Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
Porto Alegre
2010
2
Porto Alegre
2010
3
AGRADECIMENTOS
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Visando testar os conhecimentos e habilidades da turma, optou-se por um
tema de pesquisa considerado complexo em sua definição e, principalmente, em sua
mensuração: a Felicidade.
São diversas e muitas vezes divergentes as definições de Felicidade e dos
fatores que a compõem. Há alguns que a utilizem como sinônimo de Bem-estar,
outros que a vejam como um estado de espírito, e outros ainda que questionem a
sua real existência. Trata-se de um tema amplamente discutido e estudado, tanto
nas comunidades científicas quanto fora delas.
Desta forma, sendo este um assunto tão desafiador e considerando-se os
custos de aplicação dos instrumentos de pesquisa, que levaram à opção de
amostragem na cidade de Porto Alegre, ficou definido o principal objetivo da
pesquisa: determinar o grau de felicidade dos porto-alegrenses.
Iniciou-se assim o trabalho de pesquisa em busca de informações para a
confecção de uma escala que permitisse a realização da mensuração quantitativa da
Felicidade, buscando-se identificar os fatores que a compõem e influenciam. Esta
etapa foi composta por pesquisas em dados secundários e pela realização de um
Grupo Motivacional com convidados ligados ao assunto.
Com as informações obtidas foi possível elaborar o questionário, cuja
aplicação foi efetuada durante os meses de outubro e novembro do ano de 2010,
seguindo critérios de amostragem probabilística. A análise dos dados coletados foi
feita com auxílio de softwares específicos, como o Sphinx.
O resultado da referida pesquisa encontra-se descrito no presente trabalho, o
qual constitui a conclusão da disciplina Pesquisa de Marketing (ADM01163) do curso
de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
13
1.2 JUSTIFICATIVA
1.2.1 Objetivos
2 MÉTODO DE PESQUISA
esgotem as possibilidades ou que outra idéia seja descoberta. Por esse motivo, o
foco da pesquisa pode mudar constantemente, assim que vão sendo descobertos
novos caminhos para explorar (MALHOTRA, 2006).
A pesquisa exploratória vem sendo utilizada pelos pesquisadores para
investigar diferentes propósitos, como:
• Formular um problema ou defini-lo com maior precisão.
• Identificar cursos alternativos de ação.
• Desenvolver hipóteses.
• Isolar variáveis e relações-chave para exame posterior.
• Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema.
• Estabelecer prioridades para pesquisas posteriores (MALHOTRA,
2006).
De maneira geral, como não há um número significativo de trabalhos nessa
área a qual o estudo se propõe, a pesquisa exploratória se torna a mais adequada
para a realização de uma investigação inicial sobre o assunto. Afinal, esse tipo de
pesquisa tem entre suas finalidades, desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e
idéias, com o objetivo de formular problemas mais certeiros ou hipóteses
pesquisáveis para estudos posteriores.
Nesta etapa da pesquisa, optou-se por utilizar os métodos de análise
qualitativa de dados secundários e grupo motivacional.
diversos. Por isso, a utilidade desses dados pode ser limitada em termos de
relevância e exatidão.
De qualquer forma, os dados secundários ajudam a:
• Identificar o problema.
• Definir melhor o problema.
• Desenvolver uma abordagem do problema.
• Formular uma concepção de pesquisa adequada (por exemplo,
identificando as variáveis-chave).
• Responder a certas perguntas da pesquisa e testar algumas hipóteses.
• Interpretar os dados primários com mais critério (MALHOTRA, 2006).
No presente trabalho, foram utilizados uma série de dados secundários, como
poderemos ver a seguir.
Bauman cita é a dor de dente, que no momento que cessa nos trás a sensação de
felicidade, ou seja, a felicidade só ocorre quando se vivencia uma infelicidade.
A explicação para o estado de felicidade também foi encontrada como a soma
dos aspectos positivos e negativos do cotidiano - tanto os tangíveis, como o acesso
a bens materiais, quanto os intangíveis, como a solidariedade, reciprocidade, a
busca pelo que dá prazer, etc. Também estaria influenciada pelo nível de capital
social (entendido como o grau de interação e participação dos indivíduos em
comunidade). Na visão psicossocial haveria uma relação com o associativismo, a
confiança interpessoal e institucional, a facilidade em fazer amizades, a percepção
dos cidadãos acerca do ambiente político, social e econômico, do grau de satisfação
com sua vida diária.
Abaixo apresentamos, através dos gráficos, o interesse sobre o termo
felicidade, em um âmbito mundial, nacional e regional. Utilizamos a ferramenta
“Google insights para pesquisa” como forma de mensurar a variação no volume de
pesquisas na internet pela ferramenta Google. Como podemos verificar na Figura 1,
vem crescendo o interesse global pelo termo ao passar dos anos. No Brasil vemos
que também há um aumento da quantidade de pesquisas, porém menos acentuado
que o panorama global. No Rio Grande do Sul o volume de pesquisas pela palavra
praticamente se mantém ao longo dos anos, apresentando picos e vales sem uma
forma tão definida.
ela envelhece e acaba contraindo doenças, que acabam por destruir os alicerces
deste pilar, que servia de sustentação à sua felicidade;
• Material: Uma pessoa que é rica pode sim ter uma condição que lhe
traga muito prazer e satisfação no uso e consumo de bens materiais. Mas essa
satisfação também só será mantida se a condição monetária também se mantiver e
se ampliar (conforme se ampliam os objetivos e aspirações materiais do indivíduo).
Por ser influenciada por fatores externos, a felicidade é alcançada pela posse
de alguma coisa ou pelo recebimento de alguma coisa. Portanto, quando a causa da
felicidade deixa de existir ou é destruída, a felicidade também desaparece.
Consequentemente, é na dimensão espiritual ou interior, que se encontra a
verdadeira felicidade. O budismo nos ensina a olhar o âmago das coisas, em vez de
olhar à volta delas.
Devemos olhar para o interior de nós mesmos, a fim de vermos o que cria a
felicidade. O verdadeiro caminho para a felicidade está no dar, não na felicidade do
receber. Precisamos encontrar o caminho do amar, não o de sermos amados. A vida
do eterno dar, amar, compartilhar e apreciar o trabalho é sempre criativa e infinita,
enquanto os outros caminhos para a felicidade levam a fracassos e
desapontamentos.
A felicidade é, então, encarada como a paz interior e o entendimento da
própria vida em si. A ausência da ambição e objetivos evita a frustração, que é a
principal causa da infelicidade. Ou seja, uma pessoa que elimina a possibilidade de
gerar infelicidades e decepções, será uma pessoa feliz: só quando você desejar
nada, poderá se livrar da infelicidade.
Em primeiro lugar, vamos assinalar que o PIB é parte integrante do FIB, uma
vez que o crescimento econômico de fato promove o bem-estar e a felicidade dos
mais pobres. Todavia, diversas deficiências do PIB também precisam ser
reconhecidas.
a) Falta de distinções de natureza qualitativa.
Existem muitos modos de atingir o mesmo nível de PIB, que por si só não é
registrada se a riqueza for gerada através de prostituição, meditação, ou de maneira
estressante ou prazerosa.
b) Propensão ao Consumo
32
O PIB é uma acurada métrica para se determinar tudo aquilo que é produzido
e consumido através de transações monetárias. Entretanto, se algum bem for
deliberadamente conservado e não consumido, então esse bem deixa de ser
registrado como um valor. Como resultado disso, existe uma tremenda inclinação
voltada ao consumo na adoção do PIB. Um trator que está simplesmente largado
numa fazenda é contabilizado como uma riqueza, e certamente que um tigre numa
floresta deve ter mais valor do que um trator, porém, sob a ótica do PIB, não é isso
que ocorre.
Este mede muito bem o capital produzido, mas não mede outras formas de
capital e serviços, tais como aqueles providos pelo meio ambiente, humanos e
sociais.
c) Sub-valoriza tempo livre e trabalho não remunerado
O PIB não mede o tempo livre e nem tampouco o trabalho voluntário, não
remunerado, revelando um sério preconceito contra trabalho voluntário e lazer.
Todavia, o trabalho não remunerado e voluntário contribui para a felicidade e
o bem-estar. Cuidar de crianças e idosos, bem como o trabalho doméstico, são
serviços não remunerados que se dão à margem das transações do mercado. Essas
atividades não estão precificadas, e são executadas por aqueles cuja motivação
está acima do ganho financeiro.
d) Justiça Econômica
Embora a desigualdade possa ser medida separadamente por um índice
específico para esse fim, o PIB em si é cego para a injustiça econômica. Durante o
nosso consumo de bens e serviços, a métrica daquilo que nos proporciona felicidade
é relativa, em comparação àquilo que os outros estão consumindo. Se a
comparação afeta o nosso bem-estar subjetivo, a desigualdade continuará a ter um
poderoso efeito negativo na felicidade enquanto uma desigual distribuição da
riqueza persistir. Sempre haverá alguém acima na escada, e um modo de se
neutralizar esse efeito negativo é de se atingir um alto grau de igualdade.
e) Importância dos serviços pós-materiais.
Uma vez que certo nível de riqueza foi alcançada, como por exemplo, na
Europa e no Japão, o objetivo das pessoas não são bens, mas em vez disso aquilo
que está se chamando de “serviços pós-materiais que transcendem os bens”. Um
aumento desses serviços está mais provavelmente influenciado pelo imaterial, que
vem de fatores como família, amigos, segurança, redes sociais, liberdade,
33
criatividade, significado para a vida e assim por diante. Esses benefícios das
sociedades pós-industriais não necessariamente aumentam com a renda.
O Governo Real do Butão está formulando índices para o FIB, que irão
avaliar, rastrear e guiar o planejamento do desenvolvimento do nosso país. Os
índices FIB de nível macro podem ser sub-divididos em numerosos sub-indicadores
que são úteis em diversos fatores.
Além disso, o Butão desenvolveu uma estrutura qualitativa conhecida como
“lentes de FIB” para políticas e programas que têm por finalidade filtrar atividades
segundo o ponto de vista do FIB.
Para se considerar um indicador como sendo válido segundo o FIB, ele deve
demonstravelmente ter influência positiva ou negativa na felicidade. E os indicadores
de FIB devem cobrir tanto as esferas objetivas quanto as subjetivas das dimensões
do FIB, conferindo pesos idênticos tanto para os aspectos funcionais da sociedade
humana como para o lado emocional da existência da mesma. A voz subjetiva, que
tem sido relativamente sufocada nas ciências sociais como um todo, e nos
indicadores em particular, está sendo restaurada nos indicadores do FIB, e isso está
35
pelas alunas Jéssica Lima de Oliveira e Patrícia Bock Bandeira, que trocavam
informações via MSN durante o debate.
A recepção dos convidados na sala foi feita pelo professor Walter Nique, pelo
mediador André e pela Patrícia.
A disposição dos assentos foi feita em círculo, utilizando-se apenas cadeiras
identificadas com os nomes dos participantes, de forma a criar um ambiente mais
informal. Buscou-se também alocar os convidados de forma a evitar disposições que
favorecessem conflitos diretos.
A utilização do questionário-base foi flexibilizada de forma a acompanhar o
ritmo do debate e extrair o máximo de informações.
Foram oferecidos aos participantes coffee-breack,estacionamento gratuito (ou
carona, quando necessário) e um presente de agradecimento ao final do evento.
3 ETAPA DESCRITIVA
3.1.1 Entrevistas
3.1.2 Questionário
3.1.2.1 A Elaboração
3.1.2.2 Escalas
3.1.2.3 Pré-teste
3.1.3 Amostragem
Nesta seção serão apresentadas as análises dos dados obtidos nos 798
questionários respondidos sendo que nem sempre o total dos dados analisados será
equivalente a este, haja visto que em muitas questões foi disponibilizada a opção de
resposta não sei/não quero responder.
Quanto ao número de filhos, dos 460 que informam ter filhos, 70,6% dizem ter
um ou dois filhos e 4,2% 5 ou mais filhos. No Censo de 2000, a região Sul obteve
uma média de 2,2 filhos por mulher, resultado equivalente ao obtido na pesquisa
(2,19).
Uma vez que esta questão admitia respostas múltiplas, atingiu-se um total de
890 respostas com 786 respondentes. Mais da metade da população entrevistada
diz morar com a família/familiares (61,6%). Outros 25,6% vivem com o cônjuge ou
companheiro e 10,9% moram sozinhos.
59
Dos 563 respondentes praticantes de atividades, uma vez que foi admitido
neste quesito resposta múltipla, obteve-se 780 atividades. Destas, a mais citada foi a
corrida ou caminhada, responsável por 45,1%, seguida pela ginástica ou academia
com 20,9%.
60
Nas atividades de lazer, não indicaram nenhuma atividade 2,4% (19) dos
respondentes. Dos que indicaram, em uma freqüência mínima de uma vez por mês
(ou por ano no caso de shows e viagens), viagens são, das opções apresentadas,
as mais citadas, com 79,5% (631) dos respondentes, sendo que 37,2% (363) deles
indicando uma freqüência de três ou mais vezes ao ano.
Dos 792 respondentes, 75,8% (600) afirmam não apresentar doença crônica
ou qualquer problema que requeira tratamento contínuo, e 24,2% (192) afirmam que
sim.
Em relação ao fato de já ter tido algum problema grave de saúde, 79% dos
entrevistados afirmam que nunca o tiveram, e 20,1% responderam que já tiveram
algum problema grave de saúde.
Discordo totalmente 289 36,3% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35%37,9%
Discordo totalmente 18 2,3% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
42,4%
Fazer atividades de trabalho voluntário torna as pessoas que o fazem mais felizes.
Frequência média:132,83
M édia = 4,12 'concordo'
M ediana = 4,00
M ín = 1,00 M áx = 6,00
Discordo totalmente 13 1,6% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
42,2%
Metade dos entrevistados (50%) respondeu que tens sentimentos ruins pelo
menos às vezes. O percentual daqueles que tens sentimentos ruins frequentemente
também é significativo, 9,5%. Em resumo 1 a cada 10 entrevistados possui
sentimentos ruins com recorrência.
Nesta questão houve uma divisão semelhante a questão 21. 50,1% dos
entrevistados informou ter sentimentos de tristeza pelo menos à vezes. O percentual
daqueles que informaram ter este sentimento frequentemente também é importante,
10,5%. A cada 10 entrevistados, 1 se mostra triste com recorrência.
