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Resumo
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Artigo apresentado na disciplina de Política Ambiental e Setorial, do curso de mestrado em Gestão Econômica do Meio
Ambiente (ECO/UnB/NEPAMA), realizado na Univag em Várzea Grande/MT em 18/09/2003.
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Licenciada e Bacharel em Química (UFMT/MT), especialista em Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental e mestranda em
Gestão Econômica do Meio Ambiente (ECO/UnB/NEPAMA). e-mail: crs2011@terra.com.br.
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Bacharel em Ciências Contábeis e mestranda em Gestão Econômica do Meio Ambiente (ECO/UnB/NEPAMA). e-mail:
lizandre@univag.com.br.
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Professora Adjunto do Instituto de Química da Universidade de Brasília - UnB, e Docente do Mestrado de Gestão Econômica
do Meio Ambiente (ECO/UnB/NEPAMA).
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A frase fora retirada do Jornal Gazeta Mercantil – Saneamento & Meio Ambiente – Matéria: A inevitável escalada de preços
mundiais.
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é abordada segundo Howe (2002). A experiência de gestão de recursos hídricos
internacional, nacional e estadual será parte integrante da quinta unidade.
Abstract
The neoclassical economy has if outstanding in the last three decades for the
concern in the interpretation of the relationships between economy and environment,
it’s importance is major and is influencing the formulation of environmental politics in
international scale. The efficient sectorial politics depends on an organization of the
negotiation processes and of an interlinked environmental planning to command -
control, economical and volunteers instruments effective.
In this article, will be discuss the bases of the economical analysis, sustentabilidade,
environmental politics, administration instruments and the economical analyses. The
first unit describes the bases for the process of environmental planning in an
organized way, in sequence the Brazilian experiences juridical in relation to the water
resources.
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Considerações iniciais
Uma Gestão Ambiental eficiente deve ser constituída por uma Política Ambiental,
que estabelece as diretrizes gerais, por um Método de Gerenciamento Ambiental
que orienta as ações gerenciais, e por um Sistema de Gerenciamento Ambiental,
que articula instituições e aplica os instrumentos legais e metodológicos para o
preparo e execução do Planejamento Ambiental (Lanna, 1995).
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A escolha de políticas ambientais é de extrema complexidade, devido às incertezas
técnico-científicas e os conflitos entre as metas ambientais e as sócio-econômicas.
Alcançar um desenvolvimento econômico e “sustentável”, com o ambiente menos
poluído e menos degradado requer uso de análises econômicas sofisticadas, para
chegar a resultados eficientes.
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No arcabouço teórico neoclássico, as externalidades são definidas como os efeitos pela atividade de um agente econômico
sobre outrem, afetando, assim, sua função de utilidade e, por conseguinte, o prórpio equilíbrio do mercado.
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1- Os instrumentos de gerenciamento ambiental apresentado por (Lanna e Cánepa, 1994), de maneira compendiosa, são os
jurídicos e os econômicos. Sua adoção tem por objetivo atingir objetivos estratégicos de planej amento. 2- Bellia (1996) destaca
quatro tipos principais de políticas de controle ambiental ou “modos de operacionalização”. (i) negociação entre agentes; (ii)
imposição; (iii) taxação e subsídios; e (iv) mercado de licenças de poluição. 3 – Baumol e Oates (1979), por outro lado, dividem
a política ambiental em dois grandes grupos: (i) instrumentos de política (persuasão moral; controles diretos; processo de
mercado e investimentos governamentais) e (ii) mecanismos administrativos (unidade de administração; funcionamento e
mecanismos de reforço da efetividade).
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A análise custo-benefício (ACB) é um procedimento que enfatiza significativamente a
eficiência tanto em termos da seleção do instrumento de gestão como da sua
implementação. Atenção menor tende a ser dada aos critérios de eqüidade e de
custo administrativo. O procedimento não é muito transparente para o público leigo,
podendo ser bastante complexo dependendo do bem ou serviço ambiental para o
qual se busca definir um instrumento de gestão.
