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Belém-Pa
2009
2
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
Belém-Pa
2009
3
_____________________________________
Prof.ª Tainá Alves Teixeira
Orientadora
_____________________________________
Prof. Said Kalume Kalif
_____________________________________
Prof.ª Daniela Teixeira Costa
Apresentado em: / /
Conceito:
Belém-Pa
2009
5
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The work of cleaning and demanding and intensive. The professional cleaning performs
activities related to the cleanliness and maintenance of floors, walls, window frames,
furniture, equipment, these tasks require excessive manual labor and repetitive physical
standards, which gives rise to musculoskeletal disorders. This study seeks to analyze the risk
factors for pain ostemioarticualres sector workers in the cleaning and conservation of the
Amazon University relating to the quality of life. Using a sample of 18 male employees, were
applied Habits Questionnaire Labor and the SF-36, it was observed that most of the
participants has pain in the trunk 55.6%, 27.8% presented pain in the neck, 22.2% presented
pain upper limbs, 16.7% presented pain in the legs, when correlated domains of quality of life
and pain intensity, Domain "Pain" is the only one with significant association, the pain is
considered to be of low intensity. It is concluded that significant changes are needed with
regard to the organization of work, so you can perform tasks without causing damage to the
health of workers is necessary to consider the specifics of each individual. And some
suggestions are necessary, seeking the welfare of workers.
LISTA DE ILUSTRAÇÃO
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 12
2. REFERENCIAL TEÓRICO 15
2.1 TRABALHADORES DE LIMPEZA E SEU COTIDIANO LABORAL 15
2.2 A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE LABORAL PARA A SAÚDE 17
2.3 A PRESENÇA DE DORES OSTEOMIOARTICULARES INFLUENCIANDO
NA SAÚDE DO TRABALHADOR 20
2.3.1 Postura: Os Efeitos Sofridos Pelo Corpo 22
2.4 A BUSCA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DO TRABALHO 25
2.4.1. Questionário SF-36: um método avaliativo pra qualidade de vida 26
2.5 FISIOTERAPIA PREVENTIVA: O CAMINHO PARA O BEM ESTAR 29
3. METODOLOGIA 30
3.3 AMOSTRA 30
4. RESULTADOS 34
5. DISCUSSÃO 49
6. CONCLUSÃO 55
7. BIBLIOGRAFIA 56
8. APÊNDICE 63
9. ANEXO 71
13
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
CAPITULO I
A limpeza é uma tarefa principalmente manual com muito pouca mecanização. Trata-
se de trabalho combinado, esforços musculares dinâmicos e estáticos e realizado com a
utilização de vários equipamentos manuais (ROCHA, 2003).
Para Ferrari et al. (2004), os trabalhadores realizam tarefas que envolvem trabalho
manual e excessivo, como a limpeza de vidros, do chão, torção de panos, carregam baldes,
atividades estas, que são realizadas repetidamente durante uma única jornada de trabalho e
que são considerados fisicamente pesado.
Em um estudo com os trabalhadores de limpeza realizado no Hospital do Reino Unido,
foi identificada a alta prevalência de desconforto e dor músculo-esquelético, sendo que ficou
evidenciado que a presença de ferramentas inadequadas, repetitividade de tarefas, posturas e a
falta de organização do trabalho estavam associadas ao aumento dos problemas músculo-
esqueléticos (ROCHA, 2003).
18
CAPITULO II
O mais convincente dos argumentos, que se pode utilizar para demonstrar que a
atividade física constitui um importante instrumento de promoção da saúde e da
produtividade, é que vale a pena praticar exercícios físicos regularmente, em virtude dos
benefícios comprovados cientificamente (POLETTO e AMARAL, 2004).
A ginástica laboral (alongamentos) não é garantia do não-desenvolvimento do
distúrbio, mas é um ponto de partida imprescindível para a prevenção (YENG, 2001).
21
CAPITULO III
Para Palmer & Eplek (2000, p. 45), “a postura correta consiste no alinhamento do
corpo com eficiência biológica e biomecânica máximas, o que miniminiza os estresses e as
sobrecargas infligidas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade”.
A boa postura pode ser definida como a habilidade de manter o centro de massa
corporal em relação com a base de sustentação, a fim de evitar quedas e permitir a execução
correta dos movimentos (WESTCOTT et al., 1997).
