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Em caso de intoxicação alimentar, o consumidor deve solicitar atestado ao médico que o atender,
indicando a possível causa do problema . Se foi atendido por médico particular, o consumidor pode
solicitar recibo para posterior reembolso.
Também é possível ajuizar ação judicial para pedir indenização por perdas e danos.
Data de validade
O artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor dispõe que "a oferta e apresentação de produtos
ou serviços deve assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua
portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia,
prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à
saúde e segurança dos consumidores."
Por isso, informações previstas nesse artigo do CDC e dados como o nome e endereço do
fabricante (ou produtor), formas de conservação, de preparo, volume, peso, entre outras, devem
estar presentes no rótulo dos alimentos e de forma legível.
O Código classifica ainda de "impróprios ao uso e consumo" (de acordo com o parágrafo 6º do
artigo 18):
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao fim que se destinam.
Sempre que o consumidor adquirir um produto e, logo em seguida, constatar que a validade está
vencida, ele deve solicitar ao comerciante a sua troca.
Quando o consumidor não adquire o produto, mas constata que em um determinado local ele está
sendo comercializado fora do prazo de validade, ele deve comunicar o problema aos órgãos da
Vigilância Sanitária ou à Fiscalização da Prefeitura local.
Diet e Light
- Diet: redução total de um nutriente (açúcar, gordura, etc). Assim, um produto que tem redução
de todo açúcar poderá ser consumido por diabéticos. A legislação específica é a Portaria nº 29 de
13.01.1998, da ANVISA.
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- Light: redução de 25% (no mínimo) de um nutriente (açúcar, gordura, etc.) ou em caloria. A
legislação específica é a Portaria nº 27 de 13.01.1998, da ANVISA.
Mais informações: www.anvisa.gov.br > áreas de atuação > alimentos > legislação > legislação
específica da área > regulamentos técnicos por assunto.
O comerciante não é obrigado a fracionar a venda de um produto, sempre que algumas unidades
são embaladas formando um único produto, com oferta e apresentação também únicas.
As ofertas anunciadas pelos fornecedores devem ser cumpridas, conforme estabelece o artigo 35
do Código de Defesa do Consumidor:
A Portaria nº 87, de 28.01.97, estabelece em seu artigo 17 que "em caso de utilização a menor do
valor do documento, o estabelecimento comercial deverá fornecer ao trabalhador um contra-vale
com a diferença, vedada a devolução em moeda corrente".
Assuntos Financeiros
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Banco de Dados – Registro no SPC, SERASA, CCF
O consumidor deve ser comunicado (por escrito) sempre que ocorrer abertura de cadastro ou ficha
com registro de dados em seu nome, podendo ter acesso às informações registradas, sempre que
necessário (artigo 43 do CDC).
• Dívidas com hospedagem e alimentação, bem como com seguradoras: um (1) ano;
• Dívidas relativas a aluguéis: três (3) anos;
• Dívidas com juros, desde que o principal já tenha sido pago: três (3) anos;
• Demais causas, como financiamento, cartão de crédito, etc: permanece o prazo previsto
pelo Código de Defesa do Consumidor, que é de (5) cinco anos;
• Cheques devolvidos por falta de fundos, registrados no CCF (Cadastro de Emitente de
Cheques sem Fundos do Banco Central): cinco (5) anos.
Obs.: São registrados no CCF os cheques devolvidos sem fundos nas seguintes situações: cheque
devolvido sem fundos, reapresentado e novamente devolvido (motivo 12); cheque devolvido por
conta encerrada (motivo 13) e a denominada prática espúria, que se dá quando o cliente tem
vários cheques devolvidos sem fundos, mesmo que não tenham sido reapresentados.
Sempre que a dívida for quitada ou parcelada através de acordo, o consumidor tem direito à
retirada imediata de seu nome do cadastro dos serviços de proteção ao crédito e a exigir que a
empresa que mantém o banco de dados comunique a mudança, em cinco dias úteis, a todos
aqueles que tiveram acesso a este apontamento, a contar da data da quitação ou da compensação
do pagamento da primeira parcela do acordo realizado.
Nos casos em que o consumidor toma conhecimento de que seu nome se encontra no SPC ou no
Serasa, porém ele não consegue quitar o débito, seja porque não lembra quem é o credor, ou
porque não o encontrou no endereço conhecido, é possível recorrer ao próprio cadastro.
No SPC, pode solicitar informações sobre o fornecedor que fez a inclusão do seu nome.
No Serasa, caso o registro tenha sido ocasionado por cheques devolvidos, o consumidor será
informado da quantidade de cheques, além do valor e data do último deles. Para verificar o nome
do favorecido, terá que se dirigir ao banco que emitiu os cheques (onde possui conta corrente). Se
o registro foi feito por uma instituição, o consumidor conhecerá o seu nome, endereço, valor e
data.
Para consultar os dados, o consumidor deve ir pessoalmente aos cadastros, levando RG e CPF
originais.
Bancos
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Conta corrente
De acordo com normas do Banco Central, os bancos têm a prerrogativa de aceitar ou não proposta
de abertura de conta corrente. Assim, podem determinar o perfil desejado do seu cliente, impondo
condições como ausência de restrições em cadastros de proteção ao crédito, saldo médio, etc.
No entanto, o consumidor tem o direito de saber os motivos da não aceitação da proposta. Se
entender por bem, poderá questionar o Banco através da esfera judicial.
Conta poupança
De acordo com a Resolução 2303 do Banco Central, a conta está isenta de tarifa de manutenção,
exceto se ficar seis meses sem qualquer movimentação e o saldo for igual ou menor que R$
20,00.
Conta salário
De acordo com a Resolução nº 2718 de 24 de abril de 2000 do Banco Central, não é possível fazer
a movimentação da conta salário por meio de cheques. Assim, o consumidor que desejar transferir
seu salário para outra conta em outro banco, sem a incidência de CPMF, deve negociar com o
gerente da agência a transferência através de "DOC D", que seria utilizado mensalmente.
Conta universitária
A conta universitária é uma conta corrente que os bancos oferecem a estudantes, por liberalidade
e como uma espécie de promoção. Este tipo de conta está sujeita aos mesmos regulamentos das
demais contas, porém tem a vantagem de estar isenta da cobrança de tarifas ou da taxa de
manutenção.
No entanto, desde que os bancos atendam ao que determina o Código de Defesa do Consumidor,
no que se refere ao direito de informação, e o cliente seja previamente avisado, as instituições
financeiras podem retirar as vantagens oferecidas na contratação.
Qualquer débito em conta corrente deve ser feito com conhecimento e autorização do consumidor.
Alguns exemplos: tarifas bancárias pela utilização de determinados serviços (os serviços cobrados
e os valores devem estar expostos nas agências bancárias); juros sobre limite especial; juros
sobre empréstimos; CPMF; débitos automáticos, entre outros.
Por esse motivo, os bancos não podem, por exemplo, debitar da conta corrente do cliente o valor
referente ao pagamento de cartão de crédito, exceto se houve autorização expressa para esse
procedimento.
Nos casos em que o cliente deixa de movimentar a conta, mas não formaliza o encerramento por
não estar informado dessa necessidade, e recebe, tempos depois, cobrança de valores
significativos ( tarifas, CPMF e outras) por parte dos Bancos , não deve pagar sem que haja um
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questionamento e solicitação de detalhamento da dívida, uma vez que é obrigação do Banco
encaminhar para o consumidor,um extrato mensal gratuito.
Seqüestro relâmpago
Em casos de seqüestros relâmpago, os bancos podem ser responsabilizados nas seguintes
situações:
Quando o seqüestro ocorrer:
O contrato de abertura de conta corrente deve prever as condições para entrega de talões de
cheques. De acordo com normas do Banco Central, o banco não pode deixar o cliente sem acesso
aos valores depositados por ele, devendo entregar, no mínimo, ou um talonário de cheques
gratuito (o primeiro do mês) ou um cartão eletrônico.
No entanto, sempre que o consumidor tiver um cheque devolvido e reapresentado, seu nome é
registrado no CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos) e a entrega de talões é
suspensa.
Em outros casos de restrições cadastrais (como cheque devolvido sem fundos e não
reapresentado) ou ainda por critérios próprios, o banco pode entregar ao correntista apenas o
cartão eletrônico.
Tarifas bancárias
Tarifas: De acordo com a Resolução nº 2303 de 25.07.96, emitida pelo Conselho Monetário
Nacional, os bancos estão autorizados a cobrar tarifas por diversos serviços prestados ao cliente,
desde que essa cobrança seja previamente informada, em quadros demonstrativos afixados em
locais visíveis das agências, com antecedência de 30 dias.
As alterações, tanto para inclusão de novas tarifas quanto para reajuste das já cobradas, também
terão que ser comunicadas com o mesmo prazo de antecedência. Os quadros devem conter:
Os extratos mensais gratuitos que são enviados aos clientes com toda a movimentação, devem
informar, claramente, os serviços prestados e as respectivas tarifas. Como os preços das tarifas
são liberados, pode haver grandes diferenças entre os valores cobrados por cada banco.
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Taxas: A taxa cobrada do emitente de cheque sem fundo é estabelecida pelo Banco Central, e
pode ser cobrada do cliente nos seguintes casos:
Pagamentos diversos
Algumas empresas emitem boletos (faturas, etc.) para pagamento de obrigações contratadas,
acrescentando ao valor principal quantia relativa à tarifa para pagamento em banco.
Mesmo que esse procedimento esteja previsto em cláusula contratual, ou do fornecedor dispor de
local alternativo para quitação da obrigação, a cobrança pode ser caracterizada como abusiva
porque a cobrança é parte integrante do negócio do fornecedor de produtos e serviços.
O não recebimento do documento para pagamento (boleto, fatura, etc) não exime o consumidor
da obrigação de quitar o valor devido, quando o consumidor conhece o vencimento do seu débito
e o endereço do credor.
Ao deixar de enviar o boleto ou atrasar o envio, no entanto, a empresa pode ser questionada pela
má prestação do serviço, com base no artigo 20, parágrafo 2º, do Código de Defesa do
Consumidor, que dispõe:
"São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente deles se
esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de prestabilidade".
Quando o vencimento de um débito estiver estipulado no contrato ou boleto,em data que não haja
expediente bancário, , o valor pago no primeiro dia útil após não poderá ser acrescido de qualquer
encargo. Porém, se antes do vencimento houver a interjeição "até" (ex.: vencimento até --/--/--)
o consumidor terá que antecipar o pagamento para evitar a cobrança dos encargos devidos por
atraso de pagamento.
O consumidor que não pretende mais utilizar os serviços, porém tem compras parceladas que
vencerão após o fim do período coberto pela anuidade , não poderá cancelar o cartão até que seja
paga a última parcela e só então poderá solicitar o reembolso da anuidade seguinte.
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Grande parte das administradoras de cartões fazem contato com o consumidor por telefone ou
enviam os cartões pelo correio sem que o cidadão tenha solicitado. Sendo assim, ao receber a
relação da rede credenciada de cartões de desconto , o consumidor deverá verificar se os serviços
ofertados realmente lhe interessam.
Esse pedido deve ter por base o direito assegurado pelo artigo 49 do Código de Defesa do
Consumidor, que estabelece:
"Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de sua assinatura
ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de
produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a
domicílio.
Além disso, a empresa pode ser questionada sempre que forem constatadas irregularidades na
forma de comercialização dos produtos, propaganda enganosa e falta de informação precisa sobre
os descontos.
O Código de Defesa do Consumidor, no inciso III, do artigo 39, estabelece que: "É vedado ao
fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, enviar ou entregar, sem
solicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço ".
O parágrafo único do mesmo artigo determina que: "Os serviços prestados e os produtos
remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento".
Dessa forma, ao receber cartão de crédito que não tenha sido solicitado, caso o consumidor venha
a ser cobrado de qualquer valor, como por exemplo anuidade, poderá valer-se do que estabelece
a Lei.
Para resguardar seus direitos, o DPDC sugere que o consumidor quebre o cartão e formalize
pedido de cancelamento.
Dívidas em cartão
A orientação ao consumidor que se utiliza de cartão de crédito, é que ele pague no vencimento da
fatura, o valor total das compras realizadas durante o mês.
Ao pagar o valor mínimo, o consumidor estará financiando seu saldo devedor (é o chamado
crédito rotativo). A conseqüência é que, ao fim de pouco tempo, o total do débito diminui muito
pouco, mesmo que não ocorram mais compras ou saques (cash). Isto acontece porque, sobre o
saldo devedor recaem juros, que estão com as taxas elevadas. As porcentagens máximas desses
encargos devem ser informadas previamente.
Uma alternativa para resolver o problema é tentar um acordo com a administradora do cartão,
propondo pagamento do total do saldo em parcelas. Em caso de inadimplência, são cobrados os
mesmos encargos previstos para o pagamento mínimo, mais juros de 1% ao mês e multa de até
2% (conforme artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor).
Com base no direito à informação, o consumidor tem o direito de solicitar à administradora, para
conferência, o cálculo discriminado do total cobrado. Nesse cálculo não podem estar incluídos
valores relativos à contratação de escritórios de cobrança ou honorários advocatícios.
Nenhum estabelecimento comercial é obrigado a aceitar cartões de crédito. Ao aceitar essa forma
de pagamento, o estabelecimento deve se preocupar em informar quais são os cartões aceitos,
em local de fácil visibilidade. É vetado pelo Código de Defesa do Consumidor qualquer
discriminação na venda, como estabelecer um valor mínimo como condição para aceitar o
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pagamento em cartão de crédito, ou praticar descontos apenas para pagamentos em dinheiro ou
cheque.
Apesar de não haver legislação específica dispondo sobre o assunto, os valores a serem pagos em
compras com cartões de crédito devem ser iguais aos cobrados nos pagamentos à vista, com base
nas seguintes disposições legais:
Cartório
Não existe prazo para protestar qualquer título. A legislação específica sobre a questão dispõe que
não cabe ao cartório investigar a ocorrência de prescrição da dívida. No entanto, é vedado o
protesto de cheques devolvidos por alguns motivos específicos: cancelamento do talão pelo banco
sacado, sustação por furto ou roubo e roubo de malotes(*). Se isso ocorrer, o consumidor pode
ingressar com ação na Justiça.
Para o cancelamento do protesto o consumidor tem que pagar a dívida ou questioná-la, por meio
de ação específica.
Se o consumidor for protestado e não quitar a dívida em cartório, ele precisa quitá-la junto ao
credor. Nesse caso, o credor deve devolver o título de crédito (cheque, duplicata). Se o título foi
extraviado, o consumidor, ao realizar o pagamento, deve exigir uma declaração de anuência, com
firma reconhecida. Essa declaração deve informar que o valor em questão foi recebido e trazer os
dados do título (número, data, etc.).
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Regularizado o problema com o credor, o consumidor deve comparecer ao cartório onde ocorreu o
protesto, levando o título ou a declaração de anuência.
Quando o consumidor quita seu débito em cartório, no prazo estabelecido na intimação, é preciso
pagar taxas relativas a custas. Mas quando o acerto é feito posteriormente com o próprio credor,
o consumidor, para sustar o protesto, precisa pagar as taxas relativas a custas mais aquelas
referentes ao cancelamento.
Caso o consumidor não saiba o endereço do cartório onde ocorreu o protesto, ele pode localizá-lo
entrando em contato com o Serviço de Distribuição de Títulos para Protesto . O cartório onde está
ocorrendo o protesto pode fornecer informações sobre o autor. Se o autor tiver endereço incerto,
o consumidor precisa fazer o pagamento em juízo, por meio de um advogado de confiança ou da
Procuradoria do Estado, se comprovar renda de até três salários mínimos.