Grupo n°1
Sexo_(Não_perguntar) *
frequencia_bares_OUTRO1
frequen
cia_bar
es_OU
TRO1 Masculino 4,72
frequen
cia_viaj
a_OU
TRO1 Masculino 5,40
frequen
cia_bar
es_OU
TRO1 Sim 3,54
Não sei/Não
Sim Não Total
quero responder
N % cit. N % cit. N % cit. N % cit.
Nenhuma 92 68,7% 42 31,3% 0 0,0% 134 100,0% 68,7% 100,0%
Menos de uma vez ao mês 68 61,8% 42 38,2% 0 0,0% 110 100,0% 61,8% 100,0%
Não Sei/Não quero responder 2 40,0% 3 60,0% 0 0,0% 5 100,0% 40% 60% 100,0%
Não sei/Não
Sim Não Total
quero responder
N % cit. N % cit. N % cit. N % cit.
Nenhuma 65 71,4% 26 28,6% 0 0,0% 91 100,0% 71,4% 100,0%
Não Sei/Não quero responder 2 28,6% 5 71,4% 0 0,0% 7 100,0% 71,4% 100,0%
Grupo n°1
filhos * com_quem_pratica_lazer
Não sei/Não
Sim Não Total
quero responder
N % cit. N % cit. N % cit. N % cit.
Cônjuge/ namorado(a) 163 51,3% 154 48,4% 1 0,3% 318 100,0% 100,0%
Familiares 283 72,0% 109 27,7% 1 0,3% 393 100,0% 72,0% 100,0%
Não Sei/Não quero responder 10 76,9% 2 15,4% 1 7,7% 13 100,0% 76,9% 100,0%
média de 5,29 vezes ao mês. Os viúvos são os que menos possuem o hábito de
frequentar praças/parques alcançando uma média de 4,94 vezes ao mês.
Familiares 131 33,2% 183 46,4% 36 9,1% 44 11,2% 0 0,0% 394 100,0% 100,0%
Amigos 154 62,9% 47 19,2% 18 7,3% 24 9,8% 2 0,8% 245 100,0% 62,9% 100,0%
Não Sei/Não quero responder 2 15,4% 3 23,1% 6 46,2% 1 7,7% 1 7,7% 13 100,0% 100,0%
Do total de pessoas que julga já ter tido problema grave de saúde, observa-
se que 80,6% delas estão concentradas entre as graduações 5 e 7 de felicidade. Ao
estabeler a mesma relação para as pessoas que afirmam nunca terem sofrido com
alguma doença grave , descobre-se que aproximadamente 87,2% delas estão
concentradas entre os níveis 5 e 7 de felicidade. Nota-se que o percentual de
concentração do cruzamento apresentado no item “a” deste trabalho é bastante
similiar ao exposto agora. Em ambos os casos, a concentração entre os níveis 5 e 7
de felicidade é maior dentre as pessoas que dizem não possuir problemas
relacionados à saúde.
No gráfico a seguir um quadro resumo com as médias dos graus de felicidade
de cada perfil de respondentes para as variáveis apresentadas é demonstrado,
podendo-se observar que a média do grau de felicidade das pessoas que nunca
tiveram problemas graves de saúde (5,69) é superior à média das pessoas que
afirmam ter já terem tido doenças graves de saúde (5,43) porém com um “p” de
22,2%, o que infere dizer que a dependência entre as variáveis não é
estatisticamente significativa. Não se pode, portanto, afirmar que o grupo de
pessoas que não têm problema grave de saúde seja, em média, mais feliz que o
grupo das pessoas que já sofreram com alguma doença grave de saúde.
101
De 20 a 29 5,72 De 30 a 39 5,72
De 30 a 39 5,72 De 40 a 49 5,52
De 40 a 49 5,52 De 50 a 59 5,58
De 50 a 59 5,58 De 60 a 69 5,42
mais de 7 filhos ficou com a maior média do grau de felicidade desse cruzamento:
6,5.
Porém, conforme explicitado na figura, com um “p” de 6,4%, constata-se que
a dependência entre as variáveis é estatisticamente pouco significativa, significando
que não se pode afirmar, com um grau de certeza elevado, que as pessoas as quais
têm entre 5 e 6 filhos ou mais de 7 são mais felizes, em média, do que aquelas que
possuem entre 1 e 2 ou entre 3 e 4 filhos.
formação_escolar Ensino fu Ensino fu Ensino m Ensino m Ensino s Ensino s Pós grad Nenhum TOTAL
ndament ndament édio inco édio com uperior in uperior c uado
al incomp al comple mpleto pleto completo ompleto
leto to
o_quao_feliz
1 1 1 0 1 0 0 1 0 4
2 0 1 0 2 1 1 0 0 5
3 1 1 1 3 0 0 1 0 7
4 12 15 11 23 13 16 9 1 100
5 11 15 15 46 43 56 21 2 209
6 9 13 9 50 78 68 33 0 260
7 17 14 20 47 37 39 17 0 191
TOTAL 51 60 56 172 172 180 82 3 776
o_quao_feliz
Média Frequência Ensino fundamental incompleto 5,49
Grupo n°5
frequencia_atividade_fisica * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Média Frequência Não pratico 5,42
Uma a 2 vezes por semana 5,77 146 Entre 3 e 5 vezes por semana 5,73
Entre 3 e 5 vezes por semana 5,73 192 Mais de 5 vezes por semana 5,71
Mais de 5 vezes por semana 5,71 106 Não Sei/Não quero responder 5,00
o_quao_feliz
Média Frequência Sim 5,39
destes grupos, que poderão ter o mesmo nível de felicidade independente da sua
condição civil.
Grupo n°5
estado_civil * o_quao_feliz
o_quao
_feliz Casado/união estável 5,68
o_quao_feliz
Frequ
Média 5,47
ência Nenhuma
Nenhuma 5,47 268 Menos de uma vez ao ano 5,68
Grupo n°5
frequecia_show_concertos_teatros_OUTRO * o_quao_feliz
o_quao_feliz Menos de 1
Menos de 1 1 5,56
1 5,56 2 5,63
2 5,63 3 5,68
3 5,68 4 5,95
4 5,95 De 5 a 9 5,87
o_quao_feliz
Frequ
Média 5,56
ência Nenhuma
Nenhuma 5,56 266 Menos de uma vez ao mês 5,61
dado com a média de felicidade dos grupos de pessoas que vão alguma vez ao ano
e dos que não vão, obtém-se significativa diferença para esses grupos. O primeiro,
que frequenta restaurantes como lazer, obteve média de felicidade de 5,40 a 5, 72 (a
variação se dá porque também foi analisado o número de idas ao mês), já o
segundo, dos não frequentadores, tem média de 5,26.
Apesar dessa constatação, o número de vezes no mês não impacta na
construção da média de felicidade. Dessa forma há diferença para os
frequentadores ou não, mas não pelo número de idas ao mês.
Grupo n°7
frequencia_restaurantes * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Frequ
Média 5,26
ência Nenhuma
Nenhuma 5,26 84 Menos de uma vez ao mês 5,40
Grupo n°5
frequencia_restaurante_OUTRO1 * o_quao_feliz
o_quao_feliz Menos de 1
Menos de 1 1 5,51
1 5,51 2 5,67
2 5,67 3 5,66
3 5,66 4 5,79
4 5,79 De 5 a 9 5,90
as médias das duas categorias não é significante. Isso quer dizer que não se pode
inferir correlação direta entre estas duas variáveis.
Grupo n°7
frequencia_baresdanceterias * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Frequ
Média 5,54
ência Nenhuma
Nenhuma 5,54 383 Menos de uma vez ao mês 5,66
Grupo n°5
frequencia_bares_OUTRO1 * o_quao_feliz
o_quao_feliz Menos de 1
Menos de 1 1 5,69
1 5,69 2 5,71
2 5,71 3 5,49
3 5,49 4 5,75
4 5,75 De 5 a 9 5,98
Grupo n°7
frequencia_parquespraças * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Frequ
Média 5,55
ência Nenhuma
Nenhuma 5,55 134 Menos de uma vez ao mês 5,53
Grupo n°5
frequencia_parques_OUTRO2 * o_quao_feliz
o_quao_feliz Menos de 1
Menos de 1 1 5,46
1 5,46 2 5,47
2 5,47 3 5,34
3 5,34 4 5,89
4 5,89 De 5 a 9 5,76
Grupo n°7
frequencia_viajaalazer * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Frequ
Média 5,37
ência Nenhuma
Nenhuma 5,37 91 Menos de uma vez ao ano 5,44
Grupo n°5
frequencia_viaja_OUTRO1 * o_quao_feliz
o_quao_feliz Menos de 1
Menos de 1 1 5,55
1 5,55 2 5,63
2 5,63 3 5,82
3 5,82 4 5,88
4 5,88 De 5 a 9 5,83
Grupo n°7
com_quem_pratica_lazer * o_quao_feliz
o_quao_feliz
Média Frequência Cônjuge/ namorado(a) 5,79
o_quao
_feliz Sim 5,59
Grupo n°8
qual_religiao * o_quao_feliz
o_quao
_feliz Católica 5,63
Grupo n°3
tem_mostra_conquista_na_vida * o_quao_feliz
Grupo n°1
compro_o_que_preciso * o_quao_feliz
A relação é significativa.
Valorização dos itens de escala: 1 (1) ; 2 (2) ; 3 (3) ; 4 (4) ; 5 (5) ; 6 (6) ; 7 (7) ; - (Não sei/Não quero
responder)
4.2.6.12.11 Grau de Felicidade x Mais feliz se comprar o que ainda não possui
Grupo n°3
preciso_comprar_coisas_que_nao_posso * o_quao_feliz
4.2.6.12.12 Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa para aproveitar a vida
Ao analisar a relação entre a perspectiva "Eu tenho tudo o que preciso para
aproveitar a vida" e o Grau de Felicidade das pessoas, verificou-se um “p” menor
que 0,1%, determinando ser estatisticamente muito significativa a diferença entre
valores. Desta forma há um nível mais elevado de felicidade entre os que
concordam com a assertiva (5,68 e 6,07) do que entre os que discordam dela (5,10
e 5,30).
Cabe ressaltar que esta relação foi a que apresentou a definição mais clara,
em um formato linear, conforme pode ser visto no Gráfico abaixo.
Grupo n°3
tenho_tudo_que_preciso * o_quao_feliz
Gráfico 103 - Análise Bivariada: Grau de Felicidade x Tem tudo o que precisa
127
1
O (*) ao lado da afirmação/questão indica que a mesma está "inversada", ou seja, é uma negação
da afirmação principal do grupo de questões em que a mesma está inserida.
128
O quão feliz na
MEDIA_FELICI MEDIA_SENTI MEDIA_SENTI MEDIA_MATER MEDIA_TRABA MEDIA_RELIGI
Correlations vida você se MEDIA_SAUDE
DADE MENTOS_POS MENTOS_NEG IALISMO LHO AO
considera
O quão feliz na vida você se Pearson Correlation ** ** ** ** **
1 ,584 ,538 -,228 0,055 ,266 ,144 -0,052
considera (escala de 1 a 7)
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,276 0 0 0,147
N 779 770 777 771 392 570 773 778
MEDIA_FELICIDADE Pearson Correlation ** ** ** * ** **
,584 1 ,502 -,254 -,104 ,434 ,348 0,047
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,04 0 0 0,194
N 770 773 771 766 391 567 767 772
MEDIA_SENTIMENTOS_POS Pearson Correlation ** ** ** ** **
,538 ,502 1 -,300 0,018 ,304 ,186 0,004
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0,718 0 0 0,918
N 777 771 780 774 394 571 774 779
MEDIA_SENTIMENTOS_NEG Pearson Correlation ** ** ** ** ** **
-,228 -,254 -,300 1 ,224 -,193 -,187 0,04
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0 0 0,268
N 771 766 774 774 390 568 769 773
MEDIA_MATERIALISMO Pearson Correlation * ** ** *
0,055 -,104 0,018 ,224 1 -0,117 -,239 -,105
Sig. (2-tailed) 0,276 0,04 0,718 0 0,057 0 0,036
N 392 391 394 390 395 264 395 395
MEDIA_TRABALHO Pearson Correlation ** ** ** ** ** **
,266 ,434 ,304 -,193 -0,117 1 ,295 ,162
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0,057 0 0
N 570 567 571 568 264 572 569 572
MEDIA_SAUDE Pearson Correlation ** ** ** ** ** ** **
,144 ,348 ,186 -,187 -,239 ,295 1 ,244
Sig. (2-tailed) 0 0 0 0 0 0 0
N 773 767 774 769 395 569 776 776
MEDIA_RELIGIAO Pearson Correlation * ** **
-0,052 0,047 0,004 0,04 -,105 ,162 ,244 1
Sig. (2-tailed) 0,147 0,194 0,918 0,268 0,036 0 0
N 778 772 779 773 395 572 776 781
Descriptive Statistics
Dependent Variable:MEDIA_FELICIDADE
NOVA_RENDA Qual o seu nível de formação escolar? Mean Std. Deviation N
Ensino fundamental incompleto 3,7456 ,55380 19
Ensino fundamental completo 2,8958 ,84015 8
Ensino médio incompleto 3,4306 ,63746 12
ATÉ R$ 1.000 Ensino médio completo 3,6032 ,55647 21
Ensino superior incompleto 3,6333 ,68109 5
Ensino superior completo 2,9444 ,91793 3
Total 3,5025 ,66945 68
Ensino fundamental incompleto 3,9074 ,67757 9
Ensino fundamental completo 4,0741 ,62977 9
Ensino médio incompleto 3,7292 ,84015 8
Ensino médio completo 3,7031 ,69655 32
R$ 1000 a R$ 1500
Ensino superior incompleto 3,8095 ,58078 7
Ensino superior completo 3,8571 ,31074 7
Pós-graduado 4,3333 ,47140 2
Total 3,8176 ,65525 74
Ensino fundamental incompleto 4,0417 ,76225 4
Ensino fundamental completo 3,7963 ,86801 18
Ensino médio incompleto 3,2949 ,91579 13
Ensino médio completo 3,8413 ,66560 42
R$ 1500 a 2500
Ensino superior incompleto 3,7414 ,61008 29
Ensino superior completo 3,6863 ,78147 17
Pós-graduado 3,5000 ,67495 6
Total 3,7274 ,73449 129
Ensino fundamental incompleto 3,5667 ,78705 5
Ensino fundamental completo 4,2879 ,69957 11
Ensino médio incompleto 4,1042 ,71235 8
Ensino médio completo 3,9839 ,76902 31
R$ 2500 a R$ 5000
Ensino superior incompleto 3,7519 ,65964 45
Ensino superior completo 3,6806 ,69431 48
Pós-graduado 4,0802 ,53183 27
Total 3,8686 ,69724 175
Ensino fundamental incompleto 3,8333 ,70711 2
Ensino fundamental completo 5,0000 ,00000 2
Ensino médio incompleto 3,7381 ,48930 7
Ensino médio completo 4,1759 ,45544 18
R$ 5000 a R$ 10000
Ensino superior incompleto 3,8333 ,46225 40
Ensino superior completo 4,0590 ,54522 48
Pós-graduado 3,8667 ,69555 25
Total 3,9707 ,55908 142
Ensino fundamental completo 3,8333 . 1
Ensino médio incompleto 4,1667 ,94281 4
Ensino médio completo 4,1667 . 1
Maior R$ 10000 Ensino superior incompleto 4,0652 ,71552 23
Ensino superior completo 4,1624 ,59048 39
Pós-graduado 4,3246 ,55687 19
Total 4,1686 ,62490 87
Ensino fundamental incompleto 3,7949 ,61945 39
Ensino fundamental completo 3,8605 ,89388 49
Ensino médio incompleto 3,6442 ,79420 52
Total
Ensino médio completo 3,8506 ,67292 145
Ensino superior incompleto 3,8188 ,60959 149
Ensino superior completo 3,9033 ,66711 162
133
Pode-se ver que para as pessoas que têm um trabalho, não existem
diferenças significativas entre os diferentes tipos de trabalho. No entanto, podemos
notar que os mais felizes trabalhadores de Porto Alegre parecem ser os estagiários!
