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Revolução Russa

Introdução
Neste trabalho, falaremos sobre a Rússia na Primeira Guerra Mundial, onde o país sofreu
várias derrotas, as Revoluções de 1917 (Revoluções Branca e Vermelha), a Guerra Civil, a Nova
Política Econômica da Rússia, a Luta entre Stalin e Trotsky, além do período em que Stalin
governou a União Soviética, transformando-a em uma Grande Potência.
A Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa de 1917 foi um dos movimentos mais importantes do mundo


contemporâneo. Ela eclodiu num país "atrasado" da Europa, graças à combinação de uma série de
fatores:
• as derrotas da Primeira Guerra Mundial;
• o absolutismo do governo;
• a crise econômica;
• grande desigualdade social existente no país;
• a fome que atingia grande parte da população;
• pesados impostos;
• desorganização administrativa;
• desorganização econômico-social;
• derrotas sofridas em numerosas guerras;
• corrupção e incompetência do governo.

A Revolução Russa de 1917 é considerada o modelo clássico de revolução proletária que


destruiu a ordem capitalista e burguesa lançando os fundamentos do primeiro Estado socialista da
história da humanidade.
Portanto, a Revolução Russa de 1917 foi o modelo clássico de revolução burguesa que
desmantelou a velha ordem feudal e aristocrática, criando as condições para o desenvolvimento do
capitalismo moderno.
A partir de 1917, a Rússia caminhou no sentido de se transformar numa das mais
importantes potências mundiais, em condições de se rivalizar com os Estados Unidos, o grande
líder do mundo capitalista.

A REVOLUÇÃO DE 1905: “ENSAIO GERAL”


PARA 1917

Em 1904, a Rússia entrou em guerra com o Japão pela disputa de territórios, mas foi
derrotada. A situação socioeconômica do país agravou-se e o regime político do czar Nicolau II foi
abalado por uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros e
soldados do exército.
Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da
Rússia. Os líderes socialistas procuraram organizar os trabalhadores em conselhos (os sovietes),
nos quais se debatiam as decisões políticas a serem tomadas.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo Manifesto de
Outubro, grandes reformas no pais: estabeleceria um governo constitucional, pondo fim ao
absolutismo, e convocaria eleições gerais para parlamento (duma), que elaboraria uma
constituição para a Rússia.
Os partidos de orientação liberal burguesa deram-se por satisfeitos com as promessas do
czar. O Partido Bolchevique ficou sozinho, com seu projeto de levar adiante a revolução dos
trabalhadores com a monarquia do czar.
Terminada a guerra contra o Japão, o governo russo mobilizou as tropas especiais (cossacos)
para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes revolucionários
foram presos, desmantelando-se os sovietes.
Assumido o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha
feito no Manifesto de Outubro. Apenas a duma continuou funcionando, mas com poderes
limitados e sob intimidação policial das forças do governo.
A Revolta de 1905 tinha fracassado, mas serviu para que os líderes revolucionários
avaliassem seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio
geral para a futura luta.

A RÚSSIA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

A Revolução Russa já estava anunciada desde 1905. O regime czarista estava minado por
várias forças contrárias: a oposição política da nobreza liberal e da burguesia, as manifestações de
operários e camponeses, o crescimento dos partidos socialistas e a insatisfação das minorias
nacionais submetidas ao Império Russo e obrigadas a adotar a religião, a cultura e a língua russa,
em detrimento das suas.
A Rússia entrou na Primeira Guerra Mundial despreparada para uma guerra moderna e de
longa duração. É verdade que seu exército possuía o maior contingente de toda a Europa, mas o
comando era ineficiente, não havia apoio logístico, faltavam armas e as táticas de guerra eram
ultrapassadas.
No final de 1916, o exército russo estava próximo da ruptura. Perdera cerca de 5 milhões de
soldados, entre mortos, feridos, doentes ou aprisionados pelos inimigos. Em princípios de 1917, o
exército russo era uma enorme massa de soldados cansados, maltrapilhos, famintos e desarmados,
desejosos da paz e enraivecidos com o imperador. A Rússia estava à beira de uma revolução
interna muito mais séria e radical do que a de 1905.
AS REVOLUÇÕES DE 1917

