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Metropolitanas
em debate
A crise vigente no País de 1982 a 2002 agravou essa situação. O crescimento da economia e a geração de empregos nos últimos
O período registrou baixo crescimento econômico, elevadas oito anos, apesar do forte impacto nas regiões metropolitanas,
taxas de desemprego e aumento da precarização das moradias, como a de São Paulo, não foram suficientes para resolver os
o que demandou dos municípios, em particular os das regiões problemas acumulados ao longo de décadas (1964 a 1980) e de
metropolitanas, maiores gastos nas áreas sociais. Situação estagnação econômica (1982 a 2002).
Além da economia aquecida, são necessárias intervenções transportes, de saúde, de segurança, de habitação e as
regionais para aproveitar melhor as possibilidades abertas com prioridades de investimento na economia, no âmbito
o crescimento econômico, com destaque para o aumento do regional; b) poder de definir a execução financeira;
mercado interno com novos milhões de cidadãos incorporados
à massa de consumidores. 3. D
eve contar com orçamento regular como parte do orçamento
do Estado, além de recursos da União nas áreas definidas de
O modelo das Regiões Metropolitanas da Baixada Santista, interesse comum;
Campinas e o proposto no PL referente à RMSP, enviado à
Assembleia Legislativa pelo Governo do Estado em 2004, não são 4. A gestão executiva deve ser compartilhada pelos municípios,
capazes de solucionar os problemas antes apontados. As razões com poder majoritário, por representação do Estado e garantido
decorrem da não criação de uma estrutura real de poder regional, assento da União;
com capacidade de decisão e de implementação de ações
5. U
m ente regional que conte com participação da sociedade,
de forma autônoma, da inexistência de uma fonte de recursos
centrada na representação partidária obtidas nas eleições
previsível e permanente para a gestão dos problemas regionais.
regionais, ou seja, um conselho regional que respeite a decisão
O desinteresse manifesto por parte de municípios tem estas do eleitorado para maior equilíbrio proporcional às populações
causas como determinantes, pois ninguém quer perder tempo e suas manifestações nas urnas.
com fóruns de reduzida capacidade de decisão e intervenção.
As regiões criadas não têm poder nem para arbitrar pequenos Na leitura desta publicação, os interessados encontrarão
problemas de fronteira, como a construção de pontes ou linhas de informações muito úteis sobre o marco regulatório acerca das
ônibus entre duas cidades conturbadas, entre outros. RMs, seus aspectos históricos e atuais, bem como esmiúça a
situação das RMs de Brasília, da Baixada Santista e de Campinas
Cinco características devem ser levadas em conta no debate com e da RMSP, contribuindo para a construção de formulações sobre
vistas à criação da RMSP: tão importante tema.
1. Deve ser concebida como estrutura para tratar problemas/ Abril de 2011
temas comuns à maioria dos 39 municípios com ações de
médio e longo prazo, com ênfase na gestão de transportes,
política habitacional, saneamento, segurança pública, saúde e Ubiratan de Paula Santos
desenvolvimento econômico; É médico, foi secretário de Governo da Prefeitura de
2. T er autonomia ou poder de decisão sobre temas prioritários Santos (Gestão David Capistrano - 1993 a 1996) e chefe
de Gabinete da Secretaria de Governo da Prefeitura do
e de mediação de quaisquer intervenções do Estado ou Município de São Paulo (Gestão Marta Suplicy/secretário
União nestes municípios, excetuando os dispositivos Rui Falcão - 2001 a 2004)
constitucionais. Isto significa: a) definir a política de
O Codegran, Conselho Deliberativo da Grande São Paulo, o Norte: Arujá, Caieiras, Cajamar, Francisco Morato, Franco da
Consulti, o Conselho Consultivo Metropolitano de Desenvolvimento Rocha, Guarulhos, Mairiporã e Santa Isabel;
Integrado da Grande São Paulo e do Fundo Metropolitano, e o Leste: Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema,
Fumefi, o Fundo Metropolitano de Financiamento e Investimentos. Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano;
O Codegran, decisório, será composto pelos secretários de Sul: Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo
economia e planejamento – que assume a Presidência do André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul;
Conselho –, o de serviços e obras públicas e o dos transportes,
além dos outros dois conselheiros nomeados conforme a regra Oeste: Barueri, Carapicuíba, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da
federal anteriormente definida. Serra, Itapevi, Jandira, Juquitiba, Osasco, Pirapora do Bom Jesus,
Santana de Parnaíba e Taboão da Serra.
Dessa forma, o Executivo paulista preside há 37 anos, o Codegran
e o Consulti, através dos seus governadores e secretários. O Por sua vez, o Consulti seguiu sendo presidido pelo governador
primeiro deles foi Laudo Natel e o então secretário de Economia do Estado e composto por cada um dos 37 prefeitos, sendo que
e Planejamento, Sergio Baptista Zaccarelli. A seguir, figuraram o da capital paulista havia sido nomeado pelo próprio chefe do
em tais cargos, Paulo Egydio Martins e seu secretário dos Executivo. Apenas sua secretaria-geral seria, agora, exercida pelo
Negócios Metropolitanos, Rogério Cerqueira César. secretário dos Negócios Metropolitanos.
Paulo Egydio, em decreto de 1977, criou o Sistema de Ambos os Conselhos continuam assim conformados até hoje.
