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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS PALOTINA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO


ÁREA: NUTRIÇÃO ANIMAL

Autor: Michele Brugnerotto


Orientador: M.Sc. Neventon Santi Vieira
Supervisora: Prof. Drª. Jovanir Inês Müller Fernandes

Relatório apresentado, como parte


da exigência para a conclusão do
CURSO DE GRADUAÇÃO EM
MEDICINA VETERINÁRIA

PALOTINA – PR
3 Dezembro de 2009
ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


CAMPUS PALOTINA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO


ÁREA: ÁREA: NUTRIÇÃO ANIMAL

Aluno: Michele Brugnerotto Orientador:


M.Sc. Neventon Santi Vieira

APROVADO: em 09 de dezembro de 2009

Prof. Dr. Américo Fóes Garcez Neto


(Membro)
iii

FOLHA DE IDENTIFICAÇÃO

Local de estágio: Nuvital Nutrientes S/A

Carga horária cumprida: 330 horas

Período de realização do estágio: 13 de julho de 2009 a 2 de outubro de 2009

Supervisor: Jovanir Inês Müller Fernandes

Orientador: Neventon Santi Vieira


iv

Aos meus pais, que dedicaram sua vida aos filhos.

Aos animais, uma expressão divina de vida.

A Deus.
v

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Arlindo Brugnerotto e Zenilda C. Brugnerotto, por todo amor,

paciência e dedicação.

Ao meu pai, por nunca ter desistido de lutar.

Aos meus irmãos, Roney e André, que sempre me apoiaram e me deram força.

Aos meus sobrinhos, Matheus e Lucca, a minha cunhada Fabiana Duarte, anjos

da minha vida.

Ao meu namorado, Marcos André da Luz, que apareceu em minha vida no

momento certo, para ficar nela até o fim.

Meu tio Aldérico Brugnerotto, agradeço o acolhimento em sua casa quando

precisei, ao seu apoio e ajuda na busca por um local de estágio e a sua compreensão em

certos momentos. Agradeço também por meio deste singelo relatório ao seu amigo,

Dilvo Groli, com quem pude contar para iniciar minha busca por um estágio, a ele peço

desculpa pois não pude concluir o mesmo, mas lhe asseguro que foram por causas

justas. A toda a equipe da Coopavel agradeço o acolhimento e oportunidade, em

especial, Jurandir de Mattos e Juliâni Farias Souza.

A empresa Nuvital Nutrientes, todos os seus integrantes e ao meu orientador

Neventon Santi Vieira, serei eternamente grata.

À professora Jovanir, pela orientação e compreensão neste trabalho e pelo

exemplo de profissional. Somente com sua ajuda pude tornar possível a realização deste

trabalho de conclusão do curso, onde mais do que minha orientadora desempenhou

funções acima do seu cargo de professora, agindo como uma amiga, me apoiando em
vi

momentos difíceis e me estimulando quando não pensei ser mais possível. Muito

obrigada.

A UFPR, Campus Palotina, por todo o apoio e ensinamentos nestes 5 anos. Levo

para sempre em mim como uma grande lição de vida.

Aos meus amigos e colegas, que formaram nestes cinco anos uma grande e linda

família, Agness Ayme Frantz, Anna Izabelita, Antônio Braz, Antônio Cereda, Elen

Patrícia, Luiz Carlos da Luz , Talita Giron, Tatiana Itsuko Beker, Tathiana Maria

Arneiro. E a todos que passaram por minha vida, e fizeram dela e de mim o que sou

hoje.

Aos meus cachorros, Snoopy, Madona, Simão, Kakau, e aos que já foram,

Brutos e Scabin, pelo companheirismo e amor, a vocês agradeço por me mostrarem o

caminho a seguir.

A Deus por permitir tudo isto possível.


vii

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 01

2. HISTÓRICO DA EMPRESA 02

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 03

3.1 LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA 04


3.1.1 Funcionamento do laboratório 04
3.1.2 Análise Bromatológica 07
3.1.2.1. Umidade 11
3.1.2.2. Nitrogênio Total 12
3.1.2.3. Proteína Solúvel em solução de hidróxido de potássio 13
3.1.2.4. Extrato Etéreo 13
3.1.2.5. Fibra Bruta 14
3.1.2.6. Matéria Mineral 15
3.1.2.7. Atividade Ureática 15
3.1.2.8. Acidez 16
3.1.2.9. Índice de Peróxido 16
3.1.2.10. Granulometria 17
3.1.2.11. Aflatoxina 18
3.1.2.12. Zearalenona 19
3.1.2.13. Macronutrientes 22
3.1.2.14. Fósforo 22
3.1.2.15. Cálcio 24
3.1.2.16. Magnésio 24
3.1.2.17. Atividade de Água 25

3.2. DEPARTAMENTO TÉCNICO 26


3.2.1. Formulação 26

3.3. FÁBRICA DE PREMIX E ADITIVOS 29


3.3.1. Recepção de matéria prima 32
3.3.2. Armazenagem de matéria prima 35
3.3.3. Separação de matéria prima 36
3.3.4. Pesagem de matéria prima 36
3.3.5. Mistura 37
3.3.6. Ensaque 40
3.3.7. Expedição 41

3.4. INGREDIENTES 41
3.4.1. Milho 41
3.4.1.1. Subprodutos do milho 43
3.4.2. Soja 46
viii

3.4.2.1. Subprodutos da soja 47


3.4.2.2. Fatores antinutricionais da soja 49
3.4.2.3. Processamento da soja 51
3.4.2.3.1. Métodos de processamento 52
3.4.2.3.2. Avaliação do processamento da soja 54
3.4.3. Trigo 57
3.4.3.1. Subprodutos do trigo 58
3.4.4. Farinhas de origem animal 59
3.4.4.1. Subprodutos de origem animal 63

3.5. CONTROLE DE QUALIDADE 67

4. CONCLUSÃO 72

5. BIBLIOGRAFIA 73
ix

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 1. Análises de rotina das matérias primas de origem mineral utilizadas na

empresa Nuvital Nutrientes 08

TABELA 2. Análises de rotina das matérias primas de origem animal utilizadas na

empresa Nuvital Nutrientes 09

TABELA 3. Análises de rotina das matérias primas de origem vegetal utilizadas na

empresa Nuvital Nutrientes 10

TABELA 4. Padrão de solubilidade da proteína em hidróxido de potássio a 0,2% 13

TABELA 5. Padrão de atividade ureática do farelo de soja 16

TABELA 6. Limites máximos de tolerância para rações destinadas a alimentação

animal 20

TABELA 7. Níveis de zearalenona recomendados pela Legislação Européia 21

TABELA 8. Limites máximos de zearalenona recomendados pelo LAMIC para animais

de produção 21

TABELA 9. Sinais clínicos de deficiência de magnésio em diferentes espécies 25

TABELA 10. Valores médios de alguns nutrientes que compõem o milho em grão 42

TABELA 11. Valores médios de aminoácidos que compõem o milho em grão 43

TABELA 12. Valores médios de minerais que compõem o milho em grão 43

TABELA 13. Valores médios de alguns nutrientes que compõem os diferentes produtos

da soja 48

TABELA 14. Padrão de atividade ureática do farelo de soja 55

TABELA 15. Padrão de solubilidade da proteína em hidróxido de potássio a 0,2% 56

TABELA16. Subprodutos e resíduos da carcaça e carne sem osso de vários animais em

% do “peso vivo” 60
x

TABELA 17. Especificações orientativas de qualidade da farinha de ossos autoclavada

e farinha de ossos calcinada 64


xi

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1. Filial Nuvital Nutrientes 02

FIGURA 2. Fluxograma do Laboratório de Bromatologia 06

FIGURA 3. Big Bag 30

FIGURA 4. Esquema de processamento de premixes e aditivos 31

FIGURA 5. Fluxograma do processo de produção 33


1

1. INTRODUÇÃO

A área de nutrição animal está enquadrada no contexto da Produção Animal,

sendo esta uma área de grande relevância para tal. Segundo Andriguetto et al. (2002), a

nutrição animal constitui um dos três aspectos básicos da produção, sendo os outros

dois a genética e o manejo.

Os gastos com alimentação representam uma parcela de até 80% nos custos da

criação (ANDRIGUETTO et al., 2002). Assim, o grande desafio da nutrição animal é

conciliar: custos + tempo + lucro + competitividade + qualidade, ou seja, não é o custo

que determinam o preço final, e sim, o preço final que determina o quanto pode ser

gasto em seu processo de fabricação, isto garante a competitividade frente ao mercado.

Outro grande problema que o nutricionista encontra é padronizar as matérias-

primas, sempre há uma grande divergência nos valores observados, pois este é

dependente do modo como foi produzido (local, tipo de semente, clima, colheita,

armazenamento e transporte).

Com a crise econômica atual o setor de alimentação animal registrou uma queda

de 3,8% em sua produção no primeiro semestre de 2009, além disso com a queda no

preço da grão de milho alguns produtores diminuíram seu investimentos em aditivos

compensando com o uso do milho (ZANNI, 2009).

Em 2050 com o aumento esperado da população mundial a produção de alimentos

deve aumentar até 70% para que 370 milhões de pessoas não passem fome. Com isso a

produção de carnes deve crescer mais de 200 milhões de toneladas para alcançar o

previsto pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nation) para 2050

que é de 470 milhões de toneladas, a produção de cereais também deverá subir para 3

bilhões neste mesmo período (SINDIRAÇÕES, 2009).


2

2. HISTÓRICO DA EMPRESA

Fundada em 1975, a empresa Nuvital Nutrientes, que se estabelece em Colombo,

Região Metropolitana de Curitiba, Paraná, possui hoje duas fábricas, a matriz, voltada

para fabricação de rações e, sua filial, produtora de aditivos e premixes, além de um

Centro de Distribuição em Chapecó (SC).

Para 2010 a empresa pretende unificar as duas sedes, com um investimento

previsto de R$ 3 milhões, tem como objetivo a aquisição de um novo laboratório mais

bem equipado e reestruturação de todos os setores.

A empresa tem como objetivo financeiro para 2009, alcançar um faturamento de

39 milhões, aumento de aproximadamente 25% quando comparado a 2008.

Possui mais de 150 produtos em sua linha de produção, sendo estes a maior parte

destinados a suínos, cerca de 26% do faturamento, seguido de aves, 24% e rações para

animais de laboratório, 19%. Para 2009 pretende aumentar a produção da linha de

bovinos em 10%, passando a produção de rações para animais de laboratório.

Pioneira no mercado de premixes e insumos destinados a alimentação animal na

região Sul do Brasil possui ainda representações em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,

São Paulo, Paraguai e Peru, além de uma parceria com a multinacional Perstorp, onde a

empresa Nuvital revende aditivos da empresa holandesa no Brasil.

Figura 1 Filial Nuvital Nutrientes


3

3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

As atividades desenvolvidas no estágio foram realizadas na empresa Nuvital

Nutrientes S/A, no período de 13 de julho de 2009 até 2 de outubro de 2009, somando

uma carga horária de 330 horas.

As atividades foram separadas da seguinte forma:

 Laboratório de Bromatologia: início em 13 de julho de 2009 até 24 de

julho de 2009, somando um total de 10 dias.

 Departamento Técnico: início em 27 de julho de 2009 até 28 de agosto de

2009, somando um total de 25 dias.

 Fábrica de Aditivos e Premix: início em 31 de agosto de 2009 até 2 de

outubro de 2009, somando um total de 25 dias.

As primeiras duas semanas do estágio foram dedicadas ao contato com os

processos realizados no Laboratório de Bromatologia da empresa, com o objetivo de

realizar o controle da qualidade dos ingredientes e produtos acabados. O laboratório

possui uma rotina de análises as quais foram acompanhadas integralmente, do início da

análise até o seu término.

No departamento técnico da empresa foram desenvolvidas atividades relacionadas

com a formulação de rações através do programa de computador usado pela empresa e

registro de produtos nos órgãos competentes.

Na Fábrica de Aditivos e Premix foi possível observar toda a cadeia produtiva em

que o produto passa, desde sua chegada na fábrica até o seu transporte para os

caminhões que levariam o produto até seu destino final. Outro aspecto muito importante

foi o acompanhamento da implantação de um programa de controle da qualidade na

fábrica de ração.
4

3.1 LABORATÓRIO DE BROMATOLOGIA

O laboratório de bromatologia tem como objetivo analisar os alimentos que fazem

parte da dieta animal, tanto ruminantes como monogástricos, permitindo que o animal

utilize todos os nutrientes disponíveis da melhor forma possível (BERALDO et al.,

2009).

A importância da realização das análises se deve ao fato de que as matérias-

primas utilizadas na alimentação animal tem grande variação em sua composição

devido a influência de alguns fatores como, plantio, estações do ano, tipo de semente,

manejo utilizado na cultura, colheita, dentre outros, os alimentos mais afetados por tais

alterações são os volumosos, por isso é essencial que sejam realizadas análises nestes

tipos de alimentos, assegurando assim um balanceamento mais adequado ao produto

final.

Com a eterna busca por melhorias no desempenho produtivo, os animais são

manipulados geneticamente para que possam expressar sua máxima capacidade

fisiológica. Entretanto, para tanto há a necessidade de que o ambiente ao qual o animal

seja submetido ofereça condições favoráveis. Um animal de alto potencial genético

deve ser submetido a condições que lhe permitam obter alta produção, a custos mais

econômicos. Por isto a qualidade nutricional a qual o animal é submetido deve ser a

melhor possível a custos mais econômicos, sem perdas (BERALDO et al., 2009).

3.1.1 Funcionamento do laboratório

O laboratório recebe cerca de 300 a 500 amostras por mês, os resultados são

computados e registrados no programa Optimal Lab.


5

O programa é um sistema de gerenciamento de dados dos resultados das análises

laboratoriais de matérias primas e/ou produtos acabados que permite uma integração

com todos os setores da empresa.

As amostras são analisadas seguindo os métodos analíticos do Compêndio

Brasileiro de Alimentação Animal - 2005. Os resultados obtidos são enviados para o

departamento técnico da empresa o qual tem a responsabilidade de verificar se os

mesmos se apresentam de acordo com os valores esperados, ou conforme a formulação

do produto.