No início de 1917, a Europa esperava por uma revolução na Rússia. A guerra não apenas
havia destruído a agricultura e matado soldados russos, mas também aprofundado a crise entre a
sociedade e o governo do país. Apesar de prevista, a revolução apanhou todos de surpresa.
Começou com uma série de manifestações de rua em Potrogrado e, ao receber ordens de reprimir
os manifestantes, as tropas aderiram aos protestos. Sem condições de governar, no dia 12 de
março, no calendário ocidental, ou 27 de fevereiro de 1917, no antigo calendário russo, o czar
renunciou.

REVOLUÇÃO BRANCA
A partir disso, dois poderes instalaram-se na capital, Perorado. O governo da Duma, a
Assembléia dominada pelo partido burguês Kadet, e o poder efetivo das ruas, que obedecia ao
Soviete de Perorado, controlado pelos partidos Mencheviques e Socialista-Revolucionário. Os
bolcheviques não estavam representados, pois sua liderança estava presa ou exilada e sua
participação nos sovietes era minoritária.
A Duma e o Soviete de Perorado formaram um governo provisório, liderado pelo nobre
liberal Lvov, do qual participavam representantes do Kadet e dos sovietes. Era o chamado governo
de coalizão.
O governo provisório procurou realizar algumas medidas inadiáveis desejadas pelas
oposições políticas, tais como:
• redução da jornada de trabalho de 12 para oito horas;
• anistia aos presos políticos e permissão para o regresso ao país dos exilados;
• garantia das liberdades fundamentais do cidadão.
Esse governo provisório proclamou as liberdades fundamentais do homem, anistiou os
presos, mas não resolveu os problemas prementes: "paz, pão e terra" para os camponeses.

REVOLUÇÃO VERMELHA
Em 7 de novembro de 1917 (25 de outubro, pelo calendário russo) os bolcheviques cercaram
a cidade de Petrogrado, que sediava o governo provisório com o intuito de tomar o poder. O líder
do governo, Kerensky, conseguiu fugir, mas diversos outros governantes foram presos. Os sovietes
da Rússia reuniram-se num congresso e delegaram o poder governamental para o Conselho dos
Comissários do Povo , presidido por Lenin. Sem demora, esse conselho tomou medidas de grande
impacto revolucionário, como:
• Pedido de paz imediata: Retirar a Rússia da Primeira Guerra Mundial e assinou com a
Alemanha o Tratado de Brest-Litovsk, firmando a paz com os alemães.
• Confisco de propriedades privadas: Reforma Agrária, ou seja, grandes propriedades foram
tomadas dos aristocratas e da Igreja Ortodoxa para serem distribuídas entre o povo.
• Estatização da economia: Controle Operário das fábricas, isto é, O novo governo passou a
intervir diretamente na vida econômica, nacionalizando diversas empresas.
• Declaração do direito nacional dos povos: O novo governo comprometeu-se a acabar com
a dominação exercida pelo governo russo sobre regiões como a Finlândia, a Geórgia, a
Armênia entre outros

GUERRA CIVIL

As forças políticas ligadas ao antigo regime russo, ao tempo do czar, montaram uma
organização contra-revolucionária para derrubar o poder conquistado pelos bolcheviques. Para
isso, contaram com o auxílio econômico e militar de países como Inglaterra, França e Japão, que
temiam a repercussão das idéias socialistas.
O governo bolchevique conseguiu, entretanto, manter-se no poder graças à resistência
militar do Exército Vermelho, liderado por Trotsky. Após violenta guerra civil, o Exército
Vermelho saiu-se vitorioso. Assim, o Partido Bolchevique, que desde 1918 mudara o nome para
Partido Comunista, firmou sua posição no comando do governo.
Depois da vitória do Exército Vermelho na guerra civil, os países capitalistas ocidentais
procuraram isolar a Rússia socialista do relacionamento internacional.
O objetivo dessa política de isolamento foi estabelecer o chamado cordão sanitário em torno
dos russos para impedir a expansão do socialismo pelo mundo.

