Título: Atendimento Médico-hospitalar de qualidade: qual o primeiro passo?
Podemos iniciar nosso debate tocando num ponto bastante sensível
dentro deste grande círculo que congrega o universo da área saúde: o paciente. Qual é a maneira mais adequada de tratar este cidadão que procura uma unidade de saúde, pública ou privada, para ter acesso a recursos dignos de medicina estando ele doente ou não? Enfatizo que a forma mais humanizada de enxergar este paciente, que até mesmo pela origem da palavra quer dizer “pessoa que espera serenamente um resultado”, é vê-lo como um cliente, isto é, pessoa que está em busca de uma expectativa concreta para sua indagação. O mercado da saúde precisa acomodar este cliente com as melhores condições possíveis e favoráveis com intuito de prestar-lhe a atenção básica e total, conforme seus anseios. No setor privado este foco se faz mais enfático, pois estes 40 milhões de clientes que mesmo possuindo o direito constitucional de acesso à saúde pública, remuneram a saúde suplementar em busca dos melhores profissionais, métodos, recursos, tecnologias e, sobretudo, atendimento – estes clientes-pacientes pleiteiam excelência em medicina e participam de tudo aquilo que circunda sua saúde: fazem preventivos periódicos, buscam informações sobre os centros-médicos, profissionais da saúde, técnicas, métodos, medicamentos, diagnósticos e possuem acesso a uma das mais poderosas ferramentas da atualidade: a internet. Quando entramos no âmbito do setor público de saúde, nota-se por premissa a importância de recuar em seus métodos e práticas de atendimento, focando na atenção ao cliente com a finalidade de atingir as metas definidas e o pleno atendimento à população. O Sistema Único de Saúde em todas as esferas públicas requer, de forma latente, agregar valores profissionais, adotar práticas modernas de gestão, utilizar sistemas eletrônicos para apoiar os profissionais da saúde e tecnologias para controlar o fluxo das informações com a finalidade de conseguir estancar a sangria descontrolada de recursos públicos e, desta forma, aplicá-los em prol de toda a comunidade – início de qualquer obra de melhoria em nosso cenário arcaico e lento. Os pacientes de uma forma geral estão tendo acesso a uma quantidade de informações de nível exponencial – tendo a internet como maior veículo de disseminação. Tal mecanismo se mostra positivo quando fornece dados extraídos de fontes fidedignas e, sobretudo, quando o cidadão consegue filtrar algo confiável diante da enxurrada de informações a que tem acesso. Diante de tanta tecnologia e acesso a ela, os pacientes estão num nível mais elevado na necessidade de obtenção de suas informações, leia-se: informações do paciente, pois estes indivíduos, cada vez mais, requisitam os dados médicos de sua propriedade (receituários, exames, prescrições, prontuários, etc). Já existem grandes empresas como o Google e a Microsoft fornecendo Prontuários Eletrônicos Pessoais (PEP) onde o paciente lança todo o seu histórico de saúde, podendo ele mesmo fazer acompanhamentos e comparações, além de fornecer aos médicos uma quantidade escalar de dados armazenados e organizados num único local de fácil acesso – o cliente-paciente está exigindo que as unidades de saúde e seus profissionais também acompanhem esta tecnologia. Já é notável a tendência destes pacientes que já foram incluídos digitalmente, preferirem e exigirem centros-médicos modernos, equipamentos com tecnologias recentes e profissionais atualizados com todas as inovações a que tem acesso. Hospitais públicos ou privados que possuem como estratégia o foco no paciente tendo ele como cliente, e não como doente, tem uma grande chance de obtenção de resultados perante a sociedade. Mostrando esta tendência para o mercado, seus níveis de qualidade perante os fornecedores e pagadores se elevarão trazendo consigo benefícios agregados como melhor remuneração, facilidade na aquisição de recursos, certificados de excelência, referência em tratamentos e maior demanda de clientes-pacientes, pois qual o centro-médico que o cliente retorna com mais facilidade: o burocrático, sem tecnologia, prontuários em papel, profissionais desumanizados ou em Organizações que fornecem total apoio a cliente focando no bem-estar, recursos tecnológicos, prontuários eletrônicos, profissionalização e processos bem definidos?
Iberê Monteiro Gerente de Informações em Saúde Suplementar - SINDHOSPE