As análises são realizadas com produtos e matérias-primas da empresa, para

controle de qualidade interno, produtos e matérias-primas de clientes, serviço este

fornecido pela empresa conforme quantidade de produto adquirido pelo cliente (2% do

total gasto em produtos Nuvital), caso ultrapasse essa quantidade o cliente é avisado e

se persistir na análise é cobrado pelo serviço. As análises de produtos acabados são

coletadas ao final de cada batida, que é um ciclo completo do misturador.

Os produtos internos possuem um padrão de análise a ser seguido, caso necessite

de alguma outra análise é feito o pedido em separado e informado o motivo, caso seja

produto de cliente o motivo deve ter justificativa.

Dentre as análises realizadas estão a química, física, granulometria e teste de

mistura. As amostras seguem um fluxo estabelecido (Figura 2).


6

Figura 2 Fluxograma do Laboratório de Bromatologia

A. Recebimento: As matérias-primas, com exceção do milho, são entregues ao

laboratório em embalagens já determinadas para tal fim com identificação adequada. No

caso do milho é recolhida uma amostra, antes de ser descarregado, por um funcionário

do laboratório para análise de umidade e verificação de conformidade com o milho

requerido, tipo I, tipo II ou tipo III, conforme Portaria Nº 845 de 8 de Novembro de

1976 - Conceitos e Critérios para Classificação do Milho. Se o milho se enquadra no

esperado é liberado seu descarregamento e então segue análise conforme padrão da

empresa.

B. Separação da Amostra: Uma quantidade do material é separada e colocada

em potes pequenos, onde são anotados o lote do produto e código para controle.

C. Análise: Métodos analíticos retirados do Compêndio Brasileiro de

Alimentação Animal – 2005.


7

D. Resultado: Toda análise é feita em duplicata e os dois resultados são enviados

pelo laboratório e informado ao departamento técnico. Caso haja desconformidade entre

os resultados a análise é repetida.

O laudo final só é liberado após verificação do departamento técnico. Alguns

produtos requerem o laudo pronto para serem liberados, outros acabam sendo liberados

antes do laudo final, conforme o cliente solicite, pois até o produto chegar ao seu

destino há o tempo necessário para finalização do laudo, sendo resultados informados

através do site da empresa, uma vez que cada cliente possui uma senha para tal

finalidade.

3.1.2 Análises bromatológicas

As análises realizadas pelo laboratório são:

- Umidade

- Nitrogênio Total (proteína bruta)

- Proteína Solúvel em Solução de Hidróxido de Potássio a 0,2%

- Extrato etéreo

- Fibra bruta

- Fibra em detergente neutro

- Fibra em detergente ácido

- Matéria Mineral ou Cinzas

- Atividade Ureática

- Acidez

- Índice de Peróxido

- Granulometria ou Diâmetro Geométrico Médio (DGM)

- Cálcio

- Fósforo
8

- Magnésio

- Aflatoxina

- Zearalenona

- Absorção de água

Nas Tabelas 1, 2 e 3 são apresentadas as análises de rotina das matérias primas

de origem mineral, animal e vegetal, respectivamente, utilizadas na empresa Nuvital

Nutrientes.

Tabela 1 Análises de rotina das matérias primas de origem mineral utilizadas na


empresa Nuvital Nutrientes.

Produtos de Análise Padrão Análise Ocasional


Origem Mineral
Calcário Calcítico Cálcio Granulometria, Magnésio, Resíduo
Mineral, Umidade
Calcário Dolomítico Cálcio Granulometria, Magnésio, Resíduo
Mineral, Umidade
Caulin Granulometria Resíduo Mineral, Umidade
Fosfato Bicálcico Fósforo Acidez Total, Cálcio, Granulometria,
Índice de Peróxido, Resíduo Mineral,
Umidade
Fosfato Fósforo Acidez Total, Cálcio, Granulometria,
Monobicálcico Resíduo Mineral, Umidade
Iodato de Cálcio Umidade Granulometria
Monóxido de Umidade Granulometria
Manganês
Óxido de Magnésio Umidade Granulometria
Óxido de Zinco Umidade Granulometria
Sal Umidade Granulometria, Cloretos
Sal Mineral Cálcio, Fósforo Granulometria, Cloretos, Umidade
Sulfato de Cobalto Umidade Granulometria
Sulfato de Cobre Umidade Granulometria
5H₂O
Sulfato de Ferro Umidade Granulometria
Sulfato de Magnésio Umidade Granulometria
7H₂O
Sulfato de Umidade Granulometria
Manganês
Sulfato de Zinco Umidade Granulometria
9

Tabela 2 Análises de rotina das matérias primas de origem animal utilizadas na empresa
Nuvital Nutrientes.

Produtos de Análise Padrão Análise Ocasional


Origem Animal
Farinha de Carne Acidez Total, Cálcio, Extrato Fibra Bruta, Granulometria,
Etéreo, Fósforo, Proteína Bruta, Cloretos
Índice de Peróxido, Resíduo
Mineral, Umidade
Farinha de Carne e Acidez Total, Cálcio, Extrato Fibra Bruta, Granulometria,
Ossos Etéreo, Fósforo, Proteína Bruta, Cloretos
Índice de Peróxido, Resíduo
Mineral, Umidade
Farinha de Ossos Fósforo Cálcio, Granulometria,
Resíduo Mineral
Farinha de Ostras Cálcio Granulometria, Resíduo
Mineral
Farinha de Ovos Acidez Total, Cálcio, Extrato Granulometria, Cloretos,
Etéreo, Fósforo, Proteína Bruta, Resíduo Mineral
Índice de Peróxido, Umidade
Farinha de Peixes Acidez Total, Cálcio, Extrato Granulometria
Etéreo, Cloretos, Fósforo,
Proteína Bruta, Índice de
Peróxido, Resíduo Mineral,
Umidade
Farinha de Penas Acidez Total, Cálcio, Extrato Granulometria, Cloretos
Etéreo, Fósforo, Proteína Bruta,
Índice de Peróxido, Resíduo
Mineral, Umidade
Farinha de Sangue Proteína Bruta, Umidade Granulometria, Cloretos
Farinha de Índice de Acidez, Cálcio, Granulometria, Cloretos
Vísceras Extrato Etéreo, Fósforo, Proteína
Bruta, Índice de Peróxido,
Resíduo Mineral, Umidade
Gorduras e Óleos Índice de Acidez, Índice de Umidade
Peróxido
10

Tabela 3 Análises de rotina das matérias primas de origem vegetal utilizadas na empresa
Nuvital Nutrientes.

Produtos de Análise Padrão Análise Ocasional


Origem Vegetal
Algodão Fibra Bruta, Proteína Extrato Etéreo, Fibra em Detergente
Bruta, Umidade Neutro, Fibra em Detergente Ácido,
Nutrientes Digestíveis Totais, Índice
de Peróxido, Resíduo Mineral
Amendoim Fibra Bruta, Proteína Extrato Etéreo, Fibra em Detergente
Farelo Bruta, Umidade Ácido, Fibra em Detergente Neutro,
Nutrientes Digestíveis Totais,
Resíduo Mineral
Arroz Proteína Bruta, Umidade Fibra Bruta, Fibra em Detergente
Ácido, Fibra em Detergente Neutro,
Nutrientes Digestíveis Totais,
Resíduo Mineral
Aveia Fibra Bruta, Proteína Extrato Etéreo, Fibra em Detergente
Bruta, Umidade Neutro, Fibra em Detergente Ácido,
Nutrientes Digestíveis Totais,
Resíduo Mineral
Cana Levedura Proteína Bruta, Umidade
Cevada Extrato Etéreo, Fibra Fibra em Detergente Ácido, Fibra em
bruta, Proteína Bruta, Detergente Neutro, Nutrientes
Umidade Digestíveis Totais
Milho Extrusado Absorção em Água, Fibra Bruta, Índice de Peróxido
Acidez Total, Extrato
Etéreo, Proteína Bruta,
Umidade
Milho Far. Pré Absorção em Água, Fibra Bruta, Índice de Peróxido
Cozida Acidez Total, Extrato
Etéreo, Proteína Bruta,
Umidade
Milho Farelo Proteína Bruta, Umidade Fibra Bruta
Milho Fubá Absorção em Água, Fibra Bruta
Extrato Etéreo, Proteína
Bruta, Umidade
Milho Quirera Proteína Bruta, Umidade Fibra Bruta
Protenose Proteína Bruta, Umidade Fibra Bruta
Refinazil Fibra Bruta, Proteína Fibra em Detergente Ácido, Fibra em
Bruta, Umidade Detergente Neutro, Nutrientes
Digestíveis Totais
Soja Desativada Proteína Bruta, Proteína Acidez Total, Extrato Etéreo, Fibra
Solúvel, Umidade, Bruta, Índice de Peróxido
Atividade Ureática
Soja Extrusada Proteína Bruta, Proteína Acidez Total, Extrato Etéreo, Fibra
Solúvel, Umidade, Bruta, Índice de Peróxido
Atividade Ureática
11

Continua....
Soja Grãos Extrato Etéreo, Proteína Acidez Total, Fibra Bruta, Índice de
Bruta, Umidade Peróxido
Trigo Farelo Fibra Bruta, Proteína
Bruta, Umidade
Triguilho em Fibra Bruta, Proteína Fibra em Detergente Ácido, Fibra em
Grãos Bruta, Umidade Detergente Neutro, Nutrientes
Digestíveis Totais

3.1.2.1 Umidade

A análise de umidade é uma prova simples de se fazer, basicamente é a massa que

se obtém após a amostra ser aquecida à temperatura de 100/105ºC. É o material a ser

analisado totalmente livre de água (BERALDO et al., 2009).

A determinação da umidade, apesar de simples, é de grande importância para

determinar a qualidade do alimento. O excesso de umidade pode levar a alterações

significativas para a conservação do alimento. A estocagem do alimento tem grande

relação com seu teor de umidade, alimentos com alta umidade irão deteriorar mais

rápido devido ao desenvolvimento de fungos, além disto, representam um alto risco

para saúde animal e humano, pois estes fungos podem produzir micotoxinas que são

tóxicas para o organismo (Silva, 2005). O ambiente favorecido pela umidade excessiva

é mais bem elucidada quando estimado o valor da atividade da água (Aw), citado no

decorrer.

Um bom exemplo da importância desta análise é em relação ao milho. Todo o

milho que chega à empresa para seu uso como matéria-prima é submetida, antes de ser

descarregada, a análise de umidade, o milho que apresentar mais de 14% de umidade é

devolvido para o fornecedor.

Torna-se também necessária a determinação da umidade para se obter o resultado

de outras análises, como do extrato não nitrogenado (BERALDO et al., 2009).


12

3.1.2.2 Nitrogênio Total

Também conhecido como proteína bruta é a unidade utilizada para designar a

proteína dos alimentos (BERALDO et al., 2009).

São macromoléculas de estrutura complexa à base de carbono, hidrogênio,

oxigênio e nitrogênio, formadas por aminoácidos ligados entre si por ligações

peptídicas. Desempenham funções importantes no organismo como, transporte, catálise

de reações, controle do metabolismo, contração e tem função estrutural muito

importante.

As proteínas de origem vegetal raramente são completas quanto a composição de

aminoácidos, diferente das proteínas de origem animal, que se encontram em proporção

e qualidade ótima para nutrição (BOBBIO et al., 1992).

O excesso de proteína na dieta não é armazenado, sofre desaminação onde pode

ser utilizado para produção de energia, o problema reside no fato de que a proteína tem

alto custo financeiro e tem pouca rentabilidade como fonte de energia, por isso é

importante conhecer a quantidade de proteína nos alimentos.

As proteínas formam estruturas que podem sofrer alterações importantes em sua

disposição, uma delas é a que ocorre através da reação de Maillard, ou ruptura de novas

ligações peptídicas (BOBBIO et al., 1992).

A análise de proteína bruta fornece os valores de proteína total através da

quantidade de nitrogênio total da amostra. Este processo considera todo o nitrogênio do

alimento na forma de proteína. O nitrogênio contido no material é multiplicado pelo

fator 6,25, pois, a proteína contém em média 16 partes de nitrogênio em 100 gramas,

dividindo 100 gramas por 16 partes de nitrogênio (100/16) obtém-se o valor 6,25
13

(100/16=6,25). O problema é que nem todo o nitrogênio é derivado da proteína

(BERALDO et al., 2009).

3.1.2.3 Proteína Solúvel em Solução de Hidróxido de Potássio a 0,2%

Esta análise tem como objetivo avaliar a qualidade do processamento da soja para

inativação dos fatores anti-nutricionais.

Proteína solúvel é a parte de proteína que está disponível para absorção pelo

animal. Existe uma relação entre a quantidade de proteína solúvel e a qualidade do

processamento térmico. Conforme o alimento sofre o processamento térmico o nível de

proteína solúvel diminui. Então um alimento que apresente acima de 80% de proteína

solúvel passou por um adequado processamento térmico, inativando os fatores anti-

nutricionais com um mínino de desnaturação protéica, sem prejudicar a absorção de

aminoácidos pelos animais (Tabela 4).

Tabela 4 Padrão de solubilidade da proteína em KOH 0,2% no farelo de soja

Classificação Solubilidade
Excelente > 85%
Boa > 80%
Razoável > 75%
Deficiente < 75%
Fonte: POLINUTRI. (2009)

3.1.2.4 Extrato Etéreo

Serve para estimar a quantidade de lipídios do alimento. Na análise de extrato

etéreo, todas as substâncias solúveis nos solventes das gorduras também se encontram

inseridas. Por isso o resultado de extrato etéreo quando analisado tem seu valor
14

superestimado, pois além das gorduras outros compostos também se encontram

diluídos, como resina, pigmentos naturais (clorofila) e ceras, assim amostras de origem

vegetais não tem seu valor de extrato etéreo condizendo com a quantidade de gordura

presente, já em amostras de origem animal o valor obtido expressa o real valor de

gordura da amostra (UFPR, 2002).