Planejamento e Administração Metropolitana para coordenar No trajeto, houve apenas modificações em relação à pasta do
o último rumo apontado pela Lei Complementar de 1994 no Esta segunda fase da história da RMSP ainda inclui uma iniciativa
que diz respeito a regiões metropolitanas é a consagração da até hoje inacabada de reorganizá-la institucionalmente. Trata-se
regionalização orçamentária na distribuição dos recursos do do projeto de lei complementar de número 6, apresentado pelo
Estado. Até hoje, porém, somente os planos plurianuais foram mesmo governador Geraldo Alckmin em junho de 2005.
dotados dessa virtude. Tanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias Sua proposta é a de criar o Conselho de Desenvolvimento e
e o orçamento programa anual rezam, até hoje, pela cartilha autorizar o Poder Executivo a instituir o Fundo de Desenvolvimento
tradicional, em que a territorialidade nada define, mas apenas da Região Metropolitana de São Paulo além de entidade
e tão somente a setorialidade ou função setorial. autárquica. A iniciativa se remete ao artigo 25 da Constituição
A rodovia legislativa apontava para rumo significativamente Federal de 1988, aos artigos 152 e 158 da Constituição do
desvinculado do caminho trilhado pela gestão Mario Covas que Estado de 1989 e à lei complementar 760 de 1994 que, a esta
privilegiou a ótica setorial ao atrelar a RMSP aos Transportes altura, já contava 11 anos de vida.
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O que está em jogo na Assembleia Legislativa quanto à Antes disso, apenas o Fumefi foi objeto de alteração legal,
reorganização da RMSP à luz da legislação maior em vigor é fazê- quando a discussão do PLC 6 já havia entrado em hibernação
la ou não com maior participação decisória da população; fazê-la na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa.
ou não com garantia de recursos orçamentários que viabilizem, O fundo, por decreto assinado em 7 de novembro de 2008
de fato, a execução do discutido, deliberado e planejado pelas pelo ex-governador José Serra, teve seu Conselho de Orientação
suas instâncias. Como, aliás, manda o Estatuto das Cidades: disciplinado com a presidência entregue ao secretário de
fazer a RMSP funcionar em uma estrutura verticalizada ou Economia e Planejamento, Francisco Vidal Luna.
mais horizontal de poder, que garanta a integração e estimule Passou a ser composto por mais três membros de livre escolha
a colaboração entre as partes interessadas – o Estado de São do então chefe do Executivo, por outro, designado pela Junta de
Paulo e, sobretudo, seus 39 municípios e respectivos habitantes. Coordenação Financeira da Secretaria da Fazenda do Estado,
mais um definido pela instituição de crédito oficial do Estado de
Enquanto isso, o que subsiste é o Codegran e o Consulti, ambos
São Paulo – a então Nossa Caixa, hoje Banco do Brasil – e um
inclusos assim como a Emplasa, desde 1 de janeiro de 2011, último, pela Emplasa.
na estrutura da Secretaria do Desenvolvimento Metropolitano,
recém-criada pelo Decreto 56.639 do governador Geraldo Todos eles terminaram seu primeiro mandato em novembro de
Alckmim e assumida pelo ex-deputado estadual Edson 2010, já no governo de Alberto Goldmann – que, como Serra,
Aparecido, do PSDB. também presidiu Codegran e Consulti.
Aparecido, inclusive, exerceu mandato na Casa Legislativa Agora, como se sabe, o Fumefi está submetido a Edson
quando o projeto de lei do Executivo por lá aportou. Ele é, hoje, o Aparecido, na nova secretaria de Alckmin.
secretário-geral tanto do Codegran quanto do Consulti. Março de 2011
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Barueri - SP Cajamar - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 240.656 pessoas População – 64.113 pessoas
Base Territorial Base Territorial
Área da unidade territorial – 66 Km² Área da unidade territorial –131 Km²
Representação Política 2006 Representação Política 2006
Eleitorado – 181.007 eleitores Eleitorado – 41.301 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 102.013,46 reais PIB per capita a preços correntes – 60.212,55 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 49.317 matrículas Matrículas ensino fundamental 2009 – 11.002 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 13.850 matrículas Matrículas ensino médio 2009 – 3.004 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 1.881 docentes Docentes ensino fundamental 2009 – 513 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 762 docentes Docentes ensino médio 2009 – 157 docentes
Serviços de Saúde 2009 Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 40 estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde SUS – 12 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008 Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 1.201.990.685,00 reais Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 160.621.300,20 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 652.952.741,10 reais Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 134.728.742,70 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 36.583.581,86 reais Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 16.344.964,68 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008 Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 12.577 unidades Número de unidades locais – 1.595 unidades
Pessoal ocupado total – 227.124 pessoas Pessoal ocupado total – 30.071 pessoas
Biritiba-Mirim - SP Carapicuíba - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 28.573 pessoas População – 369.908 pessoas
Base Territorial Base Territorial
Área da unidade territorial – 317 Km² Área da unidade territorial – 35 Km²
Representação Política 2006 Representação Política 2006
Eleitorado – 19.389 eleitores Eleitorado – 239.913 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 7.660,94 reais PIB per capita a preços correntes – 6.878,89 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 4.781 matrículas Matrículas ensino fundamental 2009 – 57.782 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 1.072 matrículas Matrículas ensino médio 2009 – 16.818 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 236 docentes Docentes ensino fundamental 2009 – 2.220 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 64 docentes Docentes ensino médio 2009 – 785 docentes
Serviços de Saúde 2009 Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 4 estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde SUS – 21 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008 Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 30.028.906,73 reais Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 205.896.259,00 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 23.668.937,09 reais Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 181.547.747,00 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 10.401.341,14 r eais Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 36.659.661,00 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008 Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 553 unidades Número de unidades locais – 5.945 unidades
Pessoal ocupado total – 3.560 pessoas Pessoal ocupado total – 42.345 pessoas
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Guararema - SP Itapevi - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 25.861 pessoas População – 200.874 pessoas
Base Territorial Base Territorial
Área da unidade territorial – 271 Km² Área da unidade territorial – 83 Km²
Representação Política 2006 Representação Política 2006
Eleitorado – 16.423 eleitores Eleitorado – 112.391 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 14.024,50 reais PIB per capita a preços correntes – 13.520,67 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 4.643 matrículas Matrículas ensino fundamental 2009 – 38.702 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 1.131 matrículas Matrículas ensino médio 2009 – 9.905 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 243 docentes Docentes ensino fundamental 2009 – 1.427 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 106 docentes Docentes ensino médio 2009 – 588 docentes
Serviços de Saúde 2009 Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 2 estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde SUS – 16 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008 Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 89.606.547,35 reais Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 231.344.104,60 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 50.007.925,18 reais Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 182.094.150,90 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 10.401.554,20 reais Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 36.661.409,08 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008 Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 1.077 unidades Número de unidades locais – 2.697 unidades
