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INSTITUTO SUPERIOR DE PSICOLOGIA APLICADA

Texto 1

CORRENTES NA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA VOCACIONAL

Se tentarmos obter uma visão geral dos factos e dos progressos de investigação mais
importantes que marcaram o desenvolvimento da psicologia vocacional como campo de
estudos, podemos extrapolar três correntes históricas:
• a perspectiva da combinação Homem-Função, que desde a II. Grande Guerra tem
sido designada por teoria de Traço-Factor;
• o ponto de vista da Psicodinâmica do Comportamento Vocacional e;
• a teoria do Desenvolvimento Vocacional.

Desde 1950, as duas primeiras orientações confluíram na terceira, que é predominante


na psicologia vocacional dos nossos dias.

A perspectiva de combinação homem-função apareceu um pouco depois do início do


século XX, alcançou a sua maior influência e popularidade durante a depressão e a
Segunda Guerra Mundial, e começou a declinar durante o pós-guerra. Recuperou
recentemente um pouco de vitalidade inicial pela associação com conceitos da
psicologia do desenvolvimento, mas no essencial não se alterou. Defende que os
indivíduos diferem nos traços psicológicos, que as profissões diferem nas suas
exigências e que uma escolha vocacional realista e um ajustamento vocacional óptimo
dependem da concordância entre traços e exigências. Em contraste, o ponto de vista da
Psicodinâmica do Comportamento Vocacional propõe que são os impulsos e desejos,
e não os atributos e características, que constituem as variáveis determinantes na
escolha vocacional e no ajustamento ao trabalho. Radicando-se principalmente nos
escritores freudianos e neo-analíticos, nos teóricos das necessidades e nos
fenomenologistas, este ponto de vista utiliza conceitos como os de sublimação, função
do ego, hierarquia de necessidades e self para explicar os comportamentos vocacionais
das pessoas. A terceira e mais recente tendência na história da psicologia vocacional vai
no sentido da síntese das orientações iniciais numa teoria compreensiva do
Desenvolvimento Vocacional, baseada nos postulados da psicologia diferencial e
dinâmica. Todas as principais teorias neste campo afirmam, de um modo ou de outro,
como uma das suas proposições básicas, que o comportamento vocacional se
desenvolve à medida que o indivíduo progride na idade.

O OBJECTO NA PSICOLOGIA VOCACIONAL

Esclarecido o significado de alguns termos, a psicologia vocacional pode ser definida


como o estudo do comportamento e do desenvolvimento vocacional. Por
“comportamento vocacional” entende-se todas as respostas que as pessoas dão ao
escolher e ajustar-se a uma profissão. Por outras palavras, o seu comportamento
vocacional distingue-se dos outros comportamentos, no facto do estímulo que o evoca
ser profissional e não físico ou social. O termo “profissional” neste contexto, deve ser
interpretado em sentido amplo para referir todos os aspectos do mundo do trabalho, por
exemplo, condições do mercado de trabalho, bem como planos de automatização e
reforma, e não apenas um conjunto circunscrito de deveres de trabalho e tarefas. Deve
notar-se também, para sermos claros, que o termo “profissional” é usado para designar
apenas as variáveis do estímulo, enquanto “vocacional” é usado para designar apenas as
variáveis de resposta. Por isso, falaremos de análise e medição “profissional”, por

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exemplo, mas de escolha e ajustamento vocacionais, sendo o referente do primeiro a


profissão e do último o comportamento do indivíduo.

Outra distinção que deve fazer-se é entre “escolha” e “ajustamento”. Embora não seja
suficiente, o critério mais conveniente para diferenciar estes dois tipos de
comportamento vocacional é a entrada na profissão. A escolha vocacional ocorre
tipicamente antes do indivíduo entrar no mundo do trabalho, enquanto o ajustamento
vocacional não pode ocorrer até que isso se verifique. Há alguns casos , contudo, em
que as escolhas vocacionais podem ser feitas depois da pessoa estar empregada a tempo
inteiro. Por esta razão, a entrada num emprego não é critério suficiente para distinguir
os comportamentos de escolha e de ajustamento, mas aplica-se à maior parte dos casos.