3.1.2.5 Fibra Bruta

A fibra bruta faz parte dos carboidratos mais complexos, que formam as fibras

lenhosas das plantas, são digeridas com dificuldade e muita energia é perdida nesse

processo de digestão. Estes carboidratos, portanto, tem pouco valor para os animais,

exceto em ruminantes, que possuem bactérias em seu rúmen capazes de digerir estes

carboidratos.

As análises químicas comuns dos carboidratos separam estes em dois grupos de

substâncias. O primeiro denominado de fibra bruta ou simplesmente fibra, que inclui os

carboidratos relativamente pouco solúveis, como a celulose e outros compostos que não

são facilmente dissolvidos. O outro grupo é determinado por extrato não nitrogenado,

constituído por carboidratos mais solúveis e inclui o amido, açúcares e as porções

solúveis das pentosanas e de outros carboidratos solúveis. Alguns ácidos orgânicos,

como o ácido e o ácido lático, presentes na silagem também são incluídos neste grupo.

As fibras dos alimentos são tão resistentes e insolúveis que não podem ser

dissolvidos pelos ácidos e álcalis fracos. A porcentagem de fibra é determinada

fervendo-se uma amostra do alimento sucessivamente em ácido e álcalis fracos e

lavando o material dissolvido (MORRISON, 1966).


15

3.1.2.6 Matéria Mineral ou Cinzas

É o que resta da combustão da matéria orgânica. É importante a determinação da

matéria mineral, pois através dela é determinado extrativo não nitrogenado (glicídios

que são solúveis em solução ácida e básica durante a determinação de fibra bruta)

(UFPR, 2002). Além de ser usado para determinar o fósforo e o cálcio quando se trata

de certos produtos como farinha de ossos e produtos de origem marinha. Para produtos

de origem vegetal esta determinação não tem muita importância devido a grande

variância nos componentes minerais neste tipo de material, sendo somente uma

indicação da riqueza da amostra em elementos minerais (BERALDO et al., 2009).

3.1.2.7 Atividade Ureática

A determinação da atividade ureática tem a finalidade de determinar a destruição

dos fatores anti-nutricionais da soja.

A enzima urease está presente no grão da soja, ela é destruída com o calor. Como

a destruição dos fatores anti-nutricionais também é feito através do calor, existe uma

relação entre o processamento térmico em que a soja foi submetida e a atividade

ureática (Tabela 5). Tanto os fatores anti-nutricionais como a urease são termolábeis.

A atividade uereática é medida através do pH, sendo o recomendável de 0,01 até

0,15 unidades de pH.


16

Tabela 5 Padrão de atividade ureática do farelo de soja

Classificação Atividade Ureática


Excelente 0,01 – 0,.5
Boa 0.20
Regular 0,21 – 0,31
Deficiente > 0.30
Fonte Fonte: POLINUTRI. (2009)

3.1.2.8 Acidez

A determinação da acidez é de grande importância para o controle da qualidade

do alimento. A presença de acidez pode ser indicativa de:

 Presença de bactéria produtoras de ácidos;

 Fermentação do alimento;

 Hidrólise de glicerídeos (deterioração de óleos e gorduras) formando ácidos

graxos livres;

 Serve de titulação para avaliação de outras análises como a citada acima, de

atividade ureática.

3.1.2.9 Índice de Peróxido

Quando a gordura entra em processo de deterioração o primeiro composto

formado é o peróxido. O índice de peróxido é determinado dissolvendo a gordura em

uma solução de ácido acético-clorofórmio, depois é feito uma titulação onde o amido é

usado como indicador, o resultado é a quantidade de peróxido por 100 gramas da

amostra.
17

A deterioração da gordura é conhecida como rancificação, neste processo alguns

compostos são formados alterando as características organolépticas do alimento, além

de interferir no valor nutritivo do mesmo.

O consumo prolongado de compostos oriundos da rancificação dos lipídios pode

produzir efeitos tóxicos diminuindo o tempo de vida do animal.

3.1.2.10 Granulometria ou Diâmetro Geométrico Médio (DGM)

A análise de granulometria tem como objetivo classificar uma amostra de acordo

com o tamanho de suas partículas. Esta análise é de suma importância para o

aproveitamento do alimento pelo animal. Estudos são feitos para determinar o melhor

diâmetro conforme o tipo de alimento, objetivo, espécie e fase do animal, criando

parâmetros que devem ser seguidos para melhor aproveitamento do produto final.

O tamanho e uniformidade das partículas influenciam a homogeneidade de uma

mistura, influenciando a qualidade final da ração.

O método utilizado para analisar a granulometria é o da peneira, a amostra é

submetida à várias peneiras com diâmetros distintos, o que fica retida em cada peneira é

pesado individualmente e através destes valores se obtém a porcentagem retida nas

peneiras com diferentes diâmetros (FLEMMING, et al., 2002).

Um bom exemplo da importância da granulometria é em relação ao milho, este

entra, muitas vezes, como o ingrediente de maior uso na alimentação animal. O milho se

com granulometria adequada pode desempenhar o seu máximo potencial. Milho com

gramulometria maior do que a recomendada gera aumento do consumo da ração sem

aumentar o peso do animal, gerando mais resíduos resultantes dos dejetos produzido,
18

aumentando a contaminação ambiental e também os custos com a alimentação.

Granulometria menor do que a recomendada gera fatores agravantes de úlceras.

3.1.2.11 Aflatoxina

A aflatoxina é uma substância resultante do metabolismo de certas cepas dos

fungos Aspergillus flavus, A. níger, A. parasiticus. O fungo se desenvolve em alguns

grãos sobre certas condições como, excesso de umidade, colheita realizada em épocas

de altos índices pluviométricos, época de colheita inadequada, abertura fisica do grão

provocado por danos durante a colheita ou ataque de insetos, todos estes fatores

favorecem a penetração do fungo no grão (ALMEIDA et al., 2009).

Os grãos mais afetados são os de amendoim, avelãs, milho, trigo e sementes para

fazer óleo, como a de algodão.

Em todas as espécies o fígado é o principal órgão a ser afetado produzindo

necrose, cirrose hepática, carcinoma ou edema, além de comprometer a capacidade de

absorção e processamento dos nutrientes, também pode afetar o rim, baço e pâncreas.

Os animais mais afetados são o de alta capacidade produtivo e reprodutivo devido ao

alto índice metabólico destes animais (FREIRE, et al., 2007).

A aflatoxicose em humanos tem maior predominância em países

subdesenvolvidos, devido a falta de controle sanitário dos grãos. A ocorrência de surtos

é esporádica, em grande parte por causa da falta de assistência médica nos locais mais

afetados dificultando o diagnóstico da doença. Um surto importante foi relatado no

noroeste da Índia, no outono de 1974 onde 397 pessoas foram afetadas e 108 pessoas

morreram, o milho foi relatado como principal constituinte da dieta (AFLATOXINAS,

2009).
19

Níveis míninos são aceitos pois segundo a FDA (Federal Drug Administration) a

aflatoxina é um “contaminante inevitável”, e não foi relatado problemas com o consumo

a níveis baixos, o contato crônico a níveis sub-críticos aumenta a probabilidade de

câncer hepático.

Os níveis máximos segundo a Legislação Brasileira Portaria nº 07 de 09 de

Novembro de 1988, Anexo, é de 50 ppb em todos os ingredientes de origem vegetal.

A técnica de análise utilizada para detecção de aflatoxina é a Cromatologia em

Camada Delgada, baseado no método analítico do Compêndio Brasileiro de

Alimentação Animal – 2005. É uma técnica de adsorção em que se utiliza um líquido e

um sólido. A mistura contendo a possível micotoxina é extraída da amostra e posta em

uma placa de vidro coberta com sílica, esta placa é colocada na vertical em uma cuba de

vidro contendo o solvente, por capilaridade o solvente sobe levando por arraste a parte

menos adsorvida, depois é utilizado um revelador para verificar qual é a parte menos e

qual a parte mais adsorvida, a leitura é feita utilizando uma técnica visual sob luz UV

(AMARAL e JÚNIOR, 2006).

Esta técnica não necessita de equipamentos muito caros e é confiável, por isso é a

técnica mais utilizada pelos laboratórios brasileiros.

3.1.2.12 Zearalenona

Toxina oriunda dos metabólitos do fungo da espécie Fusarium sp, possui

propriedades hiperestrogênicas e promotora de crescimento. Os alimentos mais afetados

são milho, arroz, aveia, cevada e trigo.

Os efeitos nocivos da zearalenona estão ligados principalmente ao seu poder

hiperestrogênico, causando infertilidade, anestro, mortalidade embrionária, prolapso


20

retal e alteração na qualidade do sêmen. Os porcos são os mais afetados (SILVA, 2005,

FERNANDES, et al., 2006).

Em humanos seus efeitos são: puberdade precoce , fibrose do útero, cancro da mama,

carcinoma do endométrio, hiperplasia do útero, diminuição da fertilidade (por diminuição da

libertação da LH eFSH), influência nas actividades das glândulas adrenal, tiróide e pituitária.

Nos indivíduos do sexo masculino, pode ocorrer inflamação da glândula prostática, atrofia

testicular e quistos nas glândulas mamárias (ZEARALENONA, 2009).

Algumas condições, principalmente ambientais, favorecem a proliferação destes fungos

como, umidade e tempo frio, armazenamento e modo de colheita, e também tipo de cultivar e

método de produção.

O Brasil não possui legislação que estipule os níveis máximos de zearalenonas. O

Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, instituiu o Grupo de Trabalho

sobre Micotoxinas em produtos destinados à alimentação animal (DOU de 25 de maio de 2006

– Seção 2, pág.5) onde o grupo de trabalho propõe limites máximos de tolerância para rações

destinadas a alimentação animal (Tabela s 6 e 7.).

Tabela 6 Limites máximos de tolerância para rações destinadas a alimentação animal

Micotoxina Descrição do produto Limite máximo de


tolerância (μg/kg)
Zearalenona Rações e concentrados 500
para ruminantes em
lactação
Rações e concentrados 100
para suínos adultos
Rações e concentrados 50
para suínos nas fases pré-
inicial. Inicial e marrás
Fonte: http://www.lamic.ufsm.br/MAPA.pdf
21

Tabela 7 A Níveis de zearalenona recomendados pela Legislação Européia

Micotoxina Produtos destinados para Valor recomendado em


alimentação animal mg/Kg (ppm) relativo ao
ingrediente com teor de
umidade de 12%
Zearalenona Grãos e subprodutos de 2
grãos, com exceção de
subprodutos de milho
Subprodutos de milho 3
Fonte: http://www.knowmycotoxins.com/pt/regulations.htm

Entretanto o LAMIC (Laboratório de Análises Micotoxicológicas da Universidade

Federal de Santa Maria) propõe níveis máximos de tolerância para algumas micotoxinas

por aves, suínos e bovinos (Tabela 8).

Tabela 8 Limites máximos (ppb) de zearalenona recomendados pelo LAMIC para


animais de produção:

AVES
Frangos Inicial 10
Frangos Crescimento 20
Frangos Final 20
Poedeiras 50
Matrizes 50
SUÍNOS
Inicial 5
Crescimento 5
Terminação 0
Matrizes 0
BOVINOS
Terneiros 250
Machos Adultos 250
Fêmeas Lactação 250
Fonte: http://www.lamic.ufsm.br/legislacao.html

Para detecção da zearalenona, o método utilizado também é o de Cromatologia

em Camada Delgada, baseado no Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal –

2005.
22

3.1.2.13 Macroelementos minerais

Os elementos minerais analisadas no Laboratório de Bromatologia da Empresa

Nuvital Nutrintes são somente cálcio, fósforo e magnésio, isto se deve ao fato do

laboratório não fornecer suporte de equipamentos necessários para análise de

microelementos minerais, apesar da importância das análise no controle de qualidade

dos alimentos destinados a alimentação animal.

3.1.2.14 Fósforo

No organismo animal o fósforo é o segundo mineral mais abundante, sendo

componente de vários tecidos e órgãos de seres vivos e também participa de inúmeros

processos biológicos, bioquímicos e fisiológicos. Atua na absorção de carboidratos,

biossíntese de proteínas, liberação e transporte de energia, ativação de complexos

vitamínicos e é componente dos ácidos nucléicos (DNA e RNA) sendo necessário para

transmissão genética (BUTOLO, 2002).

O fósforo é um componente que encarece a mistura mineral sendo de extrema

importância conhecer a quantidade nutricional de fósforo do alimento para que ele seja

suplementado de forma adequada e sem prejuízos, tanto para o proprietário como para o

ambiente, caso seja necessário o seu excedente ser excretado pelo animal não

contaminando o meio ambiente.

Nem todo fósforo contido nos cereais está disponível para ser absorvido pelos

monogástricos, cerca de 50 a 70% do fósforo está sobre a forma de fitato, com exceção

dos ruminantes, que possuem microorganismos ruminais capazes de produzir a enzima

fitase, que torna o fitato disponível para ser absorvido, as outras espécies não possuem
23

mecanismos endógenos que possibilitem esta absorção. Motivo pelo qual a importância

de se saber a quantidade de fósforo contida nos alimentos, principalmente para

monogástricos, pois estes necessitam de fontes exógenas da enzima fitase.

A necessidade de se avaliar a quantidade de fósforo nos alimentos se deve em

grande parte a enorme inconstância nos níveis de fósforo das matérias primas, causada

principalmente pela grande possibilidade de tipos de solos onde os alimentos são

cultivados além dos diferentes climas, de forma geral o nutriente mais limitante dos

solos brasileiros é o fósforo (www.asbram.org.br). Por exemplo, na época da seca a

quantidade de fósforo reduz para 0,05 a 0,07% na matéria seca quando comparada a

época das chuvas, em que a quantidade de fósforo é cerca de 0,13%, isto para

braquiárias (EMBRAPA, 2009). A quantidade de fósforo sofre modificações quanto a

idade da planta, quanto mais velha a planta vai se tornando a quantidade de fósforo

diminui.

A carência de fósforo pode causar redução na ingestão do alimento, perda de

peso, apatia, redução da fertilidade, alterações ósseas como deformidades e fraturas,

endurecimento das articulações (“andar duro”), alotriofagia ou pica, caracterizado por

mastigar materiais estranhos à dieta, como couro, madeira, pedras e até cadáveres e

ossos, o que pode levar a um seio problema com intoxicação por Clostridium botulinum,

causando o botulismo.