A NOVA POLÍTICA ECONÔMICA:

Em 1921, a situação econômica estava pior que antes da revolução. A Republica Federal
Socialista e Soviética Russa (RFSSR), sofreu uma terrível redução de forças, mais do que qualquer
outra grande potência, com a Primeira Guerra e, em seguida, com a revolução e a guerra civil. Sua
população declinou de 171 milhões de habitantes em 1914 para 132 milhões em 1921. A perda de
territórios envolveu também a perda de fábricas, ferrovias e fazendas produtivas. Os conflitos
destruíram grande parte do que tinha restado. Sua produção industrial, em 1921, equivalia a 13%
daquela alcançada em 1913. O comércio exterior desapareceu totalmente, a agricultura produzia
menos da metade do registrado no período pré-guerra e o produto interno bruto declinou-se em
mais de 60%. Nas cidades e nos campos havia fome e miséria. O campo não recebia fertilizantes,
ferramentas nem roupas das cidades. Por sua vez, não produzia alimentos e milhares de pessoas
morriam de frio, fome e epidemias.
No início de 1921, o poder bolchevique estava totalmente ameaçado. A base naval de Kronstadt,
um dos mais vigorosos pontos de apoio militar do bolcheviques em 1917, revoltou-se aos gritos
de: "Vivam os sovietes, abaixo os bolcheviques!" Os marinheiros queriam a libertação do regime.
O movimento de Kronstadt, que foi massacrado, desejava o fim da ditadura de partido punico, mas
foi provocado pelas más condições de vida nas cidades e nos campos.
Nas regiões da Sibéria ocidental, do baixo Volga e dos Urais, havia um grande movimento
de desobediência camponesa, que se recusava e atacava os comboios de abastecimentos que se
dirigiam às cidades.
Reconhecendo a gravidade da situação, Lenin declarou aos seus pares: "Nós equivocamos.
Atuamos como se pudéssemos construir o socialismo em um país no qual o capitalismo
praticamente não existia. Antes de querer realizar a sociedade socialista, há que reconstruir o
capitalismo".
A partir daí surgiu a Nova Política Econômica (NEP). Não se tratava de modificar a
economia soviética. Eram medidas de urgência, impostas pela gravidade da situação. Era incerteza
até quando iria durar isso.
Para aumentar a produção a qualquer custo, foram tomadas algumas medidas capitalistas, como a
restauração da pequena e da média propriedade na industria alimentícia, no comércio varejista e na
agricultura.
Na agricultura, substituíram-se as ilimitadas e odiadas requisições de gênero por um imposto em
produtos.
No setor industrial os resultados não foram muito significativos, apesar da adoção da liberdade
asalarial e de comércio.
A terra pertencia ao estado e era arrendada aos camponeses. Os mais ativos e influentes nas
comunidades , chamados Kulaks, enriqueceram-se ainda mais. Por outro lado, muitos camponeses
pobres faliram, por causa da inflação e da economia de mercado, e foram para as cidades em busca
de trabalho, agravando o desemprego.

