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RESUMO
Vários são os projetos de pequenas usinas de Biodiesel existentes nos mercados nacional e
internacional, sendo inclusive fácil adquiri-los via processo de importação. O esforço de
concepção de um equipamento similar tem como mérito iniciar um processo cultural de
desenvolvimento de equipamentos didáticos dentro das universidades. Esta tarefa não se
restringe apenas ao projeto do equipamento, mas envolve desde o estudo de equipamentos
similares até a adaptação dos processos já existentes de maneira a permitir a sua execução
dentro de um ambiente acadêmico e em pequena escala. Este trabalho apresenta o estudo,
projeto e procedimento de construção de um modelo de usina de biodiesel, em escala
reduzida, constituindo-se em uma colaboração para a solução de obtenção de
equipamentos relacionados a treinamentos e estudos de produção de biocombustíveis.
Inicialmente faz-se um estudo dos parâmetros do processo, dimensões e capacidade do
reator passível de ser instalado em uma usina didática de produção de ésteres metílicos ou
etílicos. Após fez-se uma reflexão acerca dos elementos da usina que deveriam ser
projetados de modo a permitir uma visualização do equipamento tanto no que diz respeito
às características químicas quanto mecânicas. Em seguida são apresentados os critérios
utilizados para a seleção dos materiais de construção utilizados no modelo. Mantendo o
princípio da reciclagem, os reatores e demais reservatórios foram construídos a partir de
tubos (com costura) de aço inoxidável, reciclado, de forma que todos os reservatórios
mantiveram o mesmo volume. Tubulações e registros em aço inox e estrutura de fixação
construída em aço carbono.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A usina didática em questão foi projetada e construída tendo como parâmetro básico a
necessidade de um equipamento versátil e que pudesse ser usado em salas de aulas
convencionais. A mobilidade, facilidade de utilização foram fatores primordiais para o
desenvolvimento do projeto.
A usina de produção de biodiesel em escala reduzida seguiu a filosofia de dispor para
utilização um equipamento de baixo custo, relativo àqueles industriais nacionais ou
importados, de fácil utilização e fácil transporte. O reator tem capacidade de produzir 1 litro
de biodiesel por batelada, o que permite sua utilização em estruturas que possam ser
montadas em laboratórios de produção e análise de biocombustíveis.
A micro-usina, Figura 1, foi projetada para trabalhar com qualquer tipo de oleaginosa
incluindo os óleos oriundos de processos de cocção de alimentos. No caso específico tem-
se a proposta inicial de se trabalhar com as seguintes oleaginosas: soja, girassol, pinhão
manso, nabo forrageiro, crambe e suas respectivas misturas. Os alcoóis etílico e metílico
serão utilizados como reagentes no processo, dando prioridade ao etanol por ser oriundo de
fontes renováveis e porque o Brasil possui grande disponibilidade deste insumo. Como
catalisadores, tem-se a proposta de se trabalhar com NaOH e metilato de sódio (30%) como
já está sendo utilizado nas sínteses em bancada, não impedindo que outros catalisadores
possam ser utilizados.
No projeto da mini-usina foram considerados diversos fatores que estão ligados
diretamente com a parte técnica e econômica do processo de produção do biodiesel.
Pesquisa da compatibilidade dos materiais utilizados nas tubulações, conexões, registros,
confecção dos tanques. Foi utilizado tubo de aço inox com costura (reciclado) e diâmetro de
4” para construção dos reservatórios. Para redução dos custos, todos os reservatórios
possuem as mesmas dimensões, com volumes de 1,3 litros cada. As tubulações, conexões
e registros também em aço inox, estrutura de fixação foi construída em aço carbono. Foram
utilizados dois motores de agitação mecânica com hélice trabalhando a 500rpm. Para o
reator e evaporador foram utilizadas resistências encapsuladas para aquecimento.
1 2
5 4
Legenda:
1 Reservatório de Óleo
2 Reator A
3 Reator B
4 Recuperador
5 Condensador
6 Separador
7 Lavador
8 Secador
(1) Reservatório de óleo: armazena o óleo até que se termine a etapa de mistura do
catalisador mais álcool;
(2) Reator A: ocorre a mistura álcool (etanol ou metanol) mais catalisador (NaOH ou
Metóxido de Sódio 30%);
(3) Reator B: é o coração da usina onde ocorre a transesterificação (reação do óleo com
catalisador mais álcool). A reação é realizada por um agitador mecânico de haste em
temperatura controlada, para isto foi utilizado uma resistência encapsulada e um
termopar para medição e controle da temperatura;
(4) Recuperador: após a reação de transesterificação, a mistura é encaminhada para o
recuperador para evaporação do álcool em excesso, processo realizado por
aquecimento com resistência encapsulada.
(5) Condensador: neste caso foi utilizado um trocador de calor que realizará a condensação
do álcool em excesso podendo ser coletado em um Becker;
(6) Separador: onde ocorre a separação das fases por decantação (Éster e glicerina Bruta).
A glicerina de maior densidade permanecerá no fundo do recipiente e será retirada
através do registro de esfera;
(7) Lavador: o éster contendo impurezas será então lavado por pulverização de água em
temperatura controlada para retirada de impurezas como, por exemplo, resíduos de
catalisador e glicerina;
(8) Secador: finalmente resíduos de água serão evaporados por aquecimento, e então, o
biodiesel será coletado em reservatório próprio para posterior análise de qualidade.
Toda a usina foi construída com tecnologia do Grupo de Energias Renováveis da UIT.
A planta foi montada no laboratório de usinagem da própria Instituição com custo total de
R$3.500,00 (três mil e quinhentos reais), com volume médio de produção de biodiesel 1 litro
por batelada. Este custo ainda pode ser reduzido caso as tubulações, registros e acessórios,
atualmente em aço inox sejam trocados por PVC.
Testes preliminares com óleo refinado de soja, álcool etílico anidro e metilato de sódio
(30%) demonstraram bons resultados no que diz respeito à separação da glicerina e
produção de éster. Ainda não foram realizadas análises do biocombustível produzido. Uma
correção deverá ser realizada em relação à troca de posição dos reservatórios 6 (separador)
e 4 (recuperador) pois, a glicerina deve ser separada antes da recuperação do álcool.
Apesar de o equipamento construído ser relativamente simples, o “Know-How”
adquirido abre caminho para novos projetos e permitirá em médio prazo formar uma cultura
cooperativa interdisciplinar que pode permitir um efetivo crescimento em termos de
conhecimento e desenvolvimento. Além disso, a apresentação da metodologia utilizada para
a concepção do equipamento, bem como os passos para a construção física do modelo são
contribuições que permitirão a diversas escolas construírem um equipamento semelhante,
de baixo custo e adaptado às suas necessidades e potencialidades.
4. AGRADECIMENTOS
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ambientais, 1º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel, Brasília, Brasil,
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