As fontes de fósforo para alimentação animal são: fosfato bicálcico, fosfato

monocálcico e fosfato monoamônio, que de acordo com Butolo(2002), é fornecido

através de sal mineralizado e rações (EMBRAPA, 2009).


24

3.1.2.15 Cálcio

Em regiões tropicais a deficiência de cálcio nas pastagens não é muito comum

como o fósforo, alguns fatores contribuem para isto, as forragens geralmente possuem

uma concentração de cálcio maior que a de potássio, a deficiência de cálcio nos solos é

bem menos comum e as plantas não perdem os níveis de cálcio conforme a idade mais

avançada (EMBRAPA, 2009). Por isto geralmente a deficiência de cálcio ocorre mais

em animais que se alimentam de concentrados, como as aves e suínos, diferentemente

dos ruminantes.

A deficiência de cálcio causa alterações principalmente estruturais, como no

desenvolvimento ósseo, crescimento retardado e raquitismo, levando o animal a

apresentar sintomas de claudicação, articulações doloridas e inchadas, lordose e

aparecimento do “rosário raquítico” (causado pelo aumento dos ossos nas junções

costro-condrais). Em vacas leiteiras a grande deficiência de cálcio leva a diminuição da

produção leiteira e pode levar a convulsões devido à tetania (EMBRAPA, 2009).

Há também uma relação entre o cálcio e o fósforo que deve ser mantida para que

ambos possam desempenhar suas funções no organismo animal, geralmente a proporção

é de dois de cálcio para um de fósforo. Por isso mesmo a deficiência de cálcio não

sendo tão comum é importante saber qual a sua quantidade nos alimentos, pois este está

extremamente ligado com a utilização do fósforo, vice-versa.

3.1.2.16 Magnésio

O magnésio está presente na natureza em níveis satisfatórios, mas nem todo o

magnésio está na forma disponível, apenas 10 a 20% pode ser aproveitada pelo animal.
25

Ele desempenha uma função basicamente neuro-esquelética, sua função mais

importante é como ativador de enzimas envolvidas no metabolismo da energia.

A deficiência de magnésio também pode causar tetania pós-parto em animais

leiteiros de alta produção, pois não somente o cálcio, relatado como sendo sua falta o

grande causador desta doença, mas também o magnésio, já que este participa em grande

quantidade na síntese do leite.

Países temperados e subtropicais apresentam maior problema com a deficiência de

magnésio, em animais criados em regime de pastagens, devido à quantidade deste

mineral no solo ser menor de que em países tropicais (JUNQUEIRA, 2009).

Como é um mineral que sofre bastante divergência em sua composição nos

alimentos, devido a sua desigualdade de presença nos solos, é de grande valia que se

analise este mineral nos alimentos destinados à produção animal, para que esta possa

desenvolver seu máximo potencial (SERRANA NUTRIÇÃO ANIMAL, 2009).

Tabela 9. Sinais clínicos de deficiência de magnésio em diferentes espécies

Leitão Andar cambaleante, incoordenação da cabeça, pseudocegueira,


costas arqueadas, tetania e morte.
Frangos Irritabilidade e morte por problemas cardiovasculares,
diminuição da produção e eclodicidade dos ovos.
Bezerros e carneiros Anorexia, calcificação de tecidos moles e salivação profusa.

3.1.2.17 Atividade de Água

Para definir a Atividade de Água, é necessário entender o conceito de Umidade. A

Umidade é prejudicial à conservação dos alimentos e a própria saúde animal. A

umidade é o conteúdo total de água do alimento, uma parte desta água se encontra na

forma ligada às moléculas constituintes do produto, não podendo ser usada para
26

qualquer outro tipo de reação. A outra parte está livre, disponível para ser utilizada em

reações físicas (evaporação), químicas (escurecimento) e/ou microbiológicas, sendo a

principal responsável pela deterioração do alimento (LAMIC, 2009).

Esta água que se encontra livre é medida pela atividade de água (aw), expressando

a disponibilidade da água neste alimento (ICMSF, 1980).

A importância de estipular a atividade de água de um alimento se deve ao fato de

que o comportamento microbiano é influenciado pelo mesmo. As bactérias são mais

exigentes quanto a quantidade de água livre quando comparado aos fungos e leveduras

(LAMIC, 2009).

3.2 DEPARTAMENTO TÉCNICO

O departamento técnico é formado por profissionais especializados na área de

nutrição animal e tem como objetivo fornecer assistência técnica aos produtores de

forma personalizada, além de formular os produtos comercializados pela empresa,

sempre respeitando as normas de saúde, higiene e segurança.

A assistência prestada aos produtores vai desde a informação sobre seus produtos,

indicação e adequação do produto ao resultado esperado pelo produtor, formulação de

rações, palestras informativas até a assistência à campo.

3.2.1 Formulação de rações

No processo de formulação de rações deve se levar em consideração a exigência

nutricional específica de cada espécie, e dentro desta deve se respeitar a fase do animal

(exemplo: inicial, crescimento, abate...). Há outros fatores importantes que devem ser
27

levados em conta, o ambiente, manejo e custo, que possivelmente interfiram no

desempenho do animal. Todos estes pontos devem ser considerados no processo de

fabricação e ajustados pelo nutricionista, sempre visando desempenhos ótimos, do

animal e custos.

Após estabelecer os níveis nutricionais da ração levando em conta a necessidade

de cada espécie dentro de suas particularidades o próximo passo é determinar as

matérias-primas a serem usadas, visto que esta deve ter o menor custo e atender a

máxima produção levando em conta à necessidade de cada ração.

Na escolha da matéria-prima a ser usada o nutricionista se depara com diversas

possibilidades de ingredientes, conforme a disponibilidade do mercado ou estoque

existente. Como citado por ANDRIGUETO et. al. (2002), “não existe matéria-prima

insubstituível no caso de nutrientes naturais e seus subprodutos”, o ingrediente a ser

usado em substituição só deve conter as mesmas qualidades nutricionais do anterior,

mantendo os níveis do produto o qual fará parte. O próximo passo seria calcular,

manualmente ou por programas de computadores (“programação linear em

computador”).

Na empresa é usado o software Optimix1 para formular as rações, este programa

formula levando em conta o custo mínino das matérias-primas. Após ser feita a

formulação pelo programa alguns ajustes são necessários, como por exemplo, uma

matéria-prima que esteja sendo usada em quantidade muito pequena pode ser

substituída por alguma outra que já esteja sendo usada na ração, para isto deve-se

restringir os níveis da matéria a qual deseja retirar. Para formulação de ração para

bovinos, o software usado é o Espartan. O Espartan é utilizado porque nele é possível

1
Domit e Domit Ltda.
28

formular dietas (o quanto será fornecido de volumoso, ração, minerais e aditivos para

ruminantes) e o Optimix é utilizado somente para formulação de rações.

A empresa presta serviço de formulação para seus clientes compradores dos

premixers e/ou núcleos, e também formula algumas rações internas.

São formuladas rações para as seguintes espécies animais:

- Suínos

- Frangos de corte

- Frangos de postura

- Bovino de corte

- Bovino de leite

- Marreco

- Peixe

- Cão

- Gato

- Avestruz

- Primatas

- Animais de laboratório (camundongo, cobaia)

- Camarão

- Caprino

- Ovino

As rações produzidas na fábrica da empresa são destinadas as seguintes espécies

animais:

- Animais de laboratório

- Ovino
29

- Caprino

- Avestruz

- Leitões

- Primatas

- Eqüino

- Aves de postura

3.3 FÁBRICA DE PREMIX E ADITIVOS

A fábrica de premix trabalha com quatro (4) linhas de produção, conta também

com um misturador de baixa capacidade, 50 Kg, usado para pequenas porções e

experimentos. Cada linha trabalha com o misturador que recebe a denominação igual da

linha, exemplo, linha um (1), misturador um (1).

A linha um (1) é a de maior capacidade de produção, seu misturador tem

capacidade para 2000 Kg, esta linha é totalmente automatizada e se encontra sob o

comando do operador de painel através do software específico. Nesta linha não é

adicionado nenhum aditivo, por isto é chamada de linha branca. O abastecimento do

misturador é automático e recebe matérias primas de 15 big bags, ele possui mais de 30

locais para abastecimento de elementos que são usadas em menor quantidade. Todos os

ingredientes passam por uma balança de conferência onde o processo só terá

continuidade se estiverem na dosagem solicitada pela fórmula.

A denominação big bag faz referência ao modo como é armazenada a matéria

prima, onde o produto fica dentro de um saco, normalmente de ráfio, de tamanho

grande, o tamanho mais utilizado no Brasil é de 1000kg. O big bag transporta grandes

volumes e peso, sendo movimentado por máquinas, com esta forma de transporte se tem
30

uma economia nos custos e mão de obra. No Brasil, era utilizada a palavra "container

flexível" nas décadas passadas, porém para evitar sua confusão com aquele container

metálico de 20 ou 40 pés, de transporte marítimo, há tendência de chamá-lo de

"contentores flexíveis" e popularmente de "bag".

Figura 3: Big Bag

Nas linhas dois (02), três (03) e quatro (04) o abastecimento dos misturadores é

feito manualmente. Para tal, cada batida produzida é completamente preparada

(separação de matérias primas e pesagem) de modo que todos os componentes que

fazem parte da fórmula em questão sejam adicionados ao misturador. O misturador dois

(2) tem capacidade para 1000 Kg, nesta linha os produtos fabricados têm adição de

aditivos. Os misturadores três (3) e quatro (4) têm capacidade de 400 Kg cada um,

sendo que na linha três (3) ocorre à adição de aditivos e na linha quatro (4) tem adição

de monensina.

A fábrica deve possuir equipamentos de qualidade e que passem por revisões

periódicas para o seu bom funcionamento. Na empresa essas revisões seguem uma

planilha estipulada pelo responsável habilitado para tal.


31

Todos os passos do processo de fabricação seguem uma ordem para que o mesmo

flua de forma mais organizada possível, sem que acarrete risco para o produto final.

Estes passos estão elucidados na Figura 3.

Figura 4. Esquema de processamento de premixes e aditivos

O processo foi dividido de forma a facilitar o entendimento em recepção de

matéria prima e processamento, estas divisões encontram-se relacionadas, sendo a

segunda, a continuação da primeira.

Os passos do processo de produção estão representados de forma mais sucinta, de

modo a fornecer um entendimento mais rápido de todo o processo na Figura 4.


32

3.3.1 Recepção de Matéria Prima

Alguns processos de rotina são realizados durante este procedimento que visam

assegurar principalmente a qualidade do produto final. A correta realização de todos os

pontos deste procedimento também facilita a organização de todo o processo de

fabricação, facilitando inclusive a rastreabilidade do produto final.

Antes da descarga do caminhão a matéria prima deve passar por um rigoroso

controle dos seus aspectos físicos visíveis a olho nu, como, coloração, odor,

viscosidade, presença de impurezas e qualquer outro tipo de não conformidade com o

produto esperado. Durante esta avaliação física já são coletadas amostras que serão

enviadas para análise laboratorial.


33

Figura 5. Fluxograma do processo de produção


34

Alguns produtos devem passar pelo teste de granulometria para que seu

descarregamento seja liberado, são eles:

 Casca de arroz

 Caulim

 Calcário calcita

 Calcário dolomítico

 Carbonato de cálcio

 Bicarbonato de sódio

 Sal comum

 Sulfato de ferro

 Sulfato de zinco 35%

 Óxido de zinco

 Óxido de zinco denso

 Sulfato de magnésio heptahidratado

 Óxido de magnésio

 Monóxido de magnésio

 Sulfato de manganês

 Sulfato de cobre

 Enxofre

 Cloreto de potássio

 Iodato de cálcio monohidratado

 Sulfato de cobre monohidratado

 Sulfato de cobre heptahidratado

 Selenito de sódio
35

Esta lista de matérias primas, as quais devem passar pela granulometria fica

fixada em uma parede próxima ao local de recepção onde estão registrados quais os

resultados aceitáveis. Para liberação ou não do produto também é levado em

consideração o laudo do fornecedor, caso possua.

Alguns microingredentes são recebidos em embalagens apropriadas, as quais

devem estar em perfeita integridade para que o produto seja recebido e então

armazenado de forma mais adequada, resguardando ao máximo sua integridade.

3.3.2 Armazenagem de Matéria Prima

A armazenagem constitui um importante processo para a manutenção da

qualidade do produto até sua utilização.

Muitos cuidados devem ser levados em consideração quanto ao local de

armazenagem, são eles: temperatura, umidade, presença de insetos ou roedores, fácil

acesso, distinção do local, fluxo de produção, entre outros.

Alguns ingredientes necessitam de uma armazenagem diferenciada para que suas

propriedades físico-químicas possam ser mantidas. As vitaminas necessitam de um local

em exclusivo, com controle de temperatura e de luz, este local deve ser mantido fechado

e só deve ser aberto quando seu uso for requisitado. As vitaminas A, D, K3 e o

Pantotenato de Cálcio são considerados as mais sensíveis às condições ambientais

(VIEIRA e ROSA, 2007).

Alguns aditivos também necessitam de um local apropriado para armazenagem,

separados das demais matérias primas.

Segundo a Legislação Brasileira, a armazenagem dos ingredientes e matérias

primas deve ser “em local ventilado, sem presença de fungos; sobre estrados, distantes
36

do piso, ou sobre paletes, bem conservados e limpos ou sobre outro sistema aprovado,

afastados das paredes e distantes do teto de forma que permita fácil limpeza e circulação

de ar; em bom estado de organização e limpeza.”

3.3.3 Separação da Matéria Prima

Após determinada a ordem de produção o primeiro passo é a separação das

matérias primas a serem utilizadas.

A ordem de produção consiste em um documento onde constam dados relevantes

para que se inicie a produção de um determinado produto. Os dados que compõem esta

ordem são: nome do produto a ser fabricado, lote, ingredientes, quantidade dos

ingredientes, lote dos ingredientes, entre outros.