Mais informações a respeito da sustação do protesto e taxas, podem ser obtidas consultando o
sítio na internet: www.protesto.com.br.
Cheques
Quando o cheque é devolvido sem fundos, depois reapresentado e novamente devolvido pelo
mesmo motivo, o nome do emitente é registrado no Cadastro de Emitentes de Cheque sem
Fundos do Banco Central (CCF). Para regularizar o problema, o consumidor tem que levar o
cheque ou carta de anuência ao banco, entregar os demais documentos solicitados e pagar as
tarifas cobradas pelo próprio banco e taxas do CCF devidas ao Banco Central.
Quanto aos valores para quitação do débito, o credor pode exigir, além do valor principal, a
correção monetária do período , 1% de juros de mora ao mês, mais as despesas que,
comprovadamente, realizou para o recebimento.
Nos financiamentos de bens móveis ou imóveis, que foram pagos com cheques devolvidos, a
multa pelo atraso de pagamento não pode ultrapassar 2% (conforme artigo 52 do Código de
Defesa do Consumidor) e os demais encargos devem estar estipulados em contrato.
Com base no direito à informação, previsto pelo Código de Defesa do Consumidor, caso tenha
dúvidas quanto ao valor total fornecido para pagamento, a sugestão é que o consumidor solicite
cálculo discriminado desse valor.
Cheque pré-datado
Não há na lei do cheque previsão para a prática de emissão de cheque pré-datado. Desde que a
apresentação se dê em 30 dias na mesma praça (município) ou 60 dias em outra praça, o banco
faz a compensação normalmente.
Os danos decorrentes de uma eventual antecipação no depósito devem ser objeto de um pedido
de reparação, preferencialmente no âmbito judicial, quando houver dificuldades em se fechar um
acordo em âmbito administrativo.
Prescrição e Protesto
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É importante observar que:
Cheques não pagos deixam de ser títulos executivos após seis meses do prazo para a sua
apresentação. Mesmo assim, a dívida permanece (até a sua prescrição) e pode ser discutida
judicialmente.
- Letras de Câmbio e Notas Promissórias: três (3) anos, conforme determinação do Novo Código
Civil;
- Para os demais casos (financiamento, cartão de crédito, cheques sem fundo, etc): permanece o
prazo de cinco (5) anos;
3) Protesto do cheque:
Como os cartórios não são considerados cadastros de proteção ao crédito, mas um serviço de
apontamento de dívidas, os nomes dos consumidores ali constantes não são excluídos no prazo de
cinco anos, conforme determinação do artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor, que trata de
banco de dados. Para o cancelamento do protesto, o consumidor precisa pagar a dívida ou
questioná-la, por meio de ação específica. O consumidor deve avaliar a situação e verificar se é
viável pedir a sustação do protesto ou tentar um acordo com o fornecedor.
Se optar pelo acordo, o credor pode exigir, além do valor principal, a correção monetária do
período , 1% de juros de mora ao mês, mais as despesas que, comprovadamente, realizou para o
recebimento (exceto valores pagos a agências de cobrança ou honorários advocatícios).
Para financiamentos de bens móveis ou imóveis que foram pagos com cheques devolvidos, a
multa pelo atraso de pagamento não pode ultrapassar 2% (conforme artigo 52 do Código de
Defesa do Consumidor) e os demais encargos devem estar estipulados em contrato.
Caso o consumidor tenha dúvidas quanto ao valor total fornecido para pagamento, ele pode
solicitar cálculo discriminado desse valor.
Para regularizar a situação quando um cheque é devolvido sem fundos, o consumidor tem que
levar o próprio cheque ou carta de anuência, demonstrando que houve o pagamento ao
favorecido.
A carta de anuência deve, necessariamente, ser assinada pelo próprio favorecido. No entanto,
muitas vezes não é possível localizá-lo de imediato, por vários motivos.
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A primeira providência a ser tomada é solicitar ao gerente da agência bancária a microfilmagem
do cheque. É possível que no verso conste os dados de quem o depositou. Se for uma empresa e
ela tiver encerrado as atividades, o consumidor pode recorrer à Junta Comercial do seu Estado,
solicitando ficha de breve relato. Esse documento vai fornecer os nomes e endereços dos
proprietários da empresa.
Porém, se o favorecido entregou o cheque para terceiros e não consegue informar o seu nome e
localização, outra alternativa é verificar se houve o registro nos bancos de dados (SPC/SERASA):
SPC: o consumidor pode consultar a ficha, obtendo nome e endereço do fornecedor que fez a
inclusão do seu nome. Se, com esses dados, não conseguir localizá-lo, pode retornar ao SPC para
orientação quanto às novas medidas a serem tomadas.
SERASA: Se o registro decorre de cheques devolvidos, o consumidor tem que ser informado sobre
a quantidade de cheques e o valor e data do último deles. Para verificar o nome do favorecido, é
preciso ir ao banco emitente dos cheques (onde possui conta corrente). Se o registro foi feito por
uma instituição, o consumidor pode saber o nome da instituição e o endereço da mesma.
Para consultar os dados o consumidor tem que ir pessoalmente aos cadastros, levando RG e CPF
originais.
Se a pesquisa ainda não for suficiente, o consumidor deve verificar se houve o protesto do
cheque, entrando em contato com o Serviço de Distribuição de Títulos para Protesto do local onde
reside. O cartório onde pode estar ocorrendo o protesto deve fornecer as informações sobre o
autor.
Se após estas tentativas ainda não for possível localizar o favorecido, o consumidor precisa
realizar o pagamento em juízo, por meio de um advogado de confiança, ou da Procuradoria do
Estado, se comprovar renda mínima de até três salários mínimos.
O contrato de abertura de crédito, seja ele por meio de cheque especial ou outra modalidade,
deve ser necessariamente firmado para vigorar por tempo determinado. Se interessar às partes,
pode ocorrer renovação automática.
Considerando que os contratos firmados com consumidores devem ser pautados pelas regras do
Código de Defesa do Consumidor, não havendo interesse pela renovação por parte do banco, o
consumidor deve ser comunicado da decisão com a antecedência necessária para se adequar à
nova situação.
O valor do limite pactuado também não pode sofrer qualquer tipo de alteração, seja ela para um
valor maior ou menor, sem que o consumidor seja informado e concorde.
A cobrança de juros sobre limite do cheque especial é cabível quando o consumidor utiliza-se do
saldo total ou parcial colocado à sua disposição. O cálculo do valor devido tem que ser feito sobre
o número de dias de utilização do empréstimo.
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De acordo com o normas do Banco Central, ninguém ou qualquer estabelecimento comercial está
obrigado a aceitar cheques, mesmo que visados, mas o fornecedor que optar por não aceitá-los,
deve trazer essa informação em lugar bem visível.
Mesmo que o fornecedor aceite essa forma de pagamento, ele pode não aceitar cheques de outras
praças ou de pessoas jurídicas . Porém, o comerciante não pode impor restrições que se refiram
ao tempo da abertura da conta corrente.
Sustação de Cheques
Toda vez que um cheque sustado por roubo ou furto é compensado, o cheque é devolvido pelo
"motivo 28" e não pode ser protestado. No entanto, se a sustação decorrer de desacordo
comercial, o cheque é devolvido pelo "motivo 21" e pode ser protestado. Nesse caso, o
consumidor precisa fazer o pagamento no Cartório de Protesto ou contratar advogado de
confiança para sua defesa.
Cobranças
Ameaça/ Constrangimento:
Portanto, o consumidor inadimplente que sofrer ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,
ou qualquer outro procedimento que o exponha ao ridículo, ele pode levar o caso à apreciação do
Judiciário, pleiteando perdas e danos morais.
As cobranças efetuadas por empresas de cobrança são extrajudiciais. Nessa situação, só podem
ser cobrados os encargos previstos no contrato de financiamento ou crediário e, no caso de
cheques emitidos sem fundo, o valor nele grafado, juros de mora e despesas efetuadas para o
recebimento (devidamente comprovadas). Os gastos com a prestação de serviços das empresas,
inclusive honorários advocatícios, são de responsabilidade da credora, não podendo ser
repassados para o devedor.
Se for celebrado algum acordo referente à quitação da dívida, o consumidor deve ficar atento e
exigir que tudo o que for combinado verbalmente seja discriminado por escrito: débito; valor,
número e data de vencimento das parcelas; penalidades em caso de atraso, cancelamento ou
descumprimento do combinado; termo de quitação que deve ser amplo, geral e irrestrito.
1. Recorrer a um banco oficial (Banco do Brasil, CEF), localizados nas dependências (ou
proximidades) dos fóruns regionais levando xerox do CIC, RG e comprovante de
endereço, juntamente com os originais, e solicitar a abertura de conta de depósito em
consignação;
2. A conta deve ser aberta em nome do devedor (depositante) e do credor. É importante que
o consumidor tenha em mãos os dados completos do credor (nome ou razão social, CGC
ou CIC);
3. Depositar o valor devido;
4. Comunicar imediatamente ao credor o valor depositado, o número da conta e a agência e
endereço do banco, usando para isso uma carta com aviso de recebimento (AR) ou por
meio de Cartório de Títulos e Documentos;
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5. Na correspondência deve ser mencionado que o credor tem 10 dias a contar da data do
recebimento para manifestar ao banco, por escrito, a recusa do recebimento do valor
depositado;
6. Se o credor, não manifestar recusa, entende-se que o devedor ficou liberado da
obrigação, ficando o valor depositado à disposição do credor;
7. Decorrido o prazo, o devedor deve retornar ao banco. Se o credor manifestar a recusa, o
devedor tem 30 dias para constituir advogado e propor uma ação de consignação,
juntando cópia do recibo de depósito e cópia da recusa, por parte do credor;
8. Se nesse prazo de 30 dias o devedor não propuser a ação, o depósito que foi feito no
banco perde o efeito, devendo ser retirado. Nesse caso, o consumidor deve arcar com as
penalidades contratuais.
Observações:
Consórcio
Contemplação em Consórcio
• A contemplação deve ser feita exclusivamente por sorteio ou lance. Os critérios para
ambos os casos devem estar previstos em contrato;
• Caso o sorteio não seja realizado, por insuficiência de recursos, pode ser realizada apenas
a contemplação por lance;
• A contemplação está condicionada à existência de recursos suficientes no grupo. Assim,
caso não seja possível o sorteio (pelo fato de haver muitos inadimplentes no grupo, por
exemplo), pode ser realizada apenas a contemplação por lance;
• A administradora deve colocar à disposição do consorciado contemplado o respectivo
crédito até o terceiro dia útil após a contemplação, permanecendo os referidos recursos
depositados em conta vinculada devidamente aplicados, revertendo os rendimentos
líquidos da aplicação a favor do consorciado contemplado.
Até sessenta dias após a contemplação de todos os consorciados do grupo, a administradora deve
comunicar aos consorciados que não tenham utilizado o crédito, que o dinheiro está à disposição
Consórcio de Imóveis
O consórcio imobiliário é um sistema normatizado e fiscalizado pelo Banco Central, que reúne um
grupo de pessoas físicas ou jurídicas para auto financiamento de bens com a contemplação por
meio de sorteio e/ou lance.
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contrato, taxa de administração, possibilidade de antecipação de pagamento das parcelas
e direito do consorciado dispor do crédito distribuído na assembléia de contemplação.
• é importante verificar, ainda, se a empresa esta autorizada pelo Banco Central a negociar
esse tipo de contrato e se há reclamações contra ela nos órgãos de defesa do consumidor.
• o consumidor dever certificar-se de que o valor mensalmente pago está dentro do seu
orçamento e que o índice de reajuste do contrato reflita a variação dos custos da
construção civil. A utilização desse índice diminui o risco de que o valor do crédito seja
insuficiente para a compra do imóvel desejado. Avalie os prazos do grupo, que podem ser
de até 120 meses, bem como as taxas cobradas e os serviços prestados pela
administradora, como assessoria gratuita para análise da documentação do imóvel
escolhido pelo contemplado.
• o participante deve comparecer sempre às assembléias Esta é uma forma de acompanhar
a saúde financeira do grupo.
Fundo de Reserva
O fundo de reserva cobrado mensalmente pelas empresas de consórcios, somente é utilizado para
eventualidades que devem estar explícitas no contrato.
Até sessenta dias após a contemplação de todos os consorciados do grupo, a administradora deve
comunicar a todos os consorciados , desistentes ou não, o demonstrativo dos valores referentes
ao fundo de reserva, com a previsão de devolução dos valores que não tenham sido utilizados .
Caso não haja esse acompanhamento e o consumidor tiver dúvidas sobre a questão,deve solicitar
esclarecimentos, por escrito, à empresa de consórcio.
• 180 dias após a contemplação, desde que tenha quitado suas obrigações para com o
grupo;
• 60 dias após a entrega de todos os créditos do seu grupo;
• se após a contemplação o consorciado utilizou recursos próprios para garantir o preço do
bem, deve ser observado o disposto no contrato.
Se a opção for utilizar o crédito para adquirir o bem, o consumidor não é obrigado a comprá-lo na
revenda indicada pela administradora. É direito do consorciado optar pelo fornecedor e pelo bem,
obedecendo os segmentos . A administradora só pode transferir recursos a terceiros após o
consorciado ter comunicado sua opção.
Quitação de consórcio
Na quitação do saldo devedor do consórcio não se aplicam as disposições do artigo 52, do Código
de Defesa do Consumidor, que determina a redução proporcional dos juros e demais acréscimos,
tendo em vista que essa disposição é para financiamentos e outorga de crédito, o que não é o
caso do sistema de consórcio.
Para esse caso, o consumidor deve verificar o que estabelece o contrato de adesão.
A administradora deve convocar assembléia geral extraordinária no máximo cinco dias úteis após
tomar conhecimento da alteração na identificação do bem objeto do consórcio.
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• as prestações dos não contemplados, tanto as pagas quanto as a vencer, são calculadas
com base no preço do novo bem.
Dívida
Ao perder documentos, alguns consumidores constatam que seu nome se encontra nos cadastros
de proteção ao crédito, por débitos que eles não realizaram. Há situações em que o consumidor
tem certeza que isso não ocorreu e, mesmo assim, seu nome foi utilizado em compras ou
contratação de serviços.
Quando os documentos são perdidos é importante que a pessoa vá a uma delegacia de policia e
faça um boletim de ocorrência (B.O.). Caso a pessoa não tenha tomado essa providência na data
oportuna, deve tentar fazer esse registro mesmo que posteriormente.
Com o B.O, o consumidor deve procurar o credor que está fazendo a cobrança e explicar a
situação.
Não obtendo acordo, o problema deve ser discutido no Judiciário.
Prescrição de Dívidas
De acordo com o novo Código Civil, o prazo máximo para prescrição de dívidas é de dez anos.
As principais dívidas que atingem o consumidor têm os seguintes os prazos para que o credor
possa ingressar na justiça com ação de cobrança:
• Cheques não pagos: deixam de ser títulos executivos após seis meses do prazo para a
sua apresentação. Mesmo assim, a dívida permanece e, até a sua prescrição, pode ser
discutida judicialmente. Vale atentar para os prazos de apresentação de cheques: 30 dias
para cheques da mesma praça e 60 dias para cheques de outras praças.
• Dívidas relativas a obrigações de pagamento que resultam de contratos (por exemplo, de
compra e venda, financiamento de bens móveis e imóveis), cartões de crédito, compras a
prazo, crédito direto ao consumidor, prestação de serviços e contratos bancários (limite
especial): prazo prescricional para cobrança é de cinco (5) anos.
• Notas promissórias, letras de câmbio, aluguéis de prédios urbanos ou rústicos: prazo é de
três (3) anos.