Também, para os aposentados, as pessoas do lar e os estudantes, não
existem diferenças com os trabalhadores.
MEDIA_FELICIDADE
95% Confidence Interval for
N Mean Std. Deviation Std. Error Mean Minimum Maximum
Lower Bound Upper Bound
Estudante 119 3,8025 ,61217 ,05612 3,6914 3,9136 2,00 5,00
Profissional liberal /
142 3,8791 ,69620 ,05842 3,7636 3,9946 1,67 5,00
autônomo
Funcionário público 85 3,9882 ,61388 ,06658 3,8558 4,1206 2,00 5,00
Funcionário de empresa
170 3,8392 ,67473 ,05175 3,7371 3,9414 1,17 5,00
privada
Proprietário de empresa
47 3,8298 ,72272 ,10542 3,6176 4,0420 2,17 5,00
/ empresário
Estagiário 7 4,2619 ,57620 ,21778 3,7290 4,7948 3,17 4,83
Do lar 68 3,7206 ,70619 ,08564 3,5497 3,8915 2,00 5,00
Desempregado 18 3,1204 ,77080 ,18168 2,7371 3,5037 2,00 4,50
Aposentado 107 4,0452 ,58348 ,05641 3,9333 4,1570 2,50 5,00
Total 763 3,8622 ,67258 ,02435 3,8144 3,9100 1,17 5,00
Tabela 37 - Análise Multivariada: Media_felicidade x Ocupação
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
<http://www.bibliotecadigital.ufrgs.br/da.php?nrb=000333187&loc=2002&l=34c136f8
6f348733>. Acesso em 09 set.. 2010
GIACOMONI, Claudia H. Bem-estar subjetivo: em busca da qualidade de
vida. 2004. Disponível em:
<http://www.sbponline.org.br/revista2/vol12n1/art04_t.htm>. Acesso em: 18 set.
2010.
GOOGLE insights para pesquisa. Termos: felicidade/ happiness. Disponível
em: <http://www.google.com/insights/search/?hl=pt-BR#>. Acesso em 20 ago. 2010
HAIR, Jr, Joseph F. Fundamentos de métodos de pesquisa em
administração. Trad. Lene Belon Ribeiro. Porto Alegre: Bookman, 2005.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Disponível em:
<www.ibge.gov.br >. Acesso em 11 jan. 2011
ICATU Seguros. O que é FIB? Disponível em:
<http://www.felicidadeinternabruta.com.br/oque.php>. Acesso em 15 set.. 2010
KUBOSE, Gyomay. A Felicidade. Disponível em:
<http://www.dharmanet.com.br/honganji/essencial1.htm>. Acesso em 03 set. 2010.
LYUBOMIRSKY, Sonja Subjective Happiness Scale (SHS). 1999.
Disponível em: <http://www.ppc.sas.upenn.edu/subjectivehappinessscale.pdf>.
Acesso em 30 ago. 2010
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada.
4.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
MATTAR, Fauze Najib. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 1996.
MIOTO, Ricardo. Felicidade custa R$ 11 mil por mês, aponta estudo.
2010. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/795092-felicidade-custa-
r-11-mil-por-mes-aponta-estudo.shtml>. Acesso em 15 set.. 2010
PENNOCK, Michael. FIB e o Ocidente. Disponível em:
<http://www.visaofuturo.org.br/pdfs2/FIB%20e%20o%20Ocidente%20-
%20Michael%20Pennock.pdf>. Acesso em 11 set. 2010
URA, Dasho Karma. Felicidade Interna Bruta. Disponível em:
<http://www.visaofuturo.org.br/pdfs2/Felicidade%20Interna%20Bruta%20-
%20Dasho%20Karma%20Ura.pdf>. Acesso em 30 ago. 2010
VISCARRA, S.P. Capital Social e Bem-Estar Hedonista: um estudo
comparado em três localidades do Estado do Rio Grande do Sul. Dissertação
(Mestrado em Ciência Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
139
Mediador: Bom pessoal vamos dar inicio a nossa conversa. Como o professor já explicou,
esse encontro faz parte de uma pesquisa dos alunos de graduação, aqui da escola de administração,
e o nome da disciplina é Pesquisa em Marketing. Nessa disciplina os alunos realizam uma pesquisa,
elaboram um relatório - que normalmente, frequentemente, tem sido publicado na Zero Hora, por
exemplo – o professor citou alguns exemplos e outros exemplos de assuntos que a gente já abordou,
por exemplo, o impacto da Lei Seca em Porto Alegre, a opinião dos porto alegrenses sobre a
proibição de fumar em ambientes fechados e o últimos deles, mais recentemente, a gente traçou
perfis de consumo da zona norte e da zona sul de Porto Alegre, evidenciando diferenças,
semelhanças, nesse sentido.
Nesse semestre a turma decidiu tentar medir o nível de felicidade dos porto alegrenses. Hoje
nós temos aqui representantes de diversas áreas que, de uma maneira ou outra, se relacionam com
esse nosso tema. Temos pessoas da filosofia, da psicologia, pessoas ligadas à espiritualidade. Então
nós vamos debater esse assunto da felicidade. Esse é um debate aberto, não existe certo ou errado,
nós queremos ouvir tudo o que vocês tiverem para nos dizer sobre esse tema. Mas ainda sim, em
alguns momentos, nós teremos que interromper algumas idéias, por que apesar de aberto, tem
alguns pontos que nós buscamos evidenciar ao longo dessa nossa conversa. Então quando eu
interromper, não é porque a idéia não está interessante, mas por que nós precisamos dar sequência,
nosso tempo é curto.
Então retomando, meu nome é André, sou estudante de Administração aqui do curso, faço
parte dessa turma, desse semestre. Eu vou pedir então, inicialmente, eu vi que todo mundo já
conversou um pouquinho, mas que se apresente formalmente. Seu nome e diga o que faz para a
gente ter no vídeo, saber com quem nós estamos conversando e de onde as idéias estão vindo.
Alguém quer começar?
Sr. João: boa noite sou João Paulo, tenho 30 anos. Minha formação é na PUCRS, sou
relações publicas jornalista. Tenho uma pós-graduação em marketing estratégico também pela
própria PUCRS. Não atuo na área acadêmica, nem de pesquisa. Fui para área empresarial, eu tenho
uma empresa de turismo, uma casa noturna aqui na João Alfredo, e uma empresa de comunicação
que presta serviços pra Vivo, TVA, empresas de televisão, e faço marketing de tudo que é área que
eles necessitam.
Sra. Edelmira: boa noite a todas, eu sou Edelmira de Quadros Pires, sou professora,
também estudei na PUCRS, mas atualmente estou aposentada e me dedico à espiritualidade. Eu me
dedico à filosofia Seicho-No-Ie, uma filosofia religiosa. Então eu me encontrei espiritualmente nessa
filosofia, e trabalho, me dedico à divulgação, através de atividades como: palestras, cerimônias e
142
práticas que a gente realiza lá. Então basicamente, essas são as minhas atividades. Também
continuo estudando, mas daí é mais por opção, estudo espanhol, frequento academia de ginástica.
Mediador: pessoal, eu vou pedir para nós sermos bem breves para atacarmos logo o nosso
assunto. Basicamente o nome e o que faz.
Sr. Mauro: meu nome é Mauro Kwito, eu sou médico, e trabalho com a psicoterapia
reencarnacionista. Que é uma terapia baseada na reencarnação. É uma nova psicologia, aonde nós
queremos ajudar as pessoas a aproveitar essa encarnação, no sentido da evolução espiritual, no
sentido de voltar pra casa melhor que voltamos.
Sr. Felipe: bom meu nome é Felipe, eu tenho 25 anos. Eu sou formado em administração de
empresas, eu trabalho com negócios sociais, e com negócios que tenham relação com
sustentabilidade.
Sr. Fábio: meu nome é Fabio, eu tenho formação aqui na UFRGS em filosofia, graduação,
mestrado, e estou fazendo doutorado agora. Estou terminando o curso de direito, também aqui na
UFRGS. E eu trabalho com educação, projetos nos colégios, ensinando a gurizada como estudar
sozinhos, como programar os horários e ter autonomia no aprendizado.
Sr. Renato: olá, meu nome é Renato Ike, eu sou médico nefrologista, trabalho basicamente
no Hospital Moinhos de Vento, mas também no Hospital de Clínicas e no Instituto de Cardiologia. E
nas horas vagas, no tempo livre que sobra, eu faço direito à noite na PUCRS.
Sr. Rosa: sou Rosa Helena Santos sou psicóloga, mestre em gerontologia, trabalho com
psicoterapia e envelhecimento.
Sr. Malinsky: meu nome é Rogério Malinsky, sou arquiteto, me expulsaram no ano passado
da arquitetura da UFRGS, por rodar em história, e além da atividade acadêmica, que não foi minha
atividade primária, principal antes de entrar na UFRGS, eu desenvolvi trabalhos profissionais,
principalmente na área do urbano em grande escala, que me preparei no exterior, inclusive bastante
tempo, na área do urbanismo, principalmente em lazer e recreação, e tem aqui o Marinha do Brasil
que é projeto meu, tem vários projetos assim na área de espaços abertos, espaços coletivos.
Sr. Ivo: eu sou Evo, tenho formação jurídica, filosofia, parte de teologia, sou diretor de uma
instituição de assistência social Caritas do Mensageiro da Caridade, e um pouco, nas horas vagas,
sou diácono da igreja católica.
Sr. Thiago: eu sou o Thiago Ourives, minha formação é aqui da UFRGS mesmo, na
comunicação social e trabalho não muito nessa área, acabei me especializando em outras áreas de
consultoria empresarial, mas sempre me envolvendo na comunicação também.
Sr. Lores: eu sou Lores Meller, sou médico psiquiatra, psicanalista, trabalho mais com
psicanálise. Trabalho basicamente em consultório e fiz minha formação psicanalítica em Buenos
Aires, 7, 8, 9 anos fazendo isso.
Mediador: obrigado. Então como nosso professor gosta de dizer: "Começamos do maior para
o menor”. Indo bem direto ao ponto, talvez não tão simples, o que é felicidade?
Alguém se arrisca em dar o primeiro ponta pé inicial nesse debate aqui?
Sr. Mauro: eu posso começar. Alguém tem que começar (risadas). Eu, pra mim, com 62 anos
de idade, pra mim felicidade é quando nosso ego, ele está relativamente alinhado com nosso espírito,
143
no sentido assim, de estar trabalhando por causas social, causas boas, causas justas, pelo bem
comum, sem visar materialismo, fama, lucros enormes, ou seja, quando a gente sente que esta
fazendo um trabalho social, espiritual que ajude a gente e todas as pessoas. Isso é o que me traz
mais felicidade.
Sra. Rosa: eu acho que é bem complicado a gente definir felicidade, mas a gente poderia
tentar compor, assim, com aspectos, que caracterizaria a felicidade. Claro, acho que a felicidade se
compõem por bom humor, alegria, com realizações, situações de satisfação pessoal nos seus
movimentos, nos seus projetos. O sofrimento faz parte da vida, mas quando a vida não se pauta pelo
sofrimento, a gente esta mais conectada com esses aspectos da felicidade. E acho que daqui nós
podemos partir para muitos aspectos, porque falar de felicidade é bem complicado, né, eu acho que é
subjetivo demais e talvez a gente pudesse captar são elementos pra construir essa idéia.