3.3.4 Pesagem da Matéria Prima

É uma etapa onde se deve tomar bastante cuidado, tanto na manipulação dos

ingredientes quanto no processo de pesagem em si.

A manipulação deve ser realizada de forma a se evitar o máximo possível algum

risco de contaminação cruzada.

A pesagem dos ingredientes deve ser o mais preciso praticável, pois qualquer

negligência pode acarretar problemas significativos no produto final, como, não

adequação aos níveis de garantia estipulados para o produto, falta de produto final não

podendo atender a demanda, alterações organolépticas do produto, onde, no caso de o

produto chegar ao consumo pretendido, este poderá causar danos à saúde do animal,

entre outros.
37

3.3.5 Mistura

A mistura é um processo muito importante durante a fabricação de premixes e

aditivos, uma boa mistura é aquela que fornece aos animais todos os nutrientes

necessários para um bom desempenho. Uma mistura homogênea é de extrema

importância principalmente quando se trata de micronutrientes, pois estes quando

misturados de forma inadequada podem não atingir os níveis recomendados ou até

ultrapassar seu limite máximo, prejudicando o desempenho dos animais (BELLAVER e

NONES, 2000).

Segundo KLEIN (1999), um bom misturador deve seguir alguns requisitos

básicos, são eles, boa qualidade da mistura, o resíduo remanescente após a descarga do

misturador não deve ser maior que 0,2% da capacidade do misturador e não deve haver

vazamento na comporta.

Estes três requisitos devem ser avaliados da seguinte forma: diariamente deve-se

avaliar se há vazamento na comporta, é recomendado que quatro (4) vezes ao ano se

avalie o resíduo remanescente após a descarga do misturador e, duas (2) vezes ao ano é

indicado que faça o teste de mistura (KLEIN, 1999).

O teste de mistura é feito com um indicador que é adicionado a mistura, após o

procedimento de mistura é feito a coleta de amostras e encaminhado para análise, se

avalia a quantidade do indicador que é encontrado em determinada quantidade da

mistura. Segundo KLEIN (1999) um resultado aceitável seria de no máximo 10% de

coeficiente de variação. Exemplos de indicadores são, violeta de methila, micro-tracer,

grafite, ou um elemento do próprio premix ou aditivo como, manganês ou cromo, não é

recomendado que se use partículas de diâmetro grande, como sal moído, pois pode fazer

diferença na avaliação do CV (coeficiente de variação) (KLEIN, 1999). Na empresa


38

Nuvital Nutrientes é utilizado o teste com microtracers para avaliar a homogeneidade do

premix, no qual o CV dos resultados deve ser de até 5%, indicando uma mistura de

qualidade adequada.

É importante salientar que os resultados de avaliações de qualidade de mistura são

dependentes do método empregado, tamanho e número de amostras, local de coleta da

amostra, precisão analítica e características próprias do produto utilizado na avaliação

(VIEIRA e ROSA, 2007).

Segundo Biagi (1998) citado por (BELLAVER e NONES, 2000), os fatores que

podem modificar o desempenho de um misturador são: tempo deficiente de mistura,

forma e tamanho das partículas, massa específica dos ingredientes, adição de

ingredientes líquidos, ordem de adição dos ingredientes, misturador com partes

quebradas ou desgastadas, regulagem e limpeza incorreta, projeto inadequado do

misturador e carregar o misturador com quantidade diferente da recomendada para sua

operação.

Durante o abastecimento do misturador é de grande importância a sequência dos

ingredientes a serem adicionados, microingredientes que geralmente entram em

quantidades pequenas devem ser preparados em pré-misturas para depois serem

incorporados a mistura propriamente dita (BELLAVER e NONES, 2000).

Em geral, para uma melhor mistura é recomendada uma sequência de adição dos

ingredientes no misturador, primeiro é adicionado 50% do ingrediente de maior

quantidade utilizado na mistura, depois todos os outros ingredientes e o premix e no

final os 50% restantes do ingrediente de maior utilização.

Alguns componentes do premix podem apresentar incompatibilidade química

ocasionando alterações de cor ou até mesmo perda da potência de alguns princípios

ativos. Para evitar estes riscos algumas medidas podem ser tomadas como, a produção
39

de premixes em linhas distintas (linha branca, linha com aditivos) e a utilização de

programas de produção que trabalhem com uma seqüência de produtos a produzir, estas

seqüências devem seguir princípios que podem ser estabelecidos por estudos e

experimentos que se conseguem com o tempo na observação da prática na hora da

produção (VIEIRA E ROSA, 2007).

A estabilidade das matérias primas dependem de vários fatores como: umidade,

temperatura, luminosidade, pH, oxidação, redução e encontra-se diretamente

relacionada com o tempo e condições de armazenamento (VIEIRA E ROSA, 2007).

Quando se trata de premixes microminerais, os compostos pro sulfatos,

naturalmente, tendem a ser mais reativos logo, há maior risco de ocorrerem reações

químicas que comprometam a qualidade de premix. A reatividade do premix

micromineral é observada quando o premix endurece ou forma torrões, ocasionalmente

pode haver alteração de cor. O empedramento geralmente é causado pela absorção de

água em um composto. Quase todos os compostos solúveis em água, têm a habilidade

de incorporar água como parte de sua estrutura química, isto na é água livre, mas água

que está quimicamente ligada ao composto. Partículas mais finas apresentam maior

superfície de contato, então os problemas de empedramento tendem a ser mais

significativos do que em matérias primas com maior granulometria (VIEIRA E ROSA,

2007).

No caso de premixes completos as reações podem além de provocar o

empedramento e/ou a formação de grumos, levar à desnaturação de parte das vitaminas.

Para reduzir a degradação das vitaminas são empregadas as revestidas ou protegidas,

que são mais estáveis e capazes de manterem-se ativas por mais tempo no ambiente

(VIEIRA E ROSA, 2007).


40

Matérias primas com alta higroscopicidade como é o caso do Cloreto de Colina

podem atuar como catalizadores das reações químicas em nível de premix. Inclusões

superiores a 10% de cloreto de colina via premix podem resultar em problemas de

qualidade. Como saída recomenda-se o uso de Cloreto de Colina na forma pó ou

líquida, aplicado diretamente na ração (VIEIRA E ROSA, 2007).

Após a mistura pronta alguns pontos devem ser levados em consideração para se

evitar a “desmistura”. Os pontos que causam a “desmistura” em uma fábrica de ração

são, por exemplo: mau dimensionamento das roscas transportadoras, peneiras rotativas

ou centrífugas, elevadores e silos mais altos que o necessário (queda livre), elevadores

com velocidade acima de 2 m/s, transporte à granel de produtos farelados por longas

distâncias, é preferível que o produto seja peletizado nestes casos, entre outros (KLEIN,

1999).

3.3.6 Ensaque

É o final de todo o processo de produção, deve ser feito com cuidado e de forma

adequada para que não ocorram problemas. O material usado para o ensaque deve ser

resistente para que se evitem perdas de produtos por rasgos. As informações contidas no

rótulo da embalagem devem seguir o recomendado pelo MAPA.

Durante o ensaque deve se atentar para o peso de todos os sacos para que os

mesmos contenham o peso exato, idêntico ao estampado no rótulo, além disso PE

necessário verificar a cor e a granulometria do produto, comparando com a esperada.

Neste momento é realizada a retirada de amostras do produto final para análise

laboratorial.
41

3.3.7 Expedição

É o local onde o produto já finalizado aguarda pelo embarque. O produto deve ser

armazenado em local específico, protegido, em condições adequadas (temperatura,

umidade, ausência de luz solar, afastados das paredes, entre outros) e que não permita a

ocorrência de contaminação cruzada, segundo as normas da Legislação Brasileira.

3.4 INGREDIENTES

3.4.1 Milho

No Brasil é o ingrediente de maior participação nas rações, sendo uma excelente

fonte de energia através do amido, este se encontra na forma de amilose (27%) e

amilopectina (73%) que é facilmente digerível (BUTOLO, 2002; BUNGE, 2009). O

valor nutricional do milho está demonstrado na Tabela 10.

Seu teor de proteína é muito variável, geralmente se encontra em torno de 8 a

13%, sendo que no Brasil o mais encontrado é o de 9%. A principal proteína é a zeína

(50% do total do grão), esta proteína é pobre em alguns aminoácidos essenciais,

principalmente o triptofano e a lisina (Tabela 11). Quando o milho for o principal

componente da dieta estes aminoácidos devem ser suplementados (ANDRIGUETTO et

al, 2002; BUTOLO, 2002).


42

Tabela 10 Valores médios de alguns nutrientes que compõem o milho em grão (% na


matéria seca)

Energia
Matéria Extrato
87,68 % 3,67 % Metabolizável 3,421
Seca Etéreo
(Suínos)
Nutrientes Energia
Proteína 3,230
8,49 % Digestivos 90,0 % Metabolizável
Bruta Mcal/Kg
Totais (Aves)
Energia
Energia
Matéria 1,43 Metabolizável 3,639
1,15 % Metabolizável
Mineral Mcal/Kg Verdadeira Mcal/Kg
(Ruminantes)
(Aves)
Energia
3,472
Fibra Bruta 2,25 % Digestível
Mcal/Kg
(Suínos)
Fonte: BUTOLO (2002)

O milho é altamente digestível quando administrado na forma de grãos moídos,

pois é pobre em fibra bruta, se for fornecido na forma de espigas com palha o teor de

fibra bruta aumenta, baixando o teor de energia. Por ser um alimento essencialmente

energético ele precisa ser suplementado com alimentos protéicos, em todas as espécies.

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

Seu teor de gordura varia entre 3 e 6%, seus lipídios são manifestados pelos

ácidos graxos, principalmente o linoléico (55%), oléico (27%), palmítico (12%),

esteárico (2%) e linolênico (0,8%) (ANDRIGUETTO et al, 2002; BUTOLO, 2002).

O milho amarelo é uma ótima fonte de xantofila. As xantofilas são substâncias

pigmentantes de coloração amarela e lipossolúvel. O -caroteno é o seu principal

representante, ele é precursor da vitamina A ou retinol, que além de ser essencial para

visão desempenha importante papel na gênese de energia para plantas e é pigmentante

de produtos de origem animal e vegetal, quando depositadas na gema do ovo

proporciona sua coloração característica. (BRITO, 2006).

A composição em minerais do milho é demonstrada na Tabela 12.


43

Tabela 11. Valores médios de aminoácidos que compõem o milho em grão (% na


matéria seca)

Aminoácidos %
Alanina 0,63 Histidina 0,24 Serina 0,39
Arginina 0,37 Isoleucina 0,28 Tirosina 0,27
Cistina 0,28 Leucina 1,00 Treonina 0,27
Fenilalanina 0,40 Lisina 0,24 Triptofano 0,05
Fenilalanina
0,66 Metionina 0,21 Valina 0,37
+ Tirosina
Metionina +
Glicina 0,32 0,48
Cistina
Glicina +
0,71 Prolina 0,81
Cerina
Fonte: BUTOLO (2002)

Tabela 12 Valores médios de minerais que compõem o milho em grão (% na matéria


seca)

Minerais
Sódio 0,00 % Potássio 0,35 % Molibdênio 0,40 mg/Kg
Cálcio 0,04 % Cobre 4,65 mg/Kg Zinco 27,35 mg/Kg
Magnésio 0,10% Ferro 58,67 mg/Kg Flúor 0,01 mg/Kg
Fósforo 0,26 % Manganês 7,34 mg/Kg
Fonte: BUTOLO (2002)

3.4.1.1 Subprodutos do milho

De acordo com o Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal – 2005, os

subprodutos do milho são:

 Grão integral moído de milho: é o grão de milho amarelo moído.

 Degerminado ou canjica de milho: é o que sobra do milho integral após remoção

do gérmen e do tegumento.
44

 Farelo de gérmen de milho ou canjiqueira de milho: é o que resta do

processamento industrial do milho para consumo humano, consiste do gérmen,

tegumento e pequenas partículas amiláceas.

 Farelo de glúten 21 de milho: é o que fica após a extração da maior parte do

amido, do glúten e do gérmen no processo de produção do amido por moagem

úmida, é formado pela parte fibrosa do grão de milho e pode conter extrativos

fermentados do milho e/ou farelo de gérmen de milho.

 Farelo de glúten 60 de milho: é o que resta após o processamento úmido para

fabricação do amido e xarope de glicose ou após o tratamento enzimático do

endosperma, onde é removido a maior parte do amido, gérmen e porções fibrosas.

Contém água de maceração seca em proporções variadas.

 Farelo de gérmen desengordurado de milho (solvente): é o produto resultante do

milho integral moído a seco após a extração do óleo por solvente.

 Farelo de gérmen desengordurado de milho (solvente) por via úmida: é o produto

resultante do milho integral por moagem úmida após a extração do óleo por

solvente.

 Farelo de pericarpo de milho: formado pela película (pericarpo) do milho.

 Milho pré-gelatinizado: é o que se obtêm após o processo de gelatinização do

amido do milho degerminado. Milho degerminado é o milho que passa por um

equipamento que produz atrito entre os grãos e entre os grãos e a parede do

equipamento com o objetivo de separar a casca e o gérmen do milho do grão.

Gelatinização do amido acontece quando os grânulos são expostos à umidade e

temperaturas acima de 60ºC, em que a umidade interna do grão provoca a ruptura

das pontes de hidrogênio mais fracas que unem as cadeias de amilose e


45

amilopectina, o que torna os grânulos de amido mais facilmente digeríveis.

(BUTOLO, 2002).

 Milho integral extrusado: é o resultado final de milho integral após o processo de

extrusão (Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal – 2005). O milho que

passa pelo processo de extrusão sofre modificações estruturais nos grânulos de

amido que melhoram a ação enzimática sobre o mesmo, pois ocorre alterações na

conformação da molécula devido a desnaturação protéica provocada pelo

processo de extrusão, a proteína desnaturada é mais sensível a hidrólise pelas

enzimas proteolíticas e, em muitos casos à sua digestibilidade e utilização

aumentam (Amaral, C. M. C., 2002). Durante o processamento de extrusão o

milho passa por um decurso de calor úmido, modificando as suas características

físicas.