A LUTA ENTRE STALIN E TROTSKY

A morte de Lenin trouxe uma ardente e violenta competição pelo poder entre diversos
candidatos,
dos quais se destacaram Trotsky e Stalin. O primeiro era o mais capaz intelectualmente e o mais
conhecido líder bolchevique depois de Lenin. Era considerado quase um símbolo da revolução,
pois havia organizado o ataque contra o palácio de inverno e comandara o Exército Vermelho
durante a guerra civil. Vivera muitos anos no exílio, falava muitas línguas, era um orador
inflamado e um brilhante analista político. No ocidente, quase todos os analistas e líderes políticos
esclarecidos acreditavam que ele seria o sucessor natural de Lenin. Stalin era o inverso de seu
oponente: figura apagada, desconhecida do público nacional e internacional. Passara sua vida
adulta dentro do partido, trabalhando na burocracia partidária.
Quando Lenin morreu, Stalin ocupara o cargo de primeiro-secretário do partido. Como esse
posto controlava tudo, era ele o "homem forte" do país. Todas as nomeações importantes
passavam por suas mãos e dependiam de sua aprovação.
As divergências pessoais que surgiram entre os dois líderes estavam ligadas a questões
ideológicas,
que não eram apenas o álibi nem o pretexto de ambições rivais. Elas possuíam alcance histórico e
importância política para o movimento comunista internacional.
Trotsky tinha seus olhos voltados para o mundo do capitalismo desenvolvido. Espírito
dotado de imaginação e visionário, acreditava numa revolução social permanente e universal.
Achava que a revolução socialista só na Rússia, um país atrasado, era inevitável e que seu êxito
dependia do surgimento de revoluções socialistas em outras partes do mundo.
Stalin, por sua vez, calculista e cauteloso, desprovido de solidariedade ao movimento
socialista internacional, acreditava que o importante era construir o socialismo na Rússia. Os
partidários de Stalin pensava que, mesmo em um país atrasado como a Rússia, era possível
construir uma sociedade socialista. Para isso, era necessário deixar de apoiar movimentos
revolucionários no exterior, a fim de não provocar os países imperialistas que poderiam invadir a
Rússia.
Stalin, habilidoso e controlador da máquina partidária, valeu-se das divisões entre seus
adversários. Em 1927, sua vitória estava garantida. Trotsky foi isolado, expulso do partido e dois
anos mais tarde dedicou o país, indo radicar-se no México, onde influenciou pequenos partidos
socialistas mundiais, igualmente opostos ao regime Stalinista. Mas Stalin, não suportando as
críticas trotskistas, que o colocavam como renegado do marxismo e ameaçavam a política
burocrática do governo soviético, mandou assassiná-lo, em 1940, na cidade do México.

PERÍODO STALINISTA (1927 - 1953)