Sr. Malinsky: eu acho que nós somos uma geração que estão impregnados com a fantasia
da felicidade hollywoodiana, sim, que a felicidade, tinha que ser feliz, mas a felicidade era uma
felicidade muito superficial, de aparências, quase eu tinha a obrigação de ser feliz, e, portanto seria
algo extremamente artificial, porque a gente sabe ou ficou sabendo depois, que a gente constatava
isso, que aquilo fazia parte de um pacote maior de "culturamento", "culturação". Então a infelicidade,
ou a dor, vamos dizer assim, era uma coisa fora da pessoa, não existe dor, o que existe é "A
Felicidade", então se você se sente bem, o mocinho e a mocinha se beijando, isso é uma coisa, então
nós fomos impregnados nesse conceito fantasioso de felicidade que se criou na vida. A outra coisa é
que eu acho que é felicidade, é uma situação individual, pode haver socialmente, agora tá sendo
muito discutido ali na mídia, esse tal de feeling good, tem até um cientista político norte-americano
que diz que a pessoa vota na situação, porque está se sentindo bem, diz que agora, nas eleições, ta
acontecendo isso. Por que vai mudar se eu estou me sentindo bem? O tal do feeling good. Então
esse feeling good, é uma escala social, mas eu acho que a felicidade tem que ser vista de um ponto
de vista individual. Por que? Eu até ia fazer uma cópia, mas não deu tempo, de um livro, de alguns
anos atrás, que me impressionou do Antonio Damasio neuro-cientista português que é chefe de
serviço em neurociência nos estados unidos, e ele tem um livro maravilhoso que é o “Mistério da
consciência” que eu recomendo pra todo mundo. Eu sou arquiteto, mas sou curioso também. Aí o
Damasio diz assim, entre aspas, que quando uma pessoa está na praia, tomando um banhozinho de
sol, com uma sensação boa, ai é um dos lugares básicos, desde o mosquito até o ser vivo, que é o
equilíbrio com o meio externo, ele acha assim, quer dizer, que o equilíbrio da vida interior, que até
depois do livro ele desdobra que não é do individuo, é da célula. A célula mantém um equilíbrio
interno apesar das ameaças, vamos dizer assim, do desequilíbrio externo. Então essa busca pelo
equilíbrio, que é a palavra chave dele, que depois um cara, mais tarde, um cara americano chamado
Cannon, eu gravei o nome porque é o mesmo nome da marca da máquina, e esse cara que carimbou
e inventou o tal do nome de homeostase, que é um nome grã-fino, pra dizer que é um equilíbrio entre
a parte interior e exterior. Então o Damasio diz, que o mosquito, ser vivo, precisa basicamente de
duas coisas; uma é a reprodução, se não eu não estaria aqui, e a outra é o equilíbrio. Então o
equilíbrio das mais variadas formas, cada um busca como pode e conforme sua ideologia ou não,
conforme seu temperamento e tal, a busca desse equilíbrio. Lá no fim do livro, o Damasio diz assim:
144
não esqueçamos que a gente vive sobre uma grande sombra da hereditariedade. Quer dizer, claro
que nós vamos buscar o equilíbrio, mas nós temos uma marca de fábrica dos nossos pais, nossos
ancestrais e etc. Então eu acho esse equilíbrio uma arte, como tem que ser uma preocupação
individual, busca individual, é uma arte, assim que eu digo que é um fio da navalha, quer dizer, se a
pessoa... quem é feliz é aquele que fica satisfeito com o que tem, com o que é. Eu não vou viver
angustiado porque não tenho um Audi 2010 quatro portas, mas isso não pode me reduzir a um
conformismo, estagnação porque tenho meu fusquinha ano 61, mas eu estou feliz.
Mediador: então seria, pelo que eu pude entender, uma busca individual pelo equilíbrio.
Sr. Malinsky: exatamente, e ai é a capacidade, a sorte da pessoa, de saber o que é que ele
pode avançar, manter o equilíbrio em busca, ele evolui, mas sempre com o equilíbrio. Quer dizer, ele
tem uma banda, ele arrisca, ele aventura, mas ele sempre corre um risco, evidentemente, mas é isso
que é uma das motivações da vida, esse risco com essa busca.
Mediador: eu queria aproveitar, e fazer uma pausa e apresentar a Claudia que se juntou a
nos, agora. Claudia, a gente já iniciou o nosso debate, e a primeira pergunta que eu fiz pra todo
mundo foi, o que é a felicidade. Então, pra tu te situares, esse é o ponto do nosso debate, no
momento. Alguém que acrescentar alguma coisa a mais?
Sra. Edelmira: então, para mim a felicidade é um estado de espírito porque eu tenho por
principio, que nós somos seres espirituais manifestados na forma de seres-humanos, homem ou
mulher. Então, a felicidade sendo um estado de espírito, nós somos felizes porque somos seres
espirituais, a gente não vê, não toca a felicidade, a gente sente, porque é originária do nosso ser
espiritual. Então aqui nesse livro, que faz parte da coleção sobre Seicho-No-Ie, são 40 volumes, diz
assim: "Uma vez que nascemos nesse mundo como seres-humanos, queremos levar uma vida
humana feliz, este é o desejo natural de cada um de nós, porém este mundo não esta habitado
somente por pessoas felizes. Existem muitas pessoas infelizes, por que será? É que essas pessoas
não conhecem as leis mentais, e nem tampouco sabem o que é felicidade."
Mediador: então seria um estado de espírito?
Sra. Edelmira: pra mim é. Exatamente. E como nós somos seres pensantes e seres que se
emocionam, então as nossas emoções, nossos sentimentos dão origem aos nossos pensamentos e
não podemos deixar de considerar, que como seres humanos, somos seres livres. Então, os nossos
pensamentos, nossos sentimentos que originam nossos pensamentos, que se formam no nosso
mental, é que determinam nosso destino, está sobre nossa responsabilidade. Nossos somos felizes
ou infelizes dependendo de cada um de nós, de nossos pensamentos principalmente.
Sr. Ivo: eu vou procurar fazer colocações rápidas, que é mais prático pra jogar a bola um pro
outro. Eu vejo a felicidade como um estado, sim, da pessoa humana que vê satisfeitas as suas
aspirações e atendidas as suas necessidades, que são múltiplas, desde a parte antropológica,
sociológica, emocional, mas eu sou diácono na igreja católica e eu vejo como a necessidade pra ser
feliz, é ter atendida também a dimensão espiritual, transcendental, religiosa.
Mediador: então o senhor concorda que a felicidade...
Sr. Ivo: é um estado de espírito subjetivo.
Mediador: é o ultimo e daí vamos seguir para o próximo.
145
Sr. Fabio: eu sou quero fazer algumas observações. Eu acho que é importante essa questão
de a felicidade ser algo subjetivo, individual ou com que medida que ela esta relacionada com o meio
que a gente vive. Tem até um dito do Aristóteles que é o seguinte: "O ser humano que vive fora da
apólice é um deus, ou um bruto, no sentido que uma vida humana só é possível com a convivência
com outras pessoas, não é que uma pessoa fora da apólice se bastasse a si mesmo sendo um deus,
ou vai ser um bruto, como um animal, vai comer, dormir, e isso vai bastar a ela. Então o ser - humano
é um ser de necessidades e, uma espécie de um ser que constrói possibilidades em conjunto, e da
construção dessa possibilidade, desse exercício, dessa liberdade, dessa autonomia, se sente feliz. É,
então, realmente a felicidade têm alguns aspectos de subjetividade inegáveis, a gente precisa sentir
essa satisfação em termos dessas coisas mais materiais, uma alimentação, não sentir dor e esse tipo
de coisa. Mas tem uma satisfação que está relacionada com o exercício de uma capacidade própria
do ser humano, que é a liberdade. Então a gente poderia dizer, por exemplo, porque o cachorro é
feliz, mas é muito diferente dizer que um cachorro é feliz e que uma pessoa é feliz. O cachorro é feliz
tendo aquelas coisas básicas sendo atendidas e uma pessoa feliz parece uma pessoa que consegue
traçar seu próprio destino."
Sr. Thiago: ser um cachorro.
Sr. Fabio: sabe que esse é tema super caro pra filosofia. Bom, seria mais fácil se nós
fossemos um cachorro. Então porque a gente é racional, porque é que a gente é humano, isso é
ruim? Na verdade, se tu fores pensar que a tua satisfação se esgota, os teus desejos, teus prazeres,
vontade de dormir, comer, não sentir dor, seria melhor eu não ter razão, não ter liberdade. Se tu fores
pensar que o ser humano é um ser especial por que tem a capacidade de fazer as suas escolhas, de
repente escolher o sofrimento pra ter um outro prazer, escolher o sofrimento pra ajudar o outro e
construir uma comunidade, eu tenho, ai, que o ser humano pode ser muito mais feliz que um
cachorro. E a felicidade humana, então, vai ser a felicidade de um grau mais elevado, uma espécie
de pleno, uma existência mais plena.
Mediador: tu estas dizendo que a felicidade está ligada com o relacionamento social,
interpessoal e aspirações.
Sr. Fabio: é, eu posso dizer assim, de uma forma breve, tem um aspecto subjetivo que é
nossa satisfação, mas tem alguma que coisa que nós podemos dizer que o nosso objetivo é no
sentido que uma pessoa pra ser verdadeiramente feliz, ela precisa ser dona da sua vida, dona do seu
destino, das suas escolhas. Uma pessoa que não consegue fazer as suas escolhas não vai ser uma
pessoa feliz.
Sra. Claudia: bom, boa noite, eu sou psicóloga, professora de psicologia e trabalho com uma
área de pesquisa dentro da psicologia bem nova, que estuda o desenvolvimento positivo, e dentro
dessa área, mais especificamente, a gente tem uma área que estuda a felicidade, mas pra psicologia,
na área da ciência, é entendida como um bem estar subjetivo. É um conjunto de varias teorias que
vem sendo estudadas pela psicologia e entende que a “felicidade” é, na realidade, um processo de
avaliação que a gente faz da vida, e a psicologia foi estudar como é que se faz esse processo. Por
que é que alguns param e avaliam a vida, e cognitivamente entendem que a felicidade é o quanto
que eu estou satisfeito com a minha vida, ou não. Então é um processo cognitivo no primeiro nível. E
146
a felicidade, esse sentimento de se sentir muito bem também é um processo afetivo. Então assim, a
gente também experiência emoções, afetivos positivos, então quando estou alegre e também
experiência emoções e afetos negativos, depressão, raiva. Então o desequilíbrio vai te dizer. Então é
um processo bem complexo. Mas as primeiras teorias falavam o seguinte: "Vamos investigar o que q
é que deixa as pessoas mais felizes.”
Sr. Fabio: mais feliz ou mais alegre?
Sra. Claudia: mais feliz, ou com mais bem estar. Dentro do olhar da ciência.
Mediador: daí eu aproveito só pra só pra dar uma perguntinha. Qual seria então a diferença
de bem estar e felicidade na visão da psicologia?
Sra. Claudia: depende do autor, também do pesquisador que esta estudando, e na realidade
a maioria deles entende que a felicidade é uso do termo de senso comum pra o estudo do bem estar
subjetivo, que é esse processo, que é um processo cognitivo, afetivo, de avaliar o quanto que a
pessoa se diz satisfeita, se diz vivenciando uma emoção boa, ou seja, “feliz”.
Sr. Lores: bom, eu acho que realmente o tema é instigante e em um complexo de definição,
porque eu diria, ouvindo aqui, eu vou falar dentro da minha perspectiva. Eu acho que nós temos que
diferenciar o que é, pra mim, necessidade, e o que é desejo. O ser humano é basicamente um ser
desejante. Se vamos comparar, ele é um ser, de algum modo, talvez contrarie algum de nós, mas eu
acho que é isso, ele é desnaturalizado, ele é cultural. Não é uma coisa, não é um instinto que se
satisfaz, e ai ele vai dormir tranquilo. Ele esta envolvido por um desejo, e esse desejo, ai é que está o
drama, é que não se realiza nunca. Então se a felicidade é a realização de um desejo, o ser humano
está fadado a fracassar. Agora, se a felicidade é a busca do desejo, aí está bem. O caminho, feliz
porque estou sempre almejando algo. Como seriam as estrelas do céu, que nos orientam, nunca
vamos alcançá-las, mas talvez seja necessário. A felicidade, eu colocaria mais dentro dessa utopia,
dessa busca.
Sr. Lores: Sou feliz porque estou sempre almejando algo. Como seriam as estrelas no céu
que nos orientam. Nunca vamos alcançá-las, mas talvez seja necessário. Eu colocaria mais dentro
desta utopia, esta busca.
Mediador: Existe uma certa aceitação deste argumento. Alguém não concorda que a
felicidade seja esta busca?
Sr. Thiago: eu discordo. Eu entendo tudo isto. Vejo que há também uma compreensão do
sentido individual da vida de cada um que vai facilitar este seu objetivo. Qual a função da publicidade
hoje? A publicidade hoje lê os sonhos coletivos. Eu sou bombardeado por toda uma cultura de
Hollywood, e é aquilo que o cachorro não tem: o sonho coletivo. Ele não assiste o comercial da
pedigree para ver se ele é mais ou menos cachorro ou se ele come uma salsicha no chão ou a que
vem em uma lata. Ele come. Se supriu bem... certo? Para ele é só uma coisa. Para nós não é só mais
uma coisa. A partir do momento que nossas necessidades mais básicas e mais coisas são supridas,
nossos desejos vão criando novas necessidades e assim por diante. E hoje, o papel do publicitário é
justamente ler estes desejos e saber dar a resposta a estes desejos e saber como gerar consumo. Eu
vejo a felicidade como ver o ser humano se comportar como um cachorro, ou seja, para mim está
tudo bom o que me dão, vou atingindo meus objetivos, vou tendo um pouco de lazer, vou tendo um
147
pouco de sucesso, vou tendo um padrão familiar que me deixa acima de alguns e abaixo de outros, e
aceito que este padrão de sucesso está bom. Só que este ideal talvez não seja o ideal para aquela
pessoa. Talvez não seja o ideal procurado por ela. Muito provavelmente seja um ideal hereditário, um
ideal que veio, que já existiu. E talvez acho que o ideal maior seja a procura de Deus. Muitas pessoas
escapam disto. Acho que Deus é um destes caminhos, como outras espiritualidades podem
apresentar também. Outras espiritualidades apresentam na busca. A felicidade estaria no caminho.
Com certeza acho que a realização está no caminho. Mas há uma realização muito maior com a
compreensão do propósito como um todo. Não gostaria de discordar. São apenas mais argumentos.
Sr. Renato: apenas complementando, a felicidade é este estado de espírito. Isto é de comum
acordo. Não existiria a felicidade se não existissem momentos infelizes. As pessoas não valorizariam
a saúde que têm porque já assumem que aquilo. É uma coisa garantida até o momento que elas
perdem a saúde, pelo menos momentaneamente, para então, aí, apreciar a saúde. Como médico é o
que eu vejo. Uma paciente está há quarenta dias no hospital e diz que às vezes está tão deprimida
de estar no hospital e eu digo que ainda bem que se sente assim. Pior se estivesse gostando de ficar
no hospital por quarenta dias. Isto seria um problema sério. E a gente acaba vendo isto nestes
pacientes também. Têm pessoas que pedem para não ter alta porque está tão bem no hospital
alegando que em suas casas tudo está um horror. Acho que tudo tem os dois lados. Não existiria
infelicidade se não existissem momentos infelizes. Lembro do livro do Eduardo Janete que ele
discorda dizendo que “como seria se houvesse a pílula da felicidade?”. Mas onde estariam as
diferenças se todos fossem plenamente infelizes? Todos seriam felizes o tempo inteiro, e todos são
iguais. Acabou, tudo começa do zero num patamar acima. No fundo não adiantaria nada.
Sr.Thiago: esta é a felicidade como uma ausência de dor. Com ausência de mal.
