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REVISÃO

A importância do uso do filtro solar na prevenção do fo-


toenvelhecimento e do câncer de pele
The importance of the use of sunblocker to prevent the
photoaging and skin cancer

Maria Helena de Faria Castro Tofetti 1 RESUMO: nos últimos 40 anos, a incidência de câncer de pele aumentou con-
Vanessa Roberta de Oliveira 2 sideravelmente, o que tornou muito importante a difusão do uso de filtro solar
para a prevenção das doenças de pele, principalmente para aqueles trabalhado-
res que ficam expostos à radiação ultravioleta por longos períodos. O presente
estudo consiste em uma revisão bibliográfica cujo objetivo é sensibilizar e
conscientizar as autoridades sanitárias e governantes para o uso do filtro solar
como método efetivo na prevenção do câncer de pele. Enfatizando que tal proce-
dimento é, portanto, de interesse da saúde pública.

Palavras-chave: pele; radiação ultravioleta; fotoenvelhecimento; fotoproteção.


1
Graduada em Ciências Exatas pelas Faculdades Clare-
tianas e docente do Curso de Estética e Cosmetologia
da Universidade de Franca (Unifran);
2
Graduada em Farmácia Industrial pela Universidade
ABSTR ACT: as in the last 40 years, the incidence of skin cancer increased
de Ribeirão Preto (Unaerp); especialista em homeopa-
tia pelo Instituto Homeopático François Lamassom. considerably, it is ver y important the diffusion of the sunscreen use for the
prevention of the skin diseases, mainly for those workers that are exposed to
the ultraviolet radiation for long periods of time. The present study consists
of a bibliographical review aiming touches and to become aware the sanitary
authorities and governor for the use of the sunscreen as effective method in the
prevention of the skin cancer. Therefore the diffusion of the sunscreen use is of
interest of the public health.

Key words: skin; ultraviolet radiation; photoaging; sunblocker.

Investigação – Revista Científica da Universidade de Franca Franca (SP) v.6 n. 1 p. 59–66 jan. / abr. 2006

