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EDITORIAL O MORADOR
Curitiba comemorou 318 anos. Mas,
infelizmente, os moradores da capital
paranaense não têm muito a comemorar.
Apesar de sermos bombardeados a todo o
momento por propagandas de Curitiba como a
cidade modelo e a capital ecológica, a realidade
atual é outra. Curitiba cresceu, e muito. Porém,
o planejamento da cidade não conseguiu
acompanhar esse crescimento. Enfrentamos
hoje diversos problemas urbanos.
Nesta edição, você poderá conferir
uma reportagem sobre o planejamento urbano
da cidade. Além disso, Pedro Bodê, sociólogo e
professor da Universidade Federal do Paraná, A família Santana Teixeira
revela em uma entrevista como está a questão
da violência na capital paranaense. Adriana Bueno Santana
Também é importante ressaltar que os
Desde 2004 a professora Adriana Bueno Santana, 37 anos e sua família, composta por seu marido, o
problemas que Curitiba enfrenta não podem eletrotécnico José Aparecido Teixeira, 40 anos, e seus filhos Letícia Santana Teixeira, 13 anos, e Bruno
ser atribuídos somente ao poder público. Os Santana Teixeira, 5 anos, moram no Ecoville.
cidadãos também precisam fazer a sua parte. E A família teve ótimas referências da região antes de se mudar e o que mais chamou a atenção foi a
qualidade de vida que o bairro oferece. “Adoramos a tranquilidade, o verde que nos cerca e a boa vizinhança.
parece que isto não ocorre adequadamente.
Aqui é o lugar ideal para criarmos nossos filhos”, conta Adriana.
Neste mês, foram realizadas as audiências para a Porém, com o crescimento da região, algumas melhorias precisam ser feitas para que ela conserve as
discussão do orçamento da cidade para 2012. características que trouxeram a família Santana Teixeira para o Ecoville. “É necessário investir em segurança e
A equipe do Ecoville News esteve sinalização de trânsito. Precisamos de faixas e lombadas para que nossas crianças possam brincar
presente a essas audiências e, infelizmente, pôde tranquilamente na rua, sem perigo de acidentes”, conta a moradora.
notar que a participação popular não é muito
grande. Para que o quadro se reverta e Curitiba
volte a se tornar uma cidade que ofereça uma
boa iqualidade de vida para seus moradores, a Ruas mais limpas e cães mais saudáveis
população precisa participar mais ativamente É isso que queremos para nosso bairro
das questões que dizem respeito à cidade.
O cheiro dos dejetos incomoda, o
EXPEDIENTE aspecto visual é desagradável, sem
falar dos riscos à saúde que eles
Ecoville News é uma publicação de:
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Nº 06 - ABR 2011
ENTREVISTA
Pedro Bodê: Sim, elas têm relação. Mas é
Pedro Bodê fundamental que a gente entenda que essas
Curitiba ainda mais violenta? justificativas que alegam que as drogas são
responsáveis pela violência não são cientificamente
Dados estatísticos recentes colocam permitem definir, por exemplo, se foi latrocínio, se comprovadas. Porque quando realizamos uma
Curitiba entre as cidades mais violentas do país. O ocorreu morte por arma de fogo ou arma branca. análise comparativa, essa relação se complica, pois
Mapa da Violência 2011, divulgado em fevereiro Enquanto os estados não constituírem um banco de temos capitais no mundo onde se consume mais
pelo Instituto Sangari e o Ministério da Justiça (mas dados correto sobre os crimes em geral e os drogas e isso não se converte em homicídios. Então
baseado em dados de 2008), aponta Curitiba como a homicídios, teremos dificuldades em formular não é somente o uso da droga, mas sim um conjunto
sexta capital com a maior taxa de homicídios no país políticas públicas. De qualquer maneira, esses dados de outros elementos, como impunidade, baixo valor
e a primeira no ranking da violência entre as capitais de homicídios têm demonstrado um crescimento da vida e a existência de armas, que acabam
da Região Sul. Conforme o estudo, entre 1998 e sim. No caso do Paraná, os últimos anos foram produzindo uma relação entre drogas e
2008, Curitiba se tornou a quarta capital com o marcados pela falta de planejamento e de políticas homicídios.Temos que ter muito cuidado com essa
maior avanço de violência no país, com um públicas para os jovens, que são os que mais sofrem relação imediata que se faz, pois isso quase sempre
crescimento de 148% na taxa de homicídio. Mas será com a violência. Além disso, estamos em uma região funciona como uma justificativa moral e não uma
que esse quadro reflete a verdadeira conjuntura da de fronteira, que é sabidamente uma área de explicação científica.