Sr. Renato: Complementando a parte citada do cachorro, há um livro onde o início diz que
os animais são felizes desde que tenham saúde e comida para se alimentarem. Os homens, talvez,
devessem ser também, mas não o são, pelo menos na maioria dos casos. Por estas razões
(apontando para o Sr. Lores) que eu concordo plenamente. O psicanalista diz que seria a busca pelo
desejo e não pelas necessidades. Necessidades básicas talvez sejam coisas mais fáceis de atingir,
mas a partir dali tem uma certa mudança. Talvez os trabalhos científicos mostrem que até o ganho
monetário da pessoa melhora a percepção de felicidade e bem estar quando vai de uma miséria
absoluta até o momento que a gente atinge o suficiente para poder manter bem toda a família, com
saúde adequada, alimentar os filhos e talvez prover educação. O valor é de U$ 10.000,00. Uma
revista americana chamada "the journey the happiness studies” fez um estudo para ver o grau de
importância que se valoriza isto. Hoje têm revistas que praticamente só estudam trabalhos como
estes. Eu acho interessante trabalhos científicos que lidam com isto porque vão além da opção
pessoal de uma pessoa ou de outra. E neste trabalho, especificamente, quando o ganho ultrapassou
U$ 10.000,00 anuais, a partir daí o ganho monetário vai aumentando e a percepção da felicidade é
exatamente a mesma. O que eles dizem é exatamente assim: “olha, nós não trabalhamos para poder
comprar o próximo café da manhã para a família. Nós trabalhamos para tentar surpreender e, de
alguma forma, demonstrar nossas capacidades perante nossos vizinhos". Um dado interessante é
quando a gente olha as pessoas ao redor, por exemplo um mendigo na rua quando pede esmola, ele
148
não inveja o dono do carro para quem ele tá pedindo esmola. Ele inveja o outro mendigo que é mais
simpático que ele e ganha mais do que ele. Isto é uma coisa natural.
Sr. Malinsky: há um autor que diz que a medida de felicidade que nós temos é a aparência
de felicidade que temos. Se eu consigo externalizar, se eu tenho uma fachada feliz, as pessoas se
artificializam cada vez mais para montar esta fachada de felicidade para se tornarem felizes entre
aspas.
Sr. Renato: felizes para os outros.
Sr. Malinsky: sim. Para os outros.
Sr. João: felicidade é ser ou estar? Eu vejo que é emoção, é sentimento, é individual,
depende da expectativa de cada um: se é bem material, sentimental ou se sou feliz apenas porque
minha família é boa. Eu não sou feliz porque o Grêmio deixou o Flamengo empatar e eu saí triste
quarta-feira do Olímpico. Outro exemplo é se eu estou muito feliz e deu certo o investimento que eu
fiz. Não sou feliz porque não tenho meu pai do meu lado que já faleceu. Eu vejo que eu estou feliz e
não estou. Isto é momentâneo.
Sr. Fábio: uma coisa que tem de ser distinguida é felicidade de alegria. Bem estar é um dos
componentes. Se for pensar o bem estar de um modo mais amplo, se for um bem estar de alma, se a
pessoa se sente bem com a alma dela, mas fisicamente ela não está numa situação de bem-estar,
numa situação confortável. Mas ela é feliz porque ela está fazendo exatamente o que ela devia estar
fazendo naquela situação.
Sr. João: Mas ela (a felicidade) é ou está?
Sr. Fábio: depende da situação. Se for um sentimento aí se tem um está. A pessoa está feliz.
Mas se for o “ser feliz” pode pensar numa pessoa que é feliz e talvez nem saiba. Eu era feliz e não
sabia. Por exemplo: pode pensar numa pessoa que ela vive num estado que tem um certo nível de
satisfação e ela gostaria de ter outras coisas na vida e acha que ela não é feliz. Se ela passar por
uma situação na vida dela, ou de repente amadurecendo, ela consiga se dar conta que naquele
estado que ela vivia ela era feliz. E agora, se ela pudesse voltar...
Sr. Thiago: então ele não foi feliz em nenhum dos dois estados.
Sr. Fábio: Talvez. Este é um dos problemas dos conceitos de felicidade.
Sra. Cláudia: a gente tem que entender que nós temos esta avaliação geral que estou
satisfeita com minha vida como um todo e a psicologia vai além. Na verdade o modelo é
multidimensional. São vários domínios. Eu posso estar muito feliz, com nível de bem estar alto,
satisfeita com meu trabalho, mas minha vida em casa, com a família, está em uma fase ruim. Eu
tenho meu relacionamento com os amigos. Pô, faz quantos meses que eu não vejo meus amigos,
que eu não saio para jantar? A gente está se dando conta que o modelo é muito amplo e é feito por
vários domínios. É complexo. A gente pode parar e fazer a avaliação que é do momento e ela tem
uma parcela que é de estado, mas a tem uma parcela que a psicologia chama de traço, de ser e de
estar. O ser é o traço e o estar é...
Sr. Fábio: é genética.
149
Sra. Cláudia: Exatamente. Porque a psicologia foi estudando e se dando conta que uma boa
parcela que determina isto é a personalidade. Como é que a gente é. Este processo, a forma como
eu vou avaliar como eu estou é determinado pela forma como eu sou, ou seja, como eu penso...
Sr. Malinsky: os valores, as crenças.
Sra. Cláudia: Vai além dos valores e das crenças. Tem a ver com a personalidade. Grande
parcela dela é genética e outra é do ambiente que a constituiu.
Mediador: seria, então, o fato de duas pessoas absorverem a mesma situação de formas
diferentes?
Sra. Cláudia: Exatamente. Foi aí que a psicologia se deu conta que, depois de investigar
todas as variáveis sociodemográficas (educação, se é casado ou não é casado e quem é mais feliz),
e todos estes estudos. Aí este estudo concluiu que existe impacto mas ele é pequeno. O que
determina mesmo é a personalidade. Então, porque uma mesma pessoa... (cita um exemplo): eu
estava vindo para cá e bati o carro. Uma pessoa acha um horror, fica estressada e a outra interpreta
o evento de uma forma bem diferente. Ela pensa “que bom, já era hora de eu trocar de carro”.
Mediador: pede para cada um falar de uma vez.
Sr. Lores: A dificuldade é realmente definirmos o que é felicidade para cada um de nós. Me
parece que cada um tá tendo um conceito diferente. Precisamos alinhar conceitos (complementa
Thiago). Talvez até dentro da área de administração se a gente falasse em mercado e ver o nível de
felicidade de Porto Alegre, realmente, eu acho que a gente passa a ter que discutir uma determinada
faixa, que ela é de uns certos aspectos mais práticos do que as coisas mais subterrâneas, que cada
um vai ter a sua visão, sua interpretação e suas teorias. Por que se não fica assim...são lentes, né?
(ajuda Cláudia).
Mediador: Retificando o que eu falei no início, a gente aqui não está buscando um
consenso, definir aqui o que é felicidade. A gente quer exatamente ouvir o que cada um de vocês
pensa a esse respeito. Então, como a gente já ficou bastante tempo nessa primeira pergunta, que foi
bem ampla e com bastante informações.
Sr. Renato: São quantas, só pra gente ter uma ideia?
Mediador: Dependo do andar da carruagem. Só pra gente não te prejudicar, ficar falando 2
horas e depois tem mais 10, complementa Renato.
Nessa nossa primeira etapa, a gente abordou diversos aspectos, foi citado saúde, foi citado
questão monetária, foi citada genética, foi citado espiritualidade, foram citadas as necessidades, as
aspirações (complementa Cláudia), a questão social (complementa Renato). Então, agora, eu
pergunto pra vocês, que outras variáveis vocês identificam que compõem a felicidade? Que
influenciam a felicidade?
Sr. Fábio: sorte.
Sr. Thiago : Que tem uma teoria de marketing, que se não me engano, se chama Maslow.
Que ele organizou, criou um método científico que não me lembro bem, ele organizou as
necessidades em forma de pirâmide, que é justamente isso que a gente tava falando. Ou seja,
alguém só vai transformar um desejo de consumo numa necessidade, depois que a necessidade
básica dele já está suprida. Entende? Exemplo: fome é algo básico pra todo mundo. Então, ninguém
150
vai estar preocupado com o carro ou com a roupa que está vestindo, se você tá com fome. Vou dar
um exemplo: se der uma vontade de ir no banheiro em alguém aqui, tu vai parar de se preocupar com
que o outro tá pensando de ti, com o que eu vou, se eu tô falando disso ou tô falando mal, se eu tô
preocupado em ir no banheiro. Passa na frente das outras.
Mediador: Então, seria a satisfação das necessidades. Exatamente, diz Thiago. A hierarquia
das necessidades, complementa Renato.
Sr. Thiago: Alguém só vai se preocupar ou só tende a se preocupar, na visão do Maslow,
com a necessidade de satisfazer o seu sentido da vida espiritual, por exemplo, se ela não estiver
passando fome. Dificilmente, alguém com fome vai se preocupar em ajudar o outro. De novo, na
visão desse cidadão (Maslow).
Sr. Felipe: Nesse teu ponto, então, por exemplo, uma pessoa que passa fome não seria tão
feliz como uma pessoa que…Responde Thiago: Não, não necessariamente. Na verdade assim, ela
comendo é muito mais feliz que tu comendo. Entendeu? Porque ela satisfez toda a necessidade dela.
Tá, mas daí a gente volta pro…diz Felipe. Complementa Thiago: Mas ele, por exemplo, vem de uma
família que nunca tinha o que comer, arranjou um emprego e agora tem um arroz e feijão todo dia, tá
feliz da vida.
Sr. Felipe: Aí a gente volta pro conceito da felicidade e a necessidade. Thiago complementa
ele, dizendo que vai colocar a felicidade como algo constante.
Sr. Thiago: Quando falo em felicidade, pelo menos pra eu entender o que eu tô falando,
felicidade é um estado constante. Porque, o que ele desejava, ele conseguiu. Entende? Podia não
ser o desejo de um ou de outro, e talvez gere infelicidade, a partir do momento que ele almejou outra
coisa. Vamos supor, ele se mudou para um bairro onde todo mundo tem mais o que comer, todo
mundo tem um carro. O mediador questiona: a expectativa seria outra variável na comparação com o
meio? Thiago continua: Todo mundo aqui, sem querer nivelar todos nós, mas nós somos
razoavelmente bem sucedidos, estamos todos bem vestidos, ninguém aqui tá com fome. E, se tiver
temos aqui os salgadinhos, complementa o mediador. Pois é, pensaram na nossa felicidade. Pra
gente conseguir pensar, conseguir ir adiante, até discutir a espiritualidade. Se pegar alguém da rua
pra cá, não vai discutir mais nada, vai procurar matar a fome e vai ficar muito feliz com todos nós.
Mediador: Só por uma questão de seguir a ordem. O Mauro tinha pedido a palavra primeiro.
Sr. Mauro: Eu tenho uma visão muito simplista dessa questão, porque eu tenho muita
admiração pela cultura oriental. E os orientais falam muito na aceitação e falam muito na ilusão, nas
ilusões. E como eu trabalho com a reencarnação, há cerca de 20 anos, com a terapia de regressão
em mais de 6 mil pessoas, inclusive, em mim próprio com outras pessoas, eu já acessei várias vidas
passadas minhas. E nessas vidas passadas, eu era muito infeliz, porque eu acreditava que eu era
aquela pessoa que eu vivi numa vida passada. Quando eu me vi como um oficial romano, há 2 mil
anos atrás, eu era muito infeliz porque eu era muito vaidoso. Quando eu me vi numa outra
encarnação como um negro, eu era muito infeliz porque era negro. Quando me vi numa outra
encarnação como um mendigo, eu era muito infeliz porque eu passava fome. E quando me vi, na
minha última encarnação, como um escritor russo que bebia muita vodka, era muito famoso, eu era
muito infeliz porque eu era muito revoltado, tinha muita mágoa e muita raiva. E nessa reencarnação,
151
eu já fui muito infeliz, porque sou apenas a continuação desse eu de todos estes séculos. E, hoje em
dia, pra não me estender demais, eu tô começando a me convencer que o sofrimento tá no
pensamento. E que do pensamento vem o sentimento. Depois de 20 anos atendendo em consultório,
eu mais ou menos, simplificando, me parece que tem dois tipos de pessoas: as tristes e as brabas.
A pessoa triste, ela tem pensamentos que levam ela a tristeza, normalmente, ilusórios. Por exemplo,
uma pessoa que falou que passou fome numa família muito pobre. Essa pessoa reencarnou numa
família pobre por motivos “cáridos”. Mas, aquela visão dela, eu vim numa família pobre pode trazer
uma mágoa ilusória que leva pra tristeza e leva à infelicidade. As pessoas com muita raiva, elas
também estão com o mesmo geralmente equivocado e ilusório, baseado apenas na sua infância pra
cá. Quando nós somos seres com o mínimo de 2 milhões de anos, nós analisamos a nossa vida nos
últimos 30, 40 anos e queremos nos entender. Eu acho isso extremamente difícil. Pra resumir, pra
mim, a felicidade ou a infelicidade está no pensamento, o que a gente sente, o que a gente quer da
vida e o que a gente faz.
Mediador: Agora é a Cláudia, depois o Fábio.
Sra. Cláudia: Tem um conjunto de estudos e eu li, inclusive, um artigo. Eles acompanharam
as pessoas que ganharam na loteria nos Estados Unidos. Exatamente, pra acompanhar a questão do
nível de bem estar. E aí, o que se imagina, a pessoa ganha na loteria, lá é um pouquinho diferente o
sistema, porque a maior parte do dinheiro, a pessoa vai recebendo ao longo de anos, não recebe
tudo numa bolada. Mesmo assim, ela no início recebe uma grande parcela do dinheiro. Depois, ela
vai recebendo o resto. E eles acompanharam através de estudos longitudinais, por um tempo, e
também tem estudos com atletas de alto desempenho. E aí, eles acompanharam e foram medir o
nível de bem estar, dentro do modelo teórico da psicologia e tal. Aí, saiu os primeiros, as primeiras
avaliações. O que acontece com uma pessoa que ganha uma grande quantidade de dinheiro, né?
