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O ESCARAVELHO DO DIABO

Na pacata cidade de Vista Alegre, em uma noite até então tranquila, Hugo, um jovem
garanhão de dezoito anos com várias sardas no rosto e uma cabeleira cor-de-fogo, se
preparava para um baile que iria ocorrer àquela noite mesmo, quando Alberto, seu irmão,
vem chegando com um pacote nas mãos. Hugo, inocente, abriu o pacote, pensando ser de
alguma admiradora sua. Porém, o conteúdo da caixinha era um tanto estranha. Um besouro.
Os irmãos apenas ignoraram o pacote e saíram para o baile. Alberto, estudante de medicina
sairia do baile mais cedo pois seu exame seria daqui a dois dias e ele gostaria de repassar
uns pontos importantes.
No dia seguinte, já passava das dez horas e Hugo não havia saído da cama. Alberto,
achando estranho a demora de seu irmão, arrombou a a porta e teve uma grande surpresa.
Seu irmão se encontrava morto, com uma espada cravada no lado esquerdo de seu peito.
Alberto telefonou para à polícia e para o hospital rapidamente e depois de umas horas, a
casa estava cheia com amigos, parentes, policiais e médicos.
Os policiais anotaram o que precisavam e se retiraram, assim como os paramédicos,
que levaram o corpo de Hugo para o hospital à fim de fazer autópsia. Alberto, jurou para si
mesmo que resolveria o caso do irmão de qualquer jeito.
Cora O'Shea, uma irlandesa, fez de sua casa fonte de renda, aceitando alguns
inquilinos. Seu marido morrera à dez anos deixando o pequeno Clarence, um pequenino
garoto ruivo e com muitas sardas no rosto, para criar.
Dentre os inquilinos de Mrs. O'Shea estavam, Mr. Graz, suíço e professor de francês,
Mr. Gedeon, do ramo de artigos ortopédicos e Verônica, estudante de música, morava
naquela casa desde seus quinze anos de idade.
Alberto correu para poder alcançar o ônibus e... alcançou. Entrou, demasiado feliz, e
foi logo sentando. Torcia para que o ônibus fosse mais rápido, pois faria uma autópsia neste
dia. O motorista parecia adivinhar e tocava o carro a toda velocidade.
Em uma curva muito fechada, o chofer jogou o ônibus em um poste e todos os
passageiros começavam a protestar. Enquanto isso, Alberto se encontrava examinando
atentamente um desenho de meia página em uma revista que fora atirada em seus pés. Sem
ligar para a confusão, Alberto pegou a revista e saiu do ônibus calmamente, chocado com o
que viu na revista.
Acontece que, na revista se encontrava a imagem de um besouro idêntico ao que
Hugo havia ganhado. E o que mais assustou Alberto foi o nome do bicho. “Phanaeus ensifer”
que significa “portador de espada”.
Alberto, pensando ser uma simples coincidência, ignorou a história do besouro e
seguiu com a vida.
Alguns dias se passaram e nada aconteceu. Nenhuma digital foi encontrada e todos
os suspeitos descartados.
Na casa de Cora O'Shea estava tendo uma festa. Uma pianista tocava “A grande
sonata em Fá Sustenido” enquanto os hóspedes assistiam. Clarence, aborrecido bocejava e
sua mãe, Mrs. O'Shea, assistia ao concerto particular. Após um tempinho, Cora chegou mais
perto de seu filho perguntando se estava bem, pois havia pego um resfriado. Clarence subiu
para seu quarto pegou as pílulas que tomava para sarar, desceu para a cozinha, pois água
no copo e, por fim, tomou os dois em um gole. Nem se passaram uns segundos e Clarence
já estava gritando de desespero. Todos foram acudir mas já era tarde, Clarence havia
morrido.
Depois e uma confusão, um dos convidados, que era médico, constatou que Clarence
havia morrido por colapso cardíaco.