violência em Curitiba? A situação estaria mesmo tão passagem de armas. E há uma relação clara entre
preocupante? Em entrevista ao Ecoville News, um armas e aumento de crimes, particularmente Ecoville News: Em relação à polícia, qual o
dos maiores especialistas em segurança pública do homicídios. maior problema que enfrentamos?
país, o sociólogo e professor da Universidade Federal Pedro Bodê: No Brasil inteiro, dentre as
do Paraná Pedro Bodê, comenta sobre a dificuldade Ecoville News: A representação da violência instituições existentes, a que menos se modernizou
de mensurar a violência e também sobre a questão da pela mídia contribui para causar uma foi a polícia. Nós estamos muito acostumados a
criminalidade e da segurança em Curitiba. sensação de medo na população? pensar sempre em termos de quantidade: mais
Pedro Bodê: A mídia tem uma responsabilidade prisões, mais policiamento. Mas a questão é a
Ecoville News: Dados estatísticos recentes pública em relatar o que acontece, a questão é como qualidade. É claro que há condições e parâmetros
colocam Curitiba entre as cidades mais se faz isso. As pessoas que mais morrem são pessoas mínimos, tanto que a ONU tem um indicador para
violentas do país, aproximando-a de São de baixa renda, pobres e da periferia. Os mapas nos isso. Mas precisamos dar um grande salto de
Paulo e do Rio de Janeiro. Esse quadro é real? mostram isso. No entanto, quando uma pessoa de qualidade no sistema criminal. A justiça tem que ser
A violência em Curitiba está aumentando? classe média ou de um bairro no qual os homicídios mais ágil, tem que prender menos e ser capaz de, pelo
Pedro Bodê: Temos um problema com relação às são raros morre, isso se transforma e toma uma menos, não piorar o cidadão. Tenho impressão que
estatísticas criminais. No Brasil inteiro elas são alvos proporção muito grande. Em parte, isso é justificado sem esses elementos teremos muita dificuldade em
de muitos questionamentos. No filme Tropa de exatamente porque esse tipo de pessoa não é a mais mudar esse cenário ou melhorar a visão de segurança.
Elite, por exemplo, podemos ver como isso funciona. vulnerável a essas situações e nem aquela região na
As pessoas jogam os corpos de um bairro para o qual o crime aconteceu. Há uma sensação de Ecoville News: Existem outras ações que
outro. Então há um conjunto de dados sob os quais insegurança, mas ela não está ligada diretamente à podem ser tomadas para diminuir a violência
nós não temos muitas garantias. Os atos de taxa de crimes. Normalmente, sabemos que as na sociedade?
resistência, por exemplo, não contam como pessoas que têm um grau de exigência maior, que têm Pedro Bodê: Nós devemos combater a violência
homicídio nas estatísticas, mas eles são. Há muitos um conjunto de possibilidades maior, sentem mais com políticas públicas de inclusão. Isso é
questionamentos em relação à forma de coleta essa insegurança. fundamental para proteger a nossa juventude. Na
desses dados. Nós temos dados mais precisos nos verdade, a polícia deveria atuar somente nos casos
homicídios. Mas esses dados, como os do Mapa da Ecoville News: Além das armas, as drogas em que essas políticas não funcionassem. A polícia
Violência, por exemplo, são muitos amplos e não nos também têm relação com a violência? não deveria ser tão protagonista desse processo.
Nº 06 - ABR 2011
NEGÓCIOS
SAÚDE E BELEZA