Caso as dívidas tenham sido assumidas antes da entrada em vigor do novo Código Civil, em 11 de
janeiro de 2003, o artigo 2.028 dessa lei estabelece que: " serão os da lei anterior os prazos,
quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido
mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada".
Considerando que a mencionada "lei revogada" (Código Civil de 1916), determinava que o prazo
máximo de prescrição era de vinte (20) anos, pode-se tomar como exemplo o caso de uma dívida
anterior à data de entrada em vigor do novo Código. Se nessa data a dívida tinha dez anos e mais
um dia, a prescrição acontecerá de acordo com o antigo Código. Caso contrário, se tiver dez anos
ou menos, devem ser considerados os prazos do novo Código.
Financiamento
Alguns anúncios em jornais, Internet, rádios e malas diretas vêem oferecendo empréstimos com
grandes facilidades, tanto para liberação quanto para pagamento. Esses anúncios têm algumas
características em comum: não informam com clareza os encargos que serão cobrados e o
endereço é de outro Estado ou de outro município. Muitas vezes esse dado nem é mencionado,
sendo comunicado apenas um número de caixa postal para contato. Geralmente, os anúncios
solicitam que o interessado faça algum depósito em conta bancária ou envie dinheiro pela caixa
postal. Feito isso, não há mais qualquer contato e dificilmente o consumidor consegue localizar os
15
que seriam responsáveis pelo empréstimo. O consumidor que tiver prejuízos financeiros em
virtude desses anúncios deve registrar um boletim de ocorrência numa delegacia policial.
Nos débitos relativos a contratos de financiamentos, a multa não pode ultrapassar 2%, conforme
artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor. Além da multa, é preciso pagar os encargos
previstos no contrato, tais como: juros de mora (1%) e comissão de permanência, que são os
juros contratuais .
Caso não haja acordo entre as partes, e havendo dúvidas quanto ao valor cobrado, o consumidor
deve solicitar o cálculo discriminado do total da dívida. Nesse cálculo não deve constar valores
relativos à contratação de escritórios de cobrança ou honorários advocatícios.
Nos casos de débitos relativos a contratos de financiamentos, a multa não deve ultrapassar 2%,
conforme artigo 52 do Código de Defesa do Consumidor. Além da multa, o consumidor terá que
pagar os encargos previstos no contrato (que se referem a mora de 1% e comissão de
permanência, que tem que ser a mesma taxa de juros contratada). Não pode ser incluído valores
pagos às agências de cobrança ou honorários advocatícios.
O ônus para o consumidor pode ser grande, mesmo que ele entregue o bem amigavelmente à
financeira. Uma forma de amenizar o problema, se não for possível fazer a quitação total ou
atualização das parcelas, é transferir o financiamento para um terceiro. Porém, para evitar
prejuízos ainda maiores, essa transferência tem que ser feita de forma regular, nas dependências
e com o aceite da financeira. Outra alternativa, é a consignação de pagamento das prestações em
atraso em banco oficial.
Assim, com base nessa determinação do Código e nas resoluções 2878 e 2892 do Banco Central,
no pagamento antecipado de parcelas relativas a contratos de financiamento ou outorga de crédito
(cartão de crédito), o consumidor tem direito ao pagamento antecipado, com o abatimento
proporcional dos juros contratuais.
Cabe ao credor decidir se aceita ou não o pagamento parcelado para quitação de débitos.
Sempre que esse acordo é realizado, ele deve ser formalizado em contrato, com cópia entregue ao
consumidor .
É direito do consumidor, assegurado pelo Código, solicitar o cálculo discriminado do total cobrado.
Esse cálculo não pode conter valores relativos à contratação de escritórios de cobrança ou
honorários advocatícios.
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Contratos
Essa Lei refere-se apenas aos serviços públicos essenciais (como energia elétrica, água, etc), não
havendo qualquer outra legislação que obrigue os diversos outros fornecedores de produtos ou
serviços a alterar a data de vencimento de obrigações contratadas. O consumidor deve tentar
determinar a data de vencimento que lhe for mais conveniente no ato da negociação. Havendo
necessidade de fazer essa alteração, o consumidor deve tentar um acordo com o fornecedor.
Juros
Juros é o valor pago pelo tomador do dinheiro ao credor, isto é : a remuneração que a instituição
financeira recebe pelo empréstimo do dinheiro.
Assim, sempre que o consumidor precisar financiar ou comprar produtos, utilizar empréstimos
bancários ou limite especial, ele deve fazer uma pesquisa no mercado e optar pelo fornecedor que
oferecer taxas menores. É preciso ainda analisar atentamente as cláusulas contratuais. No
contrato de financiamento ou empréstimo, deve estar claro qual a taxa de juros pactuada entre as
partes, o número de prestações, sua periodicidade e respectivos valores.
As parcelas devem ser pagas até a data de vencimento, porque em caso de atraso os encargos,
que também devem estar previstos nos contrato, costumam elevar significativamente o total da
dívida.
Sempre que o consumidor tiver dificuldade em conferir o que está sendo cobrado, ele pode
solicitar planilha discriminando o cálculo. Caso entenda que há indícios de abusividade, e não
obtendo resposta satisfatória do fornecedor, a questão pode ser discutida judicialmente.
Leasing
O leasing é uma forma de arrendamento mercantil, ou seja, de aluguel com opção de compra. É
utilizado principalmente na aquisição de veículos novos. As principais vantagens em relação às
outras opções de financiamento praticadas pelo mercado são as taxas de juros menores e a
isenção do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
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Não existem parâmetros definidos para a determinação do VRG que, dependendo da instituição
financeira, pode atingir até 90% do valor do bem. Assim, antes de aderir aos sistemas de leasing
disponíveis atualmente no mercado, o consumidor deve comparar o total a ser pago (VRG +
aluguéis mensais) com outras formas de financiamento. Outra dica é verificar se o VRG está
totalmente diluído na entrada e nas prestações ou se ao final dos pagamentos está previsto algum
resíduo. Durante a vigência do contrato de leasing, o bem pertence à operadora.
Seguros
No cancelamento de seguro com prêmios pagos mensalmente, a seguradora não está obrigada a
devolver valores, já que o bem se encontra segurado até a data do último pagamento.
No entanto, se o seguro foi pago integralmente ou dividido em parcelas, a SUSEP, que é o órgão
normatizador e regulador das companhias de seguro, determina que o ressarcimento deve ser
proporcional. A tabela do cálculo da proporcionalidade, tem que estar disposta nas condições
gerais da apólice.
Indenização – prazo
A seguradora tem que pagar a indenização pelo sinistro de veículos no prazo máximo de trinta
dias após a apresentação de todos os documentos solicitados. Esse prazo se refere à perda total.
Para receber o valor estipulado na apólice, o consumidor precisa quitar o saldo devedor do seguro,
caso ele tenha dividido o valor do premio em parcelas. A perda total deve ser considerada toda
vez que o orçamento para conserto do bem sinistrado exceder a 75% do valor segurado ou se a
segurança do veículo ficar em risco.
Nos casos em que o veículo segurado sofre perda total ou é roubado/furtado e o financiamento
anda está sendo pago, o consumidor deve solicitar à financeira o total do saldo devedor do dia, já
calculado o desconto proporcional para pagamento antecipado, conforme dispõe o artigo 52 do
Código de Defesa do Consumidor. Após receber essa informação, por escrito, o consumidor pode:
Indenização na inadimplência
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O Novo Código Civil prevê que em caso de mora não cabe a cobertura, portanto, se o segurado se
encontrar inadimplente à época do sinistro a seguradora pode não pagar a indenização.
No entanto, para se caracterizar a mora, deve ser levada em conta a proporcionalidade dos
pagamentos efetuados.
Ao negar a cobertura do seguro, a seguradora também pode ser questionada, caso não tenha
alertado o segurado sobre o cancelamento do contrato.
O segurado tem o direito de escolher a oficina onde vai entregar seu carro para conserto.
Para esse procedimento, o consumidor deve pedir três orçamentos em oficinas e entregá-los à
seguradora, que deve indicar aquela que lhe parecer mais conveniente.
Se o consumidor tiver confiança em apenas uma oficina, pode levar o carro ao local e comunicar o
endereço á seguradora que deve enviar um perito para verificar os problemas relativos ao sinistro
e aprovar (ou não) o orçamento.
Caso o seguro seja de terceiros, tanto os orçamentos quanto o endereço da oficina onde foi
deixado o veículo devem ser entregues ao segurado responsável pela indenização, que os
repassará à sua seguradora.
Se a alegação para a recusa for a de que o veículo a ser segurado pertencia a outra seguradora
(assim, já teria sofrido perda total) ou que foi vendido em leilão, o consumidor deve questionar o
vendedor.
Seguro de terceiros
Título de capitalização
Ao assinar qualquer contrato o consumidor deve ler atentamente todas as suas cláusulas pedindo
esclarecimentos sobre aquelas que tiver dúvidas. Pode solicitar, também, que as promessas
verbais façam parte do contrato ou de um adendo, datado e assinado.
No caso de título de capitalização o consumidor deve ter bem claro seu objetivo. A principal
característica dessa contratação é dar ao cliente a oportunidade de concorrer a prêmios, como
uma espécie de loteria. Existem vários planos no mercado e alguns deles são vendidos como se
fossem formas de se comprar imóveis ou consórcios.
Nesse tipo de contrato, uma parte das mensalidades pagas pelo consumidor é destinada às
despesas administrativas da empresa, outra é para os sorteios e uma terceira parte para a
provisão matemática, que é o valor que o consumidor resgatará no final do prazo contratado.
Nada garante que esse valor será suficiente para comprar um imóvel ou um carro, conforme
destacam diversas propagandas. Se o consumidor desistir antes do prazo, só receberá um
pequeno percentual da quantia que foi destinada à reserva matemática.
19
Habitação
Aluguel
De acordo com a legislação relativa a cobrança de aluguel (Lei 8.245/91), as despesas com
informações cadastrais sobre o pretendente à locação de um imóvel e seu fiador, devem ser pagas
pelo proprietário desse imóvel.
O artigo 835 do Código Civil estabelece que "o fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver
assinado, sem limitação de tempo, sempre que lhe convier, ficando, porém, obrigado, por todos
os efeitos da fiança, durante os 60 dias após a notificação do credor".
Assim, basta uma notificação extrajudicial para o fiador exonerar-se da função. No entanto, o
assunto é polêmico pois o mesmo Código, no artigo 2.036 dispõe: "A locação de prédio urbano
que esteja sujeita a lei especial, por esta continua a ser regida".
Alguns juristas entendem que a Lei do Inquilinato exerceria o papel de lei especial, prevalecendo
sobre o Código Civil. Essa Lei (8.245/91), estabelece em seu artigo 39 que "salvo disposição
contratual em contrário, qualquer das garantias da locação, se estende até a efetiva devolução do
imóvel".
Nos casos em que o fiador pretender retirar a fiança, a solicitação deve ser feita por escrito
(guardando uma via protocolada), ao proprietário do imóvel ou imobiliária. Não sendo atendido,
ele pode recorrer à via judicial.
Garantias da locação
Fiança: A garantia é dada por um terceiro (fiador), apresentado pelo inquilino. Geralmente se
exige que o fiador seja proprietário de imóvel no local, não tenha registro nos bancos de dados
e,se casado, o cônjuge também assine a fiança.
O locatário pode rescindir o contrato antes do prazo estabelecido, desde que pague a multa
estipulada. Essa multa deve ser proporcional ao prazo da locação. Por exemplo: se o contrato
estabelecer multa de três aluguéis, o valor do aluguel atual deve ser multiplicado por três e o
resultado dividido pelo total de meses de duração do contrato. Feito isso, multiplica-se o valor
obtido pelo número de meses que faltam para completar o vencimento da locação. O resultado é o
valor a ser pago.
O inquilino pode ficar isento da multa se houver acordo entre as partes ou se a rescisão do
contrato decorrer de transferência de emprego para outra localidade, feita pelo empregador.
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A cobrança do aluguel antecipado só é permitida em duas situações:
• Locações em que o inquilino não apresentou garantia: neste caso o locador pode cobrar o
aluguel e encargos até o sexto dia útil do mês a vencer ;
• Locações para temporada .
O pagamento dos impostos, taxas e prêmios de seguro complementar contra incêndio é dever do
proprietário, salvo disposição contrária no contrato. Contudo, mesmo que o contrato não contenha
cláusula a respeito, o pagamento pelo inquilino caracteriza acordo entre as partes. No caso do
IPTU, o inquilino pode seguir o plano da prefeitura, pagando a parcela única ou mensalmente.
Questões de habitabilidade
De acordo com a lei vigente, um dos deveres do locador é o de entregar o imóvel alugado em
estado que possa servir ao uso a que se destina.
Terminado o período de locação, o inquilino deve restituir o imóvel no estado em que o recebeu,
salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal.
Para resguardar direitos, é interessante que o locatário verifique, sempre que surgirem problemas,
se eles ocorreram por desgaste natural. Entendendo que foram causados por mau uso, deve
tentar saná-los com urgência.
Se constatar que os vícios ou defeitos têm origem anterior à locação, cabe ao locador as
providências. Nesse caso, o locatário deve comunicar por escrito por escrito que está acontecendo
e estabelecer um prazo para que sejam tomadas as providências devidas.
Reajuste de aluguel
Conforme legislação vigente, o reajuste de aluguel deve ocorrer anualmente, com base no índice
de preço constante do contrato (IPC, INPC, IGPM, IGP-DI, entre outros).
Sempre que o índice contratual tornar o valor muito acima, ou abaixo, dos preços de mercado, as
partes podem fazer um acordo amigável. O acordo deve ser formalizado por escrito, no próprio
contrato ou através de adendo contratual. Não ocorrendo o entendimento, prevalece o índice
previamente estabelecido. A abusividade desse índice também pode ser discutida judicialmente.
Nos casos em que o contrato de locação foi firmado a partir de 20/12/1991, com prazo de duração
de 30 meses ou mais, no vencimento do contrato o locador pode retomar o imóvel sem
necessidade de justificativa, valendo-se da "denúncia vazia". A mesma regra pode ser aplicada
quando o contrato tem um prazo de duração inferior a 30 meses, mas o inquilino já está no imóvel
há mais de cinco anos.
Após receber o comunicado, o inquilino tem um prazo de 30 dias para a desocupação.
Nos casos de contratos com prazos inferiores a 30 meses (ou prazos indeterminados), o locador
só pode pedir o imóvel nos seguintes casos:
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• no caso da locação estar vinculada a um contrato de trabalho e ele for extinto;
• no caso de necessidade de reparação urgente determinada pelo poder público.
O locador ainda pode retomar o imóvel se houver acordo entre as partes, por falta de pagamento
de aluguel ou dos encargos da locação; por infração legal ou contratual e por alienação, venda ou
cessão do imóvel.
Revisão do aluguel
Caso o locador proponha um reajuste acima do índice estabelecido no contrato, o locatário deve
verificar a data em que ele foi firmado, bem como valor de aluguel praticado na região, em
residências de mesmo padrão.
Se já decorreram três anos da locação ou do último acordo para adequação de valores, pode
ocorrer a "revisional do aluguel", que é quando a parte interessada (locador ou inquilino) tem o
direito legal de exigir que a locação tenha seus valores semelhantes aos preços de mercado. Não
havendo acordo amigável, a questão tem que ser discutida judicialmente.
Qualquer acordo, mesmo amigável, deve ser firmado por escrito, no contrato de locação ou
através de um adendo contratual.