A má postura pode ser causa de várias lesões. Cuidar da postura no trabalho, no lazer e
em casa, fazer caminhada e alongamentos são atitudes que promovem a saúde e ajudam a
combater as lesões posturais. Muitas pessoas são acometidas de dores no corpo,
principalmente nas costas, e somente depois de algum tempo percebem que sua postura estava
errada. A educação postural é algo que se deve buscar desde a infância, para evitar problemas
na idade adulta.
24
A avaliação postural envolve uma gama de fatores que a tornam complexa, como
características físicas do ambiente em que se vive, questões sócio-cultural e emocional,
sedentarismo, obesidade e outros. As práticas de atividades físicas também influenciam na
postura que podem causar desequilíbrios, gerando alterações de força, flexibilidade, equilíbrio
e coordenação motora, além de agir diretamente sobre o crescimento ósseo, de acordo com
João (2007).
a postura do indivíduo. O autor acredita que “pode ser possível eliminar ou minimizar
influências posturais desfavoráveis intrínsecas a atividades relacionadas com elas caso as
implicações posturais sejam conhecidas e sejam feitos os ajustes sempre que seja prático”.
É sabido que para a correção dos defeitos posturais é necessário aplicar medidas
terapêuticas paralelas às orientações posturais, que visem os fundamentos de um bom
alinhamento.
26
CAPITULO IV
Podemos notar que há relação intrínseca entre trabalho exercido e qualidade de vida
do trabalhador. É relevante citar que as doenças ocupacionais aparecem como fator
desencadeante para o declínio de uma série de fatores correlacionados, perpassando desde a
produção diária em seu ambiente de trabalho até o próprio convívio em sociedade.
Para Ferreira (2000), como a evolução deste marco inicial do incentivo à promoção da
saúde, multiplicaram-se estudos feitos nos mais variados países, que tinham por finalidade
demonstrar, por exemplo, a importância sanitária da doação de medidas de controle da
poluição ambiental e em locais de trabalho, da prevenção de acidentes em geral, vacinação,
realização de exames de rastreamento de doenças, e, finalmente, o papel dos profissionais de
saúde como agentes catalisadores da mudança do estilo de vida prejudiciais para a saúde de
seus clientes.
Para Rodrigues (1996), uma melhor qualidade de vida no trabalho quer dizer não
somente ter melhores condições materiais, mas também buscar melhores condições de ter
maior autonomia, participação, condições para o auto desenvolvimento, enfim, ter condições
de maior auto-realização.
Santos (2006), apud Thompson (1996), referem que a avaliação da qualidade de vida
através de questionários tem sido reconhecida como uma importante área do conhecimento
científico no campo da saúde. Isto porque os conceitos de saúde e qualidade de vida se
interpõem – considerados como satisfação e bem-estar nos âmbitos físico, psíquico,
socioeconômico e cultural – e a prioridade nos tratamentos de quaisquer doenças ou
síndromes tem sido cada vez mais, a busca pela saúde, em seu âmbito mais abrangente, e a
melhora da qualidade de vida. Neste sentido o uso de questionários de qualidade de vida
permite uma avaliação mais objetiva desta combinação de fatores subjetivos. Na prática
28
clínica, eles podem identificar os âmbitos mais influenciados por determinada síndrome e
avaliar a efetividade de uma intervenção e da análise de custo-utilidade do tratamento.
Estes instrumentos podem ser específicos ou genéricos. Os instrumentos específicos
são capazes de avaliar de forma particular, determinados aspectos da qualidade de vida,
próprios de uma população com uma determinada doença.
Já os instrumentos genéricos foram desenvolvidos com o objetivo de estudar a
qualidade de vida de indivíduos com qualquer patologia, ou mesmo de indivíduos saudáveis.
Muito utilizado, o Medical Outcomes Study 36-item Short-Form Health Survey (SF-
36), é um instrumento de medida de qualidade de vida desenvolvido no final dos anos 80 nos
Estados Unidos da America - EUA (VIACAVA, 2002). Este instrumento foi traduzido e
validado no Brasil para avaliar a qualidade de vida em pacientes com artrite reumatóide e
mostrou-se adequado às condições socioeconômicas e culturais da população brasileira, sendo
de fácil e rápida administração. (CICONELLI, 1999).