Finalmente, o comportamento vocacional pode ser considerado ou não em termos


desenvolvimentistas. A unidade básica de estudo da psicologia vocacional é o
comportamento vocacional e não o processo de desenvolvimento vocacional, como
alguns defendem, porque nem todos os comportamentos vocacionais se desenvolvem à
medida que o indivíduo progride na idade. O processo de desenvolvimento vocacional é
considerado como uma construção, inferida das mudanças sistemáticas que podem
observar-se no comportamento vocacional ao longo do tempo. Estas definições de
comportamento e desenvolvimento vocacionais, de escolha e ajustamento, e a distinção
feita entre “profissional” e “vocacional” permitem uma primeira aproximação a uma
taxonomia geral dos “objectos e fenómenos” da psicologia vocacional.

Contudo, há dois problemas que devem ser resolvidos antes dessa taxonomia poder ser
usada. Primeiro, onde situar a vasta literatura sobre profissões e diferenças profissionais
em termos de traço e factores? Como se referiu, este problema foi tratado de diferentes
modos e nenhum deles é completamente satisfatório. De facto, não haverá uma solução
ideal, mas uma possibilidade que parece viável decorre da distinção que se fez entre os
termos “profissional” e “vocacional”. As profissões foram definidas como variáveis de
estímulo, e não como variáveis de resposta ou comportamentais. Por isso, não devem
ser incluídos na taxonomia de um campo que estuda variáveis comportamentais. O
estudo das profissões deveria ser designado de “profissiologia” para o distinguir de
psicologia ocupacional.

Isto não significa, contudo, que as duas áreas não estejam estreitamente relacionadas.
Pelo contrário, a profissiologia, que compreende aspectos como a análise, classificação
e medição das profissões, a demografia profissional e a informação profissional, pode
ser considerada um dos fundamentos da psicologia vocacional. Do mesmo modo a
psicologia diferencial, que é o estudo das diferenças individuais em termos de traços e
factores, é outro fundamento da psicologia vocacional, principalmente porque variáveis
como as aptidões, os interesses e a personalidade sabe-se que têm uma maior relação
com o comportamento vocacional do que quaisquer outras. Finalmente, a análise das
diferenças entre profissões, que deriva da combinação da psicologia diferencial e da
profissiologia, é o terceiro fundamento da psicologia vocacional. Contudo, este campo
podia ser descrito mais exactamente como o estudo dos correlatos da pertença
profissional. Os membros dum grupo profissional são comparados ou com outros
grupos profissionais ou com um grupo de referência de profissionais em geral, e
observam-se as diferenças em termos de traços e factores. Definidas deste modo, é claro
que as diferenças profissionais não são comportamentos vocacionais, isto é, respostas a
estímulos profissionais e, consequentemente, não são parte do campo de estudos da
psicologia vocacional.

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O segundo problema ao fazer-se uma taxonomia operacional é construir um sistema


para categorizar a literatura em psicologia vocacional, por forma que o trabalho feito
sobre os comportamentos e o desenvolvimento vocacionais, seja ele empírico,
metodológico ou teórico possa ser organizado de forma significativa para revisão ou
discussão. Uma dimensão de classificação essencial para este sistema, que não foi
utilizada no esquema anteriormente descrito embora esteja implícita no trabalho de
Borow, é se um artigo é empírico ou não empírico. Por artigo “empírico” quer-se dizer
um relato no qual são apresentados dados quantitativos. Não é necessário terem sido
estatisticamente analisados ou traduzidos em termos duma escala, mas estarem de
algum modo quantificados. Assim, a apresentação de dados categorizados sobre o
número de estudantes do secundário que fizeram e que não fizeram uma escolha
vocacional, seriam empíricos por este critério; enquanto os padrões de carreira
extrapolados a partir de histórias de trabalho seriam empíricos.