Uma pessoa que vivia numa situação modesta, ela vai procurar trocar de casa, daí vai sair do bairro
onde ela tá acostumada, onde conhece todos os vizinhos, ela vai se mudar. Em geral, ela vai parar
de trabalhar, vai viver de renda, ela não vai precisar e ela para de trabalhar. Então, toda rede social
que ela tinha por causa do trabalho, ela vai perder. Pelo menos, parcialmente, por grande parte do
tempo, ela vai perder. Então, os estudos mostraram que imediatamente, após o momento de
ganharem grande quantidade de dinheiro, as pessoas têm um aumento nos níveis de bem estar, só
que depois acontece um decréscimo, que vai voltar para os níveis, que são os níveis basais, os níveis
normais, que a pessoa vinha dentro da…mostrando que no fim, ela sofreu o impacto negativo, em
função da perda de toda a rede que ela tinha, ela se mudou, ela diminuiu o número de pessoas com
quem ela vai conviver, ela parou de trabalhar, daí ela vai sofrer esses efeitos, daí depois com o
tempo, ela vai retomar e tal. Isso mostra que o quanto que a gente e o quanto essas variáveis estão
interligadas, as coisas estão relacionadas a outras coisas, como a rede de apoio social que a pessoa
tem, isso é importante, a pessoa que está sozinha, completamente sozinha, a gente vai perceber que
tem níveis mais baixos assim. Então, são outras variáveis que também apresentam efeito sobre os
níveis de felicidade.
Sr. Renato: É só uma parte rápida quando ele falou sobre a pessoa que passa fome. No
momento em que ele come, obviamente, o prazer dele é maior, muito maior, do que aquela que já
152
tem aquilo garantido, que sabe que tem comer, pois faz parte do dia. Mas, no momento em que ele
atingiu aquilo ali, já passa a ser uma coisa garantida, ele vai querer alguma coisinha a mais. Então,
isso assim, se a felicidade está relacionada com o desejo, isso certamente é uma coisa mutante, e
varia ao longo da idade, ao longo do nosso crescimento social, e nunca é igual. Talvez no meio
irracional, entre os animais, seja sempre igual, pois não têm o que almejar.
Mediador: Só vou pedir pra segurar um pouquinho a pergunta pra gente concluir.
Sr. Renato: Basicamente, era pra dizer que é uma coisa que vai mudando ao longo do tempo
mesmo. Thiago interrompe: Concordo, dependendo, da pessoa que tiver capacidade, depende do
horizonte de cada um. Mas, isso é uma minoria, talvez 99% da maioria da natureza humana tem uma
ambição, complementa Renato. Volta Thiago: Se tiver mais alheio, mais focado na própria família, tu
tende a não ter desejos de consumo ou tornar desejos e loucuras em necessidades, talvez, né?
Sr. Ivo: Está se buscando variáveis, né? Eu entendo que ninguém é feliz só. E dali brota
aquela necessidade, alguém ganhou na loteria, algum fator que se sente feliz, ele tem que contar.
Primeiro, talvez seja partilhar. E, dentro dessa dimensão, é que se explica um pouco o humanismo, a
solidariedade, a filantropia, etc. e o trabalho numa organização exatamente filantrópica. E se percebe
como milhares de pessoas se sentem felizes, em poder as vezes modestamente, ajudar alguém. E a
gente como cristão, se não tiver outros, ao menos, partilhar essa felicidade com o seu superior.
Mediador: Então, a espiritualidade tem a questão de? Complementa Evo, a questão da
relação, é uma questão de relação.
Sr. Rogério: ... nós aqui, nossas mães (...) já vai arrastando com o balde ... ai, tipo assim,
porque que tu deixa ele fazer isso, tá estragando o teu trabalho, não é porque eu acho que tem que
ser assim, ela tem que ser assim, porque claro, eu respeito aquele ser, naquela idade, que faz aquilo,
é um ser humano fazedor.
Mediador: Tu falaste de um padrão e ao mesmo tempo citastes as diferenças, não ficou claro
pra mim se tu considera que a felicidade varia de uma cultura, de um local, de uma cultura para outra
ou se ela é a mesma?
Sr. Rogério: Bom, eu acho que existe um padrão socioeconômico que é determinante, é
diferente, é muito similar um médico de Porto Alegre, um médico da Uganda, da Índia, de Bombai, de
um cara de ... Sei lá eu.
Sr. Lores: Eu acho que tem uma questão aí, que é diferenciada, a aspiração que pode ser
universal, ter isso, aquele outro e o que a pessoa sente ao conseguir isso, aí eu acho que varia, aí é
individual, porque é mais simbólico, as vezes alguma coisa pequena simboliza pra ele uma coisa
muito grande, aí em relação a gratificação e a felicidade, muito diferente daquele que conseguiu a
coisa grande, as vezes um carrinho pequeninho pode representar um Audi, não seio que, e dá a
sensação, então eu acho que é universal as aspirações, os desejos são, agora, a reação a realização
do desejo acho que é individual.
Sra. Edelmira: Eu acho que sim, a questão da, da, me lembrei de uma situação, eu estava
morando em São Paulo, e tinha uma pessoa que trabalhava pra mim, na minha casa, e ela levava
assim três horas e meia pra chegar em casa em função do trânsito, da distância, era uma vida muito
assim sabe, aquele caos de São Paulo, e ela era uma pessoa assim, sempre com humor muito bom
153
assim, que eu ficava imaginando eu naquele né, sair de casa as 5h da manhã, pra chegar na minha
casa às 8h, pra trabalhar o dia inteiro, pra chegar em casa às 9h30 da noite, e ela sempre de bom
humor, e ela dizia que o sonho dela era ter uma carta, carta é carteira de motorista, então eu disse
pra ela, vamos lá, está esperando o que, uma pessoa com quase 50 anos, vai lá fazer tua carta, e ela
disse não mas eu não consegui, não consegui passar na prova, mas tu vai sim conseguir, eu te
ajudo, né, e aí ela , estimulei ela, hoje tu vai sair mais cedo e vai na auto-escola, pegou os polígrafos
então, vamos estudar, vamos lá, e eu estimulando, e ela, não sou muito burra, estudei até a terceira
série, lá no nordeste e tal, daí foi pra São Paulo há 15 anos atrás, aquela mesma história, e ai eu
comecei a estimular, ela começou a ler, a estudar, ela disse que não entende, mas foi indo, faz um
simulado no computador ali, então vai fazer a prova, passou, quando ela passou, ela não acreditava
né, falei, viu como tu consegue, e aí vai fazer a aula prática então, e ela não mas tem que trabalhar,
mas então tu sai mais cedo, liberei o horário, ela fazia a aula de direção, tirou a carta, bom, a
felicidade dela por ter a carta, ela não tinha carro, mas tinha carta, então assim é o exemplo de o
quanto que, claro ela tinha a condições, eu estimulei porque vi que ela tinha condições, e aí, um
tempo depois ela comprou o carro dela, e assim, ela comprou o carro dela e anda pela região dela lá,
então assim eu acho que é...é o objetivo, assim
Sr. Thiago: é o propósito, as vezes uma pessoa que é feliz, encara pequenas coisas da vida
que são ruins, não como..., são momentos ruins de uma vida feliz.
Sr. Felipe: Aí de novo agente tá querendo definir assim, que ela é feliz ou não é feliz, e
agente volta pro ponto atrás, bom, eu sou feliz e tu não é feliz.
Sr. Thiago: Mas então deixa eu responder tua pergunta então Lores, tu quer saber se...
Mediador: Eu vou pedir pra agente pra, nosso tempo tá se esgotando, então assim, trazendo
pra nossa realidade de Porto Alegre, gostaria de ouvir o João falar, que o João tem um bar, uma casa
noturna, que a pessoa vai pra se divertir, como ele enxerga esses fatores de felicidade, depois que...
Sr. Thiago: Eu acho que tem sim uma diferença, não só de Porto Alegre, agente nota que é
um lance na diferença sócio-econômica, tu vai ver diferenças entre bairros de Porto Alegre.
Sr. Fabio: A cultura é global
Sr. Thiago: É bem isso, o que o Fabio tá falando, a cultura é global, é uma aldeia global,
nossos desejos são globais, têm diferenças, mas essas diferenças tão num nível de idiossincrasias,
não chega a ser uma diferença.
Mediador: Então de maneira geral não teria diferença, grande diferença.
Sr. Thiago: Não geográfica, tem uma diferença sócio-econômica, como Porto Alegre vai ter
um perfil socioeconômico diferente de outras cidades, apresenta sim uma diferença geográfica em
função da diferença socioeconômica.
Sr. Rogério: Que foi reforçado em pesquisas feitas há alguns anos, é o uso do tempo livre do
porto alegrense, por estrato, por estrutura familiar, o pai, a mãe,... por estrato de renda, eu usava isso
em aula, dei a disciplina de paisagismo por muito tempo, e usava muito essa estrutura, mostrando
que o espaço aberto, depois a televisão, ...
Sr. Edelmira: Na psicologia é o laser, o quanto que a pessoa tem de possibilidade de laser,
que determina e influencia nos níveis de felicidade.
154
Mediador: Então voltando a pergunta aqui que eu fiz pro João, João queria ouvir a tua
opinião, o porto-alegrense, o que tu pensa, tu que trabalhas num ambiente que é voltado pra
diversão.
Sr. João: A noite é complicado de tu falar, eu vejo o socioeconômico, assim na minha visão
de classe média muito mais do que vejo regional, bom, eu vou dar uma posição minha, uma fez eu
perguntei pra minha vó, qual foi o dia mais feliz da vida dela, e ela não disse que foi o casamento
dela, ela disse que foi o dia do aniversário dela, o aniversário dela que choveu, quando ela tinha 12
anos, porque fazia sessenta dias que não chovia e que ela não ficava com o pai dela e com a mãe,
que eles viviam no interior de Uruguaiana, no campo, aí eu me lembrei agora, tava pensando nisso
aí, não tinha TV, não tinha carro, não tinha nada, e agente vive na era da informação, a nossa função
é fazer com que as pessoas sejam felizes encima de bens de consumo, eu quero saber daqui a 50
anos, a felicidade vai ser completamente diferente, pode ser conquista, pode ser ir para a Lua no final
de semana, pode ser qualquer outra coisa, dentro da questão nossa, regional, de Porto Alegre, no
meu público jovem, na noite, é complicado te dizer, depende muito, todos buscam conhecer pessoas
novas, interação, com certeza a solidão não traz felicidade, então as pessoas buscam conviver nesse
núcleo junto, mas tem um fator que interfere, que é o álcool, que é o lubrificante social né, abraçam
os amigos, o álcool faz com que as pessoas se tornem momentaneamente mais felizes, e as pessoas
se tornam mais sociais, e tem pessoas que ficam brabas na noite, que vão pra se divertir, a própria lei
do fumo, por causa do cheiro do cigarro, gurias, vão embora porque elas não se tornam felizes
naquele ambiente, hoje já não pode mais, talvez esse público vai se tornar mais feliz em casa
noturna, então vai de acordo com o que cada um é, o que cada um tem de expectativa, expectativa
que cria de sentimento ou de bens de consumo, com o momentâneo.
Sr. Rogério: Mas uma coisa importante que aprendi nuns livrinhos de psicologia aí, é que
tem uma diferença muito grande entre emoção e sentimento, to num momento muito feliz, a emoção
depois a pessoa, de 10 segundos de felicidade, tem 24 horas de sentimento de tristeza, quer dizer, é
super importante, eu aprendi a diferenciar, pro meu bem próprio.
Sr. Lores: Agora, com relação a Porto Alegre...
Sr. Ivo: A Cláudia dizia que a felicidade partiria de uma avaliação de si próprio, então eu diria
que a cultura serve de subsídio, de causa para formar os critérios de avaliação, e nós aqui no RS,
queiramos ou não queiramos, estamos criando, até foi muito criticado pelo resto do país, mas um
certo conceito cultural, mais utópico do que real, sobre as tradições gaúchas, veja pelo acampamento
farroupilha, 90% eram homens, aqui de Porto Alegre, e estavam aí, projetando aspirações, acho que
esse é um fator que se pode depurar em uma pesquisa assim, da felicidade do porto-alegrense.
Mediador: e o Sr, consegue evidenciar alguns desses critérios que o porto-alegrense, pelos
quais o porto-alegrense se auto-avalia, além da prima pela tradição, que foi o exemplo.
Sr. Ivo: Acho que a estima que ele faz de si mesmo, auto-realização, auto-estima, auto-
valorização é um fator muito forte na formação do porto-alegrense, do gaúcho.
Sr. Lores: Não, eu acho também que é complicado, tu vai falar nas situações sócio-
econômicas né, a noite no caso do que foi citado, a noite esse pessoal que vai tem dinheiro, mas
vincular isso a felicidade é muito complicado, pode vincular com o consumo porque as pessoas estão
155
alegres, mas veja bem, correu muita bebida, muita falácia, outras drogas, e aí dá uma euforia, dá
para chamar isso de felicidade, o que tem isso a ver com um desses critérios que vocês querem, qual
seria o nível de felicidade do porto-alegrense tomando essa situação, que complexo que é né.
Sra. Rosa: Mas essas características estão presentes em outras localidades, outras capitais,
e aí eu também acho que é preponderante a questão socioeconômica porque aqui que se diferencia
mais, tem a questão da classe média aqui, em São Paulo, no Rio ou no nordeste, vai ocorrer que, a
classe média vai usar mais álcool, na noite vai usar, vai em busca da parceria.
Sr. Lores: Só pra complementar, nessa questão que eu vejo que tu entrastes, o que eu acho
que tem a ver com essa questão do gaúcho, eu acho que o que faz as pessoas se reunirem não é
tanto o sócio econômico, são os grupos aonde se identificam, então os gaúchos, lá no acampamento
farroupilha tinha gente de toda classe social, mas tinha um ideal, que era aonde se identificavam, e
eu no meu consultório, acho que todos reconhecem pessoas, que tem determinado nível que vão em
outro lugar né, agente vê as torcidas, inter, grêmio, se reúnem entorno, e não é por classe social, não
é nada, estão felizes na hora do gol independente da classe, mas há algo que faz com que...
Mediador: Então, nesse exemplo, o futebol seria bem holisticamente, pro porto-alegrense,
um critério de felicidade?
Sr. Lores: Quando o inter ganha sim (risos)
Sra. Rosa: é que eu acho que o futebol é, é, é uma característica do brasileiro. Eu não vejo
como uma característica do porto-alegrense ou do gaúcho. Eu vejo assim: o futebol é um, um, um
apego, um sentimento, que não é Grêmio e Inter, não é Flamengo e Fluminense. Quer dizer: os
nomes vão mudar mas a reação será equivalente, aqui ou lá.