No dia seguinte, descobriram que Clarence havia recebido seu besouro também, em
um pacote parecido com o de Hugo. Alberto já não mais achava ser uma mera coincidência,
achava estranho e resolveu averiguar o besouro de Clarence. Foi à biblioteca e pegou o
primeiro livro que viu sobre entomologia. Não encontrou nada. Resolveu então mandar ao
Museu de História Natural do Rio de Janeiro para o chefe da seção de entomologia dar uma
olhada. A resposta chegou quinze dias depois. “Hipophenemus toxicodendri”. A palavra
“Toxicodendri” ficou gravada na cabeça de Alberto, que achou esquisito, pois se tratava de
entoxicação.
Nada aconteceu por um tempo em Vista Alegre, os policiais continuaram a procurar
pistas nos casos de Hugo e Clarence mas, por enquanto, nada havia sido resolvido.
Até que um dia, em um musical no teatro da cidade, Maria Fernanda, uma ruiva
lindíssima, no ato final da peça cai no chão e não se levanta mais. O único médico de
plantão chega mais perto para examinar e, mais uma vez, constata morte. Além disso, o
médico mostra ao Inspetor Pimentel uma pequena seta, encontrada no pescoço da vítima.
Alberto, que assistia à peça, foi falar com o inspetor Pimentel à fim de procurar explicações.
Depois de estar a par de tudo, Alberto, junto do Inspetor Pimentel, vão dar uma olhadela no
camarim de Maria Fernanda. O Inspetor, sem saber o que Alberto procurava, ficou apenas
olhando o rapaz revirar tudo.
Depois de uma longa procura que não serviu para nada, Alberto resolveu procurar o
escravelho debaixo da janela do camarim da Maria Fernanda. Atento ao chão, Alberto escuta
um “crec” e sente algo embaixo de seu sapato. No ato, Alberto soube o que era. Um besouro.
Agora Alberto não tinha mais dúvidas. Não eram coincidências.
No dia seguinte, o Inspetor Pimentel já conversava com o Entomologista-chefe do
Museu de História Natural do Rio de Janeiro. O entomologista havia afirmado que o bicho se
chamava “Onthophagus sagittarius”. O Inspetor observou que “Sagittarius” significa seta.
Neste exato momento, Alberto e o Inspetor saíram correndo do museu. Já não
restavam dúvidas, o assassino dos três era o mesmo.
Alberto procurou avisar a todos os ruivos naturais e que também tinham sardas no
rosto para tomar cuidado, e, ligar para a polícia caso recebessem algum tipo de besouro. Na
cidade só restavam mais dois ruivos. Padre Afonso e Rachel Saturnino. Esta última, amiga
de Alberto.
Na semana seguinte, uma noticia dada no jornal assustou todos. Um galo raro foi
estrangulado e depenado no zoológico de Vista Alegre. O Inspetor foi dar uma olhada no
caso mas não retirou nenhuma pista interessante de lá, exceto o fato do galo ter penas cor-
de-fogo.
Alberto tinha motivos o suficiente para desconfiar de um dos inquilinos de Mrs. O'Shea
e, portanto, armou um jantar na casa da irlandesa. No meio da janta, Alberto cita que anda
colecionando alguns besouros e todos presentes, incluindo o cozinheiro e a copeira, Elza,
ficam empalidecidos e perturbados. O jantar termina e Alberto volta para casa querendo
descansar.
No dia seguinte o carteiro chega com um pacote para Alberto, que abre-o sem
preocupações, já que não era ruivo nem nada. Porém o que havia dentro do pacote era um
besouro sim. Um besouro de papelão e um bilhete dizendo: “SILÊNCIO”.
Uma chuva impressionantemente alastradora ataca a cidade de Vista Alegre causando
vários estragos. O carteiro, sem querer tropeça e derrua sua sacola na rua parcialmente
alagada. Um pacote, endereçado à Rachel sai boiando e perde-se, dento de um bueiro.
