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ANÁLISE DO PARECER
E ESTUDO SOCIAL DE TÂNIA DAHMER
Rio de Janeiro
dezembro/2010
ANÁLISE DO PARECER E ESTUDO SOCIAL DE TÂNIA DAHMER
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O informe, ou informação técnica, é o documento que relata brevemente informações iniciais ou complementares
relacionada à ação profissional, variando de acordo com o espaço de trabalho. Fávero (2009, p.27)
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O relatório social apresenta de maneira descritiva e interpretativa o registro de uma ou mais entrevistas. Ou pode ser “o
documento no qual constam o registro do objeto de estudo, a identificação dos sujeitos envolvidos e um breve histórico
da situação, a finalidade à qual se destina, os procedimentos utilizados, os aspectos significativos levantados na
entrevista e a análise da situação. Ibidem, p. 27-28.
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O laudo social “é o registro que documenta as informações significativas, recolhidas por meio do estudo social,
permeado ou finalizado com interpretação e análise”. Ibidem, p.28.
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“O parecer social pode ser a parte final de um laudo ou pode ser realizado em razão de determinação judicial, com
base em conteúdos já documentados nos autos e/ou informações complementares”. Ibidem, p. 29.
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Para Mioto (2009, p.06) no processo de construção do debate a cerca dos estudos socioeconômicos, estes foram se
afirmando terminologicamente, simplesmente, como estudo social.
fundamentais no processo de enfrentamento das expressões da “questão social”. Neste sentido os
estudos sociais “contém tanto uma dimensão operativa quanto uma dimensão ética e expressa
(sic!), no momento em que se realiza a apropriação pelos assistentes sociais dos fundamentos
teórico-metodológicos e ético-políticos da profissão em determinado período histórico”
(MIOTO,2009 p.09). Ainda segundo a autora, “os estudos sociais são estruturados a partir dos
sujeitos para os quais a ação está dirigida, formas de abordagem desses sujeitos, bem como pela
utilização dos instrumentos técnico-operativos e pela produção de documento” (Ibidem, p.09)
A cerca da documentação Marconsin (2009, p.65,68,70,71) afirma que esta tem a finalidade
de oferecer subsídio para a análise e a intervenção do Serviço Social na realidade e, sendo ela um
instrumental-técnico operacionalizado através do registro, acaba por se tornar uma mediação
valiosa no processo de materialização da relação entre teoria e prática no trabalho profissional.
Esse registro deve partir de uma interpretação teórico-crítica dos dados empíricos penetrando o
contexto institucional, o contexto da população usuária e o contexto econômico, político e
sociocultural que incidem sobre o que se deseja conhecer.
Compreendendo que a operacionalização da documentação, como a de qualquer
instrumental-técnico, possuí uma direção ético-política, ela pode funcionar, de um lado, como um
“simples roteiro de papeis a serem preenchidos e organizados” – relatórios de entrevistas, de
visitas domiciliares, de assembléias, de primeiro atendimento, dentre outros – numa percepção
administrativa, contribuindo para a burocratização das relações sociais. De outro lado, a
documentação pode ser compreendida como um instrumental técnico de grande relevância, pois
“possibilita organizar e veicular informações, bem como produzir informações e conhecimento”
(MARCONSIN, 2009 p.69). Nesta perspectiva teórico-metodológica, a documentação torna-se
fundamental para a elaboração de estudos sociais, pois a existência de uma base documental rica
e coesa permite ao assistente social desvelar a realidade em suas conexões e determinação mais
amplas além de possibilitar a escolha ou criação de formas de intervenção, junto ao caso
estudado6, compromissadas com a garantia e ampliação de Direitos.
Antes de iniciar a análise do Estudo e Parecer Social de Tânia Dahmer fazem-se
necessários alguns comentários.
Primeiramente cabe ressaltar que a diferenciação de nomenclatura, entre as autoras, para
o documento – que operacionalmente pode ser definido como o processo de conhecimento,
análise e interpretação de uma determinada situação social – estudo social, relatório social, laudo
social, entre outros, pode ser vinculado à posição das autoras quanto a utilidade de tal documento
para o serviço social e para a ação judicial ao qual o assistente social é convocado a contribuir.
Para Dahmer (2004, p.95,107) o estudo social não é o documento que deverá ser entregue ao
magistrado (este é o parecer), pois, dado a completude das informações empíricas existentes no
estudo social, este seria, do ponto de vista ético, uma possível fonte de fomento de preconceito.
Doutra forma, ao observar os pontos fundamentais para a elaboração de um estudo social,
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“É imprescindível considerar que “o caso” em estudo não é “um caso”, ou seja, ele tem sua condição singular, todavia a
sua construção é social, histórica, cultural.” (FÁVERO,2009 p.05)
apontados por Mioto (2009), podemos perceber que esta autora não traz a mesma preocupação
apontada por Dahmer, pois, para a autora, tanto o estudo social quanto o parecer, fazem parte de
um mesmo documento, ou melhor, o parecer aparece como parte integrante do estudo social, que
deverá ser entregue ao magistrado.
Mioto aponta 4 pontos fundamentais para a construção do estudo social:
“a identificação dos sujeitos demandantes dos estudos e dos sujeitos implicados na
situação e da situação; a descrição concisa da situação estudada que deve trabalhar, de
forma organizada, o conjunto de informações contidas nos relatórios de entrevistas,
documentos, visitas domiciliares, observações; a análise da situação na qual o profissional
dará a conhecer como articulou os dados da realidade com o marco teórico-metodológica
que orientou sua ação e com seu conhecimento da área em que está se realizando o
estudo, das legislações em vigor e de outros estudos que embasem sua perspectiva
analítica. Não se trata obviamente de um ensaio teórico, mas de uma análise da situação
que permita embasar e direcionar o parecer sobre ela. O parecer deve expressar a opinião
do profissional sobre a demanda que motivou o estudo social ou responder questões sobre
a situação. Nele são sugeridos encaminhamentos possíveis para atender tanto à demanda
quanto à situação”. (MIOTO,2009 p.15) grifos nossos.
UERJ, 2004.
FÁVERO, Eunice. Instruções sociais de processos, sentenças e decisões. In.: Serviço Social:
direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
MIOTO, Regina Célia. Estudos Socioeconômicos. In.: Serviço Social: direitos sociais e
competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.