Sr. Fábio: tem uma diferença.
Sr. Thiago: é, eu discordo um pouco.
Sr. Fábio: a diferença é que aqui a gente fica feliz com a desgraça do time adversário. Nos
outros lugares é mais indiferente assim.
Sr. João: a felicidade da infelicidade do oposto.
Moderador: mas de maneira geral, é...
Sr. Thiago: eu acho que em qualquer associação bolística, sabe. Se tu pegar um cara que
joga basquete no União, ele vai ficar feliz da vida se o Sogipa se classificar, sabe. E assim por...
sucessivamente, sabe. Tem uma dualidade no Rio Grande que é.
Sr. João: é de ver a felicidade como a tristeza do próximo, né.
Sr. Thiago: é.
Moderador: o Renato agora.
Sr. Renato: só pra eu entender a pergunta, vamos dizer. Isso é pra fins, vamos dizer, de uma
pesquisa, né, que vai ser feita, não é.
Moderador: sim
Sr. Renato: que vou só tentar responder de uma forma que ajude, né. Eu acho assim: a
amostragem, né, do na hora de avaliar a felicidade é uma coisa extremamente importante, né. Se nós
formos ao consultório de um psiquiatra que é especializado em depressão e tentar avaliar, tirar de lá
156
né, dos pacientes lá dele o grau de felicidade dos porto alegrenses talvez dê uma média baixa, assim,
comparado né...
Moderador: sobre esse aspecto a pesquisa, assim, ela é bem abrangente
Sr. Renato: claro
Moderador: o pessoal vai aos mais diversos bairros
Sr. Renato: é uma dica só, uma idéia, que eu acho que seria interessante ir em, em... fazer
subgrupos aí é saber quais são aqueles porto alegrenses que já estiveram fora, já moraram fora, em
outras cidades do Brasil, ou fora do Brasil, porque aí tem um padrão de comparação...
Sr. Fábio: é, acho interessante
Sr. Renato: ... porque é diferente dizer ai, qual é a tua percepção de porto alegre? Bah, é
ótima. Mas não conhece nenhum outro lugar, morou aqui a vida inteira.
Moderador: então uma experiência de uma cultura diferente, de um local diferente, seria...
Sr. Renato: eu acho, que no mínimo num subgrupo, né, ter essa variável, essa percepção dá
uma sensação muito diferente
Sr. Mauro: ou até ao contrário: aqui é ruim porque não conhece fora.
Sr. Renato: é, também, talvez diga isso aqui é ruim, o trânsito é muito ruim. Mas São Paulo
daí, vai pra lá pra ver o que é o ruim
Sr. Felipe: mas daí tem uma questão só pra complementar essa experiência que tu traz e
que é muito rica, de quantos casos que a gente conhece de pessoas que foram morar fora, em
países desenvolvidos, nos Estados Unidos, não tem violência, a educação é boa, tudo é bom e a
pessoa vai lá mas, sabe? falta vida! E a pessoa volta pro Brasil porque ela precisa disso, Isso... isso
Sr. Renato: eu tenho uma lista bem grande, depois posso dar um depoimento pra vocês
(risos).
Moderador: só pra complementar aqui, depois o Mauro, aí nós já vamos pra outra pergunta
porque o tempo tá...
Sr. Thiago: se tu pergunta pra porto-alegrenses em São Paulo se eles são felizes enquanto
porto-alegrenses todos vão dizer que sim. Mas se eles tivessem aqui (Porto Alegre) e tu dissesse:
“cara, me aponta um problema na tua cidade” eles iam te apontar vários. Eu acho que o porto-
alegrense lá fora, não só o porto-alegrense, mas o gaúcho. Ele tem muito orgulho de onde ele vem.
Sr. Felipe: mas tu acha que ele é feliz em São Paulo?
Sr. Thiago: se ele é feliz eu não sei, mas ele vai dizer que é.
Moderador: a abrangência da nossa pesquisa é bem local. A gente quer que... a pesquisa
ela vai ser feita com moradores de Porto Alegre, não necessariamente com gente nascida em Porto
Alegre.
Sr. Thiago: porque um morador de Porto Alegre, se um porto alegrense, se um vizinho teu te
perguntar: esse trânsito tá uma porcaria. Ele vai dizer que tá. Mas se tu vir de fora perguntando, ele
vai dizer que não. Vai dizer que é bom mesmo que a gente saiba que seja ruim.
Sr. Mauro: pra mim, eu acho muito difícil assim a gente entrar e avaliar qual é o grau de
felicidade ou critérios para o porto-alegrense. Eu sou daquela década de 70 no qual talvez seja um
pouco difícil de imaginar. Eu já usei cabelo comprido e já usei brinco e morei em vários lugares do
157
Brasil, vários Estados e vários países também. E eu concordo com alguém que falou – acho que foi tu
(apontando para Ivo ou Rogério), todo mundo é muito parecido. Todos os lugares em que eu estive.
Morei em vários lugares, em vários países na Europa e no Oriente, vários lugares. Pra mim é todo
mundo igual. Ser Humano. Todo mundo igual. Então assim, ó: quais os critérios para o porto
alegrense? Pra mim é igual aos curitibanos, paulistas, carioca, africano, mexicano, francês, indiano.
Pra mim é a mesma coisa. Eu não conseguiria dizer o quê que traria felicidade para um porto-
alegrense. Eu mesmo, eu continuo achando que, escutando vocês falar, que pra mim tá tudo no
pensamento.
Sra. Edelmira: fazendo afirmações com a cabeça.
Sr. Mauro: quem se revolta com o trânsito em Porto Alegre vai se revoltar com o trânsito em
São Paulo também. Aí tem aquele que fala assim: não, o Inter perdeu. Se ele ficar chateado que o
Inter perdeu, isso é um ato de egoísmo tão grande de ele achar que o Inter tem que ganhar, nem que
seja com um gol de mão, aos 47 do segundo tempo, como aconteceu ontem, teu time ganhou ficou
feliz. Eu, quando o Inter ganha com um gol roubado, eu não fico feliz. E quando um outro time ganha
do Inter, e eu sou do Inter, e o outro time jogou melhor, eu não vou dizer que eu fico feliz, mas eu
não fico infeliz. Ou seja: continuamos no pensamento.
Moderador: então, ã, só pra resumir assim, do que eu captei: se está no pensamento, não
varia de cultura pra cultura, é da pessoa.
Sr. Mauro: nos lugares onde eu andei, pra mim é.
Moderador: ok. Ham... pessoal, assim: de maneira bem direta, sem muita justificativa,
(CORTE – voltou todo mundo conversando em pequenos grupos.)
Moderador: bom pessoal, agora como eu estava falando: de maneira bem objetiva assim.
Sem nenhuma justificativa. A gente já citou várias mas só elucidar assim. Se a gente fosse fazer uma
lista, sem nenhuma justificativa, que variáveis vocês identificam com felicidade.
Sra. Cláudia : repete a pergunta.
Sr. Renato: como assim variáveis.
Moderador: variáveis, hã.. o quê que influencia a felicidade, o quê que guia a felicidade. Por
exemplo: saúde.
Sr. Renato (exatamente junto do moderador): saúde.
Sra. Cláudia: personalidade
Moderador: saúde, personalidade.
Algum homem: futebol, religião.
Sr. Thiago: sucesso individual.
Moderador: sucesso individual é conquista...
Sr. Thiago: isso, atingimento, cumprimento. Ter um sentido na vida e tá atingindo isso.
Sr. Lores: equilíbrio.
Sra. Cláudia: harmonia.
Sra. Edelmira: está no ser e não no ter.
Sr. Rogério: por coerência, me tira da personalidade e reforça o equilíbrio aí. (risos)
Sr. Ivo: bom relacionamento.
158
Moderador: relacionamento.
Sr. Mauro: pra mim, viver para o bem comum.
Sr. Fábio: é bem comum, hã....(ficou tentando expressar algo, mas não sabia como)
Moderador: eu agora gostaria de jogar um, hã, hã... meio ambiente. Como é que vocês
enxergam o meio ambiente relacionado à felicidade.
Sr. Thiago: como tu define...
Sra. Edelmira: ele tá relacionado com o bem comum.
Moderador: seria o bem comum.
Sra. Edelmira balança a cabeça afirmativamente.
Sr. Thiago: (com jeito de estar perguntando ao moderador) como eu vejo por exemplo o
clima, os prédios ao meu redor..
Sra. Cláudia: (com jeito de estar perguntando ao moderador) a minha casa...
Moderador: a natureza por exemplo. A preservação
Sr. Thiago: a minha relação com a natureza
Moderador: é, exatamente
Sr. Thiago: sim.
Moderador: sim?
Sra. Rosa: sim.
Sr. Felipe: isso pra cada um ou como a gente enxerga que as pessoas...
Moderador: não, pra vocês, para cada um de vocês.
Sr. Thiago: ah, eu gosto, eu gosto...
Sr. Fábio: tô triste com as queimadas
Moderador: então, relacionamento, saúde, equilíbrio...
Sra. Rosa: ação.
Moderador: ação, o quê que...
Sra. Rosa: o fazer, o cultivo...
Moderador: em que sentido...
Sra. Cláudia: trabalho, trabalho, ter trabalho é que..
Sr. João: família e trabalho
Moderador: família
Sra. Cláudia: amizade
Moderador: amizade. E aí eu....
Sra. Edelmira: fazer o outro feliz.
Moderador: casamento. Como vocês enxergam o casamento.
Sr. Fábio: isso é até uma polêmica (risos)
Moderador: sem debater muito o assunto, sim ou não.
Todos: sim, sim.
Sra. Cláudia: relacionamento com o outro.
Sra. Rosa: casamento, relação com o outro.
159
qualidade de vida das pessoas, e as outras coisas onde é que ficam. Então é um contexto maior em
que a gente tá inserido e a gente pensa de certa forma com isso.
Moderador: a gente citou várias, acabamos de fazer a nossa listinha. É... em nenhum
momento foi citado o aspecto econômico e principalmente a renda. Como é que vocês enxergam a
relação renda-felicidade.
Sra. Rosa: no início a gente falou sobre isso, é.
Mediador – O que seria uma relação saudável com o dinheiro?
Sr. Renato – É não esperar que ele supra todas as carências que a gente tem. Quando a
gente joga as expectativas, tudo, naquele carro novo né... 0 km... E aí trabalha, e se mata talvez aí
durante um ano ou dois, três, até conseguir comprar, na hora que em que a gente conquista aquele
bem material é que vai ter uma percepção de que aquilo não é a solução, então eu até vejo um
exemplo bom aí também do livro do Jannette, em que ele dizia assim “Bah, qual é o sonho material
que a pessoa pode imaginar?”. Então ele finalmente junta, depois de vários anos aí, compra aquele
carro conversível, uma Ferrari, seja o que for né, novo e aí ele tá lá brilhando na garagem. No outro
dia de manhã ele sai da garagem, né, deixou o carro polido e quando ele sai na rua o primeiro carro
que dobra a esquina é um carro igual ao dele. Aí ele “Pô!”, daí ele vira aí vê outro exatamente igual a
ele. Todos os carros onde ele encontra e passa são exatamente iguais aos dele.
Sr. Ivo – Aí ele manda pro mensageiro da caridade... (risos)
Sr. Renato – Aí ele pergunta, ele continua naquele mesmo grau de felicidade que ele teve ao
adquirir aquele carro era exatamente o mesmo? Ou ele perdeu a graça, porque todo mundo tem?
Então se perdeu a graça, e dá pra fazer um exercício né, conosco mesmo, de saber se aquele bem
que ele adquiriu né, material é uma satisfação única dele. Então se todos são iguais então, não,
assim não tem graça, porque não é diferente dos outros. Então o que ele quer não é aquele bem, ele
quer se destacar, se diferenciar da média.
Sr. Rogério - É a grife.
Sr. Renato – É a grife. Isso sempre vai ter alguém com aquela coisa a mais
Mediador – Desculpa te interromper.
Sr. Renato – Não, não, claro pode falar.
Mediador – Nosso tempo infelizmente tá acabando. Eu sei que todos ainda devem ter muita
coisa pra contribuir, eu agradeço que todos vieram. Eu quero abrir agora um espaço para cada um
fazer um acréscimo final, um breve acréscimo final porque nosso tempo realmente esgotou. Então,
seguindo a ordem das apresentações, aproveitar, de repente fazer só um breve encerramento, João
tem algo a acrescentar?
Sr. João – Não, nada.
Sra. Cláudia: É eu acho que é muito complexo né, o tema é muito complexo. Acho que a
gente teria que ver qual o recorte que vai se buscar ao tentar entender a felicidade. Dependendo da
lente que a gente for olhar, a gente vai focalizar... Então acho que é por aí assim, mas é... é
complexo. Enfim, a questão cultural assim, que a gente falou, eu só queria retomar, eu acho que é
importante. Eu concordo, né, que quando a gente vive fora e encontra outras culturas assim, parece
161
que é tudo muito parecido, mas também tem coisas diferentes assim, mesmo dentro do Brasil, se a
gente mora fora do Rio Grande do Sul a gente vê que é diferente. Então também tem um o que aí.
Sra. Edelmira – Os bens materiais, seja dinheiro, seja enfim, os bens materiais concordo que
eles podem trazer um pouquinho de felicidade, mas uma felicidade efêmera. Então a felicidade não
está ali. Pra mim então, é por isso que eu disse que ela não está no ter, mas sim no ser, na atitude
mental.
Mediador – OK.
Sr. Mauro – Eu estou achando que a felicidade assim tem a ver com espiritualização, a ver
com a libertação de ego, tem a ver com a compreensão de sermos todos irmãos, todos iguais, tem a
ver com nos ajudar, devemos dar as mãos, devemos trabalhar pelo bem comum e produzir coisas
que ajudem a humanidade... e buscar conforto, não luxo, buscar simplicidade, buscar a segurança
que eu não tenho, acho que aqui ninguém tem, acho que buscar isso aí já traz a felicidade.
Mediador – Sr. Felipe.
Sr. Felipe – Acho que felicidade pra mim não é nem uma questão espiritual, nem uma
questão material. Pra mim não tem como definir isso, e pra mim é só a vida acontecendo, e mais
nada.
Sr. Fábio – Eu acho que seria interessante colocar na pesquisa quais são os valores que as
pessoas poderiam ter e como é que elas se vêem em relação aqueles valores, vive em função
daqueles valores ou não. De repente se não vive, dá uma boa chance de dá aquela... Não é tão feliz
como ela pode-se dizer num primeiro momento.