Martinez (2002), coloca que o SF-36 é um questionário genérico, com conceitos não
específicos para uma determinada idade, doença ou grupo de tratamento e que permite
comparações entre diferentes patologias e entre diferentes tratamentos. Considera a percepção
dos indivíduos quanto ao seu próprio estado de saúde e qualidade de vida contemplado os
aspectos mais representativos da saúde. É também de fácil administração e compreensão, do
tipo auto-aplicável.
O SF-36 foi criado a partir de uma revisão dos instrumentos ligados a qualidade de
vida já existentes na literatura nos últimos 20 anos, Ciconelli (1997). O SF-36 é um inventário
que avalia 8 aspectos distintos:
1. Capacidade Funcional (10 itens) os itens avaliam tanto a presença como a extensão das
limitações impostas à capacidade física (em 3 níveis: muita, pouca ou sem limitação);
2. Aspectos físicos (4 itens);
3. Aspectos emocionais (3 itens);
4. Dor (2 itens) foram baseados numa questão do SF-20 sobre a intensidade da dor, acrescida
de uma questão sobre a interferência da dor nas atividades da vida diária do paciente;
5. Estado Geral de Saúde (5 itens) derivados do questionário General Health Rating Index
(GHRI);
6. Vitalidade (4itens) considera tanto o nível de energia, como o de fadiga e foram derivados
do questionário de avaliação de Saúde Mental (Mental Health Inventory (MHI));
7. Aspectos Sociais (2 itens) analisam a integração do indivíduo em atividades sociais;
8. Saúde Mental (5 itens).
29
CAPITULO V
3. METODOLOGIA
3.3 AMOSTRA
Foram inclusos todos trabalhadores do setor de limpeza que são lotados no DECOM,
com idade entre 27 a 60 anos, do sexo masculino que aceitaram participar do estudo, e que
assinaram o TCLE (APÊNDICE 4).
Através dos questionários aplicados, foi possível trazer como beneficio aos
trabalhadores de limpeza informações sobre possíveis dores ocupacionais causadas pelo seu
trabalho, e assim mostrá-los como melhorar sua qualidade de vida para que não sejam
prejudicados futuramente, o qual pode ser criado um projeto futuro. Enquanto para as
pesquisadoras, o beneficio foi a ampliação de seus conhecimentos científicos.
34
4. RESULTADOS
50
40
30
20
10
0
Cervical MMSS Tronco MMII
Local da dor
Dor na cervical
Quanto as outras associações não verificou-se uma associação significativa entre fator
de risco e dor na cervical, visto que o p-valor > 0.05 (Tabela 3). Entretanto, foi observado que
100% dos entrevistados usam Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), mas apenas 67%
42
(12 trabalhadores) referem terem sido treinados para realizar o trabalho. Que o esforço físico
intenso ocorre em 100% dos trabalhadores que apresentam dor na cervical e essa percentagem
cai para 69.2% nos trabalhadores que não apresentam dor na cervical. Que para 80% dos
trabalhadores que apresentam outros tipos de algia, a dor ocorre no final do expediente, e essa
percentagem cai para 61.5% nos trabalhadores que não apresentam a dor, especificamente, na
cervical. Não há discordâncias significativas sobre o motivo da dor. Foi observado que os
movimentos de correr e pular são realizados por 100% dos trabalhadores entrevistados.
Para avaliar associação entre dor no MMSS e fator de risco (Tabela 4) foi aplicado o
Teste Exato de Fisher o qual não encontrou associação estatisticamente significante, visto que
para cada fator de risco o resultado do p-valor >0.05, considerado não significativo.
A avaliação da associação entre Qualidade de Vida e Dor no MMII (Tabela 10) não
foi possível a realização do teste estatístico de Mann-Whitney, devido à insuficiência de
dados, o qual não se aplica em amostra com menos de quatro indivíduos, pois poucos casos
(n=3) foram afirmativos de Dor no MMII. Entretanto destacaram-se as seguintes observações.
O domínio Capacidade Funcional apresentou os maiores escores medianos, e o domínio
Estado Geral de Saúde os piores escores.
49
5. DISCUSSÃO
influências que esses profissionais recebem em sua constituição física e emocional em função
do trabalho executado.
Pelo questionário de hábitos no trabalho demonstrou que mais da metade dos
trabalhadores do setor de limpeza indicou o tronco como o segmento corporal mais atingido
pelos sintomas osteomusculares.