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Equilíbrio neoclássico ou optimum de Pareto – está intimamente relacionado a uma situação econômica de concorrência e
previsão perfeitas. Tal previsão diz respeito ao mercado, pressupondo que este é adotado de racionalidade automática e
invisível. A concorrência perfeita, por sua vez, seria a estrutura e a situação racionais por excelência, sendo o caminho da
sociedade atingir o máximo de bem-estar. Pareto (1983, p.98): “O equilíbrio se produz quando os movimentos que conduziriam
os gostos são impedidos pelos obstáculos e vice-versa. O problema geral do equilíbrio se cinde, em conseqüência, em outros
três, que consistem: 1. em determinar o equilíbrio no que se refere aos gostos; 2. Em determinar o equilíbrio no que se refere
aos produtores; 3. Em encontrar em ponto comum a esses dois equilíbrio, que formará um ponto de equilíbrio geral”.
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planejamento ambiental, na medida em que se passa de valores sociais aos
programas de intervenção (Costello, 1974).
As (v) políticas são fundamentadas nos padrões, e estabelecem cursos de ação para
serem usados no atendimento dos objetivos. Uma política ambiental poderia
estabelecer as formas de se levar os cursos de água às classes em que foram
enquadrados. Para um melhor detalhamento da política surgem os (vi) planos, ou
seja, cursos de ação, e identificação detalhada das ações que ao longo do período
de intervenção levarão o ambiente ao cenário estabelecido nas metas.
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Um programa de despoluição hídrica de uma bacia hidrográfica é um exemplo típico
de gerenciamento ambiental que envolve vários processos de negociação. Parte
substancial das negociações deve ser realizadas nos planos econômicos,
relacionados às questões de mercado que afetam às partes individuais e
corporações, no político direto, relacionadas às decisões de interesses mais gerais
do Estado ou Nação. Este processo desaguará na negociação jurídica, donde será
originada lei que estabelecerá o Plano Estadual ou Nacional por Bacia Hidrográfica
ou similar (contrato social).
6.938 1981 Da Política Nacional do Meio Ambiente, preocupando com a racionalização do uso das
águas, bem como de outros recursos naturais, planejamento e fiscalização dos mesmos.
Constitui 1988 Uma das alterações foi a extinção do domínio privado das águas. Todos os corpos de
-ção águas, a partir de outubro de 1988, passaram a ser de domínio público.
Federal
CONAM 1986 Sobre o enquadramento dos corpos d'água e dá outras providências.
A 20
1995 O então Ministério do Meio Ambiente e da Amazônia Legal passou a denominar-se
Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Amazônia Legal e criou, no âmbito
de sua estrutura, a Secretaria Nacional de Recursos Hídricos. A atribuição principal da
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Secretaria de Recursos Hídricos era o gerenciamento dos recursos hídricos e a
coordenação do Plano Nacional de Recursos Hídricos.
9.433 1997 Que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de
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Gerenciamento de Recursos Hídricos .
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MMA/SRH – A função destes dois órgãos são formular a Política Nacional de Recursos Hídricos e subsidiar a formulaç ão do
Orçamento da União.
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SNRH - É a sistematização dos órgãos referente ao RH.
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Decreto 1998 Regulamenta o Conselho Nacional de Recursos Hídricos11.
2.612
9.966 2000 Sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da poluição causada por lançamento de
óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional.
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A função dos conselhos é de subsidiar a formulação da Política de Recursos Hídricos e dirimir conflitos.
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ANA – Surge para implementar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, outorgar e fiscalizar o uso de recursos hídricos de
domínio da União.
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A função dos Comitê de bacia hidrográfica é de decidir sobre o Plano de Recursos Hídricos (quando, quanto e para que
cobrar pelo uso de recursos hídricos).
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novembro de 2002, ocorreu a primeira oficina, com o instrutor Prof. Jander Duarte
Campos (COPPE), com o título – Projeto fomento à criação de organismos de bacias
hidrográficas com ênfase aos comitês, onde os perfis dos participantes foram
reduzidos aos técnicos da FEMA e técnicos de outras instituições.
(ii) Usos Múltiplos da Água – A disponibilidade dos RH16 deve ser repartida entre os
múltiplos usuários com igualdade de oportunidades, mas de tal modo que o
benefício social líquido seja maximizado. No processo de gestão os usuários tendem
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FEMA – órgão estadual responsável em outorgar e fiscalizar o uso de RH de domínio do Estado.
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Agência de água - escritório técnico do comitê da bacia hidrográfica
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Recursos hídricos é a água destinada a usos, quando se tratar das águas em geral, incluindo aquelas que não devem ser
usadas por questões ambientais (ver conceitos de valores de opção de uso, intrínseco e de existência atribuídos à água) o
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a ser tratado desigualmente, mas a avaliação das demandas dos usuários devem
ser feitas em um plano de igualdade de observação. Os custos e benefícios devem
ser considerados da forma mais ampla e abrangente possível, tendo como objetivo o
bem estar social.
