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14 A Ordem Econômica
e Financeira
A Constituição Econômica
A Atividade Econômica
Noções Iniciais:
Para o estabelecimento da democracia é necessário que se organize um regime econômico onde se
satisfaçam todas as exigências fundamentais do indivíduo e onde se abram para todos oportunidades
relativamente iguais. Assim, ao lado dos preceitos sobre a organização política, passaram as
Constituições modernas a conter um complexo de regras auto-aplicáveis e princípios programáticos
destinados a dar raízes, nos planos econômico e social, à democracia política.
Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social,
observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
IV - livre concorrência;
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V - defesa do consumidor;
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Emenda
Constitucional n° 19)
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Emenda Constitucional n° 19)
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§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios
fiscais não extensivos às do setor privado.
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
Estado Planejador:
O planejamento pelo Estado tem função de orientação para a atividade dos particulares. Ele tem
característica de atuação moderada, não se aplicando de forma obrigatória absoluta. É esta a razão
pela qual se diz que o planejamento será determinante para o setor público e indicativo para o
privado.
Art. 174 - Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para
o setor público e indicativo para o setor privado.
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Bens da União:
Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da
lavra.
Monopólio da União:
Neste artigo, a Constituição constitui em favor da União o monopólio de diversas atividades
pertinentes aos seguintes produtos: petróleo, gás natural, hidrocarbonetos fluidos, minérios e minerais
nucleares.
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;
§ 1º - A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades
previstas nos incisos I a IV deste artigo, observadas as condições estabelecidas em lei. (Emenda
Constitucional n° 9)
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III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União. (Emenda
Constitucional n° 9)
Incentivo ao Turismo:
Art. 180 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o
turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.
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A Política Urbana
O Plano Diretor
Estatui-se um plano diretor obrigatório para as cidades com mais de vinte mil habitantes. A
propriedade urbana atenderá a sua função social, na medida em que atender às exigências previstas
no plano diretor.
Art. 182 - A política de desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão
urbana.
§ 4º - É facultado ao poder público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais
e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
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! O título de domínio é em relação ao imóvel particular e a concessão de uso é para o imóvel do
Estado.
§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
Regras Gerais
No campo agrário também prevê a Constituição a desapropriação mediante títulos da dívida pública.
Esta pode-se dar quando o imóvel não esteja cumprindo sua função social.
Art. 184 - Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização
em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de
até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária,
autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o
montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único - A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas
para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
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Art. 186 - A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
Art. 187 - A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação
efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos
setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta,
especialmente:
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
Art. 188 - A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política
agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
§ 1º - A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois
mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa,
dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.
Art. 189 - Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão
títulos de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
Art. 190 - A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por
pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do
Congresso Nacional.
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Art. 191 - Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por
cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia,
adquirir-lhe-á a propriedade.
Regras Gerais
Na verdade a Constituição não regula o Sistema Financeiro Nacional. Limita-se a remeter a matéria
para uma lei complementar. Isto é feito no “caput” do art. 192. Seus diversos incisos e parágrafos
fixam os parâmetros fundamentais deste sistema.
III - as condições para a participação do capital estrangeiro nas instituições a que se referem os
incisos anteriores, tendo em vista, especialmente:
a) os interesses nacionais;
b) os acordos internacionais;
VII - os critérios restritivos da transferência de poupança de regiões com renda inferior à média
nacional para outras de maior desenvolvimento;
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VIII - o funcionamento das cooperativas de crédito e os requisitos para que possam ter
condições de operacionalidade e estruturação próprias das instituições financeiras.
§ 3º - As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta
ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a doze por cento
ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas
as suas modalidades, nos termos que a lei determinar.
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Questões de Concursos
01 - (Magistratura/SP – 173) A disciplina do Sistema Financeiro Nacional, tal como prevista no art.
192 da Constituição da República,
( ) a) no substancial, já havia sido instituída pela Lei n.º 4.595, de 1964.
( ) b) não diz respeito apenas às instituições financeiras.
( ) c) é de ordem eminentemente programática.
( ) d) não pode ser alterada via de emenda constitucional
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Gabarito
01.D
Bibliografia
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