Venda do imóvel
De acordo com a Lei 8.245/91, em caso de venda, o locatário tem preferência na aquisição do
imóvel, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar-lhe conhecimento do
negócio mediante notificação judicial ou extrajudicial que contenha todas as condições de venda.
O inquilino, por sua vez, tem 30 dias para se manifestar.
Quando o locatário tiver interesse na compra do imóvel e a venda não for comunicada, deve
contratar advogado para análise e competente ação judicial.
Se o imóvel for vendido e o contrato estiver no prazo determinado, cabe ao novo proprietário
respeitar o prazo restante da locação desde que o contrato esteja registrado no cartório imobiliário
e tenha cláusula de vigência (estipulação contratual que obriga a manutenção da locação em caso
de venda).
Caso contrário, o novo proprietário (comprador) pode denunciar a locação, concedendo prazo de
90 dias para desocupação. Não havendo esse procedimento, a locação deve ser mantida nos seus
termos.
Compra de Imóvel
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A Lei 4.591/64, que dispõe sobre incorporações imobiliárias, estabelece ainda que ao contratar a
entrega da unidade a prazo e preços certos, são impostas normas que o incorporador deve seguir,
como por exemplo: - responder civilmente pela execução da incorporação, devendo indenizar os
adquirentes ou compromissários dos prejuízos que estes tiverem pelo fato de não se concluir a
edificação ou retardar injustificadamente a conclusão das obras. O atraso na entrega do imóvel
também pode configurar uma contravenção relativa à economia popular, quando o incorporador
paralisar a obra por mais de 30 dias ou retardar excessivamente o andamento sem justa causa.
Cooperativa
A cooperativa habitacional tem como princípio a associação de pessoas para a construção de suas
casas, sem intermediários e sem visar lucros. As cooperativas habitacionais não são
caracterizadas como uma relação de consumo.
O cooperado é uma espécie de sócio e não apenas um comprador. Uma das principais medidas
que deve tomar é o de acompanhar o andamento da obra, participando ativamente do negócio e
das assembléias e reuniões realizadas.
O consumidor que ainda não aderiu ao sistema, deve tomar alguns cuidados:
Reajuste das prestações e do saldo devedor: Nos contratos a preço de custo, o reajuste das
prestações e a atualização do saldo devedor variam de acordo com o custo da construção e a
etapa da obra. Os valores são rateados entre os adquirentes.
Rescisão do contrato pelo atraso na entrega: Nesses contratos não se aplica o Código de
Defesa do Consumidor, pois o andamento da construção depende da disponibilidade de todos os
adquirentes. Nessa modalidade de construção existe a responsabilidade solidária.
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• No cartório de registro de imóveis deve ser observado se a incorporação do
empreendimento foi devidamente registrada. Observar também se as plantas, as áreas e
metragem do imóvel estão de acordo com a aprovação da prefeitura do município.
• O memorial descritivo (documento que discrimina o material e equipamentos a serem
empregados no imóvel) é documento integrante do contrato de compra e venda.
• Certifique-se, ainda, se o imóvel ou o terreno não estão hipotecados.
• É importante guardar todos os prospectos publicitários do imóvel, para garantir o
cumprimento da oferta por parte da empresa. Esses documentos passam a integrar o
contrato.
Na falta de pagamento da prestação pode ser cobrada a correção monetária, juros de 1% ao mês
e multa moratória, desde que convencionado pelas partes. Se a compra envolver outorga de
crédito ou concessão de financiamento, a multa deve estar limitada a 2% do valor da prestação.
Ao comprar imóvel usado, o consumidor deve avaliar bem a oferta, o local e as condições da
moradia. Caso seja um apartamento, é importante checar o valor do condomínio e se há vagas na
garagem.
Para correr menos riscos, o comprador deve solicitar que o vendedor providencie a seguinte
documentação:
1. Certidão vintenária com negativa de ônus atualizada. Esse documento é fornecido pelo
cartório de registro de imóveis competente e informa sobre os últimos 20 anos do imóvel
- hipoteca, pendência judicial, titularidade, etc.
2. Certidões negativas dos cartórios de protesto da cidade onde o proprietário reside.
3. Certidões negativas de débito relativo ao IPTU. Certifique-se de que a metragem
constante da escritura seja a mesma descrita no carnê.
4. Certidões dos distribuidores cível, criminal e federal do vendedor.
5. Existindo financiamento do bem, verifique as condições de liberação ou transferência.
6. Informe-se sobre a existência de projeto de desapropriação para a área.
7. Solicite declaração negativa de débito ao síndico do condomínio.
8. Peça declaração de não condição de empregador e de que não se acha abrangido pelas
restrições da Lei Orgânica da Previdência Social e do Funrural nos imóveis urbanos
(pessoa física).
Obs.: Normalmente, o proprietário é quem deve apresentar os documentos acima, até mesmo por
implicarem em custos adicionais. A falta de informações pode comprometer a segurança do
negócio e acarretar prejuízos.
O comprador deve, ainda, ler atentamente o contrato de compra e venda, que deve ser redigido
de forma clara e legível. Cláusulas que limitam os direitos do consumidor devem estar em
destaque.
O contrato deve ser registrado no cartório imobiliário competente. Se o pagamento for à vista,
pode ser lavrada a escritura definitiva.
A lei que regula o parcelamento do solo urbano é a Lei 6.766, de 19 de Dezembro de 1979, que
sofreu algumas alterações trazidas pela Lei 9.785. Os Estados, o Distrito Federal e os municípios
podem estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para
adequar o previsto na lei às peculiaridades regionais e locais.
Algumas considerações:
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A Lei 9.785/99 define como lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões
atendam aos índices urbanísticos da zona que se situe. Por infra-estrutura básica entende-se os
equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, redes de esgoto
sanitário, de abastecimento de água potável, de energia elétrica pública e domiciliar, além das
vias de circulação pavimentadas ou não.
A lei determina que os lotes devem ter área mínima de 125 metros quadrados e frente mínima de
5 metros, salvo quando a legislação estadual ou municipal determinar maiores exigências ou
quando o loteamento se destinar a urbanização específica.
Antes de adquirir o lote, o consumidor deve visitar o local verificando se atende às expectativas de
infra- estrutura.
Com base nesse artigo do CDC, o comprador de imóvel que estiver inadimplente e não tiver
condições de regularizar a situação deve tentar um acordo com o fornecedor e pedir o reembolso
de parte do valor já pago.
O artigo 28 da Lei 9.069, de 29/6/95, determina que para os contratos celebrados ou convertidos
em Reais, com cláusula de correção monetária por índices de preço ou por índice que reflita a
variação ponderada dos custos de insumos utilizados, a periodicidade de aplicação da correção
seja anual e que não surtirá nenhum efeito cláusula de correção monetária cuja periodicidade seja
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inferior a um (1) ano.
A lei apontada não dá margem à cobrança de resíduos, exceto para obrigações contraídas a partir
de 1º de julho de 1994. A cobrança de resíduos é indevida, não cabendo qualquer outra correção
além do acumulado anual.
O consumidor pode discutir a questão por meio de ação judicial ou notificar o fato ao Ministério
Público.
Em casos de financiamento para compra do imóvel por meio de um agente financeiro vinculado ao
Sistema Financeiro de Habitação, o consumidor deve procurar informações com o departamento
jurídico do próprio banco. Não obtendo os devidos esclarecimentos, a questão deve ser levada ao
Banco Central, que é o órgão competente para acolher reclamações que envolvam o SFH ou
financiamento por carteira hipotecária, obtido junto a agentes financeiros.
Vícios de construção
O consumidor tem prazo de 90 dias após a compra de produtos duráveis (no caso de imóveis após
a entrega das chaves) para reclamar de defeitos de fácil constatação. Se o vício for oculto, o prazo
se inicia a partir do momento em que o vício se evidenciar (artigo 26 do Código de Defesa do
Consumidor).
Condomínio
Questões relativas a condomínio pressupõem decisões tomadas pela maioria dos condôminos
reunidos em assembléias. O questionamento é possível quando o inquilino é cobrado por despesas
que cabem ao proprietário (despesas extraordinárias).
Os condôminos têm direito a informação sobre inadimplência no prédio, já que são os próprios
condôminos que terão que ratear os valores não pagos.
Apesar desse direito, o condomínio pode divulgar as unidades devedoras (sem mencionar nomes)
em demonstrativos de receitas/despesas desde que não sejam afixados em elevadores,
corredores, ou seja, tornar público o nome do indimpelente.(artigo 42 do Código de Defesa do
Consumidor: "na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo,
nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça").
De acordo com a Lei nº 10.406 (Novo Código Civil), em seu Art. 1.336. § 1º , "o condômino que
não pagar a sua contribuição ficará sujeito aos juros moratórios convencionados ou, não sendo
previstos, os de um por cento ao mês e multa de até dois por cento sobre o débito."
26
Dessa forma, a multa por atraso de pagamento de condomínio deve estar limitada a 2%. Os juros
de mora são aqueles previstos em convenção (até 1% ao mês).
A questão deve ser discutida com o síndico e outros condôminos. Caso não ocorra entendimento
com base na Lei, o problema pode ser levado para discussão no Judiciário.
b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum;
Com base no direito à informação, previsto no Código de Defesa do Consumidor, sempre que as
despesas cobradas não forem devidamente comprovadas por meio de demonstrativos -
geralmente mensais- ou quando valores que devem ser pagos pelo dono do imóvel forem
cobrados do inquilino, o responsável pela cobrança (proprietário ou imobiliária) deve ser
questionado.
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Produtos
Vício na Garantia
O consumidor poderá optar, de imediato, por uma das alternativas mencionadas, sempre que a
substituição das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características do produto, ou
se ele for essencial.
Nos casos em que o produto já foi levado à Autorizada e recorrentemente volta a apresentar
problemas, deve ser observado o parágrafo 6º, inciso III que dispõe:
" São impróprios ao uso e consumo: os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
inadequados ao fim a que se destinam."
Garantias legal
De acordo com o artigo 26 do Código de Defesa do Consumidor, o prazo para reclamar dos vícios
(defeitos) de fácil constatação é de noventa (90) dias para produtos duráveis ., e de 30 dias para
produtos não duráveis.
Porém, o Código não estabelece um período de tempo após a compra, em que se pode aplicar
essa determinação. Portanto, deve ser considerado cada caso individualmente.
Para questionar o fornecedor é conveniente, mas não indispensável, que o consumidor consiga
obter, de uma assistência técnica, um laudo determinando que o defeito é de fabricação.
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Produto na garantia legal - Não há autorizada na cidade onde mora: O consumidor pode
levar o produto ao local onde comprou. Se for o caso, o responsável por esse local enviará para
assistência técnica. Ressaltamos que o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor estabelece
que "Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não-duráveis respondem
solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade ..."
Produto na garantia contratual - Autorizada está localizada em outra cidade: Deve ser
verificado o que estabelece o Termo de Garantia em relação ao assunto.
Produto adquirido fora do estabelecimento comercial (telefone, internet etc.): Devem ser
verificadas as alternativas diretamente com o fornecedor, se não constar orientação na
documentação recebida. Entendemos que se o produto estiver na garantia legal o fornecedor
deverá ser o responsável pelas despesas de frete/correio. Nesse caso, o consumidor poderá
utilizar-se de postagem a cobrar. Estando na garantia contratual, verificar o termo de garantia.
Algumas considerações para o caso do consumidor que tem pendências com empresa que fechou
ou entrou com pedido de falência:
Quando não houver cumprimento à oferta, por parte do fornecedor, como a não entrega no prazo,
ou envio de produto diferente do escolhido, entre outros casos, o consumidor deve observar o que
estabelece o artigo 35 do Código de Defesa do Consumidor, que diz :
29
II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
É conveniente que o pedido de rescisão seja formalizado (por escrito), junto ao fornecedor,
guardando-se uma via protocolada, para a eventualidade de futuro questionamento.
O cancelamento só pode ocorrer quando o produto não foi entregue ou apresenta vícios
Se o produto foi financiado, existem duas relações de consumo distintas e com empresas
diferentes: a primeira com a loja que vendeu o produto, e a segunda com a financeira que
concedeu o empréstimo ao consumidor, efetuando o pagamento diretamente para a loja.
Entretanto, se a loja condicionou o financiamento da compra a determinada financeira, fica
estabelecida vinculação entre as duas empresas e a responsabilidade é solidária. Nesse caso, ao
solicitar o cancelamento da compra, o consumidor pode contatar apenas a loja, cabendo a ela, o
desfazimento do negócio com a à Financeira.
No caso de produtos que não apresentem vícios nem defeitos após a compra, será liberalidade da
loja realizar a troca ou proceder ao cancelamento.
- art. 49 - Desistência em sete dias se a compra (ou contratação) tiver sido realizada fora do
estabelecimento comercial.
- art. 18 – Quando for constatado, em 90 dias, que o produto adquirido apresentou defeito e após
30 dias o fornecedor não conseguiu saná-lo.
- art. 35 – Quando não houver o cumprimento à oferta ( ex.: não cumprimento do prazo de
entrega ). O consumidor poderá escolher entre: exigir o cumprimento forçado da obrigação,
aceitar outro produto equivalente ou cancelar a compra.
Nos casos em que o fornecedor se compromete a proceder à troca (ou cancelamento), ele terá
que cumprir com a promessa. Os valores a serem considerados deverão ser aqueles do efetivo
pagamento, mesmo que o produto em questão, em decorrência de promoção, esteja sendo
vendido por um preço mais baixo.
Na compra de produtos que não apresentem vícios ou defeitos será liberalidade da loja atender ao
pedido de cancelamento.
30
Assim, quando o fornecedor aceita a desistência sem que a isto esteja obrigado, ele pode cobrar
uma "multa", ou seja, uma porcentagem sobre o total da compra para cobrir suas despesas com o
cancelamento.
Carro usado
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, na compra de bens duráveis o consumidor tem
o prazo de 90 dias para reclamar de defeitos de fácil constatação (artigo 26). Para resguardar
direitos essa reclamação deve ser feita por escrito, em duas vias, guardando-se a segunda
protocolada.
Essa garantia legal de 90 dias abrange todas as peças que compõem o carro, e o fornecedor não
poderá se exonerar da obrigação de responder por todo o produto, conforme prevê o artigo 24 do
mesmo Código: "A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo
expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor".
" § 1º Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
Ao adquirir o veículo o consumidor deverá recebê-lo sem quaisquer ônus pendentes, como multas
ou IPVA, exceto se houver acordo em contrário no ato da compra .
Dessa forma, quando o consumidor só tem conhecimento da multa após a aquisição do veículo e
constata que ela se refere a período anterior, o fornecedor deverá proceder ao pagamento e,
posteriormente (se for o caso) cobrar o reembolso do antigo proprietário do veículo.
As Financeiras podem aprovar, ou não, os créditos solicitados pelos consumidores, de acordo com
normas e critérios próprios.
Porém, com base no Código de Defesa do Consumidor, que estabelece como direito básico o da
Informação, o consumidor tem direito de conhecer os motivos da não aprovação da proposta.
Caso não concorde com os critérios, deverá recorrer judicialmente.
Sempre que o consumidor comprar produtos de importadoras, estará protegido pelas disposições
do Código de Defesa do Consumidor.
31
Porém, esse Código têm abrangência nacional e não poderá ser utilizado quando o produto é
adquirido diretamente de uma empresa localizada fora do nosso território. Assim, no caso de
importação direta feita pelo consumidor, compras em viagens ou sites internacionais, se o produto
apresentar vícios de qualidade, eles terão que ser tratados diretamente com o fornecedor.
Algumas fábricas no exterior fornecem "garantia internacional". Porém o que se tem verificado é
que poucas sucursais no Brasil aceitam essa garantia.