(iv) Água como um Bem Econômico – água bruta é um recurso que está disposto na
natureza sem qualquer compromisso com volumes e formas regulares em sua
distribuição, no espaço e no tempo, ou mesmo de acordo com as necessidades do
homem.
O conjunto de normas, regulamentos, leis, decretos e portarias são úteis para indicar
o que vem a ser social e economicamente correto. Estes instrumentos têm sido
utilizados, mas não se têm mostrado eficiente. Neste ponto que deve entrar a
cobrança pelo uso da água.
Cobrar pelo uso da água bruta é apenas uma extensão do conceito do valor
econômico já reconhecido em relação a outros bens, como os recursos minerais, o
termo correto é simplesmente águas (Pompeu, 1995). A questão ambiental referente à proteção das águas é usado o termo
água em lugar de recursos hídricos.
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alimento, o solo entre outros. Todo os bens são insumos básicos para as atividades
humanas e estão sujeitas as escassezes.
(i) Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos – é um dos instrumentos mais
importantes na Gestão dos RH. Concorre para o equilíbrio entre a (Lei da) oferta e
demanda desses recursos na bacia ou região hidrográfica. Com a finalidade de
racionalizar o uso, como mecanismo eficiente de redistribuir os custos sociais de
forma mais eqüitativa: para disciplinar a localização dos usuários; promover o
desenvolvimento regional integrado nas suas dimensões social e ambiental; e
incentivar a melhoria nos níveis de qualidade dos efluentes lançados nos mananciais
(Carrera-Fernandez e Garrido, 2002).
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A importância da outorga reside em atenuar ou mesmo eliminar conflitos de uso, via
de regra motivada pela escassez da água em relação a sua demanda em algumas
bacias hidrográficas (Carrera-Fernandez e Garrido, 2002).
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Geralmente nas legislações estaduais trata-se de Plano Diretor de Recursos Hídricos.
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Formas simplificadas de organização econômica nacional em termos de alguns
critérios: 1º flexibilidade na alocação de suprimentos d’água existente; 2º segurança
do direito de posse para usuários estabelecidos; 3º custo de oportunidade real dos
recursos disponíveis para seu uso; 4º previsibilidade de resultados do processo; 5º
um processo de alocação de água deveria ser entendido pelo público como justo e
claro e 6º um processo de alocação de água socialmente responsável deve ser
capaz de refletir valores públicos (Howe, 2002).
Uma segunda definição que é bem mais usada na prática e que subentende a
análise custo–benefício é, na verdade, uma condição necessária para que ocorra a
Ótimo de Pareto: uma alocação A é eficiente relativa a alocação B se, e somente se,
na mudança de B para A os vencedores possam ser capazes de compensar
completamente quaisquer perdedores e ainda estar à frente (Hicks-Kaldor). Esta é
uma definição menos rígida, pois não requer que todos os perdedores sejam
compensados, somente se este potencial existir.
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Segundo Howe (2002), ocorre dois tipos de sistemas de direitos de propriedade, os
prioritários e proporcionais; (i) direito de prioritários/apropriação - o primeiro a usar é
o primeiro a ter o direito ao uso dos recursos hídricos; (ii) direito proporcionais –
compartilha água disponível entre vários proprietários de acordo com um percentual
determinado pelo número de direitos adquiridos.
Experiências Internacionais
Vários países têm adotado a cobrança da água por diferentes propósitos, os mais
adotados entre os países são: (i) recuperação de custo visando a viabilização
financeira dos sistemas hídricos; (ii) aumento de receitas a serem destinadas a
investimentos que, não necessariamente, beneficiam os pagadores da cobrança; (iii)
incentivos à racionalização econômica do uso da água através do estímulo a
economias via cobrança pelo seu uso; (iv) substituição de tributos: parte de
programas denominados Reforma Tributária Verde (Green Tax Reform) que visam
desonerar o trabalho e a renda de tributos, orientado-os a atividades que façam uso
de recursos naturais e poluam o ambiente (Serôa da Mota, 1998).
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Características de experiências internacionais de cobrança pelo uso da água
Experiências Brasileiras
O Brasil vem encaminhando a solução para a política dos recursos hídricos, a partir
da abordagem regional, com avanço dos estados na estruturação de seus sistemas
de gestão. A vantagem nesta inversão do processo surge do fato de que a
legislação federal traz consigo uma forte inclinação para refletir o verdadeiro quadro
de necessidades do país, no âmbito do setor.