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INTRODUÇÃO dos, que desempenham importante papel na fixação
da epiderme à derme. Contém estruturas fibrosas,
Importante órgão que reveste o corpo e deslinda como as fibras de colágeno, elastina e reticulina (JUN-
os meios interno e externo é a pele. Podendo desta- QUEIRA; CARNEIRO, 1999). A hipoderme é formada
car como principais funções a proteção, a nutrição, por tecido gorduroso que, por sua disposição, possui
a pigmentação, a termo-regulação, a transpiração, a propriedades protetoras contra traumatismos e varia-
defesa e a absorção, além de ter grande proeminência ções térmicas. A rede vascular profunda encontra-se
social e emocional. Além de apresentar características na hipoderme (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999).
histologicamente diferentes, fina ou grossa, lisa ou O pH da superfície da pele é regulado pela se-
com rugas, representando a pele o tecido celular sub- creção das glândulas sudoríparas. O pH situa-se em
cutâneo, 20% do peso corporal, sendo o maior órgão torno de 4,5 e contribui de modo importante para os
do corpo humano. mecanismos de defesa da pele e varia de uma região a
O fotoenvelhecimento da pele ocorre pela exposi- outra do corpo (ANTÔNIO, 2002).
ção aos raios ultravioleta, podendo vir acompanhados
por flacidez muscular e cutânea. Tais riscos podem ser A radiação ultravioleta
atenuados com o uso de filtros solares, chapéus, ócu- A radiação solar alcança a Terra sob a forma de on-
los escuros e exposição em horários adequados. Está das. O espectro da radiação ultravioleta subdivide-se
comprovado que o uso de filtros solares diminui e em três bandas de comprimento de onda, denomina-
reverte os efeitos do fotoenvelhecimento da pele. das UVA, UVB e UVC (ultravioleta C). A primeira ban-
Isto é importante pois tal radiação está atingindo da espectral, correspondente aos comprimentos de
um contingente expressivo da população, em razão onda mais longos (315 nm a 400 nm), apesar de ser a
de exercer atividades profissionais que demandam ex- menos eficiente na produção de eritema e subseqüen-
posição ao sol e outras fontes de radiação ultravioleta te melanogênese, é indutora de processos oxidativos.
(UV), por longos períodos de tempo. Ao ser absorvida, o UVA reage com o oxigênio mole-
Este trabalho tem por objetivo sensibilizar e cons- cular, produzindo espécies reativas capazes de induzir
cientizar as autoridades sanitárias e governantes para reações inflamatórias na pele e danos ao DNA. Como
o uso do filtro solar como método efetivo no controle efeitos cutâneos similares aos causados pelo UVB não
do fotoenvelhecimento e, conseqüentemente, preven- ocorrem uniformemente ao longo da região do UVA,
ção do câncer de pele. esta foi subdividida em UVA-1 (340 a 400 nm) e UVA-
2 (315 a 340 nm), esta última mais eritematogênica
REVISÃO DE LITERATURA (SOUZA; FISCHER; SOUZA, 2004).
Estrutura da pele Na segunda região estão os comprimentos de
A epiderme se origina na ectoderme. Não possui onda intermediários (315 nm a 280 nm), mais efi-
vasos e tem espessura variável. As células da epiderme cientes na produção de danos diretos ao DNA, fotoi-
renovam-se constantemente a cada quatro semanas, munossupressão, eritema, espessamento do estrato
é a camada protetora, pois forma uma barreira contra córneo e melanogênese (SOUZA; FISCHER; SOUZA,
a entrada de microorganismos, radiação ultravioleta 2004).
(UV), corrente elétrica e substâncias tóxicas. Além A última banda, composta pelos comprimentos
disso, retém água, eletrólitos e substâncias solúveis. de onda mais curtos (280 nm a 100 nm), contém o
Suas células se diferenciam para cumprir funções pro- pico de absorção pelo DNA puro (260 nm). Entretan-
tetoras, como a síntese da queratina e da melanina. É to, por sua curta penetração na epiderme, não é tão
formada por estrato córneo, estrato lúcido, camada efetiva quanto as radiações UVA e UVB no estímulo
granulosa, camada espinhosa e camada basal ou ger- da síntese de melanina. Já a luz visível vai de 400 a
minativa (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999). 700 nm (SOUZA; FISCHER; SOUZA, 2004).
A derme é formada por mucopolissacarídeos áci- As ondas UV (ultravioleta) são as que estão no
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espectro de 100 a 400 nm e têm potencial carcinogê- quanto a ultravioleta (UV), em cerca de 0,6 nm em
nico, são capazes de determinar fotoenvelhecimento profundidade na pele. As radiações de 700 a 1500 nm