Pessoal ocupado total – 6.833 pessoas Pessoal ocupado total – 24.511 pessoas
Guarulhos - SP Itaquaquecetuba - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 1.222.357 pessoas População – 321.854 pessoas
Base Territorial Base Territorial
Área da unidade territorial – 319 Km² Área da unidade territorial – 83 Km²
Representação Política 2006 Representação Política 2006
Eleitorado – 699.876 eleitores Eleitorado – 163.658 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 24.989,21 reais PIB per capita a preços correntes – 7.245,67 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 207.361 matrículas Matrículas ensino fundamental 2009 – 57.140 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 54.699 matrículas Matrículas ensino médio 2009 – 15.690 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 8.543 docentes Docentes ensino fundamental 2009 – 1.948 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 3.222 docentes Docentes ensino médio 2009 – 876 docentes
Serviços de Saúde 2009 Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 109 estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde SUS – 24 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008 Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 2.003.732.705,00 reais Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 256.357.753,80 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 1.523.519.777,00 reais Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 218.917.405,30 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 40.133.054,78 reais Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 36.661.409,08 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008 Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 28.646 unidades Número de unidades locais – 3.612 unidades
Pessoal ocupado total – 329.997 pessoas Pessoal ocupado total – 39.582 pessoas
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Mairiporã - SP Osasco - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 80.920 pessoas População – 666.469 pessoas
Base Territorial Base Territorial
Área da unidade territorial – 321 Km² Área da unidade territorial – 64 Km²
Representação Política 2006 Representação Política 2006
Eleitorado – 45.206 eleitores Eleitorado – 490.686 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 10.803,68 reais PIB per capita a preços correntes – 42.106,01 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 12.527 matrículas Matrículas ensino fundamental 2009 – 106.761 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 3.246 matrículas Matrículas ensino médio 2009 – 33.105 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 617 docentes Docentes ensino fundamental 2009 – 4.265 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 253 docentes Docentes ensino médio 2009 – 1.854 docentes
Serviços de Saúde 2009 Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 22 estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde SUS – 56 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008 Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 99.001.868,64 reais Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 992.104.318,10 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 76.025.665,14 reais Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 859.505.552,30 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 18.960.587,79 reais Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 36.661.409,08 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008 Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 2.459 unidades Número de unidades locais – 17.112 unidades
Pessoal ocupado total – 15.533 pessoas Pessoal ocupado total – 164.805 pessoas
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Poá - SP Salesópolis - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 106.033 pessoas População – 15.639 pessoas
Base Territorial Base Territorial
Área da unidade territorial – 17 Km² Área da unidade territorial – 425 Km²
Representação Política 2006 Representação Política 2006
Eleitorado – 75.691 eleitores Eleitorado – 12.912 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008 Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 18.866,65 reais PIB per capita a preços correntes – 7.916,53 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009 Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 21.055 matrículas Matrículas ensino fundamental 2009 – 2.777 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 6.454 matrículas Matrículas ensino médio 2009 – 783 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 964 docentes Docentes ensino fundamental 2009 – 117 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 416 docentes Docentes ensino médio 2009 – 51 docentes
Serviços de Saúde 2009 Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 21 estabelecimentos Estabelecimentos de Saúde SUS – 4 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008 Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 195.910.251,60 reais Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 22.853.237,260 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 125.066.601,30 reais Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 18.551.954,25 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 23.774.494,77 reais Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 7.413.757,36 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008 Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 11.895 unidades Número de unidades locais – 367 unidades
Pessoal ocupado total – 53.912 pessoas Pessoal ocupado total – 1.620 pessoas
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Taboão da Serra - SP
Censo 2010 – Primeiros Resultados
População – 244.719 pessoas
Base Territorial
Área da unidade territorial – 20 Km²
Representação Política 2006
Eleitorado – 167.537 eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2008
PIB per capita a preços correntes – 17.204,70 reais
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2009
Matrículas ensino fundamental 2009 – 42.514 matrículas
Matrículas ensino médio 2009 – 10.395 matrículas
Docentes ensino fundamental 2009 – 1.665 docentes
Docentes ensino médio 2009 – 650 docentes
Serviços de Saúde 2009
Estabelecimentos de Saúde SUS – 21 estabelecimentos
Finanças Públicas 2008
Receitas orçamentárias realizadas – Correntes 346.342.687,00 reais
Despesas orçamentárias realizadas – Correntes 259.928.164,00 reais
Valor do Fundo de Participação dos Municípios – FPM 36.661.409,00 reais
Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2008
Número de unidades locais – 5.553 unidades
Pessoal ocupado total – 58.566 pessoas
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Baixada Santista
Miguel Schincariol/Governo do Estado de SP
Santos ainda era um município considerado área de segurança O Condebs, a rigor, é o organismo público metropolitano principal
nacional nos anos 1970. Adminsitrava-o, um general da extinta do Sistema de Planejamento Regional da RMBS. Sua atribuição
Arena – o interventor Clóvis Bandeira Brasil. Ainda assim, os é normatizar e deliberar sobre os campos funcionais de
políticos da Baixada Santista começaram a cogitar transformar o planejamento e uso do solo, transporte e sistema viário regional,
município e seus vizinhos numa Região Metropolitana. habitação, saneamento básico, meio ambiente, desenvolvimento
Tal fato só se deu, porém, mais de um quarto de século depois, econômico e atendimento social, listados pela lei que o criou.
no primeiro mandato do ex-governador Mário Covas Jr, do PSDB, A composição do Conselho inclui um prefeito de cada município
ele próprio um político santista, em 1996. que constitui a Região, no total de 9 – além de Santos, Guarujá e
Viabilizada como as demais RMs paulistas, pela lei complementar Bertioga ao Norte, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Peruíbe
760 de 1994 que atendeu à Constituição paulista promulgada e Itanhaém ao Sul e, Cubatão, a Oeste.
em 1989, a criação da RM da Baixada Santista foi, porém, De tal forma que, desde que surgiu, todos os alcaides da Baixada
outro processo lento e gradual. Condição que, de resto, já se Santista já ocuparam a presidência do Condebs, atualmente
assemelha ao destino, quando se trata de repartir o poder exercida pela prefeita do Guarujá, Maria Antonieta de Brito, do
para gerir institucionalmente a coisa pública, de maneira PMDB. Em 2010, Roberto Francisco dos Santos, do PSDB da
descentralizada e integrada aos campos funcionais comuns nos Praia Grande, foi seu antecessor.
grandes aglomerados urbanos do Estado de São Paulo.