Ainda que não tenha sido significativa a verificação da associação entre fatores de
risco e algias, esse fato não pode ser ignorado, uma vez que os trabalhadores de limpeza
costumam relatar queixas nas costas atribuídas à limpeza de janela (postura) e manuseios de
saco de lixo, afirmam (LINDEM & GUIMARÃES, 2001).
Sendo assim, o trabalho contínuo e repetitivo gera ao longo do tempo desequilíbrios
biomecânicos. Corroborando com Settimi e Silvestre (1995), os autores entendem que o
processo inflamatório atinge os grupos musculares mais solicitados, além de posturas viciosas
do tronco, e da impossibilidade da alternância de postura no decorrer do trabalho e a própria
organização do mesmo.
A prevalência de postura inadequada mantida por longo tempo, durante a jornada de
trabalho é fator que predispõem quadros de dor e desconforto ocorrendo injúrias e
impossibilitando muitas vezes a atuação efetiva do trabalhador. Muitos estudos têm sido
realizados para evidenciar os múltiplos fatores de risco, como causa importante de desordens
musculoesqueléticas relativas ao trabalho (MARRAS, 2000 apud FERRARI, 2004).
Deste modo Woods et al.(1999), compreende que devido a variedade de tarefas
empreendidas, realizando postura incômoda, força e insuficiência de repouso, os funcionários
da limpeza são mais suscetíveis as lesões músculo - esqueléticas.
Compreendemos que o trabalhador fadiga e lesiona seu tronco devido ao trabalho
estático ou com movimentos que se repetem, não havendo tempo para se recuperar após uma
contração, deixando-os vulneráveis as DORT’S. Também, não se podem ignorar os empregos
anteriores, nos quais dos 8 (oito) funcionários que estão há menos de um ano trabalhando no
DECOM, 7 (sete) relataram que anteriormente trabalhavam em serviços como pedreiro, setor
de limpeza hospitalar, carregador de madeira e cozinheiro. Tarefas consideradas pesadas,
repetitivas, e muitas vezes com uso de equipamentos e imobiliários inadequados as
especificidades da estrutura física de cada indivíduo.
Embora este estudo não tenha como objetivo investigar o passado em outros
empregos, o estilo de vida adotado por cada um e a condição Sócio-econômica, é essencial
ressaltar que quanto mais baixo o nível de escolaridade, maior a probabilidade de conquistar
empregos que exijam mais força braçal, do que intelectual, assim como menor a renda per
52
capta, pressupondo que tais indivíduos recebam um salário vil, e, portanto com poucas
condições de buscar tratamentos para seus problemas de saúde, bem como adotar medidas
como comprar um bom colchão, trocá-lo no período adequado, deitar e levantar corretamente
da cama.
Para verificar as diferenças entre os trabalhadores estudados, foram avaliadas as
médias dos domínios do SF-36 de acordo com a presença ou ausência de sintomas
osteomusculares encontrados no questionário de hábitos no trabalho. Quando avaliada a
associação entre Domínio e Dor no tronco os Aspectos Sociais do trabalhador mostraram-se
prejudicados em função da dor.
Esta correlação nos mostra que estes indivíduos deixam de freqüentar eventos sociais
como: sair com a família, com os amigos e outros, devido à dor que o desestimula a
sociabilidade, além de presumível que possa ser uma atitude que vise se preservar para
atividade laboral. Tal situação pode pressupor que este trabalhador tenha um
comprometimento na qualidade do sono, conseqüentemente no humor e nas relações afetivas.
Quando se refere à dor na cervical verificou-se que a prevalência foi de 27.8%. Dentre
todas as verificações das associações de dor na cervical e fatores de risco, observou-se uma
associação significativa (p-valor=0.0474*) entre Outra ocupação e Dor na cervical mostrando
que a dor influencia os indivíduos com outras ocupações.
Acredita-se, que aqueles trabalhadores que apontaram como fator de risco para dor na
cervical seja o fato de possuir outra ocupação, como pedreiro, eletricista, borracheiro, vigia
entre outros relatados em conversas informais, seja diariamente ou nos fins de semana,
pressupõe-se que tal indivíduo possui uma carga de tensão emocional maior, visto que a
jornada de trabalho é dupla, a preocupação em se manter no emprego, além de concluir, que
este trabalhador, muito provavelmente possui outra ocupação para completar a renda mensal,
a qual sustenta a família.