e imunodepressão. Os raios UV são emitidos espon- penetram toda a espessura da pele (SOUZA, 2004).
taneamente pelo sol e pelas estrelas e artificialmente A penetração das radiações da luz na pele ocorre
por equipamentos (estes com propósito direto de de maneira irregular. Além disso, fatores individuais,
irradiação ou produzindo raios UV como subprodu- raciais, regionais e anatômicos influenciam na pene-
to). A exposição excessiva aos raios UV (RUV) pode tração da luz. A espessura da camada córnea também
provocar doenças cutâneas (que seriam chamadas é um fator relevante e explica porque as palmas das
doenças fotobiológicas), mas é preciso levar em conta mãos e plantas dos pés são menos sensíveis à radiação
a importância dos raios UV na investigação e no trata- solar (SOUZA, 2004). Tem-se, na pele, a melanina
mento de várias doenças de pele. que é decisiva no mecanismo de absorção da luz solar.
A intensidade da radiação e o comprimento de Com variações em função de sua quantidade e distri-
onda da luz solar dependem de fatores como altitu- buição, a melanina atua como um filtro óptico, capta
de, latitude, estação do ano, condições atmosféricas a energia e estabiliza os radicais livres originados pela
e horário. As radiações mais lesivas ocorrem entre as radiação (SOUZA, 2004).
10-11 horas da manhã e 16-17 horas da tarde e pode As principais fontes artificiais de radiações ultra-
ser particularmente útil observar a regra da sombra, violeta (UV), mais comuns em fotobiologia derma-
uma vez que as variáveis mencionadas acima não são tológica, são as lâmpadas de descarga de gás, vidro
fixas (PETRI, 2005). ou coluna de quartzo com vapor de mercúrio ou gás
Dentro do espectro solar, a radiação ultravioleta B xenônio excitado para emitir UVR por interferência
(UVB) é a responsável pela maioria dos efeitos carci- de uma corrente de elétrons passando entre dois ele-
nogênicos (que dão origem ao câncer) na pele. A UVB trodos. O equipamento mais simples é representado
é mais intensa entre 10 e 16 horas, sendo aconselhável pelas lâmpadas arco de mercúrio sob pressão baixa
evitar exposição solar durante este período. A radiação emitindo principalmente radiação UVC de 254 nm,
ultravioleta A (UVA) induz ao fotoenvelhecimento e usado em pesquisas e com finalidade germicida. Um
parece estar relacionada com o desenvolvimento do revestimento de fósforo alcalino converte-as em tubo
melanoma maligno. Uma diferença importante entre de fototerapia seguro, confiável e de amplo espectro
a radiação UVA e UVB é que a intensidade da UVA é a de radiação UVA e UVB para fototerapia, fotoquimio-
mesma durante todo o dia e também não muda com a terapia e testes cutâneos que requerem radiação ultra-
estação do ano (SBCD, 2005). violeta (fototestes) (PETRI, 2005).
Conforme relata Souza (2004), as radiações UVA Lâmpadas de mercúrio de média pressão são mais
promovem o bronzeamento direto e são responsáveis compactas e de alto output – adequadas para fotote-
pelo fotoenvelhecimento, produção de radicais livres rapia localizada (Alpine and Hanovia sunlamps), foto-
e pela melanogênese. Já o bronzeamento indireto é in- terapia de contato UVB e UVC (lâmpada Kromayer)
duzido pelas radiações UVB, que são eritematógenas e e diagnóstico de f luorescência (lâmpada de Wood)
responsáveis pelas queimaduras e carcinomas. Filtradas (PETRI, 2005).
pela camada de ozônio, as radiações UVC já atingem
a superfície da Terra em algumas regiões em que esta Interação dos raios ultravioleta (uv) com filtros solares
camada se encontra rompida (os chamados “buracos” O primeiro filtro solar foi comercializado nos
da camada de ozônio). Essas radiações são tóxicas e Estados Unidos, em 1928. Mas foi a partir de 1978
cancerígenas, provocam alterações na queratinização, que o FDA (Food and Drug Administration) classificou
telangiectasias e epitelioma. A preocupação é a constan- os filtros solares e permitiu a propaganda tal como é
te ameaça à integridade da camada de ozônio. hoje. Filtros solares são preparações para uso externo
As radiações são quase totalmente absor vidas ou tópico, que atenuam a radiação ultravioleta (UV)
pelas células da epiderme. A luz visível penetra, tanto antes que esta penetre na pele (SOUZA, 2004).
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Filtros solares, sendo preparações para uso exter- e RNA celulares, e por aminoácidos na elastina e no
no ou tópico, atenuam a radiação ultravioleta (UV) colágeno (PETRI, 2005).