O nome adotado pelo país, União das Republicas Socialistas Soviéticas, simbolizava
teoricamente, que o Estado era federativo. As republicas que o compunham teriam autonomia e
governo próprio, poderiam desenvolver duas línguas e culturas nacionais, tendo inclusive o direito
de separar-se da União. Na prática, não era o que ocorria: o governo da União, com suas
instituições superpostas às das repúblicas, centralizava todas as decisões em matéria de segurança
militar e policial, relações exteriores, finanças, comunicações, industria pesada e bélica e outros
setores essenciais. O Partido Comunista controlava todos os organismos governamentais da União
e das repúblicas, prevenindo qualquer tentativa de autonomia excessiva e separação das repúblicas.
Em 1936, a União Soviética recebeu sua terceira Constituição revolucionária. Na forma e no
conteúdo, tratava-se de uma Constituição extremamente democrática: todo poder emanava do
povo, o que não ocorria na constituições anteriores, que não concediam direito de voto a
determinadas classes e categorias sociais suspeitas aos olhos do novo regime.
Mas na verdade, não era isso que acontecia. A constituição, em seu famoso artigo 6°, dizia
que o Partido Comunista tinha a hegemonia do Estado e da sociedade, cabendo a ele dirigi-los. O
partido único era o motor e o verdadeiro detentor do sistema de poder soviético. Pouco numeroso
em relação ao conjunto da população, era formado por elementos recomendados pela direção,
disciplinados e obedientes, sempre sujeitos aos expurgos, caso não se enquadrassem no perfil
exigido. Esses militantes gozavam do privilégio de residir em boas casas, receber bons salários e
possuir prestígio social, entre outras regalias, como direito a clubes e colônias de férias exclusivas.
Para não perder esses privilégios e sofrer sanções penais, demostravam lealdade total ao sistema.
Isso impedia a inovação, a experimentação, a discussão aberta e a crítica construtiva. O que mais
fazia para preservar suas carreiras era evitar responsabilidades, buscando a aprovação dos
superiores em qualquer ação. Isso salvava a pele, mas não contribuía para o desenvolvimento de
uma economia e sociedade complexas.
Na época de Stalin, o Partido Comunista tinha uma existência apenas formal. Exercendo o
cargo de secretário-geral, Stalin possuía um poder que poucos homens tiveram na história.
Paralelamente, generalizava-se o trabalho forçado em campos de concentração.
Nacionalidades descontentes, dissidentes, acusados de parasitismo, comunistas caídos em desgraça
e tantos outros tipos, eram enviados para os campos de concentração. Estimativas modestas
calculam em 5 milhões o número de presos e em meio milhão o de executados naquela época.
O terror político, com raros momentos de liberalização, foi tônica dominante. A polícia
política era onipresente e a delação era estimulada e incentivada, tornando-se um meio de ascensão
social. Mas não foi apenas através do terror que a burocracia stalinista assegurava o poder. Stalin
possuía prestígio popular, em decorrência de resolução de alguns problemas econômicos e culto de
algumas personalidades.
Chegou-se então ao cumulo do exagero: todas as casa e escolas da União Soviética exibiam
em suas paredes a foto de Stalin; todas as cidades e aldeias tinham a "Rua Stalin"; no cinema
artistas altos e bonitos representavam papel de Stalin, que tinha pouco mais do que 1,60 metro de
altura; a atual Volgogrado recebeu o nome de Stalingrado, "a Cidade de Stalin".
Ele era o guia genial dos povos. Todos os partidos comunistas se inspiravam no modelo do
partido russo. A Revolução Russa era o exemplo para todas as revoluções e Stalin, o modelo de
dirigente político de todos os líderes comunistas.
Foi no entanto no final da Segunda Guerra Mundial que se deu o auge do culto da
personalidade. Com a derrota do nazi-fascismo, o prestígio da URSS - vencedora - e dos partidos
comunistas - elementos importantes na resistência contra os nazistas em vários países - cresceu no
mundo inteiro e o de Stalin também. Afirmava-se que tinham sido suas concepções estratégicas
geniais que haviam derrotado os nazistas e seus ensinamentos os responsáveis por qualquer
melhoria na ciência e na produtividade soviética depois desse período.
O culto da personalidade chegou à falsificação grosseira da história. A Enciclopédia soviética
rescreveu toda a história da Revolução de Outubro, engrandecendo o papel de Stalin e diminuindo
o de seus adversários: uma foto de Trotsky, tomando o Palácio de Inverno, foi retocada e, em seu
lugar, apareceu Stalin ao lado de Lenin tomando o poder.