Portanto, além da má postura, a dor na cervical também pode ter um fundo emocional
motivador – o estresse. Por apresentar grande mobilidade em relação ao restante da coluna, a
região cervical está mais sujeita a dor e contraturas musculares e episódios de alta tensão
psicológica.
Os músculos localizados atrás, na cervical têm de estar sempre tensos para suportar a
parte de cima do corpo. Mas, quando eles trabalham além da conta, sofrendo contrações
constantes de fundo nervoso, a dor é inevitável. Inclusive, pode ser irradiado para os ombros
ou ainda resultar em dor de cabeça.
53
Martarello e Benatti (2009), onde afirmam que os Distúrbios osteomusculares causados pelo
desgaste comprometem a potencialidade de saúde dos trabalhadores.
É comum a presença de dor nos membros inferiores devido a uma jornada de trabalho
que exige algumas horas de caminhada e sustentação na postura ortostática. Em seus estudos,
SANTOS(1995) observou que as regiões de maior incidência de dor nos membros inferiores
foram tornozelos, pé e joelho.
Em um trabalho realizado com profissionais do setor de enfermagem franceses e
belgas, foi relatado que caminhavam cerca de 4 a 7 km por dia na unidade (ESTRYNBEHAR,
1996). Da mesma forma, os participantes do presente estudo realizam longas caminhadas
durante sua jornada de trabalho, visto que as dependências dos campus da Universidade da
Amazônia analisados, são amplos e comportam várias salas. Outro fato a ser notado é que os
avaliados apontaram como movimento de correr e pular como os mais executados, porém,
acredita-se que os pesquisados não compreenderam o teor da pergunta, uma vez que, em suas
atividades laborais aparentemente não realizam tais movimentos.
Na associação entre Dor no MMII e Qualidade de Vida não houve significância
estatística. Porém o Estado Geral de Saúde em três pesquisados mostrou-se precário, no qual
apresentou mediana 25.
Para a maioria dos domínios tanto do questionário de hábitos de trabalho, quanto do
SF-36, não foi significativo, pois o p-valor >0.05 não é considerado significativo.
Sabe-se que o trabalho de limpeza exige grande esforço corporal, o que implicaria em
um bom preparo físico, boa alimentação e orientações posturais para melhor executar a
atividade laboral. Mesmo participando de treinamento, ao assumir a função e anualmente, foi
possível perceber que não há orientações posturais corretas no trabalho, no intuito de prevenir
lesões, segundo informações colidas por meio de questionário e conversa informal.
Portanto, não se pode descartar nenhum dos domínios da pesquisa, visto que cada um
pode contribuir para o surgimento de doenças músculos – esqueléticas em menor ou maior
grau variando de individuo para individuo.
Na avaliação dos resultados obtidos através do Questionário SF-36, aplicado nos
trabalhadores de limpeza, foram observados escores médio, em geral, acima de 50 para a
maioria dos domínios. Considerando-se que o escore em cada domínio pode variar de zero a
100, os resultados demonstram valores médios elevados na grande maioria dos domínios
analisados. Os Aspectos Emocionais apresentou a maior pontuação e Estado Geral de saúde,
Vitalidade e Dor, as menores pontuações.
55
6. CONCLUSÃO
O estudo identificou que a maioria dos entrevistados sente dor fraca, porém não
inviabiliza o trabalho e não influencia na sua qualidade de vida. Verificou-se que esses
trabalhadores possuem consciência que há um grande desgaste físico para execução de suas
atividades, e que tal situação pode predispor ao surgimento de dores e lesões músculo –
esquelética.
Portanto, o uso de força excessiva, posturas inadequadas e repetitividade de
movimentos, são fatores de que podem se associar a curto e longo prazo à piora da qualidade
de vida e redução da produtividade.
Diante disso, são necessárias mudanças significativas no que diz respeito à
organização do trabalho, para que se possa realizar as tarefas sem causar danos à saúde dos
trabalhadores, sendo necessário considerar as especificidades de cada individuo.
57
7. BIBLIOGRAFIA
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YENG, Lin Tchia et al. in LIANZA, Sergio. Medicina de Reabilitação. 3º ed. Guanabara
Koogan, Rio de Janeiro: 2001.
