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Atividade: Resumo do texto “Pensando como um rio” de Donald Worster

Em seu texto “Pensando como um rio”, Donal Worster inicialmente chama


nossa atenção para a importância da água, tanto quanto o solo, no desenvolvimento das
atividades agrícolas. O solo faz parte da realidade concreta do agricultor enquanto a água é
um elemento mais volátil, inserindo o agricultor e suas plantas no ciclo natural das águas.
Devendo cultivar rios, tanto quanto os campos e as pastagens se quiserem continuar a
progredir.
Numa agricultura sustentável, a fertilidade do solo e qualidade da água é
indissociável, pois quando a chuva provoca a erosão, os rios também sofrem, assim, os
fazendeiros devem pensar de acordo com a correnteza das águas, ou seja, além de suas
fazendas.
Apesar de indissociáveis, há diferenças entre os dois recursos, pois
diferentemente do solo, a água não pode ser “construída”. O agricultor possui tão somente o
que está circulando na natureza, e nada mais. Diante do exposto, Worster afirma que uma
agricultura sustentável é aquela que produz tão perto quanto possível do ciclo natural da água,
seguindo a correnteza e não se opondo contra ela ou obstruindo-a.
Historicamente, o clico da água está fundamentado em um modelo do mundo
natural, onde civilizações antigas espelhavam um modelo básico da vida: nascimento, morte e
o retorno à essência do ser humano. Recentemente, a ciência inclui uma nova percepção do
uso da água: o movimento em círculo, como um modelo para o complexo entendimento da
economia da natureza, onde na água podemos ver toda a natureza refletida, e no seu uso
natural, vemos muito de nosso passado e futuro refletido.
Worster evidencia a idéia de Aldo Leopold (1953), que sugere que a natureza é
como um “rio circular”, como uma correnteza fluindo dentro dela mesma, girando em círculo
num incessante circuito, fluindo através de todo o solo, da flora e da fauna da terra. E viver
bem sucedido na natureza é entender como o “rio circular” e sua bacia hidrográfica trabalham
em conjunto, adaptando-nos de acordo com isso. Ao contrário, transformar a água em
commodity é fracassar.
Como possível fracasso Worster analisa o mais velho rio do mundo em termos
de sustentabilidade humana, o Nilo. Para ele deveríamos estudar o uso do Rio Nilo, pois não
foi uma sorte irracional que deu àquela agricultura a durabilidade não encontrada em nenhum
outro lugar; os egípcios respeitaram o Nilo, aprenderam a usá-lo sem violar sua ordem, e deste
modo alcançaram um avançado nível de civilização, sendo até chamada por Karl Wittfogel de
“sociedade hidráulica”. Porém, recentemente o Egito, processo iniciado com a invasão dos
franceses e ingleses no século XIX, visando aumentar a produtividade agrícola e os lucros, o
Nilo presenciou o surgimento de inúmeras represas, colocando o cálculo econômico no lugar
da racionalidade do “rio circular”. O resultado pode ser um longo e duradouro declínio do
vale do Nilo como um recurso agrícola.
Para Worster, os USA tem feito o mesmo com seus rios em terras áridas, pois
durante todo o século XX, todo rio importante do oeste foi represado, suas águas desviadas e
conduzidas para locais distantes, arrasando a drenagem natural da água em muitos lugares. O
controle dos rios possibilitou o surgimento da industrialização da agricultura americana, onde
fazendas irrigadas das costas sudoeste e oeste (desde 1930) têm forçado os agricultores em
todos os lugares adotarem esse modelo ou desistirem de produzir. A agricultura industrial
requerer investimentos pesados de capital, pois os sistemas hidráulicos são acompanhados por
pesticidas, fertilizantes químicos, um exército de trabalhadores em condições ilegais de
trabalho e um alto grau de mecanização. Nesse contexto, a água torna-se commodity, abstraída
de seu ambiente natural e servindo apenas para o crescimento da produção industrial,
alienando o povo de suas terras em troca de um punhado de parafernálias eletrônicas.