Rachel Saturnino, depois de um encontro secreto com seu amante, sai do parque,
escuro, em direção à sua casa, quando um bicho estranho, de corpo humano mas cara e
mãos de besouro ataca ela. Um médico que estava indo atender a um chamado ouve o grito
de Rachel e vai acudi-la. Por sorte, os médicos conseguem salvar Rachel com êxito.
Quando Alberto soube, foi correndo ao hospital para ver se conseguia algo quanto ao
caso e também para ver se sua amiga estava bem. Chegando lá, Alberto tenta conversar
com Rachel, porém, Rachel se encontrava em estado de choque e não falava coisa com
coisa. Sendo assim, Alberto nada conseguiu.
As atenções agora estavam todas voltadas para o Padre Afonso. O Inspetor Pimentel,
por sua vez, mandou “secretas” de sua confiança espionarem o padre para maior segurança.
Enquanto isso, na casa de Mrs. O'Shea um saco com seis besouros é encontrado nas
coisas de Verônica por Elza, a copeira. Verônica foi indagada pelo Inspetor Pimentel e por
Alberto. Ela dizia-se inocente com tamanha sinceridade nos olhos que os dois acreditaram
na palavra de Verônica.
Na noite seguinte, Alberto, que mantinha um caso com Verônica, estava
acompanhando a mesma na volta a casa de Mrs. O'Shea, que acabara de sair de sua aula
de música, quando ao virar de uma esquina uma sombra como a que Rachel dizia ter visto
aparece projetada no muro na frente de Alberto. Ele dá um tiro na coisa que produzia a
sombra mas erra e sai correndo, deixando Verônica na mão dos vizinhos que haviam
aparecido na janela por causa do barulho do tiro. O primeiro lugar que Alberto visita é a casa
de Mrs. O'Shea e vai passando de quarto em quarto para ver se todos se encontravam lá
naquele instante. Por fim, constata-se que todos estavam na casa naquela hora.
No dia seguinte, Alberto acorda gripado e recebe um pacote, maior, em sua correspon-
dência. Dentro do pacote, se encontrava uma luva e uma máscara, ambos costurados
grosseiramente, de besouro. Dentro do pacote se encontrava um bilhete dizendo: “Para
poupar seu trabalho, com os comprimentos do... 'Inseto'”.
Um mês se passou e nada de suspeito aconteceu. Alberto havia recebido uma carta
de Verônica dizendo que ela havia saído da cidade, assim, se algo acontecesse não
poderiam culpá-la.
Agora só restava o padre de ruivo e sardento na cidade. Este se encontrava em um
mosteiro, no alto da montanha onde um amigo frade morava. O amigo do padre, certa noite,
entregou-lhe um pacote. Ao abrir o padre viu que era um besouro e ficou atordoado. Foi
correndo ligar para a polícia mas a linha estava ruim. Acontece que no dia anterior um outra
chuva havia abalado às estruturas da cidadezinha, logo, quase nenhum telefone funcionava.
O padre então resolveu entregar o besouro ao amigo e disse-lhe que desse-o a
Alberto para que cuidasse do resto. O frade, assim, deixou o mosteiro em direção à cidade.
Uma hora depois, a polícia foi alertada e todos foram correndo para o mosteiro.
Quando estavam quase chegando, um clarão chamou a atenção de todo mundo. O mosteiro
estava pegando fogo.
Já não havia mais o que fazer, quando os bombeiros terminaram de apagar o
incêndio, viram o corpo carbonizado do padre estendido no chão junto a um outro, o de Mr.
Graz.