Mediador – Dr. Renato
Sr. Renato – Eu diria só, tá aqui, achei, só a frase, também esse livro (mostra o livro) é sobre
o crescimento econômico e a relação com a felicidade... Achei a frase aqui, só pra não dizer que é
minha, eu vou lê-la em inglês e depois a gente traduz se for necessário né... “Happiness is less a
matter of getting what we want than wanting what we have”. Eu acho que isso aí é um bom resumo,
que é mais ou menos o que nós discutimos, é menos talvez né, ter aquilo que nos queremos do que
querer aquilo que nós temos. Pra mim é uma boa forma de avaliar.
Mediador – Rose... Nada? (ela acena a cabeça negativamente).
Sr. Rogério – Na verdade eu quero dizer que tô muito feliz, porque tenho uma filha de um
ano e um mês, e não tinha tido filhos, então eu to feliz (risos). Não, porque falaram em casamento e
não falaram em filhos, então...
Mediador - Falamos em família.
Sr. Rogério – Ah, família, família... (acena cabeça afirmativamente).
Sr. Ivo – Eu queria, ou elogiaria assim, essa iniciativa de nós, com muitas concepções
diferentes, até de credos diferentes, estarmos aqui refletindo, não para contradizer ou combater o
outro, mas para somarmos juntos em função de alguma meta. A isto se chama solidariedade, busca
do bem comum, e na minha concepção, isso é uma dádiva de Deus.
Sr. Thiago - Bom... Eu não sei, todos, foi bom estar com vocês.. E isso é uma das coisas
que me torna mais feliz, é poder compartilhar a vida, né, com outros. Não é algo que se pode fazer
todo o dia, com esse grau de aproximação, de trocar idéias assim, nesse nível.
162
Sr. Lores – eu também queria agradecer assim, por ouvi-los né, e queria dizer assim, que o
ser humano por natureza humana, ele é infeliz. E vai ser infeliz, e a felicidade que ele vai encontrar é
quando ele tiver forças pra buscar a felicidade. Mas nunca vai encontrar, está fadado a não realizar
os desejos. Ele vai realizar as necessidades, um bom restaurante... Outro dia, puxa, depois de ir num
restaurante a minha mulher ficou muito chateada. Depois de uma comida muito boa, ela ficou muito
chateada porque depois que nós saímos eu fui servir uma água e servi para outra, a minha cunhada,
e não ofereci pra ela. Toda a necessidade foi satisfeita, um bom lugar né, mas o desejo que talvez
tivesse a ver de reencontrar naquele gesto coisas que eu imagino de um personagem, de um pai que
cuida, que protege, não se realizou, então ela ficou frustrada.
Sra. Edelmira – A felicidade dela estaria naquele pequeno gesto de amor por parte dele.
Nique entra na sala.
Sr. Fábio – É que tu não viu como é a cunhada (risos).
Sr. Felipe – Só pra finalizar eu acho que o Lores trouxe um exemplo do que é felicidade, que
a felicidade é algo individual, de cada um. Cada um trouxe o que é felicidade...
Sr. Fábio – Mas vivenciando coletivamente a gente...
Sr. Rogério – Queremos o resultado da pesquisa (demais concordam). Temos interesse em
receber o resultado.
Nique – É mas aqui tem duas ou três coisas... Bom a primeira delas é muito obrigado, vocês
me deram uma hora e meia do tempo de vocês né. Nós estávamos acompanhando, ao mesmo tempo
em que isso (aponta para câmera) aqui é, ao mesmo tempo em que ele grava, pois nós vamos utilizar
o DVD de maneira digital, nós acompanhamos lá na outra sala. Nós estávamos querendo participar
da discussão, então, tinha algumas perguntas até, e algumas afirmações que a gente queria fazer e
acabou não fazendo, que afinal de contas né...
Sr. Renato – Então isso era aqueles papeizinhos que tavam chegando, é? (risos)
Nique - Nós por exemplo, eu por exemplo, não faço parte do grupo, eu posso dizer o que eu
acho, felicidade pra mim ela tá muito ligada com as pequenas coisas da vida. Eu acho que
fundamentalmente a felicidade são as pequenas coisas. A pequena ilha ou a pequena Ferrari (risos).
Sr. João – A pequena fortuna... (risos)
Nique – Independente dessa brincadeira toda, a Ferrari (olhando para Renato), que Ferrari
nada, comprou um fucão. Que todo mundo tem o mesmo fucão, não é verdade? Bom, mas o que é
interessante também é que tem algumas coisas que a gente ficou pensando e o pessoal conversando
lá trás também, não existe felicidade sozinho. Isso é uma das coisas, não existe felicidade sozinho.
Que que é a felicidade coletiva, o que que é a ausência de dor, ou que que é felicidade? Será que a
felicidade não tem uma questão de tempo? Por exemplo, o sujeito tem um filho, e ele tem filho é pra
eternidade. A gente não tem um filho e agora deixou de ser. Pode ter a esposa e a ex-esposa. O filho
e ex-filho não tem, não existe. Então a sensação é de eternidade. Aí sim tu tem felicidade. Tu pode
ter alegria, por ter uma boa comida, ou um bom carro, um bom gesto ou qualquer coisa. Mas a
felicidade talvez tenha um outro tipo de perspectiva moral.. Bom, enfim, nós estávamos cheios de
vontade de falar, né, mas nós não podemos, na realidade é vocês que tem que falar, pra poder nos
ajudar a entender um pouco e a partir do que a gente teve aqui, nós vamos tentar fazer um
163
questionário. Eu sei que a felicidade inclusive é alguma coisa, apesar do Butão que tem 70 páginas
aquele questionário. Todo o pessoal aqui, e o pessoal estudou a respeito de tudo que se fez, diversos
questionários, diversas pesquisas feitas sobre felicidade. Eles não vieram secos pra cá. Mas de todo
maneira, o que nós queremos fazer, nós sabemos que grande parte da felicidade tem que ser medida
de maneira qualitativa. Mas como faz parte da nossa estrutura curricular aqui, nós vamos trabalhar
com questionário. Vai ser também quanti. Então a quali vai ficar aqui, que vai nos ajudar bastante pra
fazer a quanti depois, que é a aplicação de questionário, e depois vamos ver inclusive se os
conceitos que foram aqui emitidos e falados, se eles são congruentes com aquilo que a gente vai ter
na parte da quanti. Isso é uma coisa que nós vamos ver mais adiante. Mas de todo maneira, nós
agradecemos, de novo, o agradecimento não é meu, o agradecimento é da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul pra vocês, vocês nos ajudaram a formar, lá (apontando pra trás) tinham 40 e
poucos alunos que estavam escutando, acompanhando vocês, foi 12 aulas que nós tivemos, foi muito
muito importante, muito sério, pra nós e extremamente profícuo. A gente gostou muito, eu quero dizer
que a universidade agradece esse gesto de vocês. Nós vamos entregar um kit da escola pra vocês,
juntamente com uma carta de agradecimento pela presença de vocês aqui, é o mínimo que a gente
pode fazer.
(Entrega dos materiais e conversas gerais)
Nique – Mas o resultado, vocês podem acessar o site da escola, mas é complicado, vou dar
um caminho pra vocês. No site da escola vocês podem procurar por professores, e dentro de
professores está o meu nome, e dentro desse meu nome vai aparecer o link da disciplina. Se vocês
quiserem fazer, tem um caminho mais rápido também. Vai dizer que é ego de argentino, coisa de
argentino, mas se vocês fizerem 3x w, nique.com.br, vai sair direto na página e ali tem a lista de todos
os trabalhos de 10 anos, 2 por ano, de todos os trabalhos que foram feitos e que estão à disposição.
Esse trabalho deve terminar na metade de dezembro, daí pode acessar, e ver esse trabalho sobre a
felicidade. Mas tem os outros, nesse momento são 10 ou 11 anos, são 20 e poucos trabalhos de cada
semestre que a gente fez, é bem interessante, e está a disposição. O caminho mais rápido é 3x w,
nique.com.br e aí acha direto.
Sr. Rogério – É um site de auto-ajuda (risos)
Nique – Dos alunos que tão lá né...
(Termina o grupo focal.)
164
ANEXO 3 - QUESTIONÁRIO
Felicidade
Página 1 de 5 N° : ________
6. Se 'Outro', defina:
19. Com quem você MAIS costuma fazer essas atividades de lazer?
Cônjuge/ namorado(a) Familiares Amigos
Sozinho Outros Não Sei/Não quero responder
20. Se 'Outros', defina:
Página 1 de 5
165
Felicidade
Página 2 de 5 N° : ________
Felicidade
21. O quão feliz na vida você se considera, numa escala de 1 a 7, sendo 1 NADA FELIZ e 7 EXTREMAMENTE FELIZ.
1 2 3
4 5 6
7 Não sei/Não quero responder
Agora vou lhe apresentar algumas frases que podem identificar opiniões que você pode ter ou não sobre a sua
própria vida. Por favor, para cada frase, aponte o seu grau de concordância, selecionando um número de 1 a 5,
sendo 1 Discordo totalmente e 5 Con
não Não
discordo, sei/Não
Discordo nem Concordo quero
totalmente discordo concordo concordo totalmente responder
22. Estou satisfeito com minha vida.
23. A minha vida está próxima do meu ideal (de
vida).
24. Minhas condições de vida são excelentes.
25. Até agora eu tenho conseguido as coisas
importantes que eu quero na vida.
26. Se eu pudesse viver a minha vida de novo eu
não mudaria quase nada.
27. Considero-me uma pessoa feliz.
Por favor, pense sobre o que você tem feito e sentido nas últimas quatro semanas. Então diga o quanto você sentiu cada um dos
seguintes sentimentos, usando a escala abaixo. Para cada item, selecione um número de 1 a 5, sendo 1 Muito raramente ou nunca e
Muito Muito Não sei/Não
raramente ou frequentemente quero
nunca raramente às vezes frequentemente ou sempre responder
28. Sentimentos Bons
29. Sentimentos ruins
30. Feliz
31. Triste
32. Assustado
33. Contente
34. Furioso
35. Alegre
36. Irritado
Perfil do entrevistado
37. Qual a sua ocupação/profissão?
Estudante Profissional liberal / autônomo Funcionário público
Funcionário de empresa privada Proprietário de empresa / empresário Estagiário
Do lar Desempregado Aposentado
Outro Não sei/não quero responder
38. Se 'Outro', defina:
Página 2 de 5
166
Felicidade
Página 3 de 5 N° : ________
(SOMENTE PARA AQUELES QUE TRABALHAM/ESTUDAM) Quanto as afirmações abaixo, considerando 1 Discordo
totalmente e 5 Concordo totalmente, qual o seu grau de concordância quanto o seu trabalho/estudo. MOSTRAR
CARTÃO 2. (Lembrar de trocar afirmações para facul
não Não
discordo, sei/Não
Discordo nem Concordo quero
totalmente discordo concordo concordo totalmente responder
39. Sinto-me realizado com a profissão que exerço
40. Tenho uma excelente relação com meus
colegas de trabalho
41. Sinto-me motivado para ir trabalhar
42. Meu trabalho é estressante.
43. Sou reconhecido e valorizado pelos meus
superiores no trabalho (professores e colegas).
44. Meu local de trabalho é próximo da minha casa.
45. Qual seu estado civil?
Solteiro Casado/união estável Viúvo(a)
Divorciado/ separado Não sei / Não quero responder
46. Você tem filhos?
Sim Não Não sei/Não quero responder
47. Se 'Sim', defina:
53. Você apresenta alguma doença crônica /problema que requer tratamento contínuo (ex. asma, diabetes)?
Sim Não Não sei/Não quero responder
54. Você já teve algum problema grave de saúde?
Sim Não Não sei/Não quero responder
55. Você fuma?
Sim Não Não sei/ Não quero responder
Página 3 de 5
167
Felicidade
Página 4 de 5 N° : ________
Quanto as afirmações a seguir, gostaria que o Sr (a) indicasse o seu grau de concordância atribuindo valores de 1 a
5, sendo o 1 Discordo Totalmente e 5 Concordo totalmente. MOSTRAR CARTÃO 2 - ESCALA DE CONCORDÂNCIA.
não Não
discordo, sei/Não
Discordo nem Concordo quero
totalmente discordo concordo concordo totalmente responder
56. Geralmente, eu só compro aquilo que preciso
(bens materiais). (*)
57. Eu consigo dizer quem é bem sucedido só de
olhar o que a pessoa tem.
58. Quando estou triste, faço compras para me
sentir melhor.
59. Sou uma pessoa muito simples e não gosto de
comprar quase nada.
60. Eu tenho tudo o que preciso para aproveitar a
vida. (*)
61. Para ser mais feliz, eu preciso conseguir
comprar algumas coisas que hoje ainda não posso.
62. Aquilo que uma pessoa tem mostra algumas
das conquistas mais importantes na vida.
63. Eu sinto prazer em fazer compras.
64. Quando o assunto é consumo e bens materiais
eu tento levar uma vida simples.(*)
65. Às vezes eu compro coisas sem muita utilidade
e eu até gosto disso.
66. Eu gosto de coisas chiques e luxuosas.
67. Às vezes eu fico um pouco chateado (a) por não
poder comprar tudo o que gostaria.
68. Sempre consigo manter uma alimentação
saudável e balanceada.
69. Estou satisfeito com o meu peso atual.
70. Faço exames médicos/check-ups regularmente.
71. Consigo consultar o dentista na regularidade
que considero adequada.
72. Estou sempre me sentindo mal ou com algum
tipo de dor.
73. O ambiente em que vivo me possibilita ter boas
condições de saúde.
74. Orar faz com que eu me sinta bem.
75. A religião exerce um papel importante em minha
vida.
76. Quando acontece alguma situação difícil em
minha vida, busco a solução através de minha
religião.
77. A fé me proporciona segurança e felicidade.
78. Fazer atividades de trabalho voluntário torna as
pessoas que o fazem mais felizes.
79. O trabalho voluntário é um hábito em minha
vida.
Página 4 de 5
168
Felicidade
Página 5 de 5 N° : ________
80. Nome do entrevistado (só o primeiro) 81. Sexo (Não perguntar) 82. Qual a sua idade?
Masculino Feminino
85. Telefone
Agradecer e encerrar a pesquisa. Além disso, avisar que os resultados da pesquisa estarão disponíveis, para quem quiser
acessar no site da disciplina: www.nique.com.br
Página 5 de 5