O uso inadequado da água parece ser um pouco abstrato, mas a sede não, muito
pelo contrário é algo concreto, fácil de ser mensurada. Na visão de Worster, esse modelo de
agricultura irrigada será difícil de ser mantida por muito tempo. Para ele a quantidade de água
utilizada pelas fazendas-fábricas irrigadas do oeste dos USA podem ser capazes de tornar seca
a região. E mesmo que haja água suficiente por muito tempo, em muitos casos poderá não
haver energia suficiente para torná-la disponível. Segundo James Bethal e Martin Masengale,
o bombeamento e a distribuição de água para a irrigação consomem 13% de toda energia
usada na agricultura americana. Assim, deve-se deixar correr a água onde for mais fácil
encontrá-la. Agora, como nós não pensamos como os rios funcionam, a agricultura irrigada
será sempre um exercício inútil de tentar anular as leis naturais da correnteza.
Na concepção apresentada por Worster a diminuição dos suprimentos de água
e energia é a mais óbvia ameaça para o império da irrigação americano. A lista dos problemas
ambientais causados pelo programa de irrigação do oeste tem crescido à medida que são
aprofundados estudos científicos sobre a temática, entre eles e talvez o castigo mais sério e de
longo alcance seja a contaminação da terra agriculturável por sal, a qual parece ser uma
inevitável conseqüência do deserto irrigado. A salinização é decorrente da degradação do solo
e da água devido ao sobre uso. A salinização do solo afeta a germinação e a densidade das
culturas, bem como seu desenvolvimento vegetativo, reduzindo sua produtividade e, nos
casos mais sérios, levando à morte generalizada das plantas. O processo de salinização
(concentração de sais na solução do solo) ocorre, de maneira geral, em solos situados em
região de baixa precipitação pluviométrica, que é o caso da região oeste dos USA. Gastaram-
se milhões para promover a dessalinização, que tem como única cura mais água para se livrar
do excesso de sal, ou seja, mais drenagem de água, mais energia e mais capital.
Outros problemas ambientais provocados por programas de irrigação são
apontados por Worster, como por exemplo, a existência de alguns lugares, onde se uma
considerável quantidade de água subterrânea for extraída, a terra pode ceder e forma grandes
cavidades, destruindo estradas, casas, pontes e tumultuando a vida da superfície. Quando um
rio cessa de levar água doce para o oceano, a rica vida biológica dos estuários ao longo da
costa é destruída. Rejeitos industriais despejados a montante, na correnteza diminuída, não
podem ser carregados para longe a ser adequadamente diluídos; o oxigênio das águas dos rios
consequentemente é reduzido. Em correntezas represadas, pode ocorrer a mudança da
temperatura da água, matando os peixes nativos se a diminuição de oxigênio ainda não tiver
matado-os.
Outro aspecto da agricultura industrial irrigada do oeste dos USA tem
provocado muito estrago para a próspera agricultura e a vida rural de outras regiões. Pois,
com uma longa estação ensolarada, uma rede nacional de transporte, e uma política de água
subsidiada, as fazendas irrigadas no oeste desfrutaram de uma clara vantagem no mercado,
tendo como consequência o declínio considerável de terras cultiváveis em outras regiões.
Segundo Worster, o oeste fornece a mais gritante evidência da confusão
econômica e da irracionalidade ecológica do pensamento americano sobre a água. Está sendo
perdidos bilhões de dólares na conquista dos rios do deserto, em tecnologia, e na aparelhagem
da burocracia governamental e do agronegócio, resultando aparentemente em uma agricultura
imune às variações climáticas, mas na realidade altamente frágil como todos os sistemas
largamente centralizados de produção. A expansão do pensamento da agricultura industrial
para outras regiões, mesmo ricas em chuva, tem provocado o cultivo do ciclo hidrológico de
forma inconsistente e de forma pouco prudente, acarretando a perda considerável de solo por
erosão.
De acordo com o pensamento de Worster é tempo de começarmos a repensar
nossas relações agrícolas com a água. Soluções rápidas não são adequadas, devido às
complexidades dos problemas ambientais, é necessário obter uma agricultura viva do clico
hidrológico, tanto nas regiões úmidas quanto nas áridas, para isso requer uma nova percepção,
novos quadros mentais, uma nova ética controlando as práticas e as políticas agrícolas, ou
seja, pensar como um rio.
Worster critica a estratégica dos USA de planejamento dos rios focada na
“conservação”, pois tem mais refeito do que conservado o que a natureza nos deu. Esta
estratégia tem sido sempre baseada no pensamento tecnológico em vez do pensamento
ecológico. Para ele a estratégia deveria ser focada em uma menor interferência possível no
ciclo da água, partindo do específico e local do que do geral e global. Desenvolver finalidades
bem pensadas para a política pública da água.