Os artigos classificados como empíricos incluiriam com certeza, muitos que não só
relatam dados, mas também têm que ver com a teoria e a metodologia, que mais não
seja para pôr hipóteses ou definir variáveis. Os artigos não empíricos, por seu lado, não
relatam dados; seriam exclusivamente “peças teóricas”. Como tal, devem consistir de
afirmações teóricas, conceptualizações de variáveis,, propostas de novas metodologias
ou revisões de literatura. Os estudos de casos deveriam também ser classificados como
não-empíricos. A razão para sugerir a categorização do campo de estudos da psicologia
vocacional em empírico e não-empírico, é Ter uma base para tirar conclusões acerca de
qual a consistência dos conhecimentos acerca do comportamento e do desenvolvimento
vocacionais e em que medida eles confirmam a teoria.

DOMÍNIOS RELACIONADOS COM A PSICOLOGIA VOCACIONAL

Um campo de estudos é definido não só pelo que é mas também pelo que não é. Há
várias disciplinas que estão intimamente relacionadas com a psicologia vocacional, e é
importante identificar tanto as áreas em comum como as áreas de dissemelhança entre
elas. Os campos com que a psicologia vocacional mais se sobrepõe são a psicologia
industrial, a sociologia profissional e a orientação vocacional. Dá-se a seguir uma breve
definição de cada um e indica-se as percentagens em que se sobrepõem à psicologia
vocacional.

Psicologia Industrial

Tradicionalmente, o campo da psicologia industrial desde o seu aparecimento formal


com a publicação da obra Psychology and Industrial Efficiency de Hugo
Munsterberg, em 1913, até ao aparecimento recente da psicologia do consumidor como
área distinta da actividade e de estudo, tem tido um carácter fortemente aplicado
embora, como salienta Haire, as suas raízes estejam nas disciplinas académicas como a
psicologia diferencial, experimental, motivacional e social. Haire chega a identificar
três tradições na psicologia industrial, as quais, diz,, têm bases conceptuais
relativamente distintas, na medida em que têm a ver com problemas essencialmente
diferentes: a psicologia do pessoal centrou-se nos problemas da selecção, formação e
promoção dos empregados e, em optimização do relacionamento dos homens com as
máquinas; e a psicologia social industrial tem-se centrado na motivação do trabalhador
e na sua relação com o grupo de trabalho e com o meio. Deve ainda acrescentar-se o
interesse actual pela psicologia da gestão e pela psicologia das organizações; mas a
definição de psicologia industrial não se modificou substancialmente ao longo dos anos.

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Os manuais neste campo cobrem quase sempre tópicos como a análise e exigências das
funções, o exame psicológico do pessoal, a avaliação de desempenho, a medição de
atitudes e do moral, a motivação e satisfação profissional, a concepção do equipamento
e das funções, e os acidentes e segurança.

Destes aspectos, os que mais se sobrepõem com a psicologia vocacional são: a


motivação, a satisfação e o sucesso. Aproximadamente 40% da literatura sobre estes
tópicos pode ser considerada como relevante tanto para a psicologia industrial como
vocacional.

Contudo, o interesse dos dois campos por estas variáveis é essencialmente diferente. O
psicólogo industrial aborda o seu estudo para resolver os problemas do dia-a-dia no
mundo do trabalho, geralmente com o objectivo de conseguir o funcionamento mais
eficaz possível duma empresa comercial ou industrial, enquanto o psicólogo vocacional
os analisa para conhecer o comportamento e o desenvolvimento do indivíduo ao ajustar-
se ao trabalho. Em virtude destas diferenças de orientação e de objectivo, os psicólogos
industriais podem e vocacionais podem interpretar os mesmos dados de maneiras
bastante diferentes.

