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Mas, foi somente depois dos trinta anos de idade que resolvi entrar de
cabeça na questão, inclusive porque os crentes não desistiam. Parecia que
eu tinha um imã para missionários. Volta e meia batiam na minha porta ou
me abordavam na rua. Fora aqueles outros particulares que gostavam de
puxar o assunto. No entanto, o que mais me confundia era ver tanta gente
inteligente e famosa envolvida pela religião. Por outro lado, havia também
outros igualmente inteligentes e famosos que não eram religiosos e
criticavam a religião. Para não permanecer eternamente na dúvida, o jeito
foi fazer por mim.
6. Enquanto alguns cristãos admitiam que Jesus era um ser celeste, outros
insistiam na sua origem terrestre, e os grupos intermediários bastante
numerosos, procurando conciliar os extremos, falavam da dupla natureza,
divina e humana, de Jesus. Havia mesmo seitas, como os docetos (do
grego doquein, aparecer), que em geral, negavam a existência terrestre de
Jesus, afirmando que ele tinha sido apenas uma visão. (LENTSMAN, 1963,
p.125)
Eis o que chamo de uma vergonha institucionalizada que todo mundo acha
normal. Por quê? Ah, essa resposta (segundo a crença) está com um grande
professor da história da educação:
“Vamos introduzir nesta história os eventos que podem ser úteis a nós
mesmos primeiro e depois para a posteridade” (Eusébio, História
Eclesiástica, vol. 8, capítulo 2.)
Referências
MARROU, Henri Irénée, Do Conhecimento Histórico, Editorial Áster, Lisboa,
s/d.