antes que esta penetre na pele. Isso se dá por reflexão, O DNA é provavelmente o cromóforo mais impor-
por absorção ou por ambos os mecanismos. Os pro- tante da pele, desde que as lesões do DNA induzidas
dutos que refletem a radiação UVB e, em menor grau, pela radiação ultravioleta (UV) inibem o metabolismo
a radiação UVA, por meio de filme de partículas metá- celular. Os dois mecanismos pelos quais a radiação
licas inertes, são usualmente à base de óxido de zinco ultravioleta pode danificar o DNA são a excitação di-
ou dióxido de titânio, em veículo apropriado (prepa- reta das moléculas, predominante na região do UVB,
rações refletantes). Os filtros absorventes atuam prin- e a geração de espécies altamente reativas de oxigênio,
cipalmente sobre UVB em produtos químicos especí- predominante na região do UVA. Os danos oxidativos
ficos e reemitem a radiação sob a forma de quantidade possivelmente são intermediados pela melanina. Cé-
insignificantes de calor (PETRI, 2005). lulas previamente irradiadas com dose baixa de UVA e
posteriormente com alta dose apresentam duas vezes
Tabela 1 – Relação entre o fator de proteção solar e a porcentagem de radiação mais danos oxidativos do que aquelas sem a pré-irra-
eritematosa absorvida. diação (SOUZA; FISCHER; SOUZA, 2004).
% da radiação
FPS eritematosa absorvida
2 50 Exposição ambiental à radiação ultravioleta (UV)
4 75 Como o Brasil situa-se geograficamente numa
6 83,4 zona de alta incidência de raios ultravioleta, os in-
8 87,5 divíduos de pele clara e que se expõem ao sol muito
10 90 e descuidadamente, seja por trabalho, seja por lazer,
12 91,7 são os que apresentam maior risco de contrair proble-
15 93,3 mas na pele. Deve-se, porém, lembrar que mesmo as
20 95 pessoas de pele morena e negra podem desenvolver os
25 95,7 mesmos problemas. Assim, pacientes fotossensíveis
30 96,7
deveriam evitar exposição quando a intensidade da
45 97,8
radiação ultravioleta for grande, como em altitudes
64 98,6
grandes e latitudes baixas e durante o zenith solar no
Fonte: Adaptado de Vasconcelos, 2005. verão. Uma vez que a luz solar é irradiada de todas as
partes do céu, esses pacientes deveriam evitar a luz do
Interação com a pele humana
céu assim como a luz solar direta (BRASIL, 2005).
Cerca de 5% da radiação ultravioleta e radiação
A intensidade da radiação é incrementada pela
visível que incide na pele é difusamente refletida sen-
reflexão na neve (85%), areia (5%) e água (5%), dimi-
do o restante transmitido difusamente e absorvido
nuindo relativamente com o advento das nuvens (20-
ou transferido para o meio. A radiação transmitida
90%) e pela passagem através da água (605 depois de
abaixo de 300 nm é largamente absorvida na epider-
50 cm) e não é afetada pelo calor, frio, vento ou luz
me, principalmente pelo ácido urônico, DNA, RNA,
visível (PETRI, 2005).
triptofano, tirosina e melanina, enquanto aquela
Assim, cuidados especiais são necessários em
acima de 300 nm é principalmente transmitida à der-
pessoas sensíveis: aplicação regular de filtros é útil,
me depois da absorção de quantidades variáveis por
sendo as preparações refletantes potencialmente mais
melanina e difusão nas bandas de colágeno adjacen-
eficazes, particularmente contra UVA – no entanto,
tes. Outras radiações dérmicas acima de 300 nm são são cosmeticamente menos agradáveis. Recentemente,
absorvidas pela hemoglobina do sangue, bilirrubina novas preparações com refletantes finos parecem ser
dos tecidos e betacaroteno das gorduras, enquanto a mais aceitas. Filtros absorventes, por outro lado, são
pequena quantidade de radiação transmitida, abaixo geralmente mais satisfatórios do ponto de vista cosmé-
de 300 nm, é presumivelmente absorvida por DNA tico, assim como são eficientes contra UVB como os
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filtros refletantes, mas não contra UVA, apesar de que uma reação eritematosa mínima (DEM) em pele com
absorventes como o dibenzoilmetano têm sido de- filtro solar, em relação à mesma pele não protegida
senvolvidos. Filtros absorventes são também às vezes pelo filtro. A resultante é uma medida de tempo em
irritantes e podem causar dermatites de contato e de minutos e não de potência (SOUZA, 2004).
fotocontato. Assim, filtros refletantes são geralmente
preferíveis para erupções sensíveis a UVA ou pele com
dermatoses, e os absorventes para alterações puramen- dem pele protegida
fps =
te associadas a UVB ou pele normal (PETRI, 2005). DEM pele não protegida