 Milho integral laminado: é o milho após passagem por laminadores e depois por

rolos que achatam ou laminam o produto, este processo pode ser feito com a

presença de vapor ou não. Na laminação sem vapor, a seco, o milho só sofre

transformações físicas em sua estrutura, a digestibilidade do milho laminado em

relação ao grão inteiro é maior, e em relação ao grão moído é menor. Na

laminação à vapor além de mudanças na estrutura física ocorrem modificações

químicas do amido dos grãos (gelatinização), o milho após gelatinização absorve

maior quantidade de água que o amido cru, o que facilita a absorção das enzimas e

assim, a digestão enzimática (BUTOLO, 2002).

 Milho floculado: é semelhante à laminação a vapor, onde o milho sofre alterações

físicas e químicas, a diferença é que neste processo é possível determinar maior

tamanho das partículas e menor densidade do grão, isto facilita a prevalência do

alimento no rúmen, tendo um maior aproveitamento.


46

3.4.2 Soja

A soja é uma planta da família das leguminosas que está em segundo lugar na

produção mundial (BUTOLO, 2002).

Tem um elevado valor protéico, cerca de 38 a 39%, devido ao ótimo equilíbrio de

aminoácidos a proteína é de boa qualidade, sendo o melhor suplemento protéico vegetal

existente para alimentação dos animais (ANDRIGUETTO et al., 2002).

Tem significadivo teor de óleo, 18 a 19%, o que o deixa acima do milho quanto ao

valor energético. Pouca quantidade de fibra, cerca de 7%, tem pouco caroteno e

vitamina D, é pobre em cálcio, 0,25% e tem 0,59% de fósforo (ANDRIGUETTO et al.,

2002).

A soja em seu estado natural possui fatores antinutricionais que inibem o

crescimento, reduzem a digestibilidade, principalmente da proteína, causam hipertrofia

pancreática, estimulam a hiper e a hipo secreção de enzimas pancreáticas e reduzem a

disponibilidade de aminoácidos, vitaminas e minerais (BUTOLO, 2002). A soja crua

não deve ser usada para aves e suínos (ANDRIGUETTO et al., 2002).

Para ruminantes quando usado em grande quantidade a soja crua diminui a

utilização do caroteno ou vitamina A, o que não ocorre na soja aquecida

(ANDRIGUETTo et al., 2002).

Para destruir os fatores antinutricionais é necessário que a soja passe por

processamento térmico. No caso do farelo de soja o calor também é necessário para

evaporar o hexano que é usado para a extração do óleo, ele é tóxico tanto para o homem

quanto para os animais (BUTOLO, 2002).


47

3.4.2.1 Subprodutos da soja

Os valores médios de alguns nutrientes que compõem os diferentes subprodutos

da soja estão demonstrados na Tabela 13.

 Grão integral de soja moído: é o grão de soja integral antes de passar por qualquer

tipo de processamento com exceção da moagem.

 Grão integral de soja, tostado e moído: é o grão de soja integral após ser tostado e

moído.

 Farelo semi-integral de soja: é o grão de soja após tratamento térmico com a

extração parcial do óleo.

 Farelo de soja (solvente): após o processo de extração do óleo dos grãos da soja

pro solvente o produto é tostado, existem dois tipos de produtos, sem a retirada da

casca, o farelo de soja, e o farelo descascado ou hipro, que é com a retirada da

casca.

 Casca de soja: no processo de extração do óleo é feito a separação da película do

grão, desta parte externa que é separada resulta este subproduto.

 Proteína texturizada de soja: é o produto resultante da extrusão da farinha de soja

desengordurada.
48

Tabela 13 Valores médios de alguns nutrientes que compõem os diferentes produtos da


soja

Grão
Grão Farelo
Parâmetro integral, Farelo Proteína
integral semi- Casca
(Unidade) tostado e (solvente) texturizada
de moído integral
moído
Com Sem
casca casca
Umidade (%)
14 12 12 12,5 12,5 12,5 9
- Mx
Proteína
Bruta (%) - 34 35 40 43,6 47 10 52
Mn
Extrato
Etéreo (%) - 18 20 8 - - - 0,3
Mn
Fibra Bruta
6 6 6,5 7,66 5 40 3
(%) - Mx
Matéria
Mineral (%) - 5,5 5,5 6 7,33 7 7 6,5
Mx
Atividade
Ureática
2,5 0,2 0,2 0,23 0,2 1 -
(Variação de
pH)
Aflatoxinas
20 20 20 20 20 20 20
(PPB) - Mx
Solubilidade
em KOH 95 80 80 80 80 - 70
0,2% (%)
P.D.I. (Índice
de Proteína
76 30 30 30 30 65 -
Dispersível)
(%)
Fonte: BUTOLO (2002)
49

3.4.2.2 Fatores antinutricionais da soja

Inibidores de proteases

São biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos (peptídeos)

que estão presentes na soja in natura, capazes de se ligar a enzimas proteolíticas

pancreáticas inativando-as, diminuindo a digestibilidade das proteínas na dieta.

Estes peptídeos inativam as atividades das enzimas tripsina, quimiotripsina,

amilase e carboxipeptidase (SILVA e SILVA, 2000), prejudicando a quebra das cadeias

protéicas que liberariam os aminoácidos para absorção intestinal (Butolo, et al.). As

pesquisas são centradas nos inibidores da tripsina por isto estas substâncias são

usualmente denominadas por esta enzima (SILVA e SILVA, 2000).

Os efeitos perniciosos dos inibidores da protease são essencialmente quanto a

alterações no pâncreas, com o aumento da secreção de enzimas, hipertrofia e hiperplasia

pancreática e diminuição no crescimento em animais (SILVA e SILVA, 2000).

Quando o nível de tripsina do pâncreas abaixa até certo limear a colecistoquina é

ativada secretando mais enzimas pancreáticas. Como o inibidor da tripsina se complexa

com a tripsina ocorre um decréscimo desta enzima livre no intestino aumentando a

concentração plasmática da colecistoquina estimulando o pâncreas a liberar mais

enzimas, levando a uma hipertrofia pancreática. Porém há discordâncias em relação a

esta informação, pois alguns pesquisadores observaram aumento do número de células e

outros, aumento do tamanho das células ou ambos os casos (SILVA e SILVA, 2000).

A taxa de crescimento em animais jovens é prejudicada devido à perda fecal dos

aminoácidos sulfurados das enzimas pancreáticas, esta perda endógena não é suprida

pela ingestão de proteínas de leguminosas (SILVA e SILVA, 2000).


50

Lectinas

Segundo Kocourek & Horejsi citados por SILVA (2000), as lectinas são proteínas

não pertencentes ao sistema imunológico, porém capazes de reconhecer sítios

específicos em moléculas e ligar-se reversivelmente a carboidratos, sem alterar a

estrutura covalente das ligações glicosídicas dos sítios.

Elas têm alta capacidade de se ligar a carboidratos, principalmente nas células do

duodeno e jejuno causando prejuízos à parede intestinal levando a desordens e

destruição das microvilosidades intervindo na digestão e absorção dos nutrientes

(BRITO, 2006).

As lesões à parede intestinal aumentam sua permeabilidade permitindo que as

lectinas sejam absorvidas, dependendo da quantidade absorvida elas podem causar

alguns danos como: lesões renais, atrofia do timo, hipertrofia do fígado e pâncreas,

atrofia muscular e aumento do catabolismo protéico, lipídico e de carboidratos (BRITO,

2006).

Saponina

São glicosídeos presentes em algumas plantas e possuem propriedades de formar

espuma em soluções aquosas, agem sobre membranas desorganizando as mesmas, se

complexam com esteróides, são irritantes para as mucosas e tem sabor amargo e ácido

(MASSON et al., 2009).


51

Outros fatores antinutricionais da soja

Os fitatos são substâncias capazes de aprisionar minerais como o cálcio, zinco,

cobre, ferro e cromo, reduzindo a sua disponibilidade, também podem se combinar com

proteínas e amido (BUTOLO, 2002; ROSSET, 2007).

Existem também agentes antitireoideanos que inibem a produção de iodo

bloqueando a utilização da tiroxina, os goitrogênios (BUTOLO, 2002).

A enzima lípase presente nas sementes das oleaginosas promovem a rancificação

hidrolítica do óleo da soja prejudicando tanto a qualidade do grão como do óleo, esta

enzima possui odor e sabor desagradável (APOSTILA ENGENHARIA DE

ALIMENTOS, 2009). A enzima lipoxigenase também desenvolve sabor e odor

desagradável, pois promove a oxidação dos ácidos graxos (SAWAZAKI, et al., 1987).

O grão de soja in natura possui outros fatores antinutricionais como antivitaminas

A e E, havendo necessidade de suplementar estas vitaminas quando este tipo de

alimento é usado. Possuem também substâncias que diminuem a absorção de nutrientes,

a glicina e a conglicinina. Alguns oligossacarídeos (rafinose e stachyose,

principalmente) presentes na soja crua não podem ser digeridos pelas aves devido a falta

de enzima endógena α (1,6) galactosidase, causando flatulência, desconforto abdominal

e diarréias nos animais diminuindo a digestão e absorção dos nutrientes (BUTOLO,

2002).

3.4.2.3 Processamento da soja

A soja é uma leguminosa largamente utilizada na alimentação animal, pois possui

uma fração protéica muito significativa, é utilizada principalmente sob a forma de


52

farelo, e na forma de farinha e concentrados protéicos na alimentação humana. Da soja

também se pode fazer a extração do óleo que é usado pela indústria alimentícia para

fabricação de margarina, óleo de cozinha e agentes emulsificantes. Por estes motivos a

produção de soja tem crescido consideravelmente em todo o mundo (BRASIL, 2007).

Devido ao seu grande uso é de extrema importância que a soja seja processada

para que haja a destruição de seus fatores antinutricionais permitindo que a leguminosa

desempenhe seu máximo potencial alimentício.

Durante o processamento com calor, os fatores antinutricionais da soja são

destruídos, mas quanto a este procedimento deve-se tomar muito cuidado, pois a soja

quando superaquecida perde parte de seu valor nutritivo devido à reação de Maillard,

onde o aminoácido lisina se junta com o açúcar diminuindo sua disponibilidade. Caso

contrário, quando a soja é subprocessada os fatores antinutricionais continuam ativos

diminuindo os índices de produtividade dos animais (BUTOLO, 2002).

3.4.2.3.1 Métodos de processamento da soja

Tostagem por calor seco em tambor rotativo

A soja é aquecida com ar seco com temperaturas entre 100º C a 170ºC durante 20

minutos em um tambor rotativo. O problema deste tipo de procedimento é quanto ao

método para gerar o calor, seja este por fogo direto, gás ou lenha, gerando grande

dificuldade em acertar o ponto de tostagem ideal, também devido ao tipo de material

utilizado para tostagem, como tamanho das partículas e umidade do grão (BRITO,

2006).
53

Tostagem por calor úmido

Uma rosca transportadora movimenta a soja através de tubulações, esta é

submetida diretamente ao vapor com baixa pressão, gerado por caldeiras abastecidas

por óleo combustível ou lenha. Este processo é semelhante a autoclavagem (BRITO,

2006).

Jet-Exploder

A soja entra por um tubo onde é submetida a um jato de ar aquecido à 315º C,

após ser retirado entra em contato com o ar onde sua temperatura se reduz para 120º C a

200º C, esta queda na temperatura provoca a ruptura da estrutura do grão. Ao final o

grão é resfriado, laminado e depois moído (BRITO, 2006).

Micronização

A soja entra por um moinho dosador e depois passa por uma esteira vibratória de

ladrilhos, que geram uma vibração de 60 a 150 mil-megaciclos por segundo, a soja fica

sob ação de queimadores a gás que originam raios infravermelhos como fonte de calor.

O grão se incha e forma fissuras internas. Após ele é laminado e depois moído (BRITO,

2006).
54

Cozimento

O grão é submetido ao aquecimento sob água em ebulição (100ºC) numa

proporção de 1 de grão para 2 de água, durante 30 minutos, após é posto para esfriar e

secar sobre papel impermeável e depois em estufas, no final ele é moído. É um

procedimento caro e demorado (BRITO, 2006).

Extrusão

É um procedimento onde o material a ser processado passa por um reator de fluxo

contínuo que trabalha com altas temperaturas e pressão, combinado com uma taxa de

umidade e uma força de cisalhamento. Estes processos em combinação gelatinizam a

amido e desnaturam proteínas favorecendo a digestibilidade e aproveitamento dos

nutrientes (BRITO, 2006; EMBRAPA, 2006).

3.4.2.3.2 Avaliação do processamento da soja

Como citado anteriormente, o processamento da soja deve ser realizado de forma

adequada para que possa se obter o melhor aproveitamento deste alimento. Para tal

alguns testes são feitos no produto após processado para avaliar a qualidade do mesmo.

Os mais utilizados são a análise da atividade ureática e a solubilidade da proteína

em hidróxido de potássio a 0,2% (KOH 0,2%).


55

Atividade ureática

Consiste em avaliar a redução da atividade da enzima urease presente no grão de

soja, esta enzima é destruída pelo calor, e é responsável pela quebra dos compostos

nitrogenados não protéicos (Runho, R. C., 2001).

Tanto os fatores antinutricionais como a urease são termolábeis, ambos destruídos

pelo calor, por isso se faz uma correlação com a quantidade de urease que foi destruída

pelo tratamento térmico e a quantidade de fatores antinutricionais que também foram

destruídos pelo mesmo tratamento térmico (RUNHO, 2001). Esta aferição se faz pela

variação do pH, o grão cru possui sua atividade ureática entre 2,0 a 2,5 de pH, um farelo

de soja bem processado possui seu pH entre 0,01 e máximo de 0,15 de pH (BUTOLO,

2002; RUNHO, 2001), conforme demonstrado na Tabela 14.

Tabela 14 Padrão de Atividade Ureática do Farelo de Soja

Excelente 0,01 – 0,05


Boa 0,20
Regular 0,21 – 0,31
Deficiente > 0,30
Fonte: Poli Nutri Alimentos Ltda.