AS TRANSFORMAÇÕES ECONÔMICAS
Com a consolidação de Stalin, novas necessidades foram criadas: o desenvolvimento da
indústria em grande escala e a concepção de forças armadas fortes num mundo que se mostra
hostil. Sem capitais estrangeiros que financiasse o desenvolvimento industrial, Stalin e seu grupo
resolveram às fontes de financiamento interno. Stalin e seus partidários acreditavam que a melhor
forma de financiar a grande indústria era transferir os recursos do campo para a industrialização, já
que 80% da população vivia da fazenda. A agricultura seria novamente coletivizada e o Estado
controlaria a produção de terra e fixaria os salários dos trabalhadores agrícolas. Esses salários
seriam baixos e os preços de revenda dos produtos pelo Estado nas cidades seriam altos, o que
geraria capital para a industrialização. O crescimento da inflação, a criação de novos tributos e de
taxas cobrados dos consumidores foram outras formas encontradas para financiar a
industrialização.
A NEP deixou de existir. Os primeiros resultados foram catastrófico para a agricultura. Os
Kulaks e outros camponeses resistiram à coletivização forçada. Para, por exemplo, não entregar os
animais ao Estado, abatiam-nos, revendendo-os depois. A falta de carne, de animais de transportes
e de cereais fez declinar ainda mais o já miserável padrão de vida da população, provocando fome
nos campos e racionamento nas cidades. Kulaks eram presos e executados ou exilados, o que
provocou o desaparecimento dessa classe e a diminuição da resistência à coletivização forçada da
agricultura. A agricultura soviética, porém, estava comprometida para sempre.
Mas a industrialização acelerada foi assegurada. Devido à queda do consumo individual, a União
Soviética pôde poupar 25% do seu PIB para investir na indústria e dispor de mais reservas para
investir na educação, no desenvolvimento científico e na defesa militar. Essa capacidade de
investimento supera a de qualquer potência européia da época.
A crise da agricultura e o desenvolvimento da indústria começa a mudar o perfil dos
trabalhadores soviéticos. Para aprimorar a mão-de-obra que se dirigia para a indústria, o governo
colocou um prática um vasto programa de alfabetização, encaminhando trabalhadores para escolas
básicas, colégios técnicos e, depois, para as universidades, que formaram muitos engenheiros,
administradores, economistas, e matemáticos, essenciais para a direção da economia.
Em 1928, Stalin deu início ao primeiro plano qüinqüenal, que reordenou a economia
soviética. Esses planos fixavam metas que deveriam ser atingidas num prazo máximo de cinco
anos. O objetivo fundamental desse primeiro plano foi a rápida industrialização da União
Soviética, com ênfase na industria pesada. Os dirigentes políticos soviéticos acreditavam que só o
desenvolvimento da indústria pesada poderia ajudar a edificar a sociedade socialista, pois
permitiria desenvolver outros tipos de indústrias e criar uma classe operária forte, a fase de
sustentação do socialismo. Objetivos militares também passaram nessa decisão.
O primeiro plano Qüinqüenal durou até o final de 1932. O segundo estendeu-se de 1933 a
1937 e o terceiro foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial em 1941. O quarto plano
Qüinqüenal terminou em 1950. Todos esses planos tinha um objetivo comum: dotar a União
Soviética de uma poderosa indústria pesada. O quarto plano acrescentou alguns objetivos como
reconstruir a União Soviética destruída pela Segunda Guerra Mundial, incentivar a natalidade
entre outros.
A ênfase dada ao desenvolvimento das indústrias pesada e bélica e a falta de incentivo à
agricultura e à industria de bens de consumo geraram várias distorções na economia soviética. A
produção insuficiente de gêneros agrícolas e de bens de consumo, obrigando as pessoas ficarem
horas em filas imensas para obter os produtos de que necessitam, o que não acontecia com a
burocracia partidária e estatal, que se abastecia nos armazéns exclusivos.

Conclusão

A Revolução Russa foi um dos acontecimentos históricos mais importantes ocorridos


durante a Primeira Guerra Mundial. Sua importância decorre do fato de Ter provocado a ruptura
da ordem socioeconômica capitalista, que se espalhava pelo mundo sob a hegemonia das grandes
potências européias e dos Estados Unidos.
Durante o século XIX, as idéias socialistas elaboradas principalmente na Europa centro-
ocidental difundiram-se cada vez mais pelas diversas partes do mundo.
Por uma série de circunstâncias, a Rússia foi o primeiro país onde se tentou levar à prática
as idéias do socialismo científico, elaboradas principalmente por Marx e Engels. A União
Soviética, a partir de 1917, tornou-se o país pioneiro de uma experiências de enormes proporções,
a da criação de uma sociedade socialista, permanecendo isolada nessa situação até o fim da
Segunda Guerra Mundial, quando inúmeros países passaram a fazer parte do mundo do
socialismo.
Somente no fim da vida, Marx levantou a possibilidade de uma revolução socialista ocorrer
na Rússia.
As causas da Revolução Russa de 1917 foram as diversas derrotas na Primeira Guerra
Mundial e em outras guerras, o governo absolutista e corrupto, crise econômica e administrativa
do país, desigualdade social, fome, altos impostos, entre outros fatores.