Ao comprar pela internet o consumidor tem que tomar alguns cuidados. Entre outros, o de
assegurar-se que os responsáveis pela página e as mercadorias ofertadas são de confiança. Deve,
ainda, exigir a nota fiscal e lembrar que de acordo com a legislação vigente, a empresa tem a
obrigação de apresentar outras formas de pagamento que não apenas cartão de crédito.
Consumada a compra, caso o consumidor se arrependa, estará protegido pelo artigo 49 do Código
de Defesa do Consumidor. O mesmo artigo poderá se aplicado, se ao receber o produto constatar
que não era o que esperava e quiser cancelar.. No parágrafo único do mencionado artigo, fica
estabelecido que:.
" Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento , os valores eventualmente pagos, a
qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados."
Para proceder à rescisão é importante que o consumidor formalize seu pedido, no prazo
estabelecido, guardando uma via protocolada. Se enviá-lo por internet, deve imprimir e guardar o
comunicado.
O consumidor poderá obter dados sobre o responsável pelo site em que adquiriu produtos, através
do endereço eletrônico: www.registro.br
Gasolina
Sempre que o consumidor suspeitar que adquiriu combustível adulterado, poderá formalizar a
denuncia junto à ANP - Agência Nacional de Petróleo. Internet: www.anp.gov.br - Telefone:
0800.900627.
No caso do combustível adulterado ter danificado o motor (ou outra peça do veículo), é
conveniente que o consumidor obtenha um documento do mecânico que o atendeu, declarando a
origem do problema. Com esse documento o Posto de Gasolina poderá ser questionado.
Sobre os valores cobrados, de acordo com a Lei Federal 9990 do ano de 2000, os preços cobrados
pelos combustíveis se encontram liberados. Os reajustes anunciados pelo Governo são apenas
"sugestões" de preços. Os postos de gasolina podem utilizar porcentagens maiores, ou mesmo
aumentar seus valores, antes do horário anunciado na mídia.
De acordo com o que estabelece o Código de Defesa do Consumidor, os preços dos produtos
comercializados devem ser afixados em local visível ao consumidor.
Jornais e Revistas
No caso de não entrega quando da assinatura de jornais e revistas, o consumidor está protegido
pelo que dispõe o artigo 35 do Código de Defesa do Consumidor:
32
I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou
publicidade;
Na ocorrência de vendas enganosas, com propostas que levem o consumidor a acreditar que foi
sorteado ou ganhou um brinde, o Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 36 estabelece
que "A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente a
identifique como tal". Assim, o consumidor deve tomar todo cuidado ao assinar qualquer proposta,
fornecendo dados pessoais e número do cartão de crédito, mesmo que a título de comprovação de
recebimento de brinde, pois esse documento pode ser, na realidade, um cadastro ou até mesmo
um contrato de assinatura.
Outro problema nesse segmento, se refere às cláusulas que prevêem renovação automática da
assinatura, caso o contratante não se manifeste em um prazo determinado de tempo antes do
vencimento. Essa prática deve ser questionada, uma vez que contraria a Lei (Código de Defesa do
Consumidor). por se constituir em prática abusiva. Nesses casos é sempre aconselhável estar
atento e cancelar renovações não autorizadas por escrito, por meio de carta registrada ou com AR
(Aviso de Recebimento). Se o fornecedor não disponibilizar endereço para envio de
correspondência, a opção pode ser e-mail ou mesmo por telefone (neste caso anote dia e horário
do contato, nome do atendente, posição do mesmo e exija um número de protocolo ou
ocorrência).
O Código de Defesa do Consumidor, no inciso III, do artigo 39, estabelece que "É vedado ao
fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas, enviar ou entregar, sem
solicitação prévia, qualquer produto ou fornecer qualquer serviço"
O parágrafo único, do mesmo artigo 39, determina que "Os serviços prestados e os produtos
remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às
amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento".
Assim, ao receber produtos que não tenha solicitado, caso o consumidor venha a ser cobrado de
qualquer valor, poderá valer-se do que estabelece a Lei.
Peças de reposição
No caso de produtos que deixam de ser fabricados, o Código de Defesa do Consumidor estabelece
em seu artigo 32:
Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período
razoável de tempo, na forma da lei."
Dessa forma, a Lei obriga a manutenção da oferta de peças e componentes, porém não estabelece
um prazo para isso. Entendemos que esse prazo deve ter por base a vida útil de cada produto.
Preços
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O consumidor deve proceder sempre a uma pesquisa antes de qualquer aquisição, pois as
diferenças entre os diversos fornecedores podem ser bastante significativas.
Após a pesquisa a aquisição deve ser realizada o mais rápido possível, pois os preços podem
oscilar em curto espaço de tempo.
Recall (chamamentos)
"O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou
deveria saber apresentar alto grau de novicidade ou periculosidade à saúde e segurança."
Porém, se o defeito de fabricação não apresentar o mencionado risco, o fornecedor deve proceder
ao reparo do produto, estando ele ou não na garantia.
Sempre que o consumidor verificar que determinados produtos tiveram reduções de tamanho,
peso ou quantidade, deverá verificar se no rótulo consta a devida informação. Se constatar
omissão, deverá questionar o fornecedor.
Venda casada
O fornecedor não poderá praticar a chamada "venda casada", ou seja, não poderá obrigar o
consumidor a adquirir determinado produto (ou serviço) para que possa comprar ou contratar
aquilo que deseja. Também, não poderá impor limites de quantidades na venda, exceto se houver
justa causa.
Essa determinação está prevista no artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor que trata das
várias práticas abusivas verificadas no mercado de consumo. O inciso I do artigo, dispõe que é
proibido ao fornecedor "condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa a limites quantitativos".
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Saúde
A Lei 9656 de 03/06/98 estabelece as seguintes carências máximas que podem constar nos
contratos dos planos de saúde:
De acordo com o artigo 12 da mencionada Lei 9656, inciso III, quando o Plano de Saúde "incluir
atendimento obstétrico:
Informamos, ainda, que o filho adotivo até 12 anos utiliza as carências já cumpridas.
Cheque caução
A lei 9656, de 03.06.98, determina que o funcionário que pagava parte do valor da mensalidade
do plano coletivo contratado pela empresa e pediu demissão, ou foi demitido sem justa causa a
partir de 04.09.98, terá garantida sua permanência no plano, nas mesmas condições de cobertura
assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o
pagamento integral da mensalidade (a sua parte somada com a da empresa empregadora).
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O benefício é extensivo, obrigatoriamente, ao grupo familiar inscrito que integrava a contratação e
em caso de morte do titular, os dependentes têm assegurado o direito de permanecer no plano,
pelo período garantido ao titular.
De acordo com a Lei 9656/98, o funcionário que se aposentou poderá permanecer no plano que
era beneficiário, assumindo o pagamento integral (inclusive do grupo familiar),
exceto se não contribuía com o plano. Se contribuiu menos de 10 anos, poderá ser beneficiário à
razão de um (1) ano por ano de contribuição. O grupo familiar terá o mesmo direito, na
eventualidade de morte do titular.
Os planos de saúde devem cumprir com o que foi pactuado em contrato, incluindo nele a rede
credenciada inicialmente oferecida. Deve, ainda, manter quantitativamente a rede credenciada
(profissionais, clínicas, laboratórios, hospitais) oferecida no ato da contratação, sob pena de ser
questionada com base nos artigos 20 e 48 do Código de Defesa do Consumidor.
Inadimplência
Multas por atraso de pagamento das mensalidades de planos de saúde podem ser aplicadas
somente se houver previsão contratual, inclusive do percentual.
Não há limitação de percentual, entretanto o consumidor não deve ser demasiadamente onerado.
Nesse caso, o procedimento pode ser questionado com base no artigo 39 do Código de Defesa do
Consumidor
De acordo com o artigo 13 da Lei nº 9.656/98, (para os contratos firmados a partir de janeiro/99
ou contratos anteriores que foram adaptados à Lei), a rescisão contratual ou suspensão da
cobertura podem ocorrer caso haja fraude comprovada ou inadimplência(não pagamento)
superior a 60 dias, consecutivos ou não. À operadora cabe o envio de correspondência ao
consumidor, até o 50º dia de inadimplência, alertando o consumidor e dando-lhe a oportunidade
de quitação. A falta de manifestação e, consequentemente, do pagamento implica na rescisão ou
suspensão do contrato.
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Migração / Adaptação
A migração para um contrato regulamentado não significa que todo o tempo da contratação seja
perdido, ou desconsiderado. Os direitos já adquiridos serão mantidos. Porém, as cláusulas
contratuais serão outras e, por isso, o consumidor deve solicitar uma cópia do contrato e analisa-
lo. A migração é decisão exclusiva do consumidor e a operadora não pode impedi-lo de fazer.
Quanto à adaptação, informamos que a Agência Nacional de Saúde - ANS estabeleceu o Programa
de Incentivo à Adaptação de Contratos (PIAC). As operadoras de planos privados de assistência à
saúde enviaram propostas de adaptação ou migração dos contratos antigos à Lei 9.656/98,
conforme disposições contidas na Lei 10.850, de 25/03/04 e Resolução Normativa –RN nº 64,de
22 de dezembro de 2003.
Tanto no caso de adaptação quanto de migração, pode haver aumento do valor da mensalidade.
Entretanto tal aumento deve ficar restrito às coberturas adicionais. Havendo dúvidas sobre os
aumentos de preço, sugerimos confirmar com a ANS. O contato pode ser feito pela internet
(www.ans.gov.br) ou pelo telefone 0800-701-9656.
Os planos não são obrigados a oferecer a adaptação. Sugerimos que consulte a ANS informando o
nome da operadora a fim de verificar se ela apresentou documentação que comprova a isenção de
oferecimento da adaptação.
Frisamos que o consumidor não é obrigado a alterar seu contrato e que ele, mesmo não adaptado
à Lei 9656/98, estará protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor.
Negativa de cobertura
Os contratos firmados a partir de janeiro/99 estão regulamentados pela Lei nº 9.656/98 (Lei dos
Planos de Saúde). Há uma série de obrigações comuns a todos os planos de saúde, inclusive de
cobertura a toda doença listada na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde, e a miopia figura nessa
classificação.
Entretanto, a Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, Órgão do governo responsável pela
regulamentação e fiscalização do segmento, determinou, através das Resoluções da Diretoria
Colegiada: RDC 41 RDC 67, que listam o rol de procedimentos, a cobertura para miopia apenas
com 07 graus ou mais. Essa determinação pode ser questionada, com base em parecer do
Conselho Brasileiro de Oftalmologia, que declara: "A miopia em graus menores (até 6) leva à
extrema incapacitação visual, assim como ocorre nos graus maiores (acima de 7). Esta
conceituação técnica é normatizada e aceita no Brasil e no mundo. Portanto, pacientes com graus
menores têm indicação técnica para a realização da cirurgia de miopia.
Caso o consumidor não consiga uma solução amigável com seu plano de saúde, poderá questioná-
lo através de ação judicial.
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Os de planos de saúde firmados a partir de janeiro/99 estão regulamentados pela Lei 9656/98. A
Lei determina a cobertura de todas as doenças listadas na Classificação Estatística Internacional
de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, da Organização Mundial de Saúde.
Já os contratos firmados até dezembro de 1998 e que não foram adaptados à regulamentação,
podem apresentar cláusulas que excluem procedimentos que possuem cobertura nos contratos
novos.
O consumidor deve verificar se há cláusula em seu contrato informando que não haverá cobertura
do procedimento. Se não houver essa cláusula, entendemos que o plano não pode deixar de
cobrir, podendo ser questionado.
Caso haja a informação de não cobertura , entendemos que a cláusula pode ser questionada como
abusiva, considerando que a a exclusão descaracteriza o contrato.
A Lei 9656/98 (Lei dos Planos de Saúde) define que doenças ou lesões preexistentes são aquelas
que o consumidor sabe ser sofredor/portador no ato da contratação. Portanto é preciso que o
consumidor tenha conhecimento do diagnóstico e não apenas dos sintomas.
Doenças e lesões preexistentes podem permanecer até vinte e quatro meses sem cobertura para
cirurgias, leitos de alta tecnologia e procedimentos de alta complexidade.
Se o consumidor não informou que conhecia ser portador de doença quando assinou o contrato,
cabe à operadora do plano o ônus da prova de que ele conhecia o fato. Até essa prova os serviços
devem ser fornecidos na totalidade.
Inúmeros contratos firmados anteriormente à Lei 9656/98 (Lei dos Planos de Saúde), apresentam
a restrição de cobertura para próteses/órteses etc. Tendo em vista a natureza da contratação, que
é a prestação de serviços à saúde, entendemos que cláusulas restritivas deixam o consumidor em
desvantagem exagerada, sendo incompatíveis com o equilíbrio que deve haver no contrato.
Parece-nos que essas cláusulas podem ser consideradas abusivas, considerando as disposições do
Código de Defesa do Consumidor. Como parâmetro, lembramos que os contratos firmados dentro
do advento da Lei nº 9656/98 têm a cobertura a prótese e órteses ligadas a ato cirúrgico.
O problema é agravado considerando a discussão sobre a definição do material, que pode ser
considerado como prótese, como órtese ou outros materiais.
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O índice percentual deve estar previsto em contrato. Caso não haja previsão contratual ou
informações obscuras (de difícil compreensão), a empresa deverá ser questionada, com base nas
disposições do Código de Defesa do Consumidor.
É preciso destacar que embora estes contratos não estejam sob a tutela da Lei 9656/98 (Lei dos
Planos de Saúde), continuam sob a tutela do mencionado Código de Defesa do Consumidor .
A Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS é o Órgão regulador e fiscalizador que determina
o percentual de reajuste máximo para cada operadora nos casos de contratos pessoa física.
Consulte na página da ANS na internet www.ans.gov.br para verificar o percentual autorizado para
a operadora citada.
A ANS somente determina o percentual máximo de reajustes no caso de contratos pessoa física.
Em contratos coletivos/empresariais a ANS apenas monitora o reajuste, devendo a operadora
informar com 30 dias de antecedência. A legalidade do reajuste depende de clara previsão
contratual do índice a ser aplicado.
A ANS poderá ser consultada pela internet www.ans.gov.br ou através do telefone 0800-701-
9656.
O reajuste por faixa etária depende do período em que o consumidor assinou o contrato com o
Plano de Saúde. Para o caso, devem ser consideradas três situações:
Os contratos firmados até dezembro/1998 não estão regulamentados pela Lei 9656/98 (Lei dos
Planos de Saúde). A legalidade do reajuste sobre as faixas etárias depende da clara e precisa
informação no contrato sobre as faixas e os percentuais que serão aplicados.
Os contratos firmados após janeiro/99 estão regulamentados pela Lei 9656/98 (Lei dos Planos de
Saúde). De acordo com o artigo 15 da Lei, o reajuste em razão da idade do consumidor, só poderá
ocorrer se estiver previsto no contrato.
No caso dos contratos firmados no período de 2/1/99 a 31/12/03 (abrangidos pela mencionada
Lei), as Faixas Etárias são as seguintes:. I de 0 a 17 anos ; II de 18 a 29; III de 30 a 39; IV de 40
a 49; V de 50 a 59; VI de 60 a 69 e VII 70 anos ou mais.
Alertamos que:
• O valor relativo à última faixa (70 anos ou mais) não poderá ser superior a seis vezes o
valor da primeira faixa (de 0 a 17 anos).
• Se o consumidor assinou o contrato entre 02/01/99 a 31/12/03 (na vigência da Lei e
antes do Estatuto do Idoso), se tiver mais de 10 anos de plano ao completar 60 anos, não
poderá mais ser reajustado por faixa etária.