Vale notar que, desde a eleição de 1996, ano em que nasceu a
Produto da lei complementar 815, de 30 de julho de 1996, a RMBS, suas nove prefeituras foram ocupadas majoritariamente
RMBS, embora seja pioneira ao se conformar sob a inspiração por forças políticas de apoio ao governo estadual do PSDB.
da Constituição Federal de 1988 e seus cânones democráticos
de participação popular, teve seu Conselho de Desenvolvimento Mas a mesa diretora do Condebs inclui, ainda, nove representantes
– Condebs – efetivamente implementado a partir de 1997. E do governo do Estado, designados pelo governador a partir das
com atribuição, inclusive, de gerir o Fundo de Desenvolvimento indicações das secretarias envolvidas nas funções de interesse
Metropolitano da Baixada Santista – FUNDO. comum. Tais pastas são as de Habitação, Meio Ambiente,
Transportes Metropolitanos, Planejamento, Esporte Lazer e
Mas foi somente em dezembro de 1998 que uma lei Turismo, Cultura, Direitos da Pessoa com Deficiência, Assistência
complementar – 853 – instituiu a Agência Metropolitana da e Desenvolvimento Social, além de Abastecimento.
Baixada Santista – AGEM.
Como se vê, o Condebs contempla a paridade entre poder
A AGEM nasce como autarquia formal e juridicamente vinculada
estadual e municipal requisitada pela Constituição do Estado
ao governo estadual paulista, integrando a estrutura do gabinete
e sua legislação complementar. Participação popular nessa
do então secretário de Economia e Planejamento, André Franco
instância deliberativa não tem, ao contrário do que determina o
Montoro Filho.
Estatuto da Cidades, lei federal que, desde 2001, complementa
Hierarquicamente nivelada ao FUNDO, o fato é que a autarquia dispositivo da Constituição do Brasil no que diz respeito à gestão
só veio à luz depois dele. E com a função aparentemente pública urbana.
subalterna de dar suporte técnico aos contratos de
A AGEM acaba de passar à alçada do secretário da recém-criada
financiamento firmados por este.
pasta do Desenvolvimento Metropolitano no governo estadual,
A Agem é composta por um conselho normativo e deliberativo. Edson Aparecido dos Santos – uma decisão do governador
Mas seu controle efetivo está nas mãos do Condebs. Geraldo Alckmin.
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Com uma população 40% menor que a RMCampinas, os Para se ficar no mesmo quesito, há tempos apontado pelos
1.663.082 habitantes dos nove municípios da Baixada Santista prefeitos como prioritário para a região – o transporte –, é
atravessaram tal exercício com o R$ 5,60 per capita no FUNDO. interessante notar que a Ponte Santos Guarujá, um projeto
Já os cidadãos dos 19 municípios da Região Metropolitana de assumido como deliberação pelo Condebs em 23 de março
Campinas contaram com bem menos da metade – R$ 1,99 – de 2010, presidido pelo ex-governador José Serra que o
aportados pelo Estado e municípios ao Fundocamp. anunciara duas semanas antes, até hoje não tem sequer um
Ao longo dos seus primeiros dez anos de existência, a RMBS centímetro construído.
teve, ao menos teoricamente, acesso a mais do que os R$ Trata-se de um projeto de 4,6 quilômetros sobre um vão de 80
36.262.828 que arrecadou do erário público no período.
metros, conforme o requerido pelo Porto de Santos, para uma
Aplicados, esses recursos renderam adicionais R$ 2.617.977
ponte atravessar o canal marítimo que separa o bairro da Ponta
– uma pífia remuneração financeira de 0,72% ao ano. A receita
total do FUNDO na década somou portanto, R$ 48.339.601. da Praia, na Ilha de São Vicente – sede da cidade de Santos –, da
Despesas com projetos consumiram 15,5% deste valor. Ilha de Santo Amaro, onde fica o município de Guarujá.
Deduzidos os gastos com bancos, Agem e Emplasa, o patrimônio Então prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa, do PMDB,
líquido acumulado no periodo pelo FUNDO foi de R$ 23.391.532. assinalou, ao participar da inauguração da maquete da obra, ao
Mas conforme o balanço divulgado, seus compromissos futuros lado do ex-governador, que a mesma era esperada pela região
– entre os quais 33 projetos respondiam pela parte do leão –, da há mais de 50 anos.
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Campinas
Com uma produção de riqueza três vezes e meia maior que a Em 2000, nenhum de seus 19 municípios figurava entre os dez
da Baixada Santista e uma população 40% superior, a Região melhores indicadores de desenvolvimento municipal do País – ao
Metropolitana de Campinas – RMC – é a caçula do Estado de contrário da RMSP, com São Caetano do Sul (0,919) liderando o
São Paulo: nasceu em 2001, gerada por lei complementar rol nacional, e da RMBS, com Santos (0,871) ocupando o quarto
estadual de 19 de junho de 2000. lugar entre as cidades brasileiras. Mas entre as 50 melhores
posicionadas na classificação, quatro cidades da RMC se
Ocupa área 30% maior do que a outra, mas sua população, ao incluíam – em ordem decrescente, Vinhedo (0,857), Campinas
contrário do que ocorre na RMBS e, como mostra o Censo do (0,851) e Paulínia (0,847), a quinquagésima colocada.