64
8. APÊNDICE
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
______________________________________________________
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
______________________________________________________
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE FISIOTERAPIA
VIDA” das alunas do 7° semestre da Universidade da Amazônia, Maiara Serra Maia, Mayra
Silva Ferreira e Nayana Mota Carvalho, trabalhadores da limpeza com o intuito de auferir
de curso.
Atenciosamente,
___________________________
JOSÉ ANTÔNIO LIMA
67
Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa acima citado. O documento
abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua
colaboração neste estudo será de muita importância para nós, mas se desistir a qualquer
momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.
Eu, ___________________________, residente e domiciliado na ______________________,
portador da Cédula de identidade, RG ____________ , e inscrito no CPF_________________
nascido (a) em _____ / _____ /_______ , abaixo assinado (a), concordo de livre e espontânea
vontade em participar como voluntário (a) do estudo “ANÁLISE DE FATORES DE
RISCO PARA DORES OSTEOMIOARTICULARES EM TRABALHADORES DO
SETOR DE LIMPEZA NA UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA: UMA CORRELAÇÃO
COM A QUALIDADE DE VIDA”.
I) Essa pesquisa terá como objetivo analisar os fatores de risco para dores
osteomioarticulares em trabalhadores do setor de limpeza da Universidade da Amazônia e
relacionar com a qualidade de vida.
II) Os dados serão coletados no Departamento de Conservação e Limpeza da
Universidade da Amazônia através de questionários, o primeiro possui perguntas
relacionadas com a rotina de trabalho, fatores que podem ou não influenciar para o
desenvolvimento de dores osteomioarticulares. Já o segundo questionário relacionado com
a qualidade de vida o SF-36 é um questionário multidimensional formado por 36 itens.
III) Não sou obrigado a responder as perguntas realizadas no questionário de avaliação;
IV) A participação neste projeto não tem objetivo de me submeter a um tratamento, bem
como não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos médico-clínico-
terapêutico efetuados com o estudo;
68
Belém, de de 2009.
Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.
.........................................................................
Assinatura do participante
Testemunha 1 : _______________________________________________
Nome / RG / Telefone
Testemunha 2 : ___________________________________________________
Nome / RG / Telefone
1) Nome:
2) Idade:
3) Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
4) Estado civil: ( ) Solteiro(a) ( ) Casado(a) ( ) Viúvo(a)
5) Nível de escolaridade:
( ) Sem escolaridade
( ) Ensino superior
( ) 1 a 2 anos
( ) 2 a 3 anos
( ) 3 anos ou mais
( ) Agachar-se
( ) Correr
( ) Pular
( ) Varrer
( ) Carregar peso
( ) Subir e descer escadas
28) Pela empresa empregadora, você possui acesso a:
( ) Assistência médica integral ( ) Exames de saúde periódicos
( ) Palestras sobre a saúde do trabalhador ( ) Vacinação contra doenças infecto-
contagiosas
29) Já fez algum tratamento? Sim ( ) Não ( )
30) Faz o uso de algum remédio para diminuir a dor? Sim ( ) Não ( )
31) Você dorme bem? Sim ( ) Não ( )
72
9. ANEXO
2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua saúde em geral, agora?
Muito Melhor (1); Um Pouco Melhor (2); Quase a Mesma(3); Um Pouco
Pior(4); Muito Pior(5)
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia
comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso,
quando?
4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com
alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho 1 2
ou a outras atividades?
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2
d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. 1 2
necessitou de um esforço extra).
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou
outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir
deprimido ou ansioso)?
Sim Não
a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho 1 2
ou a outras atividades?
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais
interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?
7- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o
trabalho dentro de casa)?
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8- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as
últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor, dê uma resposta que mais se aproxime de
maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.
9- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas
emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
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Todo A maior parte do Alguma parte do Uma pequena parte Nenhuma parte do
Tempo tempo tempo do tempo tempo
1 2 3 4 5
11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?
A
maioria A maioria Definitiv
Não a-
Definitivamente das vezes das vezes
sei mente
verdadeiro verdadeir falso falso
o
a) Eu costumo obedecer um
pouco mais facilmente que as 1 2 3 4 5
outras pessoas.
b) Eu sou tão saudável quanto
1 2 3 4 5
qualquer pessoa que eu conheço
c) Eu acho que a minha saúde
vai piorar. 1 2 3 4 5