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do processamento auditivo
Anatomical and physiological review of the auditory processing
Heraldo Lorena Guida1, Mariza Ribeiro Feniman 2, Sthella Zanchetta 3, Cristiana Ferrari 4, Célia Maria Giacheti 5 , Neivo Luiz Zorzetto6.
Instituições: Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP - Campus de Marilia - São Paulo - Brasil.
Endereço de correspondência: Avenida Hygino Muzzi Filho, 737 - Marília -São Paulo - Brasil.
RESUMO ABSTRACT
O conhecimento morfo-funcional do sistema auditivo é um The morphofunctional knowledge of the hearing system is
requisito importante na compreensão do processamento an important requirement to understand the hearing informa-
de informações auditivas. Como contribuição, no presente tion process. This study describes the anatomical structures
trabalho descreve-se as estruturas anatômicas que estão involved in auditory process, specially the ones related to
envolvidas no processamento auditivo, particularmente frequency detection, intensity, sound origin and those that
aquelas que estão relacionadas à detecção de freqüência, answer specifically to the sounds of human speech.
intensidade, origem de sons e também aquelas que respon-
dem especificamente aos sons da fala humana.
Descritores: audição, percepção auditiva, neuroanatomia. Keywords: hearing, hearing perception, neuroanatomy.
Telencéfalo
O córtex auditivo primário está situado no giro temporal
tranverso anterior (giro de Heschl) e corresponde às áreas
41 e 42 de Brodmann (Figs. 4 e 5). As projeções auditivas A1- área auditiva primária; A2- área auditiva secundá-
talamocorticais são denominadas radiações auditivas, e tra- ria; b- sulco lateral; c- sulco temporal superior; d- área
fegam abaixo do núcleo lenticular através da cápsula interna de Wernicke; e- área de Broca; f- giro angular; g- giro
supramarginal.
(Fig. 6). O córtex auditivo primário possui uma organização
Figura 5 -Vista lateral do hemisfério
colunar, onde os neurônios que são sensíveis a sons de cerebral (E).
freqüência similar são distribuídos ao longo de todas as seis
camadas em uma faixa cortical, constituindo as colunas de
isofreqüência. As bases anatômicas das faixas de isofre-
qüência são as projeções organizadas de forma tonotópica,
originadas da divisão ventral do núcleo geniculado medial.
Essa projeção é importante e dirige-se predominantemente
às camadas III e IV8,10,11. As projeções córtico-coliculares e
córtico-talâmicas iniciam-se nas camadas V e VI. As camadas
I e II estão amplamente envolvidas em conexões internas,
tanto ipsilateral como contralateral, por intermédio do corpo
caloso (Figs. 3 e 6). A organização tonotópica do córtex
auditivo mostra poder de reorganização ou de plasticidade
após lesão da cóclea14.
Como cada uma das orelhas envia informações ao córtex
a- corpo caloso; b- cápsula interna; c- núcleo lentifor-
ipsilateral e ao córtex contralateral, a função auditiva perma- me; d- lobo da ínsula; e- tálamo.
nece preservada nas lesões corticais unilaterais. Entretanto, Figura 6 -Vista do corte horizonta do
o déficit resultante de uma perda unilateral da área auditiva encéfalo.
primária, consiste freqüentemente na impossibilidade de
localizar a origem do som8,10,16. tação das altas freqüências apresenta disposição mediana
Apesar da extensa conexão entre as vias aferentes, a e caudal16.
maior parte da atividade neural que atinge o córtex auditivo A área auditiva secundária situa-se no lobo temporal,
primário, origina-se na orelha contralateral. A representação circulando a área auditiva primária, e corresponde a área 22
tonotópica das baixas freqüências localiza-se na porção de Brodmann. Há que se destacar também a área de Werni-
lateral e rostral, do córtex primário, enquanto que a represen- cke, localizada na porção caudal do sulco lateral esquerdo,
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