Para caminhar em direção a uma nova consciência sobre água é pôr fim a todo
subsídio federal para os projetos de irrigação no oeste. Porém, os subsídios não devem ser
suspensos abruptamente, mas gradualmente, revertendo com cuidado e sensibilidade a política
existente que está perto, de fato, de fazer cem anos, onde os fazendeiros têm sido há longo
tempo induzidos pelos incentivos governamentais a se mudarem para o oeste e estabelecerem
seus planos de irrigação, eles não devem sofrer por causa dessa reversão de política. Para
Worster é necessário um novo programa baseado em necessidades locais e encorajar os
fazendeiros do oeste a se realocarem em áreas mais úmidas e a aprenderem melhores práticas,
adequadas a esses lugares, pois em nome de uma agricultura sustentável é preciso redirecionar
o progresso, pois o oeste está superpovoado, excedendo em muito a capacidade natural de
seus rios. É necessário que parte dessa população vá para o leste e os que ficarem devem criar
uma nova tecnologia para o uso da água tornando possível a sobrevivência. Apesar de quase
não haver pensamento oficial dedicado a tecnologias alternativas que poderia atender aquela
população, embora saibamos que em alguns pontos os grandes reservatórios estão cheios de
“lama”. Nessa nova concepção, o agricultor estudará a arte de adaptação do cultivo na seca,
utilizando novas variedades de sementes que podem sobreviver em locais de poucas chuvas e,
talvez, conseguirá convencer os legisladores a conceder alguma ajuda para facilitar a
transição. Associado a seus vizinhos, o agricultor criará meios de utilizar a água sem
apropriar-se do rio inteiro, para que possa suportar sua ecologia enquanto se utiliza do rio para
as lavouras. A utilização de irrigação por gotejamento, a qual usa menos água que o método
de sulco, além de usar a energia solar e a gravidade para elevar e circular a água através de
sua fazenda. Estes são alguns caminhos que a agricultura precisa começar a trilhar para se
adaptar a uma área árida, ou invés de tentar transformar-la para produzir culturas para as quais
ela está mal adaptada.
Em terras abundantes em água, o desafio é de não deixar chuvas acabar com os
seus solos. Para isto é necessário a manutenção da cobertura do solo, o que em muitos lugares
significa a restauração da vegetação florestal natural ou através do reflorestamento com
árvores cultivadas. Já em outros, uma grossa esponja de grama poderá ser suficiente para
absorver o impacto da queda d’água, diminuindo sua corrida para o mar e mantendo os rios
limpos e agradáveis. Novas plantações e tecnologias fazem parte de uma visão mais
abrangente de uma agricultura, onde as fazendas serão inseridas harmonicamente dentro da
dinâmica de sua própria bacia hidrográfica, ao contrário da agricultura industrial.
A racionalidade econômica do capitalismo não é necessariamente, ou sempre, a
obtenção de lucros imediatos. O mercado é uma instituição que ensina auto-progresso,
aquisição privada e a dominação da natureza, e parece evidente que o mercado jamais pagará
para os fazendeiros se acomodarem em suas próprias bacias, pois sua forma de pensar é
incompatível com o “rio circular”. Sendo um valor não mercadológico, a harmonia ecológica
necessita de um desejo coletivo para ser atingida, ou seja, os fazendeiros têm que viver em
cooperação com a correnteza para preservá-la e para deixar um mundo fértil às novas
gerações. Em contrapartida os consumidores urbanos têm que estar dispostos a pagar aos
fazendeiros pelo uso de boas técnicas de conservação tanto quanto pela produção de
alimentos. Se não houver uma disposição pública para barrar as pressões do mercado, não
haverá uma reconstrução dos métodos agrícolas ou uma reaproximação entre agricultura e
natureza.
Na concepção de Worster, os americanos, como povos em outros lugares e
tempos, tem uma história de violência em relação à terra e seus rios. A rejeição é condição
fundamental para que a agricultura possa estar segura. Felizmente, para os americanos existe
uma fronteira no país que ainda não foi submetida ao uso forçado da terra e da água,
possibilitando escolhas que no futuro evitem medidas desesperadas. Pois, essencialmente a
água possui um valor que ultrapassa o seu uso econômico nas fazendas e preservar o valor da
água através de uma nova agricultura americana é uma extensão da ética tanto quanto da
sabedoria.

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