Esta análise não determina se o processamento térmico prejudicou ou não a

qualidade da proteína e das vitaminas. Ela só indica a qualidade do processamento

térmico mostrando se houve ou não inativação dos fatores antinutricionais. O índice de

urease não é linear com o aquecimento, pode-se ter alcançado um índice de urease

excelente em que houve destruição dos fatores antinutricionais, mas sem que se tenha

certeza se a temperatura do processamento prejudicou ou não os fatores nutricionais do

grão (BUTOLO, 2002; RUNHO, 2001).


56

Solubilidade protéica em Hidróxido de Potássio (KOH) a 0,2%

Esta análise possui uma correlação direta com a quantidade de proteína solúvel

presente no farelo de soja e o processamento térmico a qual foi submetido. A proteína

solúvel presente no alimento em questão é aquela que pode ser absorvida pelo animal,

isto quer dizer que, quanto maior a quantidade de proteína solúvel maior a quantidade

de proteína e aminoácidos disponíveis para absorção pelo animal (RUNHO, 2001).

Quando o grão é submetido ao processamento térmico para que seus fatores

antinutricionais sejam inativados ocorre também uma queda na solubilidade protéica ao

hidróxido de potássio, em conseqüência uma diminuição da disponibilidade dos

aminoácidos e proteínas presentes no alimento (RUNHO, 2001).

A proteína solúvel do grão de soja cru pode apresentar até 100% de solubilidade,

o que é favorável quando se trata somente do aspecto nutricional, mas prejudicial se

levar em consideração os fatores anti nutricionais presentes no grão, quando processada

de forma adequada a proteína solúvel deve apresentar até 80% de solubilidade (Tabela

15). Este padrão de solubilidade indica que o alimento passou por um tratamento

térmico adequado com destruição dos fatores antinutricionais sem que a qualidade da

proteína da soja seja alterada de forma significativa, com um mínimo de desnaturação

protéica (RUNHO, 2001).

Tabela 15 Padrão de Solubilidade da Proteína em Hidróxido de Potássio a 0,2%

Excelente > 85%


Boa > 80%
Razoável > 75%
Deficiente < 75%
Fonte: Poli Nutri Alimentos Ltda.
57

Um resultado de solubilidade próximo de 90% não é adequado pois isto pode

indicar que houve um subaquecimento do grão, em conseqüência os fatores

antinutricionais podem não terem sidos devidamente eliminados vindo a prejudicar a

produtividade dos animais (BUTOLO, 2002).

Esta análise deve ser acompanhada com a análise da atividade ureática para que

saibamos se realmente houve desativação dos fatores antinutricionais com mínima

perda de qualidade dos ingredientes analisados (BUTOLO, 2002).

3.4.3 Trigo

O trigo só é utilizado na alimentação animal quando este se encontra

desqualificado para a produção de farinha para consumo humano (BUTOLO, 2002),

normalmente se utiliza o trigo de qualidade inferior conhecido como triguilho ou

subprodutos (ANDRIGUETTO et al., 2002).

O teor de proteína do trigo varia entre 8,8 a 12%, esta proteína não é de boa

qualidade, como nos outros grãos; é deficiente nos aminoácidos leucina e alanina, e às

vezes em treonina. É pobre em cálcio e quando comparado aos outros cereais possui boa

quantidade de fósforo. É deficiente em caroteno, vitamina D e riboflavina. É uma boa

fonte de tiamina e possui valores superiores ao do milho em relação à colina

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

Para bovinos não deve ser fornecido mais do que um terço ou metade da mistura

da ração, pois é um alimento pesado que se fornecido em excesso pode provocar

sobrecarga e problemas digestivos, podendo até levar a formação de meteorismo. Para

ovinos é um bom alimento se fornecido amassado ou moído. Quando fornecido para

eqüinos ele deve ser moído grosseiramente e fornecido junto com alimentos volumosos
58

para que se evite cólicas. Para suínos é um excelente alimento sendo comparado ao

milho quanto a sua apetibilidade. Para aves tem valor nutritivo superior ou igual ao

milho, deve-se tomar cuidado com a sua granulometria pois se moído muito fino pode

causar impactação no bico de aves jovens, pois sua proteína é muito viscosa e se adere

com facilidade ao bico (ANDRIGUETTO et al, 2002; BUTOLO, 2002).

Essa restrição que principalmente as aves sofrem quanto ao uso do trigo se deve

ao fato deste cereal possuir arabinoxilanos, são polissacarídeos não amiláceos que

fazem parte da parede celular, eles tem elevada capacidade de se ligarem a grandes

quantidades de água aumentando a viscosidade do conteúdo intestinal interferindo na

utilização dos outros nutrientes (BRITO, 2006).

Em dietas em que este cereal é utilizado deve-se fazer a complementação com

complexos enzimáticos compostos por carboidrases (glucanases, amilases, xilanases,

arabinoxilanases, celulases e hemicelulases), estas enzimas degradam os complexos e

fibras solúveis responsáveis em causar a viscosidade (BRITO, 2006).

O trigo possui inibidor de α-amilase que é responsável pela quebra do amido em

dextrina e maltose, estes inibidores são termolábeis por tanto são destruídos no processo

de peletização (BUTOLO, 2002).

3.4.3.1 Subprodutos de trigo:

 Grão integral de trigo moído: é o grão de trigo após ser moído (BUTOLO, 2002).

 Farelo de trigo: no processo da fabricação da farinha de trigo para consumo

humano cerca de 28% do grão não é aproveitado, o que origina o farelo de trigo, é

composto basicamente pelo tegumento que envolve o grão (BUNGE, 2009).


59

 Farelo de gérmen de trigo: é formada pelo gérmen e algumas outras pequenas

partículas oriundas do processamento da farinha de trigo (BUTOLO, 2002).

 Remoído de trigo: é uma mistura de farelo, gérmen e farinha de trigo resultantes

do processamento do grão de trigo (BUTOLO, 2002).

 Triguilho: é o produto que resulta da limpeza do grão de trigo, e constituído por

grãos quebrados, chochos, pequenos, sementes de outras plantas e outras

impurezas, ou é o trigo de qualidade inferior onde o seu peso específico é menor

do que o exigido para moagem (ANDRIGUETTO et al., 2002; BUTOLO, 2002).

3.4.4 Farinhas de origem animal

Devido ao grande crescimento da indústria de alimentação animal houve uma

busca por produtos alternativos ao milho e a soja. No quesito alimento protéico as

farinhas de origem animal representam uma ótima alternativa, pois a proteína deste tipo

de material é considerada de alto valor biológico e de baixo custo. Além de ser de

grande importância o fornecimento de vitaminas e minerais provenientes destes

produtos (BELLAVER, 2001).

Outra grande relevância ao uso destes produtos é em relação ao ponto de vista

ambiental e da saúde pública, visto que uma grande parte do material animal destinado

ao consumo humano após processamento é desqualificado para tal finalidade, o resíduo

resultante deste processamento deve ter um destino adequado. São várias as

possibilidades, dentre elas estão: aterros, enterramento, compostagem, queima,

incineração e reciclagem. Dentre estas a que menos risco apresenta do ponto de vista

sanitário e ambiental é a reciclagem, onde os resíduos resultantes sofrem alguns

processos em que viabiliza sua utilização como fonte protéica e mineral para rações
60

animais (BARROS e LICCO, 2007). Na Tabela 16 está demonstrado o percentual de

carcaça e resíduos do abate de bovinos, ovinos e suínos em relação ao peso vivo.

Assumindo o ponto de vista econômico, estes subprodutos agregam a indústria de

alimentos um significativo valor, tanto para a parte que produz produtos de origem

animal quanto para quem consome os subprodutos, especificamente a indústria de

alimentação animal, que tem uma ótima fonte protéica alternativa de baixo custo

(BELLAVER, 2001).

Tabela 16 Subprodutos e resíduos da carcaça e carne sem osso de vários animais, em %


do peso vivo
Bovinos Novilhos Suínos Ovinos
Subprodutos e resíduos 49 40 22 52
Carcaça 51 60 78 48
 Ossos, gorduras, tendões e perda de peso 16 21 33 13
(água)
 Carne sem osso 35 39 45 35
Fonte: Präbdl et al., 1994 citado por BARROS e LICCO 2007

Como qualquer outro ingrediente que venha a fazer parte de uma ração animal, os

subprodutos de origem animal também possuem uma margem de qualidade a ser

seguida. O controle da qualidade é de extrema importância quando se trata do ponto de

vista saúde humana e transmissão de doenças. Esta preocupação surgiu com o

aparecimento da Encefalopatia Espongiforme Transmissível (BSE), conhecida como

doença da vaca louca, que ocorre em diferentes espécies e é fatal. Uma variável desta

doença é transmissível a humanos, a doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD). Em ovelhas

esta doença é chamada de “scrapie”. A encefalopatia decorre com uma infecção

generalizada do cérebro, e não se sabe como a infecção se desenvolve, ela está

relacionada ao consumo de farinhas de origem animal por bovinos (BUTOLO, 2002;

BARROS e LICCO, 2007).


61

Devido aos fatos ocorridos se fez necessário estipular um rígido padrão de

qualidade no processamento de tais produtos, como, análise de perigos e controle de

pontos críticos (APPAA/ HACCPP), medidas de boas práticas de fabricação (BPF) e

rastreabilidade, sendo este último com destaque para o papel do fornecedor, oferecendo

garantia de procedência e qualidade dos produtos (SCHEUERMANN e ROSA, 2008).

O Ministério da Agricultura e Abastecimento do Brasil pela instrução normativa

nº 8, de 25 de março de 2008, proíbe a utilização de produtos que contenham em sua

composição proteínas e gorduras de origem animal para alimentação de ruminantes.

Para monogástricos seu uso é permitido desde que este tenha passado por

processamentos adequados para que ocorra a transformação dos mesmos em

ingredientes de alta qualidade (SCHEUERMANN & ROSA, 2008).

Alguns fatores que alteram a qualidade as farinhas de origem animal devem ser

levados em conta, são eles:

 Umidade: acima de 8%poderia facilitar a contaminação bacteriana e umidade

muito baixa está associada geralmente a queima do produto (BELLAVER, 2005).

 Moagem (textura): na composição das farinhas podem entrar níveis variados de

osso, estes são de difícil moagem, por isto os pedaços maiores devem ser

segregados para a remoagem (BELLAVER, 2005). Algumas farinhas de origem

animal, como a farinha de carne, possuem altos níveis residuais de gordura o que

tornam o produto de difícil moagem (BUTOLO, 2002).

 Contaminações: a presença de sangue, penas, resíduos de incubatório, cascos,

chifres, pêlos, couro e resíduos digestivos devem ser minimizados ao máximo em

função de cada produto a ser produzido (BELLAVER, 2005).

 Contaminações com materiais estranhos ao processo: geralmente estão associados

a fraudes ou a equipamentos não adequados (BELLAVER, 2005).


62

 Tempo entre o abate e o processamento: o processamento deve ser realizado logo

após o abate ou dentro de 24 horas seguintes ao abate, evitando assim a putrefação

e oxidação das gorduras (BELLAVER, 2005).

 Peroxidação das gorduras: as farinhas apresentam gordura em sua composição,

sendo esta muito susceptível a peroxidação, por isso devem ser incluídos

antioxidantes nas farinhas para prevenir o início da peroxidação (BELLAVER,

2005).

 Contaminação por Salmonela: devido a temperatura de processamento em que as

farinhas são submetidas grande parte da contaminação bacteriana é eliminada,

mas a recontaminação destes produtos é de fácil ocorrência, isto acontece devido

ao manuseio, transporte e outros fatores ambientais inadequados. Uma prática que

está se tornando mais comum é a adição de substâncias a base de formaldeído,

que impedem o crescimento bacteriano (BELLAVER, 2001).

Outro aspecto a ser levado em conta nas farinhas de origem animal é a presença

de poliaminas (aminas biogênicas), presentes naturalmente nos alimentos de origem

vegetal e animal. O organismo necessita de poliaminas que devem ser supridas pela

dieta. O problema está no fato de que a margem de segurança destas substâncias é

baixa, em uma determinada porcentagem ela trás benefícios mas se aumentado a sua

dose pode acarretar problemas de intoxicação, limitando o consumo das farinhas de

origem animal. Um exemplo é a putrescina, uma amina biogênica que quando usada até

0,2% é considerada como promotora de crescimento de frangos mas, se usada em doses

de até 1% já se torna tóxica (BELLAVER, 2005).


63

3.4..4.1 Subprodutos de origem animal

 Farinha de carne e ossos (FCO): após a desossa total da carcaça dos animais é

colhido os ossos e tecidos que são moídos, cozidos e prensados para extração da

gordura e novamente moídos. Não pode conter sangue, cascos, chifres, pêlos,

conteúdo estomacal, a não ser os obtidos involuntariamente dentro dos princípios

de boas práticas de fabricação. Deve ter 4% de fósforo no mínimo e a quantidade

de cálcio não deve ultrapassar a 2,2 vezes o nível de fósforo. Podem ser usadas

carcaças de bovinos, suínos, ovinos ou mista (BELLAVER, 2005).

 Farinha de carne (FC): obtida após o processamento industrial da carcaça de

animais, contém todas as partes consideradas inadequadas para consumo humano,

sem a parte óssea. Existem dois tipos de farinhas de carne, a “tankagem”, ela

passa por cozimento em autoclave sob pressão, e a farinha de carne propriamente

dita, onde o cozimento é feito em caldeiras abertas com injeção de vapor seco

superaquecido, as farinhas de carne do tipo “tankagem” geralmente tem o teor de

proteína superior a 60%, mas sua digestibilidade não é muito elevada

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

São cinco as qualidades das farinhas de carne existentes, com base na quantidade

de proteína (35, 40, 45, 50 e 55% de proteína bruta). O nível de fósforo não deve

ser superior a 4%, pois a partir daí se enquadra no item anterior, farinha de carne e

ossos (Bellaver, 2005). O teor de extrato etéreo é muito variável, sendo se 9% até

16% ou mais. Quanto maior o teor de gordura menor o de proteína

(ANDRIGETTO et al., 2002).

Aves e suínos podem ter a farinha de carne incorporada na dieta, desde que o seu

nível não ultrapasse o teor de cálcio indicado para cada espécie na fase em
64

questão, o cálcio deve funcionar como limitante. Para suínos a sua apetibilidade

não é muito boa (ANDRIGUETTO et al., 2002).