Os filtros solares
Os fotoprotetores são agentes com ação física ou Como exemplo tem-se: se um indivíduo pode
química que atenuam o efeito da radiação ultraviole- ficar ao sol por dez minutos sem nenhuma proteção,
ta (UV) por mecanismos de absorção, dispersão ou com filtro de FPS 15 este tempo irá se prolongar 15 ve-
reflexão da radiação. A qualidade de um fotoprotetor zes. Isto é, 150 minutos (duas horas e trinta minutos).
depende de seu fator de proteção solar (FPS) e de suas Lembrando que os filtros solares devem ser reaplica-
propriedades fisico-químicas (formação de uma pelí- dos em intervalos de 3 a 4 horas (SOUZA, 2004).
cula ideal sobre a pele, estabilidade, baixa hidrosso-
lubilidade e hipoalergenicidade) (PETRI, 2005). Filtros solares naturais
Os filtros solares são preparações para uso tópico Segundo Souza (2004), são derivados de óleos
que reduzem os efeitos deletérios da radiação ultra- vegetais, extratos glicólicos ou fluidos que absorvem
violeta e podem ser divididos em químicos e físicos. A a radiação UVA/UVB. Têm absorção considerada bai-
associação de ambos potencializa o efeito protetor. xa. Como a fotoestabilidade do produto ainda não é
Os bloqueadores químicos absorvem a radiação totalmente conhecida, é necessário ter cautela quanto
solar, tornando-a menos energética. Têm estrutura à sua utilização. O recomendado é utilizá-los como
química não saturada, absorvem radiações ultravio- coadjuvantes dos filtros químico-físicos.
leta (UV) e para serem efetivos devem absorver radia- Extratos glicólicos dos seguintes ingredientes têm
ções entre 290 a 400 nm (UVA ou UVB). Este fenôme- ação de proteção solar: alecrim, amor-perfeito, babo-
no ocorre devido ao deslocamento da ressonância. sa, camomila, café-verde, algodão, amendoim, coco e
A pele emite a radiação na forma de calor. Exemplos gergelim (SOUZA, 2005).
são: PABA (ácido para-aminobenzóico), cinamatos,
benzofenos, salicilatos e antitralinatos (UNIVERSI- A importância do uso de filtros solares contra radia-
DADE DE SÃO PAULO, 2005). ções ultravioleta (UV)
Os bloqueadores físicos refletem a radiação so- A luz é necessária ao bem-estar dos humanos. A
lar. São substâncias opacas que refletem e dispersam exposição aos raios ultravioleta (UV) pode induzir
a energia da luz, formam barreira física às radiações alterações sistêmicas, aumentando a concentração
UVA/UVB, ao infravermelho (IV) e às radiações vi- de vitamina D circulante ou reduzindo a função
síveis, e formam filtro protetor na pele. Os exemplos imunitária sangüínea. A radiação ultravioleta (UV),
são: dióxido de titânio, óxido de zinco, óxido de mag- dependendo da constituição individual, predisposi-
nésio, caulim e óxido de ferro (UNIVERSIDADE DE ção genética, tempo e intensidade de exposição, pode
SÃO PAULO, 2005). causar envelhecimento precoce da pele, degeneração
tecidual antiestética, fotodermatoses, agravamento de
Fator de proteção solar doenças preexistentes específicas e cânceres da pele.
A determinação do FPS (fator de proteção solar) Por isso, não faça do sol e das irradiações um inimigo,
é realizada através da relação que compara o tempo aprenda como se proteger, sem causar danos à saúde.
necessário para a radiação ultravioleta (UV) provocar Para evitar problemas futuros, faça de alguns cuida-
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dos uma rotina: evite a exposição às irradiações, sem do câncer da pele na idade adulta. Além disso, cada
o uso de filtros solares (PETRI, 2005). vez mais indivíduos na segunda e terceira décadas da
A eficácia dos filtros costuma ser classificada em vida estão sendo tratados de câncer da pele. Ocasio-
termos de proteção contra queimadura solar (fator de nalmente adolescentes e, mais raramente, crianças
proteção solar ou FPS) e resistência contra remoção também têm sido afetados (CESTARI, 2006). 
(substantividade) conferida em condições controla- Os indivíduos que têm queimaduras solares são
das. Produtos com alto FPS (10 a 25 vezes mais pro- mais propensos a terem câncer da pele do que aqueles
tetores) são sempre mais aceitáveis do ponto de vista que não se queimam; entretanto, a radiação ultravio-
cosmético, ainda que pessoas com pele naturalmente leta causa danos na pele mesmo que o indivíduo nun-
mais escura possam ser protegidas de forma adequada ca tenha sofrido queimadura solar (CESTARI, 2006). 
com níveis mais baixos (FPS 5 a 10). No entanto, o A pele pode reparar algumas das alterações super-
tempo de exposição deveria ser limitado até quan- ficiais causadas pelo sol. Isto explica por que a quei-
do o filtro solar é utilizado, uma vez que doses de madura solar melhora após alguns dias e o bronzeado
ultravioleta (UV) recorrentes subteritematogênicas desaparece gradativamente, mas as alterações mais
podem também resultar em efeitos cutâneos adversos profundas permanecem. Através dos anos, após cada
em longo prazo. Nas fotodermatoses, produtos com exposição solar sucessiva, os danos causados pela ra-
alto fator, amplo espectro, baixa capacidade irritante diação ultravioleta se acumulam; e os efeitos lesivos
e baixa alergenicidade são sempre melhores, mas a podem levar 20 ou 30 anos para se tornarem aparen-
eficácia é mais marcante nas condições puramente tes (CESTARI, 2006).
induzidas por radiações UVB (PETRI, 2005).
Assim, filtros não são somente cosméticos e sim Importância da fotoproteção
protetores eficazes contra radiações ultravioletas em A exposição solar constante e prolongada é o fa-
diversas situações. Desta forma, tais filtros são uma tor ambiental mais importante no aparecimento do
necessidade diária para toda a população, indepen- câncer da pele e do envelhecimento precoce. O sol é a
dente de cor, idade, raça e região geográfica, em vir- principal causa de 90% de todos os cânceres de pele.
tude da proteção contra a queimadura solar, evitando As principais neoplasias decorrentes do efeito cumu-
o fotoenvelhecimento precoce da pele e degeneração lativo da radiação ultravioleta na pele são carcinoma
tecidual antiestética, além de impedir o agravamento basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma
de doenças preexistentes específicas. (CESTARI, 2006).
Indivíduos que têm hábito de exposição freqüente
A importância da exposição solar X danos à radiação ultravioleta durante a infância, aos 21 anos
O bronzeado é um sinal de agressão à pele. Num já apresentam sinais de danos na pele desencadeados
esforço para aumentar a proteção da pele contra os pelo sol. Aos 40 anos, virtualmente todos os indiví-
efeitos lesivos da radiação solar, as células produzem duos têm sinais de fotoenvelhecimento que podem
mais melanina e, conseqüentemente, há escurecimen- ser caracterizados por: rugas, manchas, ressecamento
to da pele. Entretanto, ao mesmo tempo que o bron- e espessamento da pele, lesões cutâneas pré-cance-
zeado se desenvolve, já ocorreu dano permanente nas rosas e em alguns casos câncer da pele (CESTARI,
células que, posteriormente, aparecerá sob a forma de 2006).
rugas, manchas, melanoses, queratoses e, até mesmo,
o câncer da pele. Portanto, o termo “bronzeado sau- Utilização correta do fotoprotetor para prevenção
dável” é uma contradição (ALBUQUERQUE, 2006). Algumas orientações são importantes para a utili-
Quanto mais idoso o ser humano se torna, maior zação correta do fotoprotetor, segundo Cestari (2006):
a sua chance de vir a desenvolver câncer cutâneo. As aplique o fotoprotetor de 20 a 30 minutos antes da ex-
evidências mostram, porém, que eventos ocorridos na posição ao sol, para que haja tempo de ser absorvido e
infância têm a maior influência no desenvolvimento desempenhar seu efeito protetor; aplique o filtro solar