Contratos assinados após 31.12.03, estão Regulamentados pela Lei 9656/98. Estão sujeitos,
também, à alteraçao prevista na Resolução Normativa 63, com base na Edição do Estatuto do
39
Idoso. As Faixas são dez: de 0 a 18 anos; 19 a 23; 24 a 28; 29 a 33; 34 a 38; 39 a 43; 44 a 48;
49 a 53; 54 a 58 e 59 anos ou mais.
A última faixa em que o consumidor pode ser reajustado por faixa etária, também, não poderá ser
superior a 6 vezes a primeira. Deve ser observado, ainda, que a variação acumulada entre a
sétima (39-43) e a décima (acima de 59 anos) não poderá ser superior à variação acumulada
entre a primeira (0-18) e sétima (39-43) faixas.
Repasse da carteira
Os processos de Direção Fiscal e alienação de carteira são previstos pela Lei 9656/98, podendo ser
aplicados sempre que forem detectadas, nas operadoras, insuficiência de garantias do equilíbrio
financeiro, anormalidades econômico-financeiras ou administrativas graves que coloquem em risco
a continuidade ou qualidade do atendimento à saúde.
É importante ressaltar que a Direção Fiscal e a determinação de alienação da carteira não devem
implicar prejuízo ao atendimento aos consumidores. Portanto, seu plano não deve sofrer
interrupção.
Finalizado o prazo definido pela ANS e concluído o processo de transferência da carteira, os
consumidores deverão ser comunicados e convocados para assinatura de contrato com a
operadora vencedora, devendo ser consideradas as carências já cumpridas e coberturas previstas
no contrato original.
É importante que os consumidores avaliem com atenção propostas de novas contratações não
vinculadas à transferência de carteira, ficando cientes que poderão ficar sujeitos ao cumprimento
de novas carências, bem como a limitações decorrentes de doenças pré-existentes.
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Serviços Essenciais
Nos casos em que o consumidor recebe cobrança relativa a contas antigas de água, gás ou
telefonia e essas contas foram extraviadas ou destruídas, deverá verificar se nas mais recentes
constam aviso de que existe o débito em questão. Nada constando, o fornecedor pode ser
questionado por essa omissão.
Na prestação de serviços essenciais (água, luz, gás, telefonia) existe a cobrança de taxa mínima
quando os serviços são disponibilizados, porém não utilizados pelo consumidor.
No entanto, o consumidor pode questionar a cobrança de serviços não disponíveis, seja por ter
pedido o cancelamento, seja por corte em virtude do inadimplemento.
Art. 2º - Modifica o capítulo III da Lei 8987, de 13.02.95 (Lei de Concessões) que passa a vigorar
acrescido do seguinte artigo: "Art. 7º- As concessionárias de serviços públicos, de direito público e
privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário,
dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de
vencimento de seus débitos."
Água
Consumo de Água
A cobrança de água obedece a faixas de consumo. Cada faixa possui um determinado valor por
m3 de água gasto e, quanto maior o consumo, maior serão as incidências nas faixas cujos valores
são mais elevados.
A primeira faixa corresponde a tarifa mínima, com cobrança de valor fixo para consumo até 10
m3.
De acordo com dados mundiais o gasto médio de água, tratada e encanada, é em torno de 5,4 m³
(metros cúbicos) por pessoa / mês. Por exemplo, uma residência com quatro moradores terá seu
consumo estimado em 22m³.
O problema de alto consumo pode ter origem em algum vazamento interno. Como as
concessionárias se e responsabilizam apenas por vazamentos até o ponto de entrega, o
consumidor deve verificar essa possibilidade e, se não for detectado nenhum problema, solicitar
esclarecimentos à própria empresa, levando as últimas contas pagas.
Sobre a questão da existência de mais de um imóvel, abastecido por um único hidrômetro, deve
ser verificado se o cadastramento foi feito pelo número de economias (observe se no campo
"economias" consta a quantidade de casas. Em caso negativo o proprietário dos imóveis deve
solicitar a alteração, o que fará com que a conta tenha um valor mais baixo. Deve ser analisada,
41
também, a viabilidade de solicitação à concessionária, de instalação de um hidrômetro para cada
casa. O pedido deve ser formalizado pelo proprietário.
O consumidor poderá solicitar maiores esclarecimentos à "ANA" que é a agência reguladora das
concessionárias de águas e esgotos. Internet: www.ana.gov.br
Corte de Água
A empresa distribuidora de água poderá proceder ao corte do fornecimento tão logo se verifique o
não pagamento do débito. No entanto, o consumidor tem o direito de ser informado de forma
clara e precisa que está sujeito a essa ocorrência.
Observamos que algumas decisões judiciais consideraram que o fornecimento de água, sendo um
serviço essencial, não poderia estar sujeito a interrupção, devendo as empresas viabilizarem a
cobrança de débitos nas formas previstas em Lei. Porém, essa discussão só é possível através do
Judiciário.
Não há legislação específica que disponha sobre a religação do serviço de fornecimento. É prática
das empresas tomarem a providência após 48 horas no caso de corte simples e 5 dias quando
ocorreu supressão.
Ressaltamos que as contas de água estão vinculadas ao imóvel. Dessa forma, no caso de imóvel
locado, se o inquilino não pagar as contas o proprietário será cobrado pelo débito verificado.
Esgoto
Muitas vezes, o consumidor paga durante anos a taxa pelo serviço de esgoto sem perceber que
ele não está sendo prestado. Se o engano for constatado, o consumidor deve solicitar reembolso.
Falta de Água
De acordo com o artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor "Os órgãos públicos, por si ou
suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de
empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais contínuos. Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das
obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumprí-las e a reparar
os danos causados, na forma prevista neste Código."
Assim, o fornecimento de água deverá ser contínuo, não sofrendo interrupção exceto para
manutenção, por casos fortuitos ou problemas que obriguem as empresas a esse procedimento.
Se o corte da água for constante em determinada região, sem qualquer ocorrência de força maior,
os consumidores devem solicitar esclarecimentos á própria empresa, com base no Inciso III,
artigo 6º do já mencionado Código, que diz:
" É direito básico do consumidor: a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e
serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço,
bem como sobre os riscos que apresentem. "
Hidrômetro
Geralmente o consumidor paga a primeira instalação do hidrômetro, que deve ficar sob sua
guarda. . A concessionária deve trocá-lo, quando necessário, sem cobrar pelo serviço. Porém, se
42
for constatado que o aparelho foi violado (cúpula perfurada, relojoaria danificada etc.), geralmente
é cobrada a troca do equipamento e, ainda, a possível diferença dos valores pagos a menor pelo
consumo de água não medido corretamente.
Na ocorrência de roubo ou furto, as concessionárias costumam cobrar pela troca, com a alegação
de que o hidrômetro se encontrava sob a guarda do consumidor. Porém, se a instalação não foi
devidamente feita em local que propicie essa guarda, ou seja, nos limites internos da casa do
consumidor, a cobrança poderá ser questionada.
Energia elétrica
Condições de Fornecimento
As condições para o fornecimento de energia elétrica, são regulamentadas pela Resolução 456 de
29.11.2000.
O pedido deve ser feito (por escrito), pelo consumidor, diretamente à concessionária, que deverá
adotar todas as providências com vistas a viabilizar o fornecimento e informar a classificação de
acordo com a atividade a que se destina (residência, comércio, indústria, rural, etc). É importante
que o consumidor saiba que a falta de informação verdadeira sobre a carga e a atividade, gera
ônus a ele.
Existem algumas obrigatoriedades por parte do consumidor, sem as quais não haverá
possibilidade de efetivar a entrega de energia elétrica, como por exemplo: instalação em local
apropriado de livre e fácil acesso de caixas, quadros, painéis ou cubículos destinados à instalação
de medidores.
Outro problema, porém mais complexo, existe quando há necessidade de execução de obras e/ou
serviços nas redes ou instalações de equipamentos, como por exemplo, ampliação de rede
existente, construção de rede nova, instalação de postes etc., serviços esses que, dependendo da
situação, exige participação financeira do interessado.
A alta de consumo de energia elétrica pode ter vários motivos, como mudança de hábitos,
problemas no marcador ou nas instalações elétricas do consumidor. Lembramos que a empresa é
responsável pelo fornecimento até o ponto de entrega, ou seja, até a entrada da residência do
consumidor. Assim, caso o consumidor tenha verificado suas instalações, sem detectar "fuga de
energia" poderá solicitar esclarecimentos à própria empresa fornecedora, apresentando cópia das
doze últimas contas.
Se o corte foi indevido, não existindo contas que deixaram de ser pagas, o consumidor deve
comparecer à agência de atendimento, ou telefonar para a empresa, solicitando a imediata
religação. Em qualquer caso, ele não deve religar a energia pois, além de perigoso, a empresa
poderá cobrar os encargos de autoreligação.
Algumas decisões judiciais têm determinado que os serviços essenciais não podem ser objeto de
desligamento/corte, na ocorrência de inadimplência. Porém, com base em legislação específica, as
empresas realizam o corte e o consumidor só pode questionar o procedimento através do poder
judiciário.
No caso em que a concessionária tem indícios de que o consumidor alterou o medidor, com o
sentido de que marcasse quantidade menor de Kwh, é abusivo o procedimento de apreender o
43
aparelho de imediato. Inclusive, a própria Resolução 456 da Aneel, determina que o consumidor
deve ter um prazo de 10 dias para defesa.
De acordo com a Resolução 456 da Aneel, a conta de energia elétrica está vinculada ao
consumidor. Assim, nos casos em que o inquilino deixa o imóvel sem pagar seus débitos, o
proprietário não deve ser responsabilizado pela quitação.
De acordo com as Resoluções da ANEEL 694/2003 e 485/2002, o consumidor teria que ter uma
renda per capta máxima de meio salário mínimo e estar inscrito em algum programa social do
governo, para a classificação da unidade residencial como Baixa Renda.
Até 28.02.05 a concessionária não poderia exigir a inscrição nos programas sociais, assim como
não poderia negar a inclusão na tarifa social, àqueles que não haviam preenchido anteriormente a
declaração de interessados. Assim, o consumidor que possuísse consumo médio de até 220 KWh
nos últimos doze meses, sendo atendido por circuito monofásico, poderia declarar à
concessionária estar em condição de beneficiar-se da tarifa social.
Em relação ao circuito monofásico, requisito definido na Lei 10.438/02 ( §1º, art. 1.º),
ressaltamos que deve ser considerado o sistema de distribuição da empresa, e não a ligação da
unidade consumidora, conforme Norma Técnica NBR 5.410 e Normatização da ANEEL. Caso o
consumidor atenda os requisitos previstos na Resolução ANEEL (consumo médio de até 220 kWh e
circuito monofásico), deverá informar a concessionária mediante carta ou declaração preenchida
em formulário próprio, devendo em ambos os casos guardar o protocolo como comprovante do
pedido.
Gás encanado
A fixação de tarifas referentes aos serviços de distribuição de gás encanado, são determinados por
Portaria da CSPE-Comissão de Serviços Públicos de Energia.
A CSPE, que é a agência reguladora e fiscalizadora das empresas fornecedoras de gás, poderá ser
consultada através da internet: www.cspe.sp.gov.br.
Telefonia celular
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Atraso do pagamento – Bloqueio da linha
Clonagem
Se a troca do número for inevitável, a empresa deverá assumir os gastos com o novo aparelho, os
eventuais prejuízos demonstrados pelos consumidores com a troca compulsória do número ou
com ligações não realizadas por ele, entre outras despesas.
Detalhamento da conta
Sempre que o consumidor que se utiliza de telefonia móvel tiver dúvidas quanto aos valores
cobrados em sua conta, ele poderá solicitar à operadora, sem qualquer ônus o detalhamento das
ligações relativas aos últimos noventa (90) dias.
Má prestação de serviço
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente
deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de
prestabilidade.
Alguns contratos de aquisição de telefone celular pós pago prevêem o pagamento de multa, se o
pedido de cancelamento for realizado antes da linha completar um período de tempo determinado,
geralmente de um ano.
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Pré-Pago – Aparelho roubado com crédito
No caso do aparelho celular ser perdido ou roubado, o consumidor deve comunicar à operadora
com urgência para, além de resguardar direitos, solicitar o bloqueio dos créditos existentes. Não
há qualquer disposição na Resolução 316 da Anatel, a respeito da reposição dos créditos. Porém,
com base nas determinações do Código de Defesa do Consumidor, o consumidor pode questionar
a perda do saldo da recarga que realizou, solicitando a transferência para um novo aparelho, ou
reembolso, caso não possua outro celular.
Mesmo que haja previsão contratual, a perda de créditos existentes e bloqueio do celular que não
foi recarregado no prazo estabelecido, pode ser considerada prática abusiva, de acordo com as
disposições do Código de Defesa do Consumidor.
Na ocorrência da recarga ter sido paga e o crédito não ter sido efetivado, o consumidor deve
apresentar o comprovante de pagamento à operadora e solicitar regularização com a urgência
devida.
Variação de preços
Venda Casada
Poderá ser considerado abusivo o fato da operadora de telefonia celular impedir que o consumidor
que possui aparelho com tecnologia compatível com outra operadora possa alterar seu vínculo.
De acordo com o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, inciso I: "É vedado ao fornecedor
de produtos ou serviços: condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de
outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos."
Telefonia fixa
Se a conta telefônica não for quitada no vencimento, na próxima fatura será cobrada multa de 2%
e mora de 1%. Além disso, de acordo com as normas da Anatel, após trinta dias de inadimplência
a linha será bloqueada e o consumidor só receberá ligações, podendo inclusive ser cobrado
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judicialmente.
Completando sessenta dias de atraso, a linha será interrompida, tanto para receber quanto para
fazer ligações. Após noventa dias, a linha poderá ser retirada definitivamente.
Cobrança de assinatura
A cobrança de assinatura mensal nas contas de telefonia, está autorizada pela Resolução 85 da
Anatel.
Algumas ações coletivas obtiveram pareceres favoráveis contra essa cobrança, porém, as
operadoras têm conseguido suspender as liminares.
Cobrança de dívida
Na cobrança de débitos, as empresas de telefonia, via de regra, cobram multa de 2%, juros de
1% ao mês Dependendo do tempo decorrido do débito, poderão cobrar correção monetária por
um dos índices oficiais.
O consumidor deve tentar acordo com a concessionária, objetivando à quitação do débito. Porém,
as empresas não estão obrigadas a parcelar o total a ser pago.
Cobrança de pulsos
Sempre que o consumidor entender que os pulsos cobrados em sua conta telefônica não
correspondem ao utilizado, poderá formalizar reclamação junto a própria operadora, com base no
direito à informação, previsto pelo Código de Defesa do Consumidor.
De acordo com o artigo 67 da Resolução 85 da Anatel, as operadoras têm prazos para cobrarem
as ligações realizadas pelos consumidores.
Esses prazos são: 90 dias para DDD e ligações nacionais e 150 dias para internacionais. Ligações
anteriores a esses períodos poderão ser questionadas pelo consumidor e solicitado o parcelamento
dos seus valores.
Maiores esclarecimentos poderão ser obtidos junto a Anatel, que é a agência reguladora das
operadoras de telefonia. Internet: www.anatel.gov.br - Telefone 0800-332001.
Quando o consumidor, por engano, paga sua conta em duplicidade, a operadora deve devolver o
valor ou abater o valor na próxima conta.
Muitas vezes a operadora só concorda em abater a quantia a ser devolvida, quando a conta futura
tiver um valor maior. Assim, o reembolso poderá demorar vários meses. Esse procedimento pode
ser caracterizado como abusivo e o consumidor poderá questioná-lo.