Cinco anos se passaram. O caso continuava à tona, mas, porém, nada de suspeito
acontecia há tempos na cidade. A história toda foi arquivada pela polícia na pasta dos casos
sem solução. Mr. Gedeon foi transferido à capital de outro estado e Verônica havia viajado
para ficar com seu irmão, que não permitia que a irmã saísse de sua companhia. Alberto
terminou o curso especializando-se em cardiologia. Mudou-se então para a França onde foi
trabalhar ao lado do mais famoso cardiologista do país, o Doutor Jean Renaud. Quanto à
Cora, mudou-se definitivamente para Inglaterra indo morar com Marmanduke, em Londres.
Em um jantar pago pelo Doutor Renaud, Alberto conhece um dos mais famosos
psiquiatras da Europa, o Professor Kurt von Ritcher. O brasileiro e o médico fizeram tão boa
camaradagem que combinaram uma ceia em um restaurante chinês.
No jantar, Alberto, falando de Verônica, mostra uma foto da moça que havia ampliado
de uma foto em grupo na pensão de Mrs. O'Shea e desde então guardava na carteira. O
professor, reconhece Mr. Graz. Só que ele não conhecia o homem com este nome e sim com
o nome de Rudolf Bartels. Alberto quis saber de onde o Professor conhecia Mr. Graz, agora
chamado de Rudolf Bartels.
O Professor começou a explicar. Desde cedo, Bartels adorava entomologia. Ele havia
dedicado sua vida inteira à isso. Bartels vivia dentro de seu escritório, classificando e
estudando a vida dos besouros. Um dia, em uma de suas excursões, Rudolf descobriu uma
nova espécie de besouro vermelho com dois chifres e de um gênero ainda não descrito.
Batizou-o então de “Ignicornius diabolicus”, devido a seu aspecto demoníaco. No dia em que
Bartels iria apresentar sua preciosa descoberta, dentro da caixa na qual deveria estar o
besoura, nada se encontrava. Bartels então desmaiou ali mesmo. Quando recobrou a
consciência, começou a mostrar indícios de perturbação mental. Desinteressou-se de tudo e
de todos, obcecado apensa em descobrir quem havia lhe pregado a peça. No fim à policia
alemã descobrira que havia sido Hans Schultz, o auxiliar de Rudolf nas pesquisas, o autor da
pegadinha. O motivo era pura inveja. Ele simplesmente não suportava a vitória de Bartels,
descobrindo o besouro vermelho. Ao saber que foi seu assistente o responsável, o estado de
loucura de Bartels agravou-se: Na primeira oportunidade, Rudolf avançou sobre Hans e
estrangulou-o. Depois disso Rudolf sofreu uma espécie de desmaio do qual acordou
completamente alterado. Já não era mais o mesmo homem. Desconheceu os amigos e
começou a pronunciar frases estranhas, dizendo-se professor de línguas. Os psiquiatras
chegaram a conclusão de que se tratava de um caso de amnésia.
Alberto perguntou ao professor como era, fisicamente, o assistente de Rudolf. O
professor lhe respondeu que Hans era alto, cabelos cor de fogo e rosto sardento. Ele
destacou também que Bartels havia desenvolvido algumas fobias como à aversão a pessoas
com a mesma característica de seu assistente.
Satisfeito, Alberto encerrou a ceia e foi para seu quarto no hotel. Relembrando tudo o
que acontecera e pondo Mr. Graz como o autor dos fatos. Tudo encaixava-se perfeitamente.
Alberto decidira então voltar ao Brasil para esclarecer tudo para o Inspetor Pimentel que logo
deu o caso como encerrado.
Então, no jornal foi dada a notícia sobre a resolução do caso que fez Alberto sentir-se
mais confortável.
Depois de tudo resolvido, Alberto foi falar com Verônica. Ela, que não queria mais falar
com ele pois Alberto tinha desconfiado de Verônica nos tempos de caso aberto, abriu uma
exceção e aceitou o convite para cear, proposto por Alberto.
Um ano mais tarde, Verônica estava tendo um filho de Alberto que ao ver a cabeleira
cor-de-fogo, resolver dar o nome de Hugo ao filho.

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