IBGE 2010, está em franco crescimento a ritmo mais veloz do
que a observada no País e no Estado de São Paulo: aumentou Mais rica, porém menos densamente habitada ainda que mais
15,45% em relação ao último censo, realizado em 2000, veloz em expansão populacional – um claro atestado do reflexo
período em que o total de brasileiros avançou 12,33% e o de da fase de crescimento econômico experimentada pelo Brasil
paulistas evoluiu 11,39%. no interior paulista –, a RMC exibe também outra singularidade.
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Brasília
A Região Metropolitana de Brasília abrange oficialmente o núcleos urbanos goianos na época da fundação da nova capital
Distrito Federal, 19 municípios de Goiás e dois de Minas Gerais, do Brasil.
totalizando 59 mil quilômetros quadrados, onde viviam mais de
Afora eles, cercavam o Distrito Federal em sua infância, pequenos
4 milhões de habitantes em 2010.
núcleos urbanos fundados nos séculos XVIII e XIX e movidos a
Nesse arquipélago sobressai a capital federal, cujas despesas garimpo, pecuária e circulação de tropas. Com vários desses
administrativas são subsidiadas em 50% pela União. Apenas agrupamentos urbanos, a nova capital entrou em conurbação –
Brasília tem 2,5 milhões de habitantes. Os outros 1,5 milhões o que gerou problemas insolúveis.
vivem no chamado “entorno”.
Atualmente, a RM de Brasília é a que mais cresce no País:
3,4% ao ano.
Atualmente, a Região
Ao romper a tradição econômica extrativista do Centro-Oeste,
Metropolitana de Brasília é a
Brasília desencadeou uma corrida por lotes e áreas rurais
que mais cresce no País: 3,4% ao ano e grande concentração populacional no Distrito Federal e
no leste goiano. Aqui, “explodiram”, sem controle, cidades-
Mais do que outras regiões metropolitanas brasileiras criadas satélites como Brazilândia, Ceilândia, Formosa, Gama, Guará,
nas décadas de 1960, 1970 e 1980, a Região Metropolitana Luziânia, Planaltina, Sobradinho e Taguatinga – esta, a primeira
de Brasília é instituição inoperante como tal, por sua natureza a ser criada, em 1958.
híbrida, compartilhada pelos governos federal e distrital. Nada muito diferente de outras regiões metropolitanas
“Sempre trabalhei em Brasília e nunca soube da existência real nesse processo histórico. Mas o caso de Brasília se reveste
dessa instituição abstrata”, diz o engenheiro José Humberto de características muito particulares porque, mais que sua
Matias de Paula, diretor da Terracap, a Companhia Imobiliária institucionalização territorial, foi a própria cidade que brotou de
da Capital Federal, de capital misto do governo do DF. cima para baixo, por força de um decreto presidencial que se
tornou fonte perene de distorções e privilégios.
Surgida do nada no cerrado, a capital federal cresceu 14,4%
na sua primeira década de existência, nos anos 1960. Somente Se a Região Metropolitana de Brasília, em si, surgiu por decisão
no final do século XX, Brasília passou a marchar no mesmo política, a do Rio de Janeiro viveu processo inverso, precisando
ritmo de cidades vizinhas como Goiânia e Anápolis, os maiores reinventar-se para compensar a perda de poder, de funcionários
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d ois da própria Câmara além do seu secretário que, inclusive, Atualmente, a sucessão de instituições abstratas da
presidiria a nova instância; RIDE/DF reflete a instabilidade decorrente das crises dos
governos distritais.
dois ministeriais, sendo um da Fazenda e outro do Planejamento;
A última novidade institucional de Brasília – dona da maior renda
u m do governo do Distrito Federal, um do governo do Estado per capita do País, 41% superior a de São Paulo, e calculada em
de Minas Gerais e outro do governo estadual de Goiás; 2008 pelo IBGE em R$ 45.978 anuais – foi o Plano Diretor de
Ordenamento Territorial do Distrito Federal.
E apenas um para representar os 21 prefeitos dos municípios
que a integravam. Aprovado em 2009 pela Câmara Legislativa do DF, o PDOT
nasceu para atender ao Estatuto das Cidades, que regulamenta
Portanto, além de contar com uma super participação do governo os artigos 182 e 183 da Constituição, mas não sai do papel.
federal – cinco dos seus assentos –, o Conselho nasceu com
uma representação paritária entre União, de um lado, Estados Na última campanha eleitoral, em 2010, os candidatos a
e municípios, de outro, na qual ao poder local foi reservada governador do DF prometeram operacionalizar a Região
participação igual à nona parte. Metropolitana da capital federal, mas o tom ouvido foi o da
conversa fiada.
Batizado de Coaride, o Conselho teria como gama de interesse
“serviços públicos comuns” – nomenclatura que, aliás, remete Interessados no assunto como Paviani, da UnB, fazem campanha
à Constituição Federal já sem vigor, de 1967 – no total de para reduzir a RM ao Plano Piloto, a única área federal imune
14. O mesmo decreto ainda instituiu o Programa Especial de a invasões de terrenos. O porquê da imunidadade? Vai além
Desenvolvimento do Entorno do Distrito Federal, que mediante do fato de ela estar pronta e ocupada. É também porque foi
convênio, definiria normas e critérios para a unificação de tombada pela Unesco.
procedimentos relativos aos serviços públicos prestados pelo
DF, estados e municípios em relação: Paviani defende que ao centro histórico de Brasília se juntem
apenas 9 municípios contíguos ao território do Distrito Federal,
às tarifas, fretes e seguro; mais Luziânia. De tal modo que a descentralização inerente
possibilitaria encarar, de frente, os principais problemas de
às linhas de crédito especiais para atividades prioritárias; Brasília e seu entorno:
e ainda, às isenções e incentivos fiscais temporárias para
fomentar produção que gerasse emprego e mão-de-obra. geração de emprego;
Para dar conta de programas e projetos, o Coaride contaria carência habitacional;
com dinheiro do orçamento da União, dos estados e municípios destruição ambiental;
além de operações de créditos contratadas no País ou fora dele.
