscimo de população deverá ter características lineares ao longo do tempo e será expresso
assim

P = Po + a. Dt , Eq. II.4

onde P, Po e "Dt" tem o mesmo significado e "a" é a taxa de crescimento aritmético obtida pela razão entre o
crescimento da população em um intervalo de tempo conhecido e este intervalo de tempo, ou seja,

a = ( P2 - P1) / (T2- T1) , Eq. II.5


Na terceira fase os acréscimos de população tornam-se decrescentes ao longo do tempo e proporcionais a diferença
entre população efetiva Pe e a população máxima de subsistência na região, Ps (população de saturação). Esta
relação é expressa da seguinte maneira:

Pe = [ (Ps) / [ 1 + ea + b.Dt ] , Eq. II.6

que é conhecida como equação da curva logística e cuja representação gráfica encontra-se representada na Fig. II.2.

FIG. II.2 - Curva logística de crescimento de população

Deve-se observar, no entanto, que o progresso técnico pode alterar a população máxima prevista para um
determinado conglomerado urbano, sendo um complicador a mais a ser avaliado em um estudo para determinação
do crescimento da população.

Para aplicação da equação Eq. 4.5 deve-se dispor de três dados de populações correspondentes a três censos
anteriores recentes e eqüidistantes, ou seja, três pares (T1,P1), (T2,P2) e (T3,P3) de modo que

(T3 - T1 ) = 2 (T2 - T1) , P1 < P2 < P3 e P22 > P3 . P1.

Feitas essas verificações calculam-se

Ps = [ P22. (P1 + P3 ) - 2.P2. P1. P3 ]/ [ P22 - P1. P3] , Eq. II.7

a = ln[ (Ps - P1 ) / P1] , Eq. II.8

b = [ 1 / (T2 - T1)]. ln{[ P1(Ps - P2 )] / [ P2 (Ps - P1)]} Eq. II.9

e = 2,718281828, base neperiana.

Por exemplo, se para uma cidade fictícia os resultados dos últimos três censos registrassem o seguinte quadro:

Ano do censo População ( hab )

1970 274403

1980 375766

1990 491199

então,

T3- T1= 2 ( T2 - T1 ), ou seja, 1990 - 1970 = 2 ( 1980 - 1970 ) e P22 > P1.P3, isto é,
375 7662 = 1,412. 1011 > 274 403 x 491 199 = 1,348. 1011,

o que permite a aplicação do método da curva logística. Sendo assim, pode-se calcular a população de saturação Ps

habitantes, e ainda

De acordo com os parâmetros encontrados pode-se verificar, por exemplo, a população para

a) Dt = 0 (Observar que neste método Dt é igual a Tn - T1)

274 433 habitantes equivale a P1 (mostrando que o estudo de projeção indica a população inicial);
b) Dt = 20 anos

490 612 habitantes equivale, pois, a população P3;

c) Dt = 50 anos (30 anos após o último censo)

817 249 habitantes é resultado previsto pelo método após os próximos 30 anos, além do último censo;

d) Dt = futuro infinito

, correspondendo a população de saturação calculada de 1 065 625 habitantes.

Além desses três métodos de crescimento ditos matemáticos convencionais, o projetista poderá criar outras
expressões que o mesmo achar mais conveniente e justificável como, por exemplo, relacionar o crescimento da
cidade com o crescimento do estado, com o crescimento de empregos, etc. Também poderá lançar mão de métodos
gráficos como o simples traçado de uma curva arbitrária que se ajuste aos dados já observados sem a preocupação
de estabelecimento de uma expressão matemática para a mesma. Este método é denominado de prolongamento
manual ou extrapolação gráfica.

Outro método freqüentemente mencionado na literatura sobre o assunto é o método gráfico denominado
comparativo. O mesmo consiste na utilização de dados censitários de cidades nas mesmas condições geográficas e
econômicas que a cidade em previsão e que já tenham população superior a esta. Admite-se, então, que a cidade
em análise deverá ter um crescimento análogo às maiores em comparação. Colocando-se os dados de população
em um sistema de eixos cartesianos tempo x população e transportando-se para o ponto referente a população atual
da cidade em estudo, paralelas às curvas de crescimento das cidades em comparação, a partir do ponto onde tais
cidades tinham a população atual da cidade em previsão, obtém-se um feixe de curvas cuja resultante média
considera-se como a curva de previsão para a cidade menor ( Fig. II.3 ).
FIG. 3 - Curvas comparativas

OBS: Em termos de normalização a NB-587/89-ABNT, prevê para estimativa de população a aplicação de modelos
matemáticos (mínimos quadrados) aos dados censitários do IBGE.

População Flutuante

Em certas cidades, além da população residente, o número de pessoas que a utilizam temporariamente é‚ também,
significativo e tem que ser considerado no cálculo para determinação das vazões. É o caso de cidades balneárias,
estâncias climáticas, estâncias minerais, etc. Esta população é denominada de população flutuante. Da mesma
maneira que é feito para a população fixa, também estudos deverão ser desenvolvidos para que a população
flutuante seja determinada.