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O estado de São Paulo atuou como líder desse processo, discutindo amplamente e
promulgando a Lei n. º 7.663 de 30 de dezembro de 1991. Logo em seguida, veio o
Ceará, que, pressionado pela escassez absoluta de água, desenvolveu com rapidez
o debate sobre a natureza da organização que deveria ser estruturada no estado
(Carrera-Fernandez e Garrido, 2002). No Ceará, a cobrança pelo uso da água já
vêm sendo feita a alguns anos. As arrecadações ainda não foram aplicadas em
programas de recuperação e preservação do meio ambiente, foram utilizados na
construção de obras hidráulicas. A participação da sociedade civil em todo o
processo, na prática, também não parece ser tão efetiva.
A mais recente cobrança pelo uso do RH, implantada no sistema brasileiro foi na
bacia do Rio Paraíba do Sul, o início da cobrança se deu em março de 2003. A
arrecadação será arremetida para um fundo de recuperação dos rios. Por estar em
processo de maturação, impossibilita fazer uma avaliação detalhada.
Experiências Matogrossense
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Eqüidade – Quando tratado da eqüidade em legislação ambiental, deve-se ter muita
cautela, procurando conhecer quem são os poluidores e se estão fazendo e como
estão fazendo para melhorar o seu controle de emissão de resíduos (líquidos,
sólidos e/ou gasosos). O Art. 50 incisivo II da legislação n.º 9.433/97, traz os valores
monetários com escala de R$ 100,00 (cem reais) à R$10.000,00 (dez mil reais),
sendo proporcional a gravidade da infração, considera-se uma escala alternativa
sem parâmetros definidos, a necessidade de ser aplicado de forma correta ou seja
equânime é grande e preocupante. Os órgãos gestores têm que estar muito bem
fundamentado e preparado para cada caso, para que não ocorram injustiças
(Magnani, 2002).
Considerações finais
A Lei Federal n. º 9.433/97 trata-se de uma lei atual, avançada e importante para a
ordenação territorial, em seu sentido mais amplo, caracterizada pôr uma
descentralização de ações, contra uma concentração de poder, claramente
ressaltados no texto da referida lei, que proclama os princípios básicos praticados
hoje em todos os países que avançaram na gestão de seus recursos hídricos.
Agregado ao seu contexto um valioso instrumento econômico “a cobrança pelo uso
dos recursos hídricos”.
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A melhor opção é que instrumentos econômicos (IEs), neste caso específico
cobrança pelo uso dos recursos hídricos, sejam economicamente eficientes e
ambientalmente eficazes, para assim completar os instrumentos de comando e
controle (CEC) de maneira que possibilite a interação entre as partes envolvidas
com maior eficácia e eficiência.
A cobrança pelo uso de recursos hídricos, mais do que instrumento para gerar
receita, é indutora de mudanças pela economia da água, pela redução de perdas,
pela gestão com justiça ambiental. Isso porque se cobra de quem usa ou polui.
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Já nas experiências com criação de mercado, embora ainda pouco expressivas,
revelam que as condições de competitividade não foram observadas no caso dos
mercados de certificados de poluição nos Estados Unidos. A garantia de direitos,
todavia, é o fator mais importante, ou seja, o sistema de criação de mercado
depende de regras jurídicas muito claras sobre tais direitos. Quando já existe a
percepção de direito privado, como no caso da água no Chile, as chances de êxito
são maiores.
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Referências
BRASIL. Constituição da República do Brasil – 1988. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 1998.
HORA, M. de A.G.M. da, HORA, A.F. da. (2001) “Uma Discussão sobre Outorga e
Cobrança dos Recursos Hídricos”. Parte II, Cap. 5. In: Gestão ambiental de bacias
hidrográficas/Alessandra Magrini; Marco Aurélio dos Santos (editores), - Rio de
Janeiro: UFRJ; COPPE; Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais. 271 p.
ISBN: 85.285-0046-2.
21
HOWE, Charles.W., SCHURMEIER, Dennis R. e SHAW Jr., W. Douglas. (2002)
Innovative Approaches to Water Allocation: the Potential for Water Markets. Capítulo
32, de R. Maria SALETH. Water Resources and Economic Development. (Reino
Unido e Estados Unidos: Elgar Reference Collection), pp. 411-417.
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Homepage - ana.gov.br acessado em 09/09/2003.
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