A prestação de um serviço não pode ser fornecida sem autorização expressa do consumidor.
Assim, o consumidor deve questionar toda cobrança por serviços que não solicitou, como por
exemplo, linha telefônica instalada em seu nome, em outro endereço que não o seu.
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que o serviço continue sendo prestado com a devida cobrança. Deve ocorrer o inverso, ou seja, se
o consumidor optar pela continuidade deverá formalizar o pedido demonstrando seu interesse.
Nos casos em que ocorreu a cobrança, o consumidor deve solicitar, por escrito, o estorno dos
valores indevidamente cobrados.
Assim, com base nessa legislação e nas disposições do Código de Defesa do Consumidor, o
consumidor pode solicitar o cancelamento da linha telefônica, mesmo estando em débito.
Quando o consumidor perde a linha por motivo de débito, ao formalizar acordo com a operadora
de telefonia e iniciar o pagamento, tem direito a solicitar a religação.
A conta de telefonia fixa está vinculada ao consumidor, ou seja, o usuário que solicitou a ligação
da linha deve pagar pela prestação do serviço.
Assim, quando o inquilino deixa de pagar as contas telefônicas em seu nome, o proprietário do
local, ou o próximo locatário, não podem ser responsabilizados pelo débito.
O acesso a alguns sites (eróticos e jogos, principalmente) pode fazer com que seu computador,
até mesmo sem que você perceba, seja desconectado do provedor local, reconectando-o
automaticamente a outro provedor, no exterior, gerando, assim, a cobrança de ligações
internacionais.
O consumidor deve solicitar à sua operadora, esclarecimentos sobre as medidas preventivas que
possam evitar a ocorrência. Porém, constatando que está sendo cobrado por ligações que não
reconhece, deverá questionar a empresa de telefonia.
Ligações indevidas
Ao constatar que em sua conta telefônica existem ligações indevidas, o consumidor poderá
formalizar reclamação junto a operadora de telefonia. Se tomar essa providência por telefone,
deverá anotar o número do processo e o nome do funcionário que o atendeu.
• Se optar por quitar a fatura, o consumidor tem um prazo de 120 dias para questionar as
ligações que não reconhece. A empresa deverá reembolsar os valores (corrigidos) em até
30 dias.
• O consumidor não está obrigado a pagar valores que entende serem indevidos. Nesse
caso, deverá formalizar a reclamação com a urgência possível, para não sofrer as
conseqüências geradas pela inadimplência. Pelo mesmo motivo, se a resposta da
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operadora for negativa, ou seja, se alegar que o débito procede, o pagamento deve ser
realizado de imediato e, se for o caso, posteriormente questionado.
Completando sessenta dias de atraso, a linha será interrompida, tanto para receber quanto para
fazer ligações. Após noventa dias, a linha poderá ser retirada definitivamente.
Manutenção interna
Assim, a operadora de telefonia não está obrigada a prestar assistência técnica quando verifica
que o problema não é externo e, se o fizer, poderá realizar a cobrança pela prestação do serviço.
Mesmo que o consumidor possua uma linha antiga, tendo pago na sua instalação, um valor
considerado elevado na época, ela poderá ser cortada pelo atraso do pagamento e o número
alterado quando da religação. A natureza jurídica do contrato firmado entre o usuário e a
Concessionária de serviços de telefonia é de que o usuário jamais será proprietário dos direitos da
linha telefônica ou detentor exclusivo de determinado número. Será apenas cessionário.
Em 16/7/1997 foi editada a lei 9472 que regulamenta a prestação de Serviços telefônicos fixos
comutado, Mesmo que a linha tenha sido solicitada a uma concessionária não regida por essa Lei,
o usuário tinha apenas o direito de uso e os dividendos das ações que efetivamente adquiria ao
contratar a cessão da linha. Portanto, ele nunca teve o direito à propriedade; podendo vir a perder
a exclusividade pelo número concedido, mesmo que quite totalmente seu débito e peça religação.
Speedy
Sobre a questão relativa ao Speedy de banda larga, informamos que o Ministério Público Federal
ingressou com ação civil pública contestando a exigência da Telefônica de contratação de um
provedor para utilização do sistema (Processo 2002.03.00.0455-3). A ação se encontra, ainda,
sem sentença final.
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Serviços Privados
Academia
Como muitas academias trabalham com planos - trimestrais, semestrais ou anuais - onde se
efetua o pagamento com cheques pré-datados é imprescindível verificar as condições de
desistência e devolução de valores ou cheques não descontados.
Existem academias que funcionam só com contrato verbal. Nesses casos o consumidor deve:
Se for constatada alguma abusividade, como contratos com percentuais muito elevados de multa
no cancelamento, o consumidor poderá, também, pleitear a anulação da cláusula através do
Judiciário.
No caso de se verificar problemas, como não cumprimento à oferta, mudança de local da unidade
contratada sem comunicação antes da contratação, má prestação de serviços envolvendo falta de
equipamentos ou profissionais habilitados para cursos, a Academia deverá ser questionada.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as
indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por
conta e risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que razoavelmente
deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas regulamentares de
prestabilidade. A providência relativa ao parágrafo 1º (reexecução dos serviços por terceiros),
deve ser tomada de comum acordo com o fornecedor.
Orçamento
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Se o orçamento for aprovado, prevalecerá as condições nele estabelecidas. Entretanto, uma vez
recusado, o produto deverá ser restituído tal e qual foi entregue. A eventual cobrança pelo
orçamento só poderá ser feita se previamente comunicada e aceita pelo consumidor.
Não há prazo máximo para que se proceda à retirada do bem. Assim, o consumidor somente
poderia vir a perdê-lo em razão de decisão judicial autorizando o prestador de serviços a vender o
referido produto a fim de cobrir eventuais despesas.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo de dez dias, contado
de seu recebimento pelo consumidor.
§ 2º Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e somente pode ser
alterado mediante livre negociação das partes.
Preço
Mesmo sabendo que na atual política econômica financeira os preços cobrados na venda de
produtos ou contratação de serviços se encontram liberados, muitas vezes o consumidor é
surpreendido ao receber orçamentos de assistência técnicas, com valores onde o conserto de
determinado produto se aproxima da quantia para compra de um novo. De maneira geral, alegam
não poder cobrar menos, tendo em vista o preço das peças a serem trocadas.
Um dos motivos é que as peças adquiridas pelas fábricas, na montagem de um produto, têm valor
diferenciado daquelas vendidas aos consumidores ou assistências técnicas. No primeiro caso são
compradas em grandes quantidades. Além disso, no preço da venda do produto, atuam questões
de mercado, como o interesse na sua difusão, concorrência, etc.
Sugerimos que o consumidor, além da pesquisar entre as várias assistências técnicas, tente um
acordo para obter preço menor. Analise também, se efetivamente compensa , o conserto do
produto.
A ninguém é dado o direito de disponibilizar ou vender um objeto que não é seu. Assim, mesmo
que a assistência técnica determine prazos para que o consumidor retire o produto que deixou
para conserto ou orçamento e mesmo que informe sobre o procedimento previamente, não poderá
colocar ä venda esse produto não retirado.
Bufê
-Ao escolher um determinado bufê. o consumidor deve solicitar um orçamento descrevendo tudo o
que é oferecido e o que for combinado entre as partes. Geralmente as empresas possuem
catálogo ou sites mostrando seus trabalhos. O consumidor deve , ainda, pedir para experimentar
alguns pratos a serem servidos na recepção.
Tudo o que for tratado verbalmente deverá estar discriminado em contrato, como por exemplo, a
quantidade e tipo de alimentos e bebidas (calculados pelo número de convidados previstos), tipo e
cores da decoração; número de garçons; local, data, horário de início e término da festa;
sonorização, fotos e data de entrega das mesmas ( se estiverem inclusos); condições de
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pagamento, se parcelado verifique os valores dos encargos se houver atraso de quitação das
parcelas e a que horas começarão os entretenimentos (se estiverem inclusos). Se o local onde for
ocorrer a festa for ao ar livre, o consumidor deve verificar se há algum espaço coberto. Deve
verificar, também, quando o salão não for do bufê, por conta de quem ficará a limpeza do local;
se há estacionamento fácil com serviço de manobrista e quais são as condições de rescisão de
contrato por qualquer uma das partes, se há prazo para ampliação ou redução dos serviços
contratados e o destino dos alimentos não consumidos. O contrato deve trazer ainda, identificação
da empresa (endereço, CGC, nome e telefone), assim como, nome e assinatura do responsável.
O consumidor deve ficar atento quanto a quebra, estragos ou furtos de objetos pertencentes ao
bufê. Algumas empresas incluem no preço um seguro sobre eventuais danos; Outras fazem
orçamento prévio das peças e solicitam que o contratante assine termo de responsabilidade. A
exigência de cheque caução pode ser considerada abusiva.
Se a empresa não cumprir com o combinado, o consumidor, de acordo com o Código de Defesa do
Consumidor, poderá solicitar o abatimento proporcional do preço e eventuais indenizações.
As cláusulas não poderão estar em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor, mas a sua
anulação só é possível através de acordo entre as partes ou de decisão judicial. No entanto, se o
consumidor entender que há indícios de abusividade, como multa pela rescisão com uma
porcentagem muito elevada, a empresa poderá ser questionada.
É conveniente que o pedido de cancelamento de qualquer contrato seja feito por escrito. O
consumidor deve guardar uma via protocolada (ou o Aviso de Recebimento-AR do Correio). Se o
contato for por telefone solicitar o número do protocolo e o nome da pessoa que fez o
atendimento e, se por internet, imprimir a via da carta.
Consumação mínima
Os estabelecimentos podem cobrar um preço de entrada, mas o consumidor só deve pagar por
aquilo que consumiu.
Desta forma, ocorrendo o problema e sendo obrigado no momento a pagar os valores exigidos, o
consumidor deve solicitar recibo discriminado desse pagamento para futuro questionamento.
Couvert – As variedades oferecidas ao consumidor como tira gosto (petiscos, pães, patês, etc.),
enquanto este espera pelo prato solicitado, são conhecidas como couvert. O preço do couvert deve
estar obrigatoriamente constar do cardápio, além de estar afixado na tabela de preços exposta na
porta do estabelecimento. O consumidor deve lembrar que o couvert é opcional e, caso não seja
de seu interesse, pode ser recusado. Se não houver recusa,o couvert será cobrado mesmo que
não seja consumido.
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Cardápio – Os restaurantes são obrigados a afixar, na parte externa do estabelecimento, o
similar do cardápio oferecido pelo estabelecimento, bem como quaisquer taxas, acréscimos ou
valores que possam ser cobrados do cliente, inclusive couvert ou couvert artístico.
Cursos livres
Cursos livres não estão sujeitos a legislação específica sobre mensalidades escolares, devendo
prevalecer o estabelecido no contrato firmado entre as partes, que deve conter cláusulas sobre a
periodicidade do curso, formas de pagamento e de cancelamento, entre outras.
As cláusulas não podem estar em desacordo com o Código de Defesa do Consumidor, mas a sua
anulação só é possível através de acordo entre as partes ou de decisão judicial.
Caso haja problemas, como não cumprimento da oferta, mudança de local da unidade contratada
sem comunicação prévia (antes da contratação), má prestação de serviços envolvendo falta de
equipamentos ou profissionais habilitados para cursos, o consumidor está protegido pelas diversas
disposições do Código de Defesa do Consumidor.
Escola
"As taxas de matrícula, de exame e quaisquer outras relativas ao ensino, nos estabelecimentos de
educação secundária, normal e profissional, oficiais ou fiscalizados, e bem assim quaisquer
impostos federais que recaiam em atos da vida escolar discente, nesses estabelecimentos, serão
cobrados com as seguintes reduções, para as famílias com mais de um filho: para o segundo filho,
redução de 20% (vinte por cento); para o terceiro 40% (quarenta por cento); para o quarto e
seguintes, de 60% (sessenta por cento).
Parágrafo único: Para gozar dessas reduções, demonstrará o interessado que dois ou mais filhos
seus estão sujeitos ao pagamento das citadas taxas, no mesmo estabelecimento".
No entanto, apesar da Lei não ter sido expressamente revogada, alguns tribunais têm decidido
pela sua não aplicação. Assim, para o caso, a orientação é que o consumidor discuta com um
advogado de confiança a viabilidade de ingressar com uma ação judicial.
O aluno deve questionar o estabelecimento de ensino sempre que lhe for cobrada mensalidade
integral, nos casos em que ele se encontra em dependência de apenas algumas matérias.
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Em ambos os casos, o aluno deve verificar o que dispõe o Regulamento Interno e o contrato
firmado entre as partes. Deve ser consultado, ainda, o Ministério da Educação
(www.educacao.gov.br).
FIES
O FIES, programa criado pelo governo em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
PCE/CREDUC, é conduzido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Para melhor orientação e informações sobre esse assunto, o aluno deve acessar o site da Caixa
Econômica Federal: www.caixa.gov.br/cidadao/produtos/fies
Formatura
A contratação de empresas que organizam formaturas é feita, de modo geral, por uma comissão
eleita pelos alunos. Assim, como o contrato é coletivo, as decisões devem ser tomadas por
consenso . No contrato devem constar, todas as informações sobre o evento, além da identificação
das partes envolvidas (não só da comissão de formatura, como também de cada formando).
Além disso, o contrato deve prever a possibilidade de troca do clube, a estipulação dos preços de
cada item, as formas de pagamento, número de parcelas e encargos por atraso no pagamento.
Recomenda-se que cada aluno exija uma cópia deste documento.
O aluno em débito deve tentar um acordo para quitar a dívida, resguardando-se da possibilidade
da instituição de ensino ingressar com ação na justiça. Porém, as escolas credoras não estão
obrigadas a negociar reduções ou parcelamento da dívida.
Para conferir o valor cobrado, o aluno deve solicitar cálculo discriminado, por escrito, das parcelas
que compõem o total. Esse cálculo deve estar em conformidade com o contrato e as despesas
extra-judiciais (relativas a empresas de cobrança) e honorários advocatícios devem ser pagos s
pelo contratante (no caso a escola), e não pelo aluno.
De acordo com a legislação vigente, as escolas não podem aplicar sanções pedagógicas ou reter
documentos do aluno inadimplente. No entanto, podem deixar de renovar a matrícula, exceto se
já tiver sido formalizado acordo de parcelamento da dívida e os pagamentos estiverem em dia. O
desligamento do aluno só pode ocorrer no final do ano letivo ou no final do semestre letivo, no
caso de instituições de ensino superior em que tiver sido adotado o regime didático semestral.
A negativação do nome do aluno (ou pai) junto aos cadastros de proteção ao crédito pode ser
considerada abusiva, uma vez que na falta de pagamento a instituição de ensino pode adotar as
medidas cabíveis para o recebimento dos valores que são devidos.
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No entanto, várias escolas estão adotando a prática e, algumas vezes, sem avisar previamente o
aluno, descumprindo determinações do artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe
que sempre que ocorrer a abertura de ficha o consumidor deve ser comunicado por escrito. Os
consumidores devem ter acesso a esses cadastros sempre que julgarem necessário.
De acordo com a legislação vigente (Lei 9870 de 23/11/1999) sobre mensalidades escolares, a
escola não pode aplicar sanções pedagógicas ou reter documentos em virtude da inadimplência do
aluno.
A escola pode ser questionada ao cobrar em sua lista de material escolar itens de uso coletivo,
como papel para provas, avisos internos, material para atividades de laboratório, biblioteca, etc.
Esse material deve fazer parte da contraprestação da mensalidade paga pelo aluno.