Assim, o autorizava o decreto. e mobilidade da população eternamente em
situação crítica por falta de transporte público.
Cardoso, em 2000, assinaria outro decreto incluindo a segurança
pública como o 15o serviço de interesse público comum que
comporiam o espectro de interesse do Coaride e transferindo sua Todos eles, engolfados pela corrupção em todos os níveis da
estrutura para o Ministério da Integração Nacional, cujo titular da administração pública.
pasta passaria também a presidir o Conselho.
Pelo sim, pelo não, o governador goiano Marconi Perillo, do PSDB,
Com isso, a Casa Civil passou a indicar um representante ressuscitou, neste início de 2011, a Secretaria Extraordinária do
no lugar dos dois que eram oriundos da Câmara de Políticas Entorno do Distrito Federal (sic), entregue ao experiente Gastão
Regionais do Conselho de Governo da Presidência da República. Leite, ex-vereador em Luziânia.
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Embora seja uma instituição de Goiás, a SEE tem sede em Não é que faltem exemplos de áreas carentes de intervenção
Brasília pois sua missão é a de buscar uma integração com governamental. Ao contrário.
órgãos afins tanto do governo federal como do distrital.
Um estudo encomendado em 2010 pela Terracap, sobre o futuro
Em sua primeira reunião de trabalho, Gastão Leite discutiu a de Planaltina, sede da Embrapa Cerrados e de um campus da
recriação da Sudeco, considerada, a rigor, o único órgão capaz UnB, concluiu que o município demanda cuidados especiais
de realizar ações planejadas na região dominada por Brasília. por ser “região de nascentes, berço das águas brasileiras, onde
se encontram os divisores de águas das três grandes bacias
Mas enquanto elas não saem do papel, quem mais atua na hidrográficas – São Francisco, Paraná e Tocantins-Araguaia.”
Região é a Terracap.
Em outras áreas também são visíveis os estragos causados pela
Um dos mais antigos entes públicos brasilienses, a empresa ocupação indiscriminada dos solos urbanos e rurais.
vive crise de credibilidade, pois não consegue sequer controlar
os loteamentos irregulares e as invasões de áreas rurais.
Em alguns momentos, inclusive, ela própria distribuiu lotes A Região Metropolitana de Brasília
irregulares, durante um dos governos de Joaquim Roriz, nome opera em conjunto com a de Goiânia,
com frequência associado a corrupção. formando um complexo territorial-urbano
Também abalada pela queda do ex-governador demista José
Roberto Arruda em 2009, a Companhia de Desenvolvimento do Um diagnóstico feito na Unicamp pelos economistas Eduardo
Distrito Federal – Codeplan –, realizou, em 2 de março último, Nunes Guimarães e Heládio José de Campos Leme afirma
um seminário sobre o desenvolvimento da região geoeconômica que, mesmo não cumprindo a contento a função de polo
de Brasília. Seria a “retomada” de algo que nunca adquiriu regional dotado de dinâmica econômica própria, a cidade de
forma concreta. Brasília mantém uma grande interação com as comunidades
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Pelo contrário, sustentam os especialistas: desde o início, as Na prática, favorecidas por investimentos em aeroportos, rodovias e
instituições públicas e privadas correm atrás do fluxo migratório ferrovias que mudaram os fluxos logísticos do Centro-Oeste, Brasília
que exigiu a criação de cidades-satélites, cujas necessidades de e as cidades vizinhas continuam sendo alvo de migrações iniciadas
serviços e de infraestrutura não são satisfatoriamente atendidas no governo JK (1956-1961).
nem pelo poder público nem pela iniciativa privada.
Fenômeno predominantemente urbano, o fato é que Brasília foi um
Segundo uma pesquisa realizada em 1999 pelo Instituto de dos pivôs da transformação da região dos cerrados num grande
Pesquisas Econômicas Aplicadas, do Ministério do Planejamento, celeiro agrícola, processo que se deu, entre outras providências, pela
e pelo IBGE, a Região Metropolitana de Brasília opera em conjunto implementação a partir de 1977, do Programa de Assentamento
com a de Goiânia, formando um complexo territorial-urbano com Dirigido do Distrito Federal. Tratou-se de um dos vetores da
influência sobre 1,6 milhões de quilômetros quadrados onde vivem ocupação de áreas rurais do entorno da capital por plantadores de
12 milhões de pessoas. soja vindos do Sul do País com um grande apetite empreendedor.
Embora esse território se estenda à Bahia, Mato Grosso, Maranhão, Até hoje, a gestão pública brasileira não acertou seu passo para
Tocantins e Piauí, além de Minas e Goiás, pelo menos 40% de sua cuidar do que resultou dessa trajetória a contento – e já lá se vão,
população está concentrada no eixo Brasília-Anápolis-Goiânia, pelo menos, 50 anos.
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Londres
15 de março de 2011. Com antecipação de um ano, quatro britânica ou a inserção de novos elevadores nas estações de
meses e 14 dias, os ingressos para britânicos e europeus metrô de Londres.
assistirem aos Jogos Olímpicos de 2012 foram colocados
Veremos a seguir o que a GLA ganha – ou pretende ganhar com
à venda pela Greater London Authority – a GLA. Trata-se do isso – e qual a importância de sua existência e funcionamento
governo da região expandida da capital inglesa, aglomeração enquanto instância de poder público regional administrativo.
urbana com densidade habitacional 55,2% superior a da
Região Metropolitana da Grande São Paulo e terceira maior em Surpreendida com os cortes do orçamento nacional anunciados
população na Europa, precedida apenas por Moscou e Istambul, pelo governo do primeiro ministro conservador, David Cameron, a
conforme o diretório geral da Comissão Europeia. GLA acaba de perder sua agência de desenvolvimento – a LDA –
e foi obrigada a incorporar suas tarefas em sua própria estrutura.