Anexos
A “NEP” NA RÚSSIA EM 1921

“Ligado à NEP (Nova Política Econômica), Tchitcherine, comissário do povo para os Negócios
Estrangeiros, descreve-me da seguinte maneira a situação do país: - É desejável que explique à Europa a nova
política econômica da R.S.F.S.R. (República Socialista Federativa da Rússia), que prevê o restabelecimento do
comércio privado, dos bancos, da outorga de concessões. Durante o período assaz longo que ainda nos separa da
revolução mundial, precisamos experimentar modelos de cooperação entre a economia comunista e a economia
capitalista. Explique-lhe também que as providências agrárias que tomamos constituem um fenômeno histórico de
primeiro plano. Os camponeses formam a grande maioria de nossa população. É impossível governar contra eles.
Mas e o proletariado urbano que dirige entre as forças antagônicas em presença atualmente. Se os rurais se
mostrarem suficientemente interessados na manutenção das nossas disposições, os resultados adquiridos pela
revolução consolidar-se-ão. As cidades são incapazes de criar sozinhas a forma da nossa economia. Além disso,
um Estado moderno não pode desenvolver-se no isolamento. A NEP quer que o proletariado continue no poder e
continue a sua política de classe, mas sabe que, de momento, estes interesses de classe exigem os compromissos de
que lhe falo. Ao primeiro período revolucionário, caracterizado por ataques violentos contra a burguesia mundial,
sucede agora um segundo período de organização pacífica. O capitalismo estrangeiro deve compreender que não é
nem fantasia, nem maquiavelismo da nossa parte convidá-lo para a nossa mesa, mas a própria lógica de revolução.”
(
WEISS, Louves. “Memórias duma européia.” In: FREITAS, Gustavo de. 900
textos e documentos de história. v. III. Lisboa, Plátano, 1976. p. 278-9.)

A CRENÇA DE LENIN

Lenin, líder dos bolcheviques, sabia que a Rússia era um país essencialmente agrário (mais de 80% de sua
população morava no campo). País que dava seus primeiros passos no caminho da industrialização. Acreditava,
entretanto, que era possível desencadear uma revolução socialista, dando imediato prosseguimento à revolta liberal
burguesa contra o regime absolutista do czar. Assim, achava viável concretizar a revolução socialista em países de
capitalismo nascente, onde a expansão burguesa ainda tivesse sendo dificultada pelas forças agrárias tradicionais,
de índole feudal.
Lenin via na Rússia a existência de condições históricas que permitiam a eclosão da Revolução Socialista,
principalmente depois que a Primeira Guerra Mundial arruinou a estrutura de poder que sustentava o Estado
imperial russo.
Tendo em mente a Revolução Socialista, Lenin empenhou-se em organizar o Partido Bolchevique,
formando membros disciplinados que deveriam estar conscientes de seu papel de “vanguarda do proletariado”. O
Partido elegeria uma direção centralizadora, que imporia vigorosa disciplina interna em seus quadros, para evitar a
difusão de “desvios” ideológicos em relação à doutrina marxista.
QUEM TEME OS LOBOS NÃO VAI À FLORESTA
Lenin tinha absoluta consciência das circunstâncias excepcionalmente complicadas que deveria superar
para os bolcheviques continuarem no poder, dando prosseguimento à Revolução Socialista. A esse propósito,
escreveu em 1917: Uma revolução, uma revolução real, profunda, do povo, para usar a expressão de Marx, é o
processo incrivelmente complicado e penoso da morte de uma velha ordem social e o nascimento de uma nova, o
ajustamento das vidas de dezenas de milhares de pessoas. Uma revolução é a mais aguda, mais furiosa e
desesperada luta de classes e guerra civil. Nenhuma grande revolução da história escapou da guerra civil. Se não
houvesse circunstâncias excepcionalmente complicadas, não haveria revolução. Quem teme os lobos, não vai à
floresta.

Bibliografia
1 ) SOUZA, Osvaldo Rodrigues de. História Moderna e Contemporânea. 21a edição. Editora Ática. São Paulo,
1992.
2 ) CAMPOS, Raymundo. Estudos de História Moderna e Contemporânea. Atual Editora Ltda. São Paulo, 1991.
3 ) MELLO, Leonel Itaussu A., COSTA, Luís César Amad. História Moderna e Contemporânea. Editora Scipione.
São Paulo, 1993.
4 ) Internet: http://users.linkexpress.com.br/phfj
5 ) COTRIM, Gilberto. História e Consciência do Mundo – 2o grau. 5a edição. Editora Saraiva. São Paula, 1997.

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