Não há legislação específica que obrigue as escolas ao reembolso do valor pago, quando do
cancelamento da matrícula. No entanto, a cobrança pode ser questionada nas seguintes situações:
1) Nos vestibulares, quando o aluno é aprovado em outra escola de sua preferência e desiste de
prestar a prova, a faculdade pode reter apenas de parte do valor pago, para cobrir despesas
administrativas. Não ocorrendo o acordo, o aluno pode fazer o questionamento com base no artigo
39, inciso V do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe ser prática abusiva, vedada ao
fornecedor, " exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva ". Mesmo que o não
reembolso conste de contrato, o procedimento pode ser questionado com base no artigo 51 do
CDC, que trata das cláusulas contratuais abusivas.
2) Na transferência para outra escola, o aluno deve negociar o pagamento da matrícula para
apenas uma delas.
A Lei 9.870, de 23 de novembro de 1999, proíbe o reajuste do valor das parcelas da anuidade ou
semestralidade escolar em prazo inferior a um ano, a contar da data da sua fixação, salvo quando
expressamente previsto em lei (art. 1º, § 4º).
O art. 2° da mesma Lei determina que os estabelecimentos de ensino devem divulgar, em local de
fácil acesso ao público, o valor total da anuidade ou semestralidade, com antecedência mínima de
45 dias da data da matrícula.
Esse valor total (semestral ou anual) a ser pactuado, pode ser pago de uma única vez ou dividido
em parcelas (normalmente doze ou seis). Podem existir outras formas de pagamento, desde que
não ultrapasse a quantia contratada. A matrícula nada mais é do que uma parcela da anualidade
ou semestralidade.
Quanto ao valor do aumento, não existe disposição legal que determine um percentual máximo.
No entanto, qualquer reajuste deve ser compatível com a prestação do serviço, seja no que se
refere à variação de custos a título de pessoal e de custeio, ou gastos com aprimoramento no
processo didático/pedagógico.
Valores pagos para fazer reserva de vaga devem ser devolvidos ou descontados do total a ser
pago..
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Multa no atraso de pagamento das mensalidades
Prevalece o que estiver estabelecido em contrato (no caso de escolas geralmente é cobrado 10%)
ou em legislação específica.
Questões pedagógicas
Sempre que o aluno se deparar com problemas relativos a questões pedagógicas, deve tentar uma
solução junto à diretoria do estabelecimento de ensino.
Caso o consumidor não tenha êxito numa regularização amigável, ele deve consultar o MEC, órgão
responsável pelo assunto. www.educacao.gov.br
As escolas podem cobrar aulas de recuperação, se forem ministradas em horários especiais (fora
do horário das aulas normais) com remuneração específica aos professores.
Na transferência do aluno, a escola pode cobrar o mês em que o pedido foi formalizado, mesmo
que a providência tenha sido tomada no início do mês. De qualquer forma, é importante que se
verifique o que estabelece o contrato firmado entre as partes e/ou o regimento interno da
instituição de ensino.
Nada impede que uma escola venda material de ensino em suas dependências. Porém, ela não
pode obrigar o pai ou aluno a comprar no local, sob pena do procedimento ser caracterizado como
prática abusiva, conforme inciso I do artigo 39 do CDC que estabelece que é vedado ao fornecedor
de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: condicionar o fornecimento de produto
ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
quantitativos.
No que se refere ao uniforme, a situação é mais complexa, pois eles possuem um logo da
instituição de ensino, não sendo possível a aquisição em qualquer outro estabelecimento
comercial. Caso os pais entendam que o valor cobrado está alto, podem discutir o problema e
fazer uma pesquisa de preços junto a algumas confecções que se disponham a fornecer os
uniformes, apresentando a proposta à direção da escola.
Estacionamentos
Estacionamentos periódicos
Os preços, que variam de acordo com cada região, devem estar afixados em local visível e de fácil
leitura. É aconselhável que o consumidor verifique se o seu relógio está de acordo com o do
estacionamento, se a identificação do veículo (modelo, placa) está correta e também que seja
informado sobre prazo de tolerância, se houver. A cobrança de fração de hora é facultada ao
estabelecimento.
Os estacionamentos podem ser questionados caso venha a ocorrer roubo ou furto do veículo, ou
se ao retirá-lo o consumidor notar que houve algum dano. De imediato, o consumidor deve
comunicar o fato aos responsáveis pelo serviço e protocolar, formalmente, um documento junto
ao estabelecimento. Em seguida deve registrar boletim de ocorrência em uma delegacia. Tais
registros podem servir de prova em caso de discussão judicial. Isso não o impede, porém, de
tentar um acordo amigável.
Estacionamentos mensal
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O consumidor deve guardar todo e qualquer comprovante de uso do estacionamento ou ainda
nota fiscal, ticket de compra ou similar que comprovem que ele esteve no estabelecimento, pois
estes podem ser usados como prova em caso de abertura de reclamação por problemas de dano,
furto ou roubo do veículo. Estas questões também podem ser discutidas judicialmente.
Valet Services
Toda vez que o consumidor confiar seu carro a um manobrista de valet service ou restaurante, ele
deve ter o cuidado de exigir e guardar o comprovante de entrega e/ou pagamento, com as
anotações de início e término da guarda e o respectivo preço.
A lei foi regulamentada em 07.07.2004, mas no dia 15.09.2004 o Supremo Tribunal Federal (STF)
considerou ilegal o direito relativo ao transporte interestadual.
• O serviço é prestado ao idoso com renda igual ou inferior a dois salários mínimos. Devem
ser reservadas duas vagas gratuitas em cada veículo.
• Para utilizar o benefício, o consumidor deve solicitar um Bilhete de Viagem do Idoso,
devendo dirigir-se aos pontos de venda da transportadora com antecedência de pelo
menos três horas em relação o horário de partida do ponto inicial. A viagem de retorno
pode ser incluída no referido bilhete.
• No dia marcado para a viagem, o beneficiário deve comparecer no guichê da empresa até
30 minutos antes do início da viagem.
• O Bilhete de Viagem do Idoso e o bilhete com desconto do valor da passagem são
intransferíveis.
• Para concessão do desconto de 50% do valor da passagem para os demais assentos do
veículo, os critérios são semelhantes. O consumidor também deve possuir renda igual ou
inferior a dois salários mínimos, retirar seu bilhete com antecedência mínima de três
horas e comparecer para a viagem 30 minutos antes da partida.
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• Para a solicitação dos bilhetes o consumidor deve apresentar documento pessoal que faça
prova da sua idade e da renda igual ou inferior a dois salários mínimos (um dos seguintes
documentos: carteira de trabalho e previdência social atualizadas; contracheque de
pagamento ou documento expedido pelo empregador; carnê de contribuição para o INSS;
extrato de pagamento ou declaração fornecida pelo INSS ou outro regime de previdência;
documento ou carteira emitida pelas Secretarias Estaduais, ou Municipais de Assistência
Social ou Congêneres.
Internet - Provedor
Ao contratar serviços de provedor pela Internet, os consumidores devem tomar cuidado e procurar
obter informações adequadas sobre o contrato a ser firmado. Uma vez estabelecida a contratação,
as informações sobre a assinatura, serviços utilizados, número de horas e valores cobrados caso
seja ultrapassado o limite escolhido não podem deixar dúvidas aos consumidores.
Leilão Virtual
O leilão virtual, da forma em que se apresenta, não caracteriza propriamente um leilão, mas uma
página de classificados eletrônicos para particulares anunciarem seus produtos. Estes sites
colocam em contato as partes interessadas: vendedor e comprador. O vendedor não pode ser
caracterizado como fornecedor, mas pode ser responsabilizado no Judiciário por problemas com a
transação.
As situações que podem ser enquadradas pelo Código de Defesa do Consumidor são aquelas em
que o site cobrar pela intermediação da venda (exposição, controle e recebimento de lance) e se
for constatada: má prestação de serviço; falta de informação clara, precisa e ostensiva sobre as
condições e riscos da comercialização; não cumprimento à oferta contida na publicidade.
Quando a questão se refere a problemas com o produto, adquirido de pessoa física, o comprador
deve verificar a possibilidade de encaminhamento ao Judiciário
Meia-entrada
Na maior parte das cidades, os estudantes (do ensino fundamental, médio e superior) pagam
meia-entrada em cinemas, circos, espetáculos teatrais, esportivos, musicais e de lazer em geral.
Em alguns locais esse direito é estendido a aposentados, professores de rede pública e idosos..
Recolocação profissional
Porém, muitas vezes os anúncios prometem emprego rápido, o que induz o consumidor a assinar
contratos nem sempre adequados às suas necessidades profissionais e às suas condições
financeiras. Alguns anúncios omitem que se trata de consultoria, outros oferecem vagas que não
existem ou cargos diferentes dos que realmente têm disponíveis. É importante que o consumidor
saiba que nenhuma consultoria garante efetivamente um emprego.
Constatado o não cumprimento à oferta, o contrato pode ser rescindido com base no Código de
Defesa do Consumidor.
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Caso o consumidor aceite qualquer oferta de serviço gratuito por determinado período de tempo, a
obrigação de ter que pedir o cancelamento do serviço na data prevista para o término da oferta
pode ser caracterizada como prática abusiva. Nesse caso, deveria ocorrer o inverso, ou seja, o
consumidor deveria precisar formalizar o pedido de continuidade do serviço, com a devida
cobrança, para demonstrar seu interesse.
Ocorrendo a cobrança indevida, o consumidor deve solicitar, por escrito, o estorno dos valores
indevidamente cobrados. Se a reclamação for feita por telefone, o consumidor deve solicitar o
nome do atendente e o número do protocolo.
Transporte rodoviário
Direitos dos passageiros, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT):
Para formalizar uma reclamação ou para obter maiores esclarecimentos, o consumidor deve entrar
em contato com a ANTT : www.antt.gov.br
Turismo
Atraso do Vôo
Se ocorrer o atraso do embarque por mais de quatro horas, a empresa aérea deve transferir o
passageiro para outro vôo com o mesmo destino e serviços equivalentes, além de encaminhá-lo a
um hotel, com todas as despesas pagas ou restituir o valor da passagem;
Cancelamento de Reserva
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As agências destinam parte dos valores recebidos dos consumidores como sinal e reserva de
vagas, para os hotéis e meios de transporte a serem utilizados. Assim, quando há um
cancelamento dificilmente é feito o reembolso total das quantias pagas.
Quanto mais próximo da data da partida maiores serão os valores retidos pelas empresas. De
acordo com a Deliberação Normativa 161 da Embratur, em caso de desistência a mais de 30 dias
da partida, a retenção deve ser de no máximo 10% do valor pago. Entre 30 e 21 dias antes da
saída da excursão, a retenção pode ser de 20% e, a menos de 20 dias, a Embratur diz que pode
haver maiores retenções desde que demonstradas.
O consumidor deve estar atento à quantidade que pode ser embarcada gratuitamente. Deve,
também, informar-se antecipadamente sobre o peso e/ou volume permitidos assim como o custo
a ser pago em caso de excesso.
Um dos maiores problemas que o consumidor pode enfrentar refere-se ao extravio de bagagem.
Recomenda-se que o consumidor identifique todas as suas malas, sacolas ou bolsas de mão com
etiquetas que contenham seu nome, endereço completo e telefone.
Em caso de extravio, uma vez feito o check-in, a empresa aérea torna-se responsável pela
bagagem e deve pagar a indenização, tanto em caso de extravio quanto de danos.
Para resguardar direitos, deve ser feita a declaração de bens na Polícia Federal antes do
embarque, guardando o comprovante. Dessa forma, fica mais fácil obter o ressarcimento pelo
valor real dos bens.
Transporte Aéreo
O bilhete de tarifa cheia (costuma ter um preço mais alto) vale por um ano e o consumidor pode
marcá-lo. Algumas empresas estabelecem uma multa pela não utilização na data (que deve ser
avisada), porém ele continua valendo até um ano depois da emissão. Caso não haja o embarque,
o bilhete pode ser endossado - o consumidor embarca em outra companhia aérea. Após a
validade, caso não tenha ocorrido a viagem, o consumidor pode ser reembolsado. Para tanto, deve
se dirigir à empresa aérea ou agência que vendeu o bilhete.
O bilhete promocional costuma ter restrições quanto ao reembolso, remarcação, etc. Cabe à
empresa ou agência que atender o consumidor alertar quanto às restrições desse tipo de bilhete.
Para os embarques por vôos charter, via de regra, não há a possibilidade de remarcação.
TV por assinatura
A Lei 9.069/95 estabelece que os reajustes, no caso de prestação de serviço continuado, devem
ser feitos com a periodicidade mínima de um ano. Além disso, o contrato deve estabelecer o índice
a ser adotado por ocasião dos reajustes anuais (normalmente as operadoras adotam o IGP-M da
FGV).
Os equipamentos utilizados para a recepção das imagens são: decodificador, controle remoto (um
conjunto para cada televisor) e em alguns casos antena. Geralmente as operadoras de tevê por
assinatura trabalham com o regime de comodato dos equipamentos instalados. A operadora cede
ao assinante os equipamentos que continuam de sua propriedade, porém de uso e
responsabilidade do consumidor.
Os contratos não costumam discriminar os canais que fazem parte do pacote adquirido. Contudo,
o consumidor tem direito a tal informação, por escrito, que lhe será útil caso a programação seja
alterada pela empresa. Qualquer alteração contratual somente terá validade se houver
concordância expressa do consumidor.
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Não há impedimento legal em relação à cobrança da revista de programação, desde que o
consumidor seja prévia e adequadamente informado a respeito dos valores.O consumidor pode
optar pelo recebimento da revista (paga) ou pelo guia de programação (gratuito).
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Outros
Atendimento Juizado
Alguns municípios possuem juizado especial cível, chamado anteriormente de juizado de pequenas
causas. Os juizados acolhem reclamações de pessoas físicas e micro-empresas, desde que a causa
não ultrapasse o valor de 40 salários mínimos. Se o valor da causa for de até 20 salários mínimos,
não há necessidade do consumidor contratar advogado.
O caso deve ser apreciado pelo Procon da cidade ou pelo juizado especial cível mais próximo da
residência do consumidor.
Assim, com base na Lei, o consumidor pode exigir que o fornecedor cumpra com a oferta ao
divulgar seus produtos em anúncios, folhetos, etc.
Existem casos em que se constata claramente que houve engano na informação relativa ao preço,
por ser ele incompatível com o produto anunciado.
Nesses casos, não se exige o cumprimento à oferta, pois esse procedimento estaria em desacordo
com o artigo 4º do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe como um dos objetivos da
política nacional das relações de consumo, a harmonização dos interesses entre fornecedores e
consumidores, com base na boa fé e equilíbrio dessas relações.
O Código Civil determina que a maioria das dívidas prescrevem em cinco anos. Assim,
comprovantes do IPTU, da Declaração do Imposto de Renda, contas de água, luz, telefone,
mensalidade escolar, condomínio, os recibos do plano de saúde e do cartão de crédito devem ser
guardados pelo período de cinco anos.
Porém, existem exceções, como, por exemplo, os documentos relativos a compra de imóveis
financiados, que devem ficar guardados até o registro da escritura em cartório.
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Os recibos de consórcio devem ser guardados até que a administradora oficialize a quitação e o
bem seja liberado. Os recibos de aluguel devem ficar em poder do locatário por três anos.
Em casos de cobrança de tributos, o Poder Executivo não pode ser caracterizado como fornecedor
porque não se apresenta no mercado desenvolvendo uma atividade comercial.
Em caso de dúvidas ou reclamações quanto a tributos municipais (como IPTU, ISS etc.), a
prefeitura deve ser consultada.
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