Exatos 6,6 milhões de ingressos à venda pela internet. Variando
até 50 libras esterlinas – ou R$ 115 –, seu preço unitário Mas no dia seguinte ao início da venda dos ingressos, seu
prefeito, Boris Johnson – eleito em 2008 e correligionário do
foi considerado palatável em tempos de crise na economia
primeiro-ministro –, exultava por ter arrancado do governo central
europeia e equilibrado em relação aos custos do certame. O
a garantia de receber de volta em três anos, quase 40% do que
que não deixa de ser motivo de júbilo para os organizadores do
está aportando à empreitada olímpica para serem aplicados em
evento a se iniciar em julho do próximo ano, pois empreender ações de apoio à juventude, ao meio ambiente e à recuperação
os contorcionismos financeiros necessários para dar conta do das áreas urbanas mais deterioradas da capital.
recado de hospedar os Jogos nesses tempos bicudos de cortes
de gastos públicos em orçamentos britânicos não tem sido fácil. O compromisso de reverter os frutos dos Jogos Olímpicos de 2012
em benefício de Londres é significativo nessa área expandida da
Hospedá-los, afinal de contas, é fruto de candidatura cuja capital britânica. Ela viveu fases amargas desde que o governo
proposta há oito anos que incluiu claramente o compromisso conservador da ex-ministra Margareth Thatcher esvaziou sua
de prover retorno para o pós-evento à população londinense: institucionalização, culminando por extinguir em 1986 o Greater
a recuperação da área leste da Greater London, há séculos London Council, cuja criação fora mérito dos trabalhistas em
marcada pelas chagas da desigualdade de renda, pobreza e 1960. O motivo foi que o GLC resultara em claro fortalecimento
deterioração urbana. político do poder local em uma Inglaterra cujo Estado tem a
Residentes em uma área de 1.579 quilômetros quadrados, característica de conferir muito maior poder ao governo central,
os 7.900.460 habitantes representados pela Greater London ao contrário, por exemplo, do que se dá na Espanha.
Authority estão extraindo da instituição um aporte ao Jogos Em 2000, renascida das cinzas sob moldes mais democráticos
Olímpicos equivalente a 9,4% dos 9,3 bilhões de libras e com o nome de Greater London Authority (área ampliada de
esterlinas em que foram orçados na revisão de 2007. Valor Londres) nos governos do trabalhista Tony Blair, seus habitantes
total que, alías, exclui gastos com segurança e projetos na área conheceram enfim, o que é ter prefeitos que, eleitos pelo voto
de transporte indiretamente ligados ao sucesso do evento, tais direto e com direito a arrecadar tributos, têm empreendido
como melhorar a ferrovia do Túnel do Canal e da Costa Oeste movimentos significativos na defesa da melhoria da qualidade
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Madri
Como Londres – e a partir de uma trajetória totalmente distinta se reduziu a partir de 2003, mas de acordo com o Instituto
e com competências muito mais amplas –, Madri é a Região Nacional de Estadísticas, INE, somente em 2007, a economia
Metropolitana europeia que mais sucesso obteve até hoje na de Madri avançou menos que a espanhola. Em 2009, quando
gestão da qualidade de vida de seus habitantes. É igualmente a o PIB da Espanha recuou 3,7%, a variação negativa da CAM
melhor institucionalizada. restringiu-se a 1,7%. No ano passado, praticamente estagnada
Expressa na Comunidade Autônoma de Madri, ela reúne, em – 0,3% – a taxa de variação voltou a evoluir menos que a do País
uma área de 8 mil quilômetros quadrados, 6 milhões de – 0,8% –, perdendo inclusive para a Cataluña, cuja evolução de
habitantes em 179 municípios. Foi responsável em 2010 por 1,8% ficou significativamente acima da média nacional.
um PIB de 190,3 bilhões de euros – um quarto inferior ao
da Região Metropolitana de São Paulo, em 2008, e 17,9% Nesses quinze anos, o PIB per capita da Comunidade Autônoma
do espanhol em igual exercício. Tal produção de riqueza lhe de Madri foi o mais elevado da Espanha até 2006. Apenas nos
conferiu no ano passado uma renda percapita de de 29.936 últimos quatro anos, o País Basco, cujo regime institucional
euros, superior à média precebida pelos habitantes dos países diferenciado em relação às demais 16 regiões permite à sua
da União Europeia, inclusive os da própria Espanha, bem como comunidade um regime fiscal diferenciado com arrecadação
a registrada pelos catalães, cuja comunidade autônoma é a que tributária própria, a superou. O dado é claro sintoma da qualidade
maior riqueza produz entre suas 17 pares espanholas. de vida usufruída na Região Metropolitana da capital espanhola.
A experiência dessa Região Metropolitana é reveladora. Em No período de 2000 a 2006, em um cenário em que a CAM
sua área, o total de habitantes simplesmente decuplicou desde expandiu seus empregos, criando 760 mil novos postos e
o século XVII e, entre 1995 e 2005, observou uma expansão enquanto a Espanha vivia um “boom” econômico derivado dos
populacional duas vezes superior à da União Europeia. Entre processos anteriores de sua abertura internacional, adesão
2000 e 2006, seu total de habitantes cresceu 15,4%. Nesse à União Europeia e reformas macroeconômicas e estruturais,
período, acolheu um contingente de imigrantes equivalente à Madri foi palco de medidas político-adminsitrativas ambiciosas
população atual de Santos e majoritariamente formado por que fortaleceram seus recursos humanos, social, institucionais
latino-americanos que, em 2007, representavam 11,6% dos e de infraestrutura.
moradores da Comunidade Autônoma de Madri.
