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CP I – C 2010/01 TRIBUTÁRIO
TRIBUTÁRIO
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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CP I – C 2010/01 TRIBUTÁRIO
TRIBUTÁRIO
Já o IPTU pode ser usado na função extrafiscal (art. 182, § 4º, II da CRFB), quando
para fazer cumprir a função social, ou pode, a critério do município, ser usado para
distribuir melhor as propriedades (art. 156, § 1º, I).
IMPORTANTE: o art. 156, § 1º, II tem função FISCAL, e não extrafiscal, já que
o objetivo nele não é usar o IPTU para promover a política urbana, mas sim usar a
seletividade.
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AULA 02 e 03 – Princípios
Constitucionais Tributários: de
Segurança Jurídica e de Justiça da
Tributação. Cláudio Carneiro
Bezerra Pinto Coelho. 04/02/2010
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1. xxxxxxxxxxxxxx;
2. xxxxxxxxxxxxxx;
3. xxxxxxxxxxxxxxx;
3.1 yyyyyyyyyyyyyyyy, e SIMILARES;
3.2 yyyyyyyyyyyyyyyy, e CONGÊNERES;
4. xxxxxxxxxx;
.
.
.
40. xxxxxxxxxxxx.
O fato de se admitir uma TIPICIDADE HÍBRIDA, não significa que todo fato da
vida será tributado. Há situações que não se enquadrarão em nenhum tipo tributário.
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A solução é simples. João terá como valor devido de IPTU aquele determinado
para cada ano, pois não importa se no ano posterior o valor do IPTU muda ou não. Para
cada ano será fixo.
Já a questão da multa é diferente, já que a modificação do valor da multa para
menor nos anos seguintes pode retroagir, eis que se trata de punição, e o art. 106, II, c do
CTN permite que a norma punitiva mais benéfica incida sobre fatos pretéritos. Como em
2009 a multa era de 20% (ou seja, mais benéfica que nos anos anteriores), em 2010 João
pagará multa de 20% em todos os anos, substituindo as multas anteriores que são todas
mais graves.
EX B: Supondo que a questão fosse a mesma, mas que a multa para o ano de 2009
fosse de 40%, teríamos a tabela geral a seguir:
Nesse caso, o valor de multa mais baixa de todo o período é a do ano de 2008,
podendo retroagir sobre as anteriores (eis que todas são mais gravosas). Contudo, mesmo
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que a multa de 2008 seja menor que a de 2009, não poderá prevalecer sobre esta, pois o
benefício da sanção mais leve só tem efeitos para trás, e nunca para frente. Logo, João
pagará o IPTU da seguinte forma:
O fato gerador é aquela situação da vida real que foi concretizada pelo contribuinte,
e já estava prevista na lei (hipótese de incidência). Se realizar o fato, passa-se ao campo da
incidência tributária, gerando a obrigação de pagar tributo (obrigação tributária). Depois
disso vem a etapa do lançamento, que faz surgir o crédito tributário.
Supondo que à época da ocorrência do fato gerador, uma LEI X previsse um
imposto no valor de 100. Supondo que posteriormente essa lei X venha a ser revogada por
outra. Que lei se deve aplicar no momento do lançamento? Depende. Se a lei revogada era
de obrigação principal, aplicar-se-á ela mesma, ainda que não mais em vigor, por força do
art. 144 do CTN. É a ULTRATIVIDADE da norma tributária.
Segundo o § 1º do art. 144 do CTN, se a obrigação for acessória, a lei que deverá
ser aplicada é a do momento do lançamento, ainda que outra fosse a do momento da
ocorrência do fato gerador. Aqui, não se aplica a ultratividade da norma.
Em breves palavras, ULTRATIVIDADE é permissão de aplicação de efeitos de
uma norma que não mais está em vigência, a fatos constituídos sob a égide de seu vigor.
Só se aplica para obrigações principais.
PS: a obrigação acessória é também chamada de instrumental, e serve para
viabilizar a atividade tributária e garantir sua fiscalização pelo Fisco. Contudo, ela jamais
poderá alterar o quantum debeatur da obrigação, sob pena de infringir os princípios
tributários. O art. 113 do CTN diz que somente a lei pode instituir obrigações acessórias.
Mas os art. 96 e art. 100 ampliam as possibilidades.
1.3 – Anterioridade
É o prazo entre a publicação da lei e a cobrança do tributo, prestigiando o Princípio
da Vedação à Surpresa.
Há três espécies de anterioridade: Máxima, Média e Mínima, variando de acordo
com o tempo que há entre a publicação da lei e a cobrança do tributo. Há ainda casos em
que a Anterioridade é afastada, podendo cobrar os tributos com a imediata publicação.
EX de anterioridades:
Sem anterioridade art. 150, § 1º CF
Mínima art. 195, § 6º CF
Média art. 150, III, b CF
Máxima art. 150, III, c CF
a) Proporcionalidade
É o princípio pelo qual a alíquota é em valor fixo, e o que varia é a base de
cálculo. Logo, ela reflete que, quanto maior a base de cálculo, maior será a tributação.
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Ex: IPTU e IPVA. Neles, a alíquota é fixa (a mesma para todos). O que difere um
contribuinte do outro é a base de cálculo (o bem sobre o qual a alíquota fixa irá incidir).