 Farinha de ossos autoclavada (FOA): formada pelos ossos das carcaças que são

destinadas ao consumo humano, é submetida ao tratamento térmico em autoclave

ou digestor. A gordura, gelatina e as fibras de tecidos podem ou não ser retiradas

(BELLAVER, 2005).

 Farinha de ossos calcinada (FOC): os ossos são calcinados em formos a altas

temperaturas (600ºC) onde toda a matéria orgânica é retirada (ANDRIGUETTO

et al., 2002).

Tabela 17 Especificações Orientativas de Qualidade da farinha de ossos autoclavada e


farinha de ossos calcinada

Parâmetros (unidade) Ossos Autoclavado Osso Calcinado


Umidade – máx (%) 10 -
Proteína Bruta (%) 25 a 28 -
Extrato Etéreo – máx (%) 5 -
Matéria mineral (%) 35/40 96
Cálcio (%) 18/20 32
Fósforo (%) 9/10 16
Teste de rancidez Negativo -
Salmonella Isento -
Fonte: BUTOLO (2002)

 Farinha de sangue (FS): durante a sangria do animal o sangue retirado é separado

em recipientes apropriados, o material recolhido é cozido e secado em secadores

rotatórios. A temperatura durante o processo é o principal ponto a ser observado

para garantir a qualidade, altas temperaturas causam problemas de disponibilidade

para o animal. Se usado em grandes quantidades podem causar problemas de

palatabilidade (BELLAVER, 2005). As farinhas de sangue são indicadas para


65

serem utilizadas em aves e suínos em fase de crescimento (ANDRIGUETTO et

al., 2002).

 Farinha de sangue “spray dried” (FSSD): a umidade do sangue é retirado através

de um processo semelhante o utilizado na elaboração do leite em pó “spray”

(ANDRIGUETTO et al., 2002), onde é utilizado baixa temperatura sob vácuo até

formar uma massa semi-sólida que passa na forma de spray por um equipamento

com corrente de ar quente para reduzir a umidade de até no máximo 8%

(BELLAVER, 2005). Este sistema é o que acarreta menos alterações físico-

químicas das proteínas, sendo o produto final de melhor digestibilidade

(ANDRIGUETTO et al., 2002).

 Farinha de sangue “flash dried” (FSFD): a umidade do sangue é retirada por um

processo mecânico ou condensada por cocção até um estado semi-sólido, após

esta massa passa por um secador rápido para remover a umidade restante

(BELLAVER, 2005).

 Plasma animal (P): após a centrifugação do sangue o plasma é resfriado e secado

por um sistema de “spray-dryver” (BUTOLO, 2002).

 Células vermelhas do sangue (hemáceas) (CVS): o sangue é centrifugado, sofre

hemólise, as membranas celulares (estroma) e a porção HEME são retiradas, é

filtrado e seco através do sistema “spray-dryver” (BUTOLO, 2002).

 Farinha de vísceras (FV): as vísceras de aves são coletadas e posteriormente

cozidas, prensadas e moídas. É permitida a inclusão de cabeças, pés e ovos não

desenvolvidos, a inclusão de penas é considerada adulteração, não deve conter

casca de ovo (BELLAVER, 2005).

 Farinha de vísceras com ossos (FVO): semelhante a farinha de vísceras sendo

possível a inclusão de resíduos de ossos resultantes da desossa mecânica, a


66

inclusão de cabeças e pés é permitido desde que não altere a composição química

esperada (BELLAVER, 2005; BUTOLO, 2002).

 Farinha de vísceras com ossos e resíduos de incubatório (FVORI): é composto por

resíduos de vísceras de aves, resíduos de ossos e resíduos de incubatório (casca de

ovos, inférteis e não eclodidos, pintos não viáveis e os descartados) (BELLAVER,

2005).

 Farinha de resíduos de incubatório (FRI): compostos por cascas de ovos, ovos

inférteis e não eclodidos, pintos não viáveis e os descartados. A gordura pode ou

não ser removida por prensagem (BELLAVER, 2005).

 Farinha de penas hidrolisadas (FPH): é composta pelas penas obtidas após a

passagem das aves pelo túnel de depenagem, elas são tratadas e passam por

cocção sob pressão, é permitido a presença de sangue desde que não altere a

composição química esperada, penas decompostas não são permitidas

(ANDRIGUETTO et al., 2002; BUTOLO, 2002). É rico em cistina e pobre em

lisina, dietas pobres em lisinas são úteis quando se requer um retardamento na

maturidade sexual em poedeiras (ANDRIGUETTO et al., 2002).

 Farinha de penas e vísceras (FPV): composto por penas limpas e não decompostas

e resíduos de abate (vísceras, pescoço, pés) de aves. A inclusão de carcaças e

sangue é permitido desde que não ultrapasse o limite permitido (BELLAVER,

2005).

 Farinha integral de peixe (FIP): a farinha integral de peixe só pode ser produzida

quando há rejeita do peixe para consumo humano, o óleo pode ou não ser

extraído. O teor de umidade não deve ser maior de 10% e o teor de cloreto de

sódio deve ser indicado (BELLAVER, 2005).


67

 Farinha residual de peixe (FP): a farinha é proveniente dos resíduos de peixes, é

composto por partes não comestíveis (cabeça, rabo, coluna vertebral e vísceras), o

óleo pode ou não ser extraído. Há diferença nos valores nutricionais de peixes

provenientes da água doce e da salgada. Antioxidantes devem ser

obrigatoriamente adicionados para evitar a oxidação dos ácidos graxos livres, os

quais são de grande valia na farinha de peixe, conhecido como ácido graxo

Ômega 3 (BUTOLO, 2002).

 Gordura bovina (sebo): é extraído a gordura de bovinos por prensagem ou

solvente, deve conter no mínino 90% de ácidos graxos totais e máximo de 1,5%

de impurezas e insaponificáveis (BELLAVER, 2005).

 Gordura suína (banha): é extraído do mesmo modo que a gordura bovina, deve

conter no mínimo de 90% de ácidos graxos totais e insaponificáveis

(BELLAVER, 2005).

 Óleo de aves: extraído da mesma forma que as anteriores, o que muda é a

quantidade de impurezas e insaponificáveis que podem ser de no máximo 3%

(BELLAVER, 2005).

 Gordura animal mista: obtido da mesma forma que as anteriores, o nível de

impurezas é de no máximo 2%. Deve ser indicado quais espécies compõem a

gordura (BELLAVER, 2005).

3.5 CONTROLE DE QUALIDADE

Devido ao ambiente gerado pela globalização, criando uma igualdade nos

conhecimentos disponibilizados, todo negócio que queira alcançar o sucesso dentro do

mercado deve apresentar algo a mais para se sobre sair perante aos outros. (Compêndio
68

Brasileiro de Alimentação Animal – 2005) Um modo de garantir esse diferencial seria

garantindo a qualidade do produto.

Em nutrição animal o objetivo final é oferecer ao consumidor um alimento

seguro, uma forma de alcançar tal objetivo é fazer o controle da qualidade dos

ingredientes, do processo de fabricação e do produto final.

No contexto geral o conceito de qualidade torna-se muito subjetivo, pois este

depende muito do modo de trabalho e do objetivo final, que venha suprir a necessidade

do cliente, não havendo parâmetros técnicos se não a satisfação final do cliente. Por isso

o termo programa de qualidade se enquadra melhor no contexto, pois passa uma idéia

de continuação e não de início, meio e fim, a busca pela qualidade não deve estacionar

em um patamar, enquadrando melhor o termo processo ou sistema de qualidade, deve-

se sempre buscar a melhoria. (BUTOLO, 2002)

A necessidade da implementação de um sistema que garanta a qualidade dos

produtos destinados à alimentação animal surgiu para aumentar a confiança do

consumidor quanto aos produtos destinados à alimentação animal. Esta preocupação

começou quando houve o surgimento de algumas enfermidades em que a causa estava

relacionada com tais produtos. Em 1987, a encefalopatia espongiforme bovina (BSE).

Em 1988 o ministro da agricultura inglês declarou que os ovos estavam contaminados

com Salmonela, responsabilizando a indústria das rações por isto. Em 1996 foi

associada com a BSE uma variante humana da doença da vaca louca. A dioxina foi

identificada em gorduras usadas em rações na Bélgica, em 2000 (BELLAVER, 2005).

Instituiu a partir destes fatos uma ligação direta da segurança do alimento com a gestão

por qualidade dos alimentos destinados a produção animal (BELLAVER, 2004).

Para demonstrar aos consumidores que a indústria de alimentação animal vem se

preocupando com o controle dos processos produtivos se fez a necessidade da


69

implementação de algumas normas de fabricação e de inspeção, no Brasil o Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) vem editando diversas portarias e

instruções normativas sobre as condições higiênico-sanitárias e boas práticas de

fabricação para os estabelecimentos fabricantes de produtos destinados a alimentação

animal e também um roteiro para a fiscalização dos mesmos (CORRÊA, 2009). Para

que todos os elos da cadeia produtiva funcionem de acordo com uma gestão de

qualidade é necessário o cumprimento de regras preestabelecidas que levem a segurança

alimentar de uma forma continua da fazenda ao consumidor (farm to fork)

(BELLAVER, 2001).

A Lei nº 6198, de 26 de dezembro de 1974, dispõe sobre a inspeção e fiscalização

de produtos destinados à alimentação animal. A Instrução Normativa nº 04 de 23 de

fevereiro de 2007 discorre sobre as Condições Higiênicas Sanitárias e das Boas Práticas

de Fabricação para estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação

animal. O Regulamento Técnico sobre os Procedimentos para Fabricação e emprego de

produtos para animais de produção e elucidado na Instrução Normativa nº 65, de 21 de

novembro de 2006 (MAPA).

Para que o setor de nutrição animal funcione com bases nestes princípios de

qualidade alguns programas foram desenvolvidos para estabelecer regras, esclarecer

dúvidas quanto a gestão e orientar os produtores. O programa de Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle (APPCC) leva em consideração bases do Codex

Alimentarius, um programa conjunto com a Organização das Nações Unidas para a

Agricultura e a Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) que

busca uma normalização sobre alimentos humanos e rações com o objetivo de proteger

a saúde da população> O APPCC estabelece um meio sistemático de assegurar a

qualidade alimentar identificando os perigos potenciais à segurança alimentar e


70

estabelecendo medidas de controle (BELLAVER, 2001). O sistema APPCC é

recomendado por algumas organizações internacionais como a OMC (Organização

Mundial do Comércio), FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e

Agricultura), OMS (Organização Mundial de Saúde), MERCOSUL e é exigido pela

Comunidade Européia e pelos Estados Unidos (ANVISA, 2009).

Outros programas existem com o mesmo objetivo de qualidade alimentar, a

família ISO (International Organization for Standardization) no Brasil é representada

pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

Industrial), que tem como objetivo estabelecer normas e procedimentos, técnicos e

administrativos, que promovam a melhoria e regulamentem a verificação da qualidade

dos produtos industriais brasileiros (INMETRO, 2009). A família ISSO estabelece

normas técnicas para uma gestão da qualidade para organizações em geral. Empresas

que adotam as normas da ISO possuem mais organização, produtividade e credibilidade

frente aos clientes, tanto nacional como internacional, visto que as empresas passam por

auditorias externas independentes para averiguar se a mesma se encontra de acordo com

disposições planejadas.

Segundo a Instrução Normativa nº 4, de fevereiro de 2007, Boas Práticas de

Fabricação fica definida como: “procedimentos higiênicos, sanitários e operacionais

aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos ingredientes e matérias-

primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de garantir a qualidade,

conformidade e segurança dos produtos destinados à alimentação animal.” O programa

de Boas Práticas de Fabricação (BPF) é uma ferramenta de gestão em fábricas de

rações, regrada por um conjunto de princípios que criam um padrão de conduta e

procedimentos a serem seguidos desde as matérias primas até o produto final. Ele é pré-

requisito para se instalar um sistema de APPCC (BELLAVER, 2004).


71

Para o sucesso de um processo de qualidade deve ser levada em conta sua

gerência, habilidade dos funcionários e controle. No processo de fabricação de produtos

destinados a alimentação animal, essa qualidade não deve negligenciar os custos, pois

este tem grande poder de limitação, como citado por BUTOLO (2002), “qualidade não

tem preço” já não existe mais.

Outra ferramenta importante para este contexto de segurança alimentar está a

rastreabilidade, onde práticas de registros adequados de todos os procedimentos em que

o produtos final foi submetido possibilitam localizar o produto da origem até o seu

destino final, facilitando ações de recall (retirada, recolhimento) caso seja detectado

algum risco quanto a segurança do alimento, possibilitando localizar o problema e

focalizar nas melhorias necessárias, garantindo assim a qualidade desde a origem até o

destino final do produto (BELLAVER, 2004).


72

4. CONCLUSÃO

Com a globalização intensa e o mercado consumidor cada vez mais exigente o

setor de Nutrição Animal teve que se adaptar as novas tendências, com este novo

ambiente a importância do medico veterinário que atua na área de nutrição animal se

tornou de extrema importância, ele deve ter como ponto principal não só a relação de

custos mas sim muitos outros fatores agora entram em discussão, como qualidade

nutricional, exigências conforme diferentes fases e espécies, relação custo benefício

pode determinar qual a matéria prima melhor se enquadra em um determinado

momento, questão psicológica quanto a desconfiança no consumo de certos produtos,

bem estar animal, e muitos outros.

O estágio curricular obrigatório realizado na empresa Nuvital Nutrientes me

proporcionou contato prático com os conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso

de Medicina Veterinária. Além de permitir que se forme em mim um conhecimento

crítico mais preciso sobre o que realmente é viável ou não dentro do grande mercado

competitivo. Compreendi qual a real importância do Controle de Qualidade, a sua

viabilidade e resposta final do mercado consumidor.


73

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AFLATOXINAS E OUTRAS MICOTOXINAS, Manual das doenças transmitidas por


alimentos. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância
Epidemiológica – CVE, 2003. Disponível em:
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