É o que apurou a Organização Econômica dos países
A CAM pode não ter atingido a perfeição em termos Desenvolvidos, a OECD, em 2007 ao fazer sua avaliação
administrativos. Mas foi capaz de garantir avanços relevantes territorial sobre essa Região Metropolitana.
e inequívocos para a melhoria de vida regional – que, mal ou
bem, respondem pelo fato de que, na atual fase recessiva da Alguns exemplos desse progresso:
economia desenvolvida, ela tenha sobrevivido melhor que o
resto do País até 2009. A eficiente rede de transporte público, composta por vias
rodoviárias, ferrovias e metrô, que foi significativamente
De 1996 a 2002, a CAM produziu riqueza em níveis crescentes expandida no período. Só o metrô, ampliou seu alcance ao ritmo
vigorosamente superiores ao desempenho nacional. Esse fôlego de 6% ao ano e dobrou de tamanho em 23 anos. O transporte
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Vale notar, porém, que apenas duas de suas universidades – a Acusada pelo corte de gastos públicos imposto pelo governo
Autónoma de Madrid e a Complutense de Madrid – figuraram central para dar conta da crise econômica, Esperanaza Aguirre,
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Sistema de Gestão:
João Caramez Mário Reali
O PLC não se preocupa em detalhar o Sistema de Gestão. Explicita que o sistema visará à implementação da organização
territorial, através de gestão democrática e participativa, exercida
no Conselho de Desenvolvimento, na entidade autárquica e no
Fundo de Desenvolvimento. Determina, ainda, que o Sistema
de Gestão terá por objetivo a promoção do desenvolvimento
socioeconômico, a cooperação entre diferentes níveis de governo e
a redução da desigualdade regional.
Sub-regiões:
João Caramez Mário Reali
Diz que os municípios poderão se agrupar em sub-regiões, Cria cinco sub-regiões: Norte, Leste, Sudeste, Sudoeste, Oeste,
que o Conselho de Desenvolvimento definirá as normas e observando a mesma delimitação estipulada pelo Executivo,
que, após estudo, a Secretaria de Economia e Planejamento quando da subdivisão administrativa das Bacias Hidrográficas
encaminhará ao governador a referida proposta. da RM no Sistema Estadual de Recursos Hídricos e estabelece
a criação do Conselho de Desenvolvimento da Sub-Região
como órgão colegiado de caráter normativo, consultivo e
deliberativo, com participação paritária do Estado, dos municípios
e da sociedade civil. A aplicação deste instrumento deve
ser uma obrigatoriedade, com vistas a possibilitar um maior
aprofundamento tanto dos problemas locais, quanto das questões
comuns a toda a metrópole.
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Participação Popular:
João Caramez Mário Reali
Nesse aspecto, o substitutivo avança de forma significativa.
Assegura a participação popular, nos termos do § 2º do
Propõe a participação de 39 representantes de entidades da
artigo 154, da CE e do artigo 14, da Lei 760/94 e prevê a
sociedade civil com reconhecida atuação nas funções públicas
participação popular no Conselho Consultivo, porém remete
de interesse comum à região e define a proporção:
as regras de participação à normatização posterior.
4 (quatorze) representantes de entidades dos movimentos
1
sociais e populares;
8 (oito) representantes de entidades de trabalhadores;
8 (oito) representantes de entidades empresariais;
(quatro) representantes de entidades profissionais, de
4
classe, acadêmicas ou de pesquisa;
5 (cinco) representantes de organizações não
governamentais.
Avança ainda mais quando propõe a realização da Conferência
da Região Metropolitana de São Paulo a cada dois anos,
precedida de Conferências Metropolitanas Sub-Regionais.
Esse processo ajuda a fomentar a participação dos vários
segmentos da sociedade. O artigo 24 define os objetivos da
Conferência:
I. eleger os representantes da sociedade civil que deverão
compor o Conselho de Desenvolvimento da Região
Metropolitana de São Paulo;
II. propor diretrizes e avaliar as políticas relativas às funções
públicas de interesse comum de desenvolvimento da Região
Metropolitana de São Paulo;
III. definir prioridades de ação para a Região Metropolitana de
São Paulo.
O artigo 25 define a proporção dos delegados por segmento, a
serem eleitos nas Conferências Metropolitanas Sub-Regionais.
Não propomos a criação do Conselho Consultivo, como faz a
proposta de substitutivo da Comissão de Assuntos Municipais,
já que a participação no Sistema está garantida em outros
instrumentos do substitutivo da Comissão de Assuntos
Metropolitanos.
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Fundo de Desenvolvimento:
João Caramez Mário Reali
O Substitutivo cria o Fundo, e também o vincula à Secretaria
A exemplo do tratamento dado à autarquia, o substitutivo de Economia e Planejamento com o objetivo de apoiar
autoriza a criação do Fundo de Desenvolvimento, vinculando-o a implementação dos planos relativos ao planejamento
à Secretaria de Economia e Planejamento, dispondo que metropolitano e dar suporte ao sistema de gestão. Nessa
dará suporte financeiro ao planejamento integrado e às proposta, o Conselho de Orientação será composto por 7 (sete)
ações dele decorrentes, no que se refere às funções públicas membros, sendo: 6 (seis) do Conselho de Desenvolvimento da
de interesse comum, prevendo que terá um Conselho de Região Metropolitana de São Paulo, sendo 2 (dois) do Poder
Orientação, que supervisionará a aplicação dos recursos, Público Estadual, 2 (dois) do Poder Público Municipal e 2
sendo que será composto por quatro membros do Conselho (dois) da sociedade civil, indicados entre seus pares, além do
de Desenvolvimento e dois da entidade autárquica. Ainda Diretor Superintendente da entidade autárquica.
segundo o projeto, a receita do Fundo será constituída por
recursos do Estado e dos municípios. Em seu artigo 22, o substitutivo diz que deverão ser enviados,
semestralmente, à Assembleia Legislativa e ao Conselho de
Desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo,
relatórios administrativos e financeiros das operações do
Fundo de Desenvolvimento.
Outro aspecto importante é que, enquanto o texto inicial
propõe que o fundo seja composto por recursos do município,
nosso substitutivo propõe que seja de recursos do Estado,
destinados por disposição legal, além, é claro, de outras fontes
definidas na lei.
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Criação e editoração
Área Comunicação
www.areacom.com.br
Gráfica:
LWC
Tiragem
2.000 exemplares
Maio de 2011
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