No exemplo a seguir, veremos tres contribuintes: X, Y e Z. Como se vê, a alíquota
será fixa, mas a base de cálculo irá variar. Logo, aquele que demonstra maior
exteriorização de riqueza (p.ex., carros mais caros e mais baratos), pagará um tributo mais
caro.
Alíquota
(%)
Y
X Z
2
1
Base de Cálculo
(R$)
50 100 150
b) Seletividade
Aqui, mantém-se a base de cálculo e o que varia é a alíquota. Isso significa que
produtos diferentes, mas com o mesmo preço, terão uma alíquota diferenciada em relação
a sua essencialidade, de modo que, mesmo de igual valor econômico, o direito tributário
faça reconhecer que, quanto mais essencial um produto, menor a tributação sobre ele.
No gráfico abaixo, os produtos X, Y e Z possuem o mesmo valor. Contudo, a
alíquota vai variar de acordo com a essencialidade dele. (ex: 20 kg de arroz, 500 gramas de
champignon, e uma dose de promenade = 50 reais). Os produtos menos essenciais são pra
quem pode pagar. Os mais essenciais, são para o povo.
Alíquota
(%)
Z
3
2 Y
1 X
Base de Cálculo
(R$)
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c) Progressividade
É uma situação excepcional já que, quando aumenta a base de cálculo e a alíquota
ao mesmo tempo, aumenta demais a carga tributária. Dessa forma, é a que melhor
demonstra a capacidade contributiva. Assim, o Imposto de Assim, o Imposto de Renda é o
primeiro a ser progressivo. Além do IR (153, § 2º), a CF permite que seja progressivo
também o ITR (art. 153, § 4º) e o IPTU.
PS: há uma hipótese de alíquota regressiva, quanto mais se aplica no mercado
financeiro, menor é a alíquota
O ITR só poderá ser progressivo no descumprimento da função social (art. 156).
Já o IPTU é, em regra, proporcional. Contudo, pode vir a ser progressivo no
descumprimento da função social (art. 156, § 1º, I CRFB c/c súmula 668/STF). e art. 182,
§ 4º, II da CRFB)
PS: seria uma sanção??? Não, pois o art. 3º do CTN diz que tributo nunca pode ser
uma punição. Aqui é caso de um atributo atípico da tributação, ou seja, coagir o
contribuinte a exercer a função social. O STF reafirmou o art. 3º do CTN, já que este não
permite tributação decorrente de punição para ato ilícito.
Já o art. 156, § 1º, I da CRFB prevê a possibilidade de a alíquota variar em razão
do valor do imóvel. E o inciso II diz que pode ser diferente de acordo com a localização e
uso do imóvel.
O inciso II não é progressividade, mas alíquota diferenciada de acordo com uso e
local. Não se trata de progressividade (que implicaria em aumento da base de cálculo e da
alíquota). Trata-se, em verdade, de seletividade, pois a base pode ser a mesma,
modificando-se a alíquota (diferenciada).
Ex: dois imóveis de 150 mil reais, sendo um residencial (1%) e outro comercial
(5%).
d) Personificação
Em regra, os tributos são genéricos. Mas se permite atribuir a impostos reais (ex.,
IPTU) diferenciações por características pessoais. Por exemplo, maiores de 70 anos não
pagam IPTU.
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Pela lógica, a lei deveria ser a de 2008, para incidir sobre os fatos de 2009 (ou seja,
o ano-calendário ou ano-base) e só ser cobrado em 2010. Mas a súmula 544/STF diz que o
fato gerador do ano-base é “até 31/12” de cada ano-base. Assim, se uma determinada lei
versando sobre IR for publicada em 31/12, no ano-exercício (ano seguinte), a cobrança do
IR será nos moldes dessa lei, ainda que só tenha sido publicada no último dia do ano-base.
PS: se há uma Medida Provisória majorando um tributo, e posteriormente é
convertida em lei, a partir de quando incidirá a Anterioridade? Depende... se a MP foi
convertida no mesmo ano, a anterioridade contará da edição da própria MP. Se foi
convertida no ano seguinte, a anterioridade flui da sua conversão.
Considerando que a MP foi publicada em 31/12, sua conversão em lei foi no ano
seguinte e, portanto, em respeito ao art. 62 §2º da CRFB (EC 32), a anterioridade passa a
contar da data da publicação da LEI. Com isso, a dedução do IR não poderá ser aplicada ao
ano-base da data da publicação da MP, mas somente no ano-base em que foi convertida
em lei.
Vide RE 344994.
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3) Prazo pode ser fixado até por decreto, pois não tem nada a ver com exação.
Vide AMS 96.02.41792-7 no TRF2
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AULA 04 e 05 – Princípios
Constitucionais Tributários de
Liberdade Jurídica e Outros
Princípios. Rene Furtado Longo.
05/02/2010
Como dito alhures, as LIMITAÇÕES ao (ou limites do) poder de tributar são
verdadeiras imposições sobre o Fisco para proteção do contribuinte. Dividem-se em
Princípios e Imunidades, sendo certo que o STF tem entendido como cláusulas pétreas
materiais (dado o assunto de direito fundamental de que tratam essas matérias).
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