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FLORESTAN FERNANDES (1920-1995)

Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, formando-se


em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor
Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e
Política, obteve o título de mestre com a dissertação A organização social dos
Tupinambá. Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, a
tese de doutoramento A função social da guerra na sociedade tupinambá ,
posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora com
maestria o método funcionalista.

Uma linha de trabalho característica dos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-
metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação
da sociologia como ciência serão, posteriormente, reunidos no livro Fundamentos
empíricos da explicação sociológica. Seu comprometimento intelectual com o
desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção
do país na civilização moderna, cientifica e tecnológica, situa sua marcante atuação na
Campanha de Defesa da Escola Pública, em finais da década, em prol do ensino
público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.

Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira
de Sociologia I, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter
interino ate 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese A integração do negro
na sociedade de classes. Como o titulo da obra permite entrever, o período caracteriza-
se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um
programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira.
Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de
industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento
capitalista. Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e,
posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada
pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a
questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao
desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do
capitalismo monopolista.

Aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em 1969, foi Visiting Scholar na


Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting
Professor na Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Em 1975, veio a público a obra A revolução
burguesa no Brasil , que renova radicalmente concepções tradicionais e
contemporâneas da burguesia e do desenvolvimento do capitalismo no país, em uma
análise tecida com diferentes perspectivas teóricas da sociologia, que faz dialogar
problemas formulados em tom weberiano com interpretações alinhadas a dialética
marxista. No inicio de 1979, retornou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, agora reformada, para um curso de férias sobre a experiência socialista em
Cuba, a convite dos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Em suas
analises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do marxismo clássico
e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do
dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda. Em 1986 e em 1990, foi
eleito deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores. Tendo colaborado com a Folha
de S. Paulo desde a década de 40, passou, em junho de 1989, a ter uma coluna semanal
nesse jornal.

O nome de Florestan Fernandes esta obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica


no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de
cinqüenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no pais e estabeleceu
um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um
novo padrão de atuação intelectual.

Profa. Sylvia Gemignani Garcia


Departamento de Sociologia - FFLCH/USP

CRONOLOGIA

1920 Nascimento em São Paulo


Ingresso no curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia,
1941
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
1944 Licenciatura do curso de Ciências Sociais
Ingresso no curso de pós-graduação em Sociologia e Antropologia na
1945
Escola de Sociologia e Política de São Paulo
Início da carreira docente, como assistente do Professor Fernando de
Azevedo, na cadeira de Sociologia II da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
Título de Mestre em Ciências Sociais pela Escola de Sociologia e
1947 Política de São Paulo com o trabalho A Organização Social dos
Tupinambá
Título de Doutor em Ciências (Sociologia) na Faculdade de Filosofia,
1951 Ciências e Letras da Universidade de São Paulo com a tese A Função
Social da Guerra na Sociedade Tupinambá
Título de Livre - Docente na cadeira de Sociologia I da Faculdade de
1953 Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo com a tese
Ensaio sobre o Método de Interpretação Funcionalista na Sociologia
Catedrático na cadeira de Sociologia I da Faculdade de Filosofia,
1964 Ciências e Letras da Universidade de São Paulo com a tese A
Integração do Negro na Sociedade de Classes
1965-1966 Visiting Scholar na Universidade de Colúmbia (EUA)
Afastado da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, sob
1969
aposentadoria compulsória, com base no Ato Institucional nº 5
1969-1972 Professor Titular na Universidade de Toronto (Canadá)
1977 Visiting Professor da Universidade de Yale
Ingresso como professor na Pontifícia Universidade Católica de São
1978
Paulo
Retorno à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da
1979
Universidade de São Paulo para um curso de férias
Título de Professor Emérito pela Faculdade de Filosofia, Letras e
1985
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
1986 Filiação ao Partido do Trabalhadores
Eleito deputado federal
Início de uma coluna semanal no jornal Folha de São Paulo, para o
1989
qual colaborou desde a década de 1940
1990 Segundo mandato de deputado federal
1995 Falecimento em São Paulo

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