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esfregar os olhos e alguns produtos podem ser irritan- ANTONIO, C. R. Estrutura da pele normal. 28 fev. 2002.
tes; se ocorrer eritema da conjuntiva ocular, ardor ou  Disponível em: <www.apele.com.br/materias/read.
irritação, lave os olhos imediatamente; use fotoprote- asp>. Acesso em: 16 maio 2006.
tor em bastão para áreas sensíveis como lábios, nariz
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e orelhas; aplique o filtro solar sob as roupas, pois a
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radiação solar pode penetrar alguns tipos de tecidos,
davel/001.asp>. Acesso em: 15 maio 2006.
principalmente se estiverem molhados; é importante
salientar que camisetas de malha de cor branca con-
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ferem pouca proteção, pois permitem a passagem da
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ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
Vanessa Roberta de Oliveira
SOUZA, V. M. Ativos dermatológicos. São Paulo: Tecno-
Rua Doutor Jesus Brasílio Tambelini, 286
press, 2004. v. 1.
Bairro Doutor Luís Cândido Alves
Batatais – SP
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Departamento de CEP: 14300-000
Bioquímica. Bioquímica da beleza. Curso de verão, 2005. Tel: (16) 3761-2077 / 3761-5244
Disponível em: <http://www.sbbq.org.br/revista/mtdi- E-mail: mhfctofeti@zipmail.com.br
daticos/bioq_beleza.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2005.

Investigação – Revista Científica da Universidade de Franca Franca (SP) v. 6 n. 1 p. 59–66 jan. / abr. 2006

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