Sociologia das Profissões

Os sociólogos não estão de acordo quanto ao que é a sociologia profissional. Alguns


distinguem entre este campo de estudos e a sociologia industrial, que é geralmente
considerada como de âmbito mais vasto, mas outros não. Há ainda quem a designe de
sociologia do trabalho, o que implica uma perspectiva algo diferente. Dá-se a seguir
uma amostra das várias maneiras como este campo tem sido definido.

• A sociologia industrial significa o campo de conhecimento que regista e organiza a


experiência da associação humana na comunidade industrial.
• O campo da sociologia industrial ocupa-se da aplicação ou desenvolvimento dos
princípios da sociologia relevantes para o modo de produção industrial e para o
modo de vida industrial.
• O campo da sociologia industrial pode ser convincentemente definido como o estudo
de: grupos de trabalho e relações de trabalho, o papel que o trabalhador desempenha
nos grupos de trabalho e, a organização social do trabalho na sociedade industrial.

A sociologia do trabalho deve ser vista principalmente como o estudo dos papéis sociais
que emergem da classificação dos homens pelo trabalho que fazem.

Os tópicos que se encontram nos manuais de sociologia industrial ou profissional


incluem o seguinte: mobilidade profissional, medição do status profissional,
ajustamento social do trabalhador, profissão e família, e organização social da empresa.
As variáveis nas quais estão interessadas tanto a sociologia profissional como a
psicologia vocacional, e que correspondem aproximadamente a uma sobreposição de
30% nas suas áreas de estudos, são os padrões de carreira, o prestígio e status das
profissões, as aspirações e escolha vocacionais, e os papéis profissionais. Contudo, as
unidades básicas de análise nos estudos destes fenómenos são essencialmente diferentes
nos dois campos: na psicologia profissional, a unidade de análise é a profissão como
instituição social, enquanto na psicologia vocacional é o comportamento vocacional do
indivíduo como trabalhador ou em perspectiva de o ser.

Orientação Vocacional

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A definição oficial de psicologia vocacional formulada pela National Vocational


Guidance Association , em 1937, era o processo de assistir o indivíduo a escolher,
preparar-se, entrar e progredir, numa profissão. Para dar maior ênfase à natureza
psicológica da escolha vocacional, Super, sugeriu que esta definição devia ser revista
para indicar que a orientação vocacional é o processo de ajuda ao indivíduo para
desenvolver e aceitar uma imagem integrada e adequada de si próprio e do seu papel
no mundo do trabalho, testar este conceito face à realidade e convertê-lo numa
realidade, com satisfação para si próprio e beneficio para a sociedade. De qualquer
modo que seja definida, é claro que a orientação vocacional é um processo de
facilitação, um serviço prestado ao indivíduo para o ajudar a escolher e a ajustar-se a
uma profissão. Não é a ciência que estuda como e porquê revela determinados
comportamentos vocacionais, embora este conhecimento possa ser usado para o orientar
e aconselhar. Por outras palavras, a orientação vocacional é a psicologia vocacional
aplicada.

Esta distinção não tem sido geralmente feita, já que, historicamente, o campo da
psicologia vocacional se desenvolveu a partir da prática da orientação vocacional. No
entanto, parece desejável estabelecer uma diferença entre elas, dado que a psicologia
vocacional se está a estabelecer claramente como ciência do comportamento e do
desenvolvimento vocacionais - sem se confundir com os objectivos e procedimentos da
orientação vocacional que é ainda, em grande medida, uma arte. Há uma importante
área de sobreposição (aproximadamente 10%) que deve ser mencionada. Na medida em
que a orientação vocacional, como variável de estímulo ou condição de tratamento, está
funcionalmente relacionada com o comportamento vocacional, ela recai dentro da área
da psicologia vocacional como campo de estudo. Mas uma vez que a literatura sobre
orientação vocacional, quase tão extensa como a da psicologia vocacional, está para
além do âmbito deste texto, não se fará a sua revisão neste contexto.

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