3.9.4. Densidade Demográfica

Por definição a intensidade de ocupação de uma área urbana é a densidade demográfica e, em termos de
saneamento, é geralmente expressa em habitantes por hectare (hab/ha) e com tendência a valores crescentes das
áreas periféricas para as centrais nas cidades maiores. Como ilustração para essas afirmações é apresentado a
seguir um quadro com valores médios freqüentemente encontrados no estudo de distribuição urbana das populações
(Quadro 4.1).

É prioritário nas obras de saneamento analisar como as populações futuras serão distribuídas sobre a área. Para que
estes resultados sejam confiáveis e resultem em um bom desempenho do projeto, diversos fatores devem ser
considerados tais como condições topográficas, expansão urbana, custo das áreas, planos urbanísticos, facilidades
de transporte e comunicação, hábitos e condições sócio-econômicas da população, infra-estrutura sanitária, etc.,
sendo fundamentais nestes estudos, os levantamentos cadastrais da cidade, bem como a existência de um plano
diretor associado a uma rígida obediência ao código municipal de obras.

Quadro 4.1 - Área x Densidade

Tipo de Ocupação Urbana da Área Densidade


(hab/ha)

- áreas periféricas c/casas isolados e grandes lotes (~ 800m²) 25 a 50

- casas isolados com lotes médios e pequenos (250 a 450m²) 60 a 75

- casas geminadas com predominância de um pavimento 75 a 100

- casas geminadas com predominância de dois pavimentos 100 a 150

- prédios pequenos de apartamentos (3 a 4 pavimentos) 150 a 300

- prédios altos de apartamentos (10 a 12 pavimentos) 400 a 600


- áreas comerciais c/edificações de escritórios 500 a 1000

- áreas industriais 25 a 50

3.9.5. Equivalente Populacional

Sabe-se até então que um projeto de um sistema de abastecimento de água é definido a partir da determinação da
população consumidora. No caso da reunião de um consumo industrial ao doméstica é costume, para fins de
dimensionamento, transformar a vazão exemplificada em uma parcela distribuída para uma população equivalente,
ou seja, uma população que corresponderia a quantidade de contribuintes que gastariam o mesmo volume de água
consumido pela unidade fabril. Esse procedimento é muito importante para o dimensionamento, notadamente de
unidades de tratamento.

3.9.6. Comentários

Com relação à previsões de desenvolvimento populacional de uma cidade deve-se observar que os fatores que
comandam esse crescimento apresentam características de instabilidade que podem ser questionadas para
previsões a longo prazo. Portanto, cabe ao projetista cercar-se de todas as informações necessárias que o permitam
uma previsão no mínimo defensável em quaisquer circunstâncias, visto que os resultados encontrados não passam,
como o próprio termo indica, de uma "previsão".

Qualquer que seja o modelo de previsão utilizado deve ser verificado periodicamente e ajustado às informações mais
recentes que fugiram a previsões iniciais. O equacionamento matemático representa apenas uma hipótese de cálculo
com base em dados conhecidos, mas sujeitos a novas situações, imprevisíveis inicialmente.

De um modo geral, pode-se afirmar que as formulações matemáticas do tipo aritméticas não são recomendáveis para
previsões superiores a trinta (30) anos e as geométricas para períodos de projeto superiores a vinte (20) anos.

Algumas informações de caráter geral são de suma importância em um estudo de evolução de população como, por
exemplo:

• a potência genética do grupo humano, dos seus costumes, leis civis, religiosidades e preconceitos;
• as disponibilidades econômicas e suas variações com o crescimento da população;
• a área habitável onde a população está instalada e seus limites de saturação;
• os ciclos de crescimento - cada ciclo corresponde a um conjunto de condições originadas de acordo com
razões econômicas, culturais, tecnológicas, etc.

Deve-se salientar que os valores das populações de projeto têm como objetivo inicial a determinação das etapas de
construção de forma a proporcionar um cronograma de execuções técnica e financeiramente viável.

É importante, também, citar que para uma mesma cidade pode-se ter contribuições diferentes em áreas de mesma
dimensão. Esse fenômeno torna-se mais significativo quanto maior for a cidade e mais diversificada for sua estrutura
econômico-social.

Também é de esperar que em áreas periféricas o crescimento das cidades tende a ser horizontal enquanto nas áreas
centrais este crescimento, caso ocorra, será na vertical.

É possível também se deparar com situações onde não haja necessidade de preocupações com variações de
populações ao longo do tempo e do espaço. Por exemplo, o caso da elaboração de um projeto de um sistema de
abastecimento de água para um conjunto habitacional com edificações padrão. Neste caso ter-se-ia, teoricamente, a
ocupação imediata e, logicamente, sem previsão de modificações